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Sistema Tributário Constitucional e Teoria Geral da

Obrigação Tributária

FACULDADE DE DIREITO
AULA 06

Professor : Márcio Novaes Cavalcanti


Sistema Tributário Constitucional e Teoria Geral da Obrigação Tributária
Faculdade de Direito – Aula 06
TÍTULO DO COMPONENTE CURRICULAR

 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.

2. Sucessão e hipóteses.

3. Responsabilidade de terceiros.

4. Responsabilidade dos sócios e administradores.


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TÍTULO DO COMPONENTE CURRICULAR

 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
 O fato imponível, ou a hipótese sobre a qual incide a obrigação de pagar
imposto, é uma situação material com a qual o contribuinte, o sujeito passivo,
se conecta;
 Quando uma pessoa física ou jurídica atua no mundo material e sua ação gera a
obrigação de pagar tributo, ela se transforma em contribuinte, sujeito passivo
da obrigação tributária.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
 Na definição de Ataliba:
32.1 Sujeito passivo da obrigação tributária é o devedor, convencionalmente chamado contribuinte. É a
pessoa que fica na contingência legal de ter o comportamento objeto da obrigação, em detrimento do
próprio patrimônio e em favor do sujeito ativo. É a pessoa que terá a diminuição patrimonial, com a
arrecadação do tributo.(...)

32.3 É sujeito passivo, em regra, uma pessoa que está em conexão íntima (relação de fato) com o
núcleo (aspecto material) da hipótese de incidência. Ao exegeta incumbe desvendar esta conexão, nos
casos em que a lei não explicita tal circunstância. Muitas vezes a lei contém indicação pormenorizada,
explícita e precisa - embora conceitual - do sujeito passivo, simplificando a exegese.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
 Na definição de Ataliba:
O legislador - inspirado pela ciência das finanças - orienta-se por princípios financeiros na configuração
da hipótese de incidência, quanto ao aspecto subjetivo-passivo. Em todos os casos, no Brasil, só pode
ser onerado o destinatário constitucional tributário, porque esse juízo político-financeiro foi exaurido
pelo constituinte.
 O sujeito passivo da obrigação tributária está em "conexão íntima" com o
aspecto material da obrigação tributária e, segundo Ataliba, é o destinatário
constitucional tributário que deve ser onerado pela obrigação de pagar tributo.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
 Lendo o art. 121, § único, incisos I e II, temos a estipulação legal do que é a
sujeição passiva. Esta pode ser direta, no caso do contribuinte, ou indireta. A
Explicação de Melo :
A carga fiscal pode ser exigida de pessoa diversa da que praticou o negócio jurídico, com substrato econômico,
estabelecendo critérios norteadores desses procedimentos, para que o aplicador não se depare com um verdadeiro
caos tributário, propiciando interpretações diferenciadas e equivocadas qualificações.

Hector Villegas distribui a sujeição passiva em quatro posições básicas, das quais a primeira (penso que majoritária)
divide os sujeitos passivos em duas grandes categorias: contribuintes (sujeitos passivos por dívida própria) e
responsáveis (sujeitos passivos por dívida alheia), subdividindo estes últimos em diversas espécies, entre as quais
está a substituição tributária (assim Pugliese, Ataliba, Saccone, Gustavo Ingrosso, De La Garza).
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
 Explica Melo que nos casos de sujeição passiva indireta, além das hipóteses
de substituição tributária, o inciso II do § único do art. 121 refere-se à
sujeição passiva por transferência:
Transferência: ocorre quando a obrigação tributária, depois de ter surgido contra uma pessoa determinada (que seria
o sujeito passivo direto), entretanto, em virtude de um fato posterior, transfere-se para outra pessoa diferente (que será
o sujeito passivo indireto). As hipóteses de transferência, como dissemos, são três, a saber:

