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Índice

Introdução..................................................................................................................................2
Objectivo geral...........................................................................................................................3
Objectivos específicos................................................................................................................3
Metodologia...............................................................................................................................3
Capital........................................................................................................................................4
5.1 Capital.........................................................................................................................................4
5.1.1 Capital Inicial....................................................................................................................5
Diário Geral.......................................................................................................................................5
5.1.2 Adquirido..........................................................................................................................5
Conta particular..........................................................................................................................6
Operações de Capital..................................................................................................................6
Forma de realização das participações de capital......................................................................6
Verificação de valor de realização em espécie..........................................................................7
Avaliação de bens......................................................................................................................7
Uso do capital social..................................................................................................................7
Momento da realização das participações de capital..........................................................................8
Cumprimento da realização de participação de capital......................................................................8
Direitos dos credores quanto às entradas...........................................................................................8
Perda de metade do capital.........................................................................................................9
Modificação do capital...............................................................................................................9
Deliberação sobre alterações do contrato...........................................................................................9
Aumento de capital social................................................................................................................10
Modalidades.............................................................................................................................10
Aumento de capital por novas entradas...........................................................................................10
Aumento de capital por incorporação de reservas............................................................................10
Aumento do capital por novas entradas...........................................................................................10
Motivos...........................................................................................................................................11
Requisitos de deliberação................................................................................................................11
Regime das entradas........................................................................................................................11
Subscrição incompleta.....................................................................................................................11
Prémio de emissão ou de admissão..................................................................................................12
Balanço........................................................................................................................................12
Direito de preferência e sua alienação.............................................................................................13

0
Subscrição indirecta.........................................................................................................................14
Contabilização.................................................................................................................................14
Sociedades por acções.....................................................................................................................14
Emissão de novas acções.............................................................................................................14
Resolução....................................................................................................................................15
Elevação do valor nominal das acções.............................................................................................16
Resolução....................................................................................................................................16
Sociedades por quotas.....................................................................................................................17
Cooperativas....................................................................................................................................18
Aumentos de capital por incorporação de reservas........................................................................20
Natureza de operação.......................................................................................................................21
Requisito..........................................................................................................................................21
Direitos Parciais...............................................................................................................................22
Contabilização.................................................................................................................................23
Por transformação de dívida em Capital..................................................................................24
Redução de capital...................................................................................................................24
Modalidades....................................................................................................................................25
Redução e aumento de capital simultâneo...............................................................................25
Aplicação dos Resultados........................................................................................................25
Transformação de dívidas em capital......................................................................................26
Registo:...........................................................................................................................................26
Lançamento:................................................................................................................................26
Resolução:...................................................................................................................................27
Redução de capital...................................................................................................................27
 Excesso de capital................................................................................................................27
Lançamento.....................................................................................................................................28
Capital integralmente realizado...................................................................................................28
Capital parcialmente realizado.....................................................................................................28
Prejuízos avultados..........................................................................................................................28
Balanço........................................................................................................................................29
Saída de sócio..................................................................................................................................30
Amortização do capital............................................................................................................31
Conclusão.................................................................................................................................33
Referencias Bibliográficas.......................................................................................................34

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Introdução

No presente trabalho abordaremos um tema importante sobre modificação de capital que


temos como principal objectivo da conta 5.1 Capital, desde o seu aumento e reduções.

A conta 5.1 Capital não e novidade para os nossos ouvidos para melhor compreensão do
mesmo vamos aprofundar no desenvolvimento do trabalho.

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Objectivo geral

 Compreender as modificações do capital social das sociedades comerciais e aplicação dos


resultados.

Objectivos específicos

 Definir os procedimentos a seguir na realização do capital;


 Descrever as causas que concorrem para modificação do capital social;
 Distinguir as diferentes formas de alteração de capital social;
 Efectuar os lançamentos contabilísticos das alterações do capital

Metodologia

Para ser possível a realização do trabalho foi necessário consultar alguns manuais como o
código comercial, elementos de contabilidade geral de António Borges &Azevedo
Rodrigues& Rogério Rodrigues, Contabilidade de Sociedade de F. V. Gonçalves da Silva& J.
M. Esteves Pereira e o trabalho realizados por colegas nos anos passados.

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Capital

Entende-se por capital de uma empresa o valor do seu património complexivo, ou seja,
diferença entre os valores activos e passivos afectos ao negócio. O capital das empresas
singulares tem se comportado como o património líquido ou capital próprio, sendo esse,
variável.
Uma empresa pode, ainda, financiar o seu capital por meio de dívidas para ser utilizado nas
actividades que realiza, como quando toma empréstimos. Estes valores formam Passivos para
a empresa e são reconhecidos como Capital de Terceiros.

Aumenta (debito) com os lucros e diminui (credita) com os prejuízos, que registam durante o
exercício económico, que não incidem directamente na conta "Capital", mas em contas de
resultado, cuja importância liquida posteriormente (no principio do ano seguinte) se incorpora
naquela conta.
Esta conta evidência o capital subscrito, devendo ser deduzido para efeitos de elaboração do
balanço, usando as contas 4.5.4 Devedores- sócios, accionistas proprietário em contra
partida a conta 5.2 Acções ou quotas próprias.

Na exposição da conta 5.1 Capital, regista-se o capital subscrito pelos sócios da entidade,
independentemente de o terem realizado ou não sendo que para efeitos de evidência no
balanço no capital realizado deve ser apresentado numa base líquida, (ao saldo credor) da
conta 5.1 Capital. Nestas contas deverão ser deduzidas os saldos devedores das contas 4.5.4
Devedores- sócios accionista ou proprietário ou quotas para realizar.

Esta conta credita-se pelo capital nominal subscrito e pelos aumentos de capital que
ocorrem e debita-se pelas reduções de capital.

5.1 Capital

Redução de Capital Capital nominal subscrito


Aumentos de capital

Subconta de capital enquanto não estiverem previstas no Sistema de Normalização


Contabilística é recomendável a sua utilização para proceder á relevação nos cenários
seguinte.

