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Introdução a contabilidade

tributária
AULA 1
DIREITO TRIBUTÁRIO
• O direito tributário regula a atividade
financeira do Estado, no que pertine a
tributação.
• Já o direito financeiro regula toda a atividade
financeira do Estado, menos a que se refere a
tributação.
CONCEITO DE TRIBUTO
• Tributo é toda prestação : objeto da obrigação
tributária é o ato de prestar, ou seja, realizar o
pagamento;

• Pecuniária: pecúnia significa dinheiro. Então


tributo é uma prestação em dinheiro (como regra);
• Compulsória: obrigatoriedade e traço primordial
do tributo. Não existe uma facultatividade.
PAGAMENTO DE TRIBUTOS
• Em moeda ou cujo valor se possa exprimir: em
regra o tributo deve ser pago em dinheiro-
moeda corrente no país. Existe possibilidade
de ser pago segundo o art. 162 do CTN(Código
tributário nacional): I. em moeda corrente,
cheque ou vale postal;
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
• O CTN - Código Tributário Nacional - é a Lei norteadora, no Brasil,
da aplicabilidade dos tributos, extensão, alcance, limites, direitos
e deveres dos contribuintes, atuação dos agentes fiscalizadores e
demais normas tributárias.
• LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966

• DOU de 27 de outubro de 1966 e retificado no DOU de


31.10.1966

• Denominado Código Tributário Nacional.


TIPOS DE TRIBUTOS
• Tributo in natura: seria aquele estabelecido sem qualquer
referência a moeda. Por exemplo, um imposto sobre a
importação de computadores cuja lei instituidora
determinasse que por centena de computadores importados o
importador entregaria, a título de tributo, dez computadores.
• Tributo in labore: seria aquele instituído também sem
qualquer referência a moeda. Por exemplo, um imposto sobre
a atividade profissional cuja lei instituidora determinasse que
todo profissional liberal fosse obrigado a dar um dia de serviço
por mês à entidade tributante.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Instituída em lei (principio da legalidade): o elemento traduz
princípio inarredável no sistema democrático: o da
anterioridade da lei tributária. Para que o tributo seja
exigido legitimamente, necessário se torna que a lei o
estabeleça com antecedência ao fato que dê motivo à
cobrança exercida pelo Estado. Vale dizer, sem lei não há
tributo. O princípio acha-se traduzido em nossa constituição
– nenhum tributo será exigido, sem que a lei o estabeleça. O
art. 3.do CTN reitera o princípio da legalidade.
PRINCÍPIO DA ENTIDADE
• O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de
qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.

• Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde


com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de
sociedade ou instituição.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
• O Princípio da Continuidade pressupõe que a
Entidade continuará em operação no futuro e,
portanto, a mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimônio levam em conta
esta circunstância.
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
• O Princípio da Oportunidade refere-se ao
processo de mensuração e apresentação dos
componentes patrimoniais para produzir
informações íntegras e tempestivas.
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO
VALOR ORIGINAL
AULA 2
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL
• O Princípio do Registro pelo Valor Original determina
que os componentes do patrimônio devem ser
inicialmente registrados pelos valores originais das
transações, expressos em moeda nacional.

• Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes


patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer
variações decorrentes dos seguintes fatores:
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL
• a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes
de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na
data ou no período das demonstrações contábeis;

• b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou


equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de
caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as
correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL
• c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo
futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso
normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente,
descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário
para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

• d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem
favorecimentos; e

• e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda


nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da
expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
• O Princípio da Competência determina que os
efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou
pagamento. Parágrafo único. O Princípio da
Competência pressupõe a simultaneidade da
confrontação de receitas e de despesas
correlatas.
PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
• O Princípio da PRUDÊNCIA determina a
adoção do menor valor para os componentes
do ATIVO e do maior para os do PASSIVO,
sempre que se apresentem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido.
Conceito de tributo,imposto,taxas
e contribuições
AULA 3
TRIBUTOS
• Os tributos são o conjunto de impostos, taxas,
contribuições e empréstimos compulsórios que
formam a receita da União, Estados e
municípios. O IRPJ (Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica) é exemplo de tributo, assim
como a taxa de iluminação ou taxa do lixo
cobrada por uma prefeitura, ou ainda a CSLL
(Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido).
IMPOSTO
• Como vimos, os impostos são um tipo de tributos, e não há
uma destinação específica para os recursos obtidos por meio
de seu recolhimento. Geralmente são utilizados para o
financiamento de serviços públicos, como educação e
segurança. Eles podem incidir sobre o patrimônio (como o
IPTU e o IPVA), renda (Imposto de Renda) e consumo, como o
IPI que é cobrado dos produtores e o ICMS que é pago pelo
consumidor.
• Imposto: pagamento realizado pelo contribuinte para custear a
máquina pública, isto é, gerar compor o orçamento do Estado.
TAXAS
• As taxas são os valores cobrados do
contribuinte por um serviço prestado pelo
poder público, como a taxa de lixo urbano ou
a taxa para a confecção do passaporte.
• Taxa: é a cobrança que a administração faz em
troca de algum serviço público. Neste caso, há
um destino certo para a aplicação do dinheiro.
CONTRIBUIÇÕES
• Podem ser de dois tipos: de melhoria ou especiais. No
primeiro caso estão as contribuições cobradas em uma
situação que representa um benefício ao contribuinte, como
uma obra pública que valorizou seu imóvel.
• Já as contribuições especiais são cobradas quando há uma
destinação específica para um determinado grupo, como o
PIS (Programa de Integração Social) e PASEP (Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público), que são
direcionados a um fundo dos trabalhadores do setor privado
e público.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
• Além desses tributos, previstos no Código
Tributário Brasileiro, existe o empréstimo
compulsório, que foi acrescentado pelo Supremo
Tribunal Federal. Essa modalidade é uma espécie
de tomada de dinheiro, a título de empréstimo,
que o Governo faz em determinadas situações
de emergência, para futuramente restituí-lo ao
cidadão. Somente a União pode determiná-lo.
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS-INFRA
TRANSCRITA
•  PIS (Programa de Integração Social) PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público);
•  Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;
•  Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.
•  Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho - SAT;
•  Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa - Sebrae -( Lei 8.029/90);
•  Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial - SENAC - Decreto (Lei 8.621/46);
•  Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial - SENAI (Lei 4.048/42);
•  Contribuição ao Serviço Social da Indústria - SESI (Lei 9.403/46);
•  Contribuição ao Serviço Social do Comércio - SESC (Lei 9.853/46 );
•  Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo - SESCOOP(MP 1.715-2/98);
•  Contribuição ao Serviço Social dos Transportes - SEST (Lei 8.706/93);
•  Contribuição Confederativa Laboral - dos empregados;
•  Contribuição Confederativa Patronal- das empresas;
•  Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis (Lei 10.336/01);
•  Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas Exterior (Lei 10.168/00).
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
• Por fim, prevê o artigo 15 do CTN que somente
a União, excepcionalmente, pode instituir
empréstimos compulsórios. São os casos de:
guerra externa, ou sua iminência; calamidade
pública que exija auxílio federal impossível de
atender com os recursos orçamentários
disponíveis; conjuntura que exija a absorção
temporária de poder aquisitivo.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
• 1. Contribuição para o PIS
• 2. Contribuição para o financiamento da seguridade social -
COFINS
• 3. Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
• 4. Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços -
ICMS
• 5. Imposto de Renda Pessoa jurídica - IRPJ
• 6. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido- CSLL
• 7. Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza - ISS
COMPETÊNCIA E CAPACIDADE
TRIBUTÁRIA
AULA 4
TRIBUTO COMO RECEITA DERIVADA
• Pela lei de 17/03/1964 (que institui normas gerais de
direito financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal), o tributo é uma receita
derivada pelas entidades de direito publico,
compreendendo os impostos, as taxas e contribuições,
nos termos da CF das leis vigentes em matéria financeira,
destinando-se o seu produto ao custeio de atividades
gerais ou especificas exercidas por essas entidades.
RECEITA ORIGINÁRIA
• (também conhecidas como receitas imediatas,
patrimoniais, de domínio privado, de economia
privada ou receitas de direito privado): são aquelas
que o Estado aufere de suas próprias fontes de
riqueza, seja em razão de seu patrimônio rendoso,
ou do exercício de uma indústria ou de um
comercio . são denominadas de originarias, porque
tem origem no próprio patrimônio do Estado.
RECEITA DERIVADA
• Também conhecidas como receitas mediatas, receitas não
patrimoniais, receitas de direito publico, receitas de
economia publica ou receitas tributarias) são aquelas que o
Estado aufere do patrimônio dos indivíduos da comunidade,
seja em decorrência de ordem política, de determinação
legal ou da vontade de terceiros, são receitas oriundas de
transferências monetárias que terceiros efetuam,
coercitivamente ou não em favor do Estado. A maioria
dessas receitas são provenientes da utilização pelo Estado,
de seu poder fiscal.
COMPETÊNCIA E CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
• A competência tributária envolve não só o poder de fiscalizar e cobrar tributos, mas tambem o de legislar a
respeito.

