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TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Sumário
Obrigação Tributária Principal e Acessória. Fato Gerador da Obrigação Tributária.
Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. Capacidade Tributária..........................................................3
1. Obrigação Tributária.. .................................................................................................................................................3
1.1. Hipótese de Incidência Tributária e Fato Gerador..................................................................................3
1.2. Obrigação Tributária Propriamente Dita....................................................................................................5
1.3. Aspecto Temporal..................................................................................................................................................12
2. Elisão, Evasão e Elusão Fiscal. . .........................................................................................................................16
3. Sujeitos: Ativo e Passivo.......................................................................................................................................19
3.1. Sujeito Ativo.. .............................................................................................................................................................19
3.2. Sujeito Passivo.. ......................................................................................................................................................21
4. Jurisprudência Selecionada. . ...............................................................................................................................31
5. Doutrina Selecionada.............................................................................................................................................34
Resumo................................................................................................................................................................................37
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................40
Questões de Concurso................................................................................................................................................45
Gabarito...............................................................................................................................................................................55
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................56
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Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Elas surgem em razão da prática do fato gerador das referidas obrigações, conforme pre-
visão legal.
No que se refere à obrigação principal, segundo a dicção do art. 114, o “fato gerador da
obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.
Assim, o “fato gerador” da obrigação principal é uma:
O que isso quer dizer é o seguinte: há uma situação prevista em lei que descreve quando
deverá ser pago tributo ou penalidade pecuniária.
Na ciência do Direito essa situação é abstrata e deve ser considerada como “hipótese de
incidência tributária”.
Caso uma pessoa pratique o fato descrito como hipótese de incidência tributária, consta-
ta-se o fenômeno da subsunção tributária e o consequente surgimento da obrigação tributária
de pagar tributo ou penalidade pecuniária.
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Hipótese de
Obrigação
incidência Fato gerador
tributária
tributária
Feitas as devidas considerações, para a sua prova o que importa é você saber que o CTN
usa o termo “fato gerador” em duas acepções:
I – para se referir ao que a doutrina denomina de “hipótese de incidência”; e
II – para se referir ao “fato imponível” ou “fato da vida” que ocorre de forma concreta e acar-
reta o surgimento da obrigação tributária.
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Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação apli-
cável, impõe a prática ou abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Lei
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Legislação
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
Como se vê, a obrigação acessória decorre da legislação tributária, razão pela qual ela não
se submete à reserva de lei em sentido formal, pois pode ser objeto de diversas espécies le-
gislativas.
Certo.
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§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
b) Certa, em conformidade com § 3º do art. 113 do CTN. Uma vez descumprida a obrigação
acessória, ela será convertida em obrigação principal.
Considerando que a obrigação principal representa a obrigação de pagar tributo ou penalidade
pecuniária, no tocante a essa conversão, afirma-se que ela é principal em relação à penalidade
pecuniária.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
c) Certa. A obrigação principal se extingue juntamente com a extinção do respectivo crédito
tributário:
A obrigação principal, prevista no § 1º, art. 113, CTN, refere-se à obrigação de pagar (i) o
tributo ou (ii) a penalidade pecuniária, a qual se extingue juntamente com a extinção do crédito
tributário que dela decorrer:
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Quanto à afirmação de que a obrigação principal se extingue com o crédito dela decorrente,
ela ficará mais clara na aula que iremos estudar as formas de extinção do crédito tributário.
Por ora, saiba que a formalização da exigência do tributo passa por algumas fases, e que o
crédito tributário costuma ser constituído em momento posterior ao surgimento da obrigação
tributária.
Uma vez extinto o crédito tributário, nos termos do art. 156 do CTN, considera-se extinta a
obrigação de pagar o tributo ou a multa.
No tópico precedente, vimos que o art. 114 do CTN prevê que “o fato gerador da obrigação
principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.
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Situação necessária, pois a sua ocorrência, conforme previsão legal, é indispensável para
que surja a obrigação, e suficiente, pois o seu acontecimento é o bastante para que surja a
obrigação de pagar tributo ou multa.
Por exemplo, se a lei previr que a propriedade predial e territorial urbana é hipótese de inci-
dência de IPTU, é preciso que haja a referida propriedade para que se constate o fato gerador
desse imposto, sendo esse fato o suficiente para que o contribuinte o pague.
Tratando da obrigação acessória, conforme par. 2º do art. 113 do CTN, é importante ter em
mente que a sua previsão pode ser feita por meio de diversas espécies legislativas, pois o le-
gislador afirma que ela decorre da legislação tributária, diferentemente da obrigação principal,
que deve obrigatoriamente ser prevista em lei:
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
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Quadro Esquemático
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Ocorre que, quando o sujeito passivo não observa as prescrições da legislação tributária
relativas à obrigação acessória, ele deverá ser penalizado. Até por isso, deverá pagar multa.
Essa multa, por imposição do CTN, converte-se em obrigação principal de pagar penali-
dade pecuniária.
Preste bem atenção nesse ponto. A penalidade pecuniária decorrente da não observância
de uma obrigação acessória é tratada pelo CTN como sendo obrigação tributária principal.
Lembre-se de que, embora a penalidade pecuniária não seja considerada tributo, já que ele
não pode ser sanção de ato ilícito, a obrigação de pagá-la nos moldes do CTN nos leva a con-
cluir que essa multa tem natureza tributária.
Com efeito, a autoridade administrativa deve considerar essa inobservância da prestação
como fato gerador de uma nova obrigação tributária principal relativa à penalidade pecuniária.
Inobstante isso, a obrigação de realizar a conduta descrita na norma que impõe a obriga-
ção acessória permanece.
Não basta pagar a penalidade e deixar de fazer o que está prescrito na legislação, pois a
obrigação tributária acessória não desaparece.
O que ocorre, como dito, é o surgimento de uma obrigação tributária principal relativa ao
pagamento de penalidade pecuniária, a qual decorre da inobservância da conduta prevista
como obrigação acessória.
Como se pode inferir, diversos doutrinadores entendem que nesse ponto o Código não foi
muito feliz em sua redação. Não é muito preciso falar em efetiva “conversão” da obrigação
tributária acessória em principal, conforme explicamos. Para fins de prova, no entanto, é impor-
tante que o aluno decore a literalidade do CTN e entenda os conceitos apresentados.
Ainda sobre a obrigação acessória, mesmo que o contribuinte seja isento ou imune ao pa-
gamento de determinado tributo, ele será obrigado a cumpri-la.
Nesse sentido, diferentemente do Direito Civil, a obrigação acessória é autônoma em re-
lação à obrigação principal.
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A obrigação acessória pode ser prevista em diversas espécies normativas, tendo em vista que
o legislador afirma que ela deve ser objeto de “legislação tributária”. Por isso, a instituição de
obrigação acessória não deve atenção ao princípio da estrita legalidade.
Errado.
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Outro ponto que você deve prestar atenção diz respeito à diferenciação entre obrigação
tributária e crédito tributário.
Com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária e o dever de pagar tributo
pelo sujeito passivo (contribuinte ou responsável), mas o tributo somente se torna exigível pela
Fazenda Pública após a constituição do crédito tributário, por meio do lançamento.
No entanto, como já afirmado, embora a obrigação tributária e o crédito tributário não coin-
cidam, coincide o momento da extinção do crédito tributário e da obrigação tributária. Uma vez
extinto o crédito tributário, considera-se extinta a obrigação tributária.
Lembre, ainda, que, caso a legislação dispense o cumprimento da obrigação tributária
acessória, essa disposição deve ser interpretada de forma literal:
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Por exemplo, incide ITBI na transmissão de bens imóveis entre vivos. A transmissão é reali-
zada nos moldes do Direito Civil, sendo este o ramo responsável por descrever esse instituto.
Formalizada a transferência, é calculado o referido imposto.
