Você está na página 1de 80

DIREITO

TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Sumário
Obrigação Tributária Principal e Acessória. Fato Gerador da Obrigação Tributária.
Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. Capacidade Tributária..........................................................3
1. Obrigação Tributária.. .................................................................................................................................................3
1.1. Hipótese de Incidência Tributária e Fato Gerador..................................................................................3
1.2. Obrigação Tributária Propriamente Dita....................................................................................................5
1.3. Aspecto Temporal..................................................................................................................................................12
2. Elisão, Evasão e Elusão Fiscal. . .........................................................................................................................16
3. Sujeitos: Ativo e Passivo.......................................................................................................................................19
3.1. Sujeito Ativo.. .............................................................................................................................................................19
3.2. Sujeito Passivo.. ......................................................................................................................................................21
4. Jurisprudência Selecionada. . ...............................................................................................................................31
5. Doutrina Selecionada.............................................................................................................................................34
Resumo................................................................................................................................................................................37
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................40
Questões de Concurso................................................................................................................................................45
Gabarito...............................................................................................................................................................................55
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................56

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA.


FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. SUJEIÇÃO
ATIVA E PASSIVA. SOLIDARIEDADE. CAPACIDADE
TRIBUTÁRIA
1. Obrigação Tributária
1.1. Hipótese de Incidência Tributária e Fato Gerador
O Código Tributário Nacional – CTN prevê as normas gerais relativas à matéria tributária,
e, em seus arts. 113 a 117, dispõe sobre as peculiaridades do fato gerador da obrigação de
pagar tributo e multa – obrigação principal, e do fato gerador da obrigação de praticar atos que
auxiliem a Fazenda Pública na arrecadação e na fiscalização tributária – obrigação acessória.
Nesse sentido, o art. 113 do CTN afirma que há 2 (dois) tipos de obrigações tributárias:
principal e acessória.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

Elas surgem em razão da prática do fato gerador das referidas obrigações, conforme pre-
visão legal.
No que se refere à obrigação principal, segundo a dicção do art. 114, o “fato gerador da
obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.
Assim, o “fato gerador” da obrigação principal é uma:

a) situação que se relaciona a um fato ou a um conjunto de fatos;


b) situação definida em lei, sujeita ao Princípio da Reserva Legal;
c) situação necessária, de modo que sem o acontecimento da situação prevista em lei não nasce
a obrigação tributária;
d) situação suficiente, de forma que basta ocorrer a situação para o surgimento da obrigação tri-
butária.

O que isso quer dizer é o seguinte: há uma situação prevista em lei que descreve quando
deverá ser pago tributo ou penalidade pecuniária.
Na ciência do Direito essa situação é abstrata e deve ser considerada como “hipótese de
incidência tributária”.
Caso uma pessoa pratique o fato descrito como hipótese de incidência tributária, consta-
ta-se o fenômeno da subsunção tributária e o consequente surgimento da obrigação tributária
de pagar tributo ou penalidade pecuniária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Nesse momento, é estabelecido o vínculo obrigacional entre o sujeito passivo (devedor) e


o sujeito ativo (credor) do crédito tributário.
Em síntese, quando a previsão hipotética se realiza na vida real, isto é, no mundo dos fa-
tos, ocorre o “fato gerador”.
É por isso que grande parte da doutrina entende que o termo “fato gerador” imposto pelo
CTN não é muito adequado para definir, abstratamente, as situações necessárias e suficientes
para o nascimento da obrigação tributária.
Os doutrinadores entendem que o Código teria sido mais feliz se, em vez de ter utilizado o
termo “fato gerador” para as situações em abstrato, tivesse se valido da expressão “hipótese
de incidência”, em atenção à real ordem dos eventos que ensejam a obrigação tributária:

Hipótese de
Obrigação
incidência Fato gerador
tributária
tributária

Feitas as devidas considerações, para a sua prova o que importa é você saber que o CTN
usa o termo “fato gerador” em duas acepções:
I – para se referir ao que a doutrina denomina de “hipótese de incidência”; e
II – para se referir ao “fato imponível” ou “fato da vida” que ocorre de forma concreta e acar-
reta o surgimento da obrigação tributária.

"Fato gerador" – em abstrato

• hipótese de incidência tributária.

"Fato gerador" – em concreto

• fato da vida que faz surgir a obrigação de pagar tributo ou penalidade


pecuniária (fato imponível).

Assim, utilizando a denominação proposta pela doutrina, podemos dizer que:


1) a hipótese de incidência tributária é definida em lei;
2) a ocorrência do fato imponível (fato gerador), conforme previsão abstrata, faz nascer a
obrigação tributária principal de pagar tributo e de pagar penalidade pecuniária.
O mesmo raciocínio pode ser utilizado para identificação do surgimento da obrigação aces-
sória, entretanto essa possui algumas peculiaridades:
1) seu “fato gerador” pode ser previsto na legislação tributária (e não somente em lei em
sentido estrito);
2) seu “fato gerador” é uma obrigação de fazer ou não fazer;
3) seu “fato gerador” não pode configurar uma obrigação principal.
Veja o artigo do CTN:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação apli-
cável, impõe a prática ou abstenção de ato que não configure obrigação principal.

Em resumo, a materialização das hipóteses de incidência representa a ocorrência do fato


gerador, o qual faz nascer qualquer uma das espécies de obrigação tributária. Não havendo
fato gerador, não há obrigação tributária.

1.2. Obrigação Tributária Propriamente Dita


Como exposto, as relações jurídico-tributárias nascem a partir do momento em que uma
pessoa pratica o fato previsto em lei, no que se refere à obrigação principal de pagar relativa
à hipótese de incidência de tributo e multa.
No que se refere à obrigação acessória, a relação jurídico-tributária surge a partir do mo-
mento em que uma pessoa pratica fato previsto na legislação que enseja a obrigatoriedade de
realizar ou não atos que auxiliem a Fazenda Pública na fiscalização e arrecadação de tributos.
Em resumo, com a ocorrência do fato gerador surge uma relação obrigacional, em que o
sujeito passivo deve entregar dinheiro ao sujeito ativo, ou em que o sujeito passivo deve fazer
ou não fazer alguma coisa que não seja pagamento do tributo ou de multa.
Ao praticar o referido fato, chamado pelo legislador de fato gerador, nos termos do caput,
art. 113, CTN, nasce:

i) a obrigação tributária principal; e/ou


ii) a obrigação tributária acessória.

Lei

Fato gerador de obrigação principal

Elementos da relação jurídico-tributária


formada:
Sujeito ativo
Sujeito passivo
Obrigação de pagar

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Legislação

Fato gerador de obrigação acessória

Surgimento de vínculo obrigacional:


Sujeito ativo
Sujeito passivo
Obrigação de fazer
Obrigação de não fazer

001. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-AL/2020) No que se refere a legislação tributária,


obrigação tributária e crédito tributário, julgue o item que se segue.
A obrigação tributária principal corresponde a uma prestação pecuniária que tenha como obje-
to o pagamento de tributo ou de multa por descumprimento da legislação tributária e, diferen-
temente da obrigação acessória, submete-se à reserva de lei em sentido formal.

A obrigação tributária principal refere-se à obrigação de pagar tributo ou multa, em atenção


à previsão legal, pois essa é matéria reservada à lei em sentido formal, conforme § 1º do art.
113 do CTN.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Já a obrigação acessória, refere-se à obrigação de cumprir prestações não pecuniárias (positi-
vas ou negativas) que auxiliem na fiscalização ou na arrecadação tributária, conforme § 2º do
art. 113 do CTN.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
Como se vê, a obrigação acessória decorre da legislação tributária, razão pela qual ela não
se submete à reserva de lei em sentido formal, pois pode ser objeto de diversas espécies le-
gislativas.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

002. (ESAF/ANALISTA TÉCNICO DE POLÍTICAS SOCIAIS MPOG/2012) Avalie os itens a se-


guir e assinale a opção correta.
I – A relação jurídico-tributária é, por excelência, uma relação obrigacional, correspondendo a
um vínculo entre o Estado (sujeito ativo), e as pessoas físicas ou jurídicas (sujeitos passivos)
obrigadas ao pagamento de tributo ou penalidade.
II – As multas e os juros, bem como o respectivo crédito são considerados como obrigação
tributária acessória.
III – As obrigações principais existem no interesse da fiscalização ou arrecadação de tributos
e decorrem da legislação tributária.
a) Somente os itens I e II estão corretos.
b) Os itens I, II e III estão corretos.
c) Somente os itens II e III estão corretos.
d) Somente os itens I e III estão corretos.
e) Somente o item I está correto.

I – Certo. A relação jurídico-tributária é formada no momento da ocorrência do fato gerador.


Na ocasião, surge a obrigação tributária, razão pela qual se pode afirmar que essa é uma rela-
ção obrigacional, em que há um vínculo entre o Estado (sujeito ativo), e as pessoas físicas ou
jurídicas (sujeito passivo).
II – Errado. A obrigação acessória é representada por deveres instrumentais que auxiliem o
Fisco na arrecadação e na fiscalização tributária. A obrigação de pagar multa é uma obrigação
tributária principal.
III – Errado. São as obrigações acessórias que existem no interesse da fiscalização ou arreca-
dação de tributos e decorrem da legislação tributária.
Letra e.

003. (FUNDATEC/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/SANTO AUGUSTO-


-RS/2020) No que se refere à obrigação tributária principal e à obrigação tributária acessória,
indique a afirmativa INCORRETA.
a) A obrigação acessória tem por objeto as prestações – positivas ou negativas –, nela previs-
tas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
b) A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.
c) A obrigação principal extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
d) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador.
e) A obrigação principal tem por objeto o pagamento do crédito fiscal, desde que este não se
refira à penalidade pecuniária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

a) Certa, em conformidade com o § 2º art. 113º do CTN:

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
b) Certa, em conformidade com § 3º do art. 113 do CTN. Uma vez descumprida a obrigação
acessória, ela será convertida em obrigação principal.
Considerando que a obrigação principal representa a obrigação de pagar tributo ou penalidade
pecuniária, no tocante a essa conversão, afirma-se que ela é principal em relação à penalidade
pecuniária.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
c) Certa. A obrigação principal se extingue juntamente com a extinção do respectivo crédito
tributário:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
d) Certa, nos termos do § 1º, art. 113 do CTN.
e) Errada. A obrigação principal refere-se ao pagamento tanto do tributo como da penalidade
pecuniária, nos termos do § 1º, art. 113 do CTN.
Letra e.

A obrigação principal, prevista no § 1º, art. 113, CTN, refere-se à obrigação de pagar (i) o
tributo ou (ii) a penalidade pecuniária, a qual se extingue juntamente com a extinção do crédito
tributário que dela decorrer:

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

Quanto à afirmação de que a obrigação principal se extingue com o crédito dela decorrente,
ela ficará mais clara na aula que iremos estudar as formas de extinção do crédito tributário.
Por ora, saiba que a formalização da exigência do tributo passa por algumas fases, e que o
crédito tributário costuma ser constituído em momento posterior ao surgimento da obrigação
tributária.
Uma vez extinto o crédito tributário, nos termos do art. 156 do CTN, considera-se extinta a
obrigação de pagar o tributo ou a multa.
No tópico precedente, vimos que o art. 114 do CTN prevê que “o fato gerador da obrigação
principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Situação necessária, pois a sua ocorrência, conforme previsão legal, é indispensável para
que surja a obrigação, e suficiente, pois o seu acontecimento é o bastante para que surja a
obrigação de pagar tributo ou multa.

Por exemplo, se a lei previr que a propriedade predial e territorial urbana é hipótese de inci-
dência de IPTU, é preciso que haja a referida propriedade para que se constate o fato gerador
desse imposto, sendo esse fato o suficiente para que o contribuinte o pague.

Tratando da obrigação acessória, conforme par. 2º do art. 113 do CTN, é importante ter em
mente que a sua previsão pode ser feita por meio de diversas espécies legislativas, pois o le-
gislador afirma que ela decorre da legislação tributária, diferentemente da obrigação principal,
que deve obrigatoriamente ser prevista em lei:

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

São tipos de obrigações acessórias a emissão de documentos e a elaboração de declara-


ções contábeis pelo devedor que auxiliem a Fazenda Pública na identificação de uma situação
em que há o nascimento da obrigatoriedade de pagar um tributo ou uma penalidade pecuniária.
As prestações positivas, chamadas obrigações de fazer, são reconhecidas facilmente.
Elas são relativas à obrigatoriedade de escriturar livros contábeis e de emitir notas fiscais,
por exemplo.
Já as prestações negativas representam a obrigação de não fazer alguma coisa que auxilie
o Fisco na fiscalização e na arrecadação, como a proibição de comprar produtos de empresas
que são sejam cadastradas na Secretaria de Fazenda respectiva e a permissão para que ele
consulte os livros contábeis da empresa.
De forma prática, a obrigação acessória de apresentar Declaração do Imposto sobre a Ren-
da Retido na Fonte relativa ao ano-calendário de 2019 e a situações especiais ocorridas em
2020 (Dirf 2020) está prevista na Instrução Normativa n. 1.915/2019.
Assim, a hipótese de incidência dessa obrigação tributária está prevista na referida IN.
Uma vez que o contribuinte ou terceiro obrigado, segundo essa espécie normativa, pratique
fato que a gere, está obrigado a cumpri-la.
Outra afirmação importante e esclarecedora quanto à obrigação acessória está no art. 115,
CTN, que prevê que o seu fato gerador é “qualquer situação que, na forma da legislação apli-
cável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal”.
Segundo essa afirmação, as exigências tributárias que não sejam relativas à obrigação de
pagar serão consideradas obrigações acessórias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Quadro Esquemático

Obrigação tributária Pagamento de tributo ou de penalidade


Decorre da lei.
principal. pecuniária.
prestações positivas ou negativas (fazer ou
Obrigação tributária decorre da
não fazer algo, formalidades) no interesse da
acessória legislação
arrecadação ou da fiscalização de tributos.
Além disso, atente-se ao par. 3º, art. 113, CTN. Por meio dele, o legislador faz uma previsão
importante: ele destaca que a obrigação acessória que não for cumprida será convertida em
obrigação principal:

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.

Ocorre que, quando o sujeito passivo não observa as prescrições da legislação tributária
relativas à obrigação acessória, ele deverá ser penalizado. Até por isso, deverá pagar multa.
Essa multa, por imposição do CTN, converte-se em obrigação principal de pagar penali-
dade pecuniária.
Preste bem atenção nesse ponto. A penalidade pecuniária decorrente da não observância
de uma obrigação acessória é tratada pelo CTN como sendo obrigação tributária principal.
Lembre-se de que, embora a penalidade pecuniária não seja considerada tributo, já que ele
não pode ser sanção de ato ilícito, a obrigação de pagá-la nos moldes do CTN nos leva a con-
cluir que essa multa tem natureza tributária.
Com efeito, a autoridade administrativa deve considerar essa inobservância da prestação
como fato gerador de uma nova obrigação tributária principal relativa à penalidade pecuniária.
Inobstante isso, a obrigação de realizar a conduta descrita na norma que impõe a obriga-
ção acessória permanece.
Não basta pagar a penalidade e deixar de fazer o que está prescrito na legislação, pois a
obrigação tributária acessória não desaparece.
O que ocorre, como dito, é o surgimento de uma obrigação tributária principal relativa ao
pagamento de penalidade pecuniária, a qual decorre da inobservância da conduta prevista
como obrigação acessória.
Como se pode inferir, diversos doutrinadores entendem que nesse ponto o Código não foi
muito feliz em sua redação. Não é muito preciso falar em efetiva “conversão” da obrigação
tributária acessória em principal, conforme explicamos. Para fins de prova, no entanto, é impor-
tante que o aluno decore a literalidade do CTN e entenda os conceitos apresentados.
Ainda sobre a obrigação acessória, mesmo que o contribuinte seja isento ou imune ao pa-
gamento de determinado tributo, ele será obrigado a cumpri-la.
Nesse sentido, diferentemente do Direito Civil, a obrigação acessória é autônoma em re-
lação à obrigação principal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

004. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-AL/2020) No que se refere a legislação tributária,


obrigação tributária e crédito tributário, julgue o item que se segue.
No âmbito do direito tributário, prevalece a máxima civilista de que o acessório segue o princi-
pal, de tal forma que a extinção da obrigação principal implica a extinção da obrigação acessó-
ria, dada a relação de subordinação existente entre elas.

Como vimos, a obrigação acessória é autônoma em relação à obrigação principal.


Logo, não é possível afirmar que o acessório segue o principal, não havendo subordinação
entre essas obrigações.
Errado.

005. (ESAF/AUDITOR-FISCAL/RFB/2009/ADAPTADA) Sobre a obrigação tributária principal


e acessória e sobre o fato gerador do tributo, julgue o item a seguir.
A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à obrigação princi-
pal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade.

A obrigação acessória pode ser prevista em diversas espécies normativas, tendo em vista que
o legislador afirma que ela deve ser objeto de “legislação tributária”. Por isso, a instituição de
obrigação acessória não deve atenção ao princípio da estrita legalidade.
Errado.

006. (VUNESP/CONTADOR LEGISLATIVO/CM-MAUÁ-SP/2019) São elementos da obriga-


ção tributária:
a) alíquota, governo, fato gerador e objeto.
b) credor, governo, fato gerador e objeto.
c) devedor, sujeito passivo, fato gerador e alíquota.
d) fato gerador, sujeito ativo, sujeito passivo e objeto.
e) governo, contribuinte, alíquota e lucro.

A relação jurídico-tributária é formada no momento da ocorrência do fato gerador, momento


em que surge a obrigação tributária de pagar ou de cumprir prestações positivas/negativas
(objeto) por um sujeito passivo a um sujeito ativo.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Outro ponto que você deve prestar atenção diz respeito à diferenciação entre obrigação
tributária e crédito tributário.
Com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária e o dever de pagar tributo
pelo sujeito passivo (contribuinte ou responsável), mas o tributo somente se torna exigível pela
Fazenda Pública após a constituição do crédito tributário, por meio do lançamento.

