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• Na teoria geral das obrigações, obrigação é a relação jurídica em que uma pessoa pode
exigir da outra uma prestação de interesse da primeira. Relação jurídica, por sua vez, é toda
situação da vida real em que haja um vínculo entre duas ou mais pessoas, com direitos e
deveres entre elas. Na obrigação uma pessoa tem o direito de exigir o cumprimento da
prestação e a outra tem o dever de prestá-la, em razão de um determinado vínculo.
OBJETO – prestação
• O OBJETO da obrigação tributária pode ser uma prestação pecuniária (pagar dinheiro, que
pode ser tributo ou penalidade por infração fiscal) ou uma prestação de fazer ou deixar de
fazer algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização.
• A obrigação tributária é uma obrigação legal por excelência. Decorre diretamente da lei, sem
que a vontade interfira no seu nascimento. A lei cria o tributo e descreve a hipótese em que
ele é devido. Basta que essa hipótese aconteça, tornando-se concreta, para que surja a
obrigação tributária, sendo absolutamente irrelevante a vontade das pessoas envolvidas.
• As fontes da obrigação tributária são a lei e o fato gerador. A primeira é fonte formal; a
segunda é fonte material. Ambas indispensáveis. Não há obrigação tributária sem a descrição
legal da hipótese de seu surgimento. Mas só a descrição legal não basta. É preciso que ocorra
o fato descrito na hipótese. A previsão legal – hipótese de incidência – mais a concretização
desta – fato gerador – criam a obrigação tributária.
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Situação – fato, conjunto de fatos, situação de fato, situação jurídica. Fato em sentido amplo.
Toda e qualquer ocorrência decorrente ou não da vontade, mas sempre considerada como fato,
quer dizer, sem qualquer relevância dos aspectos subjetivos.
Definida em lei – só a lei em sentido estrito pode definir o fato gerador da obrigação principal
(art. 97, III, CTN).
Necessária e suficiente – sem a situação prevista em lei não nasce a obrigação e a sua
ocorrência é o bastante para o nascimento da obrigação.
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“Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes seus
efeitos:
- O art. 117 do CTN complementa o inciso II do art. 116 do CTN, para explicitar quando se
considera ocorrido o fato gerador ligado aos negócios jurídicos condicionais:
Condição resolutória = doação desfeita se casar (imposto é devido desde logo; a condição
aqui não tem relevância tributária no que diz respeito ao momento em que se tem como
consumado o fato gerador, embora possa ensejar restituição do tributo).
- O parágrafo único do art. 116 CTN é novo, introduzido pela LC 104/2001, para
expressamente conferir poderes à fiscalização para dar qualificação jurídica diversa ou
desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo (caso das cooperativas ou fornecedores de mão-de-obra).
- O aspecto temporal da hipótese de incidência, que deve ser fixado em lei (sentido estrito)
e diz respeito ao momento em que se considera ocorrido o fato gerador, nada tem a ver com o
prazo de vencimento do tributo, que pode ser estabelecido na legislação tributária (inclusive
por decreto do Poder Executivo) – art. 160 CTN – não estando sujeito ao princípio da
legalidade.
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- Art. 118 CTN – A invalidade do ato jurídico (agente capaz, objeto lícito e forma prescrita
ou não defesa em lei) não tem relevância para o Direito Tributário. A ilicitude do ato
praticado nada tem a ver com a relação jurídica tributária. Isso não implica, porém, admitir-se
a tributação de fatos ilícitos. O ato ilícito não pode ser hipótese de incidência, mas pode ser
fato gerador do tributo. Também não importa ao Direito Tributário a natureza do objeto dos
atos praticados pelo sujeito passivo nem os efeitos desses atos. Ocorrida a situação prevista
em lei como necessária e suficiente, pouco importa a natureza do objeto ou os efeitos dos atos
praticados. Quer se trate de ato, fato, situação jurídica, conjunto de fatos etc., a hipótese de
incidência é sempre considerada como fato objetivamente.
- BASE DE CÁLCULO:
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- ALÍQUOTA:
Pode ser:
• É quem tem competência para arrecadar e fiscalizar o tributo, funções que o art. 7º CTN
permite sejam delegadas.