Lembre-se de que, no caso da situação jurídica, é preciso recorrer a outros ramos do Direito
para identificar o momento em que incide o tributo. Esse é o diferencial.
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E não para por aí, o legislador ainda trata de situações jurídicas condicionais (art. 117,
CTN), e destaca que há fatos que suspendem ou resolvem determinada situação jurídica en-
sejadora de tributo.
Em outras palavras, o ato/negócio jurídico
(i) que depender de uma condição suspensiva, será considerado perfeito e acabado desde
o momento em que a condição ocorrer; e
(ii) que depender de uma condição resolutória, será considerado perfeito e acabado desde
o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
As situações jurídicas condicionais são subordinadas a um evento futuro e incerto.
Essas situações condicionais podem ser de duas espécies: suspensivas ou resolutórias.
• A condição suspensiva é aquela que suspende os efeitos do negócio ou do ato jurídico
até que o evento futuro ocorra. O negócio jurídico começa sem efeito algum, suspenso,
mas se no decurso do tempo, ocorrer a condição, ele passa a ter efeitos.
Por exemplo, seu pai promete te dar um apartamento se você passar no concurso.
Passar no concurso é condição suspensiva, ficando o contrato suspenso até que você seja
aprovado(a).
Assim, no momento em que houver o “implemento da condição” – aprovação, considera-se
ocorrido o fato gerador, no caso, de ITCD, que é imposto que incide sobre a doação de bens.
• A condição resolutória é aquela que termina com os efeitos do negócio ou ato jurídico
quando ela ocorre.
Por exemplo, seu pai te dá um apartamento, oportunidade em que incide ITCD, porém ele afirma
que se você for reprovado no concurso, você terá que o devolver. No desfazimento do negócio
– devolução – não há incidência do ITCD, novamente.
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Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Letra d.
Ademais, é importante pontuar que o art. 118 do CTN prevê que a ocorrência do fato gera-
dor deve ser avaliada por si só, independentemente das circunstâncias que o permeiam, impor-
tando para sua constatação tão somente a prática do fato previsto em lei.
Isso quer dizer que, para o surgimento da obrigação tributária, a ocorrência do fato gerador
é suficiente, não importando se o ato foi praticado por alguém incapaz, por exemplo, ou se de-
corre de um procedimento nulo ou ineficaz.
Se o fato gerador ocorrer, nasce a obrigação tributária.
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Outro exemplo de elisão fiscal diz respeito ao ICMS. A empresa pode optar por abrir uma loja
para vender determinados produtos em um estado onde a alíquota do ICMS for menor.
DICA
Para facilitar sua memorização, pense em “elusão” como uma
“ilusão” criada pelo contribuinte para pagar menos imposto,
feita de forma falsa, ou seja, planejou uma “ilusão”.
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Por exemplo, uma empresa vende mercadorias por R$100,00, mas emite nota fiscal de R$50,00.
Essa atitude acarretará o recolhimento de ICMS a menor.
Garantindo que o contribuinte não utilize meios ardilosos e ilegítimos para apuração do
tributo devido, o legislador ordinário destacou a seguinte previsão do CTN:
Art. 116, parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídi-
cos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabe-
lecidos em lei ordinária.
A elisão fiscal é uma forma lícita de reduzir ou extinguir o tributo devido em razão da ocorrên-
cia de fato gerador, que, em regra, ocorre antes do fato gerador.
Lembre-se de que o planejamento tributário se dá por meio desse instituto.
Letra c.
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O planejamento tributário realizado a fim de reduzir a carga tributária incidente sobre determi-
nada situação costuma ser efetuado antes do fato gerador.
No entanto, ele também pode ser realizado após o fato gerador.
Nas duas hipóteses ele pode ser lícito (elisão fiscal) ou ilícito (evasão fiscal).
Há ainda o instituto da elusão fiscal (elisão ineficaz ou ilícita), que representa a utilização de
formas legais para redução da carga tributária, mas esse planejamento é ilícito, pois realizado
com base em situações simuladas pelo contribuinte a fim de se beneficiar.
Errado.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos prati-
cados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos ele-
mentos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
A redação desse dispositivo expressa a conhecida “norma geral antielisão”.
Repare que, embora a norma seja intitulada de “antielisão”, o que ela visa coibir é a elisão inefi-
caz, também chamada de elusão fiscal.
Certo.
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Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência
Transferível à PJ de
direito público
Função de arrecadar
Se transferida à PJ de dir.
privado, não se considera
como delegação
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Segundo a redação do CTN, o sujeito ativo só pode ser pessoa jurídica de direito público.
No entanto, considerando a Súmula n. 396 do STJ, que afirma que “A Confederação Nacio-
nal da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural”, pode-
mos constatar que o STJ entende que pessoa jurídica de direito privado pode ser sujeito ativo.
Leve essa informação para a sua prova e tenha cautela ao responder uma questão objetiva
sobre o tema.
Atente-se ao seu comando: se o examinador solicitar a resposta conforme o CTN, o sujeito
ativo somente será pessoa jurídica de direito público; e se o examinador solicitar a resposta
conforme a jurisprudência, pode-se considerar que a pessoa jurídica de natureza privada tam-
bém poderá estar no polo ativo da relação jurídico-tributária.
Outra peculiaridade interessante sobre o tema diz respeito aos casos em que houver des-
membramento da pessoa jurídica de direito público.
Nessa hipótese, até que a legislação tributária da nova pessoa jurídica entre em vigor, ela
atuará conforme a legislação da pessoa jurídica originária.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria.
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Nos termos do art. 119 do CTN, o “sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito
público, titular da competência para exigir o seu cumprimento”.
Nesse sentido, a alternativa a está correta.
Pontue-se que na alternativa c está descrito o conceito de sujeito passivo da obrigação tribu-
tária, e, na alternativa d, está descrito o conceito de contribuinte, que é uma das espécies de
sujeito passivo.
Letra a.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.
Aquele que tem relação direta e pessoal com o fato gerador se chama contribuinte, en-
quanto terceiro obrigado a cumprir a obrigação principal, segundo determinação legal, se
chama responsável.
Conforme já estudado, quanto tratamos da classificação do tributo quanto à repercussão
do ônus tributário, vimos que o tributo pode ser direto ou indireto.
Quanto ao tributo indireto, a repercussão do seu ônus econômico pode recair sobre um ter-
ceiro, distinto do contribuinte previsto em lei, que suportará a carga tributária, sendo possível
identificar, nesse caso, dois tipos de contribuinte: contribuinte de direito e contribuinte de fato.
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Por exemplo, o proprietário de imóvel na zona urbana é contribuinte da taxa de coleta de lixo
domiciliar, tendo em vista que ele se beneficia desse serviço prestado pelo Estado.
Contribuinte Responsável
Há ainda casos em que mais de uma pessoa está vinculada diretamente ao núcleo do fato
gerador, e somente lei editada pelo ente competente para criação do respectivo tributo é que
terá competência para destacar quem será o contribuinte.
É o caso do ITBI. Na transmissão de bens imóveis entre vivos, tanto o adquirente como o
alienante estão ligados de forma direta e pessoal ao fato gerador desse imposto.
No entanto, a lei local é que determinará quem será obrigado a pagar o ITBI, se o alienante
ou o adquirente.
No que se refere ao sujeito passivo da obrigação acessória, o legislador não fez a distin-
ção entre contribuinte e responsável.
Segundo o art. 122 do CTN, o sujeito passivo dessa obrigação é a pessoa obrigada pela
legislação tributária a cumprir as prestações positivas ou negativas.
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Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam
o seu objeto.
Interessa-nos tratar ainda dos casos em que particulares acordam que quem deve pagar o
tributo é uma pessoa diferente daquela prevista em lei como contribuinte ou responsável.