Hipótese de Fato Obrigação Crédito


incidência gerador tributária tributário

No entanto, como já afirmado, embora a obrigação tributária e o crédito tributário não coin-
cidam, coincide o momento da extinção do crédito tributário e da obrigação tributária. Uma vez
extinto o crédito tributário, considera-se extinta a obrigação tributária.
Lembre, ainda, que, caso a legislação dispense o cumprimento da obrigação tributária
acessória, essa disposição deve ser interpretada de forma literal:

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


[...]
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

1.3. Aspecto Temporal


Vamos avaliar agora o momento em que se considera ocorrido o fato gerador.
Para que você aprenda a identificar o momento de ocorrência do fato gerador, vamos tratar:
i. da classificação do fato gerador como instantâneo, periódico ou continuado; e
ii. do fato gerador representado por meio de uma situação de fato, ou por meio de uma
situação jurídica prevista em lei.
Quando o fato gerador de determinado tributo for classificado como instantâneo, afirma-se
que é no momento da ocorrência do fato típico que surge a obrigação tributária de pagar o
tributo. É o caso do ITBI: o seu fato gerador é a transmissão de bens imóveis entre vivos, e no
momento em que a venda é concretizada, por exemplo, nasce a obrigatoriedade de o recolher.
No que se refere ao fato gerador periódico, consideram-se os fatos típicos ocorridos
em determinado período de tempo para apuração do tributo devido. É o caso do IR: o seu
fato gerador é o recebimento de renda pelo empregado, por exemplo, entre 1º de janeiro e 31
de dezembro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Já a classificação do fato gerador como continuado, refere-se a hipóteses em que o fato


gerador do tributo é persistente e constante, e o legislador destaca o momento em que ele
deve ser recolhido. Por exemplo: o IPVA tem como fato gerador a propriedade de veículo au-
tomotor (que é uma situação constante), e o momento de pagá-lo costuma ser 1º de janeiro
de cada ano.
Agora, vamos analisar a classificação dos fatos geradores dos tributos considerando se
ele é uma situação fática ou uma situação jurídica.
O que as diferencia é se o fato típico que gera a obrigação de pagar o tributo refere-se a um
instituto definido por outro ramo do Direito.
O CTN esclarece que, sendo uma situação fática, será considerado como ocorrido o fato
gerador desde o momento em que verifiquem as circunstâncias materiais necessárias para
produção dos efeitos que normalmente lhe são próprios, salvo disposição de lei em contrário
(inc. I, art. 116, CTN).
Tratando-se de uma situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador “desde o mo-
mento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável”, salvo dis-
posição de lei em contrário (inc. II, art. 116, CTN).

Por exemplo, incide ITBI na transmissão de bens imóveis entre vivos. A transmissão é reali-
zada nos moldes do Direito Civil, sendo este o ramo responsável por descrever esse instituto.
Formalizada a transferência, é calculado o referido imposto.

Lembre-se de que, no caso da situação jurídica, é preciso recorrer a outros ramos do Direito
para identificar o momento em que incide o tributo. Esse é o diferencial.

Fato gerador relativo à situação de fato

• considera-se ocorrido desde que verificadas as circunstâncias


materiais necessárias à produção de seus efeitos.

Fato gerador relativo à situação jurídica

• considera-se ocorrido desde o momento em que esteja definitivamente


constituída nos termos do direito aplicável.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

E não para por aí, o legislador ainda trata de situações jurídicas condicionais (art. 117,
CTN), e destaca que há fatos que suspendem ou resolvem determinada situação jurídica en-
sejadora de tributo.
Em outras palavras, o ato/negócio jurídico
(i) que depender de uma condição suspensiva, será considerado perfeito e acabado desde
o momento em que a condição ocorrer; e
(ii) que depender de uma condição resolutória, será considerado perfeito e acabado desde
o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
As situações jurídicas condicionais são subordinadas a um evento futuro e incerto.
Essas situações condicionais podem ser de duas espécies: suspensivas ou resolutórias.
• A condição suspensiva é aquela que suspende os efeitos do negócio ou do ato jurídico
até que o evento futuro ocorra. O negócio jurídico começa sem efeito algum, suspenso,
mas se no decurso do tempo, ocorrer a condição, ele passa a ter efeitos.

Por exemplo, seu pai promete te dar um apartamento se você passar no concurso.
Passar no concurso é condição suspensiva, ficando o contrato suspenso até que você seja
aprovado(a).
Assim, no momento em que houver o “implemento da condição” – aprovação, considera-se
ocorrido o fato gerador, no caso, de ITCD, que é imposto que incide sobre a doação de bens.
• A condição resolutória é aquela que termina com os efeitos do negócio ou ato jurídico
quando ela ocorre.

Por exemplo, seu pai te dá um apartamento, oportunidade em que incide ITCD, porém ele afirma
que se você for reprovado no concurso, você terá que o devolver. No desfazimento do negócio
– devolução – não há incidência do ITCD, novamente.

Nesse sentido, é oportuno lembrar que no caso de condições resolutivas, o FG do tributo


ocorre no momento em que o negócio for celebrado, não ensejando restituição do tributo já
recolhido.
Resumindo, para a caracterização do aspecto temporal do fato gerador decorrente de uma
situação jurídica, é necessário saber se esse negócio ou ato jurídico é dependente de alguma
dessas condições (suspensiva ou resolutória).
Se houver uma condição suspensiva, considera-se o ato ou o negócio perfeito e acabado
desde o momento de seu implemento.
Se houver uma condição resolutória, considera-se o ato ou o negócio perfeito e acabado
desde o momento de sua prática ou celebração.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Ato ou negócio jurídico condicional


reputam-se perfeitos e acabados desde o momento
Sendo a condição suspensiva
do implemento da condição.
reputam-se perfeitos e acabados desde o momento
Sendo a condição resolutória
da sua prática ou celebração.

007. (CESPE/JUIZ ESTADUAL/TJ-PR/2019) Duas pessoas celebraram entre si um contrato


de prestação de serviço sujeito a uma condição suspensiva. A natureza dessa prestação su-
jeita uma das partes ao pagamento de uma taxa, para a qual não há regramento específico na
hipótese de negócio jurídico condicional.
Nessa situação, o fato gerador da obrigação tributária principal ocorre no momento
a) da efetiva prestação do serviço.
b) da celebração do negócio jurídico.
c) da prática do ato jurídico condicional.
d) do implemento da condição suspensiva.

A questão trata de situações condicionais, em especial, suspensivas.


Nesse caso, é no momento em que ocorre a condição suspensiva que se considera ocorrido o
fato gerador da obrigação tributária principal.

Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Letra d.

Ademais, é importante pontuar que o art. 118 do CTN prevê que a ocorrência do fato gera-
dor deve ser avaliada por si só, independentemente das circunstâncias que o permeiam, impor-
tando para sua constatação tão somente a prática do fato previsto em lei.

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:


I – da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou ter-
ceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Isso quer dizer que, para o surgimento da obrigação tributária, a ocorrência do fato gerador
é suficiente, não importando se o ato foi praticado por alguém incapaz, por exemplo, ou se de-
corre de um procedimento nulo ou ineficaz.
Se o fato gerador ocorrer, nasce a obrigação tributária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

2. Elisão, Evasão e Elusão Fiscal


A prática de determinados atos a fim de reduzir a carga tributária a ser paga pelo sujeito
passivo da obrigação tributária, ou a fim de que não haja obrigação de pagar tributo, pode ser
caracterizada por meio de três institutos: elisão, evasão e elusão fiscal.
Como você verá, eles expressam condutas adotadas pelo sujeito passivo com a intenção
de se esquivar do pagamento de tributos.
A elisão fiscal é uma forma lícita de reduzir ou extinguir o tributo devido em razão da ocor-
rência de fato gerador. Essa tributação mais favorável ao contribuinte é concretizada por meio
da elaboração de um planejamento tributário, conforme previsões legais.
Por meio dele, identificam-se, por exemplo, benefícios fiscais que são concedidos a de-
terminados contribuintes. Nesse caso, adotando os procedimentos exigidos pela lei que os
concedem, a tributação será mais benéfica.

Outro exemplo de elisão fiscal diz respeito ao ICMS. A empresa pode optar por abrir uma loja
para vender determinados produtos em um estado onde a alíquota do ICMS for menor.

Como é possível perceber, a elisão fiscal é caracterizada antes do fato gerador.


Ocorre que, essa é a regra. A elisão fiscal pode ocorrer também após a ocorrência do
fato gerador.
Lembre-se do Imposto de Renda. O contribuinte (pessoa física) aufere renda durante deter-
minado ano, e, somente no ano seguinte, no momento da elaboração da declaração, é feito o
cálculo do IR efetivamente devido pelo contribuinte.
Na ocasião, há a possibilidade de apuração do IR por meio do desconto simplificado (20%)
ou de deduções legais, podendo o contribuinte, portanto, optar pela tributação mais favorável
após a ocorrência do fato gerador. Trata-se de uma elisão feita após o FG, perfeitamente legal.
Na elusão fiscal (elisão ineficaz), o contribuinte utiliza formas lícitas para reduzir ou zerar
a carga trazida. Porém, embora lícitas, não correspondem à realidade dos fatos, sendo fruto
de um planejamento tributário simulado.
Nesse caso, pode-se afirmar que há abuso das formas pelo contribuinte, que simula uma
situação, antes ou após o ato gerador.
O Fisco, ao constatar a intenção do contribuinte de manipular os fatos, deve desconside-
rar a dissimulação e cobrar o tributo devido.

DICA
Para facilitar sua memorização, pense em “elusão” como uma
“ilusão” criada pelo contribuinte para pagar menos imposto,
feita de forma falsa, ou seja, planejou uma “ilusão”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Já a evasão fiscal representa o comportamento ilícito do contribuinte, que tenta omitir da


Fazenda Pública a real operação, ou até mesmo confundi-la.
Por meio da evasão fiscal, podemos identificar fraude tributária, casos de sonegação fiscal
ou simulação, que são formas de esconder do Fisco a ocorrência do fato gerador.

Por exemplo, uma empresa vende mercadorias por R$100,00, mas emite nota fiscal de R$50,00.
Essa atitude acarretará o recolhimento de ICMS a menor.

Garantindo que o contribuinte não utilize meios ardilosos e ilegítimos para apuração do
tributo devido, o legislador ordinário destacou a seguinte previsão do CTN:

Art. 116, parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídi-
cos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabe-
lecidos em lei ordinária.

A redação desse dispositivo expressa a conhecida “norma geral antielisão”.


Repare que, embora a norma seja intitulada de “antielisão”, o que ela visa coibir é a elisão
ineficaz, também chamada de elusão fiscal.
Elisão fiscal Elusão fiscal (elisão ineficaz/ilícita) Evasão fiscal

Planejamento Simulação de um negócio aparentemente


Sonegação fiscal.
tributário lícito. lícito. Há abuso de formas.

008. (VUNESP/CONTADOR/TRANSERP/2019) Trata-se da execução de procedimentos, an-


tes do fato gerador, para reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da obrigação tributária,
caracterizando, assim, a legitimidade do planejamento tributário.
a) Evasão fiscal.
b) Guerra fiscal.
c) Elisão fiscal.
d) Renúncia fiscal.
e) Política fiscal.

A elisão fiscal é uma forma lícita de reduzir ou extinguir o tributo devido em razão da ocorrên-
cia de fato gerador, que, em regra, ocorre antes do fato gerador.
Lembre-se de que o planejamento tributário se dá por meio desse instituto.
Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

009. (ESAF/PROCURADOR/PGFN/2012/ADAPTADA) Sobre o chamado “abuso de formas”,


tema relacionado à interpretação econômica do direito tributário, julgue o item a seguir.
A doutrina e a jurisprudência entendem que o planejamento tributário feito antes da ocorrência
do fato gerador é lícito, enquanto aquele realizado após a ocorrência do fato gerador é ilícito.

O planejamento tributário realizado a fim de reduzir a carga tributária incidente sobre determi-
nada situação costuma ser efetuado antes do fato gerador.
No entanto, ele também pode ser realizado após o fato gerador.
Nas duas hipóteses ele pode ser lícito (elisão fiscal) ou ilícito (evasão fiscal).
Há ainda o instituto da elusão fiscal (elisão ineficaz ou ilícita), que representa a utilização de
formas legais para redução da carga tributária, mas esse planejamento é ilícito, pois realizado
com base em situações simuladas pelo contribuinte a fim de se beneficiar.
Errado.

010. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2007/ADAPTADA) Julgue o


item a seguir. Quando o Código Tributário Nacional, em seu art. 116, parágrafo único, prevê
a possibilidade de que a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou
a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos
a serem estabelecidos em lei ordinária, podemos afirmar que estamos diante de norma geral
antielisão.

A elisão fiscal é uma forma lícita de reduzir ou extinguir o tributo.


Já a elusão fiscal (elisão ineficaz) é caracterizada quando o contribuinte utiliza formas lícitas
para reduzir ou zerar a carga trazida, mas elas não correspondem à realidade dos fatos, sendo
fruto de um planejamento tributário simulado.
A fim de evitar que o contribuinte não utilize meios ardilosos e ilegítimos para apuração do
tributo devido, o legislador ordinário destacou que o Fisco tem o poder de desconsiderar as
simulações feitas pelo contribuinte e cobrar o tributo devido, conforme a real situação:

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos prati-
cados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos ele-
mentos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
A redação desse dispositivo expressa a conhecida “norma geral antielisão”.
Repare que, embora a norma seja intitulada de “antielisão”, o que ela visa coibir é a elisão inefi-
caz, também chamada de elusão fiscal.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

3. Sujeitos: Ativo e Passivo


Neste tópico, trataremos dos elementos subjetivos da obrigação tributária.
Com a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, for-
ma-se uma relação jurídico-tributária que tem como partes o sujeito ativo e o sujeito passivo.

3.1. Sujeito Ativo


O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da com-
petência para exigir o seu cumprimento.
Em regra, o referido sujeito ativo é o ente que tem a competência para instituir o tributo,
segundo a Constituição Federal. Veja o art. 119 do CTN:

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência

para exigir o seu cumprimento.

No entanto, conforme estudado na aula de competência, é possível a transferência da ca-


pacidade tributária ativa.
Nesses casos, aquele que a recebe torna-se sujeito ativo da obrigação tributária. É o caso
dos municípios que optam por fiscalizar e arrecadar o ITR.
Vamos ver os esquemas da aula de competência que trata desse assunto para recordá-lo?

Poder para instituir


Indelegável
tributo
COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA

Transferível à PJ de
direito público
Função de arrecadar
Se transferida à PJ de dir.
privado, não se considera
como delegação

Capacidade tributária Transferível à PJ de


Função de fiscalizar
ativa direito público

Função de executar leis,


Transferível à PJ de
serviços, atos ou dec.
direito público
adm.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Segundo a redação do CTN, o sujeito ativo só pode ser pessoa jurídica de direito público.
No entanto, considerando a Súmula n. 396 do STJ, que afirma que “A Confederação Nacio-
nal da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural”, pode-
mos constatar que o STJ entende que pessoa jurídica de direito privado pode ser sujeito ativo.
Leve essa informação para a sua prova e tenha cautela ao responder uma questão objetiva
sobre o tema.
Atente-se ao seu comando: se o examinador solicitar a resposta conforme o CTN, o sujeito
ativo somente será pessoa jurídica de direito público; e se o examinador solicitar a resposta
conforme a jurisprudência, pode-se considerar que a pessoa jurídica de natureza privada tam-
bém poderá estar no polo ativo da relação jurídico-tributária.
Outra peculiaridade interessante sobre o tema diz respeito aos casos em que houver des-
membramento da pessoa jurídica de direito público.
Nessa hipótese, até que a legislação tributária da nova pessoa jurídica entre em vigor, ela
atuará conforme a legislação da pessoa jurídica originária.

Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria.

011. (CESPE/JUIZ ESTADUAL/TJ-PR/2019) De acordo com o Código Tributário Nacional, o


sujeito ativo da obrigação tributária principal é a pessoa
a) jurídica de direito público titular da competência de exigir o cumprimento da obrigação.
b) jurídica de direito público destinatária do produto da arrecadação do referido tributo.
c) física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária de natureza
tributária.
d) física ou jurídica que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitui o respec-
tivo fato gerador.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Nos termos do art. 119 do CTN, o “sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito
público, titular da competência para exigir o seu cumprimento”.
Nesse sentido, a alternativa a está correta.
Pontue-se que na alternativa c está descrito o conceito de sujeito passivo da obrigação tribu-
tária, e, na alternativa d, está descrito o conceito de contribuinte, que é uma das espécies de
sujeito passivo.
Letra a.

3.2. Sujeito Passivo


O sujeito passivo da obrigação tributária é o devedor, é a pessoa obrigada a cumprir a
obrigação principal ou acessória.
Lembre-se de que, conforme estudado na aula de princípios, segundo o inc. III do art. 97 do
CTN, somente a lei pode estabelecer quem é o sujeito passivo.
Tratando-se de impostos, o legislador constituinte foi mais exigente, ele destacou que é a
lei complementar que deve fazer tal previsão, conforme a alínea “a”, inc. III, art. 146 da CF/88.
Quanto ao sujeito passivo da obrigação principal, esse é representado pela pessoa obri-
gada a pagar o tributo ou a penalidade pecuniária, e pode ter vínculo direto ou não com o
fato gerador.
Segundo o art. 121 do CTN, há duas espécies de sujeito passivo da obrigação tributária
principal: contribuintes ou responsáveis:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.