a) Solidariedade: é a hipótese em que duas ou mais pessoas sejam simultaneamente obrigadas pela mesma
obrigação. No caso de condomínio (imóvel com mais de um proprietário), o Município pode cobrar o imposto predial
de qualquer dos proprietários, à sua escolha;
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
b) Sucessão: é a hipótese em que a obrigação se transfere para outro devedor em virtude do desaparecimento do
devedor original; esse desaparecimento pode ser por morte do primeiro devedor (a obrigação se transfere aos
herdeiros), ou por venda do imóvel ou do estabelecimento tributado (a obrigação se transfere ao comprador);

c) Responsabilidade: é a hipótese em que a lei tributária responsabiliza outra pessoa pelo pagamento do tributo,
quando não pago pelo sujeito passivo direto. No imposto de Sisa (sic) (transmissão de propriedade 'inter vivos'), o
tabelião é responsável pelo imposto se não providenciar a cobrança no ato de passar a escritura.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 A sujeição passiva por substituição está prevista no artigo 128 do CTN que
assim dispõe:
Art. 128 - Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao
fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte
ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da
referida obrigação.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 O objetivo principal das hipóteses de Substituição Tributária criadas após a
edição do CTN, logo na década de 70, era facilitar a fiscalização e
arrecadação tributária;
 Fica claro que a substituição tributária é a substituição do responsável pelo
crédito tributário. Nessa hipótese, a responsabilidade do contribuinte é
excluída e ele é substituído por terceiro, a quem é atribuída a responsabilidade
pelo crédito tributário, total ou parcialmente.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 O art. 155, § 2º, inciso XII, "b" da CR/88 dispõe que compete à Lei Complementar dispor sobre
substituição tributária. Além dos dispositivos do Código Tributário Nacional mencionados, a Lei
Complementar nº 87/96, em seu artigo 6º, assim preceituou:
Art. 6º - Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a responsabilidade
pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário.

§ 1º - A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou mais operações ou
prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre
alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final
localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 As modalidades, ou tipos de substituição tributária existentes no Brasil, são três:
concomitante; antecedente, regressiva, ou para trás (diferimento); e progressiva,
subsequente, ou para frente;
 Na Substituição Tributária concomitante, a responsabilidade é atribuída a terceiro que
está vinculado ao fato gerador do imposto, mas não é o contribuinte;
 Exemplos: ICMS dos armazéns alfandegados; ICMS da pessoa que contrata serviços
de transporte de prestadores de serviços de transporte autônomos, ou domiciliados em
outro Estado da Federação.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 A Substituição Tributária antecedente, regressiva, ou para trás, ocorre quando o
recolhimento do imposto é adiado para um momento futuro, ficando o responsável
pelo pagamento do imposto no final da cadeia produtiva. Essa hipótese também é
conhecida como diferimento do imposto devido;
 Adotada por questões de conveniência da administração fazendária;
 A motivação é de eficiência arrecadatória, pois o responsável apontado como
substituto tributário poderá ser mais facilmente identificado e fiscalizado.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 Ocorre o fato gerador e a operação é tributada, mas o responsável passa a ser o
contribuinte ao final da cadeia produtiva e o momento do pagamento do imposto é
adiado;
 Exemplo: Produtor rural que vende alimentos para a indústria. Os produtores rurais
estão dispensados de escrituração e a fiscalização fica mais difícil, razão pela qual a
administração tributária prefere fiscalizar a indústria produtora de alimentos, sucos e
café, por exemplo, atribuindo a responsabilidade a esses contribuintes industriais e
exigindo o imposto nesta última etapa, anterior à venda ao consumidor.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 A Substituição Tributária progressiva, subsequente, ou para frente, ocorre quando a lei
atribui a sujeito passivo da obrigação tributária a responsabilidade pelo pagamento de
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva acontecer posteriormente;
 Houve diversas discussões relacionadas à cobrança do imposto nesta modalidade,
ainda durante a década de 80 e início da década de 90, até que a Emenda
Constitucional 03/1993, acrescentou o § 7º ao artigo 150 da CR/88, tornando
constitucional a modalidade de Substituição Tributária para frente.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 Exemplos: algumas operações da indústria automobilística e da indústria
farmacêutica;
 No caso da indústria farmacêutica, a produção que sai da indústria passa por
diversos distribuidores e vendedores até chegar à rede de farmácia para venda
ao consumidor final;
 A fiscalização de toda a cadeia de distribuição e vendas seria muito difícil;
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 A fiscalização opta por exigir o imposto das etapas subsequentes da indústria;
 A indústria recolhe o imposto relativo aos fatos geradores presumidos, e que ainda não
aconteceram, logo na primeira etapa;
 Como os fatos geradores posteriores são presumidos, e o imposto é recolhido
antecipadamente, diversas questões surgiram;
 O § 7º do artigo 150 da CR/88 autoriza a Substituição Tributária para fatos geradores
que ainda acontecerão, desde que "assegurada a imediata e preferencial restituição da
quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”;
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 Em atendimento à determinação constitucional do trecho final do § 7º do artigo
150 que autoriza a Substituição Tributária " assegurada a imediata e
preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador
presumido", a Lei Complementar nº 87/96 repetiu essa determinação em seu
art. 10:

