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Fiscalidade I

Princípios de
Fiscalidade Clara Gariso
Telma Lopes
Fevereiro de 2023
Os Impostos e a Actividade
Financeira das Entidades
Públicas

Fiscalidade I 2
A actividade financeira do Estado e de outras
Entidade Públicas
►Visam satisfazer as necessidades coletivas da
comunidade a que respeitam

►Desdobra-se na:
• Obtenção dos meios necessários para a satisfação daquelas
necessidades;
• Coordenação entre os meios e as necessidades a satisfazer
• Satisfação das necessidades em concreto.

Fiscalidade I 3
Finalidade Fiscal ou Financeira dos Impostos

►Obtenção de meios destinados à “….satisfação das


necessidades do Estado e outras entidades públicas”
(art.º 103, n.º 1 CRP)

►“A tributação visa a satisfação das necessidades


financeiras do Estado e de outras entidades públicas
…” (art.º 5 n.º 1 LGT)

Fiscalidade I 4
Finalidades extrafiscais
►Redistribuição da riqueza;
►Estabilização macro-económica;
►Influência na afectação de recursos.

“… promove a justiça social, a igualdade de oportunidades e as


necessárias correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e
do rendimento.” (art.º 5 n.º 1 LGT)

Fiscalidade I 5
Princípios da Tributação e Sistema Fiscal
• Flexibilidade. A flexibilidade serve para se adaptar às modificações de
conjuntura económica. Os impostos e as respectivas taxas devem ser
manipuláveis de acordo com os objectivos de política económica e
adaptarem-se à evolução da conjuntura. Por exemplo, no período de
recessão a política fiscal deve contribuir para relançar a procura
através da redução das receitas fiscais. Em períodos de expansão a
política fiscal deve contribuir para conter a procura e evitar a inflação
através do aumento das receitas fiscais.

Fiscalidade I 6
Direito Tributário

Fiscalidade I 7
Tributo
►Toda a prestação pecuniária compulsória em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de acto ilícito, instituída por lei e
cobrada mediante actividade administrativa
plenamente vinculada.

►Compreende:
• Impostos
• Taxas
• Demais contribuições financeiras a favor de entidades
públicas.
(Art.º 3 da LGT)

Fiscalidade I 8
►Taxa (art.º 4 n.º 2 da LGT)

É uma prestação pecuniária como contrapartida a um acto


prestado pela entidade pública a um determinado contribuinte,
com uma finalidade específica e individualizada, da qual se
obtém um benefício directo e imediato.

►Contribuições Especiais (art.º 4 n.º 3 LGT)

É um montante exigido aos particulares em razão de uma


particular vantagem que lhes advém de uma actividade
administrativa que lhes não é especialmente dirigida e que
determinou uma maior proximidade ou uma acrescida utilização
do bem do domínio público.

Fiscalidade I 9
Conceito de imposto
• O imposto é o financiamento que o sector público extrai do sector privado
sob a forma coerciva, como meio de contribuir para o financiamento geral da
actividade pública.
• As características do imposto são a coercividade, isto é, o sector público
determina unilateralmente a quantidade a pagar e os agentes privados são
obrigados a pagar em grande quantidade sem contrapartida directa. A
inexistência de contrapartida significa que quem mais paga o IRS não tem
prioridade na utilização das estradas, das escolas, dos hospitais, dos tribunais,
etc. Não tem mais direitos do que quem não paga.
• O imposto é uma transferência coerciva e unilateral dos particulares para o
Estado. Os impostos sem contrapartida designam-se por impostos gerais. Os
impostos com contrapartida designam-se por taxas.

Fiscalidade I 10
Conceito de imposto
• Os impostos não constituem a única forma de o Estado obter receitas. O Estado
pode obter receitas para além dos impostos, de taxas e preços públicos,
dividendos de empresas públicas, alugueres de propriedades públicas, receitas de
privatizações, etc. O Estado pode ainda recorrer ao endividamento como forma
de financiar a sua actividade. Apesar de existirem outras formas de
financiamento, o financiamento pelos impostos é a principal fonte de receita
estatal.

