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IMPOSTO SOBRE A RENDA E

PROVENTOS DE QUALQUER
NATUREZA(IR)

1
IR

“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


III - renda e proventos de qualquer natureza;
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade
e da progressividade, na forma da lei;
(...)”

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• Deve ser utilizado como meio hábil a promover a adequada
redistribuição de renda;

• Principal fonte de receita tributária da União;

• Nítida função fiscal;

• Não se sujeita ao princípio da anterioridade nonagesimal (art.


150, parágrafo 1 CF);

• Verbas indenizatórias não se sujeitam ao IR (ex: Súmulas 125 e


215 do STJ).

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• Renda: acréscimo patrimonial, riqueza nova, que vem se incorporar a
patrimônio preexistente, num determinado período de tempo,
deduzidos os gastos necessários à sua aquisição e manutenção
Ø Constitui-se sempre um plus (não algo que venha substitui uma
perda no patrimônio do contribuinte);

• Proventos: denominação dada aos rendimentos recebidos em função


da inatividade (aposentadorias e pensões);

• Renda e Proventos: expressões de capacidade contributiva;

• Desdobramentos da ideia de isonomia


Ø Generalidade;
Ø Universalidade;
Ø Progressividade.

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• Generalidade: todos que auferirem renda e proventos de
qualquer natureza são contribuintes do imposto, sem
discriminações injustificadas;

• Universalidade: todas as modalidades de renda ou proventos,


seja qual for sua origem, submetem-se ao gravame (ex: capital,
trabalho)
Ø Contrapõe-se ao critério da seletividade;

• Progressividade: implica seja a tributação mais do que


proporcional à riqueza de cada um
Ø Imposto progressivo: quando a alíquota se eleva à medida
que aumenta sua base de cálculo;

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• Fato gerador: art. 43 CTN;

• A conduta de auferir renda e proventos de qualquer natureza é


aferida à vista de determinado lapso de tempo
Ø O aspecto temporal há de ser fixado no encerramento do
período-base;
Ø Marco temporal do nascimento da obrigação tributária: 31 de
dezembro de cada exercício;

• Base de cálculo: art. 44 CTN;

• Sujeito passivo: art. 45 CTN


Ø Sujeito passivo direto: contribuinte (pessoa física ou jurídica);
Ø Sujeito passivo indireto: responsável (ex: fonte pagadora que
atua como retentora do imposto).

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• Imposto sobre a renda de pessoa física – IRPF

Ø Sistema de bases concorrentes: impõe-se o recolhimento mensal


do tributo (visa o empate entre as retenções mensais na fonte e os
recolhimentos mensais de imposto) – antecipação do imposto;
Ø Declaração de ajuste anual: indicação de todos os rendimentos
auferidos, bem como as despesas e deduções efetuadas, visando
eventuais ajustes – considera-se o período de um exercício (ano-
calendário);
Ø Base de cálculo: montante real da renda que a pessoa auferiu em
determinado período;
Ø Deduções: pensão alimentícia, despesas com instrução do
contribuinte e dependentes; despesas médicas; contribuições com
previdência oficial e privada;
Ø Alíquotas: 7,5%; 15%; 22,5% e 27,5%.

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• Imposto sobre a renda de pessoa jurídica – IRPJ

Ø Sistema de bases concorrentes, porém por períodos de


apuração trimestrais (antecipação do imposto);
Ø Declaração de ajuste anual;
Ø Base de cálculo: lucro real, presumido ou artibrado;
Ø Deduções: incentivos fiscais, imposto pago antecipadamente;
vale transporte, entre outros;
Ø Alíquotas: 15% com possibilidade de um adicional de 10%.

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• Lucro real: consiste, basicamente, no lucro líquido, com alguns ajustes (regra)
Ø Lucro contábil ajustado para fins fiscais;
Ø Base de cálculo de adoção obrigatória pelas empresas que tiverem receita
superior ao valor estabelecido em lei no ano-calendário, S/As e bancos;
Ø Alíquota: 15% (e adicional de 10%: superior a R$ 240.000 por ano);
Ø Compensação de perdas de até 30% da receita total;
Ø Outra contribuição: CSLL - 9%;

• Lucro presumido: resultante da aplicação do percentual previsto em lei sobre


receita bruta
Ø Pode-se utilizar desse sistema a empresa que tiver receita igual ou inferior
ao valor estabelecido em lei no ano-calendário (abaixo do limite de R$
78.000.000,00)
Ø Aplicação de % na receita bruta de acordo com a atividade (apenas para
determinados setores):

