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TÉNICO/A DE
CONTABILIDADE
0567 – NOÇÕES DE FISCALIDADE
2
Fiscalidade
• É um processo pelo qual há
arrecadação de receitas por parte
do estado tendo em vista a
satisfação das necessidades dos
cidadãos “ Jossias Miguel”
3 RECEITAS PÚBLICAS

Despesas do Estado

As necessidades coletivas da sociedade fazem com que


o Estado tenha que suportar determinadas despesas
4 RECEITAS PÚBLICAS

Receitas do
Estado

Voluntárias Patrimoniais
e Coativas e Creditícias
5 RECEITAS PÚBLICAS

Coativas
• São fixadas pelo Estado por via legislativa de forma
autoritária
• Exemplo: propinas
imposto sobre o rendimento
6
RECEITAS PÚBLICAS

Voluntárias
• São aquelas em que o preço é estabelecido
por via negocial ou contratual
7 RECEITAS PÚBLICAS

Patrimoniais
• São receitas provenientes da venda de
produtos e prestação de serviços a preços
contratualmente estabelecidos
8 RECEITAS PÚBLICAS

Creditícias
• São receitas que provem do recurso ao crédito por parte
do Estado (contratação de empréstimos)
• Atualmente tornou-se numa fonte de receitas de maior
relevância nas sociedades capitalistas
9 RECEITAS PÚBLICAS
impostos

Coativas Taxas

Receitas Multas,
Públicas coimas
patrimoniai
Voluntárias
s
10 RECEITAS PÚBLICAS

FINALIDADE

IMPOSTOS TAXAS MULTAS

Bem publico Serviços Sanção


11 RECEITAS PÚBLICAS

Coima Multa

• Foro • Foro criminal


contraordenacional

- Grave + Grave
12 RECEITAS DO ESTADO

Estas componentes
Receitas patrimoniais não são suficientes
para cobrir as
Taxas despesas – levam à
Impostos necessidade de
Empréstimos empréstimos para
cobrir o défice
13 DIREITO FISCAL

Ramo do direito que disciplina os


impostos
14 DIREITO FISCAL

Abrange multiplicidade de normas jurídicas

Normas de soberania fiscal

Normas relativas a obrigações acessórias

Normas de sanção fiscal

Normas relativas ao nascimento, desenvolvimento e extinção da obrigação fiscal

Normas relativas ao processo fiscal


15 FONTES DO DIREITO FISCAL

• Modos de formação e revelação das regras jurídicas


fiscais

• Como nasce?
• Como se forma?
O Direito
Fiscal
• Como se revela aos particulares?
16 FONTES DO DIREITO FISCAL

Lei constitucional Decreto-lei

Direito comunitário
Decretos
regionais
Tratados internacionais

Regulamentos
Leis
17 FONTES DO DIREITO FISCAL

Lei constitucional
• Principal fonte do Direito Fiscal
• O artº 103 da C.R.P. dispõe que:
• Os impostos são criados por lei*
• Ninguém é obrigado a pagar um imposto que não teha sido crido nos termos da
C.R.P. e cuja liquidação ou cobrança não se fala nos termos da lei*

*Lei – Assembleia da Republica ou Decreto-lei – Governo


18 FONTES DO DIREITO FISCAL

Lei constitucional
• Define as princípios tributários fundamentas
que devem enquadrar o sistema fiscal
• Contém normas não especificamente fiscais mas
que tem relevância para o direito fiscal
19 FONTES DO DIREITO FISCAL

Lei
• Criação de impostos, definir ou alterar a sua incidência, os
benefícios fiscais, as taxas e as garantias dos contribuintes e
a qualificação como crime da infração fiscal
20 FONTES DO DIREITO FISCAL

Decreto-Lei
• Salvo se pulicado ao abrigo de autorização legislativa, poderá
desenvolver ou complementar o princípios bases definidos na
lei ou disciplinar os restantes aspetos da relação jurídica do
imposto
21 FONTES DO DIREITO FISCAL

• Direito Comunitário
• Adesão de Portugal às Comunidades Europeias (1986)

• Direito Comunitário Originário (Tratado CE)


• Exemplo: não podem existir medidas fiscais que impeçam o exercício
das liberdades fundamentais consagradas no Tratado (por ex: liberdade
de circulação de capitais – art 56º)
22 FONTES DO DIREITO FISCAL