Fiscalidade I 11
►Imposto (art.º 4.º n.º 1 LGT)

• Uma prestação patrimonial;


• Definitiva;
• Unilateral;
• Estabelecida pela Lei;
• A favor de entidades que exerçam funções públicas;
• Para satisfação de fins públicos;
• Que não constitui sanção de um ato ilícito.

Fiscalidade I 12
Definições :
►Carga excedentária – É uma medida de perda de bem-estar
associada aos impostos;
►Teoria da incidência – Analisa o facto de um agente fazer repercutir
sobre o outro parte do imposto que incide sobre ele; (ponto de vista
pessoal e real)
►Evasão fiscal – Fuga aos impostos, desrespeitando a lei.

Fiscalidade I 13
Classificação dos impostos
• Estaduais e não-estaduais;
• Directos e indirectos;
• Sobre o rendimento, sobre o património e sobre a despesa;
• Reais e Pessoais;
• De prestação fixa e impostos de prestação variável (proporcionais, progressivos e
regressivos);
• Periódicos e de obrigação única;
• Principais e acessórios
• Impostos distorcedores e impostos não distorcedores
• Impostos Gerais e seletivos

Fiscalidade I 14
Princípios da tributação
►Os elementos básicos que configuram qualquer figura tributária são
os seguintes:

1. Acto tributável
2. Sujeito passivo
3. Base tributável
4. Taxa tributária

Fiscalidade I 15
Princípios da tributação
• Acto tributável – Entende-se por acto tributável a
circunstância cuja realização, de acordo com a lei,
origina a obrigação tributária. São acto tributáveis a
detenção ou imputação de rendimento nos impostos
sobre o rendimento, a propriedade de bens e a
titularidade de direitos económicos nos impostos sobre
o património ; a aquisição de bens e direitos por
herança ou por doação nos impostos de sucessões e
doações ; a entrega de bens e a prestação de serviços
nos impostos sobre as vendas.

Fiscalidade I 16
Princípios da tributação

►Sujeito passivo – Entende-se por sujeito passivo a pessoa natural ou


jurídica que está obrigada por lei ao cumprimento das prestações
tributárias. Distingue-se entre contribuinte, a que a lei impõe a carga
tributária e o retentor, aquele que retém o imposto e o entrega ao
Estado;

Fiscalidade I 17
Princípios da tributação

►Base tributável – É a quantificação e valorização do acto tributável.


Existem dois métodos para determinar a base do imposto : o método
directo que exige a elaboração de cálculos apoiados em documentos
e dados contabilísticos e o método objectivo ou indiciário que utiliza
sinais externos ou índices para estimar a base tributável;

Fiscalidade I 18
Princípios da tributação

►Taxa tributária – É a quantidade que se aplica à matéria colectável .

►Matéria colectável *taxa = Colecta

Fiscalidade I 19
Direito Fiscal

Fiscalidade I 20
Direito Fiscal

Conjunto de normas que regulam as relações que se


estabelecem entre os cidadãos-contribuintes e o
Estado no âmbito da percepção do imposto

Fiscalidade I 21
Princípios da Tributação e Sistema Fiscal
►Alguns Princípios Fundamentais de um “bom Sistema Fiscal”
• A justiça – De modo a assegurar a igualdade perante o imposto
• A Certeza – De forma a eliminar o arbítrio no lançamento do imposto
• A Simplicidade – Tendo em vista simplificar as obrigações a cumprir pelos
contribuintes (Custos de Administração/ Custos de cumprimento)
• A Economia – Com o objetivo de obter as maiores receitas possíveis com menor
custo
• A Equidade – Exige que os imposto sejam de forma justa

Fiscalidade I 22
Princípios da Tributação e Sistema Fiscal

• Não distorção das preferências. O sistema fiscal não deve intervir na aplicação
de recursos, não devendo alterar as escolhas dos agentes ( escolhas entre
bens e serviços, escolha entre consumo presente e consumo futuro e escolha
entre lazer e trabalho);

Fiscalidade I 23
Princípios da Tributação e Sistema Fiscal
• Princípio da capacidade de pagar - Cada indivíduo deve contribuir para o
financiamento da despesa pública com as suas reais oportunidades (capacidade
de pagar). A aplicação levanta problemas de implementação já que ao lançar um
imposto com base neste princípio tenho três hipóteses :

• i) Incidir o imposto sobre o salário;


• ii) Incidir o imposto sobre o rendimento;
• iii) Incidir o imposto sobre a despesa.