Aquele que tem relação direta e pessoal com o fato gerador se chama contribuinte, en-
quanto terceiro obrigado a cumprir a obrigação principal, segundo determinação legal, se
chama responsável.
Conforme já estudado, quanto tratamos da classificação do tributo quanto à repercussão
do ônus tributário, vimos que o tributo pode ser direto ou indireto.
Quanto ao tributo indireto, a repercussão do seu ônus econômico pode recair sobre um ter-
ceiro, distinto do contribuinte previsto em lei, que suportará a carga tributária, sendo possível
identificar, nesse caso, dois tipos de contribuinte: contribuinte de direito e contribuinte de fato.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Contribuinte de direito é aquele que pratica o fato gerador e é obrigado ao pagamento do


tributo, conforme a lei, enquanto o contribuinte de fato representa aquele que arca efetivamen-
te com o encargo financeiro do tributo.
É importante você ter em mente que a hipótese de incidência do tributo é determinante
para identificação do contribuinte. A depender do objeto do fato gerador, o contribuinte pode
ser o titular, agente, ou beneficiário de algum ato estatal.
Se o tributo surgir em razão da prática de uma ação, o contribuinte será o agente do respec-
tivo ato. Por exemplo, auferir renda é fato gerador do IR, assim, quem pratica a ação de auferir
renda é contribuinte do IR.
Se o tributo surgir em razão da propriedade ou posse de algo, o contribuinte será o titular
do respectivo direito de propriedade ou de posse.
Por exemplo, o proprietário de uma casa na zona urbana é contribuinte do IPTU, tendo em
vista que incide IPTU sobre a propriedade predial e territorial urbana.
Se o tributo surgir em razão de alguma ação do Poder Público que beneficie determinada
pessoa, o contribuinte será o beneficiário do respectivo ato.

Por exemplo, o proprietário de imóvel na zona urbana é contribuinte da taxa de coleta de lixo
domiciliar, tendo em vista que ele se beneficia desse serviço prestado pelo Estado.

Contribuinte Responsável

• Relação pessoal e direta com o • Não tem relação pessoal e


FG. direta com o FG.
• Obrigação decorre de lei.

Há ainda casos em que mais de uma pessoa está vinculada diretamente ao núcleo do fato
gerador, e somente lei editada pelo ente competente para criação do respectivo tributo é que
terá competência para destacar quem será o contribuinte.
É o caso do ITBI. Na transmissão de bens imóveis entre vivos, tanto o adquirente como o
alienante estão ligados de forma direta e pessoal ao fato gerador desse imposto.
No entanto, a lei local é que determinará quem será obrigado a pagar o ITBI, se o alienante
ou o adquirente.
No que se refere ao sujeito passivo da obrigação acessória, o legislador não fez a distin-
ção entre contribuinte e responsável.
Segundo o art. 122 do CTN, o sujeito passivo dessa obrigação é a pessoa obrigada pela
legislação tributária a cumprir as prestações positivas ou negativas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam
o seu objeto.

Interessa-nos tratar ainda dos casos em que particulares acordam que quem deve pagar o
tributo é uma pessoa diferente daquela prevista em lei como contribuinte ou responsável.
Embora as partes possam fazer tal acordo, como costuma acontecer, por exemplo, com
a obrigatoriedade de pagar IPTU pelo locatário, esse acordo não prosperará perante o Fisco,
conforme previsão do art. 123, CTN:

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Caso o locatário não pague o IPTU, não é ele que será demandado pela Fazenda Pública. É
o proprietário do imóvel, o qual pode ajuizar uma ação de regresso contra o locatário para plei-
tear o valor do IPTU. Entretanto, essa ação de regresso não envolverá a Fazenda, que cobrará
do proprietário, independentemente se este vai cobrar depois do locatário ou não.

012. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) No que se refere a aplicação da lei e res-


ponsabilidade tributária, julgue o item seguinte.
É incompatível com o Código Tributário Nacional lei distrital que admita a indicação do sujeito
passivo do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) pelas partes no contrato de com-
pra e venda de imóvel, pois as convenções particulares não são oponíveis à fazenda pública.

Em regra, não é possível que convenções particulares que preveem a responsabilidade de pa-
gar o tributo sejam opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito pas-
sivo das obrigações tributárias correspondentes.
No entanto, em razão da expressão “salvo disposição em contrário”, prevista no início do art.
123 do CTN, conclui-se que o legislador pode permitir que convenção particular destaque quem
deve pagar o tributo.
Errado.

013. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/MANAUS/2019) O Código Tributário Na-


cional estabelece regras relativas ao sujeito ativo e ao sujeito passivo de obrigações tributá-
rias. De acordo com esse Código,
a) o sujeito ativo da obrigação principal é a pessoa natural ou jurídica obrigada ao pagamento
de imposto devido antecipadamente por substituição tributária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

b) diferencia-se o sujeito ativo do sujeito passivo da obrigação acessória, porque o primeiro é o


que paga o tributo antes do vencimento, enquanto que o segundo é o que paga tributo vencido,
com os devidos acréscimos legais.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condição
de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
d) o sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo por
meio de estampilha ou selo.
e) o sujeito ativo é o contribuinte de obrigação acessória, enquanto que o sujeito passivo é o
sujeito ativo que deixou de pagar tributo no prazo fixado em lei.

a) Errada. Segundo o art. 119 do CTN, o “sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direi-
to público, titular da competência para exigir o seu cumprimento”.
b) Errada. A primeira parte da alternativa está errada, pois não confere com a definição de su-
jeito ativo exposta no item anterior.
Quanto à segunda parte da alternativa, ela também está errada, pois o sujeito passivo da obri-
gação principal, segundo o art., 121 do CTN, “é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária”.
c) Certa. Há 2 tipos de sujeito passivo da obrigação principal: contribuinte e responsável.
Segundo inc. I do par. único do art. 121 do CTN, contribuinte é aquele que tenha relação pesso-
al e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
O responsável, conforme o inc. II do par. único do art. 121 do CTN, é a pessoa que, quando, sem
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei. Logo,
a alternativa c está correta.
d) Errada. O sujeito passivo da obrigação acessória “é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto”, nos termos do art. 122 do CTN.
e) Errada, pois contraria as definições de sujeito ativo e de sujeito passivo vistas anteriormente.
Letra c.

014. (FCC/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/MANAUS-AM/2019) O Município


de “Nova Esperança” (Município fictício) resultou do desmembramento territorial do Município
de “Todos os Santos” (Município fictício), que perdeu parte de seu território. No tocante, por
exemplo, ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no território que passou a constituir o
novo Município, o Código Tributário Nacional estabelece que o Município de
a) “Nova Esperança”, salvo disposição de lei em contrário, sub-roga-se nos direitos do Muni-
cípio de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

b) “Todos os Santos”, desde que haja previsão expressa de lei, sub-roga-se nos direitos do Mu-
nicípio de “Nova Esperança”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.
c) “Nova Esperança”, desde que haja previsão expressa de lei, sub-roga-se nos direitos do Mu-
nicípio de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.
d) “Todos os Santos” sub-roga-se nos direitos do Município de “Nova Esperança”, relativamen-
te ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no território do Município que acaba de
ser criado.
e) “Nova Esperança”, desde que haja previsão expressa de lei complementar, sub-roga-se nos
direitos do Município de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis
localizados no território do Município que acaba de ser criado.

Para responder esta questão, é preciso ter conhecimento do art. 120 do CTN:

Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria.
Segundo esse dispositivo, o novo município deve se sub-rogar nos direitos do município
originário.
No caso descrito na questão, o Município “Nova Esperança” pode instituir o IPTU relativamente
aos imóveis situados em seu território, com base na legislação vigente no Município de “Todos
os Santos”, salvo disposição de lei em contrário.
Letra a.

3.2.1. Capacidade tributária passiva

O sujeito passivo da relação jurídico-tributária é determinado por meio de lei, em atenção


ao inc. II do art. 97 do CTN:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


[...]
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo.

O CTN traz a definição da sujeição passiva em seu artigo 121:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.

Partindo da ideia de que o sujeito passivo é aquele obrigado ao pagamento do tributo ou


da penalidade pecuniária, precisamos ainda indagar quem estará apto para figurar como tal.
A obrigação tributária nada mais é do que uma obrigação peculiar, de direito público co-
gente, em que existe um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto a ser cumprido que – no
caso da obrigação tributária principal – é o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária.
Para figurar nessa relação, o sujeito passivo precisa deter a capacidade tributária passiva.
Diferentemente do que está delimitado no âmbito do Direito Civil, em que, para figurar no
polo passivo de uma obrigação, o sujeito passivo precisa ser capaz de realizar atos no mundo
jurídico, no Direito Tributário basta que o sujeito passivo ou realize o fato tributário, ou tenha
relação com ele, ou que a lei o defina como responsável.
Isso quer dizer que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil!
Com base nesse raciocínio, para compreender melhor a capacidade tributária passiva, ima-
gine que o proprietário de um imóvel seja um menor de 10 anos de idade. Sem a anuência
de um maior responsável, ele não pode realizar atos da vida civil relacionados a esse imóvel,
como a sua venda.
Nesse sentido, você deve estar se questionando se o menor de 10 anos de idade deverá pa-
gar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, ou seja, se ele tem capacidade
para ser contribuinte desse imposto. De acordo com o CTN, sim!
Note o disposto no art. 126, o qual previu que a capacidade tributária passiva independe da
capacidade civil das pessoas naturais, e de outras circunstâncias:

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I – da capacidade civil das pessoas naturais;
II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício
de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negó-
cios;
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade eco-
nômica ou profissional.

Nesse sentido, por exemplo, se os civilmente incapazes (conforme o Código Civil) praticarem
fatos geradores de tributos, eles figurarão como sujeito passivo nas relações tributárias, pois
deterão capacidade para tal.
Se eles não a tivessem, certamente inúmeros adultos comprariam imóveis e colocariam em
nome de seus filhos para se esquivarem da obrigatoriedade de pagar o tributo, não é mesmo?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

A mesma situação ocorre quando a pessoa que realiza o fato gerador está privada ou limitada
do exercício de determinada atividade civil, comercial ou profissional, ou da administração
direta de seus bens ou negócios.
Mesmo que o advogado, por exemplo, esteja irregular perante a OAB, impedido de advogar,
caso realize o fato jurídico sujeito ao imposto sobre a prestação de serviços, deterá capacida-
de tributária passiva e deverá pagar o tributo respectivo.

Além de a capacidade tributária passiva independer da capacidade civil das pessoas natu-
rais, e do fato de essas pessoas estarem privadas de praticar determinados atos na vida civil,
o legislador também fez previsão quanto às empresas (pessoas jurídicas).
No que se refere às pessoas jurídicas, o legislador assegura que basta a constatação de
que há uma unidade econômica e profissional para que seja identificada a capacidade tribu-
tária para ser sujeito passivo de uma obrigação tributária, seja principal ou acessória.

Da capacidade civil das pessoas


Capacidade tributária
passiva independe:

naturais

De achar-se a pessoa natural


sujeita a medidas que importem
privação ou limitação

De estar a pessoa jurídica


regularmente constituída

015. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA-PI/AUDITOR-FISCAL/2016) Joãozinho, com seis


anos de idade, recebeu doação de seus avós, a qual foi devidamente aceita pelos seus pais,
em seu nome. Marcelo, empresário, perdeu o direito de administrar diretamente os seus bens,
desde a decretação da falência de sua empresa, consoante o que determina o art. 103 da Lei
Federal no 11.101/05. A empresa Serviços Gerais Ltda., prestadora de serviços previstos na
Lista de Serviços anexa à Lei Complementar Federal no 116/03, funciona sem a devida inscri-
ção no Cadastro de Contribuintes do ISS do Município em que se localiza, mas atua comercial-
mente como se regular fosse. Por determinação judicial, Maria Luisa encontra-se internada em
hospital para doentes mentais, por sofrer de moléstia que a impede de praticar os atos do dia

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

a dia, em razão de profunda alienação mental. De acordo com as regras do Código Tributário
Nacional, atinentes à capacidade tributária das pessoas para serem sujeitos passivos de obri-
gação tributária principal,
a) a empresa Serviços Gerais Ltda. reveste a condição de sujeito passivo do IPTU relativo ao
terreno que a referida sociedade adquiriu e no qual se localiza a sede da referida empresa.
b) Maria Luisa, que perdeu suas faculdades mentais, não reveste, por causa disso, a condição de
sujeito passivo do Imposto de Renda, embora aufira rendimentos tributáveis por esse imposto.
c) Marcelo não pode ser identificado como sujeito passivo do IPVA de veículo de sua proprie-
dade, em relação aos fatos geradores ocorridos após a perda do direito de administrar seus
bens, justamente por causa dessa perda.
d) a empresa Serviços Gerais Ltda. não reveste a condição de sujeito passivo do ISS em rela-
ção aos serviços que presta, porque não está regularmente constituída, ainda que configure,
indubitavelmente, uma unidade econômica.
e) Joãozinho, por ser menor de idade, não pode ser identificado como sujeito passivo do IT-
CMD incidente sobre a doação recebida, ainda que a lei ordinária competente preveja que o
donatário é o contribuinte desse imposto.

Como visto, o CTN destaca que a capacidade de ser sujeito passivo da obrigação tributária
independe:

I – da capacidade civil das pessoas naturais;


II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício
de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negó-
cios;
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade eco-
nômica ou profissional.
Assim, embora a empresa Serviços Gerais Ltda esteja irregularmente constituída, ela tem ca-
pacidade de ser sujeito passivo das relações jurídico-tributárias.
Letra a.

3.2.2. Solidariedade

A solidariedade na sujeição passiva refere-se às situações em que o polo passivo da rela-


ção jurídico-tributária é composto por duas ou mais pessoas.
A solidariedade, nos termos do art. 124, CTN, pode ser dar em razão:
I – de interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
II – de determinação legal.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação
principal;
II – as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

O item (i) refere-se à solidariedade comum, enquanto o item (ii) refere-se à solidarie-
dade legal.
Independentemente da natureza da solidariedade, o Fisco pode cobrar o tributo de qualquer
um dos devedores, sem que seja obrigado a cobrá-lo, primeiramente, de determinada pessoa.
Nesses casos, se o Fisco exigir o cumprimento da obrigação tributária a somente um dos
devedores solidários, este responderá pela integralidade do débito.
É por essa razão que se afirma que não há benefício de ordem na solidariedade passi-
va. Sendo constatada a existência de devedores solidários, não há privilégio de um em rela-
ção ao outro.
Uma vez constatada a solidariedade, ela produzirá efeitos, conforme o art. 125 do CTN:

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I – o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente
a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III – a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.

Havendo pagamento por um dos devedores solidários, em função da indivisibilidade da


obrigação, ele será aproveitado pelos demais, salvo disposição de lei em contrário.
Assim, se um dos proprietários de determinado imóvel pagar o IPTU relativo a determinado
ano, o outro proprietário não tem mais obrigatoriedade de pagá-lo, pois considera-se quitada
a dívida tributária.
Quanto à afirmação de que a concessão de isenção ou remissão do crédito tributário exo-
nera todos os devedores solidários, atente-se para o fato de que ainda não estudamos os
institutos da isenção e da remissão.
A isenção, como já pontuado em nosso curso, representa uma forma de exclusão do cré-
dito tributário, enquanto a remissão representa o perdão da dívida pelo Fisco, sendo esta uma
forma de extinção do crédito tributário.
Em regra, a isenção ou remissão, vinculada a situações em que há solidariedade tributária,
beneficiará todos os devedores.
No entanto, há hipóteses em que a isenção/remissão é concedida, pessoalmente, a so-
mente um dos devedores, e, nesses casos, permanecerá a solidariedade quanto aos demais
devedores solidários, salvo disposição de lei em contrário.

Por exemplo, se três irmãos são proprietários de um imóvel e devem R$600,00 a título de IPTU,
e, segundo a lei local, somente um deles tem direito à isenção, em razão de suas caracterís-
ticas pessoais, este será exonerado do pagamento do imposto, de forma proporcional, e os
outros dois deverão arcar com a dívida remanescente de R$400,00.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Previu ainda o legislador quanto aos casos em que houver a interrupção da prescrição em
favor ou contra um dos devedores solidários: esta favorecerá ou prejudicará aos demais, sal-
vo disposição de lei em contrário.
A prescrição é uma forma de extinção do crédito tributário, que se concretiza em função
de alcance de determinado prazo sem que tenha sido ajuizada a competente ação judicial para
cobrança do débito.
Conforme será estudado na aula que trataremos desse assunto (extinção do CT), você
verá que os casos de interrupção da prescrição zeram a contagem do prazo prescricional e
constam no art. 174 do CTN:

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data
da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II – pelo protesto judicial;
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.

Por fim, saiba que o nosso sistema tributário admite a solidariedade passiva, mas não ad-
mite a solidariedade ativa.

016. (CESPE/ERSPT/ANATEL/2014) No que concerne à sujeição tributária ativa e passiva e


a solidariedade e domicílio tributários, julgue o próximo item.
Se duas pessoas tiverem interesse comum em situação que constitua o fato gerador de uma
obrigação tributária principal, essas pessoas serão solidariamente responsáveis, na exata or-
dem da dimensão do interesse econômico de cada uma delas.

Na solidariedade não há benefício de ordem, pois a dívida pode ser cobrada em sua integrali-
dade de qualquer um dos devedores.
É irrelevante, pois, para a solidariedade, a ordem da dimensão do interesse econômico dos
envolvidos.
O que conta para esses casos é o envolvimento das pessoas no fato gerador da obrigação e
não o grau de interesse de cada uma das partes.
Errado.

017. (CESPE/ERSPT/ANATEL/ANATEL/2014) No que concerne à sujeição tributária ativa e


passiva e a solidariedade e domicílio tributários, julgue o próximo item.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Se dois contribuintes forem solidariamente responsáveis por uma obrigação tributária, o ad-
vento de uma remissão geral objetiva do crédito afetará igualmente aos dois devedores.

Como a questão fala em remissão geral, ou seja, todos os devedores serão afetados por essa
benesse, podemos considerar a questão correta.
Note a redação do inc. II do artigo 125 do CTN:

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
[...]
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente
a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
É importante lembrar, entretanto, que há a possibilidade de haver remissão em caráter individu-
al, ficando, assim, os demais devedores obrigados a arcar com a obrigação pelo saldo.
Certo.

