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DIREITO

TRIBUTÁRIO
A Responsabilidade e o Ilícito Tributários

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
A Responsabilidade e o Ilícito Tributários
Renato Grilo

Apresentação..................................................................................................................3
A Responsabilidade e o Ilícito Tributários........................................................................6
1. A Responsabilidade Tributária pelas Infrações: a Face Sancionadora do Direito
Tributário........................................................................................................................6
2. Responsabilidade Tributária e Responsabilidade por Infrações Tributárias: uma
Diferença......................................................................................................................... 7
3. A Natureza Objetiva da Responsabilidade Tributária pelas Infrações......................... 10
3.1. A Boa-fé do Comerciante no Aproveitamento de Créditos de ICMS.. ........................ 13
3.2. Aplicação de Pena de Perdimento em Veículo........................................................ 16
3.3. Erro da Fonte Pagadora e Responsabilidade do Contribuinte................................. 20
4. Espécies de Multas Tributárias..................................................................................22
5. A Responsabilidade Pessoal do Art. 137 do CTN. . ......................................................29
6. A Denúncia Espontânea............................................................................................ 30
7. A Vedação da Sanção Política....................................................................................35
Questões de Concurso...................................................................................................44
Gabarito....................................................................................................................... 60
Gabarito Comentado. ..................................................................................................... 61

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A Responsabilidade e o Ilícito Tributários
Renato Grilo

Apresentação

Olá, estimada aluna, estimado aluno!


Na aula passada, estudamos a responsabilidade pelo pagamento do tributo. Rememoro:
existem duas regras matrizes – a tributária e a de responsabilidade tributária.
A regra matriz de incidência tributária se relaciona com o fato gerador da obrigação tribu-
tária como, por exemplo, no caso do imposto de renda, o fato de “auferir renda”.
Já a regra matriz da responsabilidade cuida de outros fatos, que são capazes de interferir
em uma obrigação tributária que já surgiu. O fato gerador da responsabilidade tributária é ca-
paz de afetar a sujeição passiva da obrigação tributária, podendo alterar a responsabilidade
pelo pagamento do tributo.
Assim, exemplificando, alguém aufere renda. Esse fato gera uma obrigação tributária; é,
portanto, um fato gerador da obrigação tributária. Aquele que aufere a renda é o contribuinte
e, em regra, responderá pelo pagamento do tributo.
Contudo, pode ocorrer um novo fato, capaz de gerar uma responsabilidade tributária; esse
fato gerador da responsabilidade tributária irá afetar a relação contributiva, alterando a sujei-
ção passiva. A partir da morte ou falência, por exemplo, pode sair o contribuinte e entrar em
cena o responsável.
Pois bem, estimados leitores: tenham muito clara essa diferenciação entre o fato que gera
a obrigação e o fato que gera a responsabilidade tributária.
Agora, vamos falar nessa aula de uma ‘variação’ dessa “responsabilidade tributária”, que
é a responsabilidade pelas infrações tributárias.
Esse é o momento de expor para todos vocês o tema do “direito tributário sancionador”.
É uma temática que, com a devida vênia, não fica muito clara na maioria dos manuais de di-
reito tributário.
É preciso, nessa introdução, colocar as peças sobre a mesa, com as quais iremos trabalhar.
Dois pontos são fundamentais: (i) a compreensão de que estamos trabalhando com uma
obrigação tributária principal de pagar multa tributária e, por conseguinte, de que (ii) essa
responsabilidade pelas infrações tributárias é autônoma. Vejamos.
O tributo, por definição (Art. 3º do CTN) não é expressão do poder sancionatório do Estado.

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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

Embora a esmagadora maioria das pessoas não pague um tributo feliz da vida, isso não
significa que elas estejam sendo sancionadas pela incidência do tributo.
O tributo é o preço da vida organizada pelo Estado; pagamos tributo para a organização
da vida em sociedade, a partir da estruturação e ação estatal. O tributo faz frente ao custo
do Estado e ao próprio Estado, pagamos tributos por um dever fundamental, conforme seja a
capacidade contributiva de cada um.
Agora, viremos uma página: dentro do direito tributário, assim como ocorre com o direito
ambiental ou administrativo, há um direito sancionador.
Em essência, esse direito sancionador é de natureza tributária-administrativa, apenas
para dizer que não detém natureza criminal e é imposto pela Administração Tributária (Fisco).
Assim como o IBAMA imputa uma multa, por exemplo, pelo descumprimento de alguma
norma ou preceito do direito material ambiental, a Receita Federal imputa multas, previstas
necessariamente em Lei formal, pelo descumprimento das normas tributárias.
Quando se descumpre um preceito tributário, ao qual se atrela uma sanção, surge a obri-
gação tributária principal de pagar multa tributária.
Essa obrigação tributária principal de pagar multa ou penalidade é autônoma em relação
à obrigação tributária principal de pagar o tributo.
Por exemplo, você deixa seu imóvel para alugar em uma imobiliária, que fecha um contra-
to de 5 anos; aluguel é fruto civil e é renda, de modo que surge, para você (dono do imóvel) a
obrigação tributária principal de pagar o tributo (imposto de renda). A imobiliária, que tramita
o negócio, funciona como “dedo duro”: quando repassa para você os valores dos alugueis,
informa esse fato à Receita Federal (para evitar que você deixasse de pagar o tributo). Caso
a imobiliária descumpra com o seu dever, essa omissão será um “fato gerador” da obrigação
principal de pagar uma multa tributária. Mas qual o tributo que é devido pela imobiliária? Ne-
nhum. Ela simplesmente descumpriu com um dever de colaboração com o Fisco.
Essa multa da imobiliária nós chamamos de “multa isolada”. Isso é importante.

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 Obs.: a multa isolada é imposta desacompanhada de qualquer obrigação principal de pagar


tributo; é pura manifestação do poder sancionatório do Fisco.

Em alguns casos, a obrigação tributária principal de pagar tributo é acompanhada da obri-


gação principal de pagar a multa tributária.
Se eu deixo de pagar os meus tributos em dia, me será imposta uma multa tributária; as-
sim, além do tributo (que tem como fato gerador a renda, a propriedade e etc), eu terei como
obrigação também a multa (cujo fato gerador é a impontualidade).
Essa multa é chamada de “multa moratória” e, como o estimado leitor pode perceber, é di-
ferente da multa isolada.

 Obs.: as multas moratórias constituem penalidades aplicadas em razão do simples atraso


no pagamento de tributo.​​

Prosseguindo. Aqui fica muito clara a distinção entre as três espécies autônomas de obri-
gações tributárias: de pagar tributo, de pagar multa ou penalidade tributária e acessórias (de
fazer ou não fazer algo no interesse da Administração Tributária – caso da imobiliária).

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positi-
vas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.

As infrações à legislação tributária consistem no descumprimento de obrigações contri-


butivas (pagar tributo) ou de colaboração com a administração tributária (descumprimento
de obrigações acessórias, não realização de retenções e de repasses etc.).
Portanto: (i) em primeiro lugar, não confunda a obrigação principal de pagar o tributo, com
a obrigação principal de pagar uma multa tributária – inclusive, como demonstramos acima,
elas não necessariamente existirão jutas; (ii) por consequência, tenha como separada ou au-
tônoma a responsabilidade por infrações à legislação tributária.
Sigamos explicando o tema!

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A RESPONSABILIDADE E O ILÍCITO TRIBUTÁRIOS


1. A Responsabilidade Tributária pelas Infrações: a Face Sancionadora
do Direito Tributário

Dispõe o art. 136 do CTN que:

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.

A infração à legislação tributária resulta no surgimento de uma obrigação tributária prin-


cipal de pagar a multa tributária.
A “responsabilidade por infrações” trata dessa realidade: a imputação a alguém de uma
pena tributária. Estamos diante da expressão do poder ou força sancionadora do direito
tributário.
Assim como alguém que infringe um dever para com o meio ambiente ou perante a Ad-
ministração Pública pode ser instado a pagar uma multa ambiental ou administrativa, aquele
que infringe a legislação tributária será sancionado.
Permitam-me fazer uma crítica à disposição do CAPÍTULO V do LIVRO SEGUNDO do CTN
(artigos 128 a 138). Os artigos 128 a 135 tratam da responsabilidade tributária, que é a im-
putação a um terceiro, chamado de responsável, do pagamento do tributo ou da penalidade
tributária.
A partir do art. 136, contudo, o CTN passa a tratar da “responsabilidade por infrações”.
Farei a diferenciação no tópico seguinte, mas adianto: aqui, quando se fala em “responsabili-
dade por infrações” não se está imputando responsabilidade a um terceiro, mas aqueles que
efetivamente praticam uma infração contra a legislação tributária.
A “responsabilidade por infrações” é imputada a quem efetivamente comete a infração.
Isso fica claro pela leitura do art. 136, quando fala na intenção do “agente ou do responsável”.
“Intenção” é algo presente em quem efetivamente pratica o fato que infringe a legislação
tributária.

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Essa é a efetiva expressão sancionatória do direito tributário.


Tributo não é sanção, mas o direito tributário sanciona os fatos praticados contrariamen-
te aos seus preceitos. Portanto, há dentro da tributação o chamado “direito tributário sancio-
nador”, que reprime os fatos contrários à legislação tributária.
E não se trata de uma sanção cível ou penal, mas essencialmente sanção administrati-
va-tributária, imputada pela Administração Tributária (Fisco), face ao descumprimento dos
deveres tributários ou de colaboração tributária.
Como assevera Leandro Paulsen (Curso completo de direito tributário), jamais um ato ilíci-
to estará descrito na hipótese de incidência de um imposto ou contribuição, porquanto tributo
não é sanção de ato ilícito, não se presta para punir. Aliás, o art. 3º do CTN dispõe que tributo
é obrigação pecuniária, compulsória, prevista em lei, que não constitui sanção de ato ilícito,
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada! Ilícitos civis, empresariais,
administrativos e mesmo penais são, a princípio, irrelevantes. Toma-se como referência o
adágio pecunia non olet, ou seja, o princípio segundo o qual a ilicitude subjacente não retira
dos fatos econômicos a revelação de capacidade contributiva tributável, de modo que não
afeta nem prejudica a tributação dos fatos geradores efetivamente ocorridos ou praticados
Assim, tributa-se fatos econômicos, abstraindo-se sua licitude ou ilicitude – ex: tributa-
-se a renda do professor de tributário e do traficante de drogas. O que importa é a renda. Ou
seja, o tributo não é sanção, mas abstrai a licitude ou validade do fato econômico que enseja
o surgimento de sua respectiva obrigação.
Afaste, portanto, seu raciocínio do tributo quando falamos de sanções ou infrações tri-
butárias. Não conecte a lógica que enseja o pagamento do tributo, com os pressupostos das
infrações tributárias.

2. Responsabilidade Tributária e Responsabilidade por Infrações Tribu-


tárias: uma Diferença

Na aula passada nós falamos sobre a responsabilidade pelo pagamento do tributo. É pre-
ciso diferenciá-la do que se chama de “responsabilidade por infrações”.

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No esquema acima, na aula sobre “responsabilidade tributária”, estudamos a responsabi-


lidade por sucessão e de terceiros.
Agora, estudaremos a responsabilidade por infrações (terceira chave do esquema acima).
Vejam, leitores, a responsabilidade pelo pagamento do tributo está inserida dentro do
contexto de uma obrigação tributária principal; ocorre o fato gerador do tributo e, de modo
subsequente, ocorre o fato gerador da responsabilidade: o contribuinte poderá eventualmente
ser substituído (ou responder subsidiariamente) pelo responsável.
Já a chamada “responsabilidade pelas infrações tributárias” é a imputação da responsa-
bilidade por uma infração ou sanção tributária, dentro de outro contexto: o direito sanciona-
tório tributário.
Prestem bastante atenção em uma coisa muito interessante. Vejamos o teor da Súmula
554 do STJ:

Súmula n. 554, STJ


Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou puniti-
vas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.

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A sucessão empresarial é um fato gerador de responsabilidade tributária, que aciona a


figura do responsável, fazendo uma alteração no polo passivo da obrigação tributária. Em
outras palavras, ocorrida a sucessão empresarial, surge a figura do responsável.
Lembrando: tanto em relação à obrigação principal de pagar tributo, como em relação à
obrigação de pagar multas tributárias, os sujeitos passivos podem ser: contribuinte ou res-
ponsável.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.

A sucessão empresarial é um fato que implica o acionamento de uma norma matriz de


responsabilidade tributária, fazendo com que a empresa sucessora passe a ser a responsável
(art. 121, p. único, II, do CTN) pelo pagamento do tributo.
Mas a empresa sucessora, no fato ‘sucessão empresarial’ não será somente responsável
pelo pagamento do tributo: será responsável também pelo pagamento da penalidade pecuniária.
Ou seja, ambas as obrigações tributárias – de pagar o tributo e de pagar a multa ou pena-
lidade pecuniária – serão aferradas pelo fato “sucessão empresarial”.
Esse é o teor da Súmula 554/STJ. Podemos, então, estabelecer o seguinte esquema:

Obrigação tributária principal de pagar tributo Obrigação tributária principal de pagar multa tributária
Fato gerador: a hipótese prevista em lei que seja sufi- Fato gerador: descumprimento ou infração a dever ou
ciente ao surgimento da relação jurídica contributiva. determinação prevista no interesse da tributação.
Advento do fato gerador de responsabilidade tributária: Advento do fato gerador de responsabilidade tributária:
Sucessão empresarial. Sucessão empresarial.
Responsabilidade da empresa sucessora pelo paga- Responsabilidade da empresa sucessora pelo paga-
mento do tributo. mento das multas moratórias ou punitivas.

Percebam que, nas duas hipóteses, quem realiza o fato gerador do tributo e quem incide
nos fatos geradores das multas tributárias é a empresa sucedida, que é a contribuinte.

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Contudo, devido ao fato gerador da responsabilidade tributária, a sucessora assumirá a


responsabilidade pelo pagamento tanto do tributo como das multas tributárias.
Percebam que a relação da empresa sucedida com a multa é de “responsabilidade por
infração tributária”, mas ela é a contribuinte, pois foi ela quem cometeu o ilícito tributário.
Não confunda, contudo, a “responsabilidade pela infração tributária”, com a responsabilidade
tributária da empresa sucessora, em virtude da sucessão empresarial.
Em síntese, chamamos de “responsabilidade por infração tributária” a imputação a al-
guém do pagamento de multa ou pena pela infração a um dever de natureza tributária.
Chamamos de “responsabilidade tributária” a alteração subjetiva da obrigação tributária,
seja de pagar tributo, seja de pagar multa tributária, em virtude de um fato gerador de respon-
sabilidade tributária, capaz de alterar o contribuinte pela figura do responsável. Esse fato, no
nosso exemplo, é a sucessão empresarial e foi o objeto da aula passada.
Essa aula é sobre a responsabilidade pelas infrações tributárias.

3. A Natureza Objetiva da Responsabilidade Tributária pelas Infrações

De acordo com o art. 136 do CTN, a responsabilidade por infrações da legislação tributária
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos
efeitos do ato.
Ou seja, a “intenção” não é relevante, devendo a conduta ser interpretada objetivamente;
é dizer, não importa se o agente ou responsável desejou o ato, ou agiu dolosamente. Também
pouco importa se houve ou não culpa.
O elemento anímico do agente é irrelevante para o direito tributário.
Em alguns casos, entretanto, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça admite tem-
peramentos.

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS IMPORTADAS NO MER-


CADO INTERNO POR TERCEIRO. PENA DE PERDIMENTO. INAPLICABILIDADE. MATÉRIA
FÁTICA. SÚMULA 7/STJ. “OBITER DICTUM”, TEMPERAMENTO NA INTERPRETAÇÃO DO
ART. 136 DO CTN. PRECEDENTES.

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1. Cuida-se, na origem, de medida cautelar inominada com a finalidade de afastar a pena


de perdimento de bens aplicada a produtos estrangeiros, cuja importação a Receita
Federal reputou irregular, por não constar nas notas fiscais o número de série das mer-
cadorias.
(...)
4. Ademais, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que, apesar de
prever o art. 136 do CTN que a responsabilidade do contribuinte ao cometer um ilícito é
objetiva, admitem-se temperamentos na sua interpretação, diante da possibilidade de
aplicação da equidade e do princípio da lei tributária “in dubio pro contribuinte”.
5. Precedentes: AgRg no REsp 982.224/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, julgado em 6.5.2010, DJe 27.5.2010; REsp 254.276/SP, Rel. Min. Humberto Mar-
tins, Segunda Turma, julgado em 15.3.2007, DJ 28.3.2007, p. 198; REsp 278.324/SC, Rel.
Min. João Otávio de Noronha, DJ 13.3.2006, p. 239.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1220414/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 19/05/2011, DJe 25/05/2011).

Essa é uma jurisprudência já antiga do Superior Tribunal de Justiça, que leva em conside-
ração a presença da boa-fé do contribuinte, em determinadas circunstâncias.

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. EQUÍVOCO NO PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO


DE AJUSTE SIMPLIFICADO. ART. 136 DO CTN. INFRAÇÃO TRIBUTÁRIA. RESPONSABILI-
DADE OBJETIVA DO AGENTE. BOA-FÉ DO CONTRIBUINTE E INEXISTÊNCIA DE DANO OU
DE INTENÇÃO DE O PROVOCAR RECONHECIDAS PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. JULGA-
MENTO BALIZADO PELA EQUIDADE E PELO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO CONTRIBUINTE.
AFASTAMENTO DA MULTA.
I – Apesar da norma tributária expressamente revelar ser objetiva a responsabilidade
do contribuinte ao cometer um ilícito fiscal (art. 136 do CTN), sua hermenêutica admite
temperamentos, tendo em vista que os arts. 108, IV e 112 do CTN permitem a aplica-
ção da equidade e a interpretação da lei tributária segundo o princípio do in dubio pro
contribuinte. Precedente: REsp n. 494.080/RJ, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de
16/11/2004.

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II – In casu, o Colegiado a quo, além de expressamente haver reconhecido a boa-fé do


contribuinte, sinalizou a inexistência de qualquer dano ao Erário ou mesmo de intenção
de o provocar, perfazendo-se, assim, suporte fáctico-jurídico suficiente a se fazerem
aplicar os temperamentos de interpretação da norma tributária antes referidos.
III – Ademais, apenas a título de registro, tal entendimento do Sodalício de origem, como
cediço, não comportaria revisão por parte desta Corte Superior em face do óbice sumu-
lar n. 7 deste STJ.
IV – Recurso especial desprovido.
(REsp 699.700/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
21/06/2005, DJ 03/10/2005, p. 140).

