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UFCD 0601 – Princípios de Fiscalidade

Princípios de Fiscalidade 1
1
Objetivos gerais da ação

Pretende-se que os formandos no final do módulo sejam capazes


de:

 Identificar, interpretar e aplicar os principais conceitos de


fiscalidade.

 Identificar os princípios subjacentes ao Imposto sobre o valor


acrescentado (IVA).

Princípios de Fiscalidade 2
UFCD 0601 – Princípios de Fiscalidade

ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

Princípios de Fiscalidade 3
3
Atividade financeira do Estado

Atividade financeira do Estado

 Despesas públicas
 Receitas públicas

Princípios de Fiscalidade 4
Atividade financeira do Estado

Orçamento de Estado

Instrumento de gestão que contempla uma previsão discriminada


das receitas e das despesas do Estado e é da iniciativa exclusiva do
Governo

 A proposta de lei do Orçamento do Estado, deve ser apresentada à


Assembleia da República até ao dia 10 de outubro (ano anterior).
 A votação da proposta de lei do Orçamento do Estado realiza-se no
prazo de 50 dias após a data da sua admissão pela Assembleia da
República.

Princípios de Fiscalidade 5
Atividade financeira do Estado

Despesa pública

A despesa pública consiste na utilização de recursos por entidades


públicas na aquisição de bens ou serviços para a satisfação das
necessidades públicas

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Atividade financeira do Estado

Tipos de despesa:

Despesas Correntes: São as despesas que se executam no decurso de


um ano e esgotam-se nesse mesmo ano.
Exemplo: encargos com vencimentos, juros da dívida pública, entre outros.

Despesas de Capital: São as despesas que realizam num


determinado ano, mas os efeitos prolongar-se-ão nos anos futuros.
Exemplo: subsídios ao investimento, aquisições de ativos e passivos
financeiros, entre outros.

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Atividade financeira do Estado

Classificação funcional das despesas públicas

 Funções gerais e soberania - Serviços gerais da Administração


Pública, defesa nacional, segurança e ordem públicas;
 Funções sociais - Educação, saúde, segurança a ação sociais,
habitação e serviços coletivos, serviços culturais, recreativos e
religiosos;
 Funções económicas – Agricultura e pecuária, indústria e energia,
transportes e comunicações, comércio e turismo;
 Outras funções - Operações da dívida pública.
Princípios de Fiscalidade 8
Atividade financeira do Estado

Princípios de Fiscalidade 9
Atividade financeira do Estado

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Atividade financeira do Estado

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Atividade financeira do Estado

Princípios de Fiscalidade 12
Atividade financeira do Estado

Princípios de Fiscalidade 13
Atividade financeira do Estado

Receita pública

As receitas públicas são os recursos obtidos pelo Estado durante um


período financeiro, para fazer face às despesas públicas.

As receitas públicas estão subdivididas em:

 receitas normais (patrimoniais e tributárias); e


 receitas não normais (creditícias).

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Atividade financeira do Estado

Princípios de Fiscalidade 15
Atividade financeira do Estado

Receitas voluntárias (ou patrimoniais)

Pressupõem que o preço seja estabelecido por via negocial ou


contratual, em que o Estado intervém em pé de igualdade com
qualquer outro particular.
São exemplo de receitas voluntárias:
 Alienação de património do estado;
 Cobrança de rendas;
 Venda da madeira das explorações florestais do Estado.

Princípios de Fiscalidade 16
Atividade financeira do Estado

Receitas coativas (ou tributárias)

São as receitas fixadas pelo Estado por via legislativa de forma


autoritária e sem possibilidade de negociação.

São aquelas que o Estado obtém por imposição, ou seja, por coação.

Na lei está definido um valor monetário e as condições em que deve


ser obrigatoriamente pago.

Princípios de Fiscalidade 17
Atividade financeira do Estado

As receitas coativas subdividem-se em:

 Impostos;
 Taxas;
 Multas;
 Coimas.

Princípios de Fiscalidade 18
Atividade financeira do Estado

Impostos vs Taxas

 Os IMPOSTOS não pressupõem qualquer tipo de


contraprestação, pelo menos direta ou imediata, por parte do
Estado.

 As TAXAS são receitas coativas do Estado, mas devidas em


contrapartida de um serviço prestado, direta ou indiretamente.

Princípios de Fiscalidade 19
Atividade financeira do Estado

 Os IMPOSTOS devem ser exclusivamente aprovados por lei

 As TAXAS podem ser aprovadas pelas regiões autónomas ou


autarquias

 As TAXAS têm uma utilidade individualizada, ao contrário dos


IMPOSTOS que se destinam a aplicar em função de todos. Só
são aplicadas ou cobradas a quem pretenda utilizar o respetivo
serviço.