4. Jurisprudência Selecionada
1) Imunidade tributária – Necessidade de manutenção dos livros fiscais (Transcrições)
(v. Informativo 668) RE 250844/SP* RELATOR: Min. Marco Aurélio Relatório: O recurso
extraordinário foi interposto, com alegada base na alínea “a” do permissivo constitucional,
contra acórdão proferido pelo Primeiro Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo
que implicou o não acolhimento de pedido formulado em apelação. A decisão ficou ali-
cerçada nos seguintes fundamentos (folha 328):... embora não se possa negar que o
Hotel Escola SENAC de Águas de São Pedro goze de imunidade tributária, é forçoso
concluir que está obrigado a utilizar e manter documentos, livros e escrita fiscal de suas
atividades, assim como está sujeito à fiscalização dos poderes públicos. Os embargos
declaratórios que se seguiram foram desprovidos (folhas 338 e 339). O recorrente argui
ofensa ao artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Carta da República. Consoante alega, sendo
entidade educacional de direito privado, sem fins lucrativos, goza de imunidade tributá-
ria e, por não ser contribuinte do Imposto sobre Serviços, não lhe cabe o cumprimento
da obrigação acessória de manter livro de registro do ISS e autorização para a emissão
de notas fiscais de prestação de serviços, documentos exigidos apenas dos contribuin-
tes do tributo (folha 383 a 414). A recorrida não apresentou contrarrazões (certidão de
folha 423). O Juízo primeiro de admissibilidade obstou o trânsito do recurso, processado
em razão do provimento dado ao agravo em apenso, quando consignei: O tema versado
nestes autos está a merecer o crivo de Colegiado desta Corte, uniformizando-se o enten-
dimento sobre o alcance da imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição Federal. É fato constante do acórdão impugnado mediante o extraordiná-
rio: o ora Agravante goza da imunidade tributária relativa aos impostos; mesmo assim,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

concluiu-se estar obrigado a manter documentação fiscal relativa ao Imposto sobre Ser-
viços. Há de apreciar-se o tema sob o ângulo da utilidade e necessidade, valendo notar
que não se trata de simples escrituração contábil, mas escrituração específica, ou seja,
a fiscal, nos moldes da legislação concernente ao imposto. O especial simultaneamente
interposto teve a mesma sorte do extraordinário, seguindo-se a protocolação de agravo,
desprovido no Superior Tribunal de Justiça. A Procuradoria-Geral na República, no pare-
cer de folhas 475 e 476, manifestou-se pela negativa de seguimento ao extraordinário.
É o relatório. Voto: Na interposição este recurso, atendeu-se aos pressupostos gerais
de recorribilidade. O extraordinário, subscrito por profissional da advocacia regularmente
constituída (folha 29), foi protocolado no prazo assinado em lei. Observem a organici-
dade e a dinâmica do Direito. O racionalismo direciona à utilidade, valendo notar que, pelo
princípio do terceiro excluído, ou uma coisa é, ou não é. Pois bem, mostra-se estreme de
dúvidas que o recorrente, Grande Hotel São Pedro – Hotel-Escola SENAC, goza de imu-
nidade tributária. Assim, descabe cogitar de fiscalização quanto à parte fiscal, ou seja, a
alusiva a certo tributo. Tendo sido assentada, no acórdão proferido pelo então Tribunal de
Alçada Civil do Estado de São Paulo, a imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea
“c”, da Constituição Federal, cumpria dar a esse fato as consequências jurídicas próprias,
afastando-se a viabilidade de a Previdência exigir-lhe livros fiscais. O que aconteceria, por
exemplo, se não estivessem em dia – se é que pessoa jurídica imune deva mantê-los em
tal estado? Caberia a imposição de multa, no que se apresenta como sanção de caráter
acessório. Há possibilidade de, sem o principal – obrigatoriedade de recolhimento de
tributo –, cogitar-se de escrituração voltada a controlar esse recolhimento? A resposta
é desenganadamente negativa, porquanto o acessório segue a sorte do principal. Aque-
les que estão cobertos pela imunidade tributária não podem ser compelidos a práticas
próprias aos contribuintes em geral. É como voto. Provejo o extraordinário para assentar
que o recorrente está desobrigado da manutenção dos livros fiscais. Retificação de Voto:
Cumpre ao juiz evoluir, tão logo convencido de assistir maior razão à tese contrária ao
que sustentou inicialmente. Evoluem aqueles que realmente têm segurança para fazê-lo,
sem receio de o perfil ficar respingado. O que temos? Não há a menor dúvida, o Hotel
Escola SENAC de Águas de São Pedro goza de imunidade tributária. Questionamento:
está compelido a manter atualizados os livros, a escrita fiscal? Eis o que revela o artigo
14 do Código Tributário Nacional: Art. 14 – O disposto na alínea c do inciso IV do artigo
9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
O artigo 9º tem esta redação: Art. 9º – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios: (...) IV – cobrar imposto sobre: a) o patrimônio, a renda ou os serviços
uns dos outros; Cuida da imunidade. E se tem no inciso III do artigo 14: “III – manterem”
– aqueles que detêm a imunidade – “escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.” A exigência, portanto,
mostra-se consentânea com o gozo da imunidade tributária, que é o afastamento de tri-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

buto, segundo a Constituição Federal. Evoluo para, no caso, portanto, negar provimento
ao recurso. * acórdão publicado no DJe de 19.10.2012. Grifos nossos
2) TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇO DE TELEFONIA MÓVEL. INADIMPLÊNCIA DOS USUÁ-
RIOS. FURTO DE SINAL (CLONAGEM). INCIDÊNCIA DO TRIBUTO.
1. O fato gerador do ICMS na telefonia é a disponibilização da linha em favor do usuário
que contrata, onerosamente, os serviços de comunicação da operadora. A inadimplên-
cia e o furto por “clonagem” fazem parte dos riscos da atividade econômica, que não
podem ser transferidos ao Estado.
2. Nos termos do art. 118 do Código Tributário Nacional, o descumprimento da operação
de compra e venda mercantil não tem o condão de malferir a ocorrência do fato gerador
do ICMS.
3. Inexiste previsão legal que permita a compensação tributária de ICMS em serviços de
telefonia móvel inadimplidas, ou cujo sinal foi furtado por “clonagem” do aparelho celular.
4. “A exigência tributária não está vinculada ao êxito dos negócios privados.” (REsp
956.842/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, julgado em 20.11.2007, DJ
12.12.2007, p. 408.)
5. Não compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação dos consumidores;
cabe, no caso, à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o recebimento de seus
créditos.
6. Precedentes: AgRg no REsp 1.132.852/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda
Turma, julgado em 23.3.2010, DJe 6.4.2010; AgRg no REsp 987.299/RS, Rel. Min. Denise
Arruda, Primeira Turma, julgado em 7.10.2008, DJe 29.10.2008; REsp 953.011/PR, Rel.
Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 25.9.2007, DJ 8.10.2007, p. 255.
Recurso especial improvido.
(REsp 1189924/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
25/05/2010, DJe 07/06/2010). Grifos nossos
3) PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. LEGI-
TIMIDADE PASSIVA. EMPRESAS PERTENCENTES AO MESMO CONGLOMERADO FINAN-
CEIRO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 124, I, DO CTN. NÃO OCOR-
RÊNCIA. DESPROVIMENTO.
1. “Na responsabilidade solidária de que cuida o art. 124, I, do CTN, não basta o fato
de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico, o que por si só, não tem o
condão de provocar a solidariedade no pagamento de tributo devido por uma das empre-
sas” (HARADA, Kiyoshi. “Responsabilidade tributária solidária por interesse comum na
situação que constitua o fato gerador”).
2. Para se caracterizar responsabilidade solidária em matéria tributária entre duas empre-
sas pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro, é imprescindível que ambas rea-
lizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, sendo irrelevante a mera
participação no resultado dos eventuais lucros auferidos pela outra empresa coligada
ou do mesmo grupo econômico.
3. Recurso especial desprovido.
(REsp 834.044/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
11/11/2008, DJe 15/12/2008)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

5. Doutrina Selecionada
Fato gerador

Analisando-se os fatos geradores sob o ponto de vista de sua ocorrência no tempo (“in sede tem-
porale”, para os italianos), a doutrina tem proposto a seguinte classificação quanto à periodicidade:
fatos geradores instantâneos, periódicos e continuados. Passemos à análise de cada um:
1. Fatos Geradores Instantâneos (ou Simples): a sua realização se dá num determinado momento
de tempo, ‘mediante a pratica de um simples ato’, negócio ou operação singular. O fato gerador
instantâneo se inicia e se completa em um só instante, esgotando-se ‘em determinada unidade de
tempo’, ‘tal qual a luminosidade de um vaga-lume’. Pra cada ato concretizado no mundo real haverá
um fato gerador, ‘uma relação obrigacional tributária autônoma’.
Exemplos:
ICMS, IPI, II, IE, IOF, ITBI, ITCMD, entre outros. Destaque-se que o imposto sobre a renda, embora se
classifique como ‘complexivo’ – como se verá abaixo – pode se enquadrar como ‘instantâneo’, quan-
do se desdobra na modalidade IRRF e IR-Incidente sobre ganho de capital em aplicação financeira.
2. Fatos Geradores Periódicos (ou Complexos): a ‘sua realização se põe ao longo de um espaço de
tempo’, portanto não ocorrem hoje ou amanhã, mas sim durante um longo período, ao longo do qual
se valoriza uma determinada quantia de fatos isolados que, somados, aperfeiçoam o fato gerador
do tributo. Trata-se de ‘fatos, circunstâncias ou acontecimentos globalmente considerados’, ‘com o
transcurso de unidades sucessivas de tempo’, para compor um só fato gerador. São fatos isolados
em um período ou ciclo de formação que serão agregados ‘num todo idealmente orgânico’.
Os fatos geradores complexivos (ou ‘complessivos’, em italiano) recebem outras denominações
sinônimas, na visão de Amílcar de Araújo Falcão: ‘completivos, continuativos, periódicos ou de for-
mação sucessiva’.
Valendo-se de um recurso metaforicamente mnemônico, bem recomendado por Luciano Amaro, tal
instituto assemelha-se a uma partida de futebol que se desenrola durante os noventa minutos, mas
se encerra com o apito final do árbitro. Há que se verificar a partida, como é sabido, não pelo aceno
último do juiz, mas por tudo o que aconteceu durante a sua ocorrência.
O fato gerador complexivo ocorre, em sua forma clássica, quase que exclusivamente com o IR.
A nosso ver, o fato gerador do IR deve ser classificado, quanto ao tempo, em complexo ou comple-
xivo. Não obstante a doutrina mais abalizada já tê-lo associado a fato gerador ‘continuado’, enten-
demos que para concursos públicos, a melhor classificação é a que aproxima o IR a fato gerador
complexo, complexivo ou periódico.
3. Fatos Geradores Continuados (ou Contínuos): a sua realização se dá de forma duradoura e está-
vel no tempo; a matéria tributável tende a permanecer, existindo hoje e amanhã. O fato gerador con-
tinuado – também conhecido por fato gerador de período ou por período certo de tempo – leva um
período para se completar. No Brasil, este período é geralmente de um ano. Daí haver a necessidade
de serem feitos ‘cortes temporais’ para a sua identificação (todo dia 15 de janeiro, por exemplo). Ele
se aproxima do fato gerador instantâneo (porque ele acontece em um dia certo) e também do fato
gerador complexivo, em certa medida.
Ocorre normalmente com os impostos incidentes sobre o patrimônio: IPTU, ITR, IPVA. (Eduardo
Sabbag, em Manual de Direito Tributário, pgs. 847/848, 12ª ed., Editora Saraiva).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Norma geral antielisão

O Congresso Nacional acaba de aprovar lei complementar que introduz alterações no Código Tribu-
tário Nacional, entre as quais está a inclusão de um parágrafo único em seu art. 116, estabelecendo
que a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos pratica dos com
a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária.
Nesse dispositivo, segundo as autoridades da Secretaria da Receita Federal, de onde se originou o
projeto respectivo, estaria consubstanciada a norma geral antielisão, instrumento de que estaria a
necessitar o Fisco para coibir a prática da elisão fiscal e, assim, aumentar a arrecadação.
Embora não exista uniformidade na doutrina, alguns preferem a palavra evasão para designar a for-
ma ilícita de fugir ao tributo, e a palavra elisão para designar a forma lícita de praticar essa mesma
fuga. Na verdade, porém, tanto a palavra evasão, como a palavra elisão, podem ser utilizadas em
sentido amplo, como em sentido restrito. Em sentido amplo significam qualquer forma de fuga ao
tributo, lícita ou ilícita, e em sentido restrito, significam a fuga ao dever jurídico de pagar o tributo e
constituem, pois, comportamento ilícito.
Com efeito, elisão é ato ou efeito de elidir, que significa eliminar, suprimir. E evasão é o ato de eva-
dir-se, a fuga. Tanto se pode dizer elisão fiscal, no sentido de eliminação ou supressão do tributo,
como evasão fiscal, no sentido de fuga ao imposto. Elisão e evasão têm sentidos equivalentes. Se
tivermos, porém, de estabelecer uma diferença de significado entre esses dois termos, talvez seja
preferível, contrariando a preferência de muitos, utilizarmos evasão para designar a conduta lícita,
e elisão para designar a conduta ilícita. Realmente, elidir é eliminar, ou suprimir, e somente se pode
eliminar, ou suprimir, o que existe.
Assim, quem elimina ou suprime um tributo, está agindo ilicitamente, na medida em que está eli-
minando ou suprimindo a relação tributária já instaurada. Por outro lado, evadir-se é fugir, e quem
foge está evitando, podendo a ação de evitar ser preventiva. Assim, quem evita pode estar agindo
licitamente.
Seja como for, essa questão terminológica fica sem importância na medida em que se esclareça o
sentido em que se está empregando uma ou a outra expressão.
O que importa, a rigor, é saber se o comportamento adotado pelo contribuinte para fugir, total ou
parcialmente, ao tributo (evasão fiscal), ou para eliminar, ou suprimir, total ou parcialmente, o tributo
(elisão fiscal), é um comportamento lícito ou ilícito. Em outras palavras, a questão essencial que
deve ser enfrentada é a de saber se em determinado caso ocorreu, ou não, o fato gerador da obriga-
ção tributária e qual a sua efetiva dimensão econômica.
Assim, quando se fala em norma geral antielisão, o que na verdade se tem em vista é uma norma di-
rigida ao intérprete e aplicador da lei tributária, que o autoriza a fugir dos limites da norma tributária
definidora da hipótese de incidência do tributo, para alcançar situações nela não previstas. Abre-se,
então, espaço para uma interminável polêmica a respeito dos referidos limites, vale dizer, em torno
do efetivo alcance da norma definidora da incidência tributária. Polêmica que nos leva ao terreno da
hermenêutica, pois, na verdade, a verdadeira questão que se instaura é urna questão de interpreta-
ção jurídica. Assunto vasto e extremamente complexo, cuja abordagem completa certamente aqui
não se justifica.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Qualquer que seja a posição que se adote, tem-se de admitir que uma norma geral antielisão nada
mais é do que um reforço aos poderes da administração tributária. Colocada, como está, em texto
de lei complementar pode ter sua constitucionalidade contestada, pois colide com o princípio da le-
galidade que tem como um de seus desdobramentos essenciais a tipicidade, vale dizer, a exigência
de definição, em lei, da situação específica cuja concretização faz nascer o dever de pagar tributo.
(Hugo de Brito Machado, em Curso de Direito Tributário, 24 ed., páginas 131-133, Malheiros Editores)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

RESUMO

Legislação

Fato gerador de obrigação acessória

Surgimento de vínculo obrigacional:


Sujeito ativo
Sujeito passivo
Obrigação de fazer
Obrigação de não fazer

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Obrigação tributária Pagamento de tributo ou de penalidade


Decorre da lei.
principal. pecuniária.
prestações positivas ou negativas
Obrigação tributária decorre da (fazer ou não fazer algo, formalidades)
acessória legislação no interesse da arrecadação ou da
fiscalização de tributos.

Hipótese de Fato Obrigação Crédito


incidência gerador tributária tributário

Fato gerador relativo à situação de fato

• considera-se ocorrido desde que verificadas as circunstâncias


materiais necessárias à produção de seus efeitos.

Fato gerador relativo à situação jurídica

• considera-se ocorrido desde o momento em que esteja definitivamente


constituída nos termos do direito aplicável.

Ato ou negócio jurídico condicional

reputam-se perfeitos e acabados desde o


Sendo a condição suspensiva
momento do implemento da condição.

reputam-se perfeitos e acabados desde o


Sendo a condição resolutória
momento da sua prática ou celebração.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Elisão fiscal Elusão fiscal (elisão ineficaz/ilícita) Evasão fiscal

Planejamento Simulação de um negócio aparentemente lícito. Há


Sonegação fiscal.
tributário lícito. abuso de formas.

O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da com-
petência para exigir o seu cumprimento.
O sujeito passivo da obrigação tributária é o devedor, é a pessoa obrigada a cumprir a
obrigação principal ou acessória.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-AL/2020) No que se refere a legislação tributária,
obrigação tributária e crédito tributário, julgue o item que se segue.
A obrigação tributária principal corresponde a uma prestação pecuniária que tenha como obje-
to o pagamento de tributo ou de multa por descumprimento da legislação tributária e, diferen-
temente da obrigação acessória, submete-se à reserva de lei em sentido formal.

002. (ESAF/ANALISTA TÉCNICO DE POLÍTICAS SOCIAIS/MPOG/2012) Avalie os itens a se-


guir e assinale a opção correta.
I – A relação jurídico-tributária é, por excelência, uma relação obrigacional, correspondendo a
um vínculo entre o Estado (sujeito ativo), e as pessoas físicas ou jurídicas (sujeitos passivos)
obrigadas ao pagamento de tributo ou penalidade.
II – As multas e os juros, bem como o respectivo crédito são considerados como obrigação
tributária acessória.
III – As obrigações principais existem no interesse da fiscalização ou arrecadação de tributos
e decorrem da legislação tributária.
a) Somente os itens I e II estão corretos.
b) Os itens I, II e III estão corretos.
c) Somente os itens II e III estão corretos.
d) Somente os itens I e III estão corretos.
e) Somente o item I está correto.

