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Direito Tributário II-

Impostos sobre a
circulação e o comércio
Profª. Msc Anna Dolores Sá Malta
Impostos a serem analisados

 ICMS
 IPI
 ISS
 IOF
Impostos sobre operações
financeiras - IOF
 O imposto tem como fato gerador as alterações de titularidade no âmbito jurídico nas operações e de:

• Crédito;

• Câmbio;

• Seguro;

• Títulos e valores mobiliários.

OPERAÇÕES DE CRÉDITO
 A operação de crédito é basicamente emprestar dinheiro. O fato gerador acontecerá quando há a entrega ou a colocação à
disposição do tomador desse empréstimo ou crédito.

OPERAÇÕES DE CÂMBIO
 Câmbio é a conversão de moedas.
 Nas operações de câmbio, o fato gerador do IOF se dá com a entrega da moeda nacional ou estrangeira, ou a sua colocação à
disposição do interessado, em montante equivalente à moeda que foi entregue.

OPERAÇÕES DE SEGURO
 O fato gerador nas operações de seguro ocorre no momento em que o prêmio é recebido.

OPERAÇÕES DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS


 Nesse caso, o fato gerador ocorre quando há a aquisição, resgate, cessão, repactuação, pagamento para liquidação de títulos e
valores mobiliários.
IOF (continuação...)

CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEIS
 Contribuinte é aquele que recebeu o prêmio, trocou o dinheiro etc.
 A legislação ordinária poderá estabelecer hipóteses de responsabilidade tributária.
 Normalmente, ocorre para colocar a instituição como responsável tributária dessas ações.

BASE DE CÁLCULO
 A base de cálculo do IOF é:

• Operação de crédito: o valor principal ali emprestado;

• Operações de câmbio: o valor da moeda nacional;

• Operações de seguro: o valor do prêmio pago;

• Operações de títulos e valores mobiliários: o valor da operação.

d) Alíquotas
 Observe que as alíquotas do IOF não observam:

• Princípio da anterioridade anual;

• Princípio da anterioridade nonagesimal;

• Princípio da legalidade.
 Isso porque as alíquotas poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo, motivo pelo qual têm incidência imediata.
IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIA E
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE
INTERESTADUAL, INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO -
ICMS
FATO GERADOR
 Incidirá o ICMS sobre operações de:
• Circulação de mercadoria;
• Prestação do serviço de transporte interestadual;
• Prestação do serviço de transporte intermunicipal;
• Prestação de serviço de comunicação.
 Atente-se que, em razão de determinação expressa da CF/88 (art. 155, § 3º), a energia
elétrica deve ser classificada como mercadoria, motivo pelo qual incide ICMS.
 Segundo o STJ, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas prestadoras de serviço
de telefonia, independentemente da franquia de minutos concedida ou não ao
usuário (Inf. 843).
ICMS (Continuação...)
CONTRIBUINTES DO ICMS
 Qualquer pessoa física ou jurídica que realize circulação de mercadoria, prestação de serviço de transporte interestadual,
prestação de serviço de transporte intermunicipal ou prestação de serviço de comunicação, com habitualidade ou com volume
que caracterize intuito comercial, é contribuinte do ICMS.

BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do ICMS se dá pela quantificação da operação mercantil, sendo o preço de venda ou da prestação de serviço.
 Não devem compor essa base de cálculo valores que não guardem relação com aquela operação mercantil tributário. Portanto, os
juros de um financiamento não devem integrar a base de cálculo do ICMS.
 O art. 155, § 2º, XI, da CF/88 diz que o ICMS não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos
industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos. Veja, o valor do IPI não estará inserido para calcular o valor do ICMS
devido quando a mesma operação justificar a incidência dos dois impostos.
 O STF entende que é constitucional que haja a inclusão do valor do ICMS na sua própria base de cálculo. Isto é, se o contribuinte
pagará 10 mil reais de ICMS, este valor continuará integrando a base de cálculo para se chegar ao valor do ICMS. O fato de o valor do
ICMS integrar a base de cálculo para a incidência do próprio ICMS não viola a Constituição. O que a Constituição garante é que, se a
operação gera, ao mesmo tempo, a incidência de IPI e ICMS, o valor do IPI não vai compor a base de cálculo do ICMS.
 No mesmo sentido, o STJ entendeu que o ICMS integra a sua própria base de cálculo, sendo isso chamado de ICMS "por dentro" ou
"cálculo por dentro". O ICMS por dentro está previsto no art. 13, § 1º, I, da LC 87/96, sendo considerado constitucional pelo STF. Essa
mesma regra aplica-se para o ICMS substituição tributária, considerando que se trata do mesmo tributo. Assim, ainda que se adote a
substituição tributária como forma de arrecadação do ICMS, é legal aplicar-se a sistemática do "cálculo por dentro" (Inf. 585).
 Segundo o STJ, a subvenção concedida com base no art. 5º da Lei n. 10.604, de 17 de dezembro de 2002 às concessionárias e
permissionárias de energia elétrica compõe a base de cálculo do ICMS (Inf. 576).
ICMS (Continuação...)

NÃO CUMULATIVIDADE
 Uma das características do ICMS é a não cumulatividade. Isso quer dizer que se
compensa na próxima operação tudo que foi pago na operação anterior.
 Se houver uma isenção ou não incidência na operação anterior, não haverá
geração de créditos para compensação na operação seguinte e elas anulam os
créditos relativos às operações anteriores.
 Segundo o STJ, não viola o princípio da não cumulatividade a vedação, prevista
em legislação estadual, de aproveitamento de crédito de ICMS decorrente de
operação de exportação quando o contribuinte possuir débito superior ao
crédito. Dito de forma mais simples, não fere o princípio da não cumulatividade
a legislação estadual que veda a apropriação e a utilização de crédito de ICMS
ao contribuinte que estiver com saldo devedor perante o Fisco (Inf. 574).
ICMS (continuação...)
ALÍQUOTAS
 Com relação às alíquotas do ICMS, existem algumas regras constitucionais:

• As alíquotas relacionadas com as operações e prestações interestaduais e intermunicipais de exportação são estabelecidas por
meio de Resolução do Senado Federal;

• O Senado tem a faculdade de estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, por meio de Resolução. Para tanto, é
necessário que essa resolução tenha iniciativa de 1/3 dos membros do Senado Federal e sido aprovada pela maioria absoluta de
seus membros.

• É facultado ao Senado Federal estabelecer alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesses dos Estados. Essa Resolução deverá ter iniciativa da maioria absoluta e aprovação por 2/3 de seus membros.

• Salvo deliberação em contrário dos Estados e DF, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e
prestação de serviços, não poderão ser inferiores às alíquotas interestaduais.

• Com relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, será adotada
a alíquota interestadual e caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto relativo à diferença entre a alíquota interna do
Estado e a alíquota interestadual.

• Supondo que do Estado de São Paulo foi vendida uma mercadoria para um consumidor final do Estado de Sergipe. O Estado de SP
ficará com o ICMS relativo à operação interestadual, ou seja, quando o produto chegar ao Estado de SE, este terá direito à diferença
entre a alíquota interna e a alíquota interestadual. Imaginemos que o Estado de SP tenha cobrado 100 reais e pela alíquota interna
seriam 120 reais pelo produto. Descontado 100, restaria 20 reais, pois SP teria ficado com 100 reais. Por isso, a alíquota da operação
interna não poderá ser inferior à alíquota interestadual. Em síntese:

• Fixar alíquota mínima: iniciativa de 1/3 dos membros e aprovação por maioria absoluta;

• Fixar alíquota máxima: iniciativa da maioria absoluta e aprovação por 2/3 dos seus membros.
 Como dito, via de regra, a alíquota interna acaba sendo superior à alíquota interestadual. A Resolução 22 do Senado estabelece
as alíquotas interestaduais, as quais são de 12%.
ICMS - Imunidades

• Operações que destinem mercadorias para o exterior;


• Serviços prestados a destinatário no exterior;
• Operações que destinem petróleo e energia elétrica a outros Estados;
• Ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou como instrumento cambial;
• Prestação de serviço de comunicação, nas modalidades de radiodifusão de sons e imagens, de receptação livre e
gratuita.
ICMS (continuação...)