• Em cada uma destas decisões tenho resultados diferentes.

Fiscalidade I 24
Direito Fiscal
Ordenamento Jurídico-Tributário
• O Direito Fiscal é prosseguido e regulamentado em
múltiplos diplomas:
• Constituição da República;
• Direito Tributário Internacional;
• Lei Geral Tributária;
• Códigos dos Impostos
• Código do Procedimento e Processo Tributário;
• Regime geral das infracções tributárias

Fiscalidade I 25
Direito Fiscal
Hierarquia das Leis: Leg. complementar
►De acordo com a natureza das matérias, às relações
jurídico tributárias aplicam-se, sucessivamente:
• A Lei Geral Tributária;
• O Código de Processo Tributário e os demais códigos e leis
tributárias, incluindo a lei geral sobre infracções tributárias e
o Estatuto dos Benefícios Fiscais;
• O Código do Procedimento Administrativo e demais legislação
administrativa;
• O Código Civil e o Código de Processo Civil.
(art.º 2.º da LGT)

Fiscalidade I 26
Fontes de Direito

Fiscalidade I 27
A CRP e alguns princípios
constitucionais

Fiscalidade I 28
Princípio da legalidade tributária
►Art.º 165.º n.º 1 al. i) da CRP

“Reserva relativa de competência legislativa” (…) “ É da exclusiva competência da Assembleia


da República, salvo autorização do Governo…legislar sobre a criação de impostos e sistema
fiscal e regime geral das taxas e demais contribuições financeiras a favor das entidade
públicas”

►Art.º 103.º n.ºs 2 e 3

“Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes”

“Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da
Constituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam
nos termos da lei.”

►Art.º 8 da LGT

Fiscalidade I 29
Princípio da legalidade tributária
►Conclusão:
• A criação de impostos e a disciplina dos seus elementos
essenciais terão de constar da lei da Assembleia da República
ou decreto-lei do Governo autorizado pela AR.

• Os elementos essenciais do imposto sujeitos à reserva de lei


parlamentar são: a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes, o que já não acontece com a
liquidação e cobrança.

Fiscalidade I 30
Princípio da igualdade tributária
►Cabe ao sistema fiscal, nos termos do art.º 103.º n.º 1 da CRP
efectuar “uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza”.

►Conclusões:
• Os impostos devem operar uma redistribuição da riqueza e tal não seria
possível num sistema em que todos, apesar das diferenças de riqueza,
pagassem o mesmo valor de imposto;
• Uma repartição justa só pode ser a que resulte da regra de que as pessoas
devem pagar impostos de acordo com a sua capacidade contributiva.

Fiscalidade I 31
Normas constitucionais específicas de cada área
de tributação
►Tributação do rendimento das pessoas singulares:

• Art.º 104 n.º 1 da CRP :


“O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e
será o único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do
agregado familiar.”

• Art.º 67 n.º 2 al. h) da CRP


Em sede de “protecção da família” deve o Estado “regular os impostos de
harmonia com os encargos familiares”

Fiscalidade I 32
Normas constitucionais específicas de cada área
de tributação
►Tributação do rendimento das pessoas colectivas:

• Art.º 104 n.º 2 da CRP :


“A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu
rendimento real”

Fiscalidade I 33
Normas constitucionais específicas de cada área
de tributação
►Tributação do património:

• Art.º 104 n.º 3 da CRP :


“A tributação do património deve contribuir para a igualdade dos cidadãos”

►Tributação do consumo:

• Art.º 104 n.º 4 da CRP :


“A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das
necessidades do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar
os consumos de luxo.”