003. (FUNDATEC/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/SANTO AUGUSTO-


-RS/2020) No que se refere à obrigação tributária principal e à obrigação tributária acessória,
indique a afirmativa INCORRETA.
a) A obrigação acessória tem por objeto as prestações – positivas ou negativas –, nela previs-
tas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
b) A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.
c) A obrigação principal extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
d) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador.
e) A obrigação principal tem por objeto o pagamento do crédito fiscal, desde que este não se
refira à penalidade pecuniária.

004. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-AL/2020) No que se refere a legislação tributária,


obrigação tributária e crédito tributário, julgue o item que se segue.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

No âmbito do direito tributário, prevalece a máxima civilista de que o acessório segue o princi-
pal, de tal forma que a extinção da obrigação principal implica a extinção da obrigação acessó-
ria, dada a relação de subordinação existente entre elas.

005. (ESAF/AUDITOR-FISCAL/RFB/2009/ADAPTADA) Sobre a obrigação tributária principal


e acessória e sobre o fato gerador do tributo, julgue o item a seguir.
A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à obrigação princi-
pal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade.

006. (VUNESP/CONTADOR LEGISLATIVO/CM-MAUÁ-SP/2019) São elementos da obriga-


ção tributária:
a) alíquota, governo, fato gerador e objeto.
b) credor, governo, fato gerador e objeto.
c) devedor, sujeito passivo, fato gerador e alíquota.
d) fato gerador, sujeito ativo, sujeito passivo e objeto.
e) governo, contribuinte, alíquota e lucro.

007. (CESPE/JUIZ ESTADUAL/TJ-PR/2019) Duas pessoas celebraram entre si um contrato


de prestação de serviço sujeito a uma condição suspensiva. A natureza dessa prestação su-
jeita uma das partes ao pagamento de uma taxa, para a qual não há regramento específico na
hipótese de negócio jurídico condicional.
Nessa situação, o fato gerador da obrigação tributária principal ocorre no momento
a) da efetiva prestação do serviço.
b) da celebração do negócio jurídico.
c) da prática do ato jurídico condicional.
d) do implemento da condição suspensiva.

008. (VUNESP/CONTADOR/TRANSERP/2019) Trata-se da execução de procedimentos, an-


tes do fato gerador, para reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da obrigação tributária,
caracterizando, assim, a legitimidade do planejamento tributário.
a) Evasão fiscal.
b) Guerra fiscal.
c) Elisão fiscal.
d) Renúncia fiscal.
e) Política fiscal.

009. (ESAF/PROCURADOR/PGFN/2012/ADAPTADA) Sobre o chamado “abuso de formas”,


tema relacionado à interpretação econômica do direito tributário, julgue o item a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

A doutrina e a jurisprudência entendem que o planejamento tributário feito antes da ocorrência


do fato gerador é lícito, enquanto aquele realizado após a ocorrência do fato gerador é ilícito.

010. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2007/ADAPTADA) Julgue o


item a seguir. Quando o Código Tributário Nacional, em seu art. 116, parágrafo único, prevê
a possibilidade de que a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou
a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos
a serem estabelecidos em lei ordinária, podemos afirmar que estamos diante de norma geral
antielisão.

011. (CESPE/JUIZ ESTADUAL/TJ-PR/2019) De acordo com o Código Tributário Nacional, o


sujeito ativo da obrigação tributária principal é a pessoa
a) jurídica de direito público titular da competência de exigir o cumprimento da obrigação.
b) jurídica de direito público destinatária do produto da arrecadação do referido tributo.
c) física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária de natureza
tributária.
d) física ou jurídica que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitui o respec-
tivo fato gerador.

012. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) No que se refere a aplicação da lei e res-


ponsabilidade tributária, julgue o item seguinte.
É incompatível com o Código Tributário Nacional lei distrital que admita a indicação do sujeito
passivo do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) pelas partes no contrato de com-
pra e venda de imóvel, pois as convenções particulares não são oponíveis à fazenda pública.

013. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/MANAUS/2019) O Código Tributário Na-


cional estabelece regras relativas ao sujeito ativo e ao sujeito passivo de obrigações tributá-
rias. De acordo com esse Código,
a) o sujeito ativo da obrigação principal é a pessoa natural ou jurídica obrigada ao pagamento
de imposto devido antecipadamente por substituição tributária.
b) diferencia-se o sujeito ativo do sujeito passivo da obrigação acessória, porque o primeiro é o
que paga o tributo antes do vencimento, enquanto que o segundo é o que paga tributo vencido,
com os devidos acréscimos legais.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condição
de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
d) o sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo por
meio de estampilha ou selo.
e) o sujeito ativo é o contribuinte de obrigação acessória, enquanto que o sujeito passivo é o
sujeito ativo que deixou de pagar tributo no prazo fixado em lei.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

014. (FCC/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/MANAUS-AM/2019) O Município


de “Nova Esperança” (Município fictício) resultou do desmembramento territorial do Município
de “Todos os Santos” (Município fictício), que perdeu parte de seu território. No tocante, por
exemplo, ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no território que passou a constituir o
novo Município, o Código Tributário Nacional estabelece que o Município de
a) “Nova Esperança”, salvo disposição de lei em contrário, sub-roga-se nos direitos do Muni-
cípio de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.
b) “Todos os Santos”, desde que haja previsão expressa de lei, sub-roga-se nos direitos do Mu-
nicípio de “Nova Esperança”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.
c) “Nova Esperança”, desde que haja previsão expressa de lei, sub-roga-se nos direitos do Mu-
nicípio de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no
território do Município que acaba de ser criado.
d) “Todos os Santos” sub-roga-se nos direitos do Município de “Nova Esperança”, relativamen-
te ao IPTU incidente sobre os imóveis localizados no território do Município que acaba de
ser criado.
e) “Nova Esperança”, desde que haja previsão expressa de lei complementar, sub-roga-se nos
direitos do Município de “Todos os Santos”, relativamente ao IPTU incidente sobre os imóveis
localizados no território do Município que acaba de ser criado.

015. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA-PI/AUDITOR-FISCAL/2016) Joãozinho, com seis


anos de idade, recebeu doação de seus avós, a qual foi devidamente aceita pelos seus pais,
em seu nome. Marcelo, empresário, perdeu o direito de administrar diretamente os seus bens,
desde a decretação da falência de sua empresa, consoante o que determina o art. 103 da Lei
Federal no 11.101/05. A empresa Serviços Gerais Ltda., prestadora de serviços previstos na
Lista de Serviços anexa à Lei Complementar Federal no 116/03, funciona sem a devida inscri-
ção no Cadastro de Contribuintes do ISS do Município em que se localiza, mas atua comercial-
mente como se regular fosse. Por determinação judicial, Maria Luisa encontra-se internada em
hospital para doentes mentais, por sofrer de moléstia que a impede de praticar os atos do dia
a dia, em razão de profunda alienação mental. De acordo com as regras do Código Tributário
Nacional, atinentes à capacidade tributária das pessoas para serem sujeitos passivos de obri-
gação tributária principal,
a) a empresa Serviços Gerais Ltda. reveste a condição de sujeito passivo do IPTU relativo ao
terreno que a referida sociedade adquiriu e no qual se localiza a sede da referida empresa.
b) Maria Luisa, que perdeu suas faculdades mentais, não reveste, por causa disso, a condição de
sujeito passivo do Imposto de Renda, embora aufira rendimentos tributáveis por esse imposto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

c) Marcelo não pode ser identificado como sujeito passivo do IPVA de veículo de sua proprie-
dade, em relação aos fatos geradores ocorridos após a perda do direito de administrar seus
bens, justamente por causa dessa perda.
d) a empresa Serviços Gerais Ltda. não reveste a condição de sujeito passivo do ISS em rela-
ção aos serviços que presta, porque não está regularmente constituída, ainda que configure,
indubitavelmente, uma unidade econômica.
e) Joãozinho, por ser menor de idade, não pode ser identificado como sujeito passivo do IT-
CMD incidente sobre a doação recebida, ainda que a lei ordinária competente preveja que o
donatário é o contribuinte desse imposto.

016. (CESPE/ERSPT/ANATEL/2014) No que concerne à sujeição tributária ativa e passiva e


a solidariedade e domicílio tributários, julgue o próximo item.
Se duas pessoas tiverem interesse comum em situação que constitua o fato gerador de uma
obrigação tributária principal, essas pessoas serão solidariamente responsáveis, na exata or-
dem da dimensão do interesse econômico de cada uma delas.

017. (CESPE/ERSPT/ANATEL/ANATEL/2014) No que concerne à sujeição tributária ativa e


passiva e a solidariedade e domicílio tributários, julgue o próximo item.
Se dois contribuintes forem solidariamente responsáveis por uma obrigação tributária, o ad-
vento de uma remissão geral objetiva do crédito afetará igualmente aos dois devedores.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

QUESTÕES DE CONCURSO
FGV

018. (FGV/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/SUDENE/2013) Assinale a alternativa


em que a segunda assertiva completa o sentido da primeira.
a) A obrigação tributária é principal ou acessória / no caso da acessória há vínculo jurídico sem
conteúdo patrimonial.
b) As obrigações têm caráter de patrimonialidade genérica, no ordenamento jurídico-tributário
/ isto ocorre em função do descumprimento da obrigação acessória gerar multa.
c) A obrigação tributária gera, para o sujeito passivo, um dever / este dever nasce com a lei e a
partir dela se torna exigível.
d) As obrigações tributárias são sempre de dar / isto em função da possibilidade de transmu-
tação da obrigação de fazer ou não fazer em imposição de multa.
e) A obrigação tributária principal é de dar / ela tem como sua única fonte o texto da lei que
criou a hipótese de incidência.

019. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM-RECIFE/2014) O fato gerador da obrigação prin-


cipal é a situação definida na(o):
a) Constituição Federal;
b) lei;
c) Código Tributário Nacional;
d) decreto legislativo;
e) lei complementar.

020. (FGV/PROCURADOR LEGISLATIVO/AL-MT/2013) Lei de determinado Estado da Fede-


ração estabelece base de cálculo reduzida para o ICMS dos produtos que compõem a cesta
básica. A lei foi regulamentada por ato normativo do executivo que subordinou a aplicação da
base legalmente reduzida ao cumprimento, pelo contribuinte, das obrigações acessórias.
A Sociedade Delta Ltda. procedeu à saída de mercadoria da cesta básica de seu estabeleci-
mento desacompanhada de nota fiscal. Neste caso,
a) não incide a redução do imposto, visto que não cumprida obrigação acessória.
b) incide a redução prevista na lei estadual, já que a fixação da base de cálculo está sujeita a
reserva legal.
c) incide a redução prevista na lei estadual, mas fica suspensa até que seja regularizada a sa-
ída da mercadoria.
d) não incide a redução do imposto, já que o Executivo tem a faculdade de limitar os beneficia-
dos pela redução da base de cálculo.
e) a redução da base de cálculo constitui renúncia fiscal cuja fruição pode ser condicionada
pela Administração Fiscal ao cumprimento das obrigações acessórias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

021. (FGV/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2011) O objeto da obriga-


ção tributária se traduz em uma prestação, de cunho patrimonial ou não, devida pelo contri-
buinte ou responsável.
Em relação à obrigação tributária, é correto dizer que
a) a obrigação tributária de conteúdo patrimonial é chamada de obrigação principal, ao passo
que a acessória se caracteriza pela prestação de conteúdo não patrimonial, consubstanciada
em obrigações de fazer e não fazer. Entretanto, a não observância da obrigação acessória tem
o condão de convertê-la em principal relativamente à penalidade pecuniária.
b) a obrigação tributária principal, representada por uma obrigação de dar, surge no momento
do lançamento do tributo que, por sua vez, constitui o crédito tributário. Esta obrigação decorre
de legislação tributária específica e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
c) a obrigação tributária, seja ela principal ou acessória, é sempre uma obrigação de cunho
patrimonial quando se refere a uma obrigação de fazer ou não fazer.
d) de modo análogo à obrigação civil, a obrigação tributária acessória decorre da obrigação
principal. Nesse diapasão, também pode se dizer que, extinta a obrigação principal, extinta
está a obrigação acessória, mas a extinção da obrigação acessória não implica, necessaria-
mente, a extinção da obrigação principal.
e) a obrigação acessória, caracterizada por obrigações de fazer e não fazer tais como emitir
notas fiscais, manter a escrituração dos livros em dia, entregar as declarações de acordo com
as instruções do fisco, não impedir o livre acesso da fiscalização à empresa, etc., decorre de
legislação tributária específica, no interesse exclusivo de arrecadação dos tributos.

022. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) A lei de instituição de um tributo previu


como fato gerador um negócio jurídico condicional. Assim, considerar-se-á como ocorrido o
fato gerador:
a) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a condição for
suspensiva;
b) desde o momento do implemento da condição, se esta for resolutória;
c) desde o momento da implementação da celebração do negócio, seja a condição resolutória
ou suspensiva;
d) desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva;
e) desde o momento da exteriorização do negócio, por publicação, se a condição for suspensiva.

023. (FGV/AUDITOR SUBSTITUTO/TCE-RJ/2015) Um profissional médico vem a ser sancio-


nado com a suspensão do exercício profissional por 30 (trinta) dias pelo Conselho Regional de
Medicina do estado. Apesar da penalidade, ele continua a prestar serviços médicos durante
o período. Como a prestação de serviços médicos é fato gerador do Imposto sobre Serviços
de qualquer natureza (ISS), a municipalidade, ao descobrir tal fato, autua o profissional para
cobrar o ISS não pago, mais multa e juros. A autuação está:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

a) incorreta, pois a capacidade tributária passiva depende de achar-se a pessoa natural autori-
zada ao exercício de atividades profissionais;
b) correta, pois a sanção de suspensão foi estabelecida por órgão fiscalizador do exercício de
profissão regulamentada de nível regional;
c) incorreta, pois o fato gerador do ISS depende de achar-se o profissional autorizado ao exer-
cício da atividade prevista na hipótese de incidência;
d) incorreta, pois a sanção de suspensão não foi estabelecida por órgão fiscalizador do exercí-
cio de profissão regulamentada de nível nacional;
e) correta, pois a capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural autori-
zada ao exercício de atividades profissionais.

024. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) De acordo com as normas gerais de Direi-


to Tributário, uma criança de sete anos:
a) possui capacidade tributária passiva parcial até completar dezoito anos de idade;
b) não possui qualquer capacidade tributária passiva, porque é incapaz de discernir sobre a
prática dos fatos geradores;
c) possui total capacidade tributária passiva;
d) possui capacidade tributária parcial até completar dez anos de idade;
e) não possui capacidade tributária passiva, porque é menor de idade.

025. (FGV/ANALISTA PORTUÁRIO/CODEBA/2010/ADAPTADA) Julgue o item acerca da


obrigação tributária.
Apesar da solidariedade das pessoas que tenham interesse comum na situação que constituiu
o fato gerador da obrigação tributária, não há possibilidade de benefício de ordem, certo que o
pagamento efetuado por um dos obrigados não exime a responsabilidade dos demais.

026. (FGV/ANALISTA PORTUÁRIO/CODEBA/2010/ADAPTADA) Julgue o item acerca da


obrigação tributária.
O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou pe-
nalidade pecuniária.

027. (FGV/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RECIFE/2014) Assinale a opção que indica


um efeito do fato gerador.
a) Fixa a hipótese de incidência do tributo.
b) Determina o regime jurídico da obrigação tributária.
c) Estabelece a hipótese de incidência da obrigação tributária acessória.
d) Discrimina os tributos de competência de cada ente político.
e) Indica o local onde o tributo deve ser pago.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

028. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ-PA/2019) Quanto à Elisão Fiscal é correto afirmar que:


a) constitui procedimento lícito de economia de tributos, geralmente realizado antes da ocor-
rência do fato gerador.
b) constitui procedimento dúbio que pode ser desqualificado e requalificado pela autoridade
administrativa.
c) constitui uma sucessão de atos ou negócios jurídicos realizados para dissimular a ocorrên-
cia do fato gerador.
d) constitui prática atentatória ao princípio da solidariedade social e, portanto, inconstitucional.
e) constitui mecanismo de economia fiscal, só possível quando a lei expressamente o permitir.

029. (FGV/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL/CUIABÁ/2016) Segun-


do a legislação, Caio, proprietário do imóvel X, celebra contrato de locação com Tício, no qual
estabelece que o responsável pelo pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Ur-
bana – IPTU será o locatário do imóvel. O referido contrato foi registrado no Cartório de Regis-
tro de Imóveis competente.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato é válido, podendo ser oposto ao Fisco, que deverá realizar o lançamento do IPTU
tendo como sujeito passivo Tício, locatário do imóvel.
b) O contrato é valido e terá seus efeitos limitados aos contratantes, mas não produzirá efeito
contra o Fisco, no que se refere à responsabilidade tributária.
c) O contrato é nulo, uma vez que altera definição de sujeição passiva disposta em lei.
d) O contrato é valido, tendo em vista que o Código Tributário Nacional prevê que o locatário é
o sujeito passivo da obrigação tributária referente ao pagamento do IPTU.
e) O contrato é válido e cria, para o pagamento do IPTU, uma forma de responsabilidade soli-
dária entre o locador e o locatário.

030. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM-RECIFE/2014) Indivíduo celebra contrato de loca-


ção pactuando que o locatário fica responsável pelo valor de condomínio e encargos tributários
relacionados ao imóvel locado. Para ter mais garantia em relação ao pagamento, determina
que a empresa administradora de seu imóvel fiscalize o pagamento dos encargos pelo locatá-
rio. Posteriormente, verifica que o IPTU do imóvel não foi recolhido aos cofres municipais no
período da locação. Considerando a existência de débito de IPTU, o Município deve cobrar o
tributo, nos termos do Código Tributário Nacional, do:
a) locador, pois os acordos particulares não podem ser opostos ao Fisco para modificarem o
contribuinte do tributo;
b) locador ou do locatário, em face da posição de contribuinte do primeiro e por disposição
contratual de responsável do segundo;
c) locador, do locatário ou da empresa administradora, conforme a conveniência do Fisco;
d) locatário, e, sucessivamente, da empresa administradora, se o primeiro recusar-se a pagá-lo;
e) locatário, em face do disposto no referido contrato, que lhe transfere o encargo tributário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

CESPE

031. (CESPE/ADVOGADO/EBSERH/2018) Com relação à obrigação tributária principal e à


acessória, julgue o item subsequente.
Obrigação tributária acessória relaciona-se à obrigação de fazer ou não fazer algo ou permitir
que algo seja feito pela administração tributária em prol da arrecadação ou fiscalização que
lhe compete.