Darei alguns exemplos de aplicação do art. 136 na jurisprudência do STJ.


Contudo, antes, me permitam dar uma informação relevante.
Como vimos acima, o STJ diz que: “a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça en-
tende que, apesar de prever o art. 136 do CTN que a responsabilidade do contribuinte ao co-
meter um ilícito é objetiva, admitem-se temperamentos na sua interpretação, diante da pos-
sibilidade de aplicação da equidade e do princípio da lei tributária “in dubio pro contribuinte”.
O STJ diz: a responsabilidade é objetiva, com temperamentos.
Digo-lhes que essa é a posição mais segura a ser seguida em caso de concursos; os tem-
peramentos, veremos dois deles acima.
Contudo, há na doutrina opiniões contrárias à caracterização do art. 136 do CTN como
sendo de natureza objetiva. É o caso de Luciano Amaro. Segue trecho da obra do autor, que é
um clássico da nossa disciplina de direito tributário (eu grifei trechos):

O preceito questionado diz, em verdade, que a responsabilidade não depende da intenção, o que
torna (em princípio) irrelevante a presença de dolo (vontade consciente de adotar a conduta ilíci-
ta), mas não afasta a discussão da culpa (em sentido estrito). Se ficar evidenciado que o indivíduo
não quis descumprir a lei, e o eventual descumprimento se deveu a razões que escaparam a seu
controle, a infração ficará descaracterizada, não cabendo, pois, falar em responsabilidade. [...] O
art. 136 não afirma a responsabilidade tributária sem culpa (stricto sensu). Interpretado o preceito
em harmonia com o art. 108, IV, a equidade já conduz o aplicador da lei no sentido de afastar a san-
ção em situações nas quais, dadas as circunstâncias materiais ou pessoais, ela não se justifique.
[...] Em suma, parece-nos que não se pode afirmar ser objetiva a responsabilidade tributária (em

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matéria de infrações administrativas) e, por isso, ser inadmissível todo tipo de defesa do acusado
com base na ausência de culpa. O que, em regra, não cabe é a alegação de ausência de dolo para
eximir-se de sanção por infração que não requer intencionalidade. (AMARO, Luciano. Direito tribu-
tário brasileiro. 15 ed. São Paulo: Saraiva. 2009, p. 444-446.)

Portanto, Luciano Amaro considera indispensável a presença da culpa, mas dispensável


a presença do dolo.
Essa opinião é compartilhada por outros doutrinadores e eu preciso deixar clara para vo-
cês. Sigamos.

3.1. A Boa-fé do Comerciante no Aproveitamento de Créditos de ICMS

A Súmula 509, do STJ tem o seguinte teor: “É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar
os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando
demonstrada a veracidade da compra e venda.”​​
Prestem atenção. O ICMS incide em cadeia. Suponhamos que você venha carnes em-
baladas; você precisa adquirir sacos plásticos para vender seu produto. Então, encontra um
fornecedor de sacos e contrata um fornecimento mensal.
Considerando que o saco irá integrar o produto final, que você irá comercializar, o ICMS
que o teu fornecedor de sacos plásticos pagou (ao te vender os sacos, ou seja, ao comercia-
lizar contigo os sacos), será apurado como crédito por você.
Assim, a cada nota fiscal que o teu fornecedor de sacos emita, referente aos sacos men-
sais que te fornece, você pode pegar o ICMS que se encontra destacado no documento e
apurar como crédito.
Agora, e se essa nota fiscal é declara inidônea? O que acontece?
Primeiro, uma nota fiscal considerada inidônea significa que o cara que te vendeu os sa-
cos plásticos expediu um documento inservível, muito provavelmente pelo fato de não ter
pago aquele ICMS que disse que pagou pela venda dos sacos (ou até em virtude da ocorrência
de fraude e etc).
No mais das vezes, o fornecedor expede a nota fiscal, dizendo que recolheu um determi-
nado valor de ICMS, mas não o fez.

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E aí? Você vai poder apurar um crédito de ICMS referente ao uma nota fiscal que fora pos-
teriormente declarada inidônea?
Sim. Vai poder apurar. O STJ considerou a boa-fé nesse caso.
Vejamos a ementa do repetitivo que solucionou essa questão (atentem para o trecho em
negrito):

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.


ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS DE ICMS. APROVEITAMENTO (PRINCÍ-
PIO DA NÃO CUMULATIVIDADE). NOTAS FISCAIS POSTERIORMENTE DECLARADAS INI-
DÔNEAS. ADQUIRENTE DE BOA-FÉ.
1. O comerciante de boa-fé que adquire mercadoria, cuja nota fiscal (emitida pela
empresa vendedora) posteriormente seja declarada inidônea, pode engendrar o aprovei-
tamento do crédito do ICMS pelo princípio da não cumulatividade, uma vez demonstrada
a veracidade da compra e venda efetuada, porquanto o ato declaratório da inidoneidade
somente produz efeitos a partir de sua publicação (Precedentes das Turmas de Direito
Público: EDcl nos EDcl no REsp 623.335/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma,
julgado em 11.03.2008, DJe 10.04.2008; REsp 737.135/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon,
Segunda Turma, julgado em 14.08.2007, DJ 23.08.2007; REsp 623.335/PR, Rel. Ministra
Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 07.08.2007, DJ 10.09.2007; REsp 246.134/
MG, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 06.12.2005, DJ
13.03.2006; REsp 556.850/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em
19.04.2005, DJ 23.05.2005; REsp 176.270/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda
Turma, julgado em 27.03.2001, DJ 04.06.2001; REsp 112.313/SP, Rel. Ministro Francisco
Peçanha Martins, Segunda Turma, julgado em 16.11.1999, DJ 17.12.1999; REsp 196.581/
MG, Rel. Ministro Garcia Vieira, Primeira Turma, julgado em 04.03.1999, DJ 03.05.1999;
e REsp 89.706/SP, Rel. Ministro Ari Pargendler, Segunda Turma, julgado em 24.03.1998,
DJ 06.04.1998).
2. A responsabilidade do adquirente de boa-fé reside na exigência, no momento da cele-
bração do negócio jurídico, da documentação pertinente à assunção da regularidade do
alienante, cuja verificação de idoneidade incumbe ao Fisco, razão pela qual não incide,
à espécie, o artigo 136, do CTN, segundo o qual “salvo disposição de lei em contrá-
rio, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção

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do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”


(norma aplicável, in casu, ao alienante).
3. In casu, o Tribunal de origem consignou que: “(...)os demais atos de declaração de ini-
doneidade foram publicados após a realização das operações (f. 272/282), sendo que as
notas fiscais declaradas inidôneas têm aparência de regularidade, havendo o destaque
do ICMS devido, tendo sido escrituradas no livro de registro de entradas (f.
35/162). No que toca à prova do pagamento, há, nos autos, comprovantes de pagamento às
empresas cujas notas fiscais foram declaradas inidôneas (f. 163, 182, 183, 191, 204), sendo
a matéria incontroversa, como admite o fisco e entende o Conselho de Contribuintes.”
4. A boa-fé do adquirente em relação às notas fiscais declaradas inidôneas após a cele-
bração do negócio jurídico (o qual fora efetivamente realizado), uma vez caracterizada,
legitima o aproveitamento dos créditos de ICMS.
5. O óbice da Súmula 7/STJ não incide à espécie, uma vez que a insurgência especial
fazendária reside na tese de que o reconhecimento, na seara administrativa, da inidonei-
dade das notas fiscais opera efeitos ex tunc, o que afastaria a boa-fé do terceiro adqui-
rente, máxime tendo em vista o teor do artigo 136, do CTN.
6. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC,
e da Resolução STJ 08/2008.
(REsp 1148444/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/04/2010,
DJe 27/04/2010).

No mesmo sentido:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APROVEITAMENTO DO CRÉDITO DO ICMS.


AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. AUSÊNCIA PARCIAL DE PREQUESTIONAMENTO.
SÚMULA 211/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 7 DO STJ.
1. A indicada afronta ao art. 373, I, do CPC não pode ser analisada, pois o Tribunal de
origem não emitiu juízo de valor sobre esses dispositivos legais. O Superior Tribunal de
Justiça entende ser inviável o conhecimento do Recurso Especial quando o artigo tido
por violado não foi apreciado pelo Tribunal a quo, a despeito da oposição de Embar-
gos de Declaração, haja vista a ausência do requisito do prequestionamento. Incide, na
espécie, a Súmula 211/STJ.

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2. O comerciante que adquire mercadoria cuja nota fiscal (emitida pela empresa vende-
dora) tenha sido posteriormente declarada inidônea é considerado terceiro de boa-fé,
o que autoriza o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio da não cumulativi-
dade, desde que demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada (em observân-
cia ao disposto no artigo 136, do CTN), sendo certo que o ato declaratório da inidonei-
dade somente produz efeitos a partir de sua publicação.
3. Por fim, a jurisprudência do STJ é firme no sentido de que o quantum da verba honorá-
ria, em razão da sucumbência processual, está sujeito a critérios de valoração delineados
na lei processual. Sua fixação é ato próprio dos juízos das instâncias ordinárias, e só pode
ser alterada em Recurso Especial quando tratar de valor irrisório ou exorbitante, o que não
se configura. Dessa forma, modificar o entendimento proferido pelo aresto confrontado
implica o reexame da matéria fático-probatória, o que é obstado ao STJ, conforme sua
Súmula 7/STJ: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso Especial”.
4. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, não provido.
(REsp 1811109/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
11/06/2019, DJe 17/06/2019).

3.2. Aplicação de Pena de Perdimento em Veículo

Imagine uma estrada, na fronteira do Brasil com a Argentina e um veículo, que nela tran-
sita, é parado pela fiscalização alfandegária.
No carro, são encontradas inúmeras mercadorias contrabandeadas e em descaminho (in-
ternalizadas irregularmente, por serem mercadorias proibidas, e internalizadas sem o paga-
mento do tributo – respectivamente, contrabando e descaminho).
Nos termos do art. 96 do Decreto-Lei n. 37/66, esse contexto infracional, recebe as se-
guintes penas:

Art. 96. As infrações estão sujeitas às seguintes penas, aplicáveis separada ou cumulativamente:
I – perda do veículo transportador;
II – perda da mercadoria;
III – multa;
IV – proibição de transacionar com repartição pública ou autárquica federal, empresa pública e
sociedade de economia mista.

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Veja que o inciso I determina a perda do veículo, em virtude dessas infrações.


Até aqui, tudo bem. O veículo será ‘perdido’, em favor do Fisco.
Contudo, esse veículo é objeto de ‘leasing’, arrendamento mercantil. Ou seja, o condutor
do veículo o possui, mas a propriedade do carro é de um banco, que o arrendou.

Se o veículo não pertence ao condutor, que cometeu o ilícito, mas ao banco (em virtude
do “leasing”), poderia a instituição financeira perder seu bem?
Aplica-se nesse caso a responsabilidade tributária objetiva (art. 136 do CTN), professor?

Então, diante desse contexto, o banco ajuizou ação ordinária contra a União (Fazenda Na-
cional) pretendendo anular o auto de infração que culminou na apreensão e aplicação da pena
de perdimento do veículo, sob a alegação de ser proprietário indireto do veículo, em razão do
contrato de alienação fiduciária firmada com quem o conduzia.
O Banco defendeu que a aplicação da pena de perdimento, como forma de reparação de
danos ao erário, somente pode ocorrer quando for comprovado o envolvimento do proprie-
tário do bem na prática da infração. Na argumentação da instituição financeira, pelas regras
do arrendamento mercantil (Lei n.° 6.099/74) a propriedade é do credor na condição reso-
lúvel (banco), ou seja, com a possibilidade de o locador/devedor, no final da avença, optar
por tornar-se o proprietário do bem (opção de compra). Na hipótese, portanto, a instituição
financeira não via como estabelecer vínculo entre o banco com a prática ilícita cometida pelo
arrendatário, relativamente a participação na infração fiscal.
Em síntese, o banco pretendia ver caracterizada a sua boa-fé. É importante citar os artigos
123 e 136 do CTN

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Esse tema teve idas e vinda no STJ; contudo, os precedentes recentes não acolheram a
tese de boa-fé do banco.

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PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. FRAUDES EM LICITA-


ÇÕES. VERBAS PÚBLICAS. DESVIOS. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA SUPREMA CORTE. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART.
1.022 DO CPC/2015. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO. INCIDÊNCIA, POR ANALO-
GIA, DO ENUNCIADO N. 284 DA SÚMULA DO STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.
INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO DA SÚMULA N. 211/STJ. INCIDENTE DE FALSIDADE. SUS-
PENSÃO DO PROCESSO PRINCIPAL. PRETENSÃO DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO.
INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA DO STJ. AGRAVO INTERNO.
ALEGAÇÕES DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO. INEXISTENTES.
I – Na origem, trata-se de ação ordinária ajuizada pela Bradesco Administradora de Con-
sórcio Ltda. contra a União (Fazenda Nacional) pretendendo anular o auto de infração
que culminou na apreensão e aplicação da pena de perdimento do veículo, sob a alega-
ção de ser proprietário indireto, em razão do contrato de alienação fiduciária.
II – Na sentença, julgou-se procedente o pedido para declarar nulo o ato de perdimento
do bem, determinando-se a sua devolução e fixando-se honorários advocatícios em 10%
sobre o valor atualizado da dívida remanescente do financiamento. No Tribunal a quo,
a sentença foi mantida. Nesta Corte, deu-se provimento ao recurso especial da União
para julgar improcedente o pedido inicial, invertendo-se os honorários advocatícios.
III – Com relação à alegada violação dos arts. 94, 95 e 105 do Decreto-Lei n. 37/66 e
dos arts. 123 e 136 do CTN, com razão a recorrente União, dado que o aresto vergastado
encontra-se em dissonância com a jurisprudência desta Corte, firmada no sentido de
ser admitida a aplicação da pena de perdimento de veículo objeto de alienação fiduciária
ou de arrendamento mercantil, independentemente da participação do credor fiduciário
ou arrendante no evento que deu causa à pena. A esse respeito, os seguintes julgados:
REsp n.
1.694.124/SC, Relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, Julgamento em
16/11/2017, DJe 19/12/2017 e AgInt no REsp 1.240.899/SC, Relator Ministra Regina
Helena Costa, Primeira Turma, Julgamento em 17/11/2016, DJe 30/11/2016.
IV – Quanto à alegação de violação do art. 1.022 do CPC/2015, verifica-se que o acolhi-
mento da pretensão recursal relacionada à possibilidade de apreensão de veículo objeto
alienação fiduciária torna desnecessária a análise de suposta omissão do recurso espe-
cial quanto à jurisprudência firmada nesta Corte a respeito do tema.

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V – Observado que o entendimento aqui consignado, lastreado na jurisprudência, é pre-


valente no Superior Tribunal de Justiça, aplica-se o enunciado da Súmula n. 568/STJ,
nestes termos: “O relator, monocraticamente e no STJ, poderá dar ou negar provimento
ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.”
VI – Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1827362/MS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 03/03/2020, DJe 10/03/2020).
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRABANDO/DESCAMINHO. VEÍCULO TRANS-
PORTADOR. PENA DE PERDIMENTO. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. INOPO-
NIBILIDADE AO FISCO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM O ENTENDIMENTO
DO STJ.
1. O Superior Tribunal de Justiça entende ser possível a aplicação da sanção de perdi-
mento de veículo automotor objeto de alienação fiduciária ou arrendamento mercantil
(leasing), independentemente de valoração sobre a boa-fé do credor fiduciário ou arren-
dante, tendo em vista que os aludidos instrumentos particulares não são oponíveis ao
Fisco (art. 123 do CTN).
2. Dessume-se que o acórdão recorrido está em sintonia com o atual entendimento
deste Tribunal Superior, razão pela qual não merece prosperar a irresignação.
3. Recurso Especial não provido.
(REsp 1694124/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/11/2017, DJe 19/12/2017).
TRIBUTÁRIO. ADUANEIRO. VEÍCULO OBJETO DE CONTRATO DE LEASING. PENA DE PER-
DIMENTO. CABIMENTO.
1. Conforme estabelecido pelo Plenário do STJ, “aos recursos interpostos com funda-
mento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016)
serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC”.
(Enunciado Administrativo n. 3).
2. O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão segundo a qual “é admitida a apli-
cação da pena de perdimento de veículo objeto de alienação fiduciária ou de arrenda-
mento mercantil, independentemente da participação do credor fiduciário ou arrendante
no evento que deu causa à pena” (EREsp 1.240.899/SC, Rel. Ministro OG FERNANDES,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/06/2017, DJe 30/06/2017).

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3. Agravo interno desprovido.


(AgInt no REsp 1726032/MS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 16/03/2020, DJe 27/03/2020).

Portanto, nos termos dos artigos 123 e 136 do CTN, tratativas particulares (como o arren-
damento mercantil) não pode afetar as obrigações tributárias; além disso, a responsabilidade
tributária é de natureza objetiva.
Nesse caso, o STJ afastou a boa-fé das instituições financeiras.

3.3. Erro da Fonte Pagadora e Responsabilidade do Contribuinte

Vamos a um outro contexto. Você é empregado de determinada empresa e anualmente


ela te fornece um demonstrativo das receitas tributáveis, com a finalidade de te ajudar na de-
claração anual de ajuste do imposto de renda.
Confiando nas declarações da empresa, você preenche como não tributáveis as verbas
assim indicadas no documento. Contudo, em verdade, a verba era tributável e você deveria ter
pago o tributo; em síntese, a declaração fornecida pela empresa estava errada.
E aí surge o problema: pode ser imputada multa nesse caso?
Evidentemente, o tributo deve ser pago. Isso está fora de questionamento. Contudo, pode
ser penalizado o contribuinte pelo erro de informação da fonte pagadora (empresa)?
O Superior Tribunal de Justiça entendeu que NÃO, o contribuinte não pode ser penalizado.