Nas empresas em nome individual, que não assuma a forma de Estabelecimento Individual de
Responsabilidade Limitada (EIRL), ou sociedade unipessoal, por quotas, o capital, em regra,
é variável; Aumenta (debito) com os lucros e com as entradas adicionais e diminui (credita)
com os prejuízos e os levantamentos efectuados pelo empresário. Assim esta conta no final
de cada ano, pode apresentar um saldo devedor ou credor.

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É aconselhável o uso das subcontas para evidenciar os principais aspectos.

5.1.1 Capital Inicial

São registados os valores que resultam da diferença do activo e do passivo, que o empresário
iniciou a sua actividade.
Exemplo:
S. Castro constitui, em 1/1/2021 uma empresa em nome individual, para a qual contribui com
os seguintes valores:
- Deposito no Banco BCI 6000,00
- Um edifício 74000,00

Diário Geral

1.2 Banco

1.2.1 Depósitos a ordem 6000,00

1 3.2 Activos Tangíveis

3.2.1.1 Edifícios industriais 74000,00

a 5.1 Capital 80 000 00

P/ sua contribuição

5.1.2 Adquirido

São resultados acumulados, positivos e negativos, que não tenham sido retirados ou supridos
através da conta particular do empresário. É usada a conta 8.8 Resultado liquido do período
é apropriada para evidenciar os resultados de cada ano.
A conta 8.8 resultados líquidos do período tem pois a particularidade de acolher os
movimentos que, nas demais empresas se registam na conta 5.9 Resultados transitados.

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Sendo assim o seu credita pelos lucros acumulados sendo estes superiores aos prejuízos
acumulados e debita pelos prejuízos acumulados que representam um valor superior aos dos
lucros.

Conta particular

Abrange operações financeiras relativas as entradas e saídas de valores do empresário.


Nesta conta são registadas todas as entradas e levantamentos feitos pelo proprietário da
empresa durante o período económico e ainda os recebimentos e pagamento feitos pela
empresa e da conta do seu proprietário.
São registadas penas os factos que alteram o património comercial da empresa.
Exemplo: Se o proprietário não usar o valor afecto a sociedade empresarial não, se devi
evidenciar nesta conta.
Nesta conta aumenta pelos levantamentos efectuados pelo empresário e diminui pelas
entregas por si efectuadas.
Está conta tem ligação entre proprietário e a empresa, para evidenciar as eventuais operações
da sua esfera particular.

Operações de Capital

Compreendem investimentos em títulos de Renda Fixa, Acções, activos de Renda Variável e


operações com derivativos. São operações flexíveis e que podem ser usadas em diversas
estratégias como alavancagem financeira, remuneração ou protecção da carteira e operações
de capital protegido.

Forma de realização das participações de capital

Quando em dinheiro, a sua realização consiste na entrega de uma quantia em meticais pelo
menos igual ao valor nominal da participação; quando em espécie, na transferência para a
sociedade de bens susceptíveis de penhora, de valor, pelo menos igual ao valor nominal de
participação.

Quando a participação de capital seja realizada pela transferência para a sociedade de um


direito de crédito sobre terceiro e este não for pontualmente satisfeito pelo devedor, o sócio
deve realizar em dinheiro o crédito ou a parte não recebida pela sociedade no prazo de oito
dias após o vencimento.

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Se por qualquer motivo houver desconformidade para menos entre o valor dos bens á data da
realização e o valor resultante da avaliação, o sócio é responsável pela diferença que deve
realizar em dinheiro até ao valor nominal da sua participação

Verificação de valor de realização em espécie

Os bens com que devam ser realizadas em espécie as participações de capital devem
ser objecto de identificação, descrição e avaliação por meio de relatório a elaborar por auditor
ou sociedade de auditores de contas, que será apresentado no acto constitutivo.

O relatório deve ser elaborado em data não anterior em mais de sessenta dias á do acto
constitutivo e dele devem constar os critérios usados na avaliação.

Avaliação de bens

Os bens ou direitos com que o sócio pretenda, como contribuição sua, incorporar no
capital social da sociedade são avaliados por três peritos ou por sociedade especializada e
independente, nomeados pela assembleia geral dos subscritores, estando impedidos de votar
os subscritores conferentes.

Os peritos ou a sociedade especializada deve elaborar laudo de avaliação,


devidamente fundamentado, com base em métodos e sistemas usualmente aceites, indicando
os critérios de avaliação utilizados, o qual será instruído os documentos comprovativos da
titularidade do direito de propriedade relativos aos bens ou direitos avaliados e a serem
incorporados no património da sociedade.

Caso a assembleia de subscritores ou o subscritor conferente não aceite a avaliação feita, a


sociedade não pode ser constituída, salvo se, ao invés da incorporação do bem, a realização
do capital vier a ser feita em dinheiro.

Uso do capital social

O capital social, quando depositado em dinheiro, só pode ser levantado por quem
obrigar a sociedade após o registo da sociedade. Decorridos três meses sobre a data de
depósito sem que a sociedade esteja registada, pode o depósito ser levantado por quem o
tenha efectuado.

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Quanto às participações de capital a realizar em espécie, a prova da sua realização consiste
em declaração assinada pelos administradores da sociedade que certifique que a sociedade
entrou na titularidade os bens e que estes foram já entregues à sociedade, salvo o caso de
entrega diferida de bens.

A realização de participação em espécie só pode diferida se a sociedade nisso tiver interesse e


sempre para data determinada no contrato de sociedade.

Momento da realização das participações de capital


As participações de capital devem ser integralmente realizadas no momento do acto
constitutivo, sem prejuízo do dispostos e a realização das participações em dinheiro pode ser
diferida nos termos fixados para cada tipo de sociedade.

A entrega dos bens, em realização de uma participação de capital em espécie, só pode ser
diferida se nisso tiver interesse a sociedade e sempre para data certa, que deve ser
mencionada no acto constitutivo.