• Nos termos dos arts. 7º e 119 do CTN, o sujeito ativo do tributo sempre tem que ser uma
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
• A definição do sujeito ativo pode estar implícita na lei, especialmente quando coincidir com
a entidade política titular da competência tributária. A atribuição das funções de arrecadar e
fiscalizar a outra pessoa jurídica de direito público, porém, só pode constar da lei (em sentido
estrito), visto que é um dos aspectos da hipótese de incidência.
• Relembrar:
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SUJEITO PASSIVO
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• A sujeição passiva tributária é decorrente de lei (em sentido estrito), visto que é um dos
aspectos da hipótese de incidência. A responsabilidade tributária pelo pagamento de tributo,
assim, só pode ser fixada em lei. Bem por isso, as convenções particulares sobre
responsabilidade por pagamento de tributos não podem ser opostas à fazenda (art. 123 CTN).
Observar que o dispositivo ressalva disposição de lei em sentido contrário, de modo que a lei
pode aceitar a convenção, se assim dispuser.
Súmula 614 do STJ: “O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito
desses tributos.” (DJe do STJ de 11/05/2018, p. 2083).
• Na sujeição passiva pode haver solidariedade (art. 124 CTN), que é a existência de 2 ou
mais pessoas simultaneamente obrigadas ao cumprimento da obrigação tributária, quer porque
praticaram em conjunto o mesmo fato gerador (2 contribuintes), quer porque a lei assim
determinou (contribuinte + responsável). A solidariedade tributária, como regra geral, não
comporta benefício de ordem (pode cobrar de qualquer um dos coobrigados sem ordem de
execução) e tem os efeitos previstos no art. 125 do CTN (pagamento favorece a todos; isenção
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• Para ser sujeito passivo da obrigação tributária basta que a lei assim estabeleça. Independe
da vontade daquele eleito como sujeito passivo. Por isso mesmo, a capacidade tributária, ou
seja, a capacidade para ser sujeito passivo da obrigação tributária independe da capacidade
civil das pessoas naturais ou de outras limitações que impeçam a prática do fato gerador. (art.
126 CTN, compatível com o art. 118 CTN).
• O sujeito passivo da obrigação tributária deve ter um domicílio tributário, como local onde
cumprirá as obrigações e receberá avisos e notificações. A regra geral é que o sujeito passivo
é quem elege seu domicílio tributário; somente quando não houver eleição do foro ou quando
recusado o foro eleito é que a Administração fazendária pode fixar o domicílio tributário do
sujeito passivo, atendidas as regras do art. 127 do CTN.
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
• A doutrina clássica, a respeito da sujeição passiva, dispunha que sua eleição poderia se dar
de forma:
a) por transferência = responsável (não está de fato relacionado com fato gerador, mas está
por lei obrigado ao pagamento do tributo, juntamente com contribuinte)
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b) por substituição = substituto legal tributário (não está de fato relacionado com fato gerador,
mas está por lei obrigado ao pagamento do tributo, excluído o contribuinte)
• Para o CTN, responsável é tanto aquele que é solidária ou sucessivamente responsável pelo
tributo devido pelo contribuinte, como aquele que sozinho, excluída a figura do contribuinte,
deve o tributo apenas por disposição de lei, sem ter relação direta com o fato tributável.
• Com efeito, no art. 128, o CTN dispõe que, além dos eleitos responsáveis, de forma
genérica, no capítulo, para todos os tributos, a lei instituidora de cada tributo pode atribuir, de
modo expresso, a responsabilidade tributária a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em
caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
• Como não é adotada no CTN, atualmente, a expressão “substituição tributária” tem sido
utilizada para identificar os casos em que o legislador, ao definir a hipótese de incidência,
coloca desde logo o responsável (substituto legal tributário) como primeiro obrigado pelo
pagamento do tributo, mantendo a obrigação do contribuinte (substituído), solidariamente,
com ou sem benefício de ordem. A obrigação surge diretamente para o substituto, a quem
cabe recolher o tributo devido pelo contribuinte substituído, mas com recursos alcançados
pelo próprio contribuinte ou dele retidos. A substituição é estabelecida em benefício da
fiscalização e arrecadação.
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2. Eleição de substituto legal tributário que possa fazer cumprir a obrigação do contribuinte,
mediante exigência prévia, retenção ou ressarcimento;
• Cabe anotar que o art. 128 do CTN exige, para a atribuição de responsabilidade tributária,
que o responsável esteja vinculado ao fato gerador. Não vinculação pessoal e direta, de fato,
pois essa é exigida apenas do contribuinte, mas, sim, vinculação indireta, jurídica ou
econômica (possibilidade retenção para o substituto legal tributário).