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. FONTE PAGADORA QUE DEIXA DE EFETUAR A


RETENÇÃO DO TRIBUTO DEVIDO. CONTRIBUINTE DE BOA FÉ QUE NÃO ESTÁ OBRIGADO
A ARCAR COM A MULTA E OS JUROS DECORRENTES DA NÃO RETENÇÃO. EMBARGOS
DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS PARA EXONERAR O CONTRIBUINTE DE TAIS ENCARGOS.
1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, a ausência de retenção e de recolhimento
do imposto de renda pela fonte pagadora não exclui, em princípio, a responsabilidade do
contribuinte pelo pagamento do tributo assim devido.
2. Demonstrada que seja, porém, a boa-fé do contribuinte que, com base em informa-
ções prestadas pelo empregador (fonte pagadora), declara, num primeiro momento,

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como não tributável a verba sobre a qual deveria ter incidido a retenção do imposto,
mas posteriormente retifica a declaração de ajuste anual, atraindo a responsabilidade
pelo pagamento do tributo não recolhido na época certa, dele (contribuinte) não poderá
o Fisco, em acréscimo, exigir o também pagamento de juros e multa decorrentes da
não retenção pela fonte pagadora. Exegese dos arts. 136 do CTN e 722 do Decreto n.
3.000/99 – RIR/99. Precedente: REsp 1.218.222/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Mar-
ques, Segunda Turma, DJe 10/09/2014.
4. Embargos de divergência providos para se afastar, na espécie, a incidência da multa e
dos juros de mora em relação ao contribuinte.
(EREsp 1334749/AL, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
22/10/2014, DJe 29/10/2014).

No mesmo sentido:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA.


RECOLHIMENTO A DESTEMPO. AUSÊNCIA DE RETENÇÃO PELO RESPONSÁVEL. JUROS
DE MORA. RESPONSABILIDADE DA FONTE PAGADORA.
1. É indevida a imposição de juros de mora e multa ao contribuinte quando, induzido a
erro pela fonte pagadora, inclui em sua declaração de ajuste os rendimentos como isen-
tos e não tributáveis. Situação em que a responsabilidade pelo recolhimento da penali-
dade e juros de mora deve ser atribuída à fonte pagadora, a teor do art. 722, parágrafo
único, do RIR/99 (Decreto n. 3.000/99). Precedentes: REsp 789.029/SC, Primeira Turma,
Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 17.05.2007; REsp 374.603/SC, Primeira Turma, Rel.
Ministro Francisco Falcão, julgado em 02.05.2006; EREsp 1334749-AL, Primeira Seção,
Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 22.10.2014; REsp. n. 1.218.222 – RS, Segunda Turma,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 04.09.2014.
2. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1451828/AL, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 10/11/2014).

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4. Espécies de Multas Tributárias

A classificação representa uma opção da doutrina e pode variar conforme o autor; optarei,
como fez Leandro Paulsen (curso de direito tributário completo), por apresentar as multas ou
penalidades tributárias em três espécies: multas moratórias, de ofício e isoladas.
As multas moratórias constituem penalidades aplicadas em razão do simples atraso no
pagamento de tributo.
As multas de ofício são aplicadas pela própria autoridade por meio de auto de infração
quando verifique que o contribuinte deixou de pagar tributo, mediante omissão ou fraude.
As multas isoladas, por sua vez, são aplicadas pelo descumprimento de obrigações aces-
sórias ou por outras infrações que independem de ser ou não devido determinado tributo.

As multas moratórias constituem penalidades aplicadas em razão do simples atraso no pagamento de tributo.​​
As multas de ofício são aplicadas pela própria autoridade por meio de auto de infração quando verifique que
o contribuinte deixou de pagar tributo, mediante omissão ou fraude.​​
As multas isoladas, por sua vez, são aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias ou por outras
infrações que independem de ser ou não devido determinado tributo.​​

Para facilitar a compreensão, daremos exemplos de cada uma dessas multas.


Exemplo de multa moratória. Dispõe a Lei n. 9.430/1996 que:

Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela
Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997,
não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, cal-
culada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso.​​
§ 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do
vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que
ocorrer o seu pagamento.​​
§ 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.​​

Trata-se, como se depreende do texto normativo, da penalidade pela impontualidade no


pagamento dos débitos para com a União decorrentes de tributos.
Exemplo de multa de ofício. Dispõe a Lei n. 9.430/1996 que:

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Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:​​
I – de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição
nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração
inexata;​​

Portanto, nos casos de falta de pagamento, além da multa moratória (pela impontualida-
de), será aplicada uma multa de ofício.
É importante destacar que esse percentual dobra para 150% nos casos de fraude, sonega-
ção ou conluio (art. 44, § 1º, da Lei n. 9.430/96).

DICA!
Os casos de sonegação, fraude e conluio são capazes de con-
figurar a chamada MULTA FISCAL QUALIFICADA.

Caso não haja sonegação, fraude ou conluio, teremos apenas a chamada MULTA PUNITI-
VA DE OFÍCIO.
Havendo sonegação, fraude ou conluio, a multa pode ser considerada QUALIFICADA pelo
dolo que esses fatos exigem.
Surge, então, um ponto relevantíssimo: o QUE É fraude, sonegação ou conluio, PARA EFEI-
TOS TRIBUTÁRIOS?​​
Segundo as definições colhidas na Lei n. 4.502/64 (artigos 71 a 73), podemos estabele-
cer que:

Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente,
o conhecimento por parte da autoridade fazendária:​
I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias
materiais;​
II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal
ou o crédito tributário correspondente.​​

Portanto, seja por ação ou omissão, a ação DOLOSA que visa impedir ou retardar o co-
nhecimento por parte da autoridade fiscal, da ocorrência do fato gerador ou das condições
pessoais do contribuinte, constituirá sonegação fiscal.

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Atentem para a exigência de DOLO, especificamente para a configuração da sonegação e,


portanto, a penalização mais severa.
Ressalto que isso não afasta a natureza objetiva da responsabilidade tributária por in-
frações; apenas a penalização será mais severa nos casos de dolo, como, por exemplo, é a
situação da sonegação.
Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcial-
mente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar
as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar
ou diferir o seu pagamento.​​
Novamente, para a configuração da fraude se exige o dolo, podendo a conduta ser omis-
siva ou comissiva.
Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qual-
quer dos efeitos obtidos por meio da sonegação ou da fraude.​​
Importante destacar, para que o leitor acompanhe o andamento, a repercussão geral reco-
nhecida pelo STF no RE 736090 (Tema 863 da Repercussão Geral).

Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. MULTA FISCAL QUALIFICADA. SONE-


GAÇÃO, FRAUDE E CONLUIO. 150% SOBRE A TOTALIDADE OU DIFERENÇA DO IMPOSTO
OU CONTRIBUIÇÃO NÃO PAGA, NÃO RECOLHIDA, NÃO DECLARADA OU DECLARADA DE
FORMA INEXATA (ATUAL § 1º C/C O INCISO I DO CAPUT DO ARTIGO 44 DA LEI FEDE-
RAL N. 9.430/1996). VEDAÇÃO AO EFEITO CONFISCATÓRIO. MATÉRIA CONSTITUCIO-
NAL. QUESTÃO RELEVANTE DOS PONTOS DE VISTA ECONÔMICO E JURÍDICO. TRANS-
CENDÊNCIA DE INTERESSES. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. (RE 736090 RG,
Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 29/10/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-240
DIVULG 26-11-2015 PUBLIC 27-11-2015 ).

Em síntese, os contribuintes sustentam no STF que o percentual de 150% é confiscatório,


na medida em que suplantam a própria integralidade do valor do tributo.
Portanto, o percentual de 150% da chamada MULTA QUALIFICADA será analisado pelo STF.

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 Obs.: importante destacar, estimados leitores, que para as multas punitivas de ofício, que
não exigem dolo para sua prática e, portanto, não são “qualificadas”, a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal se firmou no sentido de que serão confiscatórias sempre
que ultrapassem o percentual de 100% (cem por cento) do valor do tributo devido – ou
seja, a multa pode ter até o valor do tributo (100%), mas não um valor acima deste.

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAOR-


DINÁRIO COM AGRAVO. ALEGADA SEMELHANÇA COM A MATÉRIA DISCUTIDA NO RE
736.090. INOCORRÊNCIA. MULTA PUNITIVA. PERCENTUAL DE 25% SOBRE O VALOR DA
OPERAÇÃO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. REDUÇÃO DO VALOR DA MULTA. IMPOSSIBILI-
DADE DE O PODER JUDICIÁRIO ATUAR COMO LEGISLADOR POSITIVO.
1. O paradigma de repercussão geral (Tema 863 da RG) aplica-se exclusivamente para
a fixação do LIMITE MÁXIMO DA MULTA FISCAL QUALIFICADA prevista no art. 44, I, §1º,
da Lei n. 9.430/1996.
2. Em relação ao valor máximo das multas punitivas, esta Corte tem entendido que são
confiscatórias aquelas que ultrapassam o percentual de 100% (cem por cento) do valor
do tributo devido. Precedentes.
3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de não
competir ao Poder Judiciário atuar como legislador positivo para estabelecer isenções
tributárias ou redução de impostos. Precedentes.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(ARE 905685 AgR-segundo, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, jul-
gado em 26/10/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-237 DIVULG 07-11-2018 PUBLIC
08-11-2018).
Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO. ISS. ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE. DESCUMPRIMENTO DO ÔNUS PROBA-
TÓRIO. CARÁTER INFRACONSTITUCIONAL DA CONTROVÉRSIA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. OFENSA REFLEXA. REEXAME
DE MATÉRIA FÁTICA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279/STF. MULTA PUNITIVA. PATA-
MAR DE 100% DO TRIBUTO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO CONFISCO. PRECEDENTES. 1.
A resolução da controvérsia demandaria o reexame dos fatos e do material probatório
constantes nos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência da Súmula
279/STF. Precedentes.

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2. O Tribunal de origem solucionou a controvérsia com fundamento na legislação infra-


constitucional e no conjunto fático e probatório, o que é inviável em sede de recurso
extraordinário. Precedentes.
3. Quanto ao valor máximo das multas punitivas, esta Corte tem entendido que são con-
fiscatórias aquelas que ultrapassam o percentual de 100% (cem por cento) do valor do
tributo devido.
4. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba
honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do
CPC/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista
no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
(ARE 1058987 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em
01/12/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-289 DIVULG 14-12-2017 PUBLIC 15-12-2017).
Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO. MULTA PUNITIVA DE 120% REDUZIDA AO PATAMAR DE 100% DO VALOR DO
TRIBUTO. ADEQUAÇÃO AOS PARÂMETROS DA CORTE.
1. A multa punitiva é aplicada em situações nas quais se verifica o descumprimento
voluntário da obrigação tributária prevista na legislação pertinente. É a sanção prevista
para coibir a burla à atuação da Administração tributária. Nessas circunstâncias, confe-
rindo especial destaque ao caráter pedagógico da sanção, deve ser reconhecida a possi-
bilidade de aplicação da multa em percentuais mais rigorosos, respeitados os princípios
constitucionais relativos à matéria.
2. A Corte tem firmado entendimento no sentido de que o valor da obrigação principal
deve funcionar como limitador da norma sancionatória, de modo que a abusividade reve-
la-se nas multas arbitradas acima do montante de 100%. Entendimento que não se aplica
às multas moratórias, que devem ficar circunscritas ao valor de 20%. Precedentes.
3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 557,
§ 2º, do CPC/1973.
(ARE 938538 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em
30/09/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-225 DIVULG 20-10-2016 PUBLIC 21-10-2016).
TRIBUTÁRIO – MULTA – VALOR SUPERIOR AO DO TRIBUTO – CONFISCO – ARTIGO 150,
INCISO IV, DA CARTA DA REPÚBLICA. Surge inconstitucional multa cujo valor é superior
ao do tributo devido. Precedentes: Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 551/RJ –

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Pleno, relator ministro Ilmar Galvão – e Recurso Extraordinário n. 582.461/SP – Pleno,


relator ministro Gilmar Mendes, Repercussão Geral.
(RE 833106 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 25/11/2014,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-244 DIVULG 11-12-2014 PUBLIC 12-12-2014).
1. Recurso extraordinário. Repercussão geral.
2. Taxa Selic. Incidência para atualização de débitos tributários. Legitimidade. Inexistên-
cia de violação aos princípios da legalidade e da anterioridade. Necessidade de adoção
de critério isonômico. No julgamento da ADI 2.214, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal
Pleno, DJ 19.4.2002, ao apreciar o tema, esta Corte assentou que a medida traduz rigo-
rosa igualdade de tratamento entre contribuinte e fisco e que não se trata de imposição
tributária.
3. ICMS. Inclusão do montante do tributo em sua própria base de cálculo. Constitucio-
nalidade. Precedentes. A base de cálculo do ICMS, definida como o valor da operação da
circulação de mercadorias (art. 155, II, da CF/1988, c/c arts. 2º, I, e 8º, I, da LC 87/1996),
inclui o próprio montante do ICMS incidente, pois ele faz parte da importância paga
pelo comprador e recebida pelo vendedor na operação. A Emenda Constitucional n. 33,
de 2001, inseriu a alínea “i” no inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal,
para fazer constar que cabe à lei complementar “fixar a base de cálculo, de modo que
o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercado-
ria ou serviço”. Ora, se o texto dispõe que o ICMS deve ser calculado com o montante
do imposto inserido em sua própria base de cálculo também na importação de bens,
naturalmente a interpretação que há de ser feita é que o imposto já era calculado dessa
forma em relação às operações internas. Com a alteração constitucional a Lei Com-
plementar ficou autorizada a dar tratamento isonômico na determinação da base de
cálculo entre as operações ou prestações internas com as importações do exterior, de
modo que o ICMS será calculado “por dentro” em ambos os casos.
4. Multa moratória. Patamar de 20%. Razoabilidade. Inexistência de efeito confiscatório.
Precedentes. A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte
que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam
em dia seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a multa moratória cumpra sua
função de desencorajar a elisão fiscal, de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não
pode ter um importe que lhe confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive

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o recolhimento de futuros tributos. O acórdão recorrido encontra amparo na jurispru-


dência desta Suprema Corte, segundo a qual não é confiscatória a multa moratória no
importe de 20% (vinte por cento).
5. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 582461, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 18/05/2011,
REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-158 DIVULG 17-08-2011 PUBLIC 18-08-2011
EMENT VOL-02568-02 PP-00177).

Estamos falando de multas, até aqui, que se fazem acompanhar do pagamento do tributo.

 Obs.: contudo, como estamos deixando claro desde a introdução dessa aula, há multas que
são impostas isoladamente, pois as obrigações tributárias de pagar tributo e de pagar
multa tributária são autônomas: podem existir sozinhas.
 Portanto, pode ser imposta uma multa tributária isolada.

Seguem dois exemplos de multas isoladas. Primeiro, dispõe a Lei n. 9.430/1996 que:

Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:
II – de 50% (cinquenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal:​​
a) na forma do art. 8º da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda
que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física;​​

Por sua vez, o art. 8º da Lei n. 7.713/1988 estabelece que:

Art. 8º Fica sujeito ao pagamento do imposto de renda, calculado de acordo com o disposto no
art. 25 desta Lei, a pessoa física que receber de outra pessoa física, ou de fontes situadas no exte-
rior, rendimentos e ganhos de capital que não tenham sido tributados na fonte, no País.​​​​

Prestem atenção. A Lei diz que a pessoa física que receber de outra pessoa física, ou de
fonte do exterior, rendimentos e ganhos de capital, que não tenham sido tributados na fonte,
fica SUJEITA ao pagamento do imposto de renda.
Fica sujeita não significa necessariamente que irá pagar o imposto de renda, isso porque
na declaração de ajuste pode resultar em restituição e não restar, ao fim e ao cabo, devido
nenhum tributo.

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Contudo, é necessário que a pessoa física, que receba valores do exterior, por exemplo,
realize o pagamento, ainda que no ajuste se conclua que o tributo não era devido.
Se a pessoa física não o fizer, ainda que nenhum tributo fosse devido, se sujeita a multa
de 50%.
Ou seja, mesmo que antevendo que, no ajuste, nenhum tributo será devido, a pessoa física
tem o dever de efetuar o recolhimento, sob pena de multa.
O segundo exemplo, um pouco mais claro, é o seguinte; dispõe a Lei n. 10.426, de 2002 que:​​​​

Art. 8º Os serventuários da Justiça deverão informar as operações imobiliárias anotadas, aver-


badas, lavradas, matriculadas ou registradas nos Cartórios de Notas ou de Registro de Imóveis,
Títulos e Documentos sob sua responsabilidade, mediante a apresentação de Declaração sobre
Operações Imobiliárias (DOI), em meio magnético, nos termos estabelecidos pela Secretaria da
Receita Federal.​​
§ 1º A cada operação imobiliária corresponderá uma DOI, que deverá ser apresentada até o último
dia útil do mês subsequente ao da anotação, averbação, lavratura, matrícula ou registro da res-
pectiva operação, sujeitando-se o responsável, no caso de falta de apresentação, ou apresentação
da declaração após o prazo fixado, à multa de 0,1% ao mês-calendário ou fração, sobre o valor da
operação, limitada a um por cento, observado o disposto no inciso III do § 2º.
Art. 9º Sujeita-se à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de de-
zembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1º, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a
reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de
outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.​​

Vejam que os cartórios precisam prestar essas informações à Receita Federal, sob pena
de multa.
A mesma coisa ocorre com a fonte pagadora, obrigada a reter imposto ou contribuição,
caso falhe nesse dever.
Tanto os cartórios como as fontes pagadoras não são devedoras de imposto, mas podem
ter que pagar uma multa tributária isolada caso venham a faltar com os respectivos deveres
de informação à Receita Federal.

5. A Responsabilidade Pessoal do Art. 137 do CTN


O art. 137 do CTN estabelece o caráter pessoal da responsabilidade pelas infrações que
configuram também crimes ou contravenções, definidas por dolo específico ou que envolvam
dolo específico dos representantes contra os representados (art. 137, incisos I, II e III).

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Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:


I – quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando pratica-
das no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento
de ordem expressa emitida por quem de direito;
II – quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III – quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou emprega-
dores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.

Conforme expusemos na aula sobre a responsabilidade tributária, em casos como esses


até mesmo o tributo fica a cargo exclusivo do agente, marcando a diferença entre as hipóte-
ses e a abrangência das responsabilidades dos arts. 134 e 135 do CTN, embora haja diver-
gência doutrinária a respeito.