• Direito Comunitário
• Direito Comunitário Derivado
• O governo pode adotar medidas necessárias para proceder à
harmonização da legislação fiscal e essas medidas vigoram
diretamente na ordem interna
• Exemplo: diretivas do Conselho
23 FONTES DO DIREITO FISCAL

Tratados Internacionais
• Convenções internacionais e tratados que vigoram na ordem
interna portuguesa

• Exemplo: convenção com a Alemanha para evitar a dupla


tributação (Lei 12/82, 3 de Junho)
24 FONTES DO DIREITO FISCAL

Decretos regionais
• As regiões autónomas podem, por exemplo:
• Criar impostos regionais
• Conceder benefícios fiscais aos investimentos
25 FONTES DO DIREITO FISCAL

Regulamentos
• Conveniente execução das leis
• Dependem hierarquicamente das leis
• Não podem contrariar o disposto nas leis
26 FONTES DO DIREITO FISCAL

Regulamentos
Só os regulamentos
• Regulamentos internos
externos podem ser
• Despachos, instruções, circulares, ofícios
Fonte do Direito
(Apenas vinculam internamente)
Fiscal
• Regulamentos externos (Poder Central)
• Despachos regulamentares (emanados do governo), portaria ou despacho
normativo (emanado de um ou mais membros do governo)
27 SISTEMA FISCAL

• Conjunto de impostos existentes num certo espaço que visa:

C.R.P. (ART 103º): “…a satisfação das necessidades


financeiras do Estado e outras entidades publicas e uma
repartição justa dos rendimentos e da riqueza”
28 FONTES DO DIREITO FISCAL

Constituição Republica Portuguesa


• Principio da Igualdade (artº13º, 103º e 104º C.R.P.)
• Principio da Legalidade (artº103º e 165º nº1 C.R.P.)
• Principio da não retroatividade da lei fiscal (artº103
nº3 C.R.P.)
29 PRINCIPIO DA IGUALDADE
(ARTº13º, 103º E 104º C.R.P.)

• Todos os cidadãos são iguais perante a lei

• Todos estão obrigados a pagar impostos


• O principio da igualdade integra o principio da equidade
(associado à capacidade contributiva de cada cidadão)
PRINCIPIO DA LEGALIDADE
30 (ARTº103º E 165º Nº1 C.R.P.)

• Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa,


os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes
• É da exclusiva responsabilidade da A.R. legislar sobre a criação de
impostos e sistema fiscal, salvo autorização do governo.

As leis de autorização legislativa devem definir o objeto,


o sentido, a extensão, e a duração da autorização.
31 PRINCIPIO DA NÃO RETROATIVIDADE DA LEI FISCAL
(ARTº103 Nº3 C.R.P.)

• Proibição de impostos que tenham


natureza retroactiva
32 NOÇÃO DO IMPOSTO

O imposto é uma prestação pecuniária, coativa,


unilateral, a titulo definitivo, sem carater de sanção,
devido ao estado ou outros entes públicos com vista à
realização de fins públicos.
33 NOÇÃO DO IMPOSTO

O imposto é uma prestação pecuniária


• Pagamento do imposto em espécie
• Atualmente o imposto é uma prestação
em dinheiro ou equivalente a dinheiro
34 NOÇÃO DO IMPOSTO

O imposto é uma prestação coativa


• A ocorrência do facto gerador pode
depender da vontade privado, mas a
obrigação do imposto não
35 NOÇÃO DO IMPOSTO

O imposto é uma prestação unilateral


• Não há qualquer correlação previamente
definida e devidamente calculada entre a
prestação do contribuinte e os serviços
que lhe são postos à disposição pelas
instituições publicas
36 NOÇÃO DO IMPOSTO

O imposto é uma prestação a titulo definitivo


• Não há direito a qualquer restituição ou
reembolso
• Titulo definitivo – depois de pago não é
restituído
37 NOÇÃO DO IMPOSTO

• O imposto é o financiamento que o setor publico extrai ao setor privado sob


a forma coerciva, como meio de contribuir para o financiamento geral da
atividade publica
• Caraterística do imposto – COERCIVIDADE

O setor publico determina unilateralmente a


quantidade a pagar e os agentes do setor privado são
obrigados a pagar sem contrapartida direta
38 NOÇÃO DO IMPOSTO