Cumprimento da realização de participação de capital

Os direitos da sociedade à realização das participações de capital são irrenunciáveis e


insusceptíveis de compensação. O sócio que não realizar pontualmente a participação a que
está obrigado, responde, para além do capital vencido, pelos respectivos juros moratórios e
ainda pelos demais prejuízos que do seu incumprimento resultarem para a sociedade.
Enquanto se verificar o incumprimento, o sócio não podem exercer os direitos sociais
correspondentes à parte em mora, nomeadamente o direito aos lucros.

Direitos dos credores quanto às entradas

Os credores de qualquer sociedade podem:

 Exercer os direitos da sociedade relativos às participações de capitais não


realizadas e exigíveis;
 Promover judicialmente a realização das participações de capital antes de
exigíveis desde que isso seja necessário para a conservação da adequada garantia
dos seus créditos.

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A sociedade pode ilidir o pedido desses credores, satisfazendo os seus créditos, quando
vencidos, ou, quando por vencer, garantindo adequadamente tais créditos ou satisfazendo-os
com o desconto correspondente à antecipação.

Perda de metade do capital

O órgão de administração que, pelas contas de exercício, verifique que a situação


líquida da sociedade é inferior à metade de valor do capital social deve propor, nos termos
previstos, que a sociedade seja dissolvida ou o capital seja reduzido a não ser que os sócios
realizem, nos sessenta dias seguintes à deliberação que da proposta resultar, quantias em
dinheiro que reintegrem o património em medida igual ao valor do capital.

A proposta deve ser apresentada e votada, ainda que não conste da ordem de trabalhos, na
própria assembleia que apreciar as contas ou em assembleia a convocar nos oitos dias
seguintes a sua aprovação judicial nos termos do artigo 145º do código comercial.

Modificação do capital

Deliberação sobre alterações do contrato

As alterações do contrato de sociedade só podem ser deliberadas pelos sócios, em


conformidade com o disposto para cada tipo de sociedade, e devem ser consignadas em
escritura pública e inscritas no registo comercial.

De acordo com o Código das Sociedades Comerciais:

Artigo 194.º

Nas sociedades em nome colectivo, só por unanimidade podem ser introduzidas quaisquer
alterações no contrato de sociedades;

Artigo 265.º

Nas sociedades por quotas, as deliberações de alteração de contrato só podem ser tomadas
por maioria de três quartos dos votos correspondentes ao capital social ou por número ainda
mais elevado de votos, exigido pelo contrato de sociedades;

Artigo 386.º

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Nas sociedades anónimas, as deliberações de alteração de contrato devem ser aprovadas por
dois terços emitidos;

Aumento de capital social


A alteração do contrato de sociedade deliberada nos termos referidos anteriormente, deve ser
consignada em aumento de capital em escritura publica e respeitar os demais procedimentos
inerentes á constituição da sociedade.

Modalidades

Aumento de capital por novas entradas

Implicando sempre um aumento do capital do capital próprio.

Aumento de capital por incorporação de reservas

Implicando, não uma alteração quantitativa do capital próprio, mas apenas qualitativa,
pela transformação de reservas em capital, aproximado este do valor real do património
liquido.
O aumento por novas entradas será oneroso para os sócios, enquanto o aumento por
incorporação de reservas será gratuito.
No entanto, relativamente ao aumento do capital por entradas, poder-se-ão distinguir:
a) Entradas consistentes em dinheiro e outros bens

Verifica-se aqui um acréscimo efectivo dos meios de acção da sociedade, isto e, do seu
potencial económico, pois o activo aumenta da importância correspondente aos valores
entregues pelos novos ou antigos sócios.
b) Entradas consistentes em créditos sobre a sociedade

Nesta hipótese não varia o activo, mas diminui o passivo, havendo por isso um aumento do
capital próprio, pelo saneamento da situação financeira da sociedade.
Deste modo, trataremos sucessivamente o aumento de capital por novas entradas, o aumento
do capital por novas entradas, o aumento do capital por conversão de créditos sobre a
sociedade e o aumento de capital por incorporação de reservas.
Aumento do capital por novas entradas

Suporte legal: Código das Sociedades Comerciais, artigos 87.º a 90.º (em geral), artigos 266.º
a 269.º (sociedades por quotas) e artigos 456.º a 462.º (sociedades anónimas).

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Nas sociedades em nome colectivo, o aumento de capital por novas entradas trazidas por
novos sócios é absorvido pela entrada ou admissão de novo sócio, especialmente tratada na
lei (artigo 194.º,n.º2).

Motivos

O aumento de capital por novas entradas e geralmente determinado por motivos


económicos- empresariais: a insuficiência do capital anterior para conservar ou melhorar as
condições de produção, favorecidas então pela obtenção de novos recursos. O aumento de
capital por novas entradas em nada prejudica a protecção dos credores, mas os sócios poderão
ficar prejudicados se o valor das entradas não corresponder ao valor real das participações e
se as novas entradas forem atribuídas só a alguns das sócios ou a novos sócios.

Requisitos de deliberação

A deliberação de aumento de capital deve mencionar expressamente:


a) A modalidade do aumento de capital;
b) O montante do aumento do capital;
c) O montante nominal das novas participações;
d) A natureza das novas entradas (ou as reservas que serão incorporadas no capital);
e) O ágio, se o houver;
f) Os prazos dentro dos quais as entradas devem ser efectuadas, sem prejuízo do disposto no
artigo 89.º;
g) As pessoas que participarão nesse aumento;

Regime das entradas

Aplica-se às entradas nos aumentos de capital o preceituado quando a entrada da


mesma natureza na constituição da sociedade, com as seguintes excepções:
a) As entradas em espécie devem ser totalmente efectuadas até à celebração da escritura pública
ou nesta, se tal forma for necessário para a transmissão dos bens; neste segundo caso o
outorgará a escritura;
b) Se a deliberação for omissa quanto à exigibilidade das entradas em dinheiro que a lei permite
diferir, são exigíveis a partir do registo definitivo do aumento de capital.