Art. 10 - É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor


do imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato
gerador presumido que não se realizar.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 No que diz respeito aos fatos geradores presumidos e que não se realizaram, o
direito do contribuinte à restituição foi assegurado, obedecidos os regramentos
e a burocracia instituída pelos Estados da Federação;

 Quanto aos fatos geradores que ocorreram parcialmente, houve batalha judicial
entre os Fiscos Estaduais e os contribuintes, uma vez que o direito à restituição
do imposto retido sobre fatos geradores que não se completavam totalmente
sempre foi negado pelos diversos Fiscos Estaduais.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 O assunto foi resolvido no RE 593.849 RG, Relator Ministro Ricardo Lewandowski,
Tema 201 da Repercussão Geral, DJe de 31/03/2017, cuja ementa é a seguinte:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. IMPOSTO
SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS - ICMS. SUBSTITUIÇÃO
TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA OU PARA FRENTE. CLÁUSULA DE RESTITUIÇÃO DE
EXCESSO. BASE DE CÁLCULO PRESUMIDA. BASE DE CÁLCULO REAL. RESTITUIÇÃO DA
DIFERENÇA. ART. 150, § 7º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. REVOGAÇÃO PARCIAL DE
PRECEDENTE. ADI 1.851.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
1. Fixação de tese jurídica do Tema 201 da sistemática de repercussão geral: É devida a restituição da diferença do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para
frente se a base de cálculo efetiva da operação dor inferior à presumida.

2. A garantia do direito à restituição do excesso não inviabiliza a substituição tributária progressiva, à luz da
manutenção das vantagens pragmáticas hauridas do sistema de cobrança de impostos e contribuições.

3. O princípio da praticidade tributária não prepondera na hipótese de violação de direitos e garantias do contribuinte,
notadamente os princípios da igualdade, capacidade contributiva e vedação ao confisco, bem como a arquitetura da
neutralidade fiscal do ICMS.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
4. O modo de raciocinar tipificante na seara tributária não deve ser alheio à narrativa extraída da realidade do
processo econômico, de maneira a transformar uma ficção jurídica em uma presunção absoluta.

5. De acordo com o art. 150, § 7º, in fine, da Constituição da República, a cláusula de restituição do excesso e
respectivo direito à restituição se aplicam a todos os casos em que o fato gerador presumido não se concretize
empiricamente da forma como antecipadamente tributado.

6. Altera-se parcialmente o precedente firmado na ADI 1.851, de relatoria do Ministro Ilmar Galvão, de modo que os
efeitos jurídicos desse novo entendimento orientam apenas os litígios judiciais futuros e os pendentes submetidos à
sistemática da repercussão geral.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
7. Declaração incidental de inconstitucionalidade dos artigos 22, § 10, da Lei 6.763/1975, e 21 do Decreto
43.080/2002, ambos do Estado de Minas Gerais, e fixação de interpretação conforme à Constituição em relação aos
arts. 22, § 11, do referido diploma legal, e 22 do decreto indigitado.