• O imposto é uma transferência coerciva e unilateral do Estado

Imposto (Geral)
• impostos pagos pelo privado sem qualquer contrapartida

Taxas
• impostos pagos pelo privado em contrapartida de algo
39 TRIBUTAÇÃO DO IMPOSTO

Indiret
Direta
a
40 TRIBUTAÇÃO DIRETA E TRIBUTAÇÃO INDIRETA

Tributação direta
• Os imposto diretos são os que recaem
diretamente sob o rendimento
• Exemplos: IRS, IRC, IMT, Imp. automóvel
41 TRIBUTAÇÃO DIRETA E TRIBUTAÇÃO INDIRETA

Tributação indireta
• Os impostos indiretos são os que
recaem sob a despesa
• Exemplo: IVA, IMI, IUC
42 FASES DO IMPOSTO


• Incidência

• Lançamento

• Liquidação

• Cobrança
43 INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

• Verificação dos pressupostos necessários à geração do facto


tributário
• Os pressupostos estão tipificados nas normas de incidência que
pode ser de natureza real ou de natureza pessoal
• Natureza real – qual a realidade sujeita a imposto
• Natureza pessoal – delimitam quem está sujeito a imposto
44 INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

Real ou objetiva

Pessoal ou subjetiva
45 INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

Impostos Reais
• Não tomam em consideração os
condicionalismos económicos ou a
situação pessoal do contribuinte
• Exemplo: Impostos indiretos
46 INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

Impostos Pessoais
• Tomam em consideração, em maior ou
menor grau, os condicionalismos
económicos ou a situação pessoal do
contribuinte
• Exemplo: as taxas progressivas do IRS
47 FASES DO IMPOSTO

LANÇAMENTO
• Identificação das pessoas obrigadas
ao pagamento – identificação do
contribuinte
• Determinação da matéria coletável
48 FASES DO IMPOSTO

LIQUIDAÇÃO
• Apuramento da coleta e do imposto a pagar
coleta = Mat. Colectavel x taxa
Liquidação pode ser feita pela administração
fiscal, terceiro ou auto-liquidação
49 FASES DO IMPOSTO

LIQUIDAÇÃO

Contribuinte faz declaração (ou terceiro)


Declara os rendimentos e os serviços fiscais procedem à
liquidação (IRS)
Declara os rendimentos e faz (auto)liquidação (IRC)
Falta de declaração do contribuinte (ou terceiro)
A administração fiscal substitui-se ao contribuinte
(liquidação oficiosa)
50 FASES DO IMPOSTO

COBRANÇA
• Entrada do imposto nos cofres do Estado ou outro
ente publico
• Pagamento pode ser exigido ao contribuinte
diretamente
• Pagamento ode ser exigido a um terceiro (entidade
patronal) – retenção na fonte de IRS
51 FASES DO IMPOSTO

COBRANÇA
• Cobrança de dividas fiscais:
• Pagamento voluntário – dentro do prazo da lei
• Cobrança coerciva – decorrido prazo de
pagamento voluntário (acresce juros de mora)
52 PRINCÍPIOS DE TRIBUTAÇÃO E SISTEMA FISCAL

• Princípios que devem enquadrar um sistema fiscal:

Equidade • Sistema justa para quem se aplica

Eficiência • (deve permitir)


económica

Simplicidade • (deve ter)


53 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

Impostos estaduais e não-estaduais

Impostos diretos e indiretos

Impostos reais e impostos pessoais

Impostos proporcionais, progressivos e regressivos

Impostos periódicos e de obrigação única

Impostos principais e acessórios


54 IMPOSTOS ESTADUAIS E NÃO-ESTADUAIS

• Impostos Estaduais
• O credor do imposto é o Estado

• Impostos não estaduais


• O credor do imposto é uma pessoa coletiva de direito publico diferente
do Estado
• Exemplo: imposto municipal sob imóveis
55 IMPOSTOS DIRETOS E INDIRETOS

• Impostos diretos
• Os imposto diretos são os que recaem diretamente sob o rendimento
• São os impostos que tributam a riqueza

• Impostos indiretos
• Os impostos indiretos são os que recaem sob a despesa
• São os impostos que tributam o consumo
56 IMPOSTOS REAIS E IMPOSTOS PESSOAIS

• Impostos Reais
• São impostos que não tem em conta as condições pessoais,
económicas e familiares dos contribuintes – impostos indiretos
• Impostos Pessoais
• São impostos que não tem em conta as condições pessoais,
económicas e familiares dos contribuintes – impostos diretos
57 IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E REGRESSIVOS

• Impostos proporcionais
• Quanto maior for a matéria a tributar, maior é a taxa

• Impostos progressivos
• A taxa aumenta à medida que o escalão da matéria coletável aumenta
• Exemplo: até 1000€ : 10%
até 2000€ : 20%
> 2000€ : 30%
• Impostos regressivos
• A taxa diminui à medida que o escalão da matéria coletável aumenta
58 IMPOSTOS PERIÓDICOS E DE OBRIGAÇÃO ÚNICA

• Impostos periódicos
• São impostos com características de estabilidade e/ou continuidade.
• O pagamento é processado de forma periódica
• Exemplo: IRC
• Impostos de obrigação única (ou isolados)
• Só há lugar a pagamento do imposto quando o fato que o origina acontece
• Exemplo: IMT (Imposto municipal sob as Transmissões onerosas de imóveis)
59 IMPOSTOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS

• Impostos principais
• Existem por si, não dependem da existência de outra relação tributária
• Exemplo: IRC
• Impostos acessórios
• Não são impostos autónomos e acrescem aos impostos principais
• Exemplo: derrama*

*derrama - é um imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas, sendo a sua taxa fixada anualmente pelos diferentes municípios
60 FINALIDADES DO IMPOSTO

 Finalidades fiscais
Satisfazer as necessidades públicas aplicando os princípios e preceitos
constitucionais da Lei
Fundo para cobertura de despesas públicas (saúde, etc.)

Finalidades extrafiscais
Natureza económico-social
Não tem por objetivo receber receitas mas sim colocar impostos de
forma a equilibrar os gastos do país
61 OBJETIVOS DA TRIBUTAÇÃO

Satisfazer as necessidades financeiras do


Estado e outras entidades públicas

Promover a justiça social, a igualdade e as


necessárias correções das desigualdades na
distribuição da riqueza e do rendimento
62 OBJETIVOS DA TRIBUTAÇÃO

 A tributação respeita os princípios da:


Generalidade
Igualdade
Legalidade
Justiça material
63 OBJETIVOS DA TRIBUTAÇÃO

 A tributação deverá favorecer:


O emprego
A formação do aforro
Investimento socialmente relevante
64 OBJETIVOS DA TRIBUTAÇÃO

• A tributação deve considerar a competitividade e a internacionalização da


economia portuguesa, no quadro de um ambiente de concorrência
saudável
• A tributação não discrimina qualquer profissão ou atividade nem prejudica
a pratica de atos legítimos de carácter pessoal, sem prejuízo dos
agravamentos ou benefícios excecionais determinados por finalidades
económicas, sociais, ambientais ou outras
65 BENEFÍCIOS FISCAIS

• Estatuto dos Benefícios Fiscais - Artigo 2º nº1

Consideram-se benefícios fiscais as medidas de carácter


excecional instituídas para tutela de interesses públicos
extrafiscais relevantes que sejam superiores aos da própria
tributação que impedem
66 BENEFÍCIOS FISCAIS
• Estatuto dos Benefícios Fiscais - Artigo 2º nº2
Isenções

Reduções de taxas

Deduções à matéria coletável e à coleta

Amortizações

Reintegrações aceleradas
Outras medidas fiscais que obedeçam às características enunciadas
no nº1
67 BENEFÍCIOS FISCAIS

• Estatuto dos Benefícios Fiscais - Artigo 2º nº3

Os benefícios fiscais são considerados despesas fiscais, os


quais podem ser previstos no Orçamento de Estado ou em
documento anexo e, sendo caso disso, nos orçamentos das
Regiões Autónomas e das autarquias locais
68 BENEFÍCIOS FISCAIS

• Estatuto dos Benefícios Fiscais - Artigo 2º nº4

Para efeitos de controlo da despesa fiscal inerente aos benefícios


fiscais concedidos, pode ser exigida as interessados a declaração dos
rendimentos isentos auferidos, salvo tratando-se de benefícios
fiscais genéricos e automáticos, casos em que podem os serviços
fiscais obter os elementos necessários ao cálculo global do imposto
que seria devido

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