Embora as partes possam fazer tal acordo, como costuma acontecer, por exemplo, com
a obrigatoriedade de pagar IPTU pelo locatário, esse acordo não prosperará perante o Fisco,
conforme previsão do art. 123, CTN:
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Caso o locatário não pague o IPTU, não é ele que será demandado pela Fazenda Pública. É
o proprietário do imóvel, o qual pode ajuizar uma ação de regresso contra o locatário para plei-
tear o valor do IPTU. Entretanto, essa ação de regresso não envolverá a Fazenda, que cobrará
do proprietário, independentemente se este vai cobrar depois do locatário ou não.
Em regra, não é possível que convenções particulares que preveem a responsabilidade de pa-
gar o tributo sejam opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito pas-
sivo das obrigações tributárias correspondentes.
No entanto, em razão da expressão “salvo disposição em contrário”, prevista no início do art.
123 do CTN, conclui-se que o legislador pode permitir que convenção particular destaque quem
deve pagar o tributo.
Errado.
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a) Errada. Segundo o art. 119 do CTN, o “sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direi-
to público, titular da competência para exigir o seu cumprimento”.
b) Errada. A primeira parte da alternativa está errada, pois não confere com a definição de su-
jeito ativo exposta no item anterior.
Quanto à segunda parte da alternativa, ela também está errada, pois o sujeito passivo da obri-
gação principal, segundo o art., 121 do CTN, “é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária”.
c) Certa. Há 2 tipos de sujeito passivo da obrigação principal: contribuinte e responsável.
Segundo inc. I do par. único do art. 121 do CTN, contribuinte é aquele que tenha relação pesso-
al e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
O responsável, conforme o inc. II do par. único do art. 121 do CTN, é a pessoa que, quando, sem
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei. Logo,
a alternativa c está correta.
d) Errada. O sujeito passivo da obrigação acessória “é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto”, nos termos do art. 122 do CTN.
e) Errada, pois contraria as definições de sujeito ativo e de sujeito passivo vistas anteriormente.
Letra c.
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Obrigação Tributária
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b) “Todos os Santos”, desde que haja previsão expressa de lei, sub-roga-se nos direitos do Mu-
nicípio de “Nova Esperança”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.
c) “Nova Esperança”, desde que haja previsão expressa de lei, sub-roga-se nos direitos do Mu-
nicípio de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.
d) “Todos os Santos” sub-roga-se nos direitos do Município de “Nova Esperança”, relativamen-
te ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no território do Município que acaba de
ser criado.
e) “Nova Esperança”, desde que haja previsão expressa de lei complementar, sub-roga-se nos
direitos do Município de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis
localizados no território do Município que acaba de ser criado.
Para responder esta questão, é preciso ter conhecimento do art. 120 do CTN:
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria.
Segundo esse dispositivo, o novo município deve se sub-rogar nos direitos do município
originário.
No caso descrito na questão, o Município “Nova Esperança” pode instituir o IPTU relativamente
aos imóveis situados em seu território, com base na legislação vigente no Município de “Todos
os Santos”, salvo disposição de lei em contrário.
Letra a.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
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I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.
Nesse sentido, por exemplo, se os civilmente incapazes (conforme o Código Civil) praticarem
fatos geradores de tributos, eles figurarão como sujeito passivo nas relações tributárias, pois
deterão capacidade para tal.
Se eles não a tivessem, certamente inúmeros adultos comprariam imóveis e colocariam em
nome de seus filhos para se esquivarem da obrigatoriedade de pagar o tributo, não é mesmo?
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A mesma situação ocorre quando a pessoa que realiza o fato gerador está privada ou limitada
do exercício de determinada atividade civil, comercial ou profissional, ou da administração
direta de seus bens ou negócios.
Mesmo que o advogado, por exemplo, esteja irregular perante a OAB, impedido de advogar,
caso realize o fato jurídico sujeito ao imposto sobre a prestação de serviços, deterá capacida-
de tributária passiva e deverá pagar o tributo respectivo.
Além de a capacidade tributária passiva independer da capacidade civil das pessoas natu-
rais, e do fato de essas pessoas estarem privadas de praticar determinados atos na vida civil,
o legislador também fez previsão quanto às empresas (pessoas jurídicas).
No que se refere às pessoas jurídicas, o legislador assegura que basta a constatação de
que há uma unidade econômica e profissional para que seja identificada a capacidade tribu-
tária para ser sujeito passivo de uma obrigação tributária, seja principal ou acessória.
naturais
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a dia, em razão de profunda alienação mental. De acordo com as regras do Código Tributário
Nacional, atinentes à capacidade tributária das pessoas para serem sujeitos passivos de obri-
gação tributária principal,
a) a empresa Serviços Gerais Ltda. reveste a condição de sujeito passivo do IPTU relativo ao
terreno que a referida sociedade adquiriu e no qual se localiza a sede da referida empresa.
b) Maria Luisa, que perdeu suas faculdades mentais, não reveste, por causa disso, a condição de
sujeito passivo do Imposto de Renda, embora aufira rendimentos tributáveis por esse imposto.
c) Marcelo não pode ser identificado como sujeito passivo do IPVA de veículo de sua proprie-
dade, em relação aos fatos geradores ocorridos após a perda do direito de administrar seus
bens, justamente por causa dessa perda.
d) a empresa Serviços Gerais Ltda. não reveste a condição de sujeito passivo do ISS em rela-
ção aos serviços que presta, porque não está regularmente constituída, ainda que configure,
indubitavelmente, uma unidade econômica.
e) Joãozinho, por ser menor de idade, não pode ser identificado como sujeito passivo do IT-
CMD incidente sobre a doação recebida, ainda que a lei ordinária competente preveja que o
donatário é o contribuinte desse imposto.
Como visto, o CTN destaca que a capacidade de ser sujeito passivo da obrigação tributária
independe:
3.2.2. Solidariedade
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O item (i) refere-se à solidariedade comum, enquanto o item (ii) refere-se à solidarie-
dade legal.
Independentemente da natureza da solidariedade, o Fisco pode cobrar o tributo de qualquer
um dos devedores, sem que seja obrigado a cobrá-lo, primeiramente, de determinada pessoa.
Nesses casos, se o Fisco exigir o cumprimento da obrigação tributária a somente um dos
devedores solidários, este responderá pela integralidade do débito.
É por essa razão que se afirma que não há benefício de ordem na solidariedade passi-
va. Sendo constatada a existência de devedores solidários, não há privilégio de um em rela-
ção ao outro.
Uma vez constatada a solidariedade, ela produzirá efeitos, conforme o art. 125 do CTN:
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I – o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente
a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III – a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.
Por exemplo, se três irmãos são proprietários de um imóvel e devem R$600,00 a título de IPTU,
e, segundo a lei local, somente um deles tem direito à isenção, em razão de suas caracterís-
ticas pessoais, este será exonerado do pagamento do imposto, de forma proporcional, e os
outros dois deverão arcar com a dívida remanescente de R$400,00.
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Previu ainda o legislador quanto aos casos em que houver a interrupção da prescrição em
favor ou contra um dos devedores solidários: esta favorecerá ou prejudicará aos demais, sal-
vo disposição de lei em contrário.
A prescrição é uma forma de extinção do crédito tributário, que se concretiza em função
de alcance de determinado prazo sem que tenha sido ajuizada a competente ação judicial para
cobrança do débito.
Conforme será estudado na aula que trataremos desse assunto (extinção do CT), você
verá que os casos de interrupção da prescrição zeram a contagem do prazo prescricional e
constam no art. 174 do CTN:
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data
da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II – pelo protesto judicial;
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.
Por fim, saiba que o nosso sistema tributário admite a solidariedade passiva, mas não ad-
mite a solidariedade ativa.
Na solidariedade não há benefício de ordem, pois a dívida pode ser cobrada em sua integrali-
dade de qualquer um dos devedores.
É irrelevante, pois, para a solidariedade, a ordem da dimensão do interesse econômico dos
envolvidos.