6. A Denúncia Espontânea

A Denúncia espontânea trata de uma relação de troca entre o custo de conformidade


(custo suportado pelo contribuinte para se adequar ao comportamento exigido pelo Fisco) e o
custo administrativo (custo no qual incorre a máquina estatal para fiscalização, constituição,
administração e cobrança do crédito) balanceado pela regra prevista no art. 138 do CTN.
Dispõe o CTN que:

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

É um estímulo legal ao “arrependimento infracional tributário” – o agente desiste do pro-


veito pecuniário que a infração poderia trazer e cumpre com sua obrigação tributária principal.
De acordo com a doutrina de Leandro Paulsen (Curso de direito tributário completo), a de-
núncia espontânea é um instituto jurídico-tributário que tem por objetivo estimular o con-
tribuinte infrator a tomar a iniciativa de se colocar em situação de regularidade, pagando os
tributos que omitira, com juros, mas sem multa.

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O instituto se restringe a créditos cuja existência seja desconhecida pelo Fisco e que nem
sequer estejam sendo objeto de fiscalização, de modo que, não fosse a iniciativa do contri-
buinte, talvez jamais viessem a ser satisfeitos.
Para exercer a boa e eficiente fiscalização tributária, o Fisco tem um custo administrativo;
a movimentação de toda máquina fiscal, servidores etc., tem uma expressão monetária pró-
pria e um peso na ação administrativa.
A denúncia espontânea surge como uma troca: em vez de o Fisco, ao exercer a fiscaliza-
ção para encontrar a infração tributária, ter um gasto, ele incentiva o contribuinte a se auto
denunciar, tendo um benefício para isso.
Ao encontro dessa afirmação, relevantíssimo precedente do STJ afastou a aplicação da
denúncia espontânea em um caso no qual o contribuinte apresentou depósito judicial integral
do tributo.
Entendeu o STJ de que a denúncia espontânea exige o efetivo e integral PAGAMENTO do
tributo e que o depósito judicial não se confunde com a quitação do tributo.
As lições dadas pelo STJ, abaixo transcritas, são de fundamental importância para a com-
preensão do nosso instituto:

1. Discute-se nos autos a ocorrência ou não de denúncia espontânea em caso de depó-


sito judicial dos valores do tributo devido antes da instauração de procedimento fiscal
pelo Fisco. (...)​​​​
2. O acórdão embargado entendeu que a ocorrência da denúncia espontânea pressupõe
a consolidação definitiva da relação jurídica tributária mediante confissão do contri-
buinte e imediato pagamento de sua dívida fiscal, o que não ocorre por depósito judicial,
pois, por meio dele subsiste a controvérsia sobre a obrigação tributária, retirando, dessa
forma, o efeito desejado pela norma de mitigar as discussões administrativas ou judi-
ciais a esse respeito.
(...)​​
4. O instituto da denúncia espontânea, mais que um benefício direcionado ao contribuinte
que dele se favorece ao ter excluída a responsabilidade pela multa, está direcionado à
Administração Tributária que deve ser preservada de incorrer nos custos administra-
tivos relativos à fiscalização, constituição, administração e cobrança do crédito. Para

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sua ocorrência deve haver uma relação de troca entre o custo de conformidade (custo
suportado pelo contribuinte para se adequar ao comportamento exigido pelo Fisco) e o
custo administrativo (custo no qual incorre a máquina estatal para as atividades acima
elencadas) balanceado pela regra prevista no art. 138 do CTN.​​​​
5. O depósito judicial integral do tributo devido e respectivos juros de mora, a despeito
de suspender a exigibilidade do crédito, na forma do art. 151, II, do CTN, não implicou
relação de troca entre custo de conformidade e custo administrativo a atrair caracteriza-
ção da denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, sobretudo porque, constituído
o crédito pelo depósito, nos termos da jurisprudência desta Corte (...), pressupõe-se a
inexistência de custo administrativo para o Fisco já eliminado de antemão, a exemplo da
entrega da declaração constitutiva de crédito tributário.​​
6. Por outro lado, além de não haver relação de troca entre custo de conformidade e
custo administrativo a atrair caracterização da denúncia espontânea na hipótese, houve
a criação de um novo custo administrativo para a Administração Tributária em razão da
necessidade de ir a juízo para discutir, nos autos do mandado de segurança impetrado
pelo contribuinte, o crédito tributário cuja exigibilidade se encontra suspensa pelo depó-
sito, ao contrário do que ocorre, v. g., em casos ordinários de constituição de crédito rea-
lizado pelo contribuinte pela entrega da declaração acompanhada do pagamento inte-
gral do tributo.
(EREsp 1131090/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, jul-
gado em 28/10/2015, DJe 10/02/2016).

No mesmo sentido, o mero pedido de parcelamento tributário não se confunde com a in-
tegral quitação do tributo, exigida pelo art. 138 do CTN, acima transcrito.

Súmula 208 do extinto TFR


A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não con-
figura denúncia espontânea.
TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO. MULTA MORATÓRIA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA: ART. 138
DO CNT. SÚMULA N. 208/TFR. UTILIZAÇÃO DA TRD TAXA DE JUROS.
1. A denúncia espontânea caracteriza-se pela vontade do contribuinte de pagar antes de
iniciado o procedimento fiscal.

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2. Entretanto, para fazer jus ao benefício do art. 138 do CTN, é preciso que a denúncia
espontânea seja acompanhada do pagamento devido.
3. O parcelamento não substitui o pagamento.
(...)
6. Recurso especial provido.
(REsp 173.423/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em
04/04/2000, DJ 12/06/2000, p. 94)

Na medida em que a responsabilidade por infrações resta afastada apenas com o cumpri-
mento da obrigação e que o contribuinte infrator, não o fazendo, resta sempre ameaçado de
ser autuado com pesadas multas, preserva-se a higidez do sistema, não se podendo ver na
denúncia espontânea nenhum estímulo à inadimplência, pelo contrário.
O parágrafo único do art. 138 do CTN deixa claro que, juridicamente, para os fins do
art. 138, é considerado espontâneo o pagamento realizado pelo contribuinte antes de sofrer
fiscalização tendente à constituição do crédito tributário.
Por sua vez, o art. 196 do CTN exige que a autoridade fiscal lavre termo de início do pro-
cedimento (chamado comumente de termo de início de ação fiscal). Esse termo é o marco a
partir do qual já não se pode falar em denúncia espontânea.

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscaliza-
ção lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da
legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um
dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à
fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo.

Há casos, contudo, em que não há que se falar em início de fiscalização, pois o próprio
lançamento resta desnecessário em face da formalização do crédito tributário por outro meio:
a confissão de dívida pelo contribuinte, na forma do lançamento por homologação (art. 150
do CTN).
Com o autolançamento por parte do contribuinte, já se tem crédito tributário formalizado
e do conhecimento do Fisco, estando este habilitado para a sua inscrição em dívida ativa e
cobrança, de modo que o pagamento após a declaração não tem caráter espontâneo.

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Súmula n. 360, STJ


O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento
por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

Nesse sentido:

A jurisprudência desta Corte pacificou orientação, em sede de recursos repetitivos, na


forma do art. 543-C, do CPC (REsp’s n. 1.149.022, 962.379 e 886.462), no sentido de
que “a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da
multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação decla-
rados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parcelada-
mente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco”. Por outro lado, “a
denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar
a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acom-
panhado do respectivo pagamento integral, retifica-a (antes de qualquer procedimento
da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quita-
ção se dá concomitantemente”. Sobre o tema, esta Corte editou a Súmula n. 360, a qual
dispõe que: “o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo”. (REsp
1210167/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 01/12/2011, DJe 09/12/2011).

Conforme entendimento do STJ, o instituto da denúncia aplica-se somente a infrações que


tenham implicado o não pagamento de tributo devido. Diz respeito, assim, à obrigação prin-
cipal, sendo inaplicável às infrações relativas ao descumprimento de obrigações acessórias.

É cediço o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido da legalidade


da cobrança de multa pelo atraso na entrega da declaração de rendimentos, inclu-
sive quando há denúncia espontânea, pois esta “não tem o condão de afastar a multa
decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos
do artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas” (AgRg

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no AREsp 11.340/SC, Rel. MINISTRO CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em


13/9/2011, DJe 27/9/2011).​​
(AgInt no AREsp 1022862/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 13/06/2017, DJe 21/06/2017).

A denúncia espontânea exclui a responsabilidade tanto pela multa moratória como pela
multa de ofício.

ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO CPC/2015 (ART. 535 CPC/73). INEXISTÊNCIA.


ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART. 138 DO CTN. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DE FUN-
DAMENTO SUFICIENTE PARA MANTER O ACÓRDÃO RECORRIDO. INCIDÊNCIA DO ENUN-
CIADO N. 283 DA SÚMULA DO STF. PRETENSÃO DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO.​​
(...)
VII – Por outro lado, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem entendimento
no sentido de que a denúncia espontânea do art. 138 do CTN tem o condão de elidir a
multa moratória. Nesse sentido: AgRg no AREsp 852.024/MS, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/08/2016, DJe 09/09/2016; AgRg no REsp
1414966/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 05/03/2015, DJe 11/03/2015.
VII – Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1687145/DF, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 17/04/2018, DJe 23/04/2018).

7. A Vedação da Sanção Política

O STF possui jurisprudência consolidada no sentido de que “o Estado não pode valer-se
de meios indiretos de coerção, convertendo-os em instrumentos de acertamento da rela-
ção tributária, para, em função deles – e mediante interdição ou grave restrição ao exercício
da atividade empresarial, econômica ou profissional – constranger o contribuinte a adimplir
obrigações fiscais eventualmente em atraso”.

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E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (Lei n. 12.322/2010) – SAN-


ÇÕES POLÍTICAS NO DIREITO TRIBUTÁRIO – INADMISSIBILIDADE DA UTILIZAÇÃO, PELO
PODER PÚBLICO, DE MEIOS GRAVOSOS E INDIRETOS DE COERÇÃO ESTATAL DESTINA-
DOS A COMPELIR O CONTRIBUINTE INADIMPLENTE A PAGAR O TRIBUTO (SÚMULAS
70, 323 E 547 DO STF) – RESTRIÇÕES ESTATAIS, QUE, FUNDADAS EM EXIGÊNCIAS QUE
TRANSGRIDEM OS POSTULADOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE EM
SENTIDO ESTRITO, CULMINAM POR INVIABILIZAR, SEM JUSTO FUNDAMENTO, O EXER-
CÍCIO, PELO SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA, DE ATIVIDADE ECONÔMICA
OU PROFISSIONAL LÍCITA – LIMITAÇÕES ARBITRÁRIAS QUE NÃO PODEM SER IMPOSTAS
PELO ESTADO AO CONTRIBUINTE EM DÉBITO, SOB PENA DE OFENSA AO “SUBSTANTIVE
DUE PROCESS OF LAW” – IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE O ESTADO LEGIS-
LAR DE MODO ABUSIVO OU IMODERADO (RTJ 160/140-141 – RTJ 173/807-808 – RTJ
178/22-24) – O PODER DE TRIBUTAR – QUE ENCONTRA LIMITAÇÕES ESSENCIAIS NO
PRÓPRIO TEXTO CONSTITUCIONAL, INSTITUÍDAS EM FAVOR DO CONTRIBUINTE – “NÃO
PODE CHEGAR À DESMEDIDA DO PODER DE DESTRUIR” (MIN. OROSIMBO NONATO, RDA
34/132) – A PRERROGATIVA ESTATAL DE TRIBUTAR TRADUZ PODER CUJO EXERCÍCIO
NÃO PODE COMPROMETER A LIBERDADE DE TRABALHO, DE COMÉRCIO E DE INDÚS-
TRIA DO CONTRIBUINTE – A SIGNIFICAÇÃO TUTELAR, EM NOSSO SISTEMA JURÍDICO,
DO “ESTATUTO CONSTITUCIONAL DO CONTRIBUINTE” – DOUTRINA – PRECEDENTES –
RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.
(ARE 915424 AgR, Relator(a): CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 20/10/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-241 DIVULG 27-11-2015 PUBLIC 30-11-2015).

O Supremo Tribunal Federal considera que “discrepa, a mais não poder, da Carta Federal a
sanção política objetivando a cobrança de tributos”.
É possível que o não pagamento de um tributo, na data do seu vencimento, seja fato que
gere uma obrigação tributária de pagar uma multa; a impontualidade pode ser perfeitamente
sancionada. Contudo, nenhum contribuinte pode ser objeto de sanção política, a pretexto de
proteger os interesses da tributação.
Nesse sentido:

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TRIBUTO – ARRECADAÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA. Discrepa, a mais não poder, da Carta


Federal a sanção política objetivando a cobrança de tributos – Verbetes n. 70, 323 e 547
da Súmula do Supremo.
TRIBUTO – DÉBITO – NOTAS FISCAIS – CAUÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA – IMPROPRIE-
DADE. Consubstancia sanção política visando o recolhimento de tributo condicionar
a expedição de notas fiscais a fiança, garantia real ou fidejussória por parte do con-
tribuinte. Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820/89, do
Estado do Rio Grande do Sul.
(RE 565048, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/2014, ACÓR-
DÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-197 DIVULG 08-10-2014
PUBLIC 09-10-2014).

Esse caso acima é emblemático.


O Estado do Rio Grande do Sul estabeleceu um sancionamento tributário bastante pe-
culiar: impediu que os contribuintes expedissem notas fiscais enquanto não garantissem os
tributos que deviam.
Na prática, se você possui uma empresa de tecidos e eu te digo que tua pessoa jurídica
não pode mais expedir notas fiscais, na verdade, determinei o fechamento do empreendimen-
to. Você não vende nada sem expedir notas fiscais.
A sanção política tem essa conotação, de ser um obstáculo intransponível ao contribuinte,
que impõe sua “morte civil”.

 Obs.: Obs.: assim, a sanção política pode ser considerada a “medida coercitiva do reco-
lhimento do crédito tributário que restrinja direitos fundamentais dos contribuintes
devedores de forma desproporcional e irrazoável”.

A frase acima é extraída do julgamento, a meu ver, mais relevante sobre sanções políticas
do STF: a ADI 5135.
Segundo explicou o Min. Roberto Barroso, o simples fato de o Poder Público adotar me-
didas coercitivas ou que restrinjam direitos dos contribuintes como forma de cobrar o tributo
não significa que isso seja considerado como uma sanção política. Exige-se, além disso, que

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tais restrições sejam desproporcionais, irrazoáveis. No caso do protesto de CDA, apesar de


ele acabar impondo uma restrição ao contribuinte (o devedor ficará com nome “negativado”,
terá mais dificuldades para conseguir obter empréstimos etc.), esta medida não foi conside-
rada desproporcional ou irrazoável.

Ementa: Direito tributário. Ação direta de inconstitucionalidade. Lei n. 9.492/1997, art. 1º,
parágrafo único. Inclusão das certidões de dívida ativa no rol de títulos sujeitos a pro-
testo. Constitucionalidade. 1. O parágrafo único do art. 1º da Lei n. 9.492/1997, inse-
rido pela Lei n. 12.767/2012, que inclui as Certidões de Dívida Ativa – CDA no rol dos
títulos sujeitos a protesto, é compatível com a Constituição Federal, tanto do ponto de
vista formal quanto material. 2. Em que pese o dispositivo impugnado ter sido inserido
por emenda em medida provisória com a qual não guarda pertinência temática, não há
inconstitucionalidade formal. É que, muito embora o STF tenha decidido, na ADI 5.127
(Rel. Min. Rosa Weber, Rel. p/ acórdão Min. Edson Fachin, j. 15.10.2015), que a prática,
consolidada no Congresso Nacional, de introduzir emendas sobre matérias estranhas
às medidas provisórias constitui costume contrário à Constituição, a Corte atribuiu efi-
cácia ex nunc à decisão. Ficaram, assim, preservadas, até a data daquele julgamento,
as leis oriundas de projetos de conversão de medidas provisórias com semelhante vício,
já aprovadas ou em tramitação no Congresso Nacional, incluindo o dispositivo questio-
nado nesta ADI. 3. Tampouco há inconstitucionalidade material na inclusão das CDAs
no rol dos títulos sujeitos a protesto. Somente pode ser considerada “sanção política”
vedada pelo STF (cf. Súmulas n. 70, 323 e 547) a medida coercitiva do recolhimento
do crédito tributário que restrinja direitos fundamentais dos contribuintes devedores de
forma desproporcional e irrazoável, o que não ocorre no caso do protesto de CDAs. 3.1.
Em primeiro lugar, não há efetiva restrição a direitos fundamentais dos contribuintes. De
um lado, inexiste afronta ao devido processo legal, uma vez que (i) o fato de a execução
fiscal ser o instrumento típico para a cobrança judicial da Dívida Ativa não exclui meca-
nismos extrajudiciais, como o protesto de CDA, e (ii) o protesto não impede o devedor de
acessar o Poder Judiciário para discutir a validade do crédito. De outro lado, a publici-
dade que é conferida ao débito tributário pelo protesto não representa embaraço à livre
iniciativa e à liberdade profissional, pois não compromete diretamente a organização e
a condução das atividades societárias (diferentemente das hipóteses de interdição de

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estabelecimento, apreensão de mercadorias, etc). Eventual restrição à linha de crédito


comercial da empresa seria, quando muito, uma decorrência indireta do instrumento,
que, porém, não pode ser imputada ao Fisco, mas aos próprios atores do mercado cre-
ditício. 3.2. Em segundo lugar, o dispositivo legal impugnado não viola o princípio da
proporcionalidade. A medida é adequada, pois confere maior publicidade ao descum-
primento das obrigações tributárias e serve como importante mecanismo extrajudicial
de cobrança, que estimula a adimplência, incrementa a arrecadação e promove a justiça
fiscal. A medida é necessária, pois permite alcançar os fins pretendidos de modo menos
gravoso para o contribuinte (já que não envolve penhora, custas, honorários, etc.) e mais
eficiente para a arrecadação tributária em relação ao executivo fiscal (que apresenta alto
custo, reduzido índice de recuperação dos créditos públicos e contribui para o conges-
tionamento do Poder Judiciário). A medida é proporcional em sentido estrito, uma vez
que os eventuais custos do protesto de CDA (limitações creditícias) são compensados
largamente pelos seus benefícios, a saber: (i) a maior eficiência e economicidade na
recuperação dos créditos tributários, (ii) a garantia da livre concorrência, evitando-se
que agentes possam extrair vantagens competitivas indevidas da sonegação de tribu-
tos, e (iii) o alívio da sobrecarga de processos do Judiciário, em prol da razoável duração
do processo. 4. Nada obstante considere o protesto das certidões de dívida constitucio-
nal em abstrato, a Administração Tributária deverá se cercar de algumas cautelas para
evitar desvios e abusos no manejo do instrumento. Primeiro, para garantir o respeito
aos princípios da impessoalidade e da isonomia, é recomendável a edição de ato infrale-
gal que estabeleça parâmetros claros, objetivos e compatíveis com a Constituição para
identificar os créditos que serão protestados. Segundo, deverá promover a revisão de
eventuais atos de protesto que, à luz do caso concreto, gerem situações de inconstitu-
cionalidade (e.g., protesto de créditos cuja invalidade tenha sido assentada em julga-
dos de Cortes Superiores por meio das sistemáticas da repercussão geral e de recursos
repetitivos) ou de ilegalidade (e.g., créditos prescritos, decaídos, em excesso, cobrados
em duplicidade). 5. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. Fixação
da seguinte tese: “O protesto das Certidões de Dívida Ativa constitui mecanismo cons-
titucional e legítimo, por não restringir de forma desproporcional quaisquer direitos fun-
damentais garantidos aos contribuintes e, assim, não constituir sanção política.”
(ADI 5135, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2016, PRO-
CESSO ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 06-02-2018 PUBLIC 07-02-2018).