• Não tem competência tributária o ente público desprovido de poder legislativo.

• Assim, a competência tributária, em estrito sentido legal, pertence exclusivamente à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.

• A capacidade tributária é um outro conceito, que envolve apenas a fiscalização e a cobrança, por delegação, sem
poder de legislar. Nesse caso está, por exemplo, o INSS.

• A atribuição de arrecadar tributos a pessoa de direito privado não constitui delegação, mas apenas uma relação
contratual (CTN, art. 7°, § 3°).

• A competência é privativa quando pertence a uma só entidade, como no caso do ISS, que é atribuído aos
Municípios. É comum quando pertinente a todas as entidades, como é o caso das taxas e contribuições de
meloria, dentro da área de atuação de cada uma.
COMPETÊNCIA E CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
• A competência é concorrente quando atribuída aos Municípios, aos Estados e à União, ficando esta com
o direito de editar as normas gerais e os outros entes, as normas suplementares.
• Na omissão da União, podem os outros entres públicos editar também as normas gerais, válidas
enquantoperdurar referida omissão (CF, art. 24, §§ 3° e 4°).
• Competência residual é a faculdade, dada à União, de criar outros impostos, por lei complementar, além
dos previstos no art. 153 da Constituição federal, desde que não-cumulativos e com fato gerador
diverso dos impostos existentes (CF, art. 1254, I).
• Competência extraordinária é a referente a impostos que podem ser criados pela União, no caso de
gerra (CF, art. 154, II).
• COMPETÊNCIA:
• 1 - Privativa;
• 2 - Comum;
• 3 - Concorrente;
• 4 - Residual;
• 5 - Extraordinária.
CONCEITO DE TRIBUTO
• O Código Tributário Nacional define como
tributo "toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa
plenamente vinculada".
FUNÇÕES DOS TRIBUTOS
• 1º. Função Fiscal, quando seu objetivo principal é a
arrecadação de recursos financeiros para o Estado;
• 2º. Função Extrafiscal, quando seu objetivo principal é a
interferência no domínio econômico, buscando um efeito
diverso da simples arrecadação de recursos financeiros;
• 3º. Função Parafiscal, quando seu objetivo é a
arrecadação de recursos para o custeio de atividades que,
em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas
que este as desenvolve através de entidades específicas.
IMPOSTOS FEDERAIS,ESTADUAIS
E MUNICIPAIS
AULA 5
IMPOSTOS FEDERAIS
•  Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou
nacionalizados – IE;
•  Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros – II;
•  Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF;
•  Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;
•  Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza
– IR;
•  Imposto Territorial Rural – ITR.
IMPOSTOS ESTADUAIS
•  Imposto sobre operações relativas à Circulação
de Mercadorias e prestação de Serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação – ICMS;
•  Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores – IPVA;
•  Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e
Doações de Qualquer Bem ou Direito – ITCMD;
IMPOSTOS MUNICIPAIS
•  Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial
Urbana - IPTU;
•  Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS;
•  Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens e
Imóveis e de direitos reais a eles relativos – ITBI.
•  Há também o Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF
que, apesar de previsto na Constituição, está ocioso,
aguardando lei complementar que o regule.
TAXAS
•  Taxa de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários - CVM
(Lei 7.940/89);
•  Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar -
TAFIC (MP 233/04, art. 12);
•  Taxa de Licenciamento Anual de Veículo;
•  Taxa de Utilização do MERCANTE - decreto 5.324/04;
•  Taxa de Utilização do SISCOMEX;
•  Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica -
CADE (Lei 9.718/98);
•  Taxas do Registro do Comércio - Juntas Comerciais.
ICMS
• ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação

• Legislação aplicável

• O ICMS é um tributo de competência estadual, previsto no artigo 1 55, II, da


Constituição.
• Cada estado, portanto, tem uma legislação distinta disciplinando o imposto, que, por
sua vez, é condicionada por regras previstas em lei complementar federal, editada na
forma do artigo 1 55, §2.°, XII, da Constituição. Atualmente, tais regras estão
previstas na Lei Complementar 87/96, também conhecida como "Lei Kandir"4.
ICMS
•  Operações relativas à circulação de mercadorias;
•  Prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal;
•  Prestação onerosa de serviços de comunicação;
•  Importação de bens e mercadorias;
•  Sobre a produção, importação, circulação, distribuição
ou consumo de petróleo, inclusive lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, minerais
e energia elétrica.
FATO GERADOR DO ICMS
• De acordo com o artigo 12 da Lei Complementar 87/96, considera-se
ocorrido o fato gerador no momento:
•  Da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte;
•  Do início da prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal;
•  Das prestações onerosas de serviços de comunicação;
•  Do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do
exterior;
•  Da entrada no território do estado de lubrificantes e combustíveis líquidos
e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro estado,
quando não destinados à comercialização ou à industrialização;
ICMS
• O ICMS é um tributo plurifásico, que incide sobre o
preço bruto da mercadoria em todas as fases de
circulação econômica, desde a produção até o
consumo final. Essa característica faz com que o
imposto onere a parcela já tributada nas operações
anteriores, gerando o chamado efeito "cascata" da
tributação. Devido a ele, uma alíquota de 5%, após
cinco operações sucessivas, pode implicar uma carga
total de até 25% (BALEEIRO, 2001, p. 392).
ICMS
• Para evitar os efeitos prejudiciais da tributação
em cascata, a Constituição estabelece que o ICMS
(art. 155, §2.°, l) deverá ser não-cumulativo:

• Art. 155. [...]


• §2.° O imposto previsto no inciso II atenderá ao
seguinte:
ICMS
• 1 - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em
cada operação relativa à circulação de mercadorias ou
prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores
pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.

• A não-cumulatidade do ICMS é operacionalizada através de


um sistema de abatimentos ou de deduções, no qual o
contribuinte credita o valor do imposto incidente na operação
anterior (entradas), descontando-o do valor a pagar na
operação seguinte (saídas) (CARRAZZA, 205, p. 208).
ICMS
• Em razão da não-cumulatividade, um
comerciante d celulares que comprou 100
aparelhos por um preço de custo de R$
500,00, sujeito a 17% de ICMS, ao vendê-los
por R$ 700,00 cada, pagará R$ 3.400,00 de
imposto , ao invés de R$ 11.900,00 se o
tributo fosse cobrado em “cascata”.
ICMS
• As alíquotas do ICMS são variáveis em função da
legislação de cada Estado e do Distrito Federal. Em
geral, variam de 12% a 17% nas vendas de
mercadorias e 25% a 30% nos serviços de
telecomunicações e no fornecimento de energia
elétrica. Há casos, no entanto, em que é possível
encontrar situações especiais, em que determinadas
mercadorias ou serviços estão submetidos a alíquotas
inferiores.
IPI-Imposto sobre Produtos Industrializados

• O IPI é um tributo de competência federal, previsto no


artigo 155, II, da Constituição - é disciplinado pelo
Código Tributário Nacional (arts. 46 e ss.), pela Lei
Federal 4.502/1964, pelo Decreto-Lei 34/66 e outras
leis federais específicas, consolidadas no Decreto
4.544/2002 (Regulamento do IPI - RIPI). As alíquotas
do imposto, por sua vez, são previstas no Decreto
6.006/2006, que aprova a Tabela de Incidência do
Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).
IPI-INCIDÊNCIAS
•  Operações com produtos industrializados
(negócios jurídicos que impliquem a mudança
da posse ou da propriedade de produtos
industrializados)6 (VIEIRA, 1993, p. 74-75) ou
transferência onerosa (venda) de produto
industrializado (CARVALHO, 2003, p. 50.);
•  A importação de produtos industrializados
(IPI-Importação).
CARACTERÍSTICAS DE PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS
• Art. 3. ° Produto industrializado é o resultante de qualquer
operação definida neste Regulamento como industrialização,
mesmo incompleta, parcial ou intermediária.