O que conta para esses casos é o envolvimento das pessoas no fato gerador da obrigação e
não o grau de interesse de cada uma das partes.
Errado.
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Se dois contribuintes forem solidariamente responsáveis por uma obrigação tributária, o ad-
vento de uma remissão geral objetiva do crédito afetará igualmente aos dois devedores.
Como a questão fala em remissão geral, ou seja, todos os devedores serão afetados por essa
benesse, podemos considerar a questão correta.
Note a redação do inc. II do artigo 125 do CTN:
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
[...]
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente
a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
É importante lembrar, entretanto, que há a possibilidade de haver remissão em caráter individu-
al, ficando, assim, os demais devedores obrigados a arcar com a obrigação pelo saldo.
Certo.
4. Jurisprudência Selecionada
1) Imunidade tributária – Necessidade de manutenção dos livros fiscais (Transcrições)
(v. Informativo 668) RE 250844/SP* RELATOR: Min. Marco Aurélio Relatório: O recurso
extraordinário foi interposto, com alegada base na alínea “a” do permissivo constitucional,
contra acórdão proferido pelo Primeiro Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo
que implicou o não acolhimento de pedido formulado em apelação. A decisão ficou ali-
cerçada nos seguintes fundamentos (folha 328):... embora não se possa negar que o
Hotel Escola SENAC de Águas de São Pedro goze de imunidade tributária, é forçoso
concluir que está obrigado a utilizar e manter documentos, livros e escrita fiscal de suas
atividades, assim como está sujeito à fiscalização dos poderes públicos. Os embargos
declaratórios que se seguiram foram desprovidos (folhas 338 e 339). O recorrente argui
ofensa ao artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Carta da República. Consoante alega, sendo
entidade educacional de direito privado, sem fins lucrativos, goza de imunidade tributá-
ria e, por não ser contribuinte do Imposto sobre Serviços, não lhe cabe o cumprimento
da obrigação acessória de manter livro de registro do ISS e autorização para a emissão
de notas fiscais de prestação de serviços, documentos exigidos apenas dos contribuin-
tes do tributo (folha 383 a 414). A recorrida não apresentou contrarrazões (certidão de
folha 423). O Juízo primeiro de admissibilidade obstou o trânsito do recurso, processado
em razão do provimento dado ao agravo em apenso, quando consignei: O tema versado
nestes autos está a merecer o crivo de Colegiado desta Corte, uniformizando-se o enten-
dimento sobre o alcance da imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição Federal. É fato constante do acórdão impugnado mediante o extraordiná-
rio: o ora Agravante goza da imunidade tributária relativa aos impostos; mesmo assim,
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concluiu-se estar obrigado a manter documentação fiscal relativa ao Imposto sobre Ser-
viços. Há de apreciar-se o tema sob o ângulo da utilidade e necessidade, valendo notar
que não se trata de simples escrituração contábil, mas escrituração específica, ou seja,
a fiscal, nos moldes da legislação concernente ao imposto. O especial simultaneamente
interposto teve a mesma sorte do extraordinário, seguindo-se a protocolação de agravo,
desprovido no Superior Tribunal de Justiça. A Procuradoria-Geral na República, no pare-
cer de folhas 475 e 476, manifestou-se pela negativa de seguimento ao extraordinário.
É o relatório. Voto: Na interposição este recurso, atendeu-se aos pressupostos gerais
de recorribilidade. O extraordinário, subscrito por profissional da advocacia regularmente
constituída (folha 29), foi protocolado no prazo assinado em lei. Observem a organici-
dade e a dinâmica do Direito. O racionalismo direciona à utilidade, valendo notar que, pelo
princípio do terceiro excluído, ou uma coisa é, ou não é. Pois bem, mostra-se estreme de
dúvidas que o recorrente, Grande Hotel São Pedro – Hotel-Escola SENAC, goza de imu-
nidade tributária. Assim, descabe cogitar de fiscalização quanto à parte fiscal, ou seja, a
alusiva a certo tributo. Tendo sido assentada, no acórdão proferido pelo então Tribunal de
Alçada Civil do Estado de São Paulo, a imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea
“c”, da Constituição Federal, cumpria dar a esse fato as consequências jurídicas próprias,
afastando-se a viabilidade de a Previdência exigir-lhe livros fiscais. O que aconteceria, por
exemplo, se não estivessem em dia – se é que pessoa jurídica imune deva mantê-los em
tal estado? Caberia a imposição de multa, no que se apresenta como sanção de caráter
acessório. Há possibilidade de, sem o principal – obrigatoriedade de recolhimento de
tributo –, cogitar-se de escrituração voltada a controlar esse recolhimento? A resposta
é desenganadamente negativa, porquanto o acessório segue a sorte do principal. Aque-
les que estão cobertos pela imunidade tributária não podem ser compelidos a práticas
próprias aos contribuintes em geral. É como voto. Provejo o extraordinário para assentar
que o recorrente está desobrigado da manutenção dos livros fiscais. Retificação de Voto:
Cumpre ao juiz evoluir, tão logo convencido de assistir maior razão à tese contrária ao
que sustentou inicialmente. Evoluem aqueles que realmente têm segurança para fazê-lo,
sem receio de o perfil ficar respingado. O que temos? Não há a menor dúvida, o Hotel
Escola SENAC de Águas de São Pedro goza de imunidade tributária. Questionamento:
está compelido a manter atualizados os livros, a escrita fiscal? Eis o que revela o artigo
14 do Código Tributário Nacional: Art. 14 – O disposto na alínea c do inciso IV do artigo
9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
O artigo 9º tem esta redação: Art. 9º – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios: (...) IV – cobrar imposto sobre: a) o patrimônio, a renda ou os serviços
uns dos outros; Cuida da imunidade. E se tem no inciso III do artigo 14: “III – manterem”
– aqueles que detêm a imunidade – “escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.” A exigência, portanto,
mostra-se consentânea com o gozo da imunidade tributária, que é o afastamento de tri-
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buto, segundo a Constituição Federal. Evoluo para, no caso, portanto, negar provimento
ao recurso. * acórdão publicado no DJe de 19.10.2012. Grifos nossos
2) TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇO DE TELEFONIA MÓVEL. INADIMPLÊNCIA DOS USUÁ-
RIOS. FURTO DE SINAL (CLONAGEM). INCIDÊNCIA DO TRIBUTO.
1. O fato gerador do ICMS na telefonia é a disponibilização da linha em favor do usuário
que contrata, onerosamente, os serviços de comunicação da operadora. A inadimplên-
cia e o furto por “clonagem” fazem parte dos riscos da atividade econômica, que não
podem ser transferidos ao Estado.
2. Nos termos do art. 118 do Código Tributário Nacional, o descumprimento da operação
de compra e venda mercantil não tem o condão de malferir a ocorrência do fato gerador
do ICMS.
3. Inexiste previsão legal que permita a compensação tributária de ICMS em serviços de
telefonia móvel inadimplidas, ou cujo sinal foi furtado por “clonagem” do aparelho celular.
4. “A exigência tributária não está vinculada ao êxito dos negócios privados.” (REsp
956.842/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, julgado em 20.11.2007, DJ
12.12.2007, p. 408.)
5. Não compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação dos consumidores;
cabe, no caso, à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o recebimento de seus
créditos.
6. Precedentes: AgRg no REsp 1.132.852/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda
Turma, julgado em 23.3.2010, DJe 6.4.2010; AgRg no REsp 987.299/RS, Rel. Min. Denise
Arruda, Primeira Turma, julgado em 7.10.2008, DJe 29.10.2008; REsp 953.011/PR, Rel.
Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 25.9.2007, DJ 8.10.2007, p. 255.
Recurso especial improvido.
(REsp 1189924/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
25/05/2010, DJe 07/06/2010). Grifos nossos
3) PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. LEGI-
TIMIDADE PASSIVA. EMPRESAS PERTENCENTES AO MESMO CONGLOMERADO FINAN-
CEIRO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 124, I, DO CTN. NÃO OCOR-
RÊNCIA. DESPROVIMENTO.