Princípios de Fiscalidade 20
Atividade financeira do Estado

São exemplos de Impostos:

O IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado,

O IRC – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas,

O IRS – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares.

Princípios de Fiscalidade 21
Atividade financeira do Estado

São exemplos de Taxas:

As Propinas – pagas pelos estudantes que frequentam


estabelecimentos de ensino público;

As Taxas Moderadoras – pagas pela maioria dos utentes dos


serviços públicos de saúde;

Entre muitas outras (Taxa municipal de direitos de passagem,


taxa de tratamento de resíduos sólidos, taxa de saneamento etc.)

Princípios de Fiscalidade 22
Atividade financeira do Estado

Multas e Coimas

As MULTAS e as COIMAS são também receitas coativas do Estado


impostas como penalização a infrações cometidas pelos cidadãos ou
sociedades.

Princípios de Fiscalidade 23
Atividade financeira do Estado

Qual a diferença entre Multas e Coimas?

Princípios de Fiscalidade 24
Atividade financeira do Estado

Receitas creditícias

Verificam-se após o recurso ao financiamento/crédito por parte do


Estado, para cobrir despesa pública.

 Por exemplo: venda da dívida pública.

Princípios de Fiscalidade 25
Atividade financeira do Estado

TRABALHO DE GRUPO
Identificar a despesa pública com :
Saúde
Educação
Administração Interna
Justiça
Infraestruturas e habitação

Princípios de Fiscalidade 26
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DIREITO FISCAL

Princípios de Fiscalidade 27
Direito Fiscal

Natureza e fontes do direito fiscal:


DIREITO FINANCEIRO: É todo o conjunto de normas jurídicas que
disciplinam a atividade financeira do Estado.

DIREITO TRIBUTÁRIO: Conjunto de normas que regulam a


atividade do Estado no que respeita à captação das receitas coativas
em geral.

DIREITO FISCAL: É o ramo que integra as normas que regulam as


relações do imposto, ou seja, a cobrança das receitas através dos
impostos.
Princípios de Fiscalidade 28
Direito Fiscal

O Direito Fiscal é composto por princípios e normas de diversos tipos:


 Princípios gerais do direito fiscal, que se encontram consagrados na
Constituição da República;
 Normas fiscais de natureza substantiva ou material que regulam os
elementos essenciais do imposto (incidência, determinação da
matéria coletável, os benefícios fiscais, as regras de territorialidade);
 Normas fiscais de natureza adjetiva ou processual, relativas ao
procedimento tributário e ao processo judicial tributário;
 Normas fiscais sancionatórias, relativas ao direito fiscal
sancionatório, de natureza contraordenacional e de natureza
criminal
Princípios de Fiscalidade 29
Direito Fiscal

O Direito Fiscal e o Direito Constitucional

Na Constituição da República Portuguesa (CRP) existem normas de


natureza fiscal:

 Garantias fundamentais dos cidadãos em matéria tributária;

 Orientam o legislador e limitam a sua competência fiscal.

Princípios de Fiscalidade 30
Direito Fiscal

Artigo 103.º - Sistema Fiscal

1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e


outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da
riqueza.

2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os


benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.

3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados
nos termos da Constituição, que tenham natureza retroativa ou cuja
liquidação e cobrança se não façam nas formas prescritas na lei.

Princípios de Fiscalidade 31
Direito Fiscal

Artigo 104.º - Impostos

1. O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das


desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as
necessidades e os rendimentos do agregado familiar.

2. A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu


rendimento real

(cont)
Princípios de Fiscalidade 32
Direito Fiscal

3. A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os


cidadãos.

4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à


evolução das necessidades do desenvolvimento económico e da
justiça social, devendo onerar os consumos de luxo.

Princípios de Fiscalidade 33
Direito Fiscal

Artigo 5º (Código Civil)


Começo da vigência da lei

1. A lei só se torna obrigatória depois de publicada no jornal oficial.

2. Entre a publicação e a vigência da lei decorrerá o tempo que a


própria lei fixar…

O texto deste artigo aplica-se a toda a Lei, logo também à Lei Fiscal.

Princípios de Fiscalidade 34
Direito Fiscal

Aplicação da Lei Fiscal no Tempo

A Obrigação Tributária nasce com a verificação do pressuposto previsto


na lei para a sujeição ao imposto.

Aplica-se assim o princípio da não retroatividade também á Lei Fiscal,


que significa que não se deverá aplicar a nova lei desde que a obrigação
tenha sido constituída antes do seu aparecimento, ou seja, desde que
tenha surgido antes dessa lei.