Subscrição incompleta

Nas sociedades anónimas, quando se recorre à subscrição pública, poderá acontecer


que não seja totalmente subscrito um aumento de capital (subscrição incompleta).

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Neste caso, considera-se a deliberação sem efeitos, restituindo-se as importâncias recebidas,
salvo se a própria deliberação tiver previsto que então o aumento ficará limitado às
subscrições recolhidas.

Prémio de emissão ou de admissão

Nas operações levam como maior dificuldade evitar as desigualdades entre os novos e
antigos sócios. Assim por exemplo, se uma sociedade anónima já tiver reservas, não seria
justo que os subscritores das novas acções a colocar desembolsassem apenas o valor nominal
das mesmas, que é sempre igual ao valor nominal das primitivamente emitidas.
Exemplo: situação antes do aumento
Balanço
Div. Val. Activos…………………… Capital (10 000 acções)
13 000 ……………….10 000
Reservas…………………...3 000

13 000 13 000
O capital é aumentado pela criação de 10 000 novas acções de 100@.
Se estas acções fossem emitidas ao par e os subscritores as liberassem imediata e
integralmente, a situação passaria a ser a seguinte:
Balanço

Div. Val. Capital (20 000 acções) ………………….


Activos…………………………………23 000 ……….20 000
Reservas………………………….3 000

23 000 23 000

Valor das acções


a) Antes do aumento:13 000÷ 10 000= 1300,00
b) Depois do aumento 23 000 ÷ 20 000= 1150,00

Prémio de emissão proporciona às reservas existentes à data do aumento, representando a


contrapartida do direito de subscrição preferente e correspondendo ao desembolso
complementar que deve efectuar quem não tem a condição de accionista.

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Como diz Quesnot, o prémio de emissão não é um aumento do capital, nem um lucro, mas
sim um “apport” sui generis suplementar e corrector, que evita o “aguanento” do capital e
concorrer para fortalecer a economia da empresa.

Direito de preferência e sua alienação

O nosso Código das Sociedades Comerciais acabou por consagrar expressamente o


direito de preferência dos sócios em aumento de capital por entradas em dinheiro, tal como se
encontra na legislação de muitos países.
Esse direito garante a protecção dos interesses chamados “ actuais” ou “antigos” sócios pelo
menos em dois aspectos fundamentais: a conservação da sua percentagem no capital social e
a exclusão da entrada de estranhos na sociedade.
O aumento e relativo a cada sócio, não for bastante para formar uma nova quota, acrescerá ao
valor nominal da quota antiga.
Tratando-se de acções, aquele obstáculo poderá ser ultrapassado pela compra e venda de
direitos de preferência, meio prático para que se componham, na posse de um accionista,
direitos que atribuam uma acção.
Esta alienação dos direitos de preferência, permite pela lei, possibilitar que não fiquem
prejudicados os sócios que não queiram ou não possam exercer o seu direito de preferência.
Nas sociedades por quotas, a direito preferência só alienado com o consentimento da
sociedade, o qual pode ser dispensado, concedido ou recusado nos termos prescritos para o
consentimento de cessão de quotas, dado o paralelismo evidente entre as duas situações.
Nas sociedades anónimas, o direito de preferência só excepcionalmente pode ser limitado ou
suprimido pela assembleia geral, desde que o interesse social o justifique, conforme relatório
apresentado pelo órgão de administração.
O valor teórico do direito de preferência pode ser calculado por meio de fórmulas mais ou
menos elaboradas, tal como as seguintes, aplicáveis às sociedades por acções:
P=D×Nn÷Nv+Nn
X= C-P÷N+1

Onde
D- diferença entre o valor corrente da antiga acção e o valor de emissão
Nn- número de acções novas
Nv- número de acções velhas
C- cotação das antigas acções
P- preço de emissão das novas acções

N- número de direitos de preferência necessários para obter uma nova acção

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No entanto, o valor efectivo do direito de preferência é influenciado por muitas outras
circunstâncias, quer estranhas à sociedade (situação de mercado financeiro), quer a ela
respeitante (acções cotadas ou não cotadas na bolsa, carácter mais ou menos fechado da
sociedade, exigência ou não de prémio de emissão, número das novas acções e sua proporção
relativamente as antigas, etc…).

Subscrição indirecta

A assembleia geral que delibera o aumento de capital pode também deliberar que as
novas acções sejam subscritas por uma instituição financeira, a qual assumirá a obrigação de
as oferecer aos accionistas ou a terceiros, nas condições estabelecidas entre as sociedade e a
instituição, mas sempre com respeito do direito de preferência, operação esta designada por
subscrição indirecta.

O carácter indirecto da subscrição resulta da obrigatoriedade de a instituição


financeira vender todas as acções aos accionistas titulares do direito de preferência, facto que
se distingue da tomada firme da emissão.

Para os accionistas não haverá já, rigorosamente, um direito de preferência na subscrição,


mas sim um direito de preferência na compra à instituição financeira, conforme acordo entre
esta e a sociedade.

Contabilização

Para todos efeitos internos, o capital considera-se aumentado e as participações


consideram-se constituídas a partir da celebração da escritura pública.

As fórmulas relativas ao aumento de capital por novas entradas não diferem substancialmente
das que indicámos, ao tratar da constituição das sociedades.

Sociedades por acções

Nas sociedades por acções, o aumento de capital por novas entradas concretiza-se,
geralmente, pela emissão de novas acções, de valor igual ao das antigas, ou pela elevação do
valor nominal das acções existentes, caso este muito raro e excepcional.

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Emissão de novas acções

Os lançamentos são idênticos aos da constituição das sociedades, mas tendo agora em
atenção que:

 A sociedade, durante o período de subscrição das novas acções, continua


normalmente as suas actividades;
 O aumento de capital apenas se concretiza após a subscrição integral da
emissão.