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Efetivamente, são inadmissíveis restrições que impeçam ou inviabilizem o gozo do direito


ao livre exercício de atividade econômica ou profissional em razão da pura e simples existên-
cia de débitos do contribuinte.
A jurisprudência do STF está consolidada nos seguintes enunciados:

Súmula n. 70, STF


É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.
Súmula n. 323, STF
É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.
Súmula n. 547, STF
Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, des-
pache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.
Súmula n. 127, STJ
É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual
o infrator não foi notificado.

Importante destacar que o Superior Tribunal de Justiça também entende pela possibilida-
de de se efetivar o protesto das Certidões de Dívida Ativa:

(...) 4. No regime instituído pelo art. 1º da Lei 9.492/1997, o protesto, instituto bifronte
que representa, de um lado, instrumento para constituir o devedor em mora e provar a
inadimplência, e, de outro, modalidade alternativa para cobrança de dívida, foi ampliado,
desvinculando-se dos títulos estritamente cambiariformes para abranger todos e quais-
quer “títulos ou documentos de dívida”. Ao contrário do afirmado pelo Tribunal de origem,
portanto, o atual regime jurídico do protesto não é vinculado exclusivamente aos títulos
cambiais. (...) 6. Dada a natureza bifronte do protesto, não é dado ao Poder Judiciário
substituir-se à Administração para eleger, sob o enfoque da necessidade (utilidade ou
conveniência), as políticas públicas para recuperação, no âmbito extrajudicial, da dívida
ativa da Fazenda Pública. (...) 9. A Lei das Execuções Fiscais disciplina exclusivamente
a cobrança judicial da dívida ativa, e não autoriza, por si, a insustentável conclusão de que veda,

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em caráter permanente, a instituição, ou utilização, de mecanismos de cobrança extra-


judicial. (...) 13. A possibilidade do protesto da CDA não implica ofensa aos princípios
do contraditório e do devido processo legal, pois subsiste, para todo e qualquer efeito,
o controle jurisdicional, mediante provocação da parte interessada, em relação à higidez
do título levado a protesto. (...) 16. A interpretação contextualizada da Lei 9.492/1997
representa medida que corrobora a tendência moderna de intersecção dos regimes jurí-
dicos próprios do Direito Público e Privado. A todo instante vem crescendo a publici-
zação do Direito Privado (iniciada, exemplificativamente, com a limitação do direito de
propriedade, outrora valor absoluto, ao cumprimento de sua função social) e, por outro
lado, a privatização do Direito Público (por exemplo, com a incorporação — naturalmente
adaptada às peculiaridades existentes — de conceitos e institutos jurídicos e extrajurí-
dicos aplicados outrora apenas aos sujeitos de Direito Privado, como, e.g., a utilização
de sistemas de gerenciamento e controle de eficiência na prestação de serviços). (...)
STJ. 2ª Turma. REsp 1126515/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 03/12/2013
(Info 533).

Ainda sobre o tema da sanção política, o STF decidiu pela constitucionalidade da admis-
são ao Simples Nacional apenas das empresas que ostentem regularidade fiscal:

EMENTA. Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Microempresa e


empresa de pequeno porte. Tratamento diferenciado. Simples Nacional. Adesão. Débi-
tos fiscais pendentes. Lei Complementar n. 123/06. Constitucionalidade. Recurso não
provido.
1. O Simples Nacional surgiu da premente necessidade de se fazer com que o sistema
tributário nacional concretizasse as diretrizes constitucionais do favorecimento às
microempresas e às empresas de pequeno porte. A Lei Complementar n. 123, de 14 de
dezembro de 2006, em consonância com as diretrizes traçadas pelos arts. 146, III, d,
e parágrafo único; 170, IX; e 179 da Constituição Federal, visa à simplificação e à redu-
ção das obrigações dessas empresas, conferindo a elas um tratamento jurídico dife-
renciado, o qual guarda, ainda, perfeita consonância com os princípios da capacidade
contributiva e da isonomia.

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2. Ausência de afronta ao princípio da isonomia tributária. O regime foi criado para dife-
renciar, em iguais condições, os empreendedores com menor capacidade contributiva e
menor poder econômico, sendo desarrazoado que, nesse universo de contribuintes, se
favoreçam aqueles em débito com os fiscos pertinentes, os quais participariam do mer-
cado com uma vantagem competitiva em relação àqueles que cumprem pontualmente
com suas obrigações.
3. A condicionante do inciso V do art. 17 da LC 123/06 não se caracteriza, a priori, como
fator de desequilíbrio concorrencial, pois se constitui em exigência imposta a todas as
pequenas e as microempresas (MPE), bem como a todos os microempreendedores indi-
viduais (MEI), devendo ser contextualizada, por representar também, forma indireta de
se reprovar a infração das leis fiscais e de se garantir a neutralidade, com enfoque na
livre concorrência.
4. A presente hipótese não se confunde com aquelas fixadas nas Súmulas 70, 323 e 547
do STF, porquanto a espécie não se caracteriza como meio ilícito de coação a paga-
mento de tributo, nem como restrição desproporcional e desarrazoada ao exercício da
atividade econômica. Não se trata, na espécie, de forma de cobrança indireta de tributo,
mas de requisito para fins de fruição a regime tributário diferenciado e facultativo.
5. Recurso extraordinário não provido.
(RE 627543, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 30/10/2013, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-212 DIVULG 28-10-2014 PUBLIC
29-10-2014).

Justifica-se, ainda, excepcionalmente, a cassação ou não renovação de registros espe-


ciais de contribuinte inadimplente contumaz, conforme reconheceu o STF na AC 1.657-6 re-
lativamente a uma indústria de cigarros que foi impedida de funcionar por deixar de pagar,
reiteradamente, o IPI.

EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Efeito suspensivo. Inadmissibilidade. Estabeleci-


mento industrial. Interdição pela Secretaria da Receita Federal. Fabricação de cigarros.
Cancelamento do registro especial para produção. Legalidade aparente. Inadimplemento
sistemático e isolado da obrigação de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados –
IPI. Comportamento ofensivo à livre concorrência. Singularidade do mercado e do caso.

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Liminar indeferida em ação cautelar. Inexistência de razoabilidade jurídica da preten-


são. Votos vencidos. Carece de razoabilidade jurídica, para efeito de emprestar efeito
suspensivo a recurso extraordinário, a pretensão de indústria de cigarros que, deixando
sistemática e isoladamente de recolher o Imposto sobre Produtos Industrializados, com
consequente redução do preço de venda da mercadoria e ofensa à livre concorrência, viu
cancelado o registro especial e interditados os estabelecimentos.
(AC 1657 MC, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: CEZAR PELUSO,
Tribunal Pleno, julgado em 27/06/2007, DJe-092 DIVULG 30-08-2007 PUBLIC 31-08-
2007 DJ 31-08-2007 PP-00028 EMENT VOL-02287-02 PP-00254 RTJ VOL-00204-01
PP-00099 RDDT n. 146, 2007, p. 231-232 RCJ v. 21, n. 137, 2007, p. 81).

Isso se justifica porque a inadimplência contumaz implica não apenas prejuízos ao Fisco
como também desequilíbrios na concorrência, mormente em setores mais sensíveis em que
a tributação assume patamares muito onerosos. Os tributos constituem custos importantes
da atividade produtiva, sendo impositivo que os empresários cumpram suas obrigações, sob
pena de se criarem vantagens competitivas artificiais. Na oportunidade, o Ministro JOAQUIM
BARBOSA ponderou que “para ser reputada inconstitucional, a restrição ao exercício de ativi-
dade econômica deveria ser desproporcional”.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CONSULPLAN/2019/PREFEITURA DE VIANA-ES/PROCURADOR) Acerca da res-
ponsabilidade tributária e de acordo com Código Tributário Nacional, julgue os itens a seguir:
I – Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o do-
mínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na
pessoa dos respectivos adquirentes, inclusive quando conste do título a prova de sua
quitação.
II – Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza
e extensão dos efeitos do ato.
III – A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo
dependa de apuração.

Está CORRETO o que se afirma em:


a) Apenas I.
b) I e III.
c) Apenas III.
d) Apenas II.

Questão 2 (CESPE/2020/SEFAZ-AL/AUDITOR DE FINANÇAS E CONTROLE DE ARRECADA-


ÇÃO DA FAZENDA ESTADUAL) A respeito de responsabilidade, de obrigação e de administra-
ção tributária, julgue o item subsequente.
A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo
devido com juros de mora correspondentes, realizada até a conclusão do procedimento ad-
ministrativo ou da medida de fiscalização relacionada com a infração resulta na exclusão da
responsabilidade do contribuinte pela infração.

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Questão 3 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE BURITIZAL-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A


respeito da responsabilidade tributária, assinale a alternativa correta.
a) Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade de bens
imóveis, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando, cumulativa-
mente, conste do título a prova de sua quitação e quando a sub-rogação esteja prevista ex-
pressamente no instrumento de transferência.
b) O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são pessoalmente responsáveis pelos tri-
butos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, e o espólio é pessoalmente
responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
c) Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem isoladamente nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício.
d) Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tribu-
tária depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.
e) A responsabilidade é atenuada pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, não sendo, porém, totalmente ex-
cluída, senão, após declaração expressa da autoridade administrativa que concede a quitação.

Questão 4 (FAFIPA/2019/PREFEITURA DE FOZ DO IGUAÇU-PR/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO JÚNIOR) A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção
do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Sobre o
tema, é INCORRETO afirmar que:
a) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações conceituadas por lei como cri-
mes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato,
função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito.
b) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, do pa-
gamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

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c) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, porém não se consi-


dera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administra-
tivo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
d) É pacífica a jurisprudência no sentido de que o simples inadimplemento da obrigação tribu-
tária não caracteriza infração à lei capaz de ensejar a responsabilidade.
e) Declarar e não recolher o ICMS próprio não é considerado crime pela jurisprudência majo-
ritária, mas sim mero inadimplemento.

Questão 5 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Em relação


à responsabilidade dos sucessores, de terceiros e por infrações, dispõe o Código Tributário
Nacional:
a) Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio
útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respec-
tivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação, e, no caso de arre-
matação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
b) A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a res-
pectiva exploração pelo período de dois anos, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma
ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido,
devidos até a data do ato, subsidiariamente com o alienante se este cessar a exploração do
comércio, indústria ou atividade.
c) Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem subsidiariamente a este nos atos em que intervierem ou pelas omis-
sões de que forem responsáveis, dentre outros, os diretores, gerentes ou representantes de
pessoas jurídicas de direito privado, não se aplicando em matéria de penalidades, às de ca-
ráter moratório.
d) A responsabilidade por infrações é excluída pela denúncia espontânea da infração, acom-
panhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito
da importância arbitrada judicialmente ou pela autoridade administrativa, quando o montante

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do tributo não dependa de apuração, sendo considerada espontânea a denúncia apresentada


antes ou após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
relacionados com a infração, desde que ocorra de forma inequívoca.
e) A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação
de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até dois anos após a data do ato
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas, não se
aplicando tal responsabilidade aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado,
quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanes-
cente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

Questão 6 (IADES/2019/AL-GO/PROCURADOR) No que se refere à responsabilidade tribu-


tária, assinale a alternativa correta.
a) A responsabilidade tributária importa na responsabilidade do espólio pelas obrigações tri-
butárias já ocorridas e as futuras do de cujus até a data de abertura da sucessão.
b) Não haverá sucessão de responsabilidade tributária na aquisição de unidade produtiva,
realizada em processo de falência, seja quem for o adquirente.
c) A substituição tributária caracteriza hipótese de sujeição passiva indireta, definida em lei, na
qual a responsabilidade tributária é atribuída a um terceiro que não praticou o fato tributável.
d) O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade empresária gera, por si só, a res-
ponsabilidade do sócio-gerente.
e) A denúncia espontânea caracteriza-se como mecanismo indutor de cumprimento da legis-
lação tributária e, por essa razão, pode ser apresentada a qualquer momento, a fim de excluir
a responsabilidade pessoal do agente que cometeu infração da legislação tributária.

Questão 7 (IBGP/2018/PREFEITURA DE SANTA LUZIA-MG/PROCURADOR MUNICIPAL) So-


bre as normas gerais de Direito Tributário, previstas no Código Tributário Nacional, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais e a interrupção da
prescrição, em favor ou contra um dos obrigados e favorece ou prejudica aos demais.
b) A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pesso-
almente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo.

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c) A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente


ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
d) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
legislação vigente na data da concretização do ato de lançamento.

Questão 8 (VUNESP/2019/CÂMARA DE MAUÁ-SP/PROCURADOR LEGISLATIVO) “A” e “B”


adquirem juntos imóvel situado no Município X. Ao registrar a escritura de compra e venda
na matrícula do imóvel, o responsável pelo cartório de registro de imóveis esquece de exigir a
comprovação do pagamento do imposto municipal sobre bens imóveis que, no referido mu-
nicípio, é de responsabilidade dos adquirentes. Nessa situação específica, considerando o
previsto no Código Tributário Nacional, é correto afirmar:
a) caso “A” venha a pagar metade do imposto devido, o pagamento aproveitará apenas a ele e
não a “B”, que ficará devedor sozinho pelo saldo restante.
b) no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal por “A” e
por “B”, o responsável pelo cartório responderá solidariamente com eles pelo imposto devido.
c) o responsável pelo cartório apenas responderia no caso de ter agido com dolo específico de
fraudar a legislação municipal relativa ao imposto sobre transmissão de bens imóveis.
d) a responsabilidade tributária por infração decorrente do atraso no pagamento do imposto
dependerá da intenção de “A” e “B”, bem como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos
do ato.
e) caso haja hipótese de isenção que se enquadre especificamente em situação pessoal de
“A”, a referida isenção se estenderá automaticamente à pessoa de “B”, em razão dos efeitos
da solidariedade.

Questão 9 (MPE-PR/2016/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) De acordo com o Código


Tributário Nacional, assinale a alternativa incorreta:
a) A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente;
b) A obrigação tributária acessória quando inobservada converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária;

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c) A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da
referida obrigação;
d) O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo;
e) São causas que suspendem a exigibilidade do crédito tributário: a moratória; o depósito do
seu montante, ainda que parcial; as reclamações e os recursos, nos termos das leis regula-
doras do processo tributário administrativo; a concessão de medida liminar em mandado de
segurança; a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de
ação judicial e o parcelamento.

Questão 10 (MPE-RS/2016/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/PROVA ANULADA) Relativa-


mente à responsabilidade tributária, é correto afirmar que
a) a responsabilidade tributária é pessoal, não podendo ser transferida a terceiros.
b) o sucessor é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujos, ainda que a
dívida tributária ultrapasse o valor do respectivo quinhão hereditário.
c) a extinção de pessoa jurídica de direito privado acarreta a extinção da obrigação tributária,
ainda que a exploração da atividade seja continuada por sócio remanescente.
d) a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou
do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
e) não se considera espontânea, para fins de exclusão da responsabilidade, a denúncia apre-
sentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
relacionados com a infração.

Questão 11 (MP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) A tributação dos


atos ilícitos é tema sempre tormentoso. No atual estágio da doutrina e jurisprudência, é COR-
RETO afirmar que
a) não se pode tributar atos ilícitos sob pena de conferir uma pretensa legalidade para as
operações.

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b) deve-se proceder caso a caso, avaliando os prós e contras da tributação sobre a atividade
ilícita, pois o Estado não pode perder de vista que os recursos a ingressar no Tesouro são
imprescindíveis.
c) dependendo de qual for a atividade ilícita, a solução pode ser uma ou outra. Nos casos de
mera contravenção penal, é plenamente aceitável a tributação. Já no tráfico de drogas, por
exemplo, não é aceita.
d) se com a atividade ilícita há uma outra, lícita, pode-se proceder a autuação fiscal na parte
lícita, como sonegação fiscal.
e) a atividade ilícita deve ser tributada e assim o permitem a Constituição Federal e o CTN.

Questão 12 (CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Uma sociedade limitada, tendo decla-


rado regularmente seus tributos, deixou de pagá-los, sem que houvesse qualquer fraude ou
comportamento análogo. No momento da inscrição em dívida ativa, apenas com base no ina-
dimplemento, o sócio-gerente foi incluído como responsável pelo crédito tributário. A respeito
dessa situação hipotética e de aspectos diversos a ela pertinentes, assinale a opção correta.
a) O sócio-gerente não responde por simples inadimplemento, devendo-lhe ser imputado,
para que haja a sua responsabilização, excesso de poderes ou infração de lei, contrato social
ou estatutos, sendo incabível a sua responsabilização no caso em questão.
b) Os sócios, administradores ou não, só respondem solidariamente no caso de liquidação
irregular de pessoa jurídica, sendo incabível a sua responsabilização na situação em apreço.
c) O sócio-gerente será responsável pelo crédito tributário apenas nos casos em que praticar
ilícitos penais ou agir com dolo específico.
d) No caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo con-
tribuinte, os sócios, apenas com base nessa condição, respondem solidariamente pelo cré-
dito tributário da pessoa jurídica, estando correta a responsabilização do sócio-gerente no
caso em questão.