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Ø 1,6% em relação à venda, para consumo, de derivados de
petróleo e gás natural;
Ø 8% na venda de bens, serviços industriais e hospitalares;
Ø 16% em transporte (exceto serviços de carga - 8%);
Ø 16% para instituições financeiras; 32% para outros serviços e
aluguéis;
Ø Alíquota: 15% (e adicional de 10% superior a R$ 240.000 por
ano);
Ø CSLL: 9% (a base de cálculo é de 12% e 32% para serviços);

• Lucro arbitrado: imposta pela lei na hipótese de ilícito fiscal (ex:


não cumprimento das obrigações acessórias), remetendo ao
lançamento de ofício em caráter substitutivo (art. 149 CTN).

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• Simples Nacional
Ø Forma simplificada de tributação e contabilidade (micro e
pequenas empresas);
Ø As empresas devem ter uma receita bruta inferior a R$
4.800.000,00;
Ø A alíquota varia de 4% a 30%, dependendo do setor
econômico e da receita bruta da empresa;
Ø Os seguintes impostos foram unificados e devem ser pagos
em um único guia: ICMS IPI IRPJ CSLL PIS COFINS ISS
INSS.

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IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E
PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE
TRANSPORTE INTERESTADUAL E
INTERMUNICIPAL E DE
COMUNICAÇÃO(ICMS)

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ICMS
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da
legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas
operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços;”

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• Imposto indireto: ônus suportado pelo consumidor final
– Fenômeno da repercussão econômica do tributo (o valor do imposto é
embutido no preço da mercadoria e do serviço – o contribuinte de jure
transfere o respectivo encargo ao contribuinte de facto);

• Não-cumulativo (sistema de compensação de créditos –


plurifásico);

• Seletivo (opera como instrumento de extrafiscalidade);

• Imunidades: art. 155, § 2º, X, CF.

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• Circulação de mercadorias

Ø Circulação capaz de realizar o trajeto da mercadoria da produção até o


consumo;
Ø Circulação: mudança de titularidade do bem (não a mera
movimentação física;
Ø Mercadoria: coisa móvel com aptidão ao comércio (somente aquelas
adquiridas para revenda ou venda);
Ø Em regra, devido na origem, isto é, no Estado em que a operação
mercantil se dá – onde está localizado o estabelecimento industrial,
comercial ou produtor, de onde a mercadoria sai, por força de uma
operação mercantil realizada, sendo irrelevante se o destinatário está
situado no mesmo ou em outro Estado;
Ø Operação mercantil “se iniciando no exterior”: inverte-se a diretriz,
sendo devido onde estiver localizado o destinatário final da mercadoria;

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• Serviços de transporte interestadual e intermunicipal

Ø Serviços de transportes dentro do território do Município estão fora do


campo de incidência do ICMS;
Ø A materialidade diz com a prestação de tais serviços a terceiro, sob
regime de direito privado, com objetivo de lucro;
Ø Serviços gratuitos não geram incidência;
Ø Por qualquer meio: art. 2, II, LC 87/96 (possibilidade de incidência do
imposto sobre serviço de transporte aéreo).

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• Serviços de comunicação

Ø Art 2., III, LC 87/96;


Ø O que se tributa é a prestação onerosa de serviços de
comunicação (ex: serviços de telefonia);

• Lei complementar (art. 155, § 2º, XII, a, CF)

Ø Contribuintes;
Ø Substituição tributária;
Ø Compensação;
Ø Local das operações.

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• Base de cálculo

Ø Valor da operação, em se tratando de operação de circulação de


mercadoria;
Ø O preço do serviço, em se tratando de transporte e de
comunicação;

• Alíquotas

Ø Art. 155, § 2º, IV e V CF;


Ø No estabelecimento de alíquotas, os Estados devem observar o
que dispõe o Senado Federal, que deverá fixar alíquotas
mínimas ou máximas, por meio de resoluções.

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Ø Alíquotas interna e interestadual

Ø Operações intraestaduais: ICMS compete ao Estado em que realizou a


operação;
Ø Operações de importação: cabe ao Estado do estabelecimento
destinatário da mercadoria ou do serviço, mesmo que o bem haja
ingressado no território nacional por Estado diverso do destinatário;
Ø Operações interestaduais: depende da atividade exercida pelo
destinatário (consumidor final) da mercadoria – se contribuinte ou não
Ø Consumidor pessoa física (não contribuinte) – deverá ser calculado pela alíquota
interna do estado de origem;
Ø Destinatário pessoa jurídica (contribuinte) – caberá aos Estados de origem e destino,
incidindo duas vezes: cobra-se o imposto no Estado de origem pela alíquota
interestadual e cobra-se o imposto no Estado de destino pela diferença entre a alíquota
interna (Estado de destino) e a alíquota interestadual.