Assim, enquanto as subscrições puderem ser feitas, as entregas inicias (parciais)


devem ser creditadas numa subconta específica de subscrição, por hipótese, com o código
4.5.2.2.1 Entregas para Aumento do Capital, solução esta que vai permitir a simplificação da
contabilização do aumento do capital propriamente dito, só realizado depois do rateio, em
caso de subscrição excessiva.

Exemplo:

Determinada sociedade delibera um aumento do seu capital pela emissão de 20 000 novas
acções de 10,00, com liberação imediata de 40%.

Resolução

Matola, Novembro de 2021


Transporte
4.5 Outros devedores
4.5.2 Subscritores de capital
4.5.2.2Entidades privadas
12 000,00
4.5.2.2.1 Capital Subscrito- Não Chamado
8 000,00
4.5.2.2.2 Entregas para Aumento de Capital
a
5.1 Capital
12 000,00
5.1.1 Capital Subscrito- Não Chamado
8 000,00
5.1.2 Capital Subscrito- Chamado e Realizado
P/ aumento de capital de emissão de 20 000
acções @ 10,00

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1.2 Banco 8 000,00
a 1.2.1 Deposito a ordem
4.5 Outros devedores
4.5.2 Subscritores de capital
8 000,00
4.5.2.2Entidades privadas
4.5.2.2.2 Entregas para Aumento de Capital
P/ entregas no acto da subscrição de 20 000
acções @ 10,00 e liberação de 40%

No caso de nova emissão com premio, cuja realização não pode ser diferida, este deve ser
levado á conta 5.4 prémios de emissão de acções ou quotas, como já sabemos.

Elevação do valor nominal das acções

Neste caso, regra geral, verifica-se a liberação integral e imediata do aumento.

Exemplo:

Determinada sociedade anónima, com capital de 10 000, representado por 1 000 acções de
10,00, decide aumentar o seu capital, elevando o valor nominal das acções para 15,00.

Resolução
Matola, Novembro de 2021
Transporte
4.5 Outros devedores
4.5.2 Subscritores de capital
4.5.2.2Entidades privadas
4.5.2.2.1 Capital Subscrito- Chamado e Não
5 000,00
Chamado
a
5.1 Capital
5.1.2 Capital Subscrito- Chamado e Não 5 000,00
Realizado
P/ aumento de capital pela elevação do valor
nominal de 1 000 acções de 10,00 para 15,00.

16
5 000,00
1.2 Banco
a 1.2.1 Deposito a ordem
5.1 Capital 5 000,00

5.1.3 Capital Subscrito- Chamado e Realizado


P/liberação integral imediata

Sociedades por quotas

Nas sociedades por quotas os aumentos de capital por novas entradas podem
concretizar-se no aumento das quotas originárias ou na criação de novas quotas, com ou sem
admissão de novos sócios.

Exemplo:

Activo…………………………10 000,00 Capital Próprio


Capital…………………………5 000,00
Reservas Obrigatórias…………….300,00
Reservas livres…………………….900,00
Passivo…………………………3 800,00

10 000,00
10 000,00

Neste momento, o capital próprio da sociedade é de 6 200,00, o que corresponde a


1,24@ capital social (5 000×1,24=6 200 ).

Esta sociedade deliberou admitir novo sócio, com uma quota de 1000,00, aumentando o seu
capital para 6000,00.

Normalmente, se novo sócio entregar apenas o valor da sua quota, este sócio ficará
beneficiado e os antigos sócios prejudicados, pois o novo capital será de 7200,00
correspondendo então a 1,2 por metical de capital social (6000×1,2=7200).

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Assim, para que se mantenha a relação entre capital próprio e o capital social, o novo sócio
terá de entregar não só o valor da sua quota, mas também o valor que lhe fica pertencendo
nas reservas:

6000×1,24=7440 ; 7440 ÷ 6=1240

Entregará, portanto, 1240. Este excesso de 240, corresponde a um prémio de admissão,


deverá ser creditado na conta 5.4 prémios de emissão de acções ou quotas.

Admitindo a liberação integral imediata da nova quota, teremos:

Matola, Novembro, 2021


Transporte
1.1 Caixa 1240
a 5.1 Capital
1000
5.1.3 Capital Subscrito- Chamado e Realizado
a 240
5.4 Prémios de emissão de quotas
P/ aumento de capital pela admissão do sócio F

Naturalmente, em caso de liberação parcial da nova quota, ter-se-ia de movimentar a conta


4.5.2 Subscritores de Capital, tal como já sabemos.

Cooperativas

Sendo as cooperativas sociedades de capital variável, a entrada de novos sócios


(cooperadores) processa-se com a maior simplicidade, durante toda a vida da sociedade,
sendo os lançamentos idênticos aos da constituição.

No entanto, os estatutos da cooperativa podem exigir, para a admissão dos cooperadores, o


pagamento de uma jóia, desde que o seu montante não exceda um vigésimo do capital
cooperativo, podendo a jóia ser paga de uma só vez ou em prestações, periódicas ou não.

Nos termos da lei, o montante das jóias reverte para uma ou varias reservas obrigatórias (e
estas são, pelo menos, a Reserva Legal e a Reservas para Educação e Formação Cooperativa),
conforme os estatutos, que, no último caso, determinarão a proporção das reversões.

Em contrapartida, o valor da jóia será debitado na conta de subscritores do cooperador.

Exemplo:

18
Em determinada cooperativa foi admitido um novo sócio, que subscreveu 20 títulos de 500
tendo-lhe sido exigido, de acordo com os estatutos, uma jóia de 2000.

A subscrição obedeceu as seguintes condições: entradas imediata, em dinheiro, de 40% do


capital subscrito e do total da jóia, sendo o restante pago em três prestações trimestrais de
igual valor.

Segundo os estatutos, o montante das jóias reverte em partes iguais para a Reserva Legal e
para a Reserva para Educação e Formação Cooperativa.