Questão 13 (TRF-2ª REGIÃO/2017/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Em 2014, empresa do se-


tor de alimentos adquire estabelecimento comercial de outra e passa, ali, a exercer a mesma
atividade da alienante. A pessoa jurídica alienante deixa de existir e seus antigos sócios passam a

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atuar em outros ramos. Dois anos depois, é lavrado auto de infração em razão do não recolhi-
mento de Imposto de Renda (IRPJ), acrescido de penalidade, tudo relativo ao ano base 2012.
Assinale a opção correta:
a) Apenas a alienante, cuja operação concretizou o fato gerador do tributo devido, responde
diretamente pelo tributo e pela penalidade. Seus sócios gerentes podem responder, compro-
vado o encerramento irregular da pessoa jurídica.
b) A adquirente do estabelecimento responde diretamente pelo tributo e pela penalidade.
c) Alienante e adquirente respondem, na proporção de suas culpas, pelos tributos e penalida-
des devidos.
d) O tributo pode ser exigido diretamente da adquirente, e a penalidade é integralmente devida
apenas pela alienante e seus antigos sócios, estes independentemente da dissolução irregular.
e) penas a alienante é devedora do tributo e da penalidade. A adquirente é responsável subsi-
diária, e bem assim os sócios da alienante, independentemente da dissolução irregular.

Questão 14 (FCC/2016/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO) A responsabilidade tributá-


ria por sucessão
a) é pessoal do espólio pelos tributos devidos pelo de cujus, desde a data da abertura da
sucessão até a data da partilha ou adjudicação; também é pessoal a responsabilidade do
cônjuge meeiro e sucessores a qualquer título, nos limites da meação, do quinhão ou legado,
pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação.
b) abrange o tributo e as penalidades por infração à legislação tributária porventura cometi-
das pelo contribuinte e que não foram pagas, desde que tenha havido transmissão de bens
imóveis por ato oneroso sem prova da quitação.
c) é absoluta no caso de aquisição de imóvel em hasta pública para o adquirente, ora arrema-
tante, desde que não se trate de processo de falência, pois, neste caso, a responsabilidade é
afastada se o adquirente for parente do falido na linha reta ou colateral até terceiro grau.
d) é solidária com o contribuinte nas hipóteses de fusão, cisão e incorporação de empresa, salvo
se havia prova de quitação dos tributos no ato e não entraram como passivo no negócio jurídico.
e) pode ser atribuída por ato normativo e decorrer de analogia, pois existe supremacia do in-
teresse público sobre o particular na arrecadação tributária.

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Questão 15 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo o CTN,


no que tange à responsabilidade tributária, é CORRETO afirmar que
a) o adquirente, em leilão judicial, de estabelecimento comercial ou fundo de comércio em pro-
cesso de falência, é pessoalmente responsável por tributos devidos até a data da aquisição.
b) o cônjuge e o sucessor a qualquer título ficam responsáveis pelos tributos devidos pelo
de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada a responsabilidade ao montante da
herança.
c) o alienante de bem imóvel é responsável pelo IPTU, no caso de ter assumido em escritu-
ra pública a obrigação por tributo relativo a fato gerador acontecido antes da transmissão,
quando não houver prova de quitação de tributos.
d) o arrematante de bem imóvel, no caso de arrematação em hasta pública, é responsável
pelos tributos devidos por fatos geradores anteriores à arrematação.
e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

Questão 16 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Se uma determi-


nada Sociedade Limitada retira-se de seu domicílio fiscal sem comunicar ao Fisco, e sendo
caso de cobrança de débitos fiscais, é correto afirmar:
a) O fato é considerado dissolução irregular da empresa, expondo todos os bens de todos os
sócios à eventual execução fiscal.
b) Como entende o STJ, o mero fato de se ausentar do domicílio fiscal não é suficiente para
caracterizar dissolução irregular e a execução fiscal fica restrita à pessoa jurídica.
c) Considera-se dissolução irregular, mas somente os bens dos sócios-gerentes estarão ex-
postos a eventual execução fiscal.
d) Se o não pagamento se deu por interpretação da lei tributária, considera-se sonegação e
todos os sócios responderão.
e) Só o fato do não pagamento, aliado à retirada da empresa de seu domicílio fiscal implica
sonegação, expondo todos os bens de todos os sócios à execução fiscal.

Questão 17 (PGR/2017/PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA) Sobre a responsabilidade tri-


butária é incorreto afirmar que:

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a) o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade gera, por si só, a responsabilida-


de solidária do sócio-gerente;
b) na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não ape-
nas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas refe-
rentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão;
c) a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido;
d) a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da
referida obrigação.

Questão 18 (VUNESP/2017/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURADOR)


Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo con-
tribuinte, respondem solidariamente com este nos atos que intervierem ou pelas omissões de
que forem responsáveis, determinadas pessoas que a lei especifica, dentre as quais
a) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio.
b) o adquirente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos.
c) o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
d) o sucessor a qualquer título, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da
sucessão.
e) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, incorporação ou transformação
de outra ou em outra.

Questão 19 (INSTITUTO EXCELÊNCIA/2017/CÂMARA DE SANTA ROSA-RS/PROCURADOR


JURÍDICO LEGISLATIVO) Segundo o Código Tributário Nacional, quais são os efeitos da soli-
dariedade citado em seu artigo 125:

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a) Interrupção de pagamentos de pessoas expressamente designadas por lei.


b) Pagamento efetuado pelo não comportamento ao benefício de ordem.
c) Interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os
demais.
d) Isenção ou pagamento de crédito exonera todos os obrigados não comporta o benefício de
ordem.

Questão 20 (CONSULPLAN/2018/CÂMARA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR) Na


hipótese de sucessão empresarial: fusão, cisão ou incorporação, é correto afirmar que, quan-
to à responsabilidade tributária,
a) o sucessor só responde pelos tributos devidos até a data da sucessão.
b) o sucessor é responsável pelos tributos e multas até a data da sucessão.
c) o sucessor não responde pelas multas tributárias, que têm caráter punitivo.
d) o sucessor responde pelos tributos e multas devidos até o prazo prescricional.

Questão 21 (INÉDITA/2020) Com base nas disposições normativas do CTN, assinale a alter-
nativa correta.
a) Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tribu-
tária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e exten-
são dos efeitos do ato.
b) Confundem-se a obrigação principal de pagar o tributo, com a obrigação principal de pagar
uma multa tributária.
c) Sempre que se imputar uma multa haverá tributo devido pelo mesmo responsável pelo pa-
gamento da infração tributária.
d) A responsabilidade tributária por infrações depende da intenção ou móvel do agente.
e) Todas as alternativas estão corretas.

Questão 22 (INÉDITA/2020) De acordo com Código Tributário Nacional e com a jurisprudên-


cia do STJ, assinale a alternativa incorreta:

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a) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não ape-


nas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas refe-
rentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
b) O sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação pessoal
e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
c) O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condi-
ção de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
d) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que, apesar de prever o art. 136
do CTN que a responsabilidade do contribuinte ao cometer um ilícito é objetiva, admitem-se
temperamentos na sua interpretação, diante da possibilidade de aplicação da equidade e do
princípio da lei tributária “in dubio pro contribuinte”.
e) A boa-fé do contribuinte não é influente na aplicação das infrações tributárias, importando
apenas sua conduta objetivamente considerada, conforme compreende o Superior Tribunal
de Justiça a respeito do CTN.

Questão 23 (INÉDITA/2020) De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,


assinale a alternativa correta:
a) É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal
posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda.
b) A responsabilidade do comerciante adquirente de boa-fé de insumos reside na exigência,
no momento da celebração do negócio jurídico, da documentação pertinente à assunção da
regularidade do alienante e da verificação de idoneidade da nota fiscal, razão pela qual incide,
à espécie, o artigo 136, do CTN, segundo o qual “salvo disposição de lei em contrário, a res-
ponsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”.
c) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange apenas os
tributos devidos pela sucedida.
d) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora não abrange as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

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Questão 24 (INÉDITA/2020) A respeito da pena de perdimento de bens e da jurisprudência


do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa correta.
a) A legislação tributária autoriza a aplicação da pena de perdimento de veículo que seja uti-
lizado como transportador de mercadorias contrabandeadas.
b) É impossível a aplicação de pena de perdimento de veículo, ainda que utilizado como ins-
trumento da prática de contrabando ou descaminho.
c) O Superior Tribunal de Justiça afasta qualquer penalidade de aplicação de pena de perdi-
mento de veículos.
d) Para o Superior Tribunal de Justiça, a pena de perdimento de veículos é inconstitucional,
por configurar sanção política.
e) A atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça afasta a pena de perdimento de veí-
culos que sejam objeto de contrato de arrendamento mercantil, diante da impossibilidade de
se atingir o patrimônio da instituição financeira.

Questão 25 (INÉDITA/2020) A respeito das multas ou penalidades tributárias, assinale a al-


ternativa incorreta.
a) As multas moratórias constituem penalidades aplicadas em razão do simples atraso no
pagamento de tributo.
b) É impossível que se impute a alguém uma multa tributária que esteja desacompanhada do
pagamento do respectivo tributo.
c) As multas de ofício são aplicadas pela própria autoridade através de auto de infração quan-
do verifique que o contribuinte deixou de pagar tributo, mediante omissão ou fraude.
d) As multas isoladas são aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias ou por
outras infrações que independem de ser ou não devido determinado tributo.
e) A impontualidade no pagamento do tributo pode ser objeto de imputação de multa tributária.

Questão 26 (INÉDITA/2020) A respeito dos limites para as multas tributárias e tendo em con-
ta as disposições do CTN sobre a responsabilidade tributária, assinale a alternativa incorreta.
a) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se firmou no sentido de que serão confiscató-
rias sempre que ultrapassem o percentual de 100% (cem por cento) do valor do tributo devido.

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b) A responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou


do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
c) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações conceituadas por lei como cri-
mes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato,
função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito.
d) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo es-
pecífico do agente seja elementar.
e) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações que decorram direta e exclu-
sivamente de dolo específico dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus man-
dantes, preponentes ou empregadores.

Questão 27 (INÉDITA/2020) Sobre o instituto da denúncia espontânea, assinale a alternativa


incorreta, de acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.
a) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
b) Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedi-
mento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
c) A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscaliza-
ção lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma
da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
d) A denúncia espontânea é um instituto jurídico-tributário que tem por objetivo estimular o
contribuinte infrator a tomar a iniciativa de se colocar em situação de regularidade, pagando
os tributos que omitira, com juros, mas sem multa.
e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

Questão 28 (INÉDITA/2020) Sobre o instituto da denúncia espontânea, assinale a alternativa


incorreta, de acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.

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A Responsabilidade e o Ilícito Tributários
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a) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for


o caso, do depósito judicial integral do tributo.
b) O marco final para a aferição da espontaneidade da denúncia espontânea será a data de
início da ação fiscal, conforme estabelecido pelo CTN.
c) Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedi-
mento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
d) O instituto se restringe a créditos cuja existência seja desconhecida pelo Fisco e que nem
sequer estejam sendo objeto de fiscalização, de modo que, não fosse a iniciativa do contri-
buinte, talvez jamais viessem a ser satisfeitos.
e) A denúncia espontânea é um estímulo legal ao “arrependimento infracional tributário” – o
agente desiste do proveito pecuniário que a infração poderia trazer e cumpre com sua obri-
gação tributária principal.

Questão 29 (INÉDITA/2020) Sobre o instituto da denúncia espontânea, assinale a alternativa


incorreta, de acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.
a) A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configu-
ra denúncia espontânea.
b) O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
c) Conforme entendimento do STJ, o instituto da denúncia espontânea aplica-se somente a
infrações que tenham implicado o não pagamento de tributo devido.
d) Não se aplica a denúncia espontânea ao descumprimento de obrigações tributárias
acessórias.
e) Todas as alternativas acima estão incorretas.

Questão 30 (INÉDITA/2020) Sobre a sanção política, assinale a alternativa incorreta, de


acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
a) É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.

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b) É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de


tributos.
c) Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despa-
che mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.
d) É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o
infrator não foi notificado.
e) Todas as alternativas estão incorretas.

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GABARITO
1. c 28. a
2. E 29. e
3. b 30. e
4. e
5. a
6. c
7. d
8. b
9. e
10. e
11. e
12. a
13. b
14. a
15. b
16. c
17. a
18. a
19. c
20. b
21. a
22. e
23. a
24. a
25. b
26. b
27. e

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CONSULPLAN/2019/PREFEITURA DE VIANA-ES/PROCURADOR) Acerca da res-
ponsabilidade tributária e de acordo com Código Tributário Nacional, julgue os itens a seguir:
I – Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o do-
mínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na
pessoa dos respectivos adquirentes, inclusive quando conste do título a prova de sua
quitação.
II – Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza
e extensão dos efeitos do ato.
III – A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo
dependa de apuração.

Está CORRETO o que se afirma em:


a) Apenas I.
b) I e III.
c) Apenas III.
d) Apenas II.

Letra c.
I – Incorreto.

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domí-
nio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

II – Incorreto.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.

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III – Correto.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

Questão 2 (CESPE/2020/SEFAZ-AL/AUDITOR DE FINANÇAS E CONTROLE DE ARRECADA-


ÇÃO DA FAZENDA ESTADUAL) A respeito de responsabilidade, de obrigação e de administra-
ção tributária, julgue o item subsequente.
A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo
devido com juros de mora correspondentes, realizada até a conclusão do procedimento ad-
ministrativo ou da medida de fiscalização relacionada com a infração resulta na exclusão da
responsabilidade do contribuinte pela infração.

Errado.
A questão faz referência a um procedimento administrativo ou medida de fiscalização em
curso. A denúncia espontânea, contudo, pressupõe que não tenha sido iniciado o procedi-
mento administrativo ou a medida de fiscalização.

CTN, Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

Questão 3 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE BURITIZAL-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A


respeito da responsabilidade tributária, assinale a alternativa correta.
a) Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade de bens
imóveis, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando, cumulativa-
mente, conste do título a prova de sua quitação e quando a sub-rogação esteja prevista ex-
pressamente no instrumento de transferência.
b) O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são pessoalmente responsáveis pelos tri-
butos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, e o espólio é pessoalmente
responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

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c) Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo


contribuinte, respondem isoladamente nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício.
d) Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tribu-
tária depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.
e) A responsabilidade é atenuada pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, não sendo, porém, totalmente ex-
cluída, senão, após declaração expressa da autoridade administrativa que concede a quitação.

Letra b.
a) Errada.

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domí-
nio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

b) Certa.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


I – o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;
II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou
da meação;
III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

c) Errada.

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões
de que forem responsáveis:
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

d) Errada.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.

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e) Errada.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

Questão 4 (FAFIPA/2019/PREFEITURA DE FOZ DO IGUAÇU-PR/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO JÚNIOR) A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção
do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Sobre o
tema, é INCORRETO afirmar que:
a) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações conceituadas por lei como
crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração,
mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por
quem de direito.
b) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, do pa-
gamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
c) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, porém não se consi-
dera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administra-
tivo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
d) É pacífica a jurisprudência no sentido de que o simples inadimplemento da obrigação tribu-
tária não caracteriza infração à lei capaz de ensejar a responsabilidade.
e) Declarar e não recolher o ICMS próprio não é considerado crime pela jurisprudência majo-
ritária, mas sim mero inadimplemento.

Letra e.
a) Certa.

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:


I – quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando pratica-
das no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento
de ordem expressa emitida por quem de direito;

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b) Certa.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

c) Certa.

Art. 138. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

d) Certa.

Súmula n. 430, STJ


O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a respon-
sabilidade solidária do sócio-gerente.

e) Errada. Declarar e não recolher o ICMS próprio não é considerado crime pela jurisprudência
majoritária, mas sim mero inadimplemento.

Tese firmada pelo STF, em 18/12/2019, no RHC 163.334: “O contribuinte que, de forma
contumaz e com dolo de apropriação, deixa de recolher o ICMS cobrado do adquirente
da mercadoria ou serviço incide no tipo penal do artigo 2º (inciso II) da Lei 8.137/1990”.

No mesmo sentido, é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

HABEAS CORPUS. NÃO RECOLHIMENTO DE ICMS POR MESES SEGUIDOS. APROPRIA-


ÇÃO INDÉBITA TRIBUTÁRIA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. DECLARAÇÃO
PELO RÉU DO IMPOSTO DEVIDO EM GUIAS PRÓPRIAS. IRRELEVÂNCIA PARA A CONFI-
GURAÇÃO DO DELITO. TERMOS “DESCONTADO E COBRADO”. ABRANGÊNCIA. TRIBU-
TOS DIRETOS EM QUE HÁ RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO E TRIBUTOS INDI-
RETOS. ORDEM DENEGADA.
1. Para a configuração do delito de apropriação indébita tributária – tal qual se dá com
a apropriação indébita em geral – o fato de o agente registrar, apurar e declarar em
guia própria ou em livros fiscais o imposto devido não tem o condão de elidir ou exercer
nenhuma influência na prática do delito, visto que este não pressupõe a clandestinidade.
2. O sujeito ativo do crime de apropriação indébita tributária é aquele que ostenta a
qualidade de sujeito passivo da obrigação tributária, conforme claramente descrito pelo
art. 2º, II, da Lei n.

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8.137/1990, que exige, para sua configuração, seja a conduta dolosa (elemento subje-
tivo do tipo), consistente na consciência (ainda que potencial) de não recolher o valor do
tributo devido. A motivação, no entanto, não possui importância no campo da tipicidade,
ou seja, é prescindível a existência de elemento subjetivo especial.
3. A descrição típica do crime de apropriação indébita tributária contém a expressão “des-
contado ou cobrado”, o que, indiscutivelmente, restringe a abrangência do sujeito ativo
do delito, porquanto nem todo sujeito passivo de obrigação tributária que deixa de reco-
lher tributo ou contribuição social responde pelo crime do art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990,
mas somente aqueles que “descontam” ou “cobram” o tributo ou contribuição.
4. A interpretação consentânea com a dogmática penal do termo “descontado” é a de
que ele se refere aos tributos diretos quando há responsabilidade tributária por subs-
tituição, enquanto o termo “cobrado” deve ser compreendido nas relações tributárias
havidas com tributos indiretos (incidentes sobre o consumo), de maneira que não possui
relevância o fato de o ICMS ser próprio ou por substituição, porquanto, em qualquer
hipótese, não haverá ônus financeiro para o contribuinte de direito.
5. É inviável a absolvição sumária pelo crime de apropriação indébita tributária, sob o
fundamento de que o não recolhimento do ICMS em operações próprias é atípico, nota-
damente quando a denúncia descreve fato que contém a necessária adequação típica e
não há excludentes de ilicitude, como ocorreu no caso. Eventual dúvida quanto ao dolo
de se apropriar há que ser esclarecida com a instrução criminal.
6. Habeas corpus denegado.
(HC 399.109/SC, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
22/08/2018, DJe 31/08/2018).