Princípios de Fiscalidade 35
Direito Fiscal

Aplicação da Lei no Espaço

Trata-se de definir qual o território em que a lei produz efeitos. Para


isso aplica-se o princípio da territorialidade à Lei Fiscal

Este princípio refere que a Lei Fiscal do Estado aplica-se apenas aos
factos e situações que ocorram nesse Estado, bem como aos
rendimentos que aí forem adquiridos

Princípios de Fiscalidade 36
Direito Fiscal

Artigo 165.º - Reserva relativa de competência legislativa

1. É da exclusiva competência da Assembleia da República legislar sobre


as seguintes matérias:

a) Estado e capacidade das pessoas;


b) Direitos, liberdades e garantias;
i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das taxas e demais
contribuições financeiras a favor das entidades públicas;

Princípios de Fiscalidade 37
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IMPOSTOS

Princípios de Fiscalidade 38
Impostos

Impostos

 Noção e fases do imposto


 Tributação direta e tributação indireta
 Classificação dos impostos
 Finalidades fiscais e extra finais dos impostos
 Objetivos da tributação
 Benefícios fiscais

Princípios de Fiscalidade 39
Impostos

Noção de imposto

Conceito: é uma prestação pecuniária paga coercivamente ao Estado


pelos particulares e pelas empresas de forma unilateral e sem
contrapartida imediata. Consiste no financiamento que o sector público
extrai do sector privado sob a forma coerciva, como meio de contribuir
para o financiamento geral da atividade pública.

Princípios de Fiscalidade 40
Impostos

Natureza do Imposto

Prestação Tributária Coativa


Prestação Pecuniária
Natureza
do Prestação Unilateral
Imposto Prestação Estabelecida por Lei
Prestação Sem Carácter de Sanção
Prestação Definitiva

Princípios de Fiscalidade 41
Impostos

O Imposto…:

…é uma prestação tributária coativa,


porque o Estado obriga o seu pagamento a todos os cidadãos que se
encontram nas situações previstas na lei.

…é uma prestação pecuniária,


porque é entregue em dinheiro (só pode ser em bens muito
excecionalmente - imposto sucessório).

Princípios de Fiscalidade 42
Impostos

O Imposto…:

…é uma prestação unilateral,


porque o sujeito ativo Estado recebe o valor e não retribui direta ou
imediatamente com algo em troca.

…é uma prestação estabelecida por lei,


porque é a lei, e só a lei, que atribui ao Estado o poder de tributar o
imposto que é, portanto, uma obrigação legal.

Princípios de Fiscalidade 43
Impostos

O Imposto…:

…é uma prestação sem carácter de sanção,


porque não é tributado como resultado de qualquer infração ou
ilegalidade cometida.

…é uma prestação definitiva,


porque não tem o prestador do imposto direito à sua restituição ou
reembolso do imposto devido. Por isso, se distingue imposto de
empréstimo público, onde existe sempre reembolso.

Princípios de Fiscalidade 44
Impostos

Os principais Impostos Portugueses:

Impostos sobre o rendimento


IRS - Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares
IRC - Imposto sobre o Rendimento de pessoas Coletivas

Impostos sobre a despesa


IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado
IS - Imposto do Selo (também sobre o património)

Princípios de Fiscalidade 45
Impostos

Impostos sobre o património


IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis
IMT - Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de
Imóveis
IS - Imposto do Selo (também sobre a despesa)

Tributação automóvel
ISV - Imposto Sobre Veículos
IUC - Imposto Único de Circulação

Princípios de Fiscalidade 46
Impostos

Impostos especiais sobre o consumo

São três os impostos abarcados pelo IEC - Imposto Especial sobre o


Consumo:

IABA - Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas;


ISP - Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos e energéticos;
IT - Imposto sobre o Tabaco.

Princípios de Fiscalidade 47
Impostos

Sujeito Ativo do Imposto

 É aquele que recebe o valor do Imposto. Portanto é sempre o


Estado que é a quem a lei atribui o direito de cobrar impostos.

Sujeito Passivo do Imposto

 São os que pagam o valor do imposto. É sempre o contribuinte


que é a quem a lei exige o pagamento dos impostos. Os
contribuintes podem ser pessoas singulares ou coletivas, ou seja,
são sujeitos passivos os cidadãos individuais e as empresas
Princípios de Fiscalidade 48
Impostos

Fases do imposto

Devemos fazer a distinção de vários momentos ou fases do imposto.