1. “Na responsabilidade solidária de que cuida o art. 124, I, do CTN, não basta o fato
de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico, o que por si só, não tem o
condão de provocar a solidariedade no pagamento de tributo devido por uma das empre-
sas” (HARADA, Kiyoshi. “Responsabilidade tributária solidária por interesse comum na
situação que constitua o fato gerador”).
2. Para se caracterizar responsabilidade solidária em matéria tributária entre duas empre-
sas pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro, é imprescindível que ambas rea-
lizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, sendo irrelevante a mera
participação no resultado dos eventuais lucros auferidos pela outra empresa coligada
ou do mesmo grupo econômico.
3. Recurso especial desprovido.
(REsp 834.044/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
11/11/2008, DJe 15/12/2008)
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5. Doutrina Selecionada
Fato gerador
Analisando-se os fatos geradores sob o ponto de vista de sua ocorrência no tempo (“in sede tem-
porale”, para os italianos), a doutrina tem proposto a seguinte classificação quanto à periodicidade:
fatos geradores instantâneos, periódicos e continuados. Passemos à análise de cada um:
1. Fatos Geradores Instantâneos (ou Simples): a sua realização se dá num determinado momento
de tempo, ‘mediante a pratica de um simples ato’, negócio ou operação singular. O fato gerador
instantâneo se inicia e se completa em um só instante, esgotando-se ‘em determinada unidade de
tempo’, ‘tal qual a luminosidade de um vaga-lume’. Pra cada ato concretizado no mundo real haverá
um fato gerador, ‘uma relação obrigacional tributária autônoma’.
Exemplos:
ICMS, IPI, II, IE, IOF, ITBI, ITCMD, entre outros. Destaque-se que o imposto sobre a renda, embora se
classifique como ‘complexivo’ – como se verá abaixo – pode se enquadrar como ‘instantâneo’, quan-
do se desdobra na modalidade IRRF e IR-Incidente sobre ganho de capital em aplicação financeira.
2. Fatos Geradores Periódicos (ou Complexos): a ‘sua realização se põe ao longo de um espaço de
tempo’, portanto não ocorrem hoje ou amanhã, mas sim durante um longo período, ao longo do qual
se valoriza uma determinada quantia de fatos isolados que, somados, aperfeiçoam o fato gerador
do tributo. Trata-se de ‘fatos, circunstâncias ou acontecimentos globalmente considerados’, ‘com o
transcurso de unidades sucessivas de tempo’, para compor um só fato gerador. São fatos isolados
em um período ou ciclo de formação que serão agregados ‘num todo idealmente orgânico’.
Os fatos geradores complexivos (ou ‘complessivos’, em italiano) recebem outras denominações
sinônimas, na visão de Amílcar de Araújo Falcão: ‘completivos, continuativos, periódicos ou de for-
mação sucessiva’.
Valendo-se de um recurso metaforicamente mnemônico, bem recomendado por Luciano Amaro, tal
instituto assemelha-se a uma partida de futebol que se desenrola durante os noventa minutos, mas
se encerra com o apito final do árbitro. Há que se verificar a partida, como é sabido, não pelo aceno
último do juiz, mas por tudo o que aconteceu durante a sua ocorrência.
O fato gerador complexivo ocorre, em sua forma clássica, quase que exclusivamente com o IR.
A nosso ver, o fato gerador do IR deve ser classificado, quanto ao tempo, em complexo ou comple-
xivo. Não obstante a doutrina mais abalizada já tê-lo associado a fato gerador ‘continuado’, enten-
demos que para concursos públicos, a melhor classificação é a que aproxima o IR a fato gerador
complexo, complexivo ou periódico.
3. Fatos Geradores Continuados (ou Contínuos): a sua realização se dá de forma duradoura e está-
vel no tempo; a matéria tributável tende a permanecer, existindo hoje e amanhã. O fato gerador con-
tinuado – também conhecido por fato gerador de período ou por período certo de tempo – leva um
período para se completar. No Brasil, este período é geralmente de um ano. Daí haver a necessidade
de serem feitos ‘cortes temporais’ para a sua identificação (todo dia 15 de janeiro, por exemplo). Ele
se aproxima do fato gerador instantâneo (porque ele acontece em um dia certo) e também do fato
gerador complexivo, em certa medida.
Ocorre normalmente com os impostos incidentes sobre o patrimônio: IPTU, ITR, IPVA. (Eduardo
Sabbag, em Manual de Direito Tributário, pgs. 847/848, 12ª ed., Editora Saraiva).
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O Congresso Nacional acaba de aprovar lei complementar que introduz alterações no Código Tribu-
tário Nacional, entre as quais está a inclusão de um parágrafo único em seu art. 116, estabelecendo
que a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos pratica dos com
a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária.
Nesse dispositivo, segundo as autoridades da Secretaria da Receita Federal, de onde se originou o
projeto respectivo, estaria consubstanciada a norma geral antielisão, instrumento de que estaria a
necessitar o Fisco para coibir a prática da elisão fiscal e, assim, aumentar a arrecadação.
Embora não exista uniformidade na doutrina, alguns preferem a palavra evasão para designar a for-
ma ilícita de fugir ao tributo, e a palavra elisão para designar a forma lícita de praticar essa mesma
fuga. Na verdade, porém, tanto a palavra evasão, como a palavra elisão, podem ser utilizadas em
sentido amplo, como em sentido restrito. Em sentido amplo significam qualquer forma de fuga ao
tributo, lícita ou ilícita, e em sentido restrito, significam a fuga ao dever jurídico de pagar o tributo e
constituem, pois, comportamento ilícito.
Com efeito, elisão é ato ou efeito de elidir, que significa eliminar, suprimir. E evasão é o ato de eva-
dir-se, a fuga. Tanto se pode dizer elisão fiscal, no sentido de eliminação ou supressão do tributo,
como evasão fiscal, no sentido de fuga ao imposto. Elisão e evasão têm sentidos equivalentes. Se
tivermos, porém, de estabelecer uma diferença de significado entre esses dois termos, talvez seja
preferível, contrariando a preferência de muitos, utilizarmos evasão para designar a conduta lícita,
e elisão para designar a conduta ilícita. Realmente, elidir é eliminar, ou suprimir, e somente se pode
eliminar, ou suprimir, o que existe.
Assim, quem elimina ou suprime um tributo, está agindo ilicitamente, na medida em que está eli-
minando ou suprimindo a relação tributária já instaurada. Por outro lado, evadir-se é fugir, e quem
foge está evitando, podendo a ação de evitar ser preventiva. Assim, quem evita pode estar agindo
licitamente.
Seja como for, essa questão terminológica fica sem importância na medida em que se esclareça o
sentido em que se está empregando uma ou a outra expressão.
O que importa, a rigor, é saber se o comportamento adotado pelo contribuinte para fugir, total ou
parcialmente, ao tributo (evasão fiscal), ou para eliminar, ou suprimir, total ou parcialmente, o tributo
(elisão fiscal), é um comportamento lícito ou ilícito. Em outras palavras, a questão essencial que
deve ser enfrentada é a de saber se em determinado caso ocorreu, ou não, o fato gerador da obriga-
ção tributária e qual a sua efetiva dimensão econômica.
Assim, quando se fala em norma geral antielisão, o que na verdade se tem em vista é uma norma di-
rigida ao intérprete e aplicador da lei tributária, que o autoriza a fugir dos limites da norma tributária
definidora da hipótese de incidência do tributo, para alcançar situações nela não previstas. Abre-se,
então, espaço para uma interminável polêmica a respeito dos referidos limites, vale dizer, em torno
do efetivo alcance da norma definidora da incidência tributária. Polêmica que nos leva ao terreno da
hermenêutica, pois, na verdade, a verdadeira questão que se instaura é urna questão de interpreta-
ção jurídica. Assunto vasto e extremamente complexo, cuja abordagem completa certamente aqui
não se justifica.