• Art. 4. ° Caracteriza industrialização qualquer operação que


modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a
apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe
para consumo, tal como (Lei 4.502, de 1964, art. 3.°,
parágrafo único, e Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966, art.
46, parágrafo único).
INCIDÊNCIA DO IPI
• A hipótese de incidência do IPI considera-se
ocorrida, nos termos do artigo 46 do
• Código Tributário Nacional e do artigo 34 do RIPI:

•  Com a saída do produto industrializado do


estabelecimento produtor;
•  No momento do desembaraço aduaneiro, no IPI
incidente na importação.
Não-cumulatividade do IPI
• Para evitar o efeito em cascata da tributação,
a Constituição estabelece que o IPI será não-
cumulativo, o que significa que o contribuinte,
a exemplo do que ocorre com o ICMS, pode
compensar o que for devido em cada
operação com o montante do imposto
cobrado nas anteriores (art. 153, §3.°, II).
OUTRAS INCIDÊNCIAS DO IPI
• As alíquotas do IPI são previstas no Decreto
6.006/2006, que aprova a Tabela de Incidência
do Imposto sobre Produtos Industrializados
(TIPI). Em geral, por força do princípio da
seletividade8 (CF, art. 153, §3.°), variam de
zero, 5%, 10%, 20%, 45 %, 60% e até 330%,
conforme a natureza e a essencialidade do
produto.
ISS-Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza
• Sendo um tributo de competência municipal, o Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza, conhecido apenas
como ISS ou ISSQN, está submetido a legislações
distintas em cada um dos 5 561 municípios brasileiros.
• Atualmente, está em vigora Lei Complementar 116, de
31 de julho de 2003, que, ao lado do Decreto-Lei 406, de
31 de dezembro de 1968, estabelece, entre outras
matérias, normas gerais e os serviços tributáveis pelo ISS.
FATO GERADOR DO ISS
• A materialidade da hipótese de incidência ou fato gerador do ISS -
fato que, nos termos da lei, deve ocorrer para que o imposto se
torne devido - decorre do artigo 156, III, da Constituição, e está
prevista no artigo 1.° da Lei Complementar 116/2003, que assim
estabelece:

• Art. 1.° O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de


competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato
gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que
esses não se constituam como atividade preponderante do
prestador.
FATO GERADOR - ISS
• Antes de iniciar o recolhimento do ISS,
portanto, o empresário e o administrador
devem buscar um assessoramento jurídico
especializado, visando determinar se o
enquadramento da atividade da empresa não
está sendo objeto de questionamentos
• judiciais.
ALÍQUOTA DO ISS
• O ISS tem sua alíquota definida pela lei municipal
competente, observado, no entanto, os parâmetros
no artigo 8.°, II, da Lei Complementar 116/2003 e
no artigo 88, l, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, que estabelecem
alíquotas máxima de 5% e mínima de 2%. Nenhum
município, portanto, pode adotar alíquotas
superiores ou inferiores a esses parâmetros.
ISS-CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A base de cálculo, por sua vez, é o preço do serviço, ou seja, a remuneração


cobrada pelo prestador (Lei Complementar 116/2003, art. 7. °).

• O contribuinte do imposto, de acordo com a legislação complementar, é o


prestador do serviço (art. 5.°}. Os municípios, no entanto, através de leis
locais, podem estabelecer hipóteses de responsabilidade tributária (art. 6.°).

• Em regra, o sujeito ativo ou credor da obrigação tributária, ressalvadas as


exceções previstas nos incisos l a XXII do artigo 3.° da Lei Complementar
116/2003, é o município do local do estabelecimento prestador.
LIVROS FISCAIS-ESCRITURAÇÃO

AULA 6
LIVROS FISCAIS-ESCRITURAÇÃO
• Salvo legislação especial, o contribuinte do ICMS deverá manter, em cada
estabelecimento, conforme as operações ou prestações que realizar, os seguintes livros
fiscais (art. 51, Convênio SINIEF s/nº, de 15.12.70, art. 63, e Convênio SINIEF 6/89, art. 87):
• I - Registro de Entradas, modelo 1;
• II - Registro de Entradas, modelo 1-A;
• III - Registro de Saídas, modelo 2;
• IV - Registro de Saídas, modelo 2-A;
• V - Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3;
• VI - Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5;
• VII - Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, modelo 6;
• VIII - Registro de Inventário, modelo 7;
• IX - Registro de Apuração do ICMS, modelo 9;
• X - Movimentação de Combustíveis.
LIVROS FISCAIS
• Os livros Registro de Entradas, modelo 1, e Registro
de Saídas, modelo 2, serão utilizados por
contribuinte sujeito, simultaneamente, à legislação
do Imposto sobre Produtos Industrializados e do
ICMS.
• Os livros Registro de Entradas, modelo 1-A, e
Registro de Saídas, modelo 2-A, serão utilizados por
contribuinte sujeito apenas à legislação do ICMS.
LIVROS FISCAIS
• O livro Registro de Controle da Produção e do
Estoque, modelo 3, será utilizado por
estabelecimento industrial ou a ele
equiparado pela legislação federal, e por
atacadista, podendo, a critério do Fisco, ser
exigido de estabelecimento de contribuinte de
outro setor, com as adaptações necessárias.
LIVROS FISCAIS
• O livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais,
modelo 5, será utilizado por estabelecimento que
confeccionar impressos de documentos fiscais para
terceiro ou para uso próprio.
• Os livros Registro de Utilização de Documentos Fiscais e
Termos de Ocorrências, modelo 6, Registro de
Inventário, modelo 7, e Registro de Apuração do ICMS,
modelo 9, serão utilizados por todos os
estabelecimentos.
LIVROS FISCAIS
• É facultado ao contribuinte acrescentar, nos
livros fiscais, indicações de seu interesse, desde
que não lhes prejudiquem a clareza.
• As disposições acima não se aplica a produtor
não equiparado a comerciante ou industrial, que
deverá registrar as operações na forma
estabelecida pela Secretaria de Fazenda
Estadual.
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA

• O IRPJ é um tributo federal, previsto no artigo


153, III, da Constituição, disciplinado pelos
artigos 45 e seguintes do Código Tributário
Nacional e por leis ordinárias esparsas,
consolidadas no Decreto 3.000/1999
(Regulamento do IR - RIR).
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ
• Escolha entre os regime de apuração

• A legislação prevê três regimes básicos de tributação


do IRPJ:

• 1. O lucro real;
• 2. O lucro presumido; e
• 3. O lucro arbitrado.
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO
PRESUMIDO
• O lucro presumido é uma modalidade simplificada de tributação
da renda, na qual o imposto é calculado com base em um
percentual da receita bruta, sem dedução de custos ou despesas.
• Trata-se de uma opção do contribuinte, que pode ser adotada
pelas pessoas jurídicas não obrigadas à tributação pelo lucro real,
desde que, no ano-calendário anterior, tenham auferido receita
bruta total igual ou inferior a R$48.000.000,00 ou a
R$4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses em atividade
no ano-calendário anterior (Lei Federal 10.637/2002, art. 46; Lei
Federal 9.718/98, art. 13; RIR, art.516).
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO
PRESUMIDO
• A opção pelo regime é exercida mediante pagamento da
primeira ou única quota do imposto devido, que é de
periodicidade trimestral, com encerramento nos dias 31 de
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de
cada ano-calendário (Lei Federal 9.430/1996, arts. 1 ° e 25;
art. 26, §1 °).
• A base de cálculo (o lucro presumido), por sua vez, deve
corresponder a 8% da receita bruta auferida no período de
apuração, salvo nas seguintes atividades (RIR, arts. 518 e
519) que estão sujeitas a percentuais especiais:
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO
PRESUMIDO
•  Revenda, para consumo, de combustível derivado de
petróleo, álcool etílico carburante e gás natural: 1,6%;
•  Prestação de serviço de transporte, exceto o de
carga: 16%;
•  Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços
hospitalares; intermediação de negócios;
administração, locação ou cessão de bens, imóveis e
móveis e direitos de qualquer natureza: 32%.
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO REAL

• O regime de tributação pelo lucro real é obrigatório para as seguintes pessoas


jurídicas (RIR, art. 246):

•  Com receita total, no ano-calendário anterior, superior ao limite de


R$48.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período, quando
inferior a doze meses;
•  Bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento,
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores
mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas
de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO REAL

•  Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do


exterior;
•  Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios
fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
•  Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento
mensal pelo regime de estimativa;
•  Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito,
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,
compras de direitos creditórios resultante de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring).
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO REAL

• O lucro real, por sua vez, é o lucro líquido da pessoa jurídica, apurado de
acordo com as regras da legislação comercial, ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação
tributária, o que também poder ser designado lucro líquido ajustado
(Decreto-Lei 1.598/77, art. 6.°; Lei 8.981/95, art. 37, §1.°; RIR, art. 247).