Consideram-se quatro fases na relação jurídica do imposto, a saber:

1 - Incidência
2 - Lançamento

3 - Liquidação
4 - Cobrança
Princípios de Fiscalidade 49
Impostos

1 - Incidência

A incidência do imposto é afinal o saber sobre QUEM ou O QUÊ se


aplicam as normas desse imposto.

Quando de define uma pessoa como sujeito de um imposto, diz-se


que se trata duma incidência pessoal ou subjetiva

Quando se define algo que é passível desse imposto, então fala-se


em incidência real ou objetiva

Princípios de Fiscalidade 50
Impostos

REAL O QUE está sujeito ao


(0bjectiva) imposto
INCIDÊNCIA
PESSOAL QUEM está sujeito ao
(Subjectiva) imposto

Princípios de Fiscalidade 51
Impostos

A INCIDÊNCIA é a definição legal dos atos ou situações sujeitos a


imposto e das pessoas sobre as quais recai o dever de os prestar

Exemplo: A incidência real do Imposto Municipal Sobre Imóveis


(IMI) são ???

Os próprios imóveis

E a incidência pessoal são ???

Os proprietários desses imóveis.


Princípios de Fiscalidade 52
Impostos

2 - Lançamento

Ao lançamento corresponde apenas um processo administrativo


que é levado a cabo pelos serviços fiscais.

O lançamento é originado por um facto tributário, ou seja, um facto


gerador da obrigação de pagar o imposto.

Exemplo: Rendimento auferido/ transação comercial

Princípios de Fiscalidade 53
Impostos

Definição:

O LANÇAMENTO do imposto é um conjunto de procedimentos


que levam à identificação do sujeito passivo e ao apuramento do
valor sobre o qual irá incidir esse imposto.

A esse valor dá-se o nome de ???

Matéria Coletável

Princípios de Fiscalidade 54
Impostos

3 - Liquidação

Nesta fase processa-se a aplicação da taxa legal ao valor (matéria


coletável) sobre o qual ela incide.

Este processamento é feito pelos serviços da Direcção-Geral de


Contribuições e Impostos (DGCI), que também comunica ao
sujeito passivo a Coleta apurada, ou seja, o montante a pagar.

É a partir da liquidação que se estabelece a relação jurídico-


tributária obrigatória.
Princípios de Fiscalidade 55
Impostos

Definição:

A LIQUIDAÇÃO do imposto traduz-se na aplicação da taxa legal à


matéria coletável para determinar o valor de imposto a pagar (a
coleta).

Exemplo de como se procede à liquidação do IMI:


Base de incidência (matéria coletável) 100.000,00€
Taxa de Imposto aplicável (taxa municipal) 0,45 %
Valor do IMI (coleta) = 450,00 €

Princípios de Fiscalidade 56
Impostos

Podemos então, a partir do exemplo, clarificar os significados de


matéria coletável e de coleta.

Definição:

A MATÉRIA Coletável é o valor sobre o qual irá incidir a taxa do


imposto.

A COLETA é o valor que resulta da aplicação da taxa de imposto à


matéria coletável.

Princípios de Fiscalidade 57
Impostos

4 - Cobrança

A cobrança é a última das 4 fases da vida do imposto e, quando ela


se concretiza, extingue-se o seu efeito pois cumpriu-se a prestação
tributária.

A COBRANÇA é o pagamento do imposto por parte do contribuinte


com a entrada do valor do imposto nos cofres do Estado

A cobrança é efetuada através das Tesourarias da Fazenda


Pública, ou seja, nas Repartições de Finanças.
Princípios de Fiscalidade 58
Impostos

A cobrança de dívidas fiscais faz-se em duas modalidades:

Pagamento Cobrança
Voluntário Coerciva

Princípios de Fiscalidade 59
Impostos

O pagamento é voluntário sempre que o contribuinte o cumpre


dentro do prazo estabelecido na lei.

Se o pagamento não for efetuado até ao final desse prazo,


legalmente estabelecido, a cobrança passa a ser coerciva.

Assim, após expirado o prazo legal para o pagamento do imposto, a


DGCI instaura um processo de execução fiscal.

Princípios de Fiscalidade 60
Impostos

A partir do dia seguinte ao final do prazo para o pagamento


voluntário, começam a vencer-se juros moratórios (de mora).

Os Juros Moratórios são os juros devidos pelo atraso de


pagamento das obrigações fiscais, cujas taxas (de juro) estão fixadas
na lei.

Princípios de Fiscalidade 61
Impostos

Tributação direta e tributação indireta

Os impostos podem ser classificados de acordo com vários critérios.

O critério mais generalista é aquele que os divide em impostos


diretos e indiretos .