Exemplo:

Matola, Novembro de 2021


Transporte
4.5 Outros devedores
4.5.2 Subscritores de capital
4.5.2.2Entidades privadas
6 000,00
4.5.2.2.1 Capital Subscrito- Não Chamado
4.5.2.2.2 Capital Subscrito- Chamado e Não
6 000,00
Chamado
a 6 000,00
5.1 Capital
5.1.1 Capital Subscrito- Não Chamado
5.1.2 Capital Subscrito- Chamado e Não 4 000,00
Realizado
A transportar

a Transporte
5.5 Reservas 1 000,00
5.5.1 Reservas Legais
5.5.1. 1 Reservas Legais (art. 67º cód. Coop.) 1 000,00

5.5.1.2 Reservas para Educação e Formação


Cooperativa (art. 68.º cód. Coop.)
P/ subscrição de F.,ref. A 10 títulos de capital
e respectiva jóia

19
1.2 Banco
1.2.1 Deposito a ordem 6 000,00

4.5 Outros devedores


a
4.5.2 Subscritores de capital
4.5.2.2Entidades privadas
4.5.2.2.2 Capital Subscrito- Chamado e Não
Realizado
P/ liberação parcial de 40% recebido de F, do 6 000,00
capital subscrito e da jóia

5.1 Capital
5.1.2 Capital Subscrito- Chamado e Não
4 000,00
Realizado
a
5.1 Capital
5.1.3 Capital Subscrito – Chamado e
Realizado 4 000,00
P/regularização das subcontas de capital e
transferência daquela para esta subconta

Aumentos de capital por incorporação de reservas

Suporte legal∶ arts. 91.º a 93.º do CSC

Esta modalidade de aumento de capital também é designada em países estrangeiros


por ´´ aumento de capital por capitalização de lucros e reservas´´ (Brasil), ´´ aumento de
capital por meio da sociedade´´ (Alemanha), ´´ transformação de reserva em capital´´
(Espanha), ´´ aumento de capital a título gratuito´´ (França).

Motivos

20
São vários os motivos que podem levar o aumento de capital por incorporação de
reservas∶

 Aproximar o capital social do capital próprio da sociedade;


 Aumentar o crédito da sociedade;
 Evitar a distribuição de reservas;
 Reduzir a percentagem de dividendo;
 Cumprir imposições legais (para obtenção de créditos, em concursos públicos,
emissão de obrigações, limitação do montante das reservas em alguns países, etc…).

Natureza de operação

Até pouco tempo confrontavam-se duas teorias (ou processos) sobre a natureza desta
operação∶

a) Teoria dos dois momentos ou dos dois actos∶ a sociedade, primeiro, distribuía
reservas (bens equivalentes às) pelos sócios; depois, precedia ao aumento de capital,
ao qual os sócios concorriam efectuando as suas entradas com os bens anteriormente
recebidos;
b) Teoria unitária (um só momento, um só acto)∶ a operação consiste simplesmente ao
aumento de capital por incorporação de reservas.

Requisito

Conforme o artigo 91.º do CSC, o aumento de capital por incorporação de reservas


disponíveis para o efeito é da exclusiva competência dos sócios, devido a deliberação ter por
base o balanço actual do exercício; mas, se já tiveram decorrido mais de seis meses sobre
essa aprovação, ter-se-á de elaborar e aprovar um balanço especial para o efeito.

Além disso, o aumento não pode ser deliberado enquanto não estiverem vencidas (vencidas
simplesmente, note-se) todas as prestações de capital inicial ou aumentado.

Finalmente, a deliberação deve mencionar expressamente:

 A modalidade do aumento do capital;

21
 O montante do aumento de capital;
 As reservas que serão incorporadas no capital;

Quanto às modalidades, a sociedade, por uma só deliberação, pode aumentar o seu capital em
parte por novas entradas e em parte por incorporação de reservas, verificando-se nesse caso,
como diz ferrara,´´ uma deliberação única pelo processo, plúrima pela substância´´, pelo que
devem ser respeitados os requisitos específicos de cada modalidade.

Direitos Parciais

Limitando-nos, para simplificação, às sociedades anónimas, onde o caso é mais


frequente, embora se verificar o caso de atribuir um número inteiro de acções novas por cada
acção antiga (havendo duplicação, triplicação, etc., do capital anterior), mais vezes
acontecerá precisamente o contrário: a uma acção antiga corresponder apenas parte de uma
acção nova (sempre que o aumento for inferior ao capital antigo ou superior mas não seu
múltiplo).

Então, surge um direito de atribuição parcial, que poderá ser alienado e adquirido, para que
possam ser reunidos numa só mão os direitos parciais necessários para a constituição de uma
nova acção.

Exemplo:

Determinada sociedade anónima, com o capital de 300 000,00, representado por 300 000
acções de 1000,00 delibera um aumento de capital de 60 000,00, por incorporação de
reservas, atribuindo gratuitamente a cada accionista uma acção nova por 5 antigas.

A deliberação foi tomada com base no seguinte balanço:

Activo…………………………632 000,00 Capital Próprio


Capital……………………………300 000
Reservas …………………………132 000
Passivo ………………………….200 000
632 000 632 000
É evidente que os accionistas que não possuam um numero de acções antigas igual ou
múltiplo de 5, terão de, em alternativas:

22
 Vender os direitos de atribuição correspondentes às acções em excesso;
 Comprar os direitos de atribuição necessários para ficar com um múltiplo de 5.

Mas qual o valor de um direito de atribuição parcial?

Teoricamente, corresponde à diferença entre o valor contabilístico de cada acção antes e


depois do aumento, equivalente à fracção do valor de uma nova que corresponde a cada acção
antiga.

Assim:

Valor contabilístico da cada acção antes do aumento:

432 000,00 : 300 000= 1440

Valor contabilístico de cada acção depois do aumento:

432 000,00:360 000=1200

Valor teórico de cada direito de atribuição:

1440,00- 1200=240= 1200:5

Quer dizer, reunindo-se cinco direitos parciais obter-se-á uma acção nova (5×240=1200,00).