Questão 5 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Em relação


à responsabilidade dos sucessores, de terceiros e por infrações, dispõe o Código Tributário
Nacional:
a) Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio
útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respec-
tivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação, e, no caso de arre-
matação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

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A Responsabilidade e o Ilícito Tributários
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b) A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a res-
pectiva exploração pelo período de dois anos, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma
ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido,
devidos até a data do ato, subsidiariamente com o alienante se este cessar a exploração do
comércio, indústria ou atividade.
c) Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem subsidiariamente a este nos atos em que intervierem ou pelas omis-
sões de que forem responsáveis, dentre outros, os diretores, gerentes ou representantes de
pessoas jurídicas de direito privado, não se aplicando em matéria de penalidades, às de ca-
ráter moratório.
d) A responsabilidade por infrações é excluída pela denúncia espontânea da infração, acom-
panhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito
da importância arbitrada judicialmente ou pela autoridade administrativa, quando o montante
do tributo não dependa de apuração, sendo considerada espontânea a denúncia apresentada
antes ou após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
relacionados com a infração, desde que ocorra de forma inequívoca.
e) A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação
de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até dois anos após a data do ato
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas, não se
aplicando tal responsabilidade aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado,
quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanes-
cente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

Letra a.
a) Certa.

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domí-
nio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos ad-
quirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. § único. No caso de arrematação
em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

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A Responsabilidade e o Ilícito Tributários
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b) Errada.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respecti-
va exploração [não há prazo de 2 anos], sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a
data do ato:
I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 6
meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.

c) Errada.

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente [na verdade a responsabilidade é subsidiária mesmo, há
uma imprecisão terminológica na lei] com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de
que forem responsáveis:
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias re-
sultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

d) Errada.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância ar-
bitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. § úni-
co. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento
administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

e) Errada.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação
de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas
de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de
direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

Questão 6 (IADES/2019/AL-GO/PROCURADOR) No que se refere à responsabilidade tribu-


tária, assinale a alternativa correta.

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a) A responsabilidade tributária importa na responsabilidade do espólio pelas obrigações tri-


butárias já ocorridas e as futuras do de cujus até a data de abertura da sucessão.
b) Não haverá sucessão de responsabilidade tributária na aquisição de unidade produtiva,
realizada em processo de falência, seja quem for o adquirente.
c) A substituição tributária caracteriza hipótese de sujeição passiva indireta, definida em lei, na
qual a responsabilidade tributária é atribuída a um terceiro que não praticou o fato tributável.
d) O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade empresária gera, por si só, a res-
ponsabilidade do sócio-gerente.
e) A denúncia espontânea caracteriza-se como mecanismo indutor de cumprimento da legis-
lação tributária e, por essa razão, pode ser apresentada a qualquer momento, a fim de excluir
a responsabilidade pessoal do agente que cometeu infração da legislação tributária.

Letra c.
a) Errada.

CTN, Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

b) Errada.

§ 2º Não se aplica o disposto no art. 133 § 1º deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor
falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4 (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor
falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de
fraudar a sucessão tributária.

c) Certa. O responsável por substituição deve ter uma vinculação com o fato gerador, mas não
o pratica. Quem pratica o fato gerador é o contribuinte, que é substituído pelo responsável,
nos casos de substituição tributária.
d) Errada.

Súmula n. 430, STJ


O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a respon-
sabilidade solidária do sócio-gerente.

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A Responsabilidade e o Ilícito Tributários
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e) Errada.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Pa-
rágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

Questão 7 (IBGP/2018/PREFEITURA DE SANTA LUZIA-MG/PROCURADOR MUNICIPAL) So-


bre as normas gerais de Direito Tributário, previstas no Código Tributário Nacional, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais e a interrupção da
prescrição, em favor ou contra um dos obrigados e favorece ou prejudica aos demais.
b) A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pesso-
almente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo.
c) A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente
ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
d) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
legislação vigente na data da concretização do ato de lançamento.

Letra d.
a/b) Certas.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I – o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmen-
te a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III – a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.

c) Certa.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.

d) Errada.

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Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se
pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. O lançamento, portanto,
é regido pela legislação vigente à época do fato gerador, e não pela legislação vigente quando de
sua concretização, como afirma a alternativa.

Questão 8 (VUNESP/2019/CÂMARA DE MAUÁ-SP/PROCURADOR LEGISLATIVO) “A” e “B”


adquirem juntos imóvel situado no Município X. Ao registrar a escritura de compra e venda
na matrícula do imóvel, o responsável pelo cartório de registro de imóveis esquece de exigir a
comprovação do pagamento do imposto municipal sobre bens imóveis que, no referido mu-
nicípio, é de responsabilidade dos adquirentes. Nessa situação específica, considerando o
previsto no Código Tributário Nacional, é correto afirmar:
a) caso “A” venha a pagar metade do imposto devido, o pagamento aproveitará apenas a ele e
não a “B”, que ficará devedor sozinho pelo saldo restante.
b) no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal por “A” e
por “B”, o responsável pelo cartório responderá solidariamente com eles pelo imposto devido.
c) o responsável pelo cartório apenas responderia no caso de ter agido com dolo específico de
fraudar a legislação municipal relativa ao imposto sobre transmissão de bens imóveis.
d) a responsabilidade tributária por infração decorrente do atraso no pagamento do imposto de-
penderá da intenção de “A” e “B”, bem como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
e) caso haja hipótese de isenção que se enquadre especificamente em situação pessoal de
“A”, a referida isenção se estenderá automaticamente à pessoa de “B”, em razão dos efeitos
da solidariedade.

Letra b.

CTN, Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omis-
sões de que forem responsáveis:
I – os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II – os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

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Questão 9 (MPE-PR/2016/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) De acordo com o Código


Tributário Nacional, assinale a alternativa incorreta:
a) A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente;
b) A obrigação tributária acessória quando inobservada converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária;
c) A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da
referida obrigação;
d) O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo;
e) São causas que suspendem a exigibilidade do crédito tributário: a moratória; o depósito do
seu montante, ainda que parcial; as reclamações e os recursos, nos termos das leis regula-
doras do processo tributário administrativo; a concessão de medida liminar em mandado de
segurança; a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de
ação judicial e o parcelamento.

Letra e.
a) Certa. Art. 113, § 1º, do CTN. “A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador,
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente
com o crédito dela decorrente.”
b) Certa. Art. 113, § 3º, do CTN. “A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservân-
cia, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.”
c) Certa. Art. 128 do CTN. “Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gera-
dor da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a
este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.”
d) Certa. Súmula 360 do STJ. “O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos
sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.”

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e) Errada. Art. 151 do CTN. “Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I – moratória;


II – o depósito do seu montante integral; III – as reclamações e os recursos, nos termos das
leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV – a concessão de medida liminar
em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em
outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) VI – o parcelamento.”

Questão 10 (MPE-RS/2016/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/PROVA ANULADA) Relativa-


mente à responsabilidade tributária, é correto afirmar que
a) a responsabilidade tributária é pessoal, não podendo ser transferida a terceiros.
b) o sucessor é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujos, ainda que a
dívida tributária ultrapasse o valor do respectivo quinhão hereditário.
c) a extinção de pessoa jurídica de direito privado acarreta a extinção da obrigação tributária,
ainda que a exploração da atividade seja continuada por sócio remanescente.
d) a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou
do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
e) não se considera espontânea, para fins de exclusão da responsabilidade, a denúncia apre-
sentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
relacionados com a infração.

Letra e.
a) Errada.

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsa-
bilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação,
excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cum-
primento total ou parcial da referida obrigação.

b) Errada.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


I – o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;
II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou
da meação;
III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

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c) Errada.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação
de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas
de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de
direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

d) Errada.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.

e) Certa.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

Questão 11 (MP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) A tributação dos


atos ilícitos é tema sempre tormentoso. No atual estágio da doutrina e jurisprudência, é COR-
RETO afirmar que
a) não se pode tributar atos ilícitos sob pena de conferir uma pretensa legalidade para as
operações.
b) deve-se proceder caso a caso, avaliando os prós e contras da tributação sobre a atividade
ilícita, pois o Estado não pode perder de vista que os recursos a ingressar no Tesouro são
imprescindíveis.
c) dependendo de qual for a atividade ilícita, a solução pode ser uma ou outra. Nos casos de
mera contravenção penal, é plenamente aceitável a tributação. Já no tráfico de drogas, por
exemplo, não é aceita.
d) se com a atividade ilícita há uma outra, lícita, pode-se proceder a autuação fiscal na parte
lícita, como sonegação fiscal.
e) a atividade ilícita deve ser tributada e assim o permitem a Constituição Federal e o CTN.

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Letra e.
Trata-se da pecúnia non-olet. Embora o tributo não represente sanção do Estado, a tributa-
ção ignora a licitude ou ilicitude do fato que ensejou o surgimento da respectiva obrigação
tributária.
Assim, se a RENDA (que é um fato que enseja pagamento de imposto de renda) é auferida
em virtude da ministração de aulas de direito tributário, ou auferida pelo tráfico de drogas, ou
jogo do bicho, simplesmente não importa ao direito tributário. Em todo o caso, a renda será
tributada.

Questão 12 (CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Uma sociedade limitada, tendo decla-


rado regularmente seus tributos, deixou de pagá-los, sem que houvesse qualquer fraude ou
comportamento análogo. No momento da inscrição em dívida ativa, apenas com base no ina-
dimplemento, o sócio-gerente foi incluído como responsável pelo crédito tributário. A respeito
dessa situação hipotética e de aspectos diversos a ela pertinentes, assinale a opção correta.
a) O sócio-gerente não responde por simples inadimplemento, devendo-lhe ser imputado,
para que haja a sua responsabilização, excesso de poderes ou infração de lei, contrato social
ou estatutos, sendo incabível a sua responsabilização no caso em questão.
b) Os sócios, administradores ou não, só respondem solidariamente no caso de liquidação
irregular de pessoa jurídica, sendo incabível a sua responsabilização na situação em apreço.
c) O sócio-gerente será responsável pelo crédito tributário apenas nos casos em que praticar
ilícitos penais ou agir com dolo específico.
d) No caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo con-
tribuinte, os sócios, apenas com base nessa condição, respondem solidariamente pelo cré-
dito tributário da pessoa jurídica, estando correta a responsabilização do sócio-gerente no
caso em questão.

Letra a.

Súmula n. 430, STJ


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Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou es-
tatutos:
I – as pessoas referidas no artigo anterior;
II – os mandatários, prepostos e empregados;
III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Questão 13 (TRF-2ª REGIÃO/2017/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Em 2014, empresa do se-


tor de alimentos adquire estabelecimento comercial de outra e passa, ali, a exercer a mesma
atividade da alienante. A pessoa jurídica alienante deixa de existir e seus antigos sócios pas-
sam a atuar em outros ramos. Dois anos depois, é lavrado auto de infração em razão do não
recolhimento de Imposto de Renda (IRPJ), acrescido de penalidade, tudo relativo ao ano base
2012. Assinale a opção correta:
a) Apenas a alienante, cuja operação concretizou o fato gerador do tributo devido, responde
diretamente pelo tributo e pela penalidade. Seus sócios gerentes podem responder, compro-
vado o encerramento irregular da pessoa jurídica.
b) A adquirente do estabelecimento responde diretamente pelo tributo e pela penalidade.
c) Alienante e adquirente respondem, na proporção de suas culpas, pelos tributos e penalida-
des devidos.
d) O tributo pode ser exigido diretamente da adquirente, e a penalidade é integralmente devida
apenas pela alienante e seus antigos sócios, estes independentemente da dissolução irregular.
e) penas a alienante é devedora do tributo e da penalidade. A adquirente é responsável subsi-
diária, e bem assim os sócios da alienante, independentemente da dissolução irregular.

Letra b.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respecti-
va exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato:
I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis
meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.

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Questão 14 (FCC/2016/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO) A responsabilidade tributá-


ria por sucessão
a) é pessoal do espólio pelos tributos devidos pelo de cujus, desde a data da abertura da
sucessão até a data da partilha ou adjudicação; também é pessoal a responsabilidade do
cônjuge meeiro e sucessores a qualquer título, nos limites da meação, do quinhão ou legado,
pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação.
b) abrange o tributo e as penalidades por infração à legislação tributária porventura cometi-
das pelo contribuinte e que não foram pagas, desde que tenha havido transmissão de bens
imóveis por ato oneroso sem prova da quitação.
c) é absoluta no caso de aquisição de imóvel em hasta pública para o adquirente, ora arrema-
tante, desde que não se trate de processo de falência, pois, neste caso, a responsabilidade é
afastada se o adquirente for parente do falido na linha reta ou colateral até terceiro grau.
d) é solidária com o contribuinte nas hipóteses de fusão, cisão e incorporação de empresa,
salvo se havia prova de quitação dos tributos no ato e não entraram como passivo no negócio
jurídico.
e) pode ser atribuída por ato normativo e decorrer de analogia, pois existe supremacia do in-
teresse público sobre o particular na arrecadação tributária.

Letra a.
a) Certa.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou
da meação;
III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

b) Errada.

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domí-
nio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

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c) Errada.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respecti-
va exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato:
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor
falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor
falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de
fraudar a sucessão tributária.

d) Errada.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação
de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas
de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

e) Errada.

Art. 108 § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

Questão 15 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo o CTN,


no que tange à responsabilidade tributária, é CORRETO afirmar que
a) o adquirente, em leilão judicial, de estabelecimento comercial ou fundo de comércio em pro-
cesso de falência, é pessoalmente responsável por tributos devidos até a data da aquisição.
b) o cônjuge e o sucessor a qualquer título ficam responsáveis pelos tributos devidos pelo
de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada a responsabilidade ao montante da
herança.
c) o alienante de bem imóvel é responsável pelo IPTU, no caso de ter assumido em escritu-
ra pública a obrigação por tributo relativo a fato gerador acontecido antes da transmissão,
quando não houver prova de quitação de tributos.
d) o arrematante de bem imóvel, no caso de arrematação em hasta pública, é responsável
pelos tributos devidos por fatos geradores anteriores à arrematação.
e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

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Letra b.
a) Errada.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respecti-
va exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato:
I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis
meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
I – em processo de falência;

b) Certa.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou
da meação;

c) Errada.

Art. Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o do-
mínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

d) Errada.

Art. 130. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre
o respectivo preço.

Questão 16 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Se uma determi-


nada Sociedade Limitada retira-se de seu domicílio fiscal sem comunicar ao Fisco, e sendo
caso de cobrança de débitos fiscais, é correto afirmar:
a) O fato é considerado dissolução irregular da empresa, expondo todos os bens de todos os
sócios à eventual execução fiscal.
b) Como entende o STJ, o mero fato de se ausentar do domicílio fiscal não é suficiente para
caracterizar dissolução irregular e a execução fiscal fica restrita à pessoa jurídica.

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c) Considera-se dissolução irregular, mas somente os bens dos sócios-gerentes estarão ex-
postos a eventual execução fiscal.
d) Se o não pagamento se deu por interpretação da lei tributária, considera-se sonegação e
todos os sócios responderão.
e) Só o fato do não pagamento, aliado à retirada da empresa de seu domicílio fiscal implica
sonegação, expondo todos os bens de todos os sócios à execução fiscal.

Letra c.

Súmula n. 435, STJ


Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domi-
cílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento
da execução fiscal para o sócio-gerente.
STJ: a dissolução irregular da pessoa jurídica é causa que, permite a responsabilização
solidária do sócio pelos débitos da sociedade por cotas de responsabilidade limitada.
Todavia, se a retirada do sócio ocorrer em data anterior ao encerramento irregular da
sociedade, tal fator não se presta ao fazê-lo suportar as dívidas fiscais assumidas, ainda
que contraídas no período em que participava da administração da empresa. (STJ REsp
728.461).

Questão 17 (PGR/2017/PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA) Sobre a responsabilidade tri-


butária é incorreto afirmar que:
a) o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade gera, por si só, a responsabilida-
de solidária do sócio-gerente;
b) na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não ape-
nas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas refe-
rentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão;
c) a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido;

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d) a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da
referida obrigação.

Letra a.
O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabili-
dade solidária do sócio-gerente.

Questão 18 (VUNESP/2017/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURADOR)


Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo con-
tribuinte, respondem solidariamente com este nos atos que intervierem ou pelas omissões de
que forem responsáveis, determinadas pessoas que a lei especifica, dentre as quais
a) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio.
b) o adquirente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos.
c) o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
d) o sucessor a qualquer título, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da
sucessão.
e) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, incorporação ou transformação
de outra ou em outra.

Letra a.
a) Certa.

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões
de que forem responsáveis:
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio

b) Errada. Responsabilidade pessoal.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis


I – o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos

c) Errada. Responsabilidade pessoal.

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Art. 131. São pessoalmente responsáveis


III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão

d) Errada. Responsabilidade pessoal.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis


II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou
da meação

e) Errada. Responsabilidade por sucessão empresarial.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação
de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas
de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

Questão 19 (INSTITUTO EXCELÊNCIA/2017/CÂMARA DE SANTA ROSA-RS/PROCURADOR


JURÍDICO LEGISLATIVO) Segundo o Código Tributário Nacional, quais são os efeitos da soli-
dariedade citado em seu artigo 125:
a) Interrupção de pagamentos de pessoas expressamente designadas por lei.
b) Pagamento efetuado pelo não comportamento ao benefício de ordem.
c) Interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os
demais.
d) Isenção ou pagamento de crédito exonera todos os obrigados não comporta o benefício de
ordem.

Letra c.

CTN, Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
III – a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.

Questão 20 (CONSULPLAN/2018/CÂMARA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR) Na


hipótese de sucessão empresarial: fusão, cisão ou incorporação, é correto afirmar que, quan-
to à responsabilidade tributária,
a) o sucessor só responde pelos tributos devidos até a data da sucessão.
b) o sucessor é responsável pelos tributos e multas até a data da sucessão.
c) o sucessor não responde pelas multas tributárias, que têm caráter punitivo.
d) o sucessor responde pelos tributos e multas devidos até o prazo prescricional.