• O lucro líquido resulta da soma algébrica do lucro operacional (o


resultado das atividades, principais ou acessórias, que constituam objeto
da pessoa jurídica), dos resultados não-operacionais e das participações
(Decreto-Lei 1.598/1977, art. 6.°, §1.°; Lei 7.450/85, art. 18;
Lei .249/1995, art.4°; RIR, art. 248).
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO REAL

• No lucro real, além dos custos, admite-se a dedução de despesas


operacionais (RIR, art. 299) consideradas usuais ou normais, necessárias à
atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, ou
seja, pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações
exigidas pela atividade da empresa. Admite-se também a dedução dos
tributos, desde que não se encontrem com exigibilidade suspensa (RIR, art.
344), salvo:

• a) O valor da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido); e


• b) Multas por infrações fiscais, ressalvas as de natureza compensatória ou
impostas por infrações não decorrentes da falta ou insuficiência de
pagamento de tributo (RIR, art. 344, §5.°).
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO
ARBITRADO
• O lucro arbitrado constitui uma hipótese excepcional de cálculo do imposto, aplicável
• sempre que (RIR, art. 530):

•  O contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis
comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;

•  A escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros
ou deficiências que a tornem imprestável para: identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
determinar o lucro real;

•  O contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e


fiscal, ou o Livro Caixa (RIR, art. 527, parágrafo único);

•  O contribuinte opta indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;

•  O comissário ou o representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua
atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior (RIR, art. 398);
REGIME DE APURAÇÃO DO IRPJ-LUCRO
ARBITRADO
•  O contribuinte não mantiver em boa ordem e segundo as
normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas
utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os
lançamentos efetuados no Diário.

• O lucro arbitrado, quando conhecida a receita bruta da


pessoa jurídica, será determinado a partir da aplicação dos
mesmos percentuais previstos para fins de apuração do lucro
presumido, acrescidos de 20% (Lei 9.249/95, art. 16; Lei
9.430/96, art. 27, l; RIR, arts. 532).
FGTS
• A contribuição adicional ao FGTS é disciplinada pela Lei
Complementar 110/2001; é devida pelos empregadores:

•  Em caso de despedida de empregado sem justa causa,


com alíquota de 10% calculada sobre o montante dos
depósitos do FGTS, durante a vigência do contrato de
trabalho;
•  Mensalmente, com alíquota de 0,5% calculada sobre a
remuneração devida, no mês anterior, a cada trabalhador.
CSLL-Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido Legislação aplicável
• A CSLL é prevista no artigo 195, l, "c", da Constituição Federal, e
disciplinada pelas Leis Federais 7.689/88,8.034/90 e alterações
posteriores.

• Regime de incidência

• A CSLL constitui uma espécie de adicional do Imposto sobre a Renda


das Pessoas Jurídicas (IRPJ), com alíquota de 9% para as empresas em
geral. Assim como este, a contribuição está submetida ao regime do
lucro real, presumido e arbitrado, de acordo com as mesmas regras de
aplicabilidade previstas para o IRPJ.
PIS PASEP
• A contribuição ao PIS foi instituída pela Lei Complementar 07/70
como forma de financiamento de um Programa de Integração
Social voltado à promoção da integração do empregado na vida e
desenvolvimento das empresas. Atualmente, após a Constituição
Federal de 1988 (art. 239), o produto de sua arrecadação é
destinado ao financiamento do Programa de Seguro-
Desemprego, ao Abono Salarial e Programas de Desenvolvimento
Econômico, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social. Atualmente, está disciplinado, entre outras,
pelas Leis Federais 9.715/98,10.637/2002,10.833/2003.
PIS PASEP
• O PIS/Pasep, na verdade, é um adicional da Cofins sujeito,
via de regra, ao mesmo regime de incidência desta, com
as seguintes alíquotas:

• 1. PIS/Pasep cumulativo incidente sobre o faturamento:


0,65%;
• 2. PIS/Pasep não-cumulativo incidente sobre a receita
bruta: 1,65%; ,,
• 3. PIS/Pasep-importação: 1,65%.
Cofins - Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social
• Cofins cumulativa incidente sobre o faturamento

• Legislação aplicável

• A Cofins cumulativa é tributo federal previsto no artigo


195, l, "b", da Constituição, disciplinado pela Lei
Complementar 70/91, pela Lei Federal 9.718/98, pela
Medida Provisória 2.158-35/2001 e pelo Decreto
4.524/2002.
Cofins - Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social
• A alíquota da contribuição é de 3%.

• Base de cálculo

• A base de cálculo é a soma da receita bruta das vendas de


mercadorias e serviços de qualquer natureza (faturamento),
com exclusão do valor do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), das vendas canceladas, devolvidas e dos
descontos incondicionais (Lei Complementar 70/91, art. 2.°,
parágrafo único).
SUPER SIMPLES
• O "Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional" substitui os seguintes
impostos e contribuições (art. 13):

• 1. Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;


• 2. Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI;
• 3. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
• 4. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins;
• 5. Contribuição para o PIS/Pasep;
• 6. Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, incidente sobre a folha de
salário e demais rendimentos do trabalho, incluindo SAT;
• 7. Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;
• 8. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.
SIMPLES NACIONAL
• O valor do tributo devido mensalmente pela empresa
optante do Simples é calculado em função da natureza
da atividade exercida e da receita bruta auferida nos
últimos 12 meses anteriores ao período de apuração, de
acordo com as tabelas previstas nos Anexos I a V da Lei
Complementar 123/20061. Estas estabelecem alíquotas
- variáveis de 4% a 11,61% (para o comércio), de 4,5% a
12,11% (para a indústria) e 6% a 17,42% (para serviços e
locação de bens móveis), nos seguintes termos:
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

AULA 7
• Relevância do tema:
Situação atual de insegurança jurídica quanto às
hipóteses e limites na desconsideração de negócios
realizados pelo contribuinte.

• Conceitos demasiadamente vagos:


• Dolo
• Fraude
• Simulação
• Dissimulação
• Fraude à lei
• Abuso do direito
• Abuso da forma
• Elisão fiscal: é lícita, consistindo na escolha de
formas de direito mediante as quais não se dá a
efetivação do fato tributário, e, consequentemente,
impedindo o nascimento da relação jurídica.

• Evasão fiscal: decorre de operações simuladas em


que, ocorrido o fato tributário, pretende-se ocultá-lo,
mascarando o negócio praticado.

• Elusão fiscal: apesar de a conduta do contribuinte


não ser ilícita, dá-se por forma atípica ou artificiosa
para reduzir a carga tributária. (Não seria espécie de
evasão?)
• Dolo
Art. 145, Código Civil:

“São os negócios jurídicos anuláveis por dolo,


quando este for a sua causa.”
• Fraude absoluta: simulação (Art. 167, Código Civil)

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas


subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos
quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a
pessoas diversas daquelas às quais realmente se
conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou
cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados,
ou pós- datados.
• Fraude relativa: dissimulação

Art. 167 do Código Civil, caput:

“É nulo o negócio jurídico simulado, mas


subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.”
• Fraude à lei

É ato que tem por finalidade violar norma


cogente (proibitiva ou impositiva)

ou a finalidade almejada pela norma jurídica.


(???)
• Abuso de direito
Art. 187, Código Civil

“Também comete ato ilícito o titular de um


direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.”
• Abuso de forma

Emprego de forma negocial lícita para atingir


finalidade negocial diversa (substância).

Negócio jurídico indireto: os sujeitos elegem


uma forma negocial que permite obter
resultado equivalente ao que se obteria caso
realizasse o negócio jurídico na forma usual.
• Critérios adotados:
• legalidade e tipicidade X conteúdo econômico do ato
• liberdade negocial X abuso de direito ou fraude à lei
• licitude da operação X abuso de forma
• propósito negocial X intenção de economia de
tributo

VERDADE X MENTIRA
Que verdade é essa?
 Podemos falar em ilícitos atípicos?

Ilícitos típicos: seriam condutas contrárias a uma regra.

Ilícitos atípicos: seriam condutas contrárias a princípios, que


fundamentam as regras.
(Manuel Atienza e Juan Ruiz Manero)

Então: qualquer signo presuntivo de riqueza pode ser tributado,


pois manifesta capacidade contributiva?
DIREITO x ECONOMIA

Direito como sistema autopoiético


Nada ingressa no sistema do direito que não seja
pelo modo por ele próprio prescrito: a forma
normativa
SS
SS

SJSS
CJ
Segurança jurídica no sistema autopoiético

Os assuntos hão de ser tratados exclusivamente de


acordo com o código do direito (lícito/ilícito).

Sem norma, um fato não adquire qualificação de fato


jurídico:
fato social  fato econômico  fato jurídico

Ex: proibição de prova ilícita (art. 5º, LVI, da CF/88) –


não se apresenta como fato para o direito se sua
produção deixou de observar prescrições jurídicas.
Estrita legalidade e tipicidade tributária

• Qualquer das pessoas políticas de direito


constitucional interno somente poderá instituir
tributos ou aumentar os existentes mediante lei.

• A lei adventícia deve trazer, no seu bojo, os elementos


descritores do fato jurídico e os dados prescritores da
relação obrigacional.