Contabilização

Em qualquer caso, o aumento de capital por incorporação de reservas corresponde


apenas uma modificação do regime jurídico dos valores transferidos.

Exemplo:

Aumento do capital de uma sociedade, por incorporação de reservas livres, no valor de 10


00,00, e de reservas de reavaliação, no valor de 20 000,00.

Matola, Novembro de 2021


A transportar
5.5 Reservas
5.5.3 Reservas Livres 10 000,00

5.5.4 Reservas de Reavaliação


20 000,00
5.5.4.1 Reservas de Reavaliação
a
5.1 Capital

23
5.1.3 Capital Subscrito- Chamado e
Realizado 30 000,00
P/ incorporação de reservas no capital,
conf. Escritura de…

Por transformação de dívida em Capital

 Credores da Empresa transformam-se em accionistas da mesma.

 Aumento de Capital muito menos frequente do que os anteriores.

 Na maioria dos casos está relacionado com dificuldades financeiras

Redução de capital

A redução do capital consiste, fundamentalmente, na substituição do montante do


capital que consta do contrato de sociedade por um montante inferior.

Naturalmente, redução do capital é uma alteração do contrato, sendo-lhe aplicáveis, em


princípio, as respectivas disposições legais

São vários os motivos que podem levar uma sociedade a reduzir o seu capital, mas
podem reduzir-se em três:

 Saída de um sócio
 Excesso de Capital
 Cobertura de Prejuízos

A assembleia geral para fazer a redução de capital deve fazer uma convocatória a
mencionar:

 A finalidade da redução, pelo menos, se esta se destina à cobertura de prejuízos, à


libertação de excesso de capital ou finalidade especial.
 A forma de redução, mencionando se será reduzida o valor nominal das participações ou
se haverá reagrupamento ou extinção de participações

Devem também ser especificadas as participações sobre as quais a operação incidira, no


caso de ela não incidir igualmente sobre todas.

24
Modalidades

Modalidades ou formas de redução do capital são os processos técnicos utilizáveis


para manter a igualdade entre o montante do capital e a soma dos valores nominais das
participações sócias.´

São possíveis três modalidades, isolada ou conjuntamente:

 Redução do valor nominal das participações;


 Reagrupamento das participações;
 Extinção de participações;

Redução e aumento de capital simultâneo

É permitido deliberar a redução do capital a um montante inferior ao mínimo


estabelecido na lei para o respectivo tipo de sociedade, se tal redução ficar expressamente
condicionada à efectivação do aumento de capital para montante igual ou superior aquele
mínimo a realizar nos sessenta dias seguintes aquela deliberação.

O disposto quanto ao capital mínimo de cada tipo de sociedade não obsta a que a
deliberação de redução seja valida se, simultaneamente for deliberada a transformação da
sociedade para um tipo que possa legalmente ter um capital do montante reduzido.

Aplicação dos Resultados


No início de 2020:

O resultado líquido de 2019 é transferido para resultados transitados

Na Assembleia Geral.

É determinada a aplicação de resultados:

 Se Resultados Líquidos negativos: continuam em resultados transitados

 Se Resultados Líquidos positivos accionistas decidem:

 Transferir para reservas

 Distribuir como dividendos ou gratificações

 Manter em resultados transitados

25
Exemplo:

Se o resultado líquido for negativo (-1000 00)

Na Assembleia Geral: têm de ficar em resultados transitados

Debito Crédito

8.8 Resultados líquidos 1000 00

5.9 Resultados transitados 1000 00

Transformação de dívidas em capital

Registo:

Neste caso o activo mantem-se há um aumento do capital próprio em contrapartida do


passivo (capital alheio) alcançando-se dois objectivos através de um único processo.

- Aumenta o valor do seu capital social e diminui o montante das suas dívidas;

Este processo transforma os credores da sociedade em novos sócios, isto acontece em


sociedades com situação financeira difícil, que não estão em condições para cumprir os seus
compromissos com os seus credores.

Lançamento:

Exemplo: A empresa Tiva Tako Lda., dedicada a comercialização de automóveis com sede
na cidade de Maputo, no mês de Abril de 2019, contrai uma divida ao seu fornecedor Elton
Sacate referente a aquisição de 2 viaturas de marca Mazda a um valor correspondente a
800 000 00, com vista a com vista liquidar a sua divida no dia 22 de Julho do corrente ano.

No dia 22 de Julho a sociedade Tiva Tako foi informar ao seu credor que não estava em
condições de efectuar o pagamento da sua divida. Onde o mesmo mostrou interesse em
participar da sociedade concordando – se em transformar a sua divida em parte na empresa.

Resolução:
Maputo, Abril de 2019

26
Transporte

2.2 Mercadoria

1 4.2 Fornecedores

a 4.2.2 Fornecedores- Títulos a pagar

P/ aquisição de duas viaturas 800 000 00

4.2 Fornecedores

4.2.2 Fornecedores- Títulos a pagar

5.1 Capital

2 a P/ diminuição de divida e entrada de novo sócio 800 000 00

Redução de capital

 Excesso de capital
A redução por excesso de capital tem por finalidade a libertação do capital desnecessário
(libertação de meios patrimoniais).

De facto, embora não seja muito frequente, pode acontecer que o montante do capital de
uma sociedade seja excessivo em relação às actividades que ela exerce em determinado
momento, quer por erro de cálculo inicial do capital necessário, quer por circunstâncias do
próprio objecto da sociedade.

