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Direito Tributário-

Responsabilidade
tributária
Profª. Msc Anna Dolores Sá Malta
Considerações iniciais
 Como já analisado, o sujeito passivo da obrigação tributária principal pode
ser o CONTRIBUINTE ou o RESPONSÁVEL.
• Será contribuinte quando ele próprio for o realizador do fato gerador do
tributo.
• Será responsável quando a lei lhe impuser o dever de arcar com a dívida
tributária de outrem.

 Assim, a RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA trata-se da eleição, pela lei,


de um terceiro VINCULADO AO FATO GERADOR, mas sem ser o seu
realizador, como responsável pelo pagamento do tributo. Ou seja, um
terceiro é eleito pela lei como sujeito passivo de uma obrigação tributária
principal, mesmo sem ser o realizador do fato gerador do tributo.
 Nunca é demais lembrar que tanto o contribuinte quanto o responsável,
somente são assim considerados em virtude de previsão legal (princípio
da legalidade estrita - todos os elementos do tributo devem constar na
lei). :
Conceito geral
Extensão da responsabilidade tributária

 Conforme o art. 128, a responsabilidade pode ser:


 • INTEGRAL, ou seja, o terceiro deve pagar tudo, excluindo o
contribuinte da relação (é o caso da responsabilidade por substituição).

 • SUPLETIVA, de maneira que o contribuinte continua com o dever de


pagar, ou seja, NÃO é excluído da relação.

 A responsabilidade supletiva pode ocorrer diante de um regime de


SOLIDARIEDADE (ambos ficam responsáveis pela totalidade da
dívida), ou pode ocorrer na forma de SUBSIDIARIEDADE, onde
existirá o benefício de ordem em favor do responsável (primeiro cobra
o contribuinte, depois o responsável).
Espécie de responsabilidade tributária

 RESPONSABILIDADE PESSOAL, SOLIDÁRIA E SUBSIDIÁRIA


Responsabilidade por transferência

 Dá-se APÓS a ocorrência do fato gerador, em razão de circunstâncias


posteriores previstas em lei, provocando uma transferência da
responsabilidade para um terceiro, podendo o contribuinte permanecer
ou não no polo passivo da obrigação.
 Segundo o Prof. Sabbag, surge posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação tributária. Há modificação do polo passivo por
fato superveniente: a obrigação surge para “A” (contribuinte) e, em
seguida, é transferida para “B” (responsável tributário) em decorrência
de um evento posterior, previsto em lei. Assim, na responsabilidade por
transferência, o sujeito A realiza o fato gerador, mas, por conta de um
evento posterior, B é que tem que pagar o tributo.
 Exemplo: responsabilidade do espólio quando ocorre a morte do
contribuinte.
 Segundo a doutrina, a responsabilidade por transferência abrange a
responsabilidade por sucessão, por solidariedade e por terceiros.
Responsabilidade por substituição

 Na responsabilidade por substituição, o indivíduo que pratica o fato gerador


jamais chega a ser, realmente, sujeito passivo da obrigação – tendo em vista a
existência prévia de dispositivo legal, atribuindo a responsabilidade a uma
terceira pessoa.
 Desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva já recai sobre uma
pessoa diversa daquela que possui relação pessoal e direta com o fato
gerador (ou seja, pessoa diversa da figura do contribuinte). Assim, na
responsabilidade por substituição, o sujeito “A” pratica o fato gerador, mas
desde já é o sujeito “B” quem deve fazer o recolhimento.
 Exemplo: Imposto de Renda retido na fonte, onde cabe à fonte pagadora reter
e efetuar o recolhimento do imposto.
 A doutrina ainda menciona dois tipos de responsabilidade por substituição:
PROGRESSIVA e REGRESSIVA.
Responsabilidade por substituição regressiva
 Pessoas ocupantes de posições anteriores nas cadeias de produção e
circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas que ocupam
as posições posteriores nessas mesmas cadeias. Há um diferimento no
pagamento, entretanto, o fisco tem a vantagem de otimizar a utilização da mão
de obra fiscal. Exemplo: ICMS.
 Diversos produtores rurais ‘A’ - indústria ‘B’ - supermercados ‘C’. Aqui ‘B’ será o
responsável (substituto tributário) de ‘A’ na relação A-B e na relação B-C será o
contribuinte.
 “Regressiva” porque o indivíduo é responsável por um tributo cujo contribuinte
é ANTERIOR na cadeia.
Responsabilidade por substituição progressiva

 Pessoas ocupantes das posições POSTERIORES das cadeias de produção e circulação são
substituídas no dever de pagar o tributo por aquelas que ocupam posições ANTERIORES nessas
mesmas cadeias. Todo tributo é pago de uma vez só, sendo calculado sobre o valor pelo qual se
presume que a mercadoria será vendida ao consumidor. É aplicado o regime de valor agregado.
 Exemplo: ICMS. Refinaria ‘A’- Distribuidores ‘B’ - Postos ‘C’ -Consumidores ‘D’. Na relação A-B, A
é o contribuinte, na relação B-C, C-D, ‘A’ é o responsável. Torna-se mais fácil e eficiente para o
Estado cobrar de “A” todo tributo incidente na cadeia produtiva, mesmo no que concerne aos fatos
geradores a serem praticados em momento futuro.
 Prevalece o entendimento de que aqui não há antecipação da incidência tributária, visto que esta
somente se verifica com a concretização do fato gerador, apenas se antecipa o pagamento.
 “Progressiva” porque o indivíduo é responsável por um tributo cujo contribuinte é POSTERIOR na
cadeia.
Causa da obrigação tributária
 Está prevista nos arts. 114 e 115 do CTN.
 A causa é o vínculo jurídico justificador do dever que surge com o fato
gerador. Assim, teremos a causa da obrigação tributária principal e a
causa da obrigação tributária acessória.
 Causa da OT principal: é a Lei Tributária, uma vez que o dever de pagar
só pode estar previsto em lei (Princípio da Legalidade Tributária – art.
114, CTN).
 Causa da OT acessória: é a Legislação Tributária, expressão que inclui
portarias, instruções normativas, regulamentos etc. isso significa, por
exemplo, que uma portaria pode tratar de uma OT acessória, mas não
pode tratar de uma OT principal.
 Exemplo de vício: uma portaria prevê o dever de pagar o tributo (portaria
Lei).
 Os quadros abaixo tratam de confortos de artigos do CTN, os quais o
professor denomina “confortos capciosos”.
Recapitulando

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