• A tipicidade tributária significa a exata adequação do


fato à norma, na fenomenologia da incidência
tributária.
Art. 108, § 1º , do CTN: veda o uso de analogia para exigência de
tributo não previsto em lei.

Art. 110 do CTN: veda a alteração de institutos, conceitos e formas


de direito privados utilizados pela CF na repartição de
competências.

Art. 118 do CTN: a determinação legal do fato gerador é


interpretada abstraindo-se dos efeitos dos fatos efetivamente
ocorridos.

Art. 142 do CTN: atividade vinculada da autoridade administrativa,


que deve efetuar o lançamento quando ocorrido o fato previsto em
lei.
• O sistema jurídico brasileiro não admite interpretação
econômica do fato jurídico.

• A Constituição refere-se a fatos jurídicos na repartição


das competências.
• Planejamento tributário: opção negocial feita
pelo contribuinte, no campo da licitude, com fins
de redução de tributo.

• Princípio da autonomia da vontade, que impera


no âmbito do direito privado.

• Possibilidade de desconsideração do negócio


jurídico apenas quando praticado ato ilícito para
reduzir tributo ou garantir benefício a que não
tem direito (simulação tributária excludente ou
redutiva; simulação tributária includente).
Mas e o propósito negocial?

Propósito negocial é a finalidade última


perseguida pelas partes na realização de um
negócio jurídico.
Propósito negocial: como interpretar tal exigência?

 Relevância financeira, comercial ou administrativa X


intenção de economia de tributos (critério
econômico)

 Correspondência entre a operação realizada e as


provas que sustentam essa operação: o negócio
jurídico alegado foi realmente praticado (critério
jurídico)
Conselho de Contribuintes até 2003

• Adoção do princípio da tipicidade e da estrita


legalidade – teoria de Alberto Xavier e de Antonio
Roberto Sampaio Dória.

• O cumprimento, pelo contribuinte, dos requisitos


legais previstos pela norma para determinado
negócio jurídico era suficiente para caracterizar uma
operação como lícita.
CASES DE PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO
AULA 8
Jurisprudência até 2003
Caso 1
• “INCORPORAÇÃO ATÍPICA – NEGÓCIO JURÍDICO
INDIRETO – SIMULAÇÃO RELATIVA. A incorporação de
empresa superavitária por outra deficitária, embora
atípica, não é vedada por lei, representando um
negócio jurídico indireto, na medida em que,
subjacente a uma realidade jurídica, há uma realidade
econômica não vedada (...).” (Ac nº. 103-21.047,
16/10/2002)
• Caso 2
“IRPF – GANHO DE CAPITAL – SIMULAÇÃO. Para que se
possa caracterizar a simulação, em atos jurídicos, é
indispensável que os atos praticados não pudessem
ser realizados, fosse por vedação legal ou por qualquer
outra razão. Se não existia impedimento para a
realização de aumento de capital, a efetivação de
incorporação e de cisões, tal como realizadas e cada
um dos atos praticados não é de natureza diversa
daquele que de fato aparenta, não há como qualificar-
se a operação como simulada. Os objetivos visados
com a prática dos atos não interferem na qualificação
dos atos praticados, portanto, se os atos praticados
eram lícitos, as eventuais conseqüências contrárias ao
fisco devem ser qualificadas como elisão fiscal e não
evasão ilícita.” (Ac. nº 106-09.343, 18/09/1997)
• Caso 3
“IRPJ – CSLL – SIMULAÇÃO – OPERAÇÃO DE SWAP. Para
que se possa caracterizar a simulação relativa é
indispensável que o ato praticado, que se pretende
dissimular sob o manto do ato ostensivamente
praticado, não pudesse ser realizado por vedação legal
ou qualquer outra razão. Se as partes queriam e
realizaram negócio sob a estrutura de swap para
atingir indiretamente economia de tributos não restou
caracterizada a declaração enganosa de vontade,
essencial na simulação.” (Ac. 101-93.616; 20/09/2001)
Conselho de Contribuintes a partir de 2004

O Conselho de Contribuintes vem buscando a essência dos


negócios jurídicos.
• Busca pelo propósito negocial: sob o ponto de vista
tributário, a validade do negócio jurídico está associada à
licitude do negócio no geral, e não à licitude de cada etapa
individualmente considerada.
• A economia de tributo justifica um planejamento, contanto
que respeitada a finalidade dos institutos do direito privado.
• Subsunção do fato à norma: verificação do cumprimento
dos requisitos formais e materiais para a caracterização do
negócio declarado.
Jurisprudência a partir de 2004

Incorporação às Avessas

• Caso 1
• “IRPJ – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – GLOSA DE
PREJUÍZOS – IMPROCEDÊNCIA – A denominada
“incorporação às avessas”, não proibida pelo
ordenamento, realizada entre empresas operativas e
que sempre estiveram sob controle comum, não pode
ser tipificada como operação simulada ou abusiva,
mormente quando, a par da inegável intenção de não
perda de prejuízos fiscais acumulados, teve por escopo
a busca de melhor eficiência das operações entre
ambas praticadas.” (Ac. 107-07.596)
• Caso 2
“IRPJ – “INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS” – MATÉRIA DE
PROVA – COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. A
definição legal do fato gerador é interpretada
abstraindo-se da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados. Se a documentação
acostada aos autos comprova de forma inequívoca
que a declaração de vontade expressa nos atos de
incorporação era enganosa para produzir efeito
diverso do ostensivamente indicado, a autoridade
fiscal não está jungida aos efeitos jurídicos que os
atos produziriam, mas à verdadeira repercussão
econômica dos fatos subjacentes .” (CSRF/01-02.107)
Debêntures Participativas

• Caso 3
• “DESPESAS DE DEBÊNTURES. DEDUTIBILIDADE. A dedução
das despesas decorrentes das obrigações relativas a
debêntures está condicionada, entre outras, à efetiva
captação de novos recursos financeiros inerente à emissão
desses títulos.” (AC. 103-21.543)

• Caso 4
• “DESPESAS COM REMUNERAÇÃO DE DEBÊNTURES.
Restando caracterizado o caráter de liberalidade dos
pagamentos aos sócios, decorrentes de operações
formalizadas apenas “no papel” e que transformaram lucros
distribuídos em remuneração de debêntures, consideram-se
indedutíveis as despesas contabilizadas.” (AC. 101-94.986)
• Caso 5
“DESCONSIDERAÇÃO DE ATO JURÍDICO. Devidamente
demonstrado nos autos que os atos negociais praticados deram-
se em direção contrária a norma legal, com o intuito doloso de
excluir ou modificar as características essenciais do fato gerador
da obrigação tributária (art. 149 do CTN), cabível a
desconsideração do suposto negócio jurídico realizado e a
exigência do tributo incidente sobre a real operação.
SIMULAÇÃO/DISSIMULAÇÃO – Configura-se como simulação, o
comportamento do contribuinte em que se detecta uma
inadequação ou inequivalência entre a forma jurídica sob a qual
o negócio se apresenta e a substância ou natureza do fato
gerador efetivamente realizado, ou seja, dá-se pela discrepância
entre a vontade querida pelo agente e o ato por ele praticado
para exteriorização dessa vontade, ao passo que a dissimulação
contém em seu bojo um disfarce, no qual se encontra escondida
uma operação em que o fato revelado não guarda
correspondência com a efetiva realidade, ou melhor, dissimular é
encobrir o que é.” (Ac. 101-94.771)
IOF em Operações de Crédito

• Caso 6
• “IOF. ABUSO DE FORMA. Se a entidade financeira
concede empréstimo, representado por Cédula de
Crédito Comercial, a concessionárias de veículos, mas de
fato o que houve foi financiamento para compra de
veículo por pessoa física, resta caracterizado o abuso de
forma com o fito de pagar menos tributo. Provado o
abuso, deve o Fisco desqualificar o negócio jurídico
original, exclusivamente para efeitos fiscais,
requalificando-o segundo a descrição normativo-
tributária pertinente à situação que foi encoberta pelo
desnaturamento da função objetiva do ato.” (Ac. 202-
15.765)
Caso 7
SIMULAÇÃO – SUBSTÂNCIA DOS ATOS – Não se
verifica a simulação quando os atos praticados são
lícitos e sua exteriorização revela coerência com os
institutos de direito privado adotados, assumindo o
contribuinte as conseqüências e ônus das formas
jurídicas por ele escolhidas, ainda que motivado
pelo objetivo de economia de imposto.” (Ac. 104-
21726)
• Caso 8
“INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADE. AMORTIZAÇÃO DE
ÁGIO NA AQUISIÇÃO DE AÇÕES. SIMULAÇÃO. A
reorganização societária, para ser legítima, deve
decorrer de atos efetivamente existentes, e não
apenas artificial e formalmente revelados em
documentação ou na escrita mercantil ou fiscal. A
caracterização dos atos como simulados, e não reais,
autoriza a glosa da amortização do ágio
contabilizado.” (Ac. 101.96.724)
Tópicos de direito tributário