• Se houve retenção, mas não houve recolhimento, o valor só pode ser cobrado do substituto.
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• Art. 129 CTN – No que se refere à atribuição de responsabilidade aos sucessores, importante
é saber a data de ocorrência do fato gerador. Se o fato gerador ocorreu antes do ato que
implicou sucessão, aplicáveis são as regras que disciplinam a responsabilidade do sucessor.
• Art. 130 CTN – Responsabilidade tributária do adquirente de bem imóvel quanto aos
tributos sobre ele incidentes. O adquirente de bem imóvel se torna responsável pelo
pagamento de quaisquer tributos e penalidades incidentes sobre o imóvel antes da aquisição,
salvo se constar do título a prova de sua quitação. (problema da CND que faz ressalva a
outros débitos não apurados).
• Parágrafo único do art. 130 CTN – Responsabilidade do arrematante quanto aos tributos
incidentes sobre o bem arrematado. Se o bem á adquirido em arrematação em hasta
pública, o arrematante não é responsável, mas o preço fica vinculado ao pagamento dos
tributos incidentes sobre o bem.
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incidentes. A doutrina combina o disposto no art. 131, I, com o disposto no art. 130 do CTN.
Aquele que faz remição do bem (paga a dívida e resgata o bem dado em garantia) também
fica responsável pelo pagamento dos tributos sobre ele incidentes.
• Art. 131, II e III, CTN – Responsabilidade do sucessor pela morte. O sucessor a qualquer
título (herdeiro, testamentário) e o cônjuge meeiro são responsáveis pelos tributos devidos
pelo de cujus até a data da partilha, limitada essa responsabilidade ao montante do quinhão,
legado ou meação. E o espólio responde pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão. O espólio paga os tributos devidos pelo de cujus antes de sua morte até
a partilha. Partilhados os bens, os herdeiros e o meeiro respondem pelos tributos devidos até a
partilha, no limite do quinhão e meação.
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Não se aplica ao adquirente dos bens que integram a massa falida, salvo exceções (§§ 1º e 2º
acrescentados pela LC 118/2005).
• Relativamente ao art. 132 CTN, observar o teor da recente súmula 554 do STJ: “Na hipótese
de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos
devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos
geradores ocorridos até a data da sucessão.” (aprovada em 09/12/2015)
2. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
• Art. 134 CTN – O CTN torna responsáveis solidariamente (ou subsidiariamente? – STJ, 1ª
Seção, EREsp 446.955/SC, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 04/2008) com o contribuinte várias
categorias de pessoas que, por diferentes razões de direito, o representam ou praticam atos
jurídicos em nome e por conta dele: pais, tutores, curadores, administradores de bens de
terceiro, inventariante, síndico, comissário, tabeliães, escrivães, serventuários da Justiça,
sócios. A responsabilidade aqui pressupõe duas condições: a primeira é que o contribuinte não
possa cumprir sua obrigação, e a segunda é que o terceiro tenha participado do ato que
configure o fato gerador do tributo ou em relação a este tenha indevidamente se omitido. De
nenhum modo se pode concluir que os pais sejam sempre responsáveis pelos tributos devidos
pelos seus filhos menores, nem que os tutores ou curadores sejam sempre responsáveis pelos
tributos devidos pelos seus tutelados ou curatelados etc. É preciso que exista uma relação
entre a obrigação tributária e o comportamento daquele a quem a lei atribui responsabilidade.
Se, temerariamente, nos atos praticados por elas ou nas omissões que cometerem, tornarem
impossível o cumprimento da obrigação principal (o pagamento no prazo do tributo), pagarão
solidariamente não só este tributo, senão também juros de mora e mais a multa de caráter
moratório.
• Art. 135 CTN – Aqui o CTN torna responsável pelo pagamento do tributo terceiros que
agirem com excesso de poderes, infração à lei, contrato social ou estatuto. Exige-se a prática
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• Art. 136 CTN - O agente responde pelas infrações tributárias que praticar,
independentemente de sua intenção, ou da existência, natureza e extensão dos efeitos do ato.
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