Lançamento

Capital integralmente realizado


Maputo, Abril de 2019

Transporte

5.1 Capital

1 4.6 Outros credores

4.6.7 Credores – sócios, accionistas ou

27
a proprietários

P/ redução do capital de 15 000 para 10 000 meticais

5000

Capital parcialmente realizado


Maputo, Abril de 2019

Transporte

5.1 Capital

1 4.5 Outros Devedores

a 4.5.2 Subscritores de capital

P/ redução do capital de 15 000 para 10 000 meticais 5000

Prejuízos avultados

A redução por cobertura de prejuízos tem por finalidade a adequação do capital ao


património líquido actual da sociedade (sem libertação de meios patrimoniais) A empresa
para evitar resolução, pode recorrer entre outras alternativas, por entrega de fundos por parte
dos sócios à redução do capital.

Balanço
Activos 300 000 00 Capital próprio
Capital 100 000 00
Resultados transitados (46 000 00)
Passivo 246 000 00
_________ _________
300 000 00 300 000 00

Para sanear a sua situação financeira, a sociedade decide reduzir o seu capital pera metade,
levando a diferencia entre o valor da redução e o valor dos prejuízos para conta de reservas.

28
Maputo, Abril de 2019

Transporte

5.1 Capital

1 a Diversos

P/ redução do capital de 15 000 para 10 000 meticais

a 5.9 Resultados transitados 46 000 00

a 5.5 Reservas

5.5.3 Reservas livres 4000 00 50 000 00

A redução do capital por motivo de prejuízos é como deflação contabilística, podendo ter a
grande vantagem de “limpar” i balanço dos prejuízos declarados e encobertos, nomeadamente
das dívidas perdidas, dos gastos a amortizar, dos exageros de certas avaliações optimistas e
de outras pechas comuns aos balanços das empresas pouco próspero, restabelecendo assim o
equilíbrio entre o capital e o património da sociedade.

Saída de sócio

O sócio Mário que participa com 25% no capital de determinada sociedade por quota,
retira-se da sociedade em Janeiro, recebendo a sua parte no capital próprio pelos valores do
último balanço, que apresenta os seguintes valores abstractos.
Capital------------------------------------------------------------------400
Reservas----------------------------------------------------------------200
Resultado líquido do exercício --------------------------------------120

Teremos, portanto:
Maputo, Janeiro de 2019

Transporte

Diversos

1 a 4.6 Outros Credores

29
4.6.7 Credores – sócios, accionistas ou proprietários

P/ saída do sócio Mário

5.1 Capital 100 00

5.5 Reservas

5.5.1 Reservas livres 20 00

5.5.2 Reservas estatutárias 30 00 150 00

Depois, como o resultado já havia sido transferido para a conta 5.9 Resultados transitados.
Maputo, Abril de 2019
Transporte
5.9 Resultados Transitados
1 4. Outros Credores
a 4.6.7 Credores – sócios, accionistas ou proprietários
P/ parte do Mário no lucro do último exercício 30 00

E seguir-se-ia o lançamento referente ao pagamento do Mário, em dinheiro ou quais quer


outros valores activos, cujas contas seriam creditadas por débito das contas do sócio.

Acções próprias

Regulamento legal e contratual


Quase tudo quanto foi dito a propósito da compra de quotas próprias, se pode entender para
acções, salvo se for incompatível com a natureza económica e jurídica.
Como é evidente que uma sociedade não pode subscrever acções próprias e, por outra causa,
só pode adquirir e deter acções próprias nos casos e condições previstos na lei.
Artigo 317,do código das sociedades comerciais estabelece o seguinte:
1. U contrato de sociedade pode proibir totalmente a aquisição de acções próprias ao
reduzir os casos em que ela é permitida por lei.
2. Uma sociedade pode adquirir acções próprias que ultrapassem o montante estabelecido
ao número anterior quando:
_A aquisição resulta do comprimento pela sociedade de disposições a lei.
_A aquisição seja feita a título gratuito.

30
_Seja adquirido um património, a título universal.
_A aquisição Viseu efectuar uma deliberação de redução de capital.

Amortização do capital

Conceito de amortização
Vale compreender a amortização de capital como sendo “amortização de participações
sociais”, ou seja, “amortização de quotas “e "amortização de acções" regulados
diferentemente pelo nosso código das sociedades comerciais, de tal forma que se torna difícil
definir unitária mente a amortização.
Em princípio a amortização constituí um meio de extensão de uma participação social
(quota ou acções) mas também se pode limitar, quanto as acções, a uma modificação dos seus
direitos patrimoniais.
A amortização pode ser efetuada com ou sem reembolso de capital, e com ou sem redução
do capital nominal.
A amortização de capital pressupõe a existência de reservas ou de lucros não distribuídos.
O capital contínua a ser o mesmo porque o seu reembolso se faz a custa das acções, e não a
custa da sociedade a operação não pode, portanto, prejudicar os credores.
A amortização será deliberada pelos sócios, mas no que se refere às acções também pode
ser imposta pelo contrato da sociedade.
A amortização de capital pode ser praticada por qualquer sociedade, sendo frequente nas
sociedades por quotas (cujos os contratos provém em números casos) mas raras nas
sociedades anónimas, por razões fiscais (para o accionista) e economia (para a sociedade).

Natureza jurídica da amortização

Aqui às dificuldades já foram deferidas para a definição da amortização limitamos a


apresentar as principais teorias, que não se excluem necessariamente:
Teoria de reembolso: às importâncias recebidas pelos sócios representam uma restituição de
capital;

31
Conclusão
Com o presente trabalho concluiu-se que as modificações de capital social nas sociedades são
de extrema importância, para uma sociedade, para o aumento e redução de capital.

A redução do capital é uma alteração do contrato, ou seja, consiste na substituição do


montante do capital que consta do contrato de sociedade por um montante inferior.

32
Referencias Bibliográficas
ABREU, J.M, Coutinho, Curso de Direito Comercial Das Sociedades, Vol II, Almedina,
Coimbra, 3ª ed, 2009

BORGES, António e R. Rodrigues: Elementos de Contabilidade Geral. Página 860-876.

Consultas ao Código Comercial de Moçambique

F. V. Gonçalves da Silva● J. M. Esteves Pereira

33

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