Fiscalidade I 34
Fontes de normas fiscais intraconstitucionais
►Direito da União Europeia – Art.º 8 n.º 4 CRP

►Convenções internacionais – Art.º 8 n.º 2 CRP

►Lei, decreto-lei e decreto-regulamentar

►Regulamentos administrativos, Decretos regulamentares, Portarias, Despachos


normativos;

►Orientações administrativas

Fiscalidade I 35
Interpretação e Aplicação da Lei Fiscal
►“Na determinação do sentido das normas fiscais e na qualificação
dos factos a que as mesmas se aplicam são observadas as regras e
princípios gerais de interpretação e aplicação da leis.” (art.º 11 n.º 1
LGT)

►“Sempre que nas normas fiscais se empreguem termos próprios de


outros ramos de direito, devem ser interpretados no mesmo sentido
daquele que aí têm, salvo se outro decorrer directamente da lei.”
(art.º 11 nº 2 LGT)

Fiscalidade I 36
Interpretação e Aplicação da Lei Fiscal
►“Persistindo a dúvida sobre o sentido das normas de incidência a
aplicar, deve atender-se à substância económica dos factos
tributários” (art.º 11 n.º 3 LGT)

►“As lacunas resultantes de normas tributárias abrangidas na reserva


de lei da Assembleia da República não são susceptíveis de integração
analógica” (art.º 11 n.º 4 LGT)

Fiscalidade I 37
Aplicação da Lei Fiscal no tempo
►“As normas tributárias aplicam-se aos factos tributários posteriores à
sua entrada em vigor, não podendo ser criados impostos rectoativos”
(art.º 12 n.º 1 LGT)

►As leis interpretativas retroagem os seus efeitos à data da entrada


em vigor da lei interpretada.

►As normas sobre procedimento e processo são de aplicação


imediata.

Fiscalidade I 38
Aplicação da Lei Fiscal no Espaço
►Princípio da territorialidade:

• A lei fiscal apenas se aplica aos factos ou pessoas que estejam em conexão
como o território.
(art.º 13 LGT)

Fiscalidade I 39
Relação jurídica tributária
►Elementos da relação jurídico tributária:
• Os sujeitos tributários
►sujeito ativo
►sujeito passivo
• O objeto;
• O facto gerador;
• A garantia

Fiscalidade I 40
Relação jurídica tributária
►Elementos da relação jurídico tributária:
• Os sujeitos tributários:
►Sujeito ativo – “…é a entidade de direito público titular do direito de exigir o
cumprimento das obrigações tributárias, quer direcamente quer através de
representante…” Art.º 18 n.º 1 LGT
►Sujeito passivo – “…é a pessoa singular ou colectiva (…) que, nos termos da
lei, está vinculado ao cumprimento da prestação tributária, seja como
contribuinte direto, substituto ou responsável.” Art.º 18 n.º 3 LGT
• S.p. originário – na obrigação do pagamento do imposto é o s.p. originário a
entidade em relação à qual se verificam os pressupostos constantes na incidência
do respetivo tributo.
• S.p. não originário – não se encontrando na situação anterior, é chamado ao
cumprimento da obrigação de imposto.
► Substitutos tributários
► Responsáveis tributários
► Sucessores tributários

Fiscalidade I 41
Relação jurídica tributária
►Elementos da relação jurídico tributária:
• Os sujeitos tributários:
►Sujeito passivo
• Substitutos tributários - Art.º 20 LGT

“…verifica-se quando, por imposição da lei, a prestação tributária for


exigida a pessoa diferente do contribuinte.”

Mecanismo: Retenção na fonte do imposto devido

Fiscalidade I 42
Relação jurídica tributária
►Elementos da relação jurídico tributária:
• Os sujeitos tributários:
►Sujeito passivo
• Responsáveis tributários:

►Solidária – credor tributário pode optar entre exigir a prestação


integral àquele responsável ou ao s.p. originário, sendo que a
prestação por parte de um libera o outro.

►Subsidiária – o terceiro apenas responde depois de verificada a


insuficiência patrimonial do devedor originário

Fiscalidade I 43
Relação jurídica tributária
Artigo 22.º LGT
Responsabilidade tributária
1 - A responsabilidade tributária abrange, nos termos fixados na lei, a totalidade
da dívida tributária, os juros e demais encargos legais.