CONVÊNIOS DE ICMS
 O art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 diz que, no tocante ao ICMS, cabe à lei
complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados
e do DF, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos ou
revogados.
 A CF/88 coloca isso com a finalidade de evitar a “guerra fiscal”.
 Por isso, isenções, incentivos e benefícios fiscais devem ser regulados
por lei complementar.
Lei Kandir
 Legislação regulamentou aplicação do ICMS
 A Lei Kandir regulamentou a aplicação do Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual,
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Feita pelo então ministro do Planejamento
Antonio Kandir, transformou-se na Lei Complementar 87/96, que já foi alterada por
várias outras leis complementares.
 Uma das normas da Lei Kandir é a isenção do pagamento de ICMS sobre as exportações
de produtos primários e semielaborados ou serviços. Por esse motivo, a lei sempre
provocou polêmica entre os governadores de estados exportadores, que alegam perda de
arrecadação devido à isenção do imposto nesses produtos.
 Até 2003, a Lei Kandir garantiu aos estados o repasse de valores a título de
compensação pelas perdas decorrentes da isenção de ICMS, mas, a partir de 2004, a Lei
Complementar 115 – uma das que alterou essa legislação –, embora mantendo o direito
de repasse, deixou de fixar o valor. Com isso, os governadores precisam negociar a cada
ano com o Executivo o montante a ser repassado, mediante recursos alocados no
orçamento geral da União.
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISSQN

 O ISSQN significa Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.


 Em âmbito nacional, o ISSQN é disciplinado pela Lei Complementar n. 116, de 31
de julho de 2003, que estabelece suas normas gerais. Vale ressaltar, no entanto,
que cada município, para cobrar esse imposto, precisa editar uma lei ordinária
municipal. Essa lei local, obviamente, não pode contrariar a LC 116/2003 e nem
prever serviços que não estejam expressos na lei federal.
COMPETÊNCIA
 A competência do ISSQN é do município.
 A LC 116/03 estabelece que, em regra, o ISSQN será devido no local do
estabelecimento prestador do serviço.
 Na falta de estabelecimento, o ISSQN será devido no local do domicílio do
prestador do serviço, exceto nas hipóteses previstas no art. 3º, quando o
imposto será devido no local
ISS (continuação...)
 A chance de cair essas exceções é pequena.
 Apesar dessas regras, o STJ entende que o município competente para impor o ISSQN é aquele onde ocorre a devida
prestação do serviço. Roberval Rocha diz que, segundo a LC 116, é competente o local do estabelecimento do prestador,
mas o STJ adota o princípio da territorialidade da exação, ou seja, onde é prestado o serviço.
 Veja, são tantas as exceções que acabam sendo a regra, e isto é legitimado pelo STJ.
 Na prova, vai depender da questão, se foi pedido conforme a lei ou a jurisprudência.
FATO GERADOR
 O fato gerador do ISSQN é a prestação de serviços que esteja na lista anexa da LC 116/03.
 O STF, na Súmula Vinculante 31, diz que é inconstitucional a incidência de ISS sobre operações de locação de bens imóveis,
pois não há prestação de serviço.
 O STF entende que o arrendamento mercantil, a depender do tipo, poderá admitir ou não a incidência do ISSQN.
 Lembrando que o arrendamento mercantil possui três modalidades:
• Leasing operacional: não incide ISSQN. Há aqui uma locação com direito de compra ao final do contrato;
• Leasing financeiro: incide ISSQN, pois há aqui um serviço de financiamento;
• Leasing back: aqui também se trata de um financiamento.
 Segundo a Súmula n. 167 do STJ, o fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto
até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço, sujeitando-se à incidência do ISS.
 O STJ, na Súmula n. 274, entende que o ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as
refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares. Seria a soma dos valores gastos no hospital pelo paciente. Sobre esse
valor incidirá o ISS.
 Conforme a Súmula n. 424, é legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao Decreto-
Lei 406/68 e à LC 56/87.
ISS (continuação...)