8. Recurso extraordinário a que se dá provimento.”

 Fixado o Tema 201 da Repercussão Geral, a controvérsia que durava décadas restou
pacificada, garantindo-se aos contribuintes o direito à restituição do ICMS recolhido a
maior antecipadamente, sobre fatos geradores que não se completaram parcialmente.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 A Substituição Tributária por antecipação e o procedimento para restituição do valor
recolhido a maior estão regulamentados pelos regulamentos e atos administrativos dos
diversos Estados e o CONFAZ também disciplinou o assunto através da edição do
Convênio ICMS 142/2018, alterados pelos Convênios ICMS 38/2019, 130/2019,
142/2019, 165/2019, 240/2019;

 Alguns temas continuam a ser debatidos:


 a aplicação do art. 166 à restituição, com a necessidade do contribuinte comprovar quem suportou o
encargo do ICMS;
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Substituição.
 Alguns temas continuam a ser debatidos:
 quem é o titular do direito à restituição, o contribuinte substituto, ou o substituído;

 se o Fisco tem o direito de exigir a complementação do ICMS caso o valor da mercadoria nas etapas
posteriores seja superior ao valor que foi base de cálculo para o recolhimento antecipado.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
2. Sucessão e hipóteses.
 Responsabilidade por sucessão – hipóteses previstas nos artigos 129 a 133 do
CTN.
 Essas hipóteses tem em comum o fato de que a obrigação é transferida de uma
pessoa à outra em razão de uma fato específico e determinado.
 Tal fato está relacionado à morte, no caso de pessoa física, extinção, no caso de
pessoa jurídica, ou à alienação de um bem ou estabelecimento.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
2. Sucessão e hipóteses.
 Alienação de bens imóveis – Os débitos tributários que acompanham os bens
quando de sua alienação são de responsabilidade do adquirente, sempre que
sejam créditos tributários relativamente a impostos cuja fato gerador seja a
propriedade imobiliária (artigo 130 do CTN).
 Morte e sucessão na pessoa física – O cônjuge meeiro e o sucessor (“causa
mortis”) são responsáveis pelos tributos devidos pelo falecido até a data da
partilha – limitado ao montante do legado ou meação (artigo 131 do CTN).
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
2. Sucessão e hipóteses.
 Morte e sucessão na pessoa física – O espólio é responsável pelos tributos
devidos pelo falecido até a data da abertura da sucessão (artigo 131 do CTN).
 Sucessão da pessoa jurídica em caso de incorporação, fusão e cisão – A
sucessora é responsável pelos tributos devidos pela pessoa jurídica extinta
(artigo 132 do CTN).
 Adquirente de estabelecimento ou fundo de comércio – Artigo 132 diz que o
adquirente é responsável.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
2. Sucessão e hipóteses.
 Adquirente de estabelecimento ou fundo de comércio – Duas considerações: (i) Se
o alienante continuar na mesma atividade, a responsabilidade do adquirente será
subsidiária; (ii) Se cessar, a responsabilidade do adquirente será total (integral).
 Tema 382 STJ – A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos
tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias e punitivas que, por
representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo
sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
3. Responsabilidade de terceiros.
 Artigos 134 e 135 do CTN.
 As 07 situações previstas no artigo 134 do CTN têm como pressuposto um
vínculo entre o contribuinte e o terceiro responsável. Em decorrência disso são
solidariamente responsáveis. Leitura do artigo 134 do CTN.
 Responsabilidade subsidiária, pois tem como requisitos a omissão do agente a
um dever legal que deveria ter sido observado, e a impossibilidade de se exigir
do contribuinte o tributo ou a penalidade pecuniária.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
3. Responsabilidade de terceiros.
 Da hipótese do inciso VII do artigo 134 do CTN conclui-se que é aplicável às
sociedades em que não há limitação de responsabilidade.
 Nos casos de dissolução regular de sociedade limitada ou por ações, não
haverá responsabilidade dos sócios.
 Se o encerramento for irregular, o assunto é tratado pelo artigo 135 do CTN.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 As hipóteses de responsabilidade de sócios e administradores no direito tributário estão
previstas nos artigos 124, I e 135, III do Código Tributário Nacional (CTN).