AULA 9
Ementa: PRESUNÇÃO LEGAL - OMISSÃO DE RECEITAS - DEPÓSITOS
BANCÁRIOS SEM COMPROVAÇÃO DE ORIGEM - não se aplica a presunção
legal estabelecida no artigo 42 da Lei nº 9.430/1996 quando o sujeito passivo
indica a origem dos recursos em sua contabilidade e o Fisco não logra
desconstituir tais registros, bem como não afasta definitivamente a capa -
cidade probatória dos documentos apresentados para tal mister pela
recorrente. REGISTROS CONTÁBEIS - VALOR PROBANTE - a contabilidade faz
prova em favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados
por documentação hábil, cabendo à autoridade administrativa a prova da
inveracidade dos fatos registrados, salvo quando a lei atribua ao
contribuinte a produção da prova daqueles. 
Recurso Voluntário Provido.
(1º Conselho de Contribuintes. 1a. Câmara. ACÓRDÃO 101-96.402 em
19.10.2007. Publicado no DOU em: 04.03.2008)
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇAO FISCAL. IRPF, IRPJ E PIS/DEDUÇAO. LUCRO ARBITRADO. LAUDO
PERICIAL QUE ATESTA A POSSIBILIDADE DE AFERIÇAO DO LUCRO REAL. PRESTABILIDADE DOS LIVROS
CONTÁBEIS. DESCLASSIFICAÇAO DA ESCRITA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS CONCRETOS.
NULIDADE DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO.
1. Embargos à Execução que visam à desconstituição dos créditos tributários referentes a IRPF, IRPJ e PIS
/DEDUÇAO incidente sobre os rendimentos dos sócios e da empresa, a qual teve seu lucro arbitrado, por,
segundo a autuação fiscal, não ser possível a aferição do lucro real a partir dos livros contábeis da mesma,
gerando tributação reflexa do imposto de renda sobre os cotistas.
2. "Em tema de Imposto de Renda, a desclassificação da escrita somente se legitima na ausência de
elementos concretos que permitam a apuração do lucro real da empresa, não a justificando simples atraso
na escrita." (Súmula 76, do extinto TFR).
3. A prova pericial produzida nos autos atesta, expressamente, a possibilidade de apuração do lucro real
através dos livros contábeis da empresa e a prestabilidade da escrita para tal fim, inexistindo, pois, justo
motivo para desconsiderá-la.
4. A alegação de inexistência de livros auxiliares, ou não preenchimento dos mesmos, na época da
fiscalização, não prospera, eis que a Apelante não trouxe aos autos qualquer início de prova capaz de ilidir a
presunção de existência dos mesmos. (STJ, REsp nº 1.297.624 – PB, Rel. Min. Maruo Campbell Marques,
09/10/2012)
# A CONTABILIDADE: Tutela legal e princípios contábeis.

Lei 6.404/1976 (LEI DAS SAs) - Lei nº 11.941/2009.


Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e
desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos,
devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo
e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de
competência.
§ 3o  As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão,
ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e
serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores
independentes nela registrados.
(…)
§ 5o  As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que
se refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em consonância
com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos
principais mercados de valores mobiliários.        
# A CONTABILIDADE: Tutela legal e princípios contábeis.

Direito positivo:
- Lei das Sociedades Anônimas
(em especial alterações da Lei 11.638/2007 e 11.941/2009)
- Código Civil
- Legislação esparsa.

Prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Princípios de contabilidade geralmente aceitos


# A CONTABILIDADE: Tutela legal e princípios contábeis.

CÓDIGO CIVIL
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva,
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
(…)
§ 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se
refere o art. 970.

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário,
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou
eletrônica.

Balanço patrimonial
Escriturações Demonstrativo de resultado do Exercício (DRE)
obrigatórias: Livro Diário
# A CONTABILIDADE: Obrigatória x gerencial.

SOCIEDADES ANÔNIMAS

Lei das SAs


Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar,
com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes
demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a
situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no
exercício:
        I - balanço patrimonial;
        II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
        III - demonstração do resultado do exercício; e
        IV – demonstração dos fluxos de caixa; e
        V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
       
# A CONTABILIDADE: Obrigatória x gerencial.

LUCRO REAL
a) Livro Diário;
b) Livro Razão;
c) Livro para registro de inventário;
d) Livro para registro de entradas (compras);
e) Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR (e-Lalur)
f) Livro para registro permanente de estoque (atividade imobiliária)
g) Livro de Movimentação de Combustíveis, (posto revendedor)
h) Controle Fiscal Contábil de Transição - FCont (RTT).

LUCRO PRESUMIDO e SIMPLES NACIONAL


Livro Caixa
Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os
estoques existentes no término do ano-calendário;
# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO

# O “lucro real” parte do Lucro Líquido contábil: mas a


contabilidade reproduz com precisão a realidade?

# Contabilidade:
“Verdade por correspondência” ou “verdade por persuasão”?
Há “diferentes verdades contábeis oriundas de
métodos e critérios diferentes” (Alexsandro Broedel)

# E o “lucro real”: corresponde ao lucro “verdadeiro”?

“LUCRO REAL”: um rótulo que se tornou um mito.


# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO

# É possível que uma empresa tenha prejuízo contábil e


lucro fiscal, ou vice-versa?

Suponha que uma empresa, submetida à sistemática do lucro real,


tenha apurado em seu DRE prejuízo de R$ 2.000,00 no último
exercício.

A empresa pode ser cobrada pelo pagamento de IR/CSL sobre


aquele exercício?
LALUR
PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LIQUIDO DO EXERCICIO

DATA H I S T O R I C O   ADIÇÕES EXCLUSÕES


31/12/01 Multas indedutíveis:    
05/11/01 Multa de trânsito 2.000,00    
10/11/01 Multa de trânsito 2.000,00    
15/11/01 Multa de trânsito 2.000,00    
13/12/01 Multa de trânsito 2.000,00 8.000,00  
31/12/01 Despesas Indedutíveis:    
26/12/01 NF 145555, Bebidas Ltda. 2.000,00 2.000,00  
31/12/01 Dividendos recebidos:    
14/11/01 Dividendos da Cia. X 500,00    
10/12/01 Dividendos da Cia. Y 1.000,00   1.500,00
10.000,00 1.500,00
         
DEMONSTRATIVO DO LUCRO REAL
  Resultado do exercício     (2.000,00)
Adições     10.000,00
Exclusões     (1.500,00)
Lucro real     6.500,00
# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO

# Período “pré” Lei 11.638/2007.

Informações relevantes ao FISCO, desconectadas com a


realidade.

# Período “pós” Lei 11.638/2007.

Padrões internacionais de contabilidade:


substância sobre a forma.
# A NEUTRALIDADE TRIBUTÁRIA DAS ALTERAÇÕES CONTÁBEIS

Lei 11.941/09
Art. 15. Fica instituído o Regime Tributário de Transição – RTT de apuração do lucro
real, que trata dos ajustes decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis
introduzidos pela Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e pelos arts. 57 e 38
desta lei.
§ 1º O RTT vigerá até a entrada em vigor de lei que discipline os efeitos tributários
dos novos métodos e critérios contábeis, buscando a neutralidade tributária.

Art. 16. As alterações introduzidas pela Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e


pelos arts. 37 e 38 desta lei que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas,
custos e despesas computadas na apuração do lucro líquido do exercício definido no art.
191 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, não terão efeitos para fins de apuração
do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, devendo ser considerados, para fins
tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo às normas expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art.
177 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, devendo ser considerados, para fins
tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.
# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO: “pós” Lei 11.941/2009.
“INSUMOS” PARA CRÉDITO DE PIS/COFINS
Nova Contabilidade Imposto de renda

Perspectiva econômica Perspectiva jurídica

O Princípio contábil da substância sobre a forma


Primazia da “substância econômica sobre a natureza jurídica do negócio realizado”

Deliberação CVM n. 29, de 5 de fevereiro de 1986:


“A contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurídicos que
cercam o patrimônio, mas, não raro, a forma jurídica pode deixar de retratar a
essência econômica. Nessas situações, deve a Contabilidade guiar-se pelos seus
objetivos de bem informar, seguindo, se for necessário para tanto, a essência ao invés
da forma”
A Lei tributária poderia tributar todas as disponibilidades
econômicas reconhecidas e mensuradas pela contabilidade
sob o princípio da substância sobre a forma?
# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO: “pós” Lei 11.941/2009.