NÃO INCIDÊNCIA
 São hipóteses de imunidade de ISSQN:
• Exportações não estarão sujeitas ao ISS;
• Prestação de serviços com relação de emprego, trabalhadores avulsos ou congêneres não está sujeita ao ISS,
nem pode incidir;
• Valores intermediados no mercado de títulos e valores imobiliários;
• Valores de depósitos bancários relativos a operações de crédito, realizados por instituições financeiras, não
estarão sujeito ao ISS.
 A imunidade não alcança serviços desenvolvidos no Brasil cujo resultado se verifique no país, ainda que o
pagamento seja feito por aquele que resida no exterior. Essa ressalva toca à imunidade em relação à
exportação. Ou seja, existe imunidade de ISS quando a prestação de serviço é contratada no Brasil, mas
para um serviço realizado no exterior, ou cujo resultado se verifique no exterior. Todavia, se um sujeito que
mora em outro país contrata um serviço no Brasil para ser executado no país, caberá ISSQN, não
prosperando a alegação de que se estaria diante de uma imunidade por exportação.
CONTRIBUINTE
 O contribuinte do ISS é o prestador do serviço.
BASE DE CÁLCULO
 A base de cálculo do ISS é o preço do serviço. Permite-se abater do serviço os valores dos materiais
fornecidos pelo prestador.
ISS (continuação...)

 Segundo a Súmula n. 524 do STJ, no tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a
taxa de agenciamento, quando o serviço prestado pela sociedade empresária de trabalho
temporário for de intermediação, devendo, entretanto, englobar também os valores dos salários
e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de fornecimento de mão
de obra.
 Essa Súmula se refere às empresas de agenciamento, como é o caso das empresas que fazem a
intermediação de serviços. No entanto, se a empresa tiver uma equipe e ela for colocada para
realizar o serviço, sobre esse total que é pago à equipe incidirá o ISS.
ALÍQUOTAS
 O ISS poderá ter alíquotas fixas, quando prestado pelo profissional autônomo.
 Todavia, o ISS poderá ter alíquotas proporcionais. Essas alíquotas são utilizadas na tributação de
serviços prestados por pessoa jurídica.
 As alíquotas são determinadas pela legislação municipal. No entanto, as alíquotas deverão
obedecer aos limites mínimos e máximos estabelecidos em lei complementar.
 A LC n. 116 estabelece que a alíquota máxima do ISSQN é de 5% (art. 8º, II).
 A alíquota mínima não vem prevista na LC n. 116/03, motivo pelo qual continua valendo o art.
88 do ADCT. Portanto, hoje, a alíquota mínima do ISS é de 2%.
Impostos sobre produtos industrializados - IPI

FATO GERADOR
 O fato gerador do IPI são operações de produtos industrializados.
 Operações são negócios jurídicos onde ocorre a transmissão sobre produtos industrializados.
 O CTN traz as hipóteses de incidência:
• Desembaraço aduaneiro: se produto tiver procedência estrangeira;
• Saída do estabelecimento: qualquer estabelecimento de importador, de industrial, de comerciante ou
de arrematante;
• Arrematação: quando se estiver diante de um produto apreendido ou abandonado e levado à
arrematação.
 Considera-se industrializado o produto que tiver sido submetido a qualquer operação que lhe
modifique ou tenha modificado a natureza ou a finalidade, ou ainda, qualquer operação que lhe
tenha aperfeiçoado para o consumo (art. 46, parágrafo único, do CTN).
 O STJ entende que não incide IPI no desembaraço aduaneiro de veículo importado para fins de
utilização pelo consumidor (para uso próprio).
 Havendo incidência de IPI no desembaraço aduaneiro no produto de procedência estrangeira, não é
possível uma nova cobrança do tributo na saída do estabelecimento do importador, salvo se, entre
o desembaraço aduaneiro e a saída do produto do estabelecimento do importador, o produto tenha
sido objeto de industrialização.
IPI (continuação...)

CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEIS DO IPI

 Segundo o art. 51 do CTN, será contribuinte do IPI:

• Importador;

• Industrial;

• Comerciante que forneça ao importador ou ao industrial;

• Arrematante, nos casos de bens apreendidos e levados à leilão.

• São responsáveis pelo IPI:

• Transportador;

• Possuidor;

• Estabelecimento de produtos cuja origem é desconhecida.

 O STF entende que incide IPI na importação de veículo automotor por pessoa natural, ainda que não desempenhe atividade empresarial e o faça para uso próprio .

 Veja que esse entendimento é contrário ao do STJ.

. BASE DE CÁLCULO

 A base de cálculo do IPI dependerá se o caso é de incidência na importação de produto industrializado, situação na qual será base de cálculo o valor do serviço, mas
não só isso, devendo ser acrescido o valor dos impostos e encargos cambiais. Portanto, será o valor aduaneiro mais os impostos e encargos cambiais. Todavia, se
estivermos diante de um leilão, no caso de apreensão ou abandono, a base de cálculo será o preço da arrematação. Nas demais operações, a base de cálculo será o
preço da operação, representada pelo valor do produto, acrescido do valor do frete e demais despesas adicionadas para a cobrança feita pelo comprador.

ALÍQUOTAS

 O IPI terá suas alíquotas proporcionais. Isto é, essas alíquotas estão registradas na tabela de incidência de IPI (TIPI). A CF/88 determina, em caráter obrigatório, que
haja seletividade no IPI, devendo incidir de forma mais gravosa em produtos supérfluos, ou seja, produtos não essenciais, como cigarros e bebidas alcoólicas. Por
outro lado, deverá incidir de modo menos gravoso nos casos de produtos básicos, como feijão e arroz.

 As alíquotas do IPI poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo, desde que observados os parâmetros legais. O IPI não se sujeita ao princípio da
anterioridade, mas submete-se ao princípio da anterioridade nonagesimal. Lembre-se que o IR observa o princípio da anterioridade, mas não observa a
anterioridade nonagesimal.
IPI (continuação...)

LANÇAMENTO DO IPI
 O lançamento do IPI é feito por homologação.
NÃO CUMULATIVIDADE
 Além disso, o IPI está sujeito a não cumulatividade, de maneira que haja a compensação do imposto devido em cada operação
com o montante que já foi cobrado na operação anterior. Se na operação anterior foram pagos 5 mil reais a título de IPI, nesta
operação, se o imposto for mil reais, será necessário descontar os 500 reais que já foram pagos, devendo o sujeito recolher
apenas os 500 reais.
 Desconta-se em cada operação o montante pelo qual já foi efetivamente recolhido.
 O STJ entende que é devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há a oposição ao seu aproveitamento em
decorrência de uma resistência que se mostra ilegítima por parte do Fisco.
 É o teor da Súmula 411.
 Se o Fisco não permite esse aproveitamento do IPI, tendo o sujeito que buscar a justiça, quando ele efetivamente for
aproveitar o crédito, o valor não poderá ser o mesmo da época, devendo ser corrigido monetariamente a fim de preservar o
valor real e evitar o enriquecimento sem causa.
 Além disso, o benefício fiscal do crédito presumido do IPI, relativo às exportações, incide mesmo quando as matérias-primas
ou insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP.
 A Súmula 495 do STJ diz que os bens integrantes de ativo permanente da empresa não geram direito ao creditamento de IPI.
 Ainda, em sede de recurso especial, o STJ entendeu que a aquisição de matéria-prima ou de insumo não tributado, ou sujeito
à alíquota zero, utilizados na industrialização de um produto tributado pelo IPI não enseja o creditamento do produto pago na
saída desse estabelecimento industrial.
 Se o indivíduo comprou um produto sem IPI, significa que ele não recolheu nada. Diante disso, não poderá creditar desse IPI
na hora da venda.
IPI – imunidades

 O IPI não incide sobre produtos industrializados destinados ao exterior.


 Outra imunidade se refere à energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais, que não estão sujeitos a qualquer
outro tributo, salvo ICMS, II e IE.

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