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Obrigação Tributária
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Qualquer que seja a posição que se adote, tem-se de admitir que uma norma geral antielisão nada
mais é do que um reforço aos poderes da administração tributária. Colocada, como está, em texto
de lei complementar pode ter sua constitucionalidade contestada, pois colide com o princípio da le-
galidade que tem como um de seus desdobramentos essenciais a tipicidade, vale dizer, a exigência
de definição, em lei, da situação específica cuja concretização faz nascer o dever de pagar tributo.
(Hugo de Brito Machado, em Curso de Direito Tributário, 24 ed., páginas 131-133, Malheiros Editores)
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RESUMO
Legislação
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O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da com-
petência para exigir o seu cumprimento.
O sujeito passivo da obrigação tributária é o devedor, é a pessoa obrigada a cumprir a
obrigação principal ou acessória.
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No âmbito do direito tributário, prevalece a máxima civilista de que o acessório segue o princi-
pal, de tal forma que a extinção da obrigação principal implica a extinção da obrigação acessó-
ria, dada a relação de subordinação existente entre elas.
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c) Marcelo não pode ser identificado como sujeito passivo do IPVA de veículo de sua proprie-
dade, em relação aos fatos geradores ocorridos após a perda do direito de administrar seus
bens, justamente por causa dessa perda.
d) a empresa Serviços Gerais Ltda. não reveste a condição de sujeito passivo do ISS em rela-
ção aos serviços que presta, porque não está regularmente constituída, ainda que configure,
indubitavelmente, uma unidade econômica.
e) Joãozinho, por ser menor de idade, não pode ser identificado como sujeito passivo do IT-
CMD incidente sobre a doação recebida, ainda que a lei ordinária competente preveja que o
donatário é o contribuinte desse imposto.
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QUESTÕES DE CONCURSO
FGV
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a) incorreta, pois a capacidade tributária passiva depende de achar-se a pessoa natural autori-
zada ao exercício de atividades profissionais;
b) correta, pois a sanção de suspensão foi estabelecida por órgão fiscalizador do exercício de
profissão regulamentada de nível regional;
c) incorreta, pois o fato gerador do ISS depende de achar-se o profissional autorizado ao exer-
cício da atividade prevista na hipótese de incidência;
d) incorreta, pois a sanção de suspensão não foi estabelecida por órgão fiscalizador do exercí-
cio de profissão regulamentada de nível nacional;
e) correta, pois a capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural autori-
zada ao exercício de atividades profissionais.
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CESPE
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A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre da manifestação volitiva do
contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.
038. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) A sociedade empresária XYZ, que tem por objeto so-
cial o comércio de roupas e acessórios, encontra estabelecida em Belém – PA. No desenvol-
vimento de sua atividade empresarial, essa pessoa jurídica prestava as declarações exigidas
pela legislação tributária relativamente ao imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comuni-
cação (ICMS) e efetuava o pagamento antecipado do crédito tributário. A partir de dezembro
de 2011, embora a sociedade empresária tenha continuado a enviar as declarações, deixou de
efetuar o pagamento do valor correspondente à obrigação principal. Em fevereiro de 2016, a
secretaria de fazenda estadual identificou, mediante fiscalização no estabelecimento empre-
sarial, o descumprimento das obrigações principal e acessórias relativas ao pagamento do
ICMS, tais como a emissão de notas fiscais e preenchimento de livro fiscal obrigatório.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O descumprimento de obrigação de emissão de nota fiscal dá ensejo à realização, pelo poder
público, do lançamento de ofício, para fins de aplicação da penalidade cabível. Nesse caso,
a multa aplicada equipara-se ao crédito decorrente da obrigação principal, em virtude da sua
natureza jurídica de obrigação de dar.
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sivo, bem como as interações entre si e quanto a terceiros. Considerando essa informação,
julgue o item a seguir.
O município que se constituir pelo fracionamento de território assumirá o polo inverso da rela-
ção jurídico-tributário em relação ao que fora desmembrado.
FCC
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d) o fato gerador da obrigação tributária principal é qualquer situação que, na forma da legis-
lação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação tributária
acessória.
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Obrigação Tributária
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GABARITO
1. C 37. E
2. e 38. C
3. e 39. C
4. E 40. C
5. E 41. E
6. d 42. C
7. d 43. C
8. c 44. C
9. E 45. C
10. C 46. E
11. a 47. C
12. E 48. E
13. c 49. E
14. a 50. C
15. a 51. E
16. E 52. a
17. C 53. E
18. a 54. E
19. b 55. b
20. b 56. b
21. a 57. d
22. d
23. e
24. c
25. E
26. C
27. b
28. a
29. b
30. a
31. C
32. C
33. E
34. E
35. E
36. E
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Obrigação Tributária
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GABARITO COMENTADO
FGV
a) Certa. A obrigação tributária surge com a prática do fato gerador e pode ser principal ou
acessória.
A obrigação principal é uma obrigação de dar, é uma obrigação pecuniária, de pagar um tributo
ou uma penalidade pecuniária (multa), enquanto a obrigação acessória é uma obrigação de
fazer, instrumental, como preencher um livro contábil, ou de não fazer.
Por essa razão, é possível afirmar que a obrigação acessória não tem conteúdo patrimonial.
b) Errada. As obrigações tributárias nem sempre têm caráter patrimonial. Lembre-se de que
a obrigação acessória é uma obrigação instrumental que auxilia a arrecadação e fiscalização
tributária. Por exemplo, o preenchimento de declarações.
c) Errada. A obrigação tributária gera para o sujeito passivo a obrigação principal de pagar tri-
buto ou penalidade pecuniária, e/ou a obrigação acessória de fazer algo, que auxilie o Fisco na
arrecadação e fiscalização, ou de não fazer.
Essas obrigações nascem com a prática de fato gerador pelo sujeito passivo, e não com a lei,
estando errada a segunda assertiva.
d) Errada. As obrigações tributárias são de dar, de fazer ou de não fazer, como já exposto nos
comentários acima. Se não houver o cumprimento da obrigação acessória, afirma-se que há a
sua conversão em obrigação principal, no entanto, permanece a obrigatoriedade de cumprir a
obrigação acessória também.
e) Errada. A obrigação principal realmente é uma obrigação de dar. No entanto, o texto legal
que cria a sua hipótese de incidência não é a sua única fonte.
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Obrigação Tributária
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Com a prática de fato gerador previsto em lei, nasce a obrigação tributária. Para a quantifica-
ção do tributo ou da penalidade pecuniária devidos, pode haver necessidade de se observar
decretos, por exemplo, que determinam a alíquota do tributo, razão pela qual não é possível
afirmar que a lei é a única fonte da obrigação tributária principal.
Outra hipótese em que se verifica que o texto legal não é a sua única fonte, diz respeito ao
descumprimento de obrigação acessória, que a converte em obrigação tributária principal (pe-
nalidade pecuniária).
Letra a.
O fato gerador de obrigação tributária principal deve ser definido em lei, conforme art.
114 do CTN:
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e sufi-
ciente à sua ocorrência.
Letra b.
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Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
a) Certa. A obrigação tributária principal é uma obrigação de dar, de pagar um tributo ou uma
penalidade pecuniária, razão pela qual se afirma que é uma obrigação de conteúdo patrimonial.
Já a obrigação acessória, é uma obrigação de fazer ou não fazer algo, razão pela qual se afir-
ma que o seu conteúdo é não patrimonial.
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Obrigação Tributária
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Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Quanto à afirmação de que a não observância da obrigação acessória tem o condão de conver-
tê-la em principal relativamente à penalidade pecuniária, essa é verdadeira, e está conforme o
par. 3º do art. 113 do CTN acima transcrito.
b) Errada. A obrigação tributária principal, representada por uma obrigação de dar, surge no
momento do fato gerador. Esta obrigação decorre lei e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e sufi-
ciente à sua ocorrência.