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Letra b.
a) Errada. A responsabilidade do sucessor não se restringe aos tributos, mas também às mul-
tas, sejam elas de caráter moratório ou punitivo.
b) Certa. A responsabilidade não se restringe aos tributos, mas também às multas, sejam elas
de caráter moratório ou punitivo.
c) Errada. Súmula 554/STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da su-
cessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas mo-
ratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
d) Errada. O marco temporal da responsabilidade do sucessor é a data da sucessão em-
presarial.

Questão 21 (INÉDITA/2020) Com base nas disposições normativas do CTN, assinale a alter-
nativa correta.
a) Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tribu-
tária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e exten-
são dos efeitos do ato.
b) Confundem-se a obrigação principal de pagar o tributo, com a obrigação principal de pagar
uma multa tributária.
c) Sempre que se imputar uma multa haverá tributo devido pelo mesmo responsável pelo pa-
gamento da infração tributária.
d) A responsabilidade tributária por infrações depende da intenção ou móvel do agente.
e) Todas as alternativas estão corretas.

Letra a.
a) Certa.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.

b/c) Erradas. Não confunda a obrigação principal de pagar o tributo, com a obrigação principal
de pagar uma multa tributária – inclusive, como demonstramos acima, elas não necessariamente

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existirão jutas; por consequência, tenha como separada ou autônoma a responsabilidade por
infrações à legislação tributária.
d) Errada. CTN. Art. 136.

Questão 22 (INÉDITA/2020) De acordo com Código Tributário Nacional e com a jurisprudên-


cia do STJ, assinale a alternativa incorreta:
a) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não ape-
nas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas refe-
rentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
b) O sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação pessoal
e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
c) O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condi-
ção de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
d) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que, apesar de prever o art. 136
do CTN que a responsabilidade do contribuinte ao cometer um ilícito é objetiva, admitem-se
temperamentos na sua interpretação, diante da possibilidade de aplicação da equidade e do
princípio da lei tributária “in dubio pro contribuinte”.
e) A boa-fé do contribuinte não é influente na aplicação das infrações tributárias, importando
apenas sua conduta objetivamente considerada, conforme compreende o Superior Tribunal
de Justiça a respeito do CTN.

Letra e.
a) Certa. Súmula 554 do STJ: “Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da
sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas
moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão”.
b/c) Certas.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

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I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.

d) Certa.

4. Ademais, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que, apesar de


prever o art. 136 do CTN que a responsabilidade do contribuinte ao cometer um ilícito é
objetiva, admitem-se temperamentos na sua interpretação, diante da possibilidade de
aplicação da equidade e do princípio da lei tributária “in dubio pro contribuinte”.
5. Precedentes: AgRg no REsp 982.224/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, julgado em 6.5.2010, DJe 27.5.2010; REsp 254.276/SP, Rel. Min. Humberto Mar-
tins, Segunda Turma, julgado em 15.3.2007, DJ 28.3.2007, p. 198; REsp 278.324/SC, Rel.
Min. João Otávio de Noronha, DJ 13.3.2006, p. 239.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1220414/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 19/05/2011, DJe 25/05/2011).

e) Errada.

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. EQUÍVOCO NO PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO


DE AJUSTE SIMPLIFICADO. ART. 136 DO CTN. INFRAÇÃO TRIBUTÁRIA. RESPONSABILI-
DADE OBJETIVA DO AGENTE. BOA-FÉ DO CONTRIBUINTE E INEXISTÊNCIA DE DANO OU
DE INTENÇÃO DE O PROVOCAR RECONHECIDAS PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. JULGA-
MENTO BALIZADO PELA EQUIDADE E PELO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO CONTRIBUINTE.
AFASTAMENTO DA MULTA.
I – Apesar da norma tributária expressamente revelar ser objetiva a responsabilidade
do contribuinte ao cometer um ilícito fiscal (art. 136 do CTN), sua hermenêutica admite
temperamentos, tendo em vista que os arts. 108, IV e 112 do CTN permitem a aplica-
ção da equidade e a interpretação da lei tributária segundo o princípio do in dubio pro
contribuinte. Precedente: REsp n. 494.080/RJ, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de
16/11/2004.

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II – In casu, o Colegiado a quo, além de expressamente haver reconhecido a boa-fé do


contribuinte, sinalizou a inexistência de qualquer dano ao Erário ou mesmo de intenção
de o provocar, perfazendo-se, assim, suporte fáctico-jurídico suficiente a se fazerem
aplicar os temperamentos de interpretação da norma tributária antes referidos.
III – Ademais, apenas a título de registro, tal entendimento do Sodalício de origem, como
cediço, não comportaria revisão por parte desta Corte Superior em face do óbice sumu-
lar n. 7 deste STJ.
IV – Recurso especial desprovido.
(REsp 699.700/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
21/06/2005, DJ 03/10/2005, p. 140).

Questão 23 (INÉDITA/2020) De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,


assinale a alternativa correta:
a) É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal
posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda.
b) A responsabilidade do comerciante adquirente de boa-fé de insumos reside na exigência,
no momento da celebração do negócio jurídico, da documentação pertinente à assunção da
regularidade do alienante e da verificação de idoneidade da nota fiscal, razão pela qual incide,
à espécie, o artigo 136, do CTN, segundo o qual “salvo disposição de lei em contrário, a res-
ponsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”.
c) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange apenas os
tributos devidos pela sucedida.
d) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora não abrange as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

Letra a.
a) Certa. Súmula 509, do STJ tem o seguinte teor: “É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar
os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando
demonstrada a veracidade da compra e venda.”​​

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b) Errada. A responsabilidade do adquirente de boa-fé reside na exigência, no momento da


celebração do negócio jurídico, da documentação pertinente à assunção da regularidade
do alienante, cuja verificação de idoneidade incumbe ao Fisco, razão pela qual não incide,
à espécie, o artigo 136, do CTN, segundo o qual “salvo disposição de lei em contrário, a res-
ponsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato” (norma aplicável, in
casu, ao alienante). (REsp 1148444/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
14/04/2010, DJe 27/04/2010)
c/d) Erradas. Súmula 554 do STJ: “Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade
da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas
moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão”.

Questão 24 (INÉDITA/2020) A respeito da pena de perdimento de bens e da jurisprudência


do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa correta.
a) A legislação tributária autoriza a aplicação da pena de perdimento de veículo que seja uti-
lizado como transportador de mercadorias contrabandeadas.
b) É impossível a aplicação de pena de perdimento de veículo, ainda que utilizado como ins-
trumento da prática de contrabando ou descaminho.
c) O Superior Tribunal de Justiça afasta qualquer penalidade de aplicação de pena de perdi-
mento de veículos.
d) Para o Superior Tribunal de Justiça, a pena de perdimento de veículos é inconstitucional,
por configurar sanção política.
e) A atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça afasta a pena de perdimento de veí-
culos que sejam objeto de contrato de arrendamento mercantil, diante da impossibilidade de
se atingir o patrimônio da instituição financeira.

Letra a.
Nos termos do art. 96 do Decreto-Lei n. 37/66:

Art. 96. As infrações estão sujeitas às seguintes penas, aplicáveis separada ou cumulativamente:
I – perda do veículo transportador;

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II – perda da mercadoria;
III – multa;
IV – proibição de transacionar com repartição pública ou autárquica federal, empresa pública e
sociedade de economia mista. O inciso I determina a perda do veículo.

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. FRAUDES EM LICITA-


ÇÕES. VERBAS PÚBLICAS. DESVIOS. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA SUPREMA CORTE. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART.
1.022 DO CPC/2015. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO. INCIDÊNCIA, POR ANALO-
GIA, DO ENUNCIADO N. 284 DA SÚMULA DO STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.
INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO DA SÚMULA N. 211/STJ. INCIDENTE DE FALSIDADE. SUS-
PENSÃO DO PROCESSO PRINCIPAL. PRETENSÃO DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO.
INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA DO STJ. AGRAVO INTERNO.
ALEGAÇÕES DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO. INEXISTENTES.
I – Na origem, trata-se de ação ordinária ajuizada pela Bradesco Administradora de Con-
sórcio Ltda. contra a União (Fazenda Nacional) pretendendo anular o auto de infração
que culminou na apreensão e aplicação da pena de perdimento do veículo, sob a alega-
ção de ser proprietário indireto, em razão do contrato de alienação fiduciária.
II – Na sentença, julgou-se procedente o pedido para declarar nulo o ato de perdimento
do bem, determinando-se a sua devolução e fixando-se honorários advocatícios em 10%
sobre o valor atualizado da dívida remanescente do financiamento. No Tribunal a quo,
a sentença foi mantida. Nesta Corte, deu-se provimento ao recurso especial da União
para julgar improcedente o pedido inicial, invertendo-se os honorários advocatícios.
III – Com relação à alegada violação dos arts. 94, 95 e 105 do Decreto-Lei n. 37/66 e dos
arts. 123 e 136 do CTN, com razão a recorrente União, dado que o aresto vergastado encon-
tra-se em dissonância com a jurisprudência desta Corte, firmada no sentido de ser admitida
a aplicação da pena de perdimento de veículo objeto de alienação fiduciária ou de arrenda-
mento mercantil, independentemente da participação do credor fiduciário ou arrendante no
evento que deu causa à pena. A esse respeito, os seguintes julgados: REsp n.
1.694.124/SC, Relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, Julgamento em
16/11/2017, DJe 19/12/2017 e AgInt no REsp 1.240.899/SC, Relator Ministra Regina
Helena Costa, Primeira Turma, Julgamento em 17/11/2016, DJe 30/11/2016.
IV – Quanto à alegação de violação do art. 1.022 do CPC/2015, verifica-se que o acolhi-
mento da pretensão recursal relacionada à possibilidade de apreensão de veículo objeto

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alienação fiduciária torna desnecessária a análise de suposta omissão do recurso espe-


cial quanto à jurisprudência firmada nesta Corte a respeito do tema.
V – Observado que o entendimento aqui consignado, lastreado na jurisprudência, é preva-
lente no Superior Tribunal de Justiça, aplica-se o enunciado da Súmula n. 568/STJ, nestes
termos: “O relator, monocraticamente e no STJ, poderá dar ou negar provimento ao recurso
quando houver entendimento dominante acerca do tema.” VI – Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1827362/MS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 03/03/2020, DJe 10/03/2020).

Questão 25 (INÉDITA/2020) A respeito das multas ou penalidades tributárias, assinale a al-


ternativa incorreta.
a) As multas moratórias constituem penalidades aplicadas em razão do simples atraso no
pagamento de tributo.
b) É impossível que se impute a alguém uma multa tributária que esteja desacompanhada do
pagamento do respectivo tributo.
c) As multas de ofício são aplicadas pela própria autoridade através de auto de infração quan-
do verifique que o contribuinte deixou de pagar tributo, mediante omissão ou fraude.
d) As multas isoladas são aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias ou por
outras infrações que independem de ser ou não devido determinado tributo.
e) A impontualidade no pagamento do tributo pode ser objeto de imputação de multa tributária.

Letra b.
As multas moratórias constituem penalidades aplicadas em razão do simples atraso no pa-
gamento de tributo.
As multas de ofício são aplicadas pela própria autoridade por meio de auto de infração quan-
do verifique que o contribuinte deixou de pagar tributo, mediante omissão ou fraude.
As multas isoladas, por sua vez, são aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessó-
rias ou por outras infrações que independem de ser ou não devido determinado tributo.

Questão 26 (INÉDITA/2020) A respeito dos limites para as multas tributárias e tendo em con-
ta as disposições do CTN sobre a responsabilidade tributária, assinale a alternativa incorreta.

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a) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se firmou no sentido de que serão confiscató-


rias sempre que ultrapassem o percentual de 100% (cem por cento) do valor do tributo devido.
b) A responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou
do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
c) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações conceituadas por lei como cri-
mes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, man-
dato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de
direito.
d) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo es-
pecífico do agente seja elementar.
e) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações que decorram direta e exclu-
sivamente de dolo específico dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus man-
dantes, preponentes ou empregadores.

Letra b.
a) Certa.

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAOR-


DINÁRIO COM AGRAVO. ALEGADA SEMELHANÇA COM A MATÉRIA DISCUTIDA NO RE
736.090. INOCORRÊNCIA. MULTA PUNITIVA. PERCENTUAL DE 25% SOBRE O VALOR DA
OPERAÇÃO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. REDUÇÃO DO VALOR DA MULTA. IMPOSSIBILI-
DADE DE O PODER JUDICIÁRIO ATUAR COMO LEGISLADOR POSITIVO.
1. O paradigma de repercussão geral (Tema 863 da RG) aplica-se exclusivamente para
a fixação do LIMITE MÁXIMO DA MULTA FISCAL QUALIFICADA prevista no art. 44, I, §1º,
da Lei n. 9.430/1996.
2. Em relação ao valor máximo das multas punitivas, esta Corte tem entendido que são
confiscatórias aquelas que ultrapassam o percentual de 100% (cem por cento) do valor
do tributo devido. Precedentes.
3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de não
competir ao Poder Judiciário atuar como legislador positivo para estabelecer isenções
tributárias ou redução de impostos. Precedentes.

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4. Agravo interno a que se nega provimento.


(ARE 905685 AgR-segundo, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, jul-
gado em 26/10/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-237 DIVULG 07-11-2018 PUBLIC
08-11-2018).

b) Errada.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tri-
butária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato.
c/d/e) Certas.

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:


I – quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando pratica-
das no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento
de ordem expressa emitida por quem de direito;
II – quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III – quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.

Questão 27 (INÉDITA/2020) Sobre o instituto da denúncia espontânea, assinale a alternativa


incorreta, de acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.
a) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
b) Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedi-
mento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
c) A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscaliza-
ção lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma
da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
d) A denúncia espontânea é um instituto jurídico-tributário que tem por objetivo estimular o
contribuinte infrator a tomar a iniciativa de se colocar em situação de regularidade, pagando
os tributos que omitira, com juros, mas sem multa.
e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

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Letra e.
a) Certa.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

b) Certa.

Art. 138. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

c) Certa.

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscaliza-
ção lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da
legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.

d) Certa. De acordo com a doutrina de Leandro Paulsen (Curso de direito tributário comple-
to), a denúncia espontânea é um instituto jurídico-tributário que tem por objetivo estimular o
contribuinte infrator a tomar a iniciativa de se colocar em situação de regularidade, pagando
os tributos que omitira, com juros, mas sem multa.
e) Errada. Todas as alternativas anteriores estão CORRETAS. Gabarito letra E.

Questão 28 (INÉDITA/2020) Sobre o instituto da denúncia espontânea, assinale a alternativa


incorreta, de acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.
a) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do depósito judicial integral do tributo.
b) O marco final para a aferição da espontaneidade da denúncia espontânea será a data de
início da ação fiscal, conforme estabelecido pelo CTN.
c) Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedi-
mento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
d) O instituto se restringe a créditos cuja existência seja desconhecida pelo Fisco e que nem
sequer estejam sendo objeto de fiscalização, de modo que, não fosse a iniciativa do contri-
buinte, talvez jamais viessem a ser satisfeitos.

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e) A denúncia espontânea é um estímulo legal ao “arrependimento infracional tributário” – o


agente desiste do proveito pecuniário que a infração poderia trazer e cumpre com sua obri-
gação tributária principal.

Letra a.
a) Errada.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

b) Certa.

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscaliza-
ção lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da
legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.

c) Certa.

Art. 138. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

Questão 29 (INÉDITA/2020) Sobre o instituto da denúncia espontânea, assinale a alternativa


incorreta, de acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.
a) A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configu-
ra denúncia espontânea.
b) O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
c) Conforme entendimento do STJ, o instituto da denúncia espontânea aplica-se somente a
infrações que tenham implicado o não pagamento de tributo devido.
d) Não se aplica a denúncia espontânea ao descumprimento de obrigações tributárias aces-
sórias.
e) Todas as alternativas acima estão incorretas.

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Letra e.
a) Certa.

Súmula 208 do extinto TFR já dispunha: “A simples confissão da dívida, acompanhada


do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea”.
TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO. MULTA MORATÓRIA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA: ART. 138
DO CNT. SÚMULA N. 208/TFR. UTILIZAÇÃO DA TRD TAXA DE JUROS.​​
1. A denúncia espontânea caracteriza-se pela vontade do contribuinte de pagar antes de
iniciado o procedimento fiscal.​​
2. Entretanto, para fazer jus ao benefício do art. 138 do CTN, é preciso que a denúncia
espontânea seja acompanhada do pagamento devido.​​
3. O parcelamento não substitui o pagamento.​​
(...)​​
6. Recurso especial provido.​​
(REsp 173.423/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em
04/04/2000, DJ 12/06/2000, p. 94)​​​​

b) Certa.

Súmula n. 360, STJ


O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento
por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

c/d) Certas. Conforme entendimento do STJ, o instituto da denúncia aplica-se somente a in-
frações que tenham implicado o não pagamento de tributo devido. Diz respeito, assim, à obri-
gação principal, sendo inaplicável às infrações relativas ao descumprimento de obrigações
acessórias.

É cediço o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido da legalidade


da cobrança de multa pelo atraso na entrega da declaração de rendimentos, inclu-
sive quando há denúncia espontânea, pois esta “não tem o condão de afastar a multa
decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos
do artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas” (AgRg

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no AREsp 11.340/SC, Rel. MINISTRO CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em


13/9/2011, DJe 27/9/2011).​​
(AgInt no AREsp 1022862/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 13/06/2017, DJe 21/06/2017)​​

e) Errada. Todas as alternativas anteriores estão CORRETAS.

Questão 30 (INÉDITA/2020) Sobre a sanção política, assinale a alternativa incorreta, de


acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
a) É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.
b) É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.
c) Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despa-
che mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.
d) É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o
infrator não foi notificado.
e) Todas as alternativas estão incorretas.

Letra e.

Súmula n. 70, STF


É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.
Súmula n. 323, STF
É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.
Súmula n. 547, STF
Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, des-
pache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.
Súmula n. 127, STJ
É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual
o infrator não foi notificado.

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Renato Grilo

Renato Cesar Guedes Grilo


Procurador da Fazenda Nacional. Assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pós-graduado em
Direito Constitucional e Tributário. Mestrando em Direito e Políticas Públicas. Entre 2013 e 2016, atuou
perante os Tribunais Superiores como PFN. É professor de cursos preparatórios para concursos e autor
de obras jurídicas, dentre as quais o Manual do Procurador da Fazenda Nacional – Editora Juspodivm.

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