2 – Para além dos sujeitos passivos originários, a responsabilidade tributária


pode abranger solidária ou subsidiariamente outras pessoas.

3 - A responsabilidade tributária por dívidas de outrem é, salvo determinação


em contrário, apenas subsidiária.

4 - As pessoas solidária ou subsidiariamente responsáveis poderão reclamar ou


impugnar a dívida cuja responsabilidade lhes for atribuída nos mesmos termos
do devedor principal, devendo, para o efeito, a notificação ou citação conter os
elementos essenciais da sua liquidação, incluindo a fundamentação nos termos
legais.

Fiscalidade I 44
Relação jurídica tributária
Responsabilidade dos membros dos corpos sociais e
responsáveis
Administradores
Devedores originários:
Diretores
Entidades: Responsabilidade
Gerentes Tributária solidária
Sociedades
Outras pessoas com
Cooperativas funções de administração Art.º 24.º LGT
Empresas Públicas ou gestão

Responsabilidade Tributária Subsidiária

Fiscalidade I 45
Responsabilidade dos membros de corpos sociais e responsáveis técnicos – Art.º 24
da LGT
• 1 - Os administradores, diretores e gerentes e outras pessoas que exerçam, ainda que
somente de facto, funções de administração ou gestão em pessoas coletivas e entes
fiscalmente equiparados são subsidiariamente responsáveis em relação a estas e
solidariamente entre si:
• a) Pelas dívidas tributárias cujo facto constitutivo se tenha verificado no período de exercício
do seu cargo ou cujo prazo legal de pagamento ou entrega tenha terminado depois deste,
quando, em qualquer dos casos, tiver sido por culpa sua que o património da pessoa coletiva
ou ente fiscalmente equiparado se tornou insuficiente para a sua satisfação;
• b) Pelas dívidas tributárias cujo prazo legal de pagamento ou entrega tenha terminado no
período do exercício do seu cargo, quando não provem que não lhes foi imputável a falta de
pagamento.

• 2 - A responsabilidade prevista neste artigo aplica-se aos membros dos órgãos de


fiscalização e revisores oficiais de contas nas pessoas colectivas em que os houver,
desde que se demonstre que a violação dos deveres tributários destas resultou do
incumprimento das suas funções de fiscalização.

• 3 - A responsabilidade prevista neste artigo aplica-se aos técnicos oficiais de contas


desde que se demonstre a violação dos deveres de assunção de responsabilidade pela
regularização técnica nas áreas contabilística e fiscal ou de assinatura de declarações
fiscais, demonstrações financeiras e seus anexos.
Fiscalidade I 46
Relação jurídica tributária
►Elementos da relação jurídico tributária:
• Os sujeitos tributários:
►Sujeito passivo
• Sucessores tributários

►As obrigações tributárias não se transmitem entre vivos (art.º 29 n.º 3 LGT)

►A dívida de imposto não se extingue com a morte ( art.º 29 n.º 2 LGT)

Fiscalidade I 47
Relação jurídica tributária
►Momentos da obrigação de imposto:
• Constituição – A obrigação de pagamento do imposto constitui-se quando se verifica
algum dos factos previstos nas normas de incidência (facto gerador) do respetivo imposto
• Liquidação – Compreende a determinação da matéria coletável, a aplicação da taxa do imposto, as
restantes operações destinadas ao apuramento da dívida de imposto e a respetiva notificação ao
contribuinte.
• Extinção
►Pagamento
►Compensação
►Caducidade do direito à liquidação
►Prescrição

Fiscalidade I 48
Relação jurídica tributária

►Garantia da obrigação tributária

Património do devedor

Fiscalidade I 49
Relação jurídica tributária
►Juros compensatórios: (art.º 35 LGT)
• Quando, por facto imputável ao sujeito passivo, for retardada a liquidação de parte ou da
totalidade do imposto devido ou a entrega de imposto a pagar antecipadamente, ou retido
ou a reter no âmbito da substituição tributária.

• Quando o s.p, por facto a si imputável, tenha recebido reembolso superior ao devido.