A Lei tributária poderia tributar todas as disponibilidades


econômicas reconhecidas e mensuradas pela contabilidade
sob o princípio da substância sobre a forma?

Código Tributário Nacional


Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica: (…)

Disponibilidade Disponibilidade
  econômica jurídica
Ulhoa Canto; Caixa Competência
José Luiz Bulhões Pedreira
Acréscimo
Brandão Machado -
patrimonial
Ricardo Mariz de Oliveira; Ilícito Lícito
José Eduardo Soares de Melo
Rubens Gomes de Sousa Competência Caixa
Luís Eduardo Schoueri  Posse  Propriedade
# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO: “pós” Lei 11.941/2009.

Qual o risco de expressões semelhantes e com significações distintas


em cada área?
Ex: Os “dividendos” que podem ser distribuídos isentos são os
“contábeis”ou “fiscais”?

Lei 9.249/1995
Artigo 10. Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados
apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na
fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do
beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou no
exterior.
# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO: “pós” Lei 11.941/2009.

Qual o risco de expressões semelhantes e com significações distintas


em cada área?
Ex: Os “dividendos” que podem ser distribuídos isentos são os
“contábeis”ou “fiscais”?
Parecer/PGFN/CAT/Nº 202/2013
Regime Tributário de Transição. Lucros e dividendos pagos ou
creditados pelas pessoas jurídicas. Artigo 15 da Lei 11.941, de 27
de maio de 2009, e artigo 10 da Lei 9.249, de 26 de dezembro de
1995. O lucro a ser considerado para fins da isenção prevista no
artigo 10 da Lei 9.249, de 1995, é o lucro fiscal obtido com a
aplicação do Regime Tributário de Transição, de que trata o artigo
15 da Lei 11.941, de 2009, e não o lucro societário obtido com
base nas regras contábeis da Lei 6.404, de 1 de dezembro de
1976 com as alterações trazidas pela Lei 11.638, de 28 de
dezembro de 2007.
Memorando 469/2012-RFB/Gabin, de 23 de maio de 2012.”
Se a lei tributária prevê um tratamento fiscal específico para um
signo de origem contábil, o que ocorre quando esse signo passa a
refletir outra realidade?
Ex: A “vida útil” ou “utilização econômica do bem” contábeis ainda
são relevantes para a depreciação fiscal?

A contabilidade fica prejudicada como meio de prova?


# A CONTABILIDADE E O DIREITO TRIBUTÁRIO: HÁ DIÁLOGO?

Análise do signo “receita de intermediação se


serviços turísticos”:
i) sob a ótica contábil;

ii) sob a ótica tributária.


# “Receita”: um signo contábil

CPC 30: (IAS 18): “receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos


durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que
resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto as contribuições
dos proprietários”.

“não resultam em aumento do patrimônio líquido. Portanto, são excluídos


da receita”. Tratando-se de relação de agenciamento, “os ingressos brutos
de benefícios econômicos provenientes das operações efetuadas pelo
agente, em nome do operador, não resultam em aumentos do patrimônio
líquido do agente, uma vez que sua receita corresponde tão somente à
comissão combinada entre as partes”.
 
“Pronunciamento Técnico PME”: “no relacionamento como uma agência,
a entidade deve incluir na receita somente o valor de sua comissão. Os
valores recebidos em nome do titular não são considerados como receita
da entidade”.
# Supondo que uma agência de viagem tenha vendido um pacote turístico
por R$20.000,00 e que lhe cabe a comissão de 50%,
qual movimento deve ser realizado no balanço a seguir?
ATIVO R$ PASSIVO R$
CIRCULANTE   CIRCULANTE  
Obrigações Sociais e Impostos a
Disponível (bancos) 100.000 Recolher  
Contas a Receber   Contas a Pagar  
Estoques   Repasse por intermediação
Outros Créditos   Lucros a Distribuir  
Despesas do Exercício Seguinte   Empréstimos Bancários  
       
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO   EXIGÍVEL A LONGO PRAZO  
PERMANENTE  
Investimentos  
Imobilizado   PL  
Intangível   Capital Social 100.000
Diferido   Reservas de Capital  
(-) Depreciação e Amortização Acumuladas   Ajustes de Avaliação Patrimonial  
    Reservas de Lucros  
    Resultado do exercício  
    Lucros ou Prejuízos Acumulados
120.000 120.000
# Qual movimento
Supondo que umadeve ser realizado
agência de viagemnotenha
balanço após oum
vendido repasse
pacotedo
pagamento
turístico pordo fornecedoredo
R$20.000,00 serviço
que turístico?
lhe cabe a comissão de 50%,
qual movimento deve ser realizado no balanço a seguir?
ATIVO R$ PASSIVO R$
CIRCULANTE   CIRCULANTE  
Obrigações Sociais e Impostos a
Disponível (bancos) 120.000 Recolher  
Contas a Receber   Contas a Pagar  
Estoques   Repasse por intermediação 10.000
Outros Créditos   Lucros a Distribuir  
Despesas do Exercício Seguinte   Empréstimos Bancários  
       
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO   EXIGÍVEL A LONGO PRAZO  
PERMANENTE  
Investimentos  
Imobilizado   PL  
Intangível   Capital Social 100.000
Diferido   Reservas de Capital  
(-) Depreciação e Amortização Acumuladas   Ajustes de Avaliação Patrimonial  
    Reservas de Lucros  
    Resultado do Exercício  10.000
    Lucros ou Prejuízos Acumulados
-120.000 120.000
# Qual movimento deve ser realizado no balanço após o repasse do
pagamento do fornecedor do serviço turístico?

ATIVO R$ PASSIVO R$
CIRCULANTE   CIRCULANTE  
Obrigações Sociais e Impostos a
Disponível (bancos) 110.000 Recolher  
Contas a Receber   Contas a Pagar  
Estoques   Repasse por intermediação
Outros Créditos   Lucros a Distribuir  
Despesas do Exercício Seguinte   Empréstimos Bancários  
       
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO   EXIGÍVEL A LONGO PRAZO  
PERMANENTE  
Investimentos  
Imobilizado   PL  
Intangível   Capital Social 100.000
Diferido   Reservas de Capital  
(-) Depreciação e Amortização Acumuladas   Ajustes de Avaliação Patrimonial  
    Reservas de Lucros  
    Resultado do Exercício  10.000
    Lucros ou Prejuízos Acumulados
110.000 110.000
# “Receita”: um signo jurídico

Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, art. 27

“compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que exerce


a atividade econômica de intermediação remunerada entre
fornecedores e consumidores de serviços turísticos ou os fornece
diretamente”

“o preço do serviço de intermediação é a comissão recebida dos


fornecedores ou o valor que agregar ao preço de custo desses
fornecedores, facultando-se à agência de turismo cobrar taxa de
serviço do consumidor pelos serviços prestados
Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008.
Art. 46. Para efeito de interpretação do § 1º do art. 3º da Lei no 9.718, de 27 de
novembro de 1998, do inciso I do caput do art. 25 e do inciso I do caput do art. 29 da
Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, do art. 31 da Lei no 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, e do art. 20 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995,
considera-se receita bruta dos serviços de intermediação o preço da comissão
recebida dos fornecedores ou o valor que agregar ao preço de custo destes
fornecedores.
Razões do Veto (Ministro da Fazenda Guido Mantega):
"Com esta medida deforma-se tanto o conceito do lucro como o de
faturamento/receita bruta, prejudicando todo o sistema de tributação presente
na legislação. Isto porque esses tributos não devem incidir sobre o valor
agregado, como pretende o artigo, mas sim sobre os preços e valores recebidos.
Por fim, por determinação do art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, todas as
propostas que incluam renúncias fiscais devem vir acompanhadas de estudo de
impacto nas finanças públicas, bem como da respectiva previsão orçamentária.
As alterações propostas sugerem um aumento da complexidade do sistema
tributário e, por conseguinte, não se coadunam ao princípio da simplicidade
administrativa, que constitui uma das características internacionalmente aceitas
para fundamentar um sistema de tributação.
Dessa forma, o art. 46 contraria o interesse público, uma vez que não cumpre os
requisitos da Lei de Responsabilidade Fiscal.” (grifamos)
Contabilidade IRPJ, CSL, PIS e COFINS

“receita” de intermediação de “receita” de intermediação de


serviços turistícos serviços turistícos

Norma pedagógica do vetado art. 46 (Lei 11.771/07): indispensável?