032. (CESPE/ADVOGADO/EBSERH/2018) Com relação à obrigação tributária principal e à


acessória, julgue o item subsequente.
Quando não cumprida, a obrigação acessória se converte em principal no tocante à penalidade
pecuniária.

033. (CESPE/ANALISTA PORTUÁRIO – FINANCEIRA E AUDITORIA INTERNA/EMAP/2018)


No que se refere a tributos, julgue o item a seguir.
Penalidade pecuniária aplicada em razão de descumprimento de obrigação tributária não se
classifica como imposto, mas sim tributo, em sentido amplo, pois tem natureza compulsória.

034. (CESPE/DELEGADO/PF/2018) A empresa XZY Ltda., contribuinte do ICMS, pagava men-


salmente esse tributo a determinado estado da Federação, no dia 15 de cada mês. No dia
30/6/2017, esse estado editou ato normativo que alterava a data do pagamento do referido
tributo para o dia 10 de cada mês, entrando tal ato em vigor no dia 1º/7/2017. Sem saber da
alteração, a empresa XZY Ltda. pagou o tributo no dia 15/7/2017, o que acarretou multa e juros
de mora pelo pagamento com atraso.
Nessa situação hipotética,
a penalidade pecuniária aplicada à empresa XZY Ltda. pelo pagamento do ICMS com atraso
constitui uma obrigação acessória.

035. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) A atividade estatal de arreca-


dação de tributos depende do cumprimento de obrigações de naturezas distintas pelo contri-
buinte e pelo não contribuinte, para que se materialize todo o percurso de lançamento, cobran-
ça e fiscalização do crédito tributário.
Com relação a esse assunto, julgue o item a seguir.
A obrigação acessória, quando descumprida por terceiro não contribuinte, converte-se em prin-
cipal, exceto quanto às penalidades pecuniárias.

036. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/FORTALEZA-CE/2017) No que se refere à teoria


do tributo e das espécies tributárias, julgue o item seguinte.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre da manifestação volitiva do
contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.

037. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/FORTALEZA-CE/2017) Julgue o seguinte item, a


respeito de obrigação tributária e crédito tributário.
O CTN qualifica como obrigação tributária principal aquela que tem por objeto uma prestação
pecuniária, distinguindo-a da obrigação tributária acessória, cujo objeto abrange as condutas
positivas e negativas exigidas do sujeito passivo em prol dos interesses da administração tri-
butária e as penalidades decorrentes do descumprimento desses deveres instrumentais.

038. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) A sociedade empresária XYZ, que tem por objeto so-
cial o comércio de roupas e acessórios, encontra estabelecida em Belém – PA. No desenvol-
vimento de sua atividade empresarial, essa pessoa jurídica prestava as declarações exigidas
pela legislação tributária relativamente ao imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comuni-
cação (ICMS) e efetuava o pagamento antecipado do crédito tributário. A partir de dezembro
de 2011, embora a sociedade empresária tenha continuado a enviar as declarações, deixou de
efetuar o pagamento do valor correspondente à obrigação principal. Em fevereiro de 2016, a
secretaria de fazenda estadual identificou, mediante fiscalização no estabelecimento empre-
sarial, o descumprimento das obrigações principal e acessórias relativas ao pagamento do
ICMS, tais como a emissão de notas fiscais e preenchimento de livro fiscal obrigatório.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O descumprimento de obrigação de emissão de nota fiscal dá ensejo à realização, pelo poder
público, do lançamento de ofício, para fins de aplicação da penalidade cabível. Nesse caso,
a multa aplicada equipara-se ao crédito decorrente da obrigação principal, em virtude da sua
natureza jurídica de obrigação de dar.

039. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Considerando os limites ao exercício do poder


de tributar, julgue o item.
Para fins de cobrança, as penalidades pecuniárias impostas ao contribuinte em virtude do des-
cumprimento de obrigações acessórias são equiparadas à obrigação tributária principal, visto
que ambas constituem obrigação de dar.

040. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2006) Os tributos são compreendidos por meio do seu


fato gerador, da obrigação tributária, do lançamento e do crédito tributário, entre outros ele-
mentos importantes. Com base no Código Tributário Nacional, na Constituição Federal e na
legislação tributária, julgue o item a seguir.
Todo tributo é uma obrigação tributária principal, mas nem toda obrigação tributária principal
é um tributo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

041. (CESPE/PROCURADOR/MPTCU/2004) No que se refere ao crédito tributário, nos ter-


mos do Código Tributário Nacional e das lições doutrinárias, julgue os itens seguintes.
O crédito tributário é constituído pelo surgimento da obrigação tributária principal.

042. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA/2014) De acordo com determinada norma tributária, a


venda de mercadoria gera a necessidade de registro contábil e do pagamento do tributo devi-
do. A respeito desse tema, julgue o item seguinte.
O registro da referida venda é uma obrigação tributária, mas não o fato gerador do tributo.

043. (CESPE/ERSPT/ANATEL/2014) Consoante as regras tributárias, após a ocorrência de


determinados fatos, surgem obrigações tributárias. Acerca dessas obrigações e dos fatos ge-
radores, julgue o item subsecutivo conforme disposições do CTN.
Considere que determinado médico tenha sido contratado particularmente e de forma incondi-
cional para realizar uma cirurgia de alto risco em um paciente e que o paciente tenha falecido
na cirurgia. Nessa situação, apesar do falecimento, ocorreu o fato gerador do imposto sobre
serviços de qualquer natureza, já que, para a definição do fato gerador, não se devem levar em
conta os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

044. (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂM. DEP./2014) Acerca dos fundamentos de


gestão fiscal, julgue o item que se segue.
Empresa que pratica elisão fiscal em decorrência de lacunas na legislação tributária não pode-
rá ser punida.

045. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-SE/2005) Julgue o item que se segue.


Tendo a autoridade administrativa descoberto manobras realizadas pelo contribuinte para dis-
simular a ocorrência do fato gerador, poderá desconsiderar o negócio jurídico realizado, apli-
cando a norma geral antielisão.

046. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições


do Código Tributário Nacional (CTN).
O contribuinte é o sujeito passivo da obrigação principal, enquanto o responsável é o sujeito
passivo da obrigação acessória.

047. (CESPE/PROCURADOR/PGM-MANAUS/2018) Julgue o item que se segue à luz do que


dispõe o Código Tributário Nacional.
Apenas pessoas jurídicas de direito público podem figurar como sujeitos ativos de obrigações
tributárias.

048. (CESPE/ADVOGADO/EBSERH/2018) A relação jurídico-tributária estabelecida entre o


estado e os contribuintes destina-se à arrecadação de tributos e gera os sujeitos ativo e pas-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

sivo, bem como as interações entre si e quanto a terceiros. Considerando essa informação,
julgue o item a seguir.
O município que se constituir pelo fracionamento de território assumirá o polo inverso da rela-
ção jurídico-tributário em relação ao que fora desmembrado.

049. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/FORTALEZA-CE/2017) Julgue o seguinte item, a


respeito de obrigação tributária e crédito tributário.
O sujeito passivo da obrigação principal denomina-se contribuinte quando, dada sua vincula-
ção ao fato gerador, sua sujeição decorre expressamente de determinação legal, ainda que não
tenha relação pessoal e direta com a ocorrência de tal fato.

050. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) À luz das disposições do Código Tributário Nacional


(CTN), julgue o item a seguir.
Havendo vários devedores solidários de determinado crédito tributário, eventual isenção ou-
torgada pessoalmente a um deles não exonerará os demais, salvo se houver previsão legal em
contrário.

051. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2004) Julgue o item seguinte, referente à obrigação tributária.


Considere a seguinte situação hipotética.
Flávio, Fernando e Francisco são obrigados por uma mesma dívida tributária no valor de R$
9.000,00, pela qual Flávio pagou R$ 3.000,00 ao fisco.
Nessa situação, resta uma dívida de R$ 6.000,00, cuja obrigação recai exclusivamente sobre
Fernando e Francisco.

FCC

052. (FCC/ADVOGADO LEGISLATIVO – PROCURADOR/2020/ADAPTADA) O Código Tribu-


tário Nacional contempla diversas regras atinentes às obrigações tributárias. De acordo com
esse Código,
a) somente a lei pode estabelecer a definição do fato gerador da obrigação tributária principal
relativa às contribuições de melhoria.
b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com
a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos no
regulamento de cada tributo.
c) interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumpri-
mento de obrigações tributárias principais, mas não a que disponha sobre dispensa do cum-
primento de obrigações tributárias acessórias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

d) o fato gerador da obrigação tributária principal é qualquer situação que, na forma da legis-
lação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação tributária
acessória.

053. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-BA/2019/ADAPTADA) Relativamente aos temas obri-


gação tributária, fato gerador e lançamento, julgue o item a seguir.
A definição legal do fato gerador é interpretada levando-se em consideração a validade jurídica
dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros.

054. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-BA/2019/ADAPTADA) Relativamente aos temas obri-


gação tributária, fato gerador e lançamento, julgue o item a seguir.
Tratando-se de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus
efeitos, desde o momento que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.

055. (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE CARUARU-PE/2018) A obriga-


ção tributária principal
a) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto exclusivo o pagamento de tributo e
extingue-se com a prescrição do crédito dela decorrente.
b) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalida-
de pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente.
c) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto a obrigação acessória de prestar in-
formações quando solicitada pela Administração e o pagamento do tributo, desde que exigido.
d) pode se confundir com obrigação acessória, sobretudo para efeitos de pagamento da pena-
lidade decorrente de descumprimento da lei tributária, considerada a independência estrutural
dos dois conceitos.
e) tem como fato gerador situação que, na forma do regulamento, impõe a abstenção de ato
que configure obrigação acessória.

056. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-SC/2018) O Código Tributário Nacional estabelece que


a “autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com
a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária”. De acordo com o referido Código, a norma retrotranscrita
a) não poderá ser aplicada, sem prévia autorização judicial.
b) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
c) é autoaplicável, independentemente da observância de qualquer procedimento.
d) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei complementar.
e) poderá ser aplicada, nos termos de disciplina a ser estabelecida pelo Poder Executivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

057. (FCC/PROCURADOR/TCM-RJ/2015) A propriedade de um bem imóvel por três proprie-


tários com frações distintas gera
a) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário.
b) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário, mas com solidariedade entre eles.
c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente
à sua fração, sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse co-
mum consistente na transmissão do bem imóvel.
e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se
houver expressa disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim con-
vencionado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

GABARITO
1. C 37. E
2. e 38. C
3. e 39. C
4. E 40. C
5. E 41. E
6. d 42. C
7. d 43. C
8. c 44. C
9. E 45. C
10. C 46. E
11. a 47. C
12. E 48. E
13. c 49. E
14. a 50. C
15. a 51. E
16. E 52. a
17. C 53. E
18. a 54. E
19. b 55. b
20. b 56. b
21. a 57. d
22. d
23. e
24. c
25. E
26. C
27. b
28. a
29. b
30. a
31. C
32. C
33. E
34. E
35. E
36. E

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

GABARITO COMENTADO
FGV

018. (FGV/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/SUDENE/2013) Assinale a alternativa


em que a segunda assertiva completa o sentido da primeira.
a) A obrigação tributária é principal ou acessória / no caso da acessória há vínculo jurídico sem
conteúdo patrimonial.
b) As obrigações têm caráter de patrimonialidade genérica, no ordenamento jurídico-tributário
/ isto ocorre em função do descumprimento da obrigação acessória gerar multa.
c) A obrigação tributária gera, para o sujeito passivo, um dever / este dever nasce com a lei e a
partir dela se torna exigível.
d) As obrigações tributárias são sempre de dar / isto em função da possibilidade de transmu-
tação da obrigação de fazer ou não fazer em imposição de multa.
e) A obrigação tributária principal é de dar / ela tem como sua única fonte o texto da lei que
criou a hipótese de incidência.

a) Certa. A obrigação tributária surge com a prática do fato gerador e pode ser principal ou
acessória.
A obrigação principal é uma obrigação de dar, é uma obrigação pecuniária, de pagar um tributo
ou uma penalidade pecuniária (multa), enquanto a obrigação acessória é uma obrigação de
fazer, instrumental, como preencher um livro contábil, ou de não fazer.
Por essa razão, é possível afirmar que a obrigação acessória não tem conteúdo patrimonial.
b) Errada. As obrigações tributárias nem sempre têm caráter patrimonial. Lembre-se de que
a obrigação acessória é uma obrigação instrumental que auxilia a arrecadação e fiscalização
tributária. Por exemplo, o preenchimento de declarações.
c) Errada. A obrigação tributária gera para o sujeito passivo a obrigação principal de pagar tri-
buto ou penalidade pecuniária, e/ou a obrigação acessória de fazer algo, que auxilie o Fisco na
arrecadação e fiscalização, ou de não fazer.
Essas obrigações nascem com a prática de fato gerador pelo sujeito passivo, e não com a lei,
estando errada a segunda assertiva.
d) Errada. As obrigações tributárias são de dar, de fazer ou de não fazer, como já exposto nos
comentários acima. Se não houver o cumprimento da obrigação acessória, afirma-se que há a
sua conversão em obrigação principal, no entanto, permanece a obrigatoriedade de cumprir a
obrigação acessória também.
e) Errada. A obrigação principal realmente é uma obrigação de dar. No entanto, o texto legal
que cria a sua hipótese de incidência não é a sua única fonte.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Com a prática de fato gerador previsto em lei, nasce a obrigação tributária. Para a quantifica-
ção do tributo ou da penalidade pecuniária devidos, pode haver necessidade de se observar
decretos, por exemplo, que determinam a alíquota do tributo, razão pela qual não é possível
afirmar que a lei é a única fonte da obrigação tributária principal.
Outra hipótese em que se verifica que o texto legal não é a sua única fonte, diz respeito ao
descumprimento de obrigação acessória, que a converte em obrigação tributária principal (pe-
nalidade pecuniária).
Letra a.

019. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM-RECIFE/2014) O fato gerador da obrigação prin-


cipal é a situação definida na(o):
a) Constituição Federal;
b) lei;
c) Código Tributário Nacional;
d) decreto legislativo;
e) lei complementar.

O fato gerador de obrigação tributária principal deve ser definido em lei, conforme art.
114 do CTN:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e sufi-
ciente à sua ocorrência.
Letra b.

020. (FGV/PROCURADOR LEGISLATIVO/AL-MT/2013) Lei de determinado Estado da Fede-


ração estabelece base de cálculo reduzida para o ICMS dos produtos que compõem a cesta
básica. A lei foi regulamentada por ato normativo do executivo que subordinou a aplicação da
base legalmente reduzida ao cumprimento, pelo contribuinte, das obrigações acessórias.
A Sociedade Delta Ltda. procedeu à saída de mercadoria da cesta básica de seu estabeleci-
mento desacompanhada de nota fiscal. Neste caso,
a) não incide a redução do imposto, visto que não cumprida obrigação acessória.
b) incide a redução prevista na lei estadual, já que a fixação da base de cálculo está sujeita a
reserva legal.
c) incide a redução prevista na lei estadual, mas fica suspensa até que seja regularizada a sa-
ída da mercadoria.
d) não incide a redução do imposto, já que o Executivo tem a faculdade de limitar os beneficia-
dos pela redução da base de cálculo.
e) a redução da base de cálculo constitui renúncia fiscal cuja fruição pode ser condicionada
pela Administração Fiscal ao cumprimento das obrigações acessórias.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

O cumprimento da obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal.


Com efeito, incide a redução do imposto ainda que não cumprida a obrigação acessória (alter-
nativas a, c e e erradas).
Segundo o inc. IV do art. 97 do CTN, a base de cálculo deve ser definida em lei (alternativa b
certa), devendo o Executivo respeitar os valores determinados pelo Legislativo alternativa d e
e erradas). Ato normativo infralegal não tem o poder de restringir assuntos dispostos em lei,
por isso, a redução da base de cálculo não pode ser condicionada pela Administração Fiscal
ao cumprimento de obrigações acessórias.
Letra b.