Além disso, saiba que, de fato, conforme ainda será estudado em nosso curso, o lançamento
constitui o crédito tributário, mas não é nesse momento que surge a obrigação tributária, mas
sim no momento da prática do fato gerador, como já afirmado.
c) Errada, conforme comentário da alternativa a.
d) Errada. As obrigações tributárias principal e acessória são independentes, não havendo su-
bordinação de uma em relação à outra.
Enquanto a obrigação principal decorre de lei, a obrigação acessória decorre da legislação
tributária.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação apli-
cável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Além disso, a extinção de uma não acarreta a extinção da outra. É possível, por exemplo, que
seja pago determinado tributo, e extinto o respectivo crédito tributário (obrigação tributária
principal), mas que permaneça a obrigação tributária acessória de apresentar declaração, ou
de emitir algum documento.
e) Errada. O examinador descreveu com perfeição a obrigação tributária acessória na maior
parte do texto desta alternativa. No entanto, cometeu um erro ao afirmar que a obrigação aces-
sória se dá no interesse exclusivo da arrecadação, tendo em vista que ela também se dá no
interesse da fiscalização, em atenção ao par. 2º do art. 113 do CTN, transcrito no comentário
da alternativa a.
Letra a.
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Obrigação Tributária
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Quando a lei previr que o fato gerador é um negócio jurídico condicional, considera-o ocorrido
(i) desde o momento do implemento da condição, quando esta for suspensiva, ou (ii) desde a
prática do ato ou da celebração do negócio, quando a condição for resolutória, nos termos do
art. 117 do CTN:
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Letra d.
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Esta questão trata da capacidade tributária passiva. Como se vê a capacidade civil do profis-
sional não está regular, no entanto, essa irregularidade não impede o nascimento de obrigação
tributária e a consequente capacidade de ser sujeito passivo dela, nos termos do inc. III do art.
126 do CTN:
Segundo o Código Civil, uma criança de 7 anos não tem capacidade civil:
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos.
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Obrigação Tributária
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Ocorre que, para o Direito Tributário, não importa se a pessoa tem capacidade civil ou não, ela
sempre terá capacidade tributária passiva. Veja o art. 126 do CTN:
Há solidariedade quanto às pessoas que tenham interesse comum na situação que constitui o
fato gerador da obrigação tributária, não havendo benefício de ordem.
Nos termos do art. 121 do CTN, o “sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada
ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária”.
Certo.
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Obrigação Tributária
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Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
c) Errada. É a legislação tributária que estabelece a hipótese de incidência da obrigação tribu-
tária acessória.
d) Errada. É a Constituição Federal que discrimina os tributos de competência de cada
ente político.
e) Errada. É a lei que indica o local onde o tributo deve ser pago.
Letra b.
Esta questão trata da elisão, evasão e elusão fiscal, que são institutos que visam a economia
fiscal, de forma lícita e ilícita:
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Obrigação Tributária
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Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos prati-
cados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos ele-
mentos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
Letra a.
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Para o Fisco não importa o que foi acordado entre as partes, tendo em vista que, nos termos do
art. 123 do CTN, as convenções particulares não podem ser opostas à Fazenda Pública, quanto
à responsabilidade pelo pagamento de tributos.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Assim, o contrato é válido entre as partes, mas não produz efeitos perante o Fisco.
Letra b.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Com isso, podemos concluir que o Município deve cobrar o IPTU do locador, já que ele é o pro-
prietário do imóvel.
Letra a.
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Obrigação Tributária
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CESPE
A obrigação tributária acessória pode ser entendida como um auxílio do contribuinte no pro-
cesso burocrático de arrecadação ou fiscalização por parte do fisco. Como tem o caráter de
apoio, essa “ajuda” não envolve pagamento de tributos, mas o seu descumprimento resultará
em uma penalidade pecuniária, convertendo, assim, a penalidade em uma obrigação principal.
Repare que é possível que exista uma obrigação acessória de não fazer do contribuinte, no que
diz com a facilitação da fiscalização tributária.
Nesse sentido, é correto dizer que também pode ser considerada essa relação de permissão
para a ação da administração tributária em prol da arrecadação ou da fiscalização
Veja a redação do CTN:
A obrigação acessória não tem o objetivo de carrear recursos para os cofres públicos.
Na verdade, ela ajuda o fisco nas atividades de arrecadação e fiscalização dos tributos. Entre-
tanto, o descumprimento dessa obrigação irá gerar uma penalidade pecuniária, essa sim, parte
da obrigação principal. Note a redação do CTN:
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[...]
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Certo.
A penalidade pecuniária, no âmbito tributário, não se classifica como imposto ou como tributo,
mas apenas se reveste da característica de obrigação tributária principal, para fins de melhor
cobrança dos valores.
O CTN transforma a penalidade em obrigação tributária principal para que o seu pagamento
detenha as benesses da cobrança tributária. Entretanto, essa penalidade, sanção de ato ilícito,
não se reveste da característica de um tributo.
Note a redação do CTN:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Errado.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
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O CTN qualifica como obrigação tributária principal aquela que tem por objeto uma prestação
pecuniária, distinguindo-a da obrigação tributária acessória, cujo objeto abrange as condutas
positivas e negativas exigidas do sujeito passivo em prol dos interesses da administração tri-
butária e as penalidades decorrentes do descumprimento desses deveres instrumentais.
A questão erra quando afirma que as penalidades pecuniárias são acessórias, quando, na ver-
dade, são obrigações principais.
Não é porque uma penalidade advém do descumprimento de uma obrigação acessória que ela
também será considerada acessória, o que acontece é uma conversão da obrigação acessória
em obrigação principal.
038. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) A sociedade empresária XYZ, que tem por objeto so-
cial o comércio de roupas e acessórios, encontra estabelecida em Belém – PA. No desenvol-
vimento de sua atividade empresarial, essa pessoa jurídica prestava as declarações exigidas
pela legislação tributária relativamente ao imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comuni-
cação (ICMS) e efetuava o pagamento antecipado do crédito tributário. A partir de dezembro
de 2011, embora a sociedade empresária tenha continuado a enviar as declarações, deixou de
efetuar o pagamento do valor correspondente à obrigação principal. Em fevereiro de 2016, a
secretaria de fazenda estadual identificou, mediante fiscalização no estabelecimento empre-
sarial, o descumprimento das obrigações principal e acessórias relativas ao pagamento do
ICMS, tais como a emissão de notas fiscais e preenchimento de livro fiscal obrigatório.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O descumprimento de obrigação de emissão de nota fiscal dá ensejo à realização, pelo poder
público, do lançamento de ofício, para fins de aplicação da penalidade cabível. Nesse caso,
a multa aplicada equipara-se ao crédito decorrente da obrigação principal, em virtude da sua
natureza jurídica de obrigação de dar.
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Exatamente, pois o descumprimento de uma obrigação acessória irá gerar uma penalidade
pecuniária, e tal penalidade tem natureza de obrigação principal, uma vez que o contribuinte
tem o dever de pagar, independentemente da sua vontade.
Certo.
A questão está correta, pois podemos citar, por exemplo, as multas, as quais têm característi-
cas de uma obrigação principal, mas que não podem ser consideradas como tributos, já que
surgem em decorrência do descumprimento das obrigações tributárias acessórias.
Nesse caso, podemos defini-las como principais porque o contribuinte tem o dever de pagá-
-las, assim como os tributos, mas não são consideradas como tal, pois sua origem está na
inobservância da lei.
Certo.
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Ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária. Da obrigação tributária, por meio do lan-
çamento, surge o crédito tributário. O crédito não é constituído então pelo surgimento da obri-
gação tributária. Ele é constituído pelo lançamento.