 O artigo 124 trata da responsabilidade por interesse comum e não é uma norma típica
para a responsabilização de sócios e administradores, mas é muito utilizada para tentar
responsabilizar sócios, administradores e grupos econômicos.
 O artigo 124 não está na parte do CTN destinada a tratar das hipóteses de
responsabilidade tributária (capítulo V), mas sim na seção II que trata da solidariedade,
dentro do capítulo IV que aborda o sujeito passivo.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Essa localização indica claramente que o artigo 124 do CTN não traz uma hipótese de
responsabilidade, mas sim de solidariedade entre sujeitos passivos, seja de
contribuintes, seja de responsáveis.
 Dispõe o artigo 124, I que são solidariamente obrigadas “as pessoas que tenham
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal.”
 “Solidariamente obrigadas” é uma expressão diferente de “são responsáveis”
encontrada no CTN nos artigos que tratam especificamente da responsabilidade
tributária.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Ao dizer que são solidariamente obrigadas, o mencionado artigo está se referindo a
pessoas que estão no mesmo polo da relação jurídica, existindo entre elas um “interesse
comum” no pagamento do tributo. São casos em que duas ou mais pessoas realizam o
núcleo material da norma tributária, praticando conjuntamente o fato gerador.
 Solidariedade significa que não há benefício de ordem, sendo que os sujeitos passivos
podem ser exigidos indistintamente e o eventual pagamento de um aproveita os demais.
Da mesma forma, eventual isenção ou remissão aproveita ambos os solidários.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 O entendimento de que a solidariedade não inclui terceiros, mas somente aqueles que compõe o
polo passivo da obrigação tributária é acolhido pelos tribunais administrativos e judiciais. A título
de exemplo mencionamos trecho do acórdão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(CARF):
“A solidariedade prevista no art. 124 do CTN não é um mecanismo de eleição de responsável tributário.
Em outras palavras, não tem o condão de incluir um terceiro no polo passivo da obrigação tributária,
mas apenas de graduar a responsabilidade daqueles sujeitos que já o compõem. Tanto assim que o
dispositivo em comento não integra o capítulo do CTN que trata da responsabilidade tributária.”
BRASIL. CARF. Acórdão nº 1402-002.203, . 07/06/2016.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 O artigo 124, II do CTN, por sua vez, estabelece que a solidariedade é possível para as
pessoas expressamente designadas por lei, remetendo às hipóteses de responsabilidade
do artigo 134 e 135 do CTN, mas não autorizando o legislador a criar novos casos de
responsabilidade tributária sem a observância dos requisitos exigidos pelo CTN.
 Porém, embora essa posição seja bastante clara e consistente, a discussão se dá em
função da aplicação prática da expressão “interesse comum no fato gerador” constante
do artigo 124, I do CTN. Surge então o debate sobre a extensão do artigo 124, I do CTN
para situações envolvendo terceiros, incluindo grupo econômico e situações de fraude.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 A Receita Federal tentou uniformizar o tema e editou o Parecer Normativo COSIT/RFB
nº 04/2018, concluindo o seguinte: (i) admite-se a aplicação do artigo 124, I, do CTN,
tanto para ato ilícito que gerou a obrigação tributária como o ilícito que a desfigurou; (ii)
no caso de ato ilícito, entretanto, é requisito que “a pessoa a ser responsabilizada tenha
vínculo com o ato e com a pessoa do contribuinte ou do responsável por substituição;
deve-se comprovar o nexo causal em sua participação comissiva ou omissiva, mas
consciente, na configuração do ato ilícito com o resultado prejudicial ao Fisco dele
advindo; (iii) dentre os atos ilícitos que levam à responsabilidade, estão abuso da
personalidade jurídica (“grupo econômico irregular” e “planejamento tributário
abusivo”) e evasão e simulação e demais atos deles decorrentes; (iv) reconheceu-se que
mero interesse econômico não leva à responsabilização tributária e, portanto, mera
constatação de grupo econômico não é suficiente à responsabilização.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Permite-se, com essa interpretação, o uso do artigo 124, I do CTN para a
responsabilização de terceiros, o que era afastado pela doutrina e pelos tribunais.