• Os juros compensatórios contam-se dia a dia desde o termo do prazo de apresentação da


declaração, do termo do prazo de entrega do imposto a pagar antecipadamente ou retido ou
a reter, até ao suprimento, correcção ou detecção da falta que motivou o retardamento da
liquidação.

Fiscalidade I 50
Relação jurídica tributária
►Juros indemnizatórios: (art.º 43 LGT):
• Quando se determine, em reclamação graciosa ou impugnação judicial, que houve erro
imputável aos serviços de que resulte pagamento da dívida tributária em montante superior
ao legalmente devido.

►Juros de mora: (art.º 44 LGT)


• Quando o sujeito passivo não pague o imposto devido no prazo legal.

Fiscalidade I 51
Relação jurídica tributária
►Caducidade do direito à liquidação (art.º 45 LGT)
• O direito de liquidar os tributos caduca se a liquidação não for validamente notificada ao
contribuinte no prazo de quatro anos, quando a lei não fixar outro.

• O prazo de caducidade conta-se:


►Impostos periódicos - a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário.
►Impostos de obrigação única - a partir da data em que o facto tributário ocorreu,
• Excepção:
►IVA e retenção na fonte a título definitivo - partir do início do ano civil seguinte àquele
em que se verificou, respectivamente, a exigibilidade do imposto ou o facto tributário.

Fiscalidade I 52
Relação jurídica tributária
►Prescrição (art.º 48 LGT)
• As dívidas tributárias prescrevem, salvo o disposto em lei especial, no prazo
de oito anos contados:
►Impostos periódicos - a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário;
►Impostos de obrigação única - a partir da data em que o facto tributário ocorreu;
• Excepção:
►IVA e retenção na fonte a título definitivo - a partir do início do ano civil seguinte àquele
em que se verificou, respectivamente, a exigibilidade do imposto ou o facto tributário.

Fiscalidade I 53
Garantias Gerais dos contribuintes

►Princípio da legalidade (art.º 165 n.º 1 al. i) e art.º 103.º da CRP e art.º 8 n.º 2 LGT)
►Dever de Decisão e de Celeridade (art.º 56 e 57 LGT)
►Acesso à Justiça Tributária (art.º 9 LGT)
►Dever de Confidencialidade
►Princípio do respeito pela declaração do contribuinte (art.º 75 LGT)
►Princípio do inquisitório (art.º 58 LGT)
►Princípio da colaboração (art.º 59 LGT)
►Princípio da participação (art.º 60 LGT)

Fiscalidade I 54
Garantias Gerais dos contribuintes

►Direito à informação (art.º 67.º e 68.º da LGT e art.º 30 e 57 do CPPT)

►Direito à fundamentação e notificação ( art.º 77.º da LGT e art.º 35.º a 43.º do CPPT)

►Direito à indemnização (art.º 43.º da LGT e art.º 61 do CPPT)

►Fiscalização Tributária a solicitação do contribuinte (art.º 47 da LGT e D.L. n.º 6/99 de 08.01)

►Direito à redução de coimas (art.º 29 a 32 RGIT)


►* ALTERAÇÕES EM 2021

Fiscalidade I 55
Garantias processuais dos contribuintes

►Reclamação Graciosa (art.º 68.º a 77.º do CPPT)


►Recurso Hierárquico
►Impugnação judicial

Fiscalidade I 56
Em Suma:

Recurso Hierárquico
30 dias

Reclamação Graciosa Indeferido


Impugnação
Indeferida Deferido
Parcialmente 3 meses
2ª Hipótese Deferida
Parcialmente
120 dias

Fundamento 15 dias ou 3
meses

Impugnação
3 meses
1ª Hipótese

Impugnação
Fiscalidade I 57
O Sistema Fiscal Português
►Actualmente é formado por um conjunto de impostos estaduais e locais que
incidem sobre o rendimento, o património e a despesa, para além de alguns
outros impostos que tributam certos actos ou situações específicas.

►Exemplos:
• IRS
• IRC
• IMI
• IVA
• IMT
• Imposto do Selo
• (…)

Fiscalidade I 58
p3272@ulusofona.pt
p2189@ulusofona.pt

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