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• Sujeito passivo (art. 4, LC n. 87/96)

Ø Pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias;


Ø Importadores de bens de qualquer natureza;
Ø Prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;
Ø Prestadores de serviços de comunicação;
Ø Possibilidade de figurar no polo passivo da relação jurídica o responsável
tributário;

• Critério espacial

Ø Específico: o local onde a operação se iniciou, no caso de circulação de


mercadorias, ou onde se iniciou a prestação do serviço.

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• Substituição tributária progressiva ou “para frente”

Ø Escolha de uma terceira pessoa para recolher o tributo antes da ocorrência


do fato gerador, em uma nítida antecipação de recolhimento perante um
fato gerador presumido;
Ø Ex: a saída do veículo produzido na indústria automobilística em direção à
concessionária (o fato gerador ocorrerá em momento ulterior, com a venda
do veículo na concessionária, porém o ICMS é recolhido antes da
ocorrência do fato imponível);

• Substituição tributária regressiva ou “para trás”

Ø Marcada pela ocorrência do fato gerador em um momento anterior ao


pagamento do tributo, cuja efetivação fica postergada (diferimento);
Ø Pagamento pelo contribuinte de fato e não pelo contribuinte de direito.

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IMPOSTO SOBRE PRESTAÇÕES DE
SERVIÇOS DE QUALQUER
NATUREZA(ISS)

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ISS

“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


(…)
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,
cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior;
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.”

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• Aspecto material: serviços não compreendidos no art. 155, II,
CF
Ø Serviço de qualquer natureza: conceito de direito privado (art. 593 e
594 CC) – obrigação de fazer;
Ø Serviço tributável: por exclusão (afasta serviços públicos, serviços não
onerosos; prestados em beneficio próprio, serviços prestados em
decorrência de relação de emprego);

• Prestação de utilidade de qualquer natureza a terceiro,


efetuada em caráter oneroso, sob regime de direito privado, e
que não configure relação de emprego
Ø Fato gerador: prestação de serviços, por empresa ou profissional
autônomo, com ou sem estabelecimento fixo;
Ø Ver lista anexa à Lei Complementar 116/2013.

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• Caberá a lei complementar
Ø Definição dos serviços tributáveis;
Ø Fixação de suas alíquotas máximas e mínimas;
Ø Exclusão de sua incidência das exportações de serviços para o exterior;
Ø Regulação da forma e das condições como isenções, incentivos e benefícios
fiscais serão concedidos ou revogados;

• Critério espacial: local do estabelecimento prestador do serviço,


assim entendido onde “o contribuinte desenvolva a atividade de
prestar serviços de modo permanente ou temporário, (...)”- art. 3,
LC 116/2003;

• Nascimento da obrigação tributária: consiste no momento em que


se aperfeiçoa a prestação do serviço (efetiva prestação remunerada
de serviços a terceiros e não a mera contratação).

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• Sujeito passivo:
Ø Contribuinte: prestador do serviço (empresa ou profissional autônomo com
ou sem estabelecimento fixo – art. 5 LC 116/2003);
Ø Não serão considerados contribuintes: os que prestam serviços em relação
de emprego, trabalhadores avulsos e os diretores e membros de Conselhos
Consultivo ou Fiscal de Sociedades;

• Trabalhador autônomo ≠ trabalhador avulso


Ø Trabalhador autônomo: presta serviços por sua própria conta, sem
subordinação;
Ø Trabalhador avulso: presta serviços com intermediação do sindicato ou
presta serviços na dependência daquele para quem trabalha (natureza
eventual).

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• Base de cálculo: preço do serviço prestado (art. 7 LC 116/2003)
Ø ISS fixo: cálculo será realizado a partir de um único valor pago
periodicamente;

• Alíquotas: fixas ou proporcionais de acordo com as


características do sujeito passivo

• Para que os Municípios possam cobrar o ISS dos prestadores de


serviços, devem instituí-lo por meio de lei ordinária própria, que
poderá adotar todos os itens da Lista de Serviços anexa à LC ou
apenas alguns deles.

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