Note a dicção do CTN:
O registro é uma obrigação tributária acessória, mas não é considerado como fato gerador do
tributo, pois tal fato é concretizado com a venda da mercadoria, e não com o registro. Por esse
motivo a questão está correta.
Certo.
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Exatamente, a elisão fiscal é aquela situação em que a empresa faz um planejamento tributário
adequado e dentro da lei, e consegue diminuir a carga tributária de forma lícita. É importante,
nesse contexto, citar a evasão fiscal, que diz respeito ao uso de mecanismos ilícitos para lu-
dibriar o fisco e não pagar os impostos devidos, maquiando as demonstrações contábeis, por
exemplo. Diante desses entendimentos, podemos afirmar que a questão está correta.
Certo.
Ao verificar uma manobra para tentar mascarar determinado negócio jurídico, o auditor deverá
aplicar a legislação na situação encontrada, a fim de cobrar os impostos incidentes naquela
operação, sem levar em consideração o negócio jurídico realizado.
A base legal está impressa no parágrafo único do artigo 116 do CTN:
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os
seus efeitos:
I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,
nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos pra-
ticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabele-
cidos em lei ordinária. (Incluído pela LCP n. 104, de 2001)
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O que importa para a autoridade administrativa é o fato gerador da situação e não as manobras
do negócio jurídico, por esse motivo a questão está correta.
Certo.
A divisão está equivocada. É possível que em uma relação tributária nascida em face da ocor-
rência de um fato gerador de obrigação tributária principal existam tanto um contribuinte quan-
to um responsável pela mesma obrigação.
Nesse sentido, é importante lembrar que o contribuinte é aquele que tem relação pessoal e
direta com o fato gerador e o responsável é aquele que não se reveste como contribuinte, mas
tem obrigação em virtude de lei.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.
Errado.
Exatamente, somente as pessoas jurídicas de direito público podem ser sujeito ativo, pois essa
vedação faz parte da competência tributária, que é aquela em que garante aos entes o poder
de instituir e legislar sob os tributos de sua competência.
Por esse motivo, segundo o CTN, não há a possibilidade de uma pessoa jurídica de direito pri-
vado ocupar o polo ativo da relação jurídico tributária. Note o disposto no artigo 119 do CTN:
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência
para exigir o seu cumprimento.
Certo.
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Na verdade, o novo território usará a legislação do ente em que era parte, até que entre em
vigor a sua própria legislação. E assim sendo, ele continuará sendo sujeito ativo e não passivo,
ou seja, não haverá essa inversão que foi informada na questão. Por esse motivo, a questão
está errada.
Note a redação do artigo 120 do CTN:
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria.
Errado.
Pelo contrário, para que o sujeito passivo seja considerado um contribuinte, é necessário que
ele tenha uma relação pessoal e direta com o fato gerador do tributo.
A questão inverte os conceitos, pois essas características são do sujeito passivo responsá-
vel e não do contribuinte, assim sendo, podemos afirmar que essa situação constitui o erro
da questão.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.
Errado.
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Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
[...]
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente
a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
É importante entender que, em regra, a isenção atinge todos os devedores, porém existe a ex-
ceção que permite que tal benesse seja outorgada de forma individual.
Portanto, é plenamente possível que o benefício seja concedido apenas a uma pessoa e, as-
sim, os demais devedores ficariam obrigados a arcar com o resto da obrigação pelo saldo.
Certo.
O primeiro ponto a se destacar é que a assertiva, na sua forma de expressão, deixa a entender
que a obrigação é solidária.
Nesse caso, isso fica claro quando o examinador diz que os três devedores são obrigados por
uma mesma dívida tributária. Sendo devedores solidários, mesmo com o pagamento por um
deles de parte da dívida, ela continuará sendo dever de todos os envolvidos.
Note a disposição do artigo 125 do CTN:
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I – o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
Por isso, mesmo que Flávio tenha efetuado o pagamento de parte do valor, o fisco poderá cobrar
dele o restante da dívida. Dessa forma, a questão está errada, pois a obrigação continuará a recair
sobre todos os envolvidos.
Errado.
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FCC
a) Certa. O fato gerador da obrigação tributária principal de todas as espécies tributárias deve
ser previsto em lei, conforme art. 114 do CTN:
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e sufi-
ciente à sua ocorrência.
b) Errada. Segundo o parágrafo único do art. 116 do CTN,
a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a fina-
lidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constituti-
vos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
c) Errada. Segundo inc. III do art. 111 do CTN, “interpreta-se literalmente a legislação tributária
que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias”.
d) Errada. Segundo o art. 114 do CTN transcrito na alternativa a, o fato gerador da obrigação
tributária principal “é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.
O § 1º do art. 113 do CTN detalha essa obrigação tributária e afirma que ela surge com a ocor-
rência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
O examinador tentou confundir você com o conceito de obrigação tributária acessória previsto
no art. 115 do CTN:
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação apli-
cável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Letra a.
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Segundo o inc. I do art. 118 do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstrain-
do-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis
ou terceiros.
Errado.
Segundo o art. 116 do CTN, tratando-se de situação de fato é que se considera ocorrido o fato
gerador e existentes os seus efeitos desde o momento que se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.
No caso de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos,
desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Errado.
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A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto paga-
mento de (i) tributo ou (ii) penalidade pecuniária, e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente, conforme CTN, art. 113, par. 1º (alternativa a falsa, alternativa b certa).
A obrigação principal não se confunde com a obrigação acessória de prestar informações (al-
ternativa c falsa), sendo esta relativa à obrigatoriedade de cumprir deveres instrumentais que
auxiliem o Fisco na fiscalização e arrecadação dos tributos (alternativa d falsa).
A obrigação tributária principal deve ser prevista em lei, enquanto a obrigação tributária aces-
sória pode ser prevista em “legislação tributária”, ou seja, ela pode estar não somente prevista
em lei como em outras espécies normativas de hierarquia inferior (alternativa e falsa).
Letra b.
A questão trata da “norma geral antielisão”, prevista no par. único do art. 116 do CTN:
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos prati-
cados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos ele-
mentos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
Em atenção à parte final desse dispositivo, essa norma não é autoaplicável, devendo haver
observância a procedimentos previstos em lei ordinária.
Letra b.
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Obrigação Tributária
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c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente
à sua fração, sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse co-
mum consistente na transmissão do bem imóvel.
e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se
houver expressa disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim con-
vencionado.
Nos termos do art. 124 do CTN, as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua fato gerador da obrigação principal são solidariamente obrigadas a cumpri-la.
No caso em apreço, há um fato gerador, que é a propriedade de um imóvel, que gera a obrigação
principal de pagar o tributo pelas três pessoas que têm interesse comum nessa propriedade.
Do ponto de vista do Direito Tributário, eles são devedores solidários.
Letra d.
Diego Degrazia
Professor em cursos para concursos em Porto Alegre e em cursos online. Jornalista. Graduando em Direito.
Atualmente, é auditor-fiscal da Receita Estadual/RS (ICMS-RS), aprovado em 24º lugar no concurso de
2009. Foi assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda, aprovado em 12º lugar. Foi também
aprovado em 1º lugar no concurso de analista de Orçamentos do Ministério Público da União. É o fundador
do Grupo de Estudos do Degrazia, no Facebook, comunidade que reúne mais de 11 mil concurseiros de
todo o País. Orientador de alunos, ajudou diretamente na aprovação de diversos alunos nos principais
concursos fiscais do País, em especial na 1º colocação do ICMS-SC.
Lis Ribas
Auditora Pública Externa do TCE-RS, Especialista em Direito Tributário pela UFBA (2014), já advogou na
área tributária e foi aprovada nos seguintes concursos: Analista do MP-AL (2018); Auditora TCM-BA
(2018); Analista de Planejamento e Orçamento da Câmara Municipal de Maceió-AL (2018); Analista de
Controle Interno de Maceió (2017).
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