 Após esse entendimento da receita Federal, o CARF firmou duas correntes de
entendimento: (a) parte do tribunal entende que para a configuração de “interesse
comum” bastaria a existência de um interesse econômico por parte do responsabilizado
na ocorrência do fato gerador do tributo; (b) a outra parcela do tribunal entende que não
bastaria a existência de um interesse econômico, cobrando, pois, a existência de um
interesse jurídico, que poderia ser configurado pela existência de uma confusão
patrimonial ou mesmo uma coparticipação na realização do fato gerador do tributo.
 Os tribunais judicias ainda não firmaram posicionamento após a orientação da Receita
Federal de 2018, mas o que se observa é a necessidade de levar em consideração as
peculiaridades do caso concreto.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Há concordância de que mero grupo econômico regular ou mero interesse econômico
não permite a responsabilização.
 Não há clareza sobre a aplicabilidade do artigo 124, I, do CTN aos casos de ilicitude ou
de confusão patrimonial.
 Mera demonstração de grupo econômico regular ou interesse econômico não é suficiente
para a responsabilização.
 Nas situações em que ficar demonstrado pelas autoridades tributárias a simulação, é
legítimo afirmar que o terceiro que simulou também praticou o fato jurídico tributário e
que, de fato, era contribuinte daquela obrigação tributária.
 Contribuintes que ocupam o mesmo polo da relação jurídica estão submetidos aos
artigos 124, I do CTN.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Nos casos de segregação artificial de estrutura empresarial, em que há a criação
de mais de uma pessoa jurídica com os mesmos sócios, mesma marca
comercial, mesma administração, corpo de funcionários comum criada com o
intuito de simular operações e obter vantagens fiscais, uma vez comprovada a
simulação, todas as empresas constituem, de fato, uma única pessoa jurídica e
estão envolvidas diretamente com o fato gerador.
 É uma perspectiva próxima à demonstração de confusão patrimonial entre
pessoas jurídicas, o que não se confunde com grupo econômico.
 O mesmo raciocínio se aplica quando há sócios de fato, que não constam do
contrato social ou estatuto, mas que se beneficiam das operações simuladas e
conduzem efetivamente as operações.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Ainda que não exista uma definição sobre o alcance da expressão “interesse comum” do
artigo 124, I, do CTN, já há a possibilidade de se avaliar os riscos de determinadas
operações ou situações para fins de responsabilização de empresas do mesmo grupo
econômico e também de sócios e administradores.
 A responsabilidade de terceiros está prevista nos artigos 134 e 135 do CTN. Estes artigos
estão localizados na seção III do CTN que é dedicada à responsabilidade de terceiros e
que está no capítulo V do CTN que tata da responsabilidade.
 A atribuição de responsabilidade aos terceiros listados no artigo 135 não exclui a pessoa
jurídica do polo passivo da obrigação tributária.
 A característica que une essas pessoas, a quem é atribuída responsabilidade, é o poder de
mando, gerência ou administração.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 A essa responsabilidade também é atribuído o título de responsabilidade do
administrador, ou do sócio administrador.
 Essa questão relacionada ao poder de gestão, de mando, foi definida pelo Supremo
Tribunal Federal que assim decidiu: “apenas o sócio com poderes de gestão ou
representação da sociedade é que pode ser responsabilizado, o que resguarda a
pessoalidade entre o ilícito (má gestão ou representação) e a consequência de ter de
responder pelo tributo devido pela sociedade.” BRASIL. STF. Pleno. Recurso
Extraordinário nº 562.276. Relatora Ministra Ellen Gracie. Julgado em 17/08/2011.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Essas decisões judiciais levam em conta dilação probatória tendente a provar
que o gerente ou sócio não praticava atos de gerência e se praticavam atos que
levavam à sua responsabilização.
 Os atos que levam à responsabilização podem ser agrupados em:
(i) atos com excesso de poderes ou infração de estatuto ou contrato social;
(ii) atos de infração de lei.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 (i) Atos com excesso de poderes são aqueles em que os administradores descumprem o dever
de diligência que devem ter em sua gestão. Já a infração do contrato ou estatuto social são