Utilidade dos controles contábeis para a apuração dos tributos

Força probatória da contabilidade


# A POSIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO

“A GORJETA, AINDA QUANDO COMPULSORIAMENTE COBRADA PELO


ESTABELECIMENTO, INTEGRA A REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO - SUJEITA, POR
SUA VEZ, A TRIBUTAÇÃO FEDERAL (IR) E NÃO MUNICIPAL (ISS)” (STF, RE
112.040/RJ, rel. Ministro FRANCISCO REZEK)

“as entradas que não provocam incremento no patrimônio


representam mera passagem de valores, a serem repassadas a
terceiros, e não implicam qualquer modificação no patrimônio da
empresa. Distinção necessária entre receita e entrada para fins
financeiro-tributários” (STJ, AgRg no Ag 1235274/PE, Rel. Ministro LUIZ FUX)

“a exemplo do entendimento de ser ilegal a cobrança do ISS sobre os


valores recebidos a título de gorjeta, é também ilegítima a exigência
do recolhimento do PIS, IRPJ, CSLL e COFINS sobre o valor cobrado
como taxa de serviço, desde que repassado integralmente aos
empregados” (STJ, Resp 399.596/DF, Rel. Min. Castro Meira)
# A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO PARA O
“PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO”

- Economias de opção (planejamento em sentido amplo);


- LUCRO REAL, LUCRO PRESUMIDO ou SIMPLES NACIONAL?
- Empresa patrimonial do lucro presumido: bens do ativo
imobilizado ou do estoque?
- JCP ou DIVIDENTOS?
# A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO PARA O “PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO”: Economias de opção – Lucro Real, Lucro presumido ou
SIMPLES NACIONAL?

Uma planilha ajuda bastante…


# A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO PARA O “PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO”: Economias de opção - JCP ou DIVIDENDOS?
Lei 9.249/95
Art. 9º A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os
juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a
título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do
patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo
Prazo - TJLP.
§ 1º O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de
lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e
reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros
a serem pagos ou creditados.
(…)
§ 8º Para os fins de cálculo da remuneração prevista neste artigo, não será
considerado o valor de reserva de reavaliação de bens ou direitos da pessoa
jurídica, exceto se esta for adicionada na determinação da base de cálculo do
imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido.
Lei 9.249/95
§ 2º Os juros ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota
de quinze por cento, na data do pagamento ou crédito ao beneficiário.
§ 3º O imposto retido na fonte será considerado:
I - antecipação do devido na declaração de rendimentos, no caso de beneficiário
pessoa jurídica tributada com base no lucro real;
II - tributação definitiva, no caso de beneficiário pessoa física ou pessoa jurídica
não tributada com base no lucro real, inclusive isenta, ressalvado o disposto no §
4º;
(…)
§ 5º No caso de beneficiário sociedade civil de prestação de serviços, submetida
ao regime de tributação de que trata o
art. 1º do Decreto-Lei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, o imposto poderá ser
compensado com o retido por ocasião do pagamento dos rendimentos aos sócios
beneficiários.
§ 6º No caso de beneficiário pessoa jurídica tributada com base no lucro real, o
imposto de que trata o § 2º poderá ainda ser compensado com o retido por
ocasião do pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração de capital
próprio, a seu titular, sócios ou acionistas.
# A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO PARA O “PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO”: Economias de opção - JCP ou DIVIDENTOS?
Instrução Normativa SRF Nº 093, de 24 de Dezembro de 1997
“Juros sobre o Capital Próprio
Art. 29. O montante dos juros remuneratórios do capital passível de
dedução para efeitos de determinação do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos seguintes
valores:
I - 50% (cinqüenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da
dedução desses juros; ou
II - 50% (cinqüenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e
reserva de lucros.

Parágrafo único. Para os efeitos do inciso I, o lucro líquido do


exercício será aquele após a dedução da contribuição social sobre o
lucro líquido e antes da dedução da provisão para o imposto de
renda.”
Suponha que uma empresa tem um lucro antes de
impostos de R$ 12.500.000. Se distribuir R$
6.250.000 a título de JCP, qual seria o valor líquido a
ser distribuído a título de dividendos aos acionistas?

O valor total recebido pelos acionistas considerando


distribuição de 50% do lucro como JCP e 50% como
dividendos será de quanto?
.
O valor distribuídos em dividendos é R$ 4.149.000 (conforme
conta abaixo).
Empresa
Lucro antes do imposto R$ 50.000.000
JCP R$ (6.250.000)
Lucro Tributável R$ 6.250.000

IRPJ (15%) R$ (937.500)


IRPJ (10%) R$ (601.000)
CSLL (9%) R$ (562.500)
Lucro distribuível R$ 4.149.000

148
Sócio
JCP R$ 6.250.000
Retenção de IR (15%) R$ (937.500)
JCP Líquido R$ 5.312.500

Dividendos R$ 4.149.000

Total recebido pelo sócio R$ 9.461.500

149
CASO CITIBANK (ACÓRDÃO 1401-000.901)
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2002,
2003, 2004, 2005, 2006 Eemnta: JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO -
DEDUTIBILIDADE - LIMITE TEMPORAL - O período de competência, para efeito de
dedutibilidade dos juros sobre capital próprio da base de cálculo do imposto de
renda, é aquele em que há deliberação de órgão ou pessoa competente sobre o
seu pagamento ou crédito. Inclusive, a remuneração do capital próprio pode
tomar por base o valor existente em períodos pretéritos, desde que respeitado
os critérios e limites de dedutibilidade previstos em lei na data da deliberação do
pagamento ou creditamento. PRECLUSÃO. INAPLICABILIDADE. A preclusão está
relacionada à perda de direitos, faculdades ou poderes processuais, não se
relacionando à hipótese de ausência de deliberação de JCP em exercícios
anteriores. RENÚNCIA. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. Não há
previsão legal sobre a configuração de renúncia de direito no caso de ausência da
deliberação do pagamento dos JCP. A renúncia de direitos deve ser interpretada
de forma restrita, não devendo o silêncio do acionista ser interpretado como ato
volitivo de abdicação de direito, gerando efeitos tributários. LANÇAMENTO
DECORRENTE - CSLL - Tratando-se de lançamento reflexo, a solução dada ao
lançamento matriz é aplicável, no que couber, ao lançamento decorrente,
quando não houver fatos novos a ensejar decisão diversa, ante a íntima relação
de causa e efeito que os vincula.
CASO BANCO VOTORANTIM

“JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO – DEDUTIBILIDADE – LIMITE TEMPORAL – O período de


competência, para efeito de dedutibilidade dos juros sobre capital próprio da base de
cálculo do imposto de renda, é aquele em que há deliberação de órgão ou pessoa
competente sobre o seu pagamento ou crédito. Inclusive, a remuneração do capital próprio
pode tomar por base o valor existente em períodos pretéritos, desde que respeitado os
critérios e limites de dedutibilidade previstos em lei na data da deliberação do pagamento
ou creditamento. RENÚNCIA. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. Não há
previsão legal sobre a configuração de renúncia de direito no caso de ausência da
deliberação do pagamento dos JCP. A renúncia de direitos deve ser interpretada de forma
restrita, não devendo o silêncio do acionista ser interpretado como ato volitivo de abdicação
de direito, gerando efeitos tributários. LANÇAMENTO DECORRENTE – CSLL – Tratando-se de
lançamento reflexo, a solução dada ao lançamento matriz é aplicável, no que couber, ao
lançamento decorrente, quando não houver fatos novos a ensejar decisão diversa, ante a
íntima relação de causa e efeito que os vincula” (Processo nº 16327.001631/201083,
Acórdão nº 1401000.902,  4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, Sessão de 04 de dezembro de
2012
“MANDADO DE SEGURANÇA. DEDUÇÃO. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO
DISTRIBUÍDOS AOS SÓCIOS ACIONISTAS. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL.
EXERCÍCIOS ANTERIORES. POSSIBILIDADE. I -  Discute-se, nos presentes autos, o
direito ao reconhecimento da dedução dos juros sobre capital próprio transferidos
a seus acionistas, quando da apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL no ano-
calendário de 2002, relativo aos anos-calendários de 1997 a 2000, sem que seja
observado o regime de competência. II – A legislação não impõe que a dedução
dos juros sobre capital próprio deva ser feita no mesmo exercício-financeiro em
que realizado o lucro da empresa. Ao contrário, permite que ela ocorra em ano-
calendário futuro, quando efetivamente ocorrer a realização do pagamento. III –
Tal conduta se dá em consonância com o regime de caixa, em que haverá
permissão da efetivação dos dividendos quando esses foram de fato despendidos,
não importando a época em que ocorrer, mesmo que seja em exercício distinto ao
da apuração. IV – “O entendimento preconizado pelo Fisco obrigaria as empresas a
promover o creditamento dos juros a seus acionistas no mesmo exercício em que
apurado o lucro, impondo ao contribuinte, de forma oblíquoa, a época em que se
deveria dar o exercício da prerrogativa concedida pela Lei 6.404/1976″.  V –
Recurso especial improvido”.
(REsp 1086752/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 17/02/2009, DJe 11/03/2009)

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