Princípios de Fiscalidade 62
Impostos

Incidência Exemplos

Incidem sobre o IRS


Impostos rendimento e
IRC
Diretos sobre património
Tributação direta IMI
e indireta

IVA
Impostos Incidem sobre o
ISV
Indiretos consumo
IEC
Impostos

Impostos diretos

São impostos diretos, aqueles cujo lançamento se baseia na


elaboração prévia de um rol nominativo de contribuintes;

O pagamento dos impostos diretos é feito com referência a um


período de tempo delimitado, normalmente um ano.

Princípios de Fiscalidade 64
Impostos

Impostos Indiretos

Os impostos indiretos incidem, não sobre o rendimento


propriamente dito, mas sobre a utilização que dele é feita, ou seja,
sobre as despesas de consumo efetuadas pelos agentes económicos.

Princípios de Fiscalidade 65
Impostos

Classificação dos impostos

▶ Impostos Estaduais VS Impostos não Estaduais

Impostos Estaduais – Quando o sujeito ativo é o Estado


(Administração Central).
Exemplo: IRS, IRC, IVA
Impostos não Estaduais – Quando o sujeito ativo são os outros
entes públicos territoriais.
Exemplo: IMI (Autarquias)
Princípios de Fiscalidade 66
Impostos

Classificação dos impostos

▶ Impostos Reais e Pessoais;

Impostos reais são os que não têm em conta as condições pessoais,


económicas e sociais dos contribuintes (IVA, IMT).

Impostos pessoais quando na sua tributação leva em linha de conta


as características pessoais de quem tributa (IRS).

Princípios de Fiscalidade 67
Impostos

Classificação dos impostos


▶ Impostos Proporcionais, progressivos, e regressivos

Impostos proporcionais – são impostos de taxa fixa (23%, 13%, etc).

Impostos progressivos – impostos onde a taxa aumenta à medida


que a matéria coletável aumenta.

Impostos regressivos – impostos onde taxa diminuí à medida que


a matéria coletável aumenta.

Princípios de Fiscalidade 68
Impostos

Classificação dos impostos

▶ Impostos periódicos e de Obrigação única

Nos impostos periódicos, a obrigação de imposto ocorre


tendencialmente com uma periodicidade regular.

Os impostos de obrigação única caracterizam-se pela não


regularidade da obrigação de imposto, apenas há lugar ao
pagamento do imposto quando o facto que o origina acontece.

Princípios de Fiscalidade 69
Impostos

Finalidades fiscais e extra finais dos impostos

Finalidades fiscais: obtenção de meios financeiros para satisfazer as


necessidades coletivas ou públicas: arrecadação de receitas.

Finalidades extrafiscais: os impostos são de natureza económico-


social, ou seja não visa receber receitas mas tem o objetivo de
promover ou obstar a certos comportamentos económicos e sociais
(ex. imposto sobre produtos álcoolicos).

Princípios de Fiscalidade 70
Impostos

Objetivos da tributação

A tributação visa a satisfação das necessidades financeiras do


Estado e de outras entidades públicas e promoção da justiça social,
da igualdade de oportunidades e as necessárias correções das
desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento.

A tributação respeita os princípios da generalidade, da igualdade,


da legalidade e da justiça material.

Princípios de Fiscalidade 71
Impostos

Benefícios fiscais

Consideram-se benefícios fiscais os regimes especiais de


tributação que envolvem uma vantagem ou simplesmente um
desagravamento fiscal perante o regime normal.

Muitos dos benefícios fiscais estão contemplados no EBF (Estatuto


dos benefícios fiscais)

Princípios de Fiscalidade 72
Impostos

São benefícios fiscais, entre outros:

 as isenções,
 as reduções de taxas,
 as deduções à matéria coletável e à coleta.

Princípios de Fiscalidade 73
Impostos

Atribuição dos benefícios fiscais

Os benefícios fiscais são automáticos quando resultam diretamente


e imediatamente da lei (n.º 1 do art. 4.º do EBF).

Os benefícios fiscais dependentes de reconhecimento pressupõem


um ou mais atos posteriores de reconhecimento. Este pode ser
concedido por ato administrativo ou por acordo entre a
Administração e os interessados.

Princípios de Fiscalidade 74
Impostos

Extinção dos benefícios fiscais

Os benefícios extinguem-se:

Quando os benefícios são temporários, caducam pelo decurso do


prazo por que foram concedidos (n.º 2 do art. 12.º do EBF)

Quando condicionados, caducam pela verificação dos pressupostos


da respetiva condição resolutiva, ou pela inobservância das
obrigações impostas, imputável ao beneficiário (n.º 2 do art. 12.º do
EBF).
Princípios de Fiscalidade 75

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