aqueles atos que representam violação de uma norma expressa nos documentos societários.
 (ii) atos de infração à lei, não se pode imaginar que a lei aqui referida seria somente a lei
tributária, pois nesse caso o inadimplemento levaria à responsabilidade dos administradores.
Na verdade, o ilícito é prévio ou concomitante ao surgimento da obrigação tributária, mas
exterior a ela, e nunca posterior. A lei aqui mencionada é a lei comercial ou civil, e não a lei
tributária.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Súmula 430 do STJ: “O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não
gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.”
 As situações típicas de responsabilização dos diretores, gerentes ou sócios, nos
termos do artigo 135, III, do CTN, são diversas.
 A dissolução irregular da sociedade, sendo que a não localização da empresa em seu
domicílio fiscal leva à presunção de dissolução irregular, responsabilizando o sócio
administrador.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Súmula 435 do STJ: “Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.”
 O sócio-gerente a ser responsabilizado é o da época da dissolução irregular .
 Há julgados do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a falência constitui
dissolução regular.
 Outra hipótese na qual é comum a responsabilização do sócio administrador é a de
interposição de pessoas, sejam “sócios laranjas”, sejam “empresas de fachada”.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Os casos de abuso de personalidade e fraude, simulação e intenção dolosa de cometer a infração,
levam à responsabilização do sócio administrador.
 A responsabilização pessoal do sócio-gerente depende da comprovação da atuação dolosa ou
culposa na administração dos negócios, em decorrência de atos praticados com excesso de poderes
ou infração da lei, contrato social ou estatuto, exceção feita à hipótese de dissolução irregular da
sociedade devedora.
 Além dessas questões, restará, em cada caso concreto, discutir se o ato indicado representa uma
infração de lei, para além do inadimplemento tributário e qual a relação do ato de infração da lei
com o sócio administrador objeto da responsabilização.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Quanto à necessidade de se utilizar o procedimento denominado Incidente de Desconsideração da
Personalidade Jurídica (IDPJ), que se baseia no artigo 50 do Código Civil, para a desconsideração
da personalidade jurídica nas questões tributárias, tem-se o seguinte.
 O Superior Tribunal de Justiça vem adotando uma posição intermediária, distinguindo duas
situações: (a) não é necessária a instauração do IDPJ nos casos em que a pessoa conste da Certidão
de Dívida Ativa ou caso o Fisco demonstre os requisitos dos artigos 134 e 135 do CTN; (b) é
necessária a instauração do IDPJ nos casos de pessoa jurídica que integra o mesmo grupo
econômico e que não consta da Certidão de Dívida Ativa e não se enquadra nas hipóteses dos
artigos 134 e 135 do CTN.
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 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade dos sócios e administradores.
 Se o Fisco não demonstra o enquadramento nas normas dos artigos 134 e 135
do CTN, mas sim a hipótese de abuso de personalidade, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou confusão patrimonial, conforme consta do artigo 50 do
Código Civil, a instauração da IDPJ é necessária.
 Porém, ainda não há uma posição definitiva do Superior Tribunal de Justiça
sobre o assunto e o Supremo Tribunal Federal não se manifestou sobre o
assunto.
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 REFERÊNCIAS:
 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 24.ed. São Paulo: Saraiva, 2021. (Versão digital disponível
em Minha Biblioteca Virtual).
 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. Editora Revista dos Tribunais. 4ª Edição. 1990.
 COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2022. (Versão digital disponível em Minha Biblioteca Virtual).
 MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Manual de direito tributário. 12. ed. Barueri: Atlas, 2022 (Versão
digital disponível em Minha Biblioteca Virtual).
 MELO, José Eduardo Soares de. ICMS Teoria e Prática, Livraria do Advogado Editora - 15ª Ed., 2019.
 PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. (Versão digital
disponível em Minha Biblioteca Virtual).

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