021. (FGV/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2011) O objeto da obriga-


ção tributária se traduz em uma prestação, de cunho patrimonial ou não, devida pelo contri-
buinte ou responsável.
Em relação à obrigação tributária, é correto dizer que
a) a obrigação tributária de conteúdo patrimonial é chamada de obrigação principal, ao passo
que a acessória se caracteriza pela prestação de conteúdo não patrimonial, consubstanciada
em obrigações de fazer e não fazer. Entretanto, a não observância da obrigação acessória tem
o condão de convertê-la em principal relativamente à penalidade pecuniária.
b) a obrigação tributária principal, representada por uma obrigação de dar, surge no momento
do lançamento do tributo que, por sua vez, constitui o crédito tributário. Esta obrigação decorre
de legislação tributária específica e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
c) a obrigação tributária, seja ela principal ou acessória, é sempre uma obrigação de cunho
patrimonial quando se refere a uma obrigação de fazer ou não fazer.
d) de modo análogo à obrigação civil, a obrigação tributária acessória decorre da obrigação
principal. Nesse diapasão, também pode se dizer que, extinta a obrigação principal, extinta
está a obrigação acessória, mas a extinção da obrigação acessória não implica, necessaria-
mente, a extinção da obrigação principal.
e) a obrigação acessória, caracterizada por obrigações de fazer e não fazer tais como emitir
notas fiscais, manter a escrituração dos livros em dia, entregar as declarações de acordo com
as instruções do fisco, não impedir o livre acesso da fiscalização à empresa, etc., decorre de
legislação tributária específica, no interesse exclusivo de arrecadação dos tributos.

a) Certa. A obrigação tributária principal é uma obrigação de dar, de pagar um tributo ou uma
penalidade pecuniária, razão pela qual se afirma que é uma obrigação de conteúdo patrimonial.
Já a obrigação acessória, é uma obrigação de fazer ou não fazer algo, razão pela qual se afir-
ma que o seu conteúdo é não patrimonial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Quanto à afirmação de que a não observância da obrigação acessória tem o condão de conver-
tê-la em principal relativamente à penalidade pecuniária, essa é verdadeira, e está conforme o
par. 3º do art. 113 do CTN acima transcrito.
b) Errada. A obrigação tributária principal, representada por uma obrigação de dar, surge no
momento do fato gerador. Esta obrigação decorre lei e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e sufi-
ciente à sua ocorrência.
Além disso, saiba que, de fato, conforme ainda será estudado em nosso curso, o lançamento
constitui o crédito tributário, mas não é nesse momento que surge a obrigação tributária, mas
sim no momento da prática do fato gerador, como já afirmado.
c) Errada, conforme comentário da alternativa a.
d) Errada. As obrigações tributárias principal e acessória são independentes, não havendo su-
bordinação de uma em relação à outra.
Enquanto a obrigação principal decorre de lei, a obrigação acessória decorre da legislação
tributária.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação apli-
cável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Além disso, a extinção de uma não acarreta a extinção da outra. É possível, por exemplo, que
seja pago determinado tributo, e extinto o respectivo crédito tributário (obrigação tributária
principal), mas que permaneça a obrigação tributária acessória de apresentar declaração, ou
de emitir algum documento.
e) Errada. O examinador descreveu com perfeição a obrigação tributária acessória na maior
parte do texto desta alternativa. No entanto, cometeu um erro ao afirmar que a obrigação aces-
sória se dá no interesse exclusivo da arrecadação, tendo em vista que ela também se dá no
interesse da fiscalização, em atenção ao par. 2º do art. 113 do CTN, transcrito no comentário
da alternativa a.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

022. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) A lei de instituição de um tributo previu


como fato gerador um negócio jurídico condicional. Assim, considerar-se-á como ocorrido o
fato gerador:
a) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a condição for
suspensiva;
b) desde o momento do implemento da condição, se esta for resolutória;
c) desde o momento da implementação da celebração do negócio, seja a condição resolutória
ou suspensiva;
d) desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva;
e) desde o momento da exteriorização do negócio, por publicação, se a condição for suspensiva.

Quando a lei previr que o fato gerador é um negócio jurídico condicional, considera-o ocorrido
(i) desde o momento do implemento da condição, quando esta for suspensiva, ou (ii) desde a
prática do ato ou da celebração do negócio, quando a condição for resolutória, nos termos do
art. 117 do CTN:

Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Letra d.

023. (FGV/AUDITOR SUBSTITUTO/TCE-RJ/2015) Um profissional médico vem a ser sancio-


nado com a suspensão do exercício profissional por 30 (trinta) dias pelo Conselho Regional de
Medicina do estado. Apesar da penalidade, ele continua a prestar serviços médicos durante
o período. Como a prestação de serviços médicos é fato gerador do Imposto sobre Serviços
de qualquer natureza (ISS), a municipalidade, ao descobrir tal fato, autua o profissional para
cobrar o ISS não pago, mais multa e juros. A autuação está:
a) incorreta, pois a capacidade tributária passiva depende de achar-se a pessoa natural autori-
zada ao exercício de atividades profissionais;
b) correta, pois a sanção de suspensão foi estabelecida por órgão fiscalizador do exercício de
profissão regulamentada de nível regional;
c) incorreta, pois o fato gerador do ISS depende de achar-se o profissional autorizado ao exer-
cício da atividade prevista na hipótese de incidência;
d) incorreta, pois a sanção de suspensão não foi estabelecida por órgão fiscalizador do exercí-
cio de profissão regulamentada de nível nacional;
e) correta, pois a capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural autori-
zada ao exercício de atividades profissionais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Esta questão trata da capacidade tributária passiva. Como se vê a capacidade civil do profis-
sional não está regular, no entanto, essa irregularidade não impede o nascimento de obrigação
tributária e a consequente capacidade de ser sujeito passivo dela, nos termos do inc. III do art.
126 do CTN:

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I – da capacidade civil das pessoas naturais;
II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exer-
cício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou
negócios;
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade eco-
nômica ou profissional.
Assim, a questão descreve uma hipótese que se encaixa no inc. II.
a) Errada. A autuação está correta, pois a capacidade tributária passiva independe de achar-se
a pessoa natural autorizada ao exercício de atividades profissionais.
b, d) Erradas. A autuação está correta. A suspensão do exercício profissional, seja por órgão
fiscalizador a nível regional ou federal, não interfere na tributação incidente sobre os fatos pra-
ticados pela pessoa impedida.
c) Errada. A autuação está correta, pois o fato gerador do ISS independe de achar-se o profis-
sional autorizado ao exercício da atividade prevista na hipótese de incidência.
e) Certa, nos termos do inc. II do art. 126 do CTN.
Letra e.

024. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) De acordo com as normas gerais de Direi-


to Tributário, uma criança de sete anos:
a) possui capacidade tributária passiva parcial até completar dezoito anos de idade;
b) não possui qualquer capacidade tributária passiva, porque é incapaz de discernir sobre a
prática dos fatos geradores;
c) possui total capacidade tributária passiva;
d) possui capacidade tributária parcial até completar dez anos de idade;
e) não possui capacidade tributária passiva, porque é menor de idade.

Segundo o Código Civil, uma criança de 7 anos não tem capacidade civil:

Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Ocorre que, para o Direito Tributário, não importa se a pessoa tem capacidade civil ou não, ela
sempre terá capacidade tributária passiva. Veja o art. 126 do CTN:

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I – da capacidade civil das pessoas naturais;
II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício
de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negó-
cios;
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade eco-
nômica ou profissional.
Assim, uma criança de 7 anos possui total capacidade tributária passiva.
Letra c.

025. (FGV/ANALISTA PORTUÁRIO/CODEBA/2010/ADAPTADA) Julgue o item acerca da


obrigação tributária.
Apesar da solidariedade das pessoas que tenham interesse comum na situação que constituiu
o fato gerador da obrigação tributária, não há possibilidade de benefício de ordem, certo que o
pagamento efetuado por um dos obrigados não exime a responsabilidade dos demais.

Há solidariedade quanto às pessoas que tenham interesse comum na situação que constitui o
fato gerador da obrigação tributária, não havendo benefício de ordem.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação
principal;
II – as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
No entanto, o pagamento efetuado por um dos obrigados exime a responsabilidade dos de-
mais, razão pela qual o item está errado.
Errado.

026. (FGV/ANALISTA PORTUÁRIO/CODEBA/2010/ADAPTADA) Julgue o item acerca da


obrigação tributária.
O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou pe-
nalidade pecuniária.

Nos termos do art. 121 do CTN, o “sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada
ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária”.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

027. (FGV/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RECIFE/2014) Assinale a opção que indica


um efeito do fato gerador.
a) Fixa a hipótese de incidência do tributo.
b) Determina o regime jurídico da obrigação tributária.
c) Estabelece a hipótese de incidência da obrigação tributária acessória.
d) Discrimina os tributos de competência de cada ente político.
e) Indica o local onde o tributo deve ser pago.

Doutrinariamente, afirma-se que a lei prevê a hipótese de incidência tributária.


Se a pessoa praticar essa hipótese, quer dizer que ela praticou o fato gerador, o qual gera a
obrigação tributária.
a) Errada. É a lei que fixa a hipótese de incidência do tributo.
b) Certa. O fato gerador determina a natureza jurídica do tributo, nos termos do art. 4º do CTN:

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
c) Errada. É a legislação tributária que estabelece a hipótese de incidência da obrigação tribu-
tária acessória.
d) Errada. É a Constituição Federal que discrimina os tributos de competência de cada
ente político.
e) Errada. É a lei que indica o local onde o tributo deve ser pago.
Letra b.

028. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ-PA/2019) Quanto à Elisão Fiscal é correto afirmar que:


a) constitui procedimento lícito de economia de tributos, geralmente realizado antes da ocor-
rência do fato gerador.
b) constitui procedimento dúbio que pode ser desqualificado e requalificado pela autoridade
administrativa.
c) constitui uma sucessão de atos ou negócios jurídicos realizados para dissimular a ocorrên-
cia do fato gerador.
d) constitui prática atentatória ao princípio da solidariedade social e, portanto, inconstitucional.
e) constitui mecanismo de economia fiscal, só possível quando a lei expressamente o permitir.

Esta questão trata da elisão, evasão e elusão fiscal, que são institutos que visam a economia
fiscal, de forma lícita e ilícita:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Elusão fiscal (elisão


Elisão fiscal Evasão fiscal
ineficaz/ilícita)
Simulação de um negócio
Planejamento
aparentemente lícito. Há abuso Sonegação fiscal.
tributário lícito.
de formas.
A elisão fiscal é ato lícito, praticado com o intuito de diminuição de carga tributária, conhecido
como planejamento tributário, enquanto a evasão fiscal é caracterizada por meio da prática de
atos ilícitos e fraudulentos que são capazes de simular a inexistência de carga tributária.
A elisão fiscal ocorre antes do fato gerador, sendo evitada a prática dele e do consequente
nascimento de obrigação tributária (alternativa a correta), enquanto a evasão fiscal ocorre em
momento posterior, ocasião em que se dissimula a ocorrência de fato gerador a fim de não
pagar tributo (alternativa c errada, pois ela descreve a evasão, e não a elisão).
Não há necessidade de previsão legal autorizando a prática de elisão, ela é lícita. Para identifi-
cá-la, basta o contribuinte praticar ato lícito que não o submeta a uma carga tributária, ou que
o submeta a uma carga tributária menor (alternativas b, d e e erradas).
Atente-se, ainda, para a elusão fiscal, hipótese em que o contribuinte simula determinado fato,
aparentemente lícito, para se livrar do pagamento do tributo.
Para o estudo desses institutos é preciso ter conhecimento do par. único do art. 116 do CTN,
que trata da norma geral antielisiva, relativo à elusão fiscal.

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos prati-
cados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos ele-
mentos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
Letra a.

029. (FGV/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL/CUIABÁ/2016) Segun-


do a legislação, Caio, proprietário do imóvel X, celebra contrato de locação com Tício, no qual
estabelece que o responsável pelo pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Ur-
bana – IPTU será o locatário do imóvel. O referido contrato foi registrado no Cartório de Regis-
tro de Imóveis competente.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato é válido, podendo ser oposto ao Fisco, que deverá realizar o lançamento do IPTU
tendo como sujeito passivo Tício, locatário do imóvel.
b) O contrato é valido e terá seus efeitos limitados aos contratantes, mas não produzirá efeito
contra o Fisco, no que se refere à responsabilidade tributária.
c) O contrato é nulo, uma vez que altera definição de sujeição passiva disposta em lei.
d) O contrato é valido, tendo em vista que o Código Tributário Nacional prevê que o locatário é
o sujeito passivo da obrigação tributária referente ao pagamento do IPTU.
e) O contrato é válido e cria, para o pagamento do IPTU, uma forma de responsabilidade soli-
dária entre o locador e o locatário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Para o Fisco não importa o que foi acordado entre as partes, tendo em vista que, nos termos do
art. 123 do CTN, as convenções particulares não podem ser opostas à Fazenda Pública, quanto
à responsabilidade pelo pagamento de tributos.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Assim, o contrato é válido entre as partes, mas não produz efeitos perante o Fisco.
Letra b.

030. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM-RECIFE/2014) Indivíduo celebra contrato de loca-


ção pactuando que o locatário fica responsável pelo valor de condomínio e encargos tributários
relacionados ao imóvel locado. Para ter mais garantia em relação ao pagamento, determina
que a empresa administradora de seu imóvel fiscalize o pagamento dos encargos pelo locatá-
rio. Posteriormente, verifica que o IPTU do imóvel não foi recolhido aos cofres municipais no
período da locação. Considerando a existência de débito de IPTU, o Município deve cobrar o
tributo, nos termos do Código Tributário Nacional, do:
a) locador, pois os acordos particulares não podem ser opostos ao Fisco para modificarem o
contribuinte do tributo;
b) locador ou do locatário, em face da posição de contribuinte do primeiro e por disposição
contratual de responsável do segundo;
c) locador, do locatário ou da empresa administradora, conforme a conveniência do Fisco;
d) locatário, e, sucessivamente, da empresa administradora, se o primeiro recusar-se a pagá-lo;
e) locatário, em face do disposto no referido contrato, que lhe transfere o encargo tributário.

Segundo o art. 31 do CTN, o contribuinte do IPTU é o proprietário do imóvel, o titular de seu


domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
Analisando esse dispositivo, com o art. 123, CTN, constata-se que as convenções particulares
que determinem que a obrigatoriedade pelo pagamento do tributo é de outra pessoa, distinta
daquela indicada pela lei, não são opostas ao Fisco:

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Com isso, podemos concluir que o Município deve cobrar o IPTU do locador, já que ele é o pro-
prietário do imóvel.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

CESPE

031. (CESPE/ADVOGADO/EBSERH/2018) Com relação à obrigação tributária principal e à


acessória, julgue o item subsequente.
Obrigação tributária acessória relaciona-se à obrigação de fazer ou não fazer algo ou permitir
que algo seja feito pela administração tributária em prol da arrecadação ou fiscalização que
lhe compete.

A obrigação tributária acessória pode ser entendida como um auxílio do contribuinte no pro-
cesso burocrático de arrecadação ou fiscalização por parte do fisco. Como tem o caráter de
apoio, essa “ajuda” não envolve pagamento de tributos, mas o seu descumprimento resultará
em uma penalidade pecuniária, convertendo, assim, a penalidade em uma obrigação principal.
Repare que é possível que exista uma obrigação acessória de não fazer do contribuinte, no que
diz com a facilitação da fiscalização tributária.
Nesse sentido, é correto dizer que também pode ser considerada essa relação de permissão
para a ação da administração tributária em prol da arrecadação ou da fiscalização
Veja a redação do CTN:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


[...]
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Certo.

032. (CESPE/ADVOGADO/EBSERH/2018) Com relação à obrigação tributária principal e à


acessória, julgue o item subsequente.
Quando não cumprida, a obrigação acessória se converte em principal no tocante à penalidade
pecuniária.

A obrigação acessória não tem o objetivo de carrear recursos para os cofres públicos.
Na verdade, ela ajuda o fisco nas atividades de arrecadação e fiscalização dos tributos. Entre-
tanto, o descumprimento dessa obrigação irá gerar uma penalidade pecuniária, essa sim, parte
da obrigação principal. Note a redação do CTN:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.
[...]
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Certo.

033. (CESPE/ANALISTA PORTUÁRIO – FINANCEIRA E AUDITORIA INTERNA/EMAP/2018)


No que se refere a tributos, julgue o item a seguir.
Penalidade pecuniária aplicada em razão de descumprimento de obrigação tributária não se
classifica como imposto, mas sim tributo, em sentido amplo, pois tem natureza compulsória.

A penalidade pecuniária, no âmbito tributário, não se classifica como imposto ou como tributo,
mas apenas se reveste da característica de obrigação tributária principal, para fins de melhor
cobrança dos valores.
O CTN transforma a penalidade em obrigação tributária principal para que o seu pagamento
detenha as benesses da cobrança tributária. Entretanto, essa penalidade, sanção de ato ilícito,
não se reveste da característica de um tributo.
Note a redação do CTN:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Errado.

034. (CESPE/DELEGADO/PF/2018) A empresa XZY Ltda., contribuinte do ICMS, pagava men-


salmente esse tributo a determinado estado da Federação, no dia 15 de cada mês. No dia
30/6/2017, esse estado editou ato normativo que alterava a data do pagamento do referido
tributo para o dia 10 de cada mês, entrando tal ato em vigor no dia 1º/7/2017. Sem saber da
alteração, a empresa XZY Ltda. pagou o tributo no dia 15/7/2017, o que acarretou multa e juros
de mora pelo pagamento com atraso.
Nessa situação hipotética,
a penalidade pecuniária aplicada à empresa XZY Ltda. pelo pagamento do ICMS com atraso
constitui uma obrigação acessória.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Os pagamentos do tributo e da multa são considerados como obrigação tributária principal e


não acessória.
O examinador tenta confundir a cabeça do candidato ao afirmar que a multa pelo atraso confi-
gura uma obrigação acessória.
Errado.

035. (CESPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) A atividade estatal de arreca-


dação de tributos depende do cumprimento de obrigações de naturezas distintas pelo contri-
buinte e pelo não contribuinte, para que se materialize todo o percurso de lançamento, cobran-
ça e fiscalização do crédito tributário.
Com relação a esse assunto, julgue o item a seguir.
A obrigação acessória, quando descumprida por terceiro não contribuinte, converte-se em prin-
cipal, exceto quanto às penalidades pecuniárias.

A obrigação acessória quando descumprida converte-se em obrigação tributária principal, re-


lativamente às penalidades pecuniárias.
Errado.

036. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/FORTALEZA-CE/2017) No que se refere à teoria


do tributo e das espécies tributárias, julgue o item seguinte.
A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre da manifestação volitiva do
contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.

A relação existente entre Estado e contribuinte é realmente de caráter obrigacional, conforme


declara a questão.
Entretanto, o Estado institui tributos, mediante lei, e o sujeito passivo é obrigado a pagá-los,
independentemente da sua vontade, por isso que o CTN fala em prestação pecuniária compul-
sória, que é aquela situação em que a vontade do contribuinte é irrelevante para o pagamento
dos impostos.
Nesse sentido, podemos afirmar que o erro da questão é afirmar que existe a possibilidade de
escolha do contribuinte de pagar ou não os tributos que são devidos. A obrigação tributária é
ex-lege e não ex-voluntate.
Errado.

037. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/FORTALEZA-CE/2017) Julgue o seguinte item, a


respeito de obrigação tributária e crédito tributário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

O CTN qualifica como obrigação tributária principal aquela que tem por objeto uma prestação
pecuniária, distinguindo-a da obrigação tributária acessória, cujo objeto abrange as condutas
positivas e negativas exigidas do sujeito passivo em prol dos interesses da administração tri-
butária e as penalidades decorrentes do descumprimento desses deveres instrumentais.

A questão erra quando afirma que as penalidades pecuniárias são acessórias, quando, na ver-
dade, são obrigações principais.
Não é porque uma penalidade advém do descumprimento de uma obrigação acessória que ela
também será considerada acessória, o que acontece é uma conversão da obrigação acessória
em obrigação principal.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação prin-
cipal relativamente à penalidade pecuniária.
Errado.

038. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) A sociedade empresária XYZ, que tem por objeto so-
cial o comércio de roupas e acessórios, encontra estabelecida em Belém – PA. No desenvol-
vimento de sua atividade empresarial, essa pessoa jurídica prestava as declarações exigidas
pela legislação tributária relativamente ao imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comuni-
cação (ICMS) e efetuava o pagamento antecipado do crédito tributário. A partir de dezembro
de 2011, embora a sociedade empresária tenha continuado a enviar as declarações, deixou de
efetuar o pagamento do valor correspondente à obrigação principal. Em fevereiro de 2016, a
secretaria de fazenda estadual identificou, mediante fiscalização no estabelecimento empre-
sarial, o descumprimento das obrigações principal e acessórias relativas ao pagamento do
ICMS, tais como a emissão de notas fiscais e preenchimento de livro fiscal obrigatório.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O descumprimento de obrigação de emissão de nota fiscal dá ensejo à realização, pelo poder
público, do lançamento de ofício, para fins de aplicação da penalidade cabível. Nesse caso,
a multa aplicada equipara-se ao crédito decorrente da obrigação principal, em virtude da sua
natureza jurídica de obrigação de dar.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Exatamente, pois o descumprimento de uma obrigação acessória irá gerar uma penalidade
pecuniária, e tal penalidade tem natureza de obrigação principal, uma vez que o contribuinte
tem o dever de pagar, independentemente da sua vontade.
Certo.

039. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Considerando os limites ao exercício do poder


de tributar, julgue o item.
Para fins de cobrança, as penalidades pecuniárias impostas ao contribuinte em virtude do des-
cumprimento de obrigações acessórias são equiparadas à obrigação tributária principal, visto
que ambas constituem obrigação de dar.

Exatamente, a penalidade pecuniária é caracterizada como obrigação tributária principal pelo


CTN e assim se equipara à obrigação tributária principal que decorre da ocorrência do fato
gerador material. De fato, são ambas obrigações de dar, pois se relacionam ao pagamento do
tributo e da penalidade.
Certo.

040. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2006) Os tributos são compreendidos por meio do seu


fato gerador, da obrigação tributária, do lançamento e do crédito tributário, entre outros ele-
mentos importantes. Com base no Código Tributário Nacional, na Constituição Federal e na
legislação tributária, julgue o item a seguir.
Todo tributo é uma obrigação tributária principal, mas nem toda obrigação tributária principal
é um tributo.

A questão está correta, pois podemos citar, por exemplo, as multas, as quais têm característi-
cas de uma obrigação principal, mas que não podem ser consideradas como tributos, já que
surgem em decorrência do descumprimento das obrigações tributárias acessórias.
Nesse caso, podemos defini-las como principais porque o contribuinte tem o dever de pagá-
-las, assim como os tributos, mas não são consideradas como tal, pois sua origem está na
inobservância da lei.
Certo.

041. (CESPE/PROCURADOR/MPTCU/2004) No que se refere ao crédito tributário, nos ter-


mos do Código Tributário Nacional e das lições doutrinárias, julgue os itens seguintes.
O crédito tributário é constituído pelo surgimento da obrigação tributária principal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária. Da obrigação tributária, por meio do lan-
çamento, surge o crédito tributário. O crédito não é constituído então pelo surgimento da obri-
gação tributária. Ele é constituído pelo lançamento.
Note a dicção do CTN:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
[...]
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
[...]
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Errado.

042. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA/2014) De acordo com determinada norma tributária, a


venda de mercadoria gera a necessidade de registro contábil e do pagamento do tributo devi-
do. A respeito desse tema, julgue o item seguinte.
O registro da referida venda é uma obrigação tributária, mas não o fato gerador do tributo.

O registro é uma obrigação tributária acessória, mas não é considerado como fato gerador do
tributo, pois tal fato é concretizado com a venda da mercadoria, e não com o registro. Por esse
motivo a questão está correta.
Certo.

043. (CESPE/ERSPT/ANATEL/2014) Consoante as regras tributárias, após a ocorrência de


determinados fatos, surgem obrigações tributárias. Acerca dessas obrigações e dos fatos ge-
radores, julgue o item subsecutivo conforme disposições do CTN.
Considere que determinado médico tenha sido contratado particularmente e de forma incondi-
cional para realizar uma cirurgia de alto risco em um paciente e que o paciente tenha falecido
na cirurgia. Nessa situação, apesar do falecimento, ocorreu o fato gerador do imposto sobre
serviços de qualquer natureza, já que, para a definição do fato gerador, não se devem levar em
conta os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Exatamente, o que importa para o surgimento do imposto é a prestação do serviço e não o


resultado do trabalho. Mesmo que o paciente tenha falecido no procedimento, o fato gerador
ocorreu, que, nesse caso, foi o serviço prestado, logo, o imposto é devido.
Certo.

044. (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂM. DEP./2014) Acerca dos fundamentos de


gestão fiscal, julgue o item que se segue.
Empresa que pratica elisão fiscal em decorrência de lacunas na legislação tributária não pode-
rá ser punida.

Exatamente, a elisão fiscal é aquela situação em que a empresa faz um planejamento tributário
adequado e dentro da lei, e consegue diminuir a carga tributária de forma lícita. É importante,
nesse contexto, citar a evasão fiscal, que diz respeito ao uso de mecanismos ilícitos para lu-
dibriar o fisco e não pagar os impostos devidos, maquiando as demonstrações contábeis, por
exemplo. Diante desses entendimentos, podemos afirmar que a questão está correta.
Certo.

045. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-SE/2005) Julgue o item que se segue.


Tendo a autoridade administrativa descoberto manobras realizadas pelo contribuinte para dis-
simular a ocorrência do fato gerador, poderá desconsiderar o negócio jurídico realizado, apli-
cando a norma geral antielisão.

Ao verificar uma manobra para tentar mascarar determinado negócio jurídico, o auditor deverá
aplicar a legislação na situação encontrada, a fim de cobrar os impostos incidentes naquela
operação, sem levar em consideração o negócio jurídico realizado.
A base legal está impressa no parágrafo único do artigo 116 do CTN:

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os
seus efeitos:
I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,
nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos pra-
ticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabele-
cidos em lei ordinária. (Incluído pela LCP n. 104, de 2001)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

O que importa para a autoridade administrativa é o fato gerador da situação e não as manobras
do negócio jurídico, por esse motivo a questão está correta.
Certo.

046. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições


do Código Tributário Nacional (CTN).
O contribuinte é o sujeito passivo da obrigação principal, enquanto o responsável é o sujeito
passivo da obrigação acessória.

A divisão está equivocada. É possível que em uma relação tributária nascida em face da ocor-
rência de um fato gerador de obrigação tributária principal existam tanto um contribuinte quan-
to um responsável pela mesma obrigação.
Nesse sentido, é importante lembrar que o contribuinte é aquele que tem relação pessoal e
direta com o fato gerador e o responsável é aquele que não se reveste como contribuinte, mas
tem obrigação em virtude de lei.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.
Errado.

047. (CESPE/PROCURADOR/PGM-MANAUS/2018) Julgue o item que se segue à luz do que


dispõe o Código Tributário Nacional.
Apenas pessoas jurídicas de direito público podem figurar como sujeitos ativos de obrigações
tributárias.

Exatamente, somente as pessoas jurídicas de direito público podem ser sujeito ativo, pois essa
vedação faz parte da competência tributária, que é aquela em que garante aos entes o poder
de instituir e legislar sob os tributos de sua competência.
Por esse motivo, segundo o CTN, não há a possibilidade de uma pessoa jurídica de direito pri-
vado ocupar o polo ativo da relação jurídico tributária. Note o disposto no artigo 119 do CTN:

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência
para exigir o seu cumprimento.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

048. (CESPE/ADVOGADO/EBSERH/2018) A relação jurídico-tributária estabelecida entre o


estado e os contribuintes destina-se à arrecadação de tributos e gera os sujeitos ativo e pas-
sivo, bem como as interações entre si e quanto a terceiros. Considerando essa informação,
julgue o item a seguir.
O município que se constituir pelo fracionamento de território assumirá o polo inverso da rela-
ção jurídico-tributário em relação ao que fora desmembrado.

Na verdade, o novo território usará a legislação do ente em que era parte, até que entre em
vigor a sua própria legislação. E assim sendo, ele continuará sendo sujeito ativo e não passivo,
ou seja, não haverá essa inversão que foi informada na questão. Por esse motivo, a questão
está errada.
Note a redação do artigo 120 do CTN:

Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria.
Errado.

049. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/FORTALEZA-CE/2017) Julgue o seguinte item, a


respeito de obrigação tributária e crédito tributário.
O sujeito passivo da obrigação principal denomina-se contribuinte quando, dada sua vincula-
ção ao fato gerador, sua sujeição decorre expressamente de determinação legal, ainda que não
tenha relação pessoal e direta com a ocorrência de tal fato.

Pelo contrário, para que o sujeito passivo seja considerado um contribuinte, é necessário que
ele tenha uma relação pessoal e direta com o fato gerador do tributo.
A questão inverte os conceitos, pois essas características são do sujeito passivo responsá-
vel e não do contribuinte, assim sendo, podemos afirmar que essa situação constitui o erro
da questão.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

050. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) À luz das disposições do Código Tributário Nacional


(CTN), julgue o item a seguir.
Havendo vários devedores solidários de determinado crédito tributário, eventual isenção ou-
torgada pessoalmente a um deles não exonerará os demais, salvo se houver previsão legal em
contrário.

Note a redação do CTN, artigo 125, II:

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
[...]
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente
a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
É importante entender que, em regra, a isenção atinge todos os devedores, porém existe a ex-
ceção que permite que tal benesse seja outorgada de forma individual.
Portanto, é plenamente possível que o benefício seja concedido apenas a uma pessoa e, as-
sim, os demais devedores ficariam obrigados a arcar com o resto da obrigação pelo saldo.
Certo.

051. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2004) Julgue o item seguinte, referente à obrigação tributária.


Considere a seguinte situação hipotética.
Flávio, Fernando e Francisco são obrigados por uma mesma dívida tributária no valor de R$
9.000,00, pela qual Flávio pagou R$ 3.000,00 ao fisco.
Nessa situação, resta uma dívida de R$ 6.000,00, cuja obrigação recai exclusivamente sobre
Fernando e Francisco.

O primeiro ponto a se destacar é que a assertiva, na sua forma de expressão, deixa a entender
que a obrigação é solidária.
Nesse caso, isso fica claro quando o examinador diz que os três devedores são obrigados por
uma mesma dívida tributária. Sendo devedores solidários, mesmo com o pagamento por um
deles de parte da dívida, ela continuará sendo dever de todos os envolvidos.
Note a disposição do artigo 125 do CTN:

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I – o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
Por isso, mesmo que Flávio tenha efetuado o pagamento de parte do valor, o fisco poderá cobrar
dele o restante da dívida. Dessa forma, a questão está errada, pois a obrigação continuará a recair
sobre todos os envolvidos.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

FCC

052. (FCC/ADVOGADO LEGISLATIVO – PROCURADOR/2020/ADAPTADA) O Código Tribu-


tário Nacional contempla diversas regras atinentes às obrigações tributárias. De acordo com
esse Código,
a) somente a lei pode estabelecer a definição do fato gerador da obrigação tributária principal
relativa às contribuições de melhoria.
b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com
a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos no
regulamento de cada tributo.
c) interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumpri-
mento de obrigações tributárias principais, mas não a que disponha sobre dispensa do cum-
primento de obrigações tributárias acessórias.
d) o fato gerador da obrigação tributária principal é qualquer situação que, na forma da legis-
lação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação tributária
acessória.

a) Certa. O fato gerador da obrigação tributária principal de todas as espécies tributárias deve
ser previsto em lei, conforme art. 114 do CTN:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e sufi-
ciente à sua ocorrência.
b) Errada. Segundo o parágrafo único do art. 116 do CTN,

a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a fina-
lidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constituti-
vos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
c) Errada. Segundo inc. III do art. 111 do CTN, “interpreta-se literalmente a legislação tributária
que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias”.
d) Errada. Segundo o art. 114 do CTN transcrito na alternativa a, o fato gerador da obrigação
tributária principal “é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.
O § 1º do art. 113 do CTN detalha essa obrigação tributária e afirma que ela surge com a ocor-
rência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
O examinador tentou confundir você com o conceito de obrigação tributária acessória previsto
no art. 115 do CTN:

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação apli-
cável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

053. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-BA/2019/ADAPTADA) Relativamente aos temas obri-


gação tributária, fato gerador e lançamento, julgue o item a seguir.
A definição legal do fato gerador é interpretada levando-se em consideração a validade jurídica
dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros.

Segundo o inc. I do art. 118 do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstrain-
do-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis
ou terceiros.
Errado.

054. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-BA/2019/ADAPTADA) Relativamente aos temas obri-


gação tributária, fato gerador e lançamento, julgue o item a seguir.
Tratando-se de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus
efeitos, desde o momento que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.

Segundo o art. 116 do CTN, tratando-se de situação de fato é que se considera ocorrido o fato
gerador e existentes os seus efeitos desde o momento que se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.
No caso de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos,
desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Errado.

055. (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE CARUARU-PE/2018) A obriga-


ção tributária principal
a) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto exclusivo o pagamento de tributo e
extingue-se com a prescrição do crédito dela decorrente.
b) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalida-
de pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente.
c) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto a obrigação acessória de prestar in-
formações quando solicitada pela Administração e o pagamento do tributo, desde que exigido.
d) pode se confundir com obrigação acessória, sobretudo para efeitos de pagamento da pena-
lidade decorrente de descumprimento da lei tributária, considerada a independência estrutural
dos dois conceitos.
e) tem como fato gerador situação que, na forma do regulamento, impõe a abstenção de ato
que configure obrigação acessória.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto paga-
mento de (i) tributo ou (ii) penalidade pecuniária, e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente, conforme CTN, art. 113, par. 1º (alternativa a falsa, alternativa b certa).
A obrigação principal não se confunde com a obrigação acessória de prestar informações (al-
ternativa c falsa), sendo esta relativa à obrigatoriedade de cumprir deveres instrumentais que
auxiliem o Fisco na fiscalização e arrecadação dos tributos (alternativa d falsa).
A obrigação tributária principal deve ser prevista em lei, enquanto a obrigação tributária aces-
sória pode ser prevista em “legislação tributária”, ou seja, ela pode estar não somente prevista
em lei como em outras espécies normativas de hierarquia inferior (alternativa e falsa).
Letra b.

056. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-SC/2018) O Código Tributário Nacional estabelece que


a “autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com
a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária”. De acordo com o referido Código, a norma retrotranscrita
a) não poderá ser aplicada, sem prévia autorização judicial.
b) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
c) é autoaplicável, independentemente da observância de qualquer procedimento.
d) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei complementar.
e) poderá ser aplicada, nos termos de disciplina a ser estabelecida pelo Poder Executivo.

A questão trata da “norma geral antielisão”, prevista no par. único do art. 116 do CTN:

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos prati-
cados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos ele-
mentos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
Em atenção à parte final desse dispositivo, essa norma não é autoaplicável, devendo haver
observância a procedimentos previstos em lei ordinária.
Letra b.

057. (FCC/PROCURADOR/TCM-RJ/2015) A propriedade de um bem imóvel por três proprie-


tários com frações distintas gera
a) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário.
b) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário, mas com solidariedade entre eles.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 78 de 80
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas.

c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente
à sua fração, sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse co-
mum consistente na transmissão do bem imóvel.
e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se
houver expressa disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim con-
vencionado.

Nos termos do art. 124 do CTN, as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua fato gerador da obrigação principal são solidariamente obrigadas a cumpri-la.
No caso em apreço, há um fato gerador, que é a propriedade de um imóvel, que gera a obrigação
principal de pagar o tributo pelas três pessoas que têm interesse comum nessa propriedade.
Do ponto de vista do Direito Tributário, eles são devedores solidários.
Letra d.

Querido(a) aluno(a), como anda o estudo? E a revisão?


Esperamos que você esteja gostando da nossa didática, assimilando bem o conteúdo, con-
seguindo resolver as questões, e lembrando de anotar as que errou.
Além disso, estamos disponíveis no Fórum de Dúvidas para esclarecer qualquer ponto que
não tenha ficado claro para você!
Um abraço,
Diego Degrazia e Lis Ribas.

Diego Degrazia
Professor em cursos para concursos em Porto Alegre e em cursos online. Jornalista. Graduando em Direito.
Atualmente, é auditor-fiscal da Receita Estadual/RS (ICMS-RS), aprovado em 24º lugar no concurso de
2009. Foi assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda, aprovado em 12º lugar. Foi também
aprovado em 1º lugar no concurso de analista de Orçamentos do Ministério Público da União. É o fundador
do Grupo de Estudos do Degrazia, no Facebook, comunidade que reúne mais de 11 mil concurseiros de
todo o País. Orientador de alunos, ajudou diretamente na aprovação de diversos alunos nos principais
concursos fiscais do País, em especial na 1º colocação do ICMS-SC.

Lis Ribas
Auditora Pública Externa do TCE-RS, Especialista em Direito Tributário pela UFBA (2014), já advogou na
área tributária e foi aprovada nos seguintes concursos: Analista do MP-AL (2018); Auditora TCM-BA
(2018); Analista de Planejamento e Orçamento da Câmara Municipal de Maceió-AL (2018); Analista de
Controle Interno de Maceió (2017).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 79 de 80
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar