Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Sistema Tributário
Nuno Vitorino
Tributário ?
Nuno Vitorino
A invenção do imposto
“Explicar algo é fazer a sua história, afirmou Nietzche. Conhece--se
a data de nascimento do imposto, a sua cidade natal, a sua
infância, a sua idade adulta, o seu estado civil: nasceu no I século
da nossa era, na Roma Imperial; Octávio e Agripa, Cláudio e os
Antoninos velaram o seu berço; Diocleciano e Constantino foram os
companheiros da sua idade adulta. Depois de uma queda em
desfavor na Idade Média, renasceu, para gozar uma velhice agitada
nos nossos dias”.
• Diogo Leite de Campos
Nuno Vitorino
Imposto, noção
Nuno Vitorino
Características do imposto
• Caráter obrigacional;
• Patrimonialidade;
• Legalidade;
• Titularidade por entidades que exercem funções
públicas para satisfazer os fins próprios destas (art.º
18.º da LGT);
• Unilateralidade;
• Sem caráter de sanção.
Nuno Vitorino
Elementos da definição
• Prestação coativa – Os sujeitos ativos do imposto a quem a lei confere o direito
de lançar e cobrar determinado imposto, exigem a prestação de todos os sujeitos
passivos que se encontrem nas condições previstas na lei.
• Prestação patrimonial – O imposto é uma prestação que se traduz numa
atribuição patrimonial (não necessariamente pecuniária).
• Prestação unilateral – O sujeito ativo do imposto recebe a prestação e não está
vinculado a qualquer contrapartida.
• Prestação imposta por lei – A obrigação do imposto deriva de uma lei.
• Finalidades do imposto – O Estado cobra alguns impostos apenas com o fim de
cobrir as despesas públicas, mas encontramos, também impostos que são
instituídos com finalidades extra fiscais, de ordem económica, social e ambiental.
• Prestação sem carácter de sanção – O imposto distingue-se de outras prestações
pecuniárias e unilaterais impostas pelo Estado mas a título de sanção como por
exemplo as coimas.
Nuno Vitorino
Fases (tradicionais) do
• imposto
Incidência – definição geral e abstrata, feita pela lei, dos atos ou
situações sujeitos a imposto e das pessoas sobre as quais recai o dever
de o prestar.
• Incidência Real ou objetiva – o que está sujeito a imposto
• Incidência Pessoal ou subjetiva – quem está sujeito a imposto
• Lançamento – É o conjunto de operações administrativas que visam a
identificação do sujeito passivo do imposto e a determinação da
matéria coletável.
• Liquidação – É a aplicação da taxa à matéria coletável para determinar
o montante da coleta.
• Cobrança – É o ato administrativo que corresponde à entrada do
imposto nos cofres do Estado, (pode ser por pagamento voluntário ou
cobrança coerciva). Nuno Vitorino
Algumas classificações
dos impostos
• Impostos estaduais e não-estaduais
Impostos estaduais são os impostos cujo sujeito ativo é o Estado ou outro
ente público territorial.
Impostos não-estaduais são os impostos cujo sujeito ativo não é o Estado.
• Impostos diretos e indiretos
Impostos diretos são os que tributam realidades contributivas
permanentes e estáveis.
Impostos indiretos são os que tributam contributivas intermitentes,
instáveis e passageiras.
• Impostos reais ou objetivos e impostos pessoais ou subjetivos
Impostos reais são os que não têm em conta as condições concretas,
pessoais, económicas e familiares dos contribuintes (ex. IEC…).
Impostos pessoais são os que têm em conta as situações pessoais,
económicas e familiares dos contribuintes
Nuno Vitorino (ex. IRS).
Algumas classificações
dos impostos
• Impostos proporcionais, progressivos e regressivos
Impostos proporcionais – apresentam uma taxa fixa (ex. IRC…).
Impostos progressivos - taxa aumenta à medida que a matéria coletável
aumenta (ex. IRS, IMT…).
Impostos regressivos – taxa diminui à medida que a matéria colectável
aumenta.
• Impostos periódicos e de obrigação única
Impostos periódicos – cujo pagamento se processa periodicamente (ex.
IVA, IUC…).
Impostos de obrigação única – apenas há lugar ao pagamento do imposto
quando o facto que o origina acontece (ex. IRS, IRC…).
• Impostos principais e acessórios
Impostos principais – gozam de autonomia face aos restantes.
Nuno Vitorino
Impostos acessórios – não são autónomos e acrescem aos impostos
Figuras próximas, outros tributos…
• As taxas;
• As contribuições.
Nuno Vitorino
As taxas
São prestações patrimoniais, objeto de uma relação
obrigacional, legais, na titularidade de entidades que
exercem funções públicas para satisfazer os fins
próprios destas e tendo como pressuposto uma
atividade administrativa de prestação de serviços, a
utilização do domínio público ou a remoção de um
limite jurídico à atividade dos particulares.
Nuno Vitorino
Contribuições para a segurança social
Nuno Vitorino
A atividade financeira do Estado
Nuno Vitorino
Receitas Públicas
Receitas voluntárias - São Receitas coativas - São as fixadas
aquelas em que o preço é pelo Estado por via legislativa de
estabelecido por via negocial forma autoritária, como por
ou contratual. Ex.: Receitas exemplo as propinas cobradas
provenientes da venda da aos alunos ou o imposto sobre os
madeira das explorações rendimentos das pessoas
florestais do Estado. Estas singulares cobrado às pessoas
receitas denominam-se ainda que auferem rendimentos.
receitas patrimoniais por
derivarem do património do
Estado.
Nuno Vitorino
Direito Tributário, Técnica Tributária e Politica Tributária
Nuno Vitorino
Relações com o Direito Internacional
Tem sido grande a cooperação internacional dando
origem a convenções, acordos e tratados no domínio do
direito tributário. Um exemplo são as convenções cujo
objetivo é evitar a dupla tributação internacional
(tributação do mesmo facto tributário em mais de um
Estado) e as tendentes a evitar a evasão fiscal (fuga à
tributação de determinado facto tributário).
Nuno Vitorino
Relações com o Direito Comunitário
• O Direito Tributário tem cada vez mais uma relação uma enorme
relação com o Direito Comunitário (quer o originário quer o
derivado), pois muitas das situações que este regula origem no
direito comunitário.
• Sobretudo no que aos impostos indiretos diz respeito, onde o
direito comunitário, através da diretivas de harmonização tem
vindo a desempenhar um papel de primordial importância,
substituindo-se em muito aspetos ao legislador nacional.
• Ao nível do direito aduaneiro, aqui a influência deste ramo do
direito é muito maior tendo em conta que a harmonização é já
plena tendo em conta a publicação de regulamentos sobre este
ramo do direito tributário.
Nuno Vitorino
Relações com o Direito Constitucional
A Constituição da República define algumas normas de
natureza fiscal. Essas normas definem garantias
fundamentais dos cidadãos em matéria tributária e
orientam e limitam o legislador na sua competência
fiscal.
• Exemplos: art.ºs 3.º, 13.º, 18.º, 66.º, 67.º n.º 2 al. f),
103.º, 104.º, 105.º, 115.º n.º 4 al. b), 198.º, 227.º,
238.º, 241.º…
Nuno Vitorino
Relações com o Direito Sancionatório
As normas tributárias impõem aos contribuintes e terceiros o cumprimento de
certos deveres principais e acessórios, como por exemplo:
- a apresentação de declarações no serviço de finanças competente –
Ação;
- a inutilização dos livros de registo antes do prazo de dez anos –
Omissão.
A lei tributária confere à Administração poderes para impor sanções pelo não
cumprimento de tais deveres. O legislador adopta, por vezes, as soluções
consignadas no Direito Criminal e outras vezes para elas remete
expressamente.
Entre nós tem vindo a adquirir importância acrescida um novo ramo do direito,
o Direito Sancionatório Tributário de que o «Regime Geral das Infracções
Tributárias» aprovado pela Lei n.º 15/2001,
Nuno Vitorinode 5 de Junho é expressão.
Relações com o Direito Privado
• O Direito Tributário tem uma grande relação com o Direito
Privado (direito civil, comercial, laboral…), pois muitas das
situações que regula têm por base entidades privadas.
• A tributação assenta em factos, atos e direitos
patrimoniais.
• O Direito Tributário, atribui, por vezes, a certos conceitos e
situações uma relevância diferente da que os mesmos têm
no Direito Privado, o que lhe confere autonomia em
relação a este ramo do direito.
Nuno Vitorino
As fontes supraconstitucionais do Direito
Tributário (primado do direito comunitário)
• Direito Comunitário:
• Originário: Tratados.
• Derivado: Essencialmente Regulamentos Comunitários e Diretivas.
– Regulamentos: art.º 8.º n.º 4 CRP;
– Diretivas: art.º 112.º n.º 8 CRP (vinculam quanto ao resultado a
atingir, mas não quanto aos meios. Necessitam de
transposição).
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• A Lei
O art. 103º da C.R.P define que os impostos são criados por lei (art.º 112.º e
165º), a mesma norma constitucional define também que ninguém pode ser
obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da
Constituição e cuja liquidação e cobrança se não façam nas formas previstas
na lei (lei-diploma emanado da Assembleia da República e decreto-lei
diploma emanado do Governo).
• Os tratados e convenções internacionais
O art. 8.º da C.R.P. define que «as normas e os princípios de direito
internacional geral ou comum fazem parte integrante do direito português» e
que «as normas constantes de convenções internacionais regularmente
ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação
oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português»
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• Os regulamentos;
• Relação entre a lei e o regulamento:
– Princípio da precedência da lei – todo o regulamento necessita
de uma lei prévia que o legitime e autorize (artº 136º do CPA);
– Princípio da preferência ou preeminência da lei – o
regulamento não pode desrespeitar a fonte hierarquicamente
superior que é a lei.
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• Os regulamentos;
• Regulamentos emanados pelo poder central (artº 138º
CPA):
– Decretos regulamentares: promulgados pelo PR,
referendados pelo PM e pelo Min. Finanças;
– Despachos normativos e portarias: assinados pelos(s)
Ministro(s) competente(s).
Regulamentos emanados pelo poder local:
- Regiões Autónomas – art.º 227.º CRP;
- Autarquias locais – art.ºs 241.º CRP.
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• Jurisprudência e a doutrina:
• Não são fonte imediata de Direito Tributário, mas têm um
papel importante como fonte mediata, pela influência que
exercem na evolução do sistema tributário, na sua
interpretação e crítica.
– Jurisprudência: Do TJUE, dos Tribunais Tributários e
Administrativos e Fiscais, dos Tribunais Centrais
Administrativos, do STA e TC. Comuns/Relações e STJ para
os crimes;
– Doutrina: pareceres, estudos, livros, monografias, teses e
dissertações. Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• Costume:
• Corresponde à prática reiterada de um certo ato acompanhado
da convicção da sua obrigatoriedade (art.º 3.º n.º 1 do CC).
• Á semelhança das anteriores, também não é fonte imediata de
Direito Tributário (jure essendi), mas é fonte de direito (mediata
ou jure cognoscendi) se a lei expressamente o referir e não for
contrário à boa-fé.
Nuno Vitorino
Axiologia do Direito Tributário
Princípios gerais
• Princípio do consentimento;
• Princípio da legalidade;
• Princípio da igualdade.
Nuno Vitorino
Princípios derivados
• Princípio da tipicidade;
• Princípio da proteção da confiança;
• Princípio da proporcionalidade;
• Princípio da irretroatividade.
Nuno Vitorino
Princípios autónomos
• Princípio da boa-fé;
• Princípio da capacidade contributiva.
Nuno Vitorino
Princípios gerais do Direito Tributário – O princípio do
consentimento (reserva de lei parlamentar)
Nuno Vitorino
Princípios gerais do Direito Tributário – O princípio da
legalidade (art.ºs 266º/2 CRP, 8.º e 55º LGT e 3º CPA)
• Nullum tributum sine lege…
Duas características: criação, ou alteração, através de lei do
Parlamento, ou de DL do Governo, com
- A preeminência da lei; base numa autorização legislativa (cfr. o
disposto na alínea i) do n.º 1 do artigo 165.º
Formal da CRP);
o diploma em causa deve conter a disciplina tão
completa quanto possível da matéria reservada nos
- A reserva de lei termos do disposto no n.º 2 do artigo 103.º da CRP,
nomeadamente a incidência (real, ou seja, material,
Material temporal, quantitativa e espacial, e pessoal, relativa
à definição dos sujeitos da relação tributária, os
responsáveis e substitutos tributários, etc.), a taxa,
Nuno Vitorino os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes.
O artigo 103.º n.ºs 2 e 3 da CRP
(…)
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa,
os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido
criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva
ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.
Nuno Vitorino
O princípio
Artigo 8º da
LGT legalidade
Princípio da legalidade tributária
1 - Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária a incidência, a
taxa, os benefícios fiscais, as garantias dos contribuintes, a definição
dos crimes fiscais e o regime geral das contra - ordenações fiscais.
2 - Estão ainda sujeitos ao princípio da legalidade tributária:
a) A liquidação e cobrança dos tributos, incluindo os prazos de
prescrição e caducidade;
b) A regulamentação das figuras da substituição e responsabilidade
tributárias;
c) A definição das obrigações acessórias;
d) A definição das sanções fiscais sem natureza criminal;
e) As regras de procedimento e processo tributário.
Nuno Vitorino
Princípios gerais do Direito Tributário –
O princípio da igualdade (art.ºs 13º e 266º CRP, 55º, 98º da
LGT e do 6º CPA)
Nuno Vitorino
Princípios derivados. O princípio da proporcionalidade (art.ºs
266º/2 CRP 55.º da LGT e do 7.º CPA).
Nuno Vitorino
Princípios fundamentais do procedimento tributário
• Princípio da igualdade (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da prossecução do interesse público (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da imparcialidade (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da legalidade (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da proporcionalidade (art.º 7.º do RCPITA);
• Princípio da verdade material (art.º 6.º do RCPITA);
• Princípio do contraditório (art.ºs 45º do CPPT e 8.º do RCPITA).
• Princípio da justiça (art.º 55.º da LGT);
Nuno Vitorino
Princípios fundamentais do procedimento tributário
• Princípio da decisão e da celeridade (art.ºs 56.º 56º e 57.º da LGT);
• Princípio da participação (art.º 60.º da LGT);
• Princípio da confidencialidade (art.º 64.º da LGT);
• Princípio da boa-fé (art.ºs 59.º e 75.º da LGT);
• Princípio do inquisitório (art.º 58.º da LGT);
• Princípio da colaboração (art.º 59.º da LGT);
• Princípio do direito à informação (art.º 67.º da LGT);
• Princípio do duplo grau de decisão (art.º 47.º do CPPT);
Nuno Vitorino
Edifício legislativo do Direito Tributário
(Legislação de base)
Nuno Vitorino
De âmbito geral:
• Constituição da República Portuguesa (CRP);
• Lei Geral Tributária (LGT);
• Código do Procedimento e do Processo Tributário (CPPT);
• Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF);
• Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT);
• Regime Complementar de Inspeção Tributária e Aduaneira
(RCPITA);
• Estatuto do Tribunais Administrativos e Fiscais;
• Regime Jurídico da Arbitragem em Matéria Tributária.
Nuno Vitorino
De âmbito fiscal:
• Código do Imposto sobre Rendimento das pessoas Singulares
(CIRS);
• Código do Imposto sobre Rendimento das pessoas Colectivas
(CIRC);
• Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA);
• Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias;
• Código do Imposto de Selo (CIS);
• Código do Imposto sobre bens Imóveis (CIMI);
• Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de
Imóveis (CIMT);
Nuno Vitorino
De âmbito fiscal ou parafiscal:
• Código do Imposto Único de Circulação (IUC);
• Código fiscal do investimento (CFI);
• Regime que cria a contribuição extraordinária sobre
o setor energético;
• Regime de comunicação de informações financeiras;
• Contribuição sobre o setor bancário;
• Tributação dos sacos de plástico leves.
Nuno Vitorino
De âmbito aduaneiro:
• Código Aduaneiro da União (CAU);
• Regulamento delegado (RD- CAU);
• Regulamento de execução (RE- CAU);
• Regulamento de medidas transitórias (RDMT- CAU);
• Regulamento de desenvolvimento, manutenção e utilização dos
sistema eletrónicos do CAU (RE-IT-CAU)
• Regulamento de franquias aduaneiras;
• Isenções de IVA na importação;
• Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (CIEC);
• Código do Imposto Sobre Veículos (CISV);
• Regime legal da revisão e isenções nas bagagens;
Nuno Vitorino
Constituição da República Portuguesa (CRP):
• Entre outros, Princípios
constitucionais
– “Constituição Fiscal”. Art.ºs
103.º e 104.º legalidade fiscal
da segurança jurídica
Estado Social
Nuno Vitorino
Lei Geral Tributária (LGT):
Decreto-Lei n.º 398/98, de 17 de Dezembro;
• Enuncia e define os princípios gerais que regem o
direito fiscal português e os poderes da
administração tributária e garantias dos
contribuintes.
Nuno Vitorino
Estrutura da LGT
PROCESSO
Art.ºs 23.º a 34.º e 51.º a 86.º do RGIT RGCO
Contraordenacional
Nuno Vitorino
Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais (ETAF):
Nuno Vitorino
Regime Jurídico da Arbitragem em
Matéria Tributária:
Nuno Vitorino
Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA):
Nuno Vitorino
Código do Imposto sobre bens Imóveis (CIMI):
Decreto-Lei n.º 287/2003 – de 12 de Novembro - Reforma do
Património.
• O imposto municipal sobre imóveis (IMI) incide sobre o valor
patrimonial tributário dos prédios rústicos e urbanos situados no
território português, constituindo receita dos municípios onde
os mesmos se localizam.
Nuno Vitorino
Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões
Onerosas de Imóveis (CIMT):
Nuno Vitorino
Código do Imposto Único de Circulação (CIUC):
Lei n.º 22-A/2007, de 29 de Junho
• O imposto único de circulação incide sobre os veículos das categorias seguintes, matriculados ou
registados em Portugal:
a) Categoria A: Automóveis ligeiros de passageiros e automóveis ligeiros de utilização mista com peso
bruto não superior a 2500 kg matriculados desde 1981 até à data da entrada em vigor do presente
código;
b) Categoria B: Automóveis de passageiros referidos nas alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo 2.º do Código
do Imposto sobre Veículos e automóveis ligeiros de utilização mista com peso bruto não superior a
2500 kg, matriculados em data posterior à da entrada em vigor do presente código;
c) Categoria C: Automóveis de mercadorias e automóveis de utilização mista com peso bruto superior a
2500 kg, afectos ao transporte particular de mercadorias, ao transporte por conta própria, ou ao
aluguer sem condutor que possua essas finalidades;
d) Categoria D: Automóveis de mercadorias e automóveis de utilização mista com peso bruto superior
a 2500 kg, afectos ao transporte público de mercadorias, ao transporte por conta de outrem, ou ao
aluguer sem condutor que possua essas finalidades;
e) Categoria E: motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos, tal como estes veículos são definidos
pelo Código da Estrada, matriculados desde 1992;
f) Categoria F: Embarcações de recreio de uso particular com potência motriz igual ou superior a 20
kW, registados desde 1986; Nuno Vitorino
Código fiscal do investimento (CFI)
Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro
• O Código Fiscal do Investimento, estabelece:
• a) O regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento
produtivo;
• b) O Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI);
• c) O sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento
empresarial II (SIFIDE II); e
• d) O regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR).
Nuno Vitorino
Regime da contribuição extraordinária
sobre o setor energético
Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro
• O presente regime tem por objeto a introdução de uma contribuição
extraordinária sobre o setor energético e determina as condições da sua
aplicação.
• A contribuição tem por objetivo financiar mecanismos que promovam a
sustentabilidade sistémica do setor energético, através da constituição
de um fundo que visa contribuir para a redução da dívida tarifária e para
o financiamento de políticas sociais e ambientais do setor energético.
Nuno Vitorino
Regime de comunicação de informações
financeiras
Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro
• O presente regime estabelece as obrigações das instituições financeiras
em matéria de identificação de determinadas contas e de comunicação de
informações à Autoridade Tributária e Aduaneira, reforçando e
assegurando as condições necessárias para a aplicação dos mecanismos
de cooperação internacional e de combate à evasão fiscal previstos na
Convenção entre a República Portuguesa e os Estados Unidos da América
(EUA) para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria
de Impostos sobre o Rendimento e no Foreign Account Tax Compliance
Act (FATCA), através da assistência mútua baseada na troca automática e
recíproca de informações.
Nuno Vitorino
Contribuição sobre o setor bancário
(CSB)
Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro
O presente regime tem por objeto a introdução de uma contribuição sobre o
sector bancário e determina as condições da sua aplicação.
• São sujeitos passivos da contribuição sobre o sector bancário:
• a) As instituições de crédito com sede principal e efetiva da administração
situada em território português;
• b) As filiais em Portugal de instituições de crédito que não tenham a sua
sede principal e efetiva da administração em território português;
• c) As sucursais em Portugal de instituições de crédito com sede principal e
efetiva fora do território português.
Nuno Vitorino
Tributação dos sacos de plástico leves
A Lei n.º 82-D/2014, de 31/12, alterou as “normas fiscais ambientais nos sectores da energia
e emissões, transportes, água, resíduos, ordenamento do território florestal, biodiversidade,
introduzindo ainda um regime de tributação dos sacos de plástico e um regime de incentivo
ao abate de veículos em fim de vida, no quadro de uma reforma da fiscalidade ambiental”. No
que diz respeito à tributação dos sacos de plástico, foi criada uma “contribuição sobre sacos
de plástico leves”, produzidos, importados ou adquiridos em Portugal continental, bem como
sobre sacos de plástico leves expedidos para este território. A lei define o que se entende por
“sacos de plástico leves”, por remissão para a Diretiva n.º 94/62/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 20 de Dezembro e do Regulamento UE n.º 10/2011, da comissão, de 14
de Janeiro. São sujeitos passivos desta contribuição os produtores ou importadores de sacos
de plástico leve que se localizem em Portugal continental, bem como os adquirentes de tais
sacos a fornecedores com sede ou estabelecimento estável noutro Estado da União
Europeia ou nas regiões autónomas. A contribuição sobre sacos de plástico leves é exigível
no momento da sua introdução no consumo, isto é, no momento da alienação de tais sacos e
essa contribuição constitui encargo do adquirente final. A contribuição é de €0,08 por cada
saco de plástico.
Nuno Vitorino
Código Aduaneiro Comunitário (CAU)
Regulamento (UE) n.º 952/2013 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 9 de outubro de 2013.
• A legislação aduaneira compreende o presente Código
e as disposições adoptadas a nível comunitário ou
nacional em sua aplicação. O presente Código aplica-se
sem prejuízo de disposições especiais estabelecidas
noutros domínios:
– às trocas entre a Comunidade Europeia e países terceiros,
– às mercadorias abrangidas pelos Tratados que instituem, respectivamente, a Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço, a Comunidade Económica Europeia e a Comunidade Europeia da
Energia Atómica.
Nuno Vitorino
Regulamento delegado (RD-CAU)
Regulamento delegado (UE) 2015/2446 da Comissão,
de 28 de julho de 2015.
Nuno Vitorino
Regulamento de execução(RE-CAU )
Regulamento de execução (UE) 2015/2447 da
Comissão, de 24 de novembro de 2015.
Nuno Vitorino
Regulamento de medidas transitórias (RDMT-CAU)
Regulamento Delegado (UE) 2016/341 da Comissão, de
17 de dezembro de 2015.
Nuno Vitorino
Regulamento de desenvolvimento, manutenção e utilização dos
sistema eletrónicos do CAU (RE-IT-CAU)
Regulamento de Execução (UE) 2019/1026 da Comissão de 21/06;
Nuno Vitorino
Regulamento de franquias aduaneiras:
Nuno Vitorino
Isenções de IVA na importação:
Nuno Vitorino
Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (CIEC):
Nuno Vitorino
Código do Imposto Sobre Veículos (CISV):
Lei n.º 22-A/2007, de 29 de Junho
Constitui facto gerador do imposto o fabrico, montagem, admissão
ou importação dos veículos tributáveis em território nacional,
que estejam obrigados à matrícula em Portugal.
Nuno Vitorino
Revisão e isenções na bagagem
Decreto-Lei n.º 176/85, de 22 de Maio
– Estabelece as facilidades aduaneiras concedidas aos
viajantes.
Lei n.º 64-A/2008 de 31 de dezembro
– Estabelece as regras relativas à isenção do imposto sobre o
valor acrescentado (IVA) e dos impostos especiais de
consumo (IEC) devidos na importação das mercadorias
contidas na bagagem pessoal dos viajantes provenientes de
um país ou território terceiro.
Nuno Vitorino
Reforma Aduaneira e
Regulamento das Alfândegas:
Nuno Vitorino
Noções gerais de
direito tributário
(uma introdução à LGT)
da generalidade,
Respeita princípios da igualdade,
da legalidade e
da justiça material.
Nuno Vitorino
Caraterísticas da tributação Art.º 6.º LGT
Nuno Vitorino
Caraterísticas da tributação
Art.º 6.º LGT
Solidariedade
Da família Reconhece
Encargos familiares
Orientando-se
no sentido de
que
O conjunto dos rendimentos do agregado familiar não
No englobamento…
esteja sujeito a impostos superiores aos que resultariam
da tributação autónoma das pessoas que o constituem.
Nuno Vitorino
Objetivos e limites da tributação
Art.º 7.º LGT
competitividade
Considera
e internacionalização da economia portuguesa, no
Tributação quadro de uma sã concorrência (v. ex. art.º 6.º EBF),
Não profissão ou
descrimina atividade
Nuno Vitorino
Tipos de interpretação
Autêntica: se emana do próprio órgão legislativo
Quanto ao
órgão Doutrinal: se procede dos tribunais ou da Administração Pública.
entrada em vigor.
Nuno Vitorino
Aplicação da lei tributária no tempo
Art.º 12.º
Art.º 12.º
Princípio da
irretroatividade
Nuno Vitorino
Aplicação da lei tributária no espaço
Art.º 13.º
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. Os sujeitos
Art.º 18.º
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. Os sujeitos
Art.ºs 15.º e 16.º
RATIFICAÇÃO
464 CC 9 CPPT
De comunicação obrigatória…
43 CPPT
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A substituição e a
responsabilidade tributária
Art.ºs 20.º e 22.º
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A constituição
Art.ºs 36.º a 39.º
Constituição
FACTO TRIBUTÁRIO
(nascimento da RJT)
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A modificação
Art.º 79.º
Revogação Total Prazo Revisão
Art.ºs 165.º a
171.º CPA
Parcial Prazo Revisão
Modificação
do ato Reforma
Prazo
Art.º 164.º CPA Revisão
tributário Ratificação
Art.º 164.º CPA Prazo Revisão
Conversão
Prazo Revisão
Art.º 164.º CPA
Retificação das
fundamento Erros de cálculo ou escrita
declarações
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Pelo sujeito passivo
Art.ºs 40.º segs
Por terceiro
PAGAMENTO
Em prestações
Indevido
Moeda corrente
PROVA Cheque
(art.º 94.º CPPT)
Extinção Débito em conta
(“morte” da RJT) Doc. comprovativo Transferência conta
a conta
Doc. bancário
Vale postal
Outros meios usados pelos
correios ou inst. crédito …
Nuno Vitorino
*RTE, Regime da Tesouraria do Estado (DL 191/99, 5/6)
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 41.º/2
Por terceiro
PAGAMENTO
Este não tem qualquer direito
em relação ao credor tributário,
Extinção EXCETO,
(“morte” da RJT)
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 42.º
Em prestações
PAGAMENTO
EXCETO recursos próprios
comunitários, retenções na
Extinção fonte, repercutidas a terceiros,
(“morte” da RJT) PROVA da ou quando o pagamento for
insuficiência condição de entrega de bens
económica (DA e IMT).
Em caso de anulação do acto tributário por iniciativa da administração tributária, a partir do 30.º
dia posterior à decisão, sem que tenha sido processada a nota de crédito,
Quando a revisão do acto tributário por iniciativa do contribuinte se efectuar mais de um ano após
o pedido deste, salvo se oNuno
atraso não for imputável à administração tributária.
Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 44.º
PAGAMENTO
Falta de pagamento
Extinção
Extração de certidão São devidos juros de TAXA fixada
(“morte” da RJT) anualmente
(título executivo) (art.º MORA,
88.º /1 CPPT), pelo IGCP*.
(Valor em dívida X taxa de
juro)/365 X total dos dias em mora
*IGCP, Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, E.P.E.
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 40.º …
Extinção Compensação
(“morte” da RJT) (…) 847 CC 89 CPPT 90 CPPT
Dação em pagamento
837 CC
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 45.º segs
Extinção
Prazo NORMAL 4 ANOS
(“morte” da RJT) CADUCIDADE
Prazos ESPECIAIS …
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 45.º segs
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 40.º segs
Extinção
(“morte” da RJT)
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 49.º
Interrupção Com a citação, a reclamação, o recurso hierárquico, a
impugnação e o pedido de revisão oficiosa da liquidação
PROVIDÊNCIAS CAUTELARES
Ver Instrução de Serviço n.º 60 028/2017 - Série I
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.º 50.º
totalmente
Património do Bens
GERAL devedor impenhoráveis
relativamente
601 CC parcialmente
GARANTIA Poder/dever
dos da AT de Execução fiscal
executar o (art.ºs 148.º a
créditos tributários património do 278.º CPPT)
devedor
faltoso
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º segs
GARANTIA
dos OUTROS
ESPECIAIS
créditos tributários
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º segs
ESPECIAIS
créditos tributários
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º segs
Gerais
Mobiliários
Especiais
Privilégios creditórios
OUTROS
ESPECIAIS Imobiliários
735 CC
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º …
GARANTIA
dos OUTROS Penhor, hipoteca … Registo
ESPECIAIS Art.º 195.º CPPT
créditos tributários
Execução fiscal
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º …
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.º 51.º
Nuno Vitorino
PROCEDIMENTO E PROCESSO Art.ºs 50.º …
TRIBUTÁRIO
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
DIREITO
TRIBUTÁRIO
PROCESSO JUDICIAL
O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Âmbito Art.º 54.º
Presunções
Admitem sempre prova em contrário (ilidíveis);
legais
Presunção de boa-fé
75 LGT
O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Revisão
Do sujeito Reclamação Qualquer
Art.º 78.º passivo Prazo fundamento
administrativa ilegalidade
Iniciativa
4 anos Erro dos
Pela AT Prazos serviços (sem o
A todo tempo fundamento tributo pago)
Nuno Vitorino
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Impugnação ou recurso
Art.º 95.º
liquidação de tributos, considerando-se também como tal para
efeitos da presente lei os atos de autoliquidação, retenção na
fonte e pagamento por conta;
Inquisitório;
PRINCÍPIOS
Colaboração processual;
Plena reconstituição.
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Meios processuais
Sem dependência do esgotamento dos meios
administrativos (art.ºs 99.º segs. do CPPT);
Impugnação judicial
Art.º Com dependência do Art.ºs 77.ºB, 133.ºA, 117.º
101.º esgotamento dos meios 131.º a 133.º CPPT e 86.º/5 LGT
administrativos
Ação para reconhecimento de direito ou interesse legítimo em matéria
tributária (art.º 145.º do CPPT);
Recurso, no próprio processo, de atos de aplicação de coimas e sanções
Meios acessórias (art.º 80.º do RGIT);
processuais Recurso dos atos praticados na execução fiscal, no próprio processo ou, nos
casos de subida imediata, por apenso (art.º 276.º segs CPPT);
Procedimentos cautelares de arrolamento e de arresto (art.ºs 135.º a 142.º
do CPPT);
Meios acessórios de intimação para consulta de processos ou documentos
administrativos e passagem de certidões (art.º 146.º CPPT);
Produção antecipada de prova (art.ºs 146.º CPPT e 134.º CPTA);
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Meios processuais, cont…
Art.º 101.º
Nuno.Silva.Vitorino@at.gov.pt
218 854 324
Nuno Vitorino
ANEXOS
Nuno Vitorino
Nuno Vitorino
Objetivos mais comuns de política económica e social
Nuno Vitorino
CRP (art.º 81.º)
Incumbências prioritárias do Estado
Incumbe prioritariamente ao Estado no âmbito económico e
social:
(…)
b) Promover a justiça social, assegurar a igualdade de
oportunidades e operar as necessárias correcções das
desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento,
nomeadamente através da política fiscal;
(…)
Nuno Vitorino
Jurisprudência do TC
No que respeita ao princípio constitucional da igualdade, deve referir-se que este, entendido como limite
objectivo da discricionaridade legislativa, não veda à lei a realização de distinções. Proíbe-lhe, antes, a
adopção de medidas que estabeleçam distinções discriminatórias — desde logo, diferenciações de
tratamento fundadas em categorias meramente subjectivas, como são as indicadas, exemplificativamente, no
n.º 2 do artigo 13.º da Lei Fundamental (diferenciações baseadas na ascendência, sexo, raça, língua, território
de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social) —,
ou seja, desigualdades de tratamento materialmente infundadas, sem qualquer fundamento razoável
(vernünftiger Grund) ou sem qualquer justificaçãoobjectiva e racional. Numa expressão sintética, o princípio
da igualdade, enquanto princípio vinculativo da lei, traduz-se na ideia geral de proibição do arbítrio
(Willkürverbot). Cfr., por todos, os Acórdãos do Tribunal Constitucional n.os 186/90, 187/90 e 188/90,
publicados no Diário da República, II Série, de 12 de Setembro de 1990.
O princípio da igualdade fiscal apresenta uma triplice dimensão, surgindo as duas primeiras dimensões como
uma emanação do princípio geral da igualdade, previsto no n.º 1 do artigo 13.º da Constituição. Em primeiro
lugar, aquele princípio significa que todos os cidadãos são iguais perante a lei fiscal, de tal modo que todos os
contribuintes que se encontrem na mesma situação definida pela lei fiscal devem estar sujeitos a um mesmo
regime fiscal (cfr. Louis Trotabas/Jean-Marie Cottoret, Droit Fiscal, 6.ª ed., Paris, Dalloz, 1990, p. 108, e Guy
Gest/Gilbert Tixier, Manuel de Droit Fiscal, 4.ª ed., Paris, L.G.D.J., 1986, p. 36).
Nuno Vitorino
Ac. TC n.º 57/95 de 16/02/1995, proc.º n.º 405/88
Justiça material
A tributação resultante de uma aplicação da lei fiscal ter-se-á por materialmente
injusta quando da sua imposição decorrer a preterição de princípios gerais ou
específicos do ordenamento jurídico que, por exigências de coerência postuladas
por este, devam em concreto prevalecer.
Nuno Vitorino
CRP (art.º 67.º)
Família
(…)
2. Incumbe, designadamente, ao Estado para protecção da família:
(…)
f) Regular os impostos e os benefícios sociais, de harmonia com os
encargos familiares;
(…)
Nuno Vitorino
Jurisprudência do TC
13. Este Tribunal, na esteira da Comissão Constitucional (cfr. Acórdão nº 479, Boletim do Ministério da
Justiça, nº 327, Junho de 1983, pág. 424 e segs.), tem vindo a reconhecer, embora de forma indirecta, a
garantia do direito a uma sobrevivência minimamente condigna ou a um mínimo de sobrevivência, seja
a propósito da actualização das pensões por acidentes de trabalho (Acórdão nº 232/91, Acórdãos do
Tribunal Constitucional, 19º vol., pág. 341), seja a propósito da impenhorabilidade de certas prestações
sociais (designadamente, do rendimento mínimo garantido – Acórdão nº 62/02, Diário da República, II
Série, de 11 de Março de 2002), na parte em que estas não excedam um rendimento mínimo de
subsistência ou o mínimo adequado e necessário a uma sobrevivência condigna (cfr. Acórdão nº
349/91, Acórdãos do Tribunal Constitucional, 19º vol., pág. 515;Acórdão nº 411/93, Acórdãos do Tribunal
Constitucional, 25º vol., pág. 615; Acórdão nº 318/99, Acórdãos do Tribunal Constitucional, 43º vol., pág.
639; e Acórdão nº 177/02, Diário da República, I Série-A, de 2 de Julho de 2002).
Nuno Vitorino
(art.ºs 13.º e 266º da CRP e
6.º do CPA)
Nas suas relações com os particulares, a Administração Pública deve reger-se pelo
princípio da igualdade, não podendo
• privilegiar, Tem um duplo sentido, jurídico e económico:
Jurídico, nos termos do artigo 13.º da CRP;
• beneficiar, Económico tendo em conta que consubstancia uma
obrigação de contribuir em igual medida para os
• prejudicar, encargos públicos e relaciona-se com a capacidade
contributiva.
• privar
de qualquer direito ou isentar de qualquer dever ninguém em razão de
ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas
ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação
sexual.
V. AC. TC n.º 57/95 de 16/02
Nuno Vitorino
Código Civil (art.º 9.º)
Interpretação da lei
1. A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a
partir dos textos o pensamento legislativo, tendo sobretudo em
conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi
elaborada e as condições específicas do tempo em que é aplicada.
2. Não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento
legislativo que não tenha na letra da lei um mínimo de
correspondência verbal, ainda que imperfeitamente expresso.
3. Na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete presumirá que o
legislador consagrou as soluções mais acertadas e soube exprimir o
seu pensamento em termos adequados.
Nuno Vitorino
Analogia
Quando na regulação de uma caso omisso - ou lacuna
– na ordem jurídica, valham as mesmas razões que
justificam determinado regime dado pela lei (ou outra
norma vigente), a outro caso, diz-se que há analogia
entre os dois. Assim sendo, deve aplicar-se a norma
existente ao caso omisso (artº 10º CC)
Nuno Vitorino
Jurisprudência do TCAS
Aliás, desde logo por imperativo constitucional – cfr. n.º2 do art.º
103.º da CRP – a incidência dos tributos, a taxa, os benefícios
fiscais e as garantias dos contribuintes, são criados por lei, a qual
deve ser interpretada sem o recurso à analogia, nos termos dos
art.ºs 8.º e 11.º, n.º 4, da LGT, como de resto constitui
jurisprudência corrente, …
Nuno Vitorino
CRP (art.º 103.º)
Sistema fiscal
(…)
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam
sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza
retroativa ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos
da lei.
Nuno Vitorino
Jurisprudência do TC
Ainda recentemente, porém, o Tribunal
Constitucional, em plenário, e na linha de
anterior jurisprudência, firmou o entendimento
segundo o qual legislador da revisão
constitucional de 1997, que introduziu a actual
redacção do artigo 103.º, n.º 3, apenas
pretendeu consagrar a proibição da
Ac. TC n.º 18/11 de 12/01/2011, proc.º n.º 204/10
Nuno Vitorino
CC (art.º 12.º)
Aplicação das leis no tempo. Princípio geral
1. A lei só dispõe para o futuro; ainda que lhe seja atribuída
eficácia retroactiva, presume-se que ficam ressalvados os
efeitos já produzidos pelos factos que a lei se destina a
regular.
( …)
Nuno Vitorino
CRP (art.º 5.º)
(Território)
1. Portugal abrange o território historicamente definido no continente
europeu e os arquipélagos dos Açores e da Madeira.
2. A lei define a extensão e o limite das águas territoriais, a zona
económica exclusiva e os direitos de Portugal aos fundos marinhos
contíguos (v. Lei n.º 34/2006, de 28 de Julho)
3. O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos
direitos de soberania que sobre ele exerce, sem prejuízo de
rectificação de fronteiras.
Nuno Vitorino
CRP (art.º 8.º)
(Direito internacional)
1. As normas e os princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte integrante do
direito português.
Nuno Vitorino
Jurisprudência do CAAD
(…) O sujeito activo da relação tributária é a entidade de direito público titular
do direito de exigir o cumprimento das obrigações tributárias, quer
directamente, quer através de representante.” (…)
Dec. CAAD de 10/06/2014, proc.º n.º 137/2012-T
(…) o sujeito passivo da relação fiscal é toda e qualquer pessoa singular ou
coletiva, a quem a lei imponha o dever de efetuar uma prestação tributária,
seja a prestação de imposto, sejam as prestações correspondentes às
múltiplas e diversificadas obrigações acessórias.
Nuno Vitorino
Código Civil
Artigo 66º
Começo da personalidade
1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com
vida. (…)
Artigo 122º
Menores
É menor quem não tiver ainda completado dezoito anos de idade.
Artigo 123º
Incapacidade dos menores
Salvo disposição em contrário, os menores carecem de capacidade para o
exercício de direitos .
Nuno Vitorino
Jurisprudência do STA
I - As sucursais de sociedade comercial estrangeira que disponham de uma instalação fixa em Portugal através da
qual é exercida uma actividade comercial, industrial ou agrícola integram-se no conceito de «estabelecimento
estável», referido no art.º 5.º do CIRC, analogicamente aplicável no âmbito do IVA.
II - A «personalidade tributária» ou «personalidade jurídica tributária» é reconhecida a todas as entidades que têm
personalidade jurídica, não sendo necessário preencher quaisquer outros requisitos ou pressupostos, mas é
reconhecida também a entidades desprovidas de personalidade jurídica.
III - A atribuição de personalidade tributária a entidades sem personalidade jurídica, designadamente a
estabelecimentos estáveis de não residentes em território português, constitui uma ficção, válida apenas para
determinar a medida da tributação.
IV - A atribuição de personalidade tributária a entidades sem personalidade jurídica que não tenham sede ou
direcção efectiva em território português tem em vista apenas determinar a «extensão da obrigação de imposto», na
terminologia do art.º 4.º, do CIRC, sujeitando as sociedades estrangeiras a tributação nacional apenas quanto aos
rendimentos obtidos em território nacional.
V - Mas, a atribuição de personalidade tributária a um «estabelecimento estável» sem personalidade jurídica não
tem quaisquer consequências a nível do património da sociedade-mãe, pois todos os bens que forem afectados à
Nuno Vitorino
actividade desse estabelecimento estável, continuam a pertencer à sociedade que o criou.Ac. STA de 07/05/2008, proc.º n.º 0200/08
Código Civil e CPPT
Artigo 124º
Suprimento da incapacidade dos menores
A incapacidade dos menores é suprida pelo poder paternal e, subsidiariamente, pela tutela,
conforme se dispõe nos lugares respectivos.
Artigo 8.º CPPT
Representação das entidades desprovidas de personalidade jurídica mas que dispõem de
personalidade tributária e das sociedades ou pessoas colectivas sem representante
conhecido
1 - As entidades desprovidas de personalidade jurídica mas que disponham de personalidade
tributária são representadas pelas pessoas que, legalmente ou de facto, efectivamente as
administrem.
2 - Aplica-se o disposto no n.º 1 do artigo anterior, com as adaptações necessárias, se as
Nuno Vitorino
pessoas colectivas ou entes legalmente equiparados não dispuserem de quem as represente.
ELEMENTOS, das Soc. Com.
As pessoas coletivas gozam dos direitos e
estão sujeitas aos deveres compatíveis com
a sua natureza (art.º 12.º/2 CRP).
Capacidade A capacidade das pessoas coletivas
INTRÍNSECOS jurídica abrange todos os direitos e obrigações
necessários ou convenientes à
prossecução dos seus fins, excetuados os
direitos e obrigações vedados por lei ou
que sejam inseparáveis da personalidade
singular (art.º 6.º do CSC).
Nuno Vitorino
ELEMENTOS, das Soc. Com.
a) Só compreende os direitos e obrigações “necessários
ou convenientes à prossecução dos seus fins”;
Nuno Vitorino
CPPT
Nuno Vitorino
CSC (art.º 12.º)
Sede
1. A sede da sociedade deve ser estabelecida em local
concretamente definido.
2. (…).
3. A sede da sociedade constitui o seu domicílio, sem
prejuízo de no contrato se estipular domicílio particular
para determinados negócios.
Nuno Vitorino
CPPT (art.º 43.º)
Obrigação de participação de domicílio
1 - Os interessados que intervenham ou possam intervir em
quaisquer procedimentos ou processos nos serviços da
administração tributária ou nos tribunais tributários
comunicam, no prazo de 15 dias, qualquer alteração do seu
domicílio, sede ou caixa postal electrónica.
Nuno Vitorino
Artigos 9.º/3 CPPT e 23.º LGT
3 - A legitimidade dos responsáveis subsidiários resulta de ter sido contra
eles ordenada a reversão da execução fiscal ou requerida qualquer
providência cautelar de garantia dos créditos tributários.
Nuno Vitorino
Jurisprudência do STA
7. O segundo momento é aquele em que a Fazenda Pública pode iniciar os actos de coerção sobre o património do devedor subsidiário. A lei
exige, como pressuposto essencial para que a A. Fiscal possa executar esse património, que antes tenha sido excutido o património do
devedor principal, a fim de se determinar com precisão o âmbito de responsabilidade financeira do revertido. O chamado benefício da
excussão prévia inibe a Fazenda Pública de executar o património do revertido antes de se apurar com rigor o valor exacto da sua
responsabilidade, o que ocorrerá mediante a excussão de todo o património do devedor principal.
8. Nesta sede, à A. Fiscal incumbe o ónus da prova de que se verificam os factos que integram o fundamento, previsto na lei, para que possa
chamar à execução os responsáveis subsidiários e reverter contra eles o processo executivo, cabendo-lhe, por isso, demonstrar que não
existiam, à data do despacho de reversão, bens penhoráveis do devedor originário ou, existindo, que eles eram fundadamente insuficientes. Só
no caso de a Fazenda Pública fazer a prova do preenchimento desses pressupostos, passará a competir ao responsável subsidiário demonstrar
a existência de bens, suficientes, no património da sociedade de que aquela não teve conhecimento, fazendo, assim, a prova da ilegalidade do
acto de reversão.
9. Recaindo embora sobre as partes o ónus da prova dos factos constitutivos, modificativos e/ou extintivos de direitos, a actividade instrutória
pertinente para apurar a veracidade de tais factos compete também ao Tribunal, o qual, atento o disposto nos artºs. 13, do C.P.P.Tributário, e
99, da L.G.Tributária, deve realizar ou ordenar todas as diligências que considerar úteis ao apuramento da verdade, assim se afirmando, sem
margem para dúvidas, o princípio da investigação do Tribunal Tributário no domínio do processo judicial tributário.
10. No caso dos autos, no que respeita ao exame dos pressupostos da reversão, verifica-se uma situação de défice instrutório que demanda o
exercício de poderes cassatórios por parte deste Tribunal nos termos do artº. 662, nº.2, al. c), do C.P.Civil, na redacção da Lei 41/2013, de
26/6, devendo ordenar-se a baixa dos autos, com vista a que seja estruturada a instrução do processo pelo Tribunal de 1ª. Instância.
Nuno Vitorino
Ac. STA de 22/05/2019, proc.º n.º 633/13.5BESNT
Processos de reversão, números
Nuno Vitorino
CPPT art.º 153.º e 160.º
CPPT SUBSECÇÃO II
Da legitimidade dos executados
Artigo 153.º
Legitimidade dos executados
1 – (…).
2 - O chamamento à execução dos responsáveis subsidiários depende da verificação de qualquer das seguintes
circunstâncias:
a) Inexistência de bens penhoráveis do devedor e seus sucessores;
b) Fundada insuficiência, de acordo com os elementos constantes do auto de penhora e outros de que o órgão da execução
fiscal disponha, do património do devedor para a satisfação da dívida exequenda e acrescido.
Artigo 160.º
Reversão no caso de pluralidade de responsáveis subsidiários
1 - Quando a execução reverta contra responsáveis subsidiários, o órgão da execução fiscal mandá-los-á citar todos, depois
de obtida informação no processo sobre as quantias por que respondem.
2 - A falta de citação de qualquer dos responsáveis não prejudica o andamento da execução contra os restantes.
3 - Se o pagamento não for efetuado dentro do prazo ou decaírem na oposição deduzida, os responsáveis subsidiários
suportarão, além das custas a que tenham dado causa, as que forem devidas pelos originários devedores.
Nuno Vitorino
LGT (art.º 31.º)
Obrigações dos sujeitos passivos
1 – (…).
2 - São obrigações acessórias do sujeito passivo as que visam
possibilitar o apuramento da obrigação de imposto,
nomeadamente a apresentação de declarações, a exibição de
documentos fiscalmente relevantes, incluindo a contabilidade ou
escrita, e a prestação de informações.
Nuno Vitorino
CIVA (art.ºs 19.º e segs)
CAPÍTULO V
Liquidação e pagamento do imposto
SECÇÃO I
Deduções
Artigo 19.º
Direito à dedução
1 - Para apuramento do imposto devido, os sujeitos passivos
deduzem, nos termos dos artigos seguintes, ao imposto incidente
sobre as operações tributáveis que efectuaram:
Nuno Vitorino
CIRS (art.º 93.º e 96.º) e CIRC (art.º 104.º)
Artigo 93.º CIRS
Revisão oficiosa
1 - Quando, por motivos imputáveis aos serviços, tenha sido liquidado imposto superior ao devido, procede-se a revisão oficiosa da
liquidação nos termos do artigo 78.º da lei geral tributária.
2 - Revisto o ato de liquidação, é emitida a consequente nota de crédito.
3 - O crédito ao reembolso de importâncias indevidamente cobradas pode ser satisfeito por ordem de pagamento ou por
compensação nos termos previstos na lei.
Artigo 96.º CIRS
Restituição oficiosa do imposto
1 - A diferença entre o imposto devido a final e o que tiver sido entregue nos cofres do Estado em resultado de retenção na fonte ou
de pagamentos por conta, favorável ao sujeito passivo, deve ser restituída até ao termo dos prazos previstos no n.º 1 do artigo 97.º
(…)
Artigo 104.º CIRC
(…)
2 - Há lugar a reembolso ao sujeito passivo quando:
a) O valor apurado na declaração, líquido das deduções a que se referem os n.ºs 2 e 4 do artigo 90.º, for negativo, pela importância
resultante da soma do correspondente valor absoluto com o montante dos pagamentos por conta;
Nuno Vitorino
b) O valor apurado na declaração, líquido das deduções a que se referem os n.ºs 2 e 4 do artigo 90.º, não sendo negativo, for inferior
Art.º 35.º da LGT Juros compensatórios
1 - São devidos juros compensatórios quando, por facto imputável ao sujeito passivo, for retardada a liquidação de parte ou da totalidade do
imposto devido ou a entrega de imposto a pagar antecipadamente, ou retido ou a reter no âmbito da substituição tributária.
2 - São também devidos juros compensatórios quando o sujeito passivo, por facto a si imputável, tenha recebido reembolso superior ao
devido.
3 - Os juros compensatórios contam-se dia a dia desde o termo do prazo de apresentação da declaração, do termo do prazo de entrega do
imposto a pagar antecipadamente ou retido ou a reter, até ao suprimento, correcção ou detecção da falta que motivou o retardamento da
liquidação.
4 - Para efeitos do número anterior, em caso de inspecção, a falta considera-se suprida ou corrigida a partir do auto de notícia.
5 - Se a causa dos juros compensatórios for o recebimento de reembolso indevido, estes contam-se a partir deste até à data do suprimento ou
correcção da falta que o motivou.
6 - Para efeitos do presente artigo, considera-se haver sempre retardamento da liquidação quando as declarações de imposto forem
apresentadas fora dos prazos legais.
7 - Os juros compensatórios só são devidos pelo prazo máximo de 180 dias no caso de erro do sujeito passivo evidenciado na declaração ou, em
caso de falta apurada em acção de fiscalização, até aos 90 dias posteriores à sua conclusão.
8 - Os juros compensatórios integram-se na própria dívida do imposto, com a qual são conjuntamente liquidados.
9 - A liquidação deve sempre evidenciar claramente o montante principal da prestação e os juros compensatórios, explicando com clareza o
respectivo cálculo e distinguindo-os de outras prestações devidas.
10 - A taxa dos juros compensatórios é equivalente à taxa dos juros legais fixados nos termos do n.º 1 do artigo 559.º do Código Civil.
Nuno Vitorino
LGT art.º 43.º
Pagamento indevido da prestação tributária
1 - São devidos juros indemnizatórios quando se determine, em reclamação graciosa ou impugnação judicial, que houve
erro imputável aos serviços de que resulte pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente
devido.
2 - Considera-se também haver erro imputável aos serviços nos casos em que, apesar de a liquidação ser efectuada com
base na declaração do contribuinte, este ter seguido, no seu preenchimento, as orientações genéricas da administração
tributária, devidamente publicadas.
3 - São também devidos juros indemnizatórios nas seguintes circunstâncias:
a) Quando não seja cumprido o prazo legal de restituição oficiosa dos tributos;
b) Em caso de anulação do acto tributário por iniciativa da administração tributária, a partir do 30.º dia posterior à
decisão, sem que tenha sido processada a nota de crédito;
c) Quando a revisão do acto tributário por iniciativa do contribuinte se efectuar mais de um ano após o pedido deste,
salvo se o atraso não for imputável à administração tributária.
4 - A taxa dos juros indemnizatórios é igual à taxa dos juros compensatórios.
5 - No período que decorre entre a data do termo do prazo de execução espontânea de decisão judicial transitada em
julgado e a data da emissão da nota de crédito, relativamente ao imposto que deveria ter sido restituído por decisão
judicial transitada em julgado, são devidos juros de mora a uma taxa equivalente ao dobro da taxa dos juros de mora
definida na lei geral para as dívidas ao Estado e outras entidades públicas.
Nuno Vitorino
CPPT art.º 61.º
Juros indemnizatórios
1 - O direito aos juros indemnizatórios é reconhecido pelas seguintes entidades:
a) Pela entidade competente para a decisão de reclamação graciosa, quando o fundamento for erro imputável
aos serviços de que tenha resultado pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente
devido;
b) Pela entidade que determina a restituição oficiosa dos tributos, quando não seja cumprido o prazo legal de
restituição;
c) Pela entidade que procede ao processamento da nota de crédito, quando o fundamento for o atraso
naquele processamento;
d) Pela entidade competente para a decisão sobre o pedido de revisão do acto tributário por iniciativa do
contribuinte, quando não seja cumprido o prazo legal de revisão do acto tributário.
2 - Em caso de anulação judicial do acto tributário, cabe à entidade que execute a decisão judicial da qual
resulte esse direito determinar o pagamento dos juros indemnizatórios a que houver lugar.
3- Os juros indemnizatórios serão liquidados e pagos no prazo de 90 dias contados a partir da decisão que
reconheceu o respectivo direito ou do dia seguinte ao termo do prazo legal de restituição oficiosa do tributo.
Nuno Vitorino
CPPT art.º 61.º
(…)
4 - Se a decisão que reconheceu o direito a juros indemnizatórios for judicial, o prazo de pagamento conta-
se a partir do início do prazo da sua execução espontânea.
5 - Os juros são contados desde a data do pagamento indevido do imposto até à data do processamento da
respectiva nota de crédito, em que são incluídos.
6 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, pode o interessado reclamar, junto do competente órgão
periférico regional da administração tributária, do não pagamento de juros indemnizatórios nos termos
previstos no n.º 1, no prazo de 120 dias contados da data do conhecimento da nota de crédito ou, na sua
falta, do termo do prazo para a sua emissão.
7- O interessado pode ainda, no prazo de 30 dias contados do termo do prazo de execução espontânea da
decisão, reclamar, junto do competente órgão periférico regional da administração tributária, do não
pagamento de juros indemnizatórios no caso da execução de uma decisão judicial de que resulte esse
direito.
Nuno Vitorino
O PAGAMENTO
Nuno Vitorino
LGT art.º 45.º
Caducidade do direito à liquidação
1 - O direito de liquidar os tributos caduca se a
liquidação não for validamente notificada ao
contribuinte no prazo de quatro anos, quando a lei não
fixar outro.
(…)
Nuno Vitorino
Caducidade e prescrição
Caducidade – Significa a perda de um direito devido,
nomeadamente, ao decurso de prazo.
Nuno Vitorino
LGT art.º 48.º
Prescrição
1 - As dívidas tributárias prescrevem, salvo o disposto em lei especial, no
prazo de oito anos contados, nos impostos periódicos, a partir do termo
do ano em que se verificou o facto tributário e, nos impostos de obrigação
única, a partir da data em que o facto tributário ocorreu, excepto no
imposto sobre o valor acrescentado e nos impostos sobre o rendimento
quando a tributação seja efectuada por retenção na fonte a título
definitivo, caso em que aquele prazo se conta a partir do início do ano civil
seguinte àquele em que se verificou, respectivamente, a exigibilidade do
imposto ou o facto tributário. (…)
Nuno Vitorino
Pagamento por terceiro
Artigo 41.º LGT
(…)
2 - O terceiro que proceda ao pagamento das
dívidas tributárias após o termo do prazo do
pagamento voluntário fica sub-rogado nos direitos
da administração tributária, desde que tenha
previamente requerido a declaração de sub-
rogação e obtido autorização do devedor ou prove
Nuno Vitorino
Código Civil, extinção da
obrigação SECÇÃO III
Compensação
Artigo 847º
Requisitos
1. Quando duas pessoas sejam reciprocamente credor e devedor, qualquer delas pode livrar-se da
sua obrigação por meio de compensação com a obrigação do seu credor, verificados os seguintes
requisitos:
a) Ser o seu crédito exigível judicialmente e não proceder contra ele excepção, peremptória ou
dilatória, de direito material;
b) Terem as duas obrigações por objecto coisas fungíveis da mesma espécie e qualidade.
2. Se as duas dívidas não forem de igual montante, pode dar-se a compensação na parte
correspondente.
3. A iliquidez da dívida não impede a compensação .
Nuno Vitorino
Compensação de iniciativa
da AT
Artigo 89.º CPPT
Compensação de dívidas de tributos por iniciativa da administração tributária
1 - Os créditos do executado resultantes de reembolso, revisão oficiosa, reclamação ou
impugnação judicial de qualquer acto tributário são aplicados na compensação das suas dívidas
cobradas pela administração tributária, excepto nos casos seguintes:
a) Estar a correr prazo para interposição de reclamação graciosa, recurso hierárquico,
impugnação judicial, recurso judicial ou oposição à execução;
b) Estar pendente qualquer dos meios graciosos ou judiciais referidos na alínea anterior ou estar
a dívida a ser paga em prestações, desde que a dívida exequenda se mostre garantida nos
termos do artigo 169.º (…)
Nuno Vitorino
Compensação de iniciativa do contribuinte
Nuno Vitorino
Compensação de iniciativa do contribuinte
Nuno Vitorino
A dação em pagamento é um acordo de vontades entre
DEFINIÇÃO
credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda
em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida,
prestação diversa da que lhe é devida.
Dação em cumprimento
Artigo 837.º do CC
(Quando é admitida)
Arquivamento ou
Caducidade
A1 A2 A3 A4
Alargamento do prazo + 1 Ano
Instauração do Inquérito
criminal
Nuno Vitorino
Suspensão do prazo
A B
Inicio C Termo
Suspensão
Nuno Vitorino
A caducidade nos impostos periódicos
IRS/IRC/IMI
Conclusão do procedimento de
Inicio do procedimento de inspeção (notificação do RIT)
Termo
Início inspeção (assinatura da OI) Caducidade
Procedimento de inspeção
Nuno Vitorino
A caducidade nos impostos periódicos
IRS/IRC/IMI
2016/01/01 2019/12/31
Conclusão do
Inicio do procedimento de Apresenta Trânsito procedimento de
Termo
inspeção (assinatura da OI) recurso recurso inspeção (notificação do Caducidade
RIT)
Proced. de inspeção Recurso Proced. de inspeção
Início
2018/10/31 2019/06/30 2020/08/30
2019/01/31 2019/03/31
Nuno Vitorino
A presprição nos impostos periódicos
IRS/IRC/IMI
2016/01/01 2024/12/31
Conclusão do
procedimento de Termo
Apresenta Trânsito inspeção (notificação do
Citação RIT) Prescrição
prazo Impugnação Impugnação
Nuno Vitorino
Impugnação pauliana
Artigo 610º CC
Requisitos gerais
Os actos que envolvam diminuição da garantia patrimonial do crédito e não
sejam de natureza pessoal podem ser impugnados pelo credor, se concorrerem
as circunstâncias seguintes:
a) Ser o crédito anterior ao acto ou, sendo posterior, ter sido o acto realizado
dolosamente com o fim de impedir a satisfação do direito do futuro credor;
b) Resultar do acto a impossibilidade, para o credor, de obter a satisfação
integral do seu crédito, ou agravamento dessa impossibilidade.
Nuno Vitorino
Penhoras
Nuno Vitorino
Penhoras por ativo
Nuno Vitorino
Código Civil
CAPÍTULO V
Garantia geral das obrigações
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 601º
Princípio geral CPC
Nuno Vitorino
Código do Processo Civil, artº 738º Artigo 738.º
Bens parcialmente penhoráveis
1 - São impenhoráveis dois terços da parte líquida dos vencimentos, salários, prestações periódicas pagas a título de
aposentação ou de qualquer outra regalia social, seguro, indemnização por acidente, renda vitalícia, ou prestações
de qualquer natureza que assegurem a subsistência do executado.
2 - Para efeitos de apuramento da parte líquida das prestações referidas no número anterior, apenas são
considerados os descontos legalmente obrigatórios.
3 - A impenhorabilidade prescrita no n.º 1 tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos
nacionais à data de cada apreensão e como limite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento, o
montante equivalente a um salário mínimo nacional.
4 - O disposto nos números anteriores não se aplica quando o crédito exequendo for de alimentos, caso em que é
impenhorável a quantia equivalente à totalidade da pensão social do regime não contributivo.
5 - Na penhora de dinheiro ou de saldo bancário, é impenhorável o valor global correspondente ao salário mínimo
nacional ou, tratando-se de obrigação de alimentos, o previsto no número anterior.
6 - Ponderados o montante e a natureza do crédito exequendo, bem como as necessidades do executado e do seu
agregado familiar, pode o juiz, excecionalmente e a requerimento do executado, reduzir, por período que considere
razoável, a parte penhorável dos rendimentos e mesmo, por período não superior a um ano, isentá-los de penhora.
7 - Não são cumuláveis as impenhorabilidades previstas nos n.ºs 1 e 5.
Nuno Vitorino
Nuno Vitorino
Código Civil, artº 733º
Artigo 733º
Noção
Privilégio creditório é a faculdade que a lei, em atenção à causa
do crédito, concede a certos credores, independentemente do
registo, de serem pagos com preferência a outros.
Nuno Vitorino
Código Civil, artº 735º
Artigo 735º
Espécies
1. São de duas espécies os privilégios creditórios: mobiliários e imobiliários.
2. Os privilégios mobiliários são gerais, se abrangem o valor de todos os bens
móveis existentes no património do devedor à data da penhora ou de acto
equivalente; são especiais, quando compreendem só o valor de
determinados bens móveis.
3 - Os privilégios imobiliários estabelecidos neste Código são sempre
especiais.
Nuno Vitorino
Código Civil, artº 666º
SECÇÃO IV
Penhor
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 666º
Noção
1. O penhor confere ao credor o direito à
Nuno Vitorino
Código Civil, artº 686º
SECÇÃO V
Hipoteca
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 686º
Noção
1.A hipoteca confere ao credor o direito de ser
Nuno Vitorino
CPPT art.º 195.º
SECÇÃO III
Garantias especiais
Artigo 195.º
Constituição de hipoteca legal ou penhor
1 - Quando o interesse da eficácia da cobrança o torne recomendável, o órgão da execução fiscal pode
constituir hipoteca legal ou penhor.
2 - A hipoteca legal é constituída com o pedido de registo à conservatória competente, que é efectuado por
via electrónica, sempre que possível.
3 - (Revogado.)
4 - Para efeitos do n.º 2, os funcionários do órgão da execução fiscal gozam de prioridade de atendimento na
conservatória em termos idênticos aos dos advogados ou solicitadores.
5 - O penhor constitui-se por via electrónica ou por auto e é notificado ao devedor nos termos previstos para
a citação.
Nuno Vitorino
Código Civil, artº 754º
SECÇÃO VII
Direito de retenção
Artigo 754º
Quando existe
O devedor que disponha de um crédito contra o seu credor goza do direito de
retenção se, estando obrigado a entregar certa coisa, o seu crédito resultar
de despesas feitas por causa dela ou de danos por ela causados.
Nuno Vitorino
Medidas cautelares para
prova
Artigo 30.º RCPITA
Medidas cautelares
1 - Os funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira incumbidos da
ação de inspeção tributária podem adotar, atendendo ao princípio da
proporcionalidade, as seguintes medidas cautelares de aquisição e
conservação da prova:
a) Apreender os elementos de escrituração ou quaisquer outros
elementos, incluindo suportes informáticos, comprovativos da situação
tributária do sujeito passivo ou de terceiros;
(…)
Nuno Vitorino
Código do processo civil
CPPT
Arresto Do Arresto
Artigo 391.º Artigo 136.º
Fundamentos Requisitos do arresto
1 - O credor que tenha justificado 1 - O representante da Fazenda Pública
receio de perder a garantia pode requerer arresto de bens do devedor
patrimonial do seu crédito pode de tributos ou do responsável solidário ou
requerer o arresto de bens do subsidiário quando ocorram,
devedor.
simultaneamente, as circunstâncias
2 - O arresto consiste numa seguintes:
apreensão judicial de bens, à qual são
aplicáveis as disposições relativas à a) Haver fundado receio da diminuição de
penhora, em tudo o que não garantia de cobrança de créditos
contrariar o preceituado nesta secção. tributáveis;
b) O tributo estar liquidado ou em fase de
liquidação.
Nuno Vitorino (…)
Código do processo civil CPPT
Do Arrolamento
Arrolamento Artigo 140.º
Requisitos do arrolamento
Artigo 403.º Havendo fundado receio de extravio ou de
dissipação de bens ou de documentos
Fundamento conexos com obrigações tributárias, pode
ser requerido pelo representante da
1 - Havendo justo receio Fazenda Pública o seu arrolamento.
de extravio, ocultação ou
dissipação de bens,
móveis ou imóveis, ou de
documentos, pode Nuno Vitorino
CPPT art.º 135.º
Artigo 135.º
Providências cautelares
1 - São admitidas em processo judicial tributário as seguintes providências
cautelares avulsas a favor da administração tributária:
a) O arresto;
b) O arrolamento. (…)
Nuno Vitorino
CRP - Artigo 165.º
(Reserva relativa de
competência legislativa)
1. É da exclusiva competência da Assembleia da
República legislar sobre as seguintes matérias,
salvo autorização ao Governo:
(…)
i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral
das taxas e demais contribuições financeiras a favor
das entidades públicas;
(…)
Nuno Vitorino
CPPT art.º 44.º
Procedimento tributário
1 - O procedimento tributário compreende, para efeitos do presente Código:
a) As acções preparatórias ou complementares da liquidação dos tributos, incluindo parafiscais, ou
de confirmação dos factos tributários declarados pelos sujeitos passivos ou outros obrigados
tributários;
b) A liquidação dos tributos, quando efectuada pela administração tributária;
c) A revisão, oficiosa ou por iniciativa dos interessados, dos actos tributários;
d) A emissão, rectificação, revogação, ratificação, reforma ou conversão de quaisquer outros actos
administrativos em matéria tributária, incluindo sobre benefícios fiscais;
e) As reclamações, incluindo as que tenham por fundamento a classificação pautal, a origem ou o
valor aduaneiro das mercadorias e os recursos hierárquicos;
f) A avaliação directa ou indirecta dos rendimentos ou valores patrimoniais;
g) A cobrança das obrigações tributárias, na parte que não tiver natureza judicial;
h) (Revogada);
i) Todos os demais actos dirigidos à declaração dos direitos tributários.
236
2 - As acções de observação das realidades tributárias, da verificação do cumprimento das
CPPT art.º 59.º
1 - O procedimento de liquidação instaura-se com as declarações dos contribuintes ou, na falta ou vício
destas, com base em todos os elementos de que disponha ou venha a obter a entidade competente.
2 - O apuramento da matéria tributável far-se-á com base nas declarações dos contribuintes, desde que
estes as apresentem nos termos previstos na lei e forneçam à administração tributária os elementos
indispensáveis à verificação da sua situação tributária.
3 - Em caso de erro de facto ou de direito nas declarações dos contribuintes, estas podem ser
substituídas:
a) Seja qual for a situação da declaração a substituir, se ainda decorrer o prazo legal da respectiva
entrega;
b) Sem prejuízo da responsabilidade contra-ordenacional que ao caso couber, quando desta declaração
resultar imposto superior ou reembolso inferior ao anteriormente apurado, nos seguintes prazos:
I) Nos 30 dias seguintes ao termo do prazo legal, seja qual for a situação da declaração a
substituir;
II) Até ao termo do prazo legal de reclamação graciosa ou impugnação judicial do acto de
liquidação, para a correcção de erros ou omissões imputáveis aos sujeitos passivos de que resulte
imposto de montante inferior ao liquidado com base na declaração apresentada;
III) Até 60 dias antes do termo do prazo de caducidade, para a correcção de erros imputáveis
aos sujeitos passivos de que resulte imposto superior ao anteriormente liquidado.
237
CPPT art.º 59.º
238
Procedimento tributário - Recurso Hierárquico
(art.º 66º e 67º do CPPT)
Surge na sequência de uma decisão desfavorável
proferida pelos serviços da AT;
Quando tem lugar: •Tem natureza meramente facultativa;
•Deve ser apresentado no prazo de trinta dias a
contar da notificação do ato respetivo;
•É dirigido ao mais elevado superior hierárquico
do autor do ato (duplo grau de decisão);
A apresentação do requerimento de recurso faz-se
junto do órgão recorrido;
Não suspende a eficácia do ato recorrido.
Nuno Victorino
Procedimento tributário - Recurso Hierárquico
(art. 66º e 67º do CPPT)
•A entidade recorrida pode no prazo de 15 dias
proceder à revogação total ou parcial do ato;
Simplicidade de termos
Regras
Brevidade das resoluções
fundamentais Dispensa de formalidades essenciais
Inexistência de caso decidido
Isenção de custas
Limitação dos meios probatórios à forma
documental e aos elementos oficiais que
os serviços disponham
Inexistência de efeito suspensivo
Nuno Victorino
Procedimento tributário - Reclamação graciosa
(art.º 68º e segs.)
Nuno Victorino
Procedimento tributário - Reclamação graciosa
(art.º 68º e segs.) •Dirigida ao Órgão Periférico Regional (OPR)
•Apresentada por escrito ou, em caso de manifesta
simplicidade, oralmente, mas reduzida a termo;
Pode ser enviada eletronicamente;
Instauração, instrução •Possibilidade de cumular pedidos e de existir
coligação de reclamantes;
e decisão •Entregue no OPLocal da área da sede/domicílio
ou da situação dos bens, que instaura e instrui o
Processo;
•O OPL deverá elaborar proposta de decisão no prazo
de 90 dias e se questão e quando o valor do processo
não exceder 5000 € (alçada do TT 1ª instância), poderá
decidi-la;
•A entidade competente para a decisão é o OPR
ou o funcionário ou dirigente em quem o mesmo
delegar essa competência.
Nuno Victorino
Número de recursos hierárquicos
246
247
248
SERVIÇOS, unidades orgânicas
UNIDADES ORGÂNICAS CENTRAIS
• Serviços Centrais
UNIDADES ORGÂNICAS DESCONCENTRADAS DE ÂMBITO REGIONAL
• Direções de Finanças;
• Alfândegas
UNIDADES ORGÂNICAS DESCONCENTRADAS DE ÂMBITO LOCAL
• Serviços de Finanças;
• Delegações Aduaneiras;
• Postos Aduaneiros.
Interesse público
violação
Responsabilidade disciplinar, infracional, civil
251
(art.ºs 13.º da CRP e 6.º do CPA)
Princípio da decisão
1 - A administração tributária está obrigada a pronunciar-se sobre
todos os assuntos da sua competência que lhe sejam apresentados
por meio de reclamações, recursos, representações, exposições,
queixas ou quaisquer outros meios previstos na lei pelos sujeitos
passivos ou quem tiver interesse legítimo. (…)
violação
Ver art.º 73.º n.ºs Responsabilidade disciplinar, civil
1 e 6 da LGTFP
(dever de Art.º 73º LRCEE 256
LGT art.º 58.º
Princípio do inquisitório
A administração tributária deve, no procedimento, realizar todas as
diligências necessárias à satisfação do interesse público e à
descoberta da verdade material, não estando subordinada à
iniciativa do autor do pedido.
(Ver também art.ºs 99.º da LGT e 58.º do CPA)
257
LGT art.º 59.º n.º 2
tributária os confirmar.
LGT art.º 59.º
Princípio da colaboração
1 - Os órgãos da administração tributária e os contribuintes estão
sujeitos a um dever de colaboração recíproco.
2 - Presume-se a boa fé da atuação dos contribuintes e da
administração tributária.
3 - A colaboração da administração tributária com os contribuintes
compreende, designadamente: (…)
260
LGT art.º 60.º
Artigo 60.º
Princípio da participação
1 - A participação dos contribuintes na formação das decisões que
lhes digam respeito pode efectuar-se, sempre que a lei não
prescrever em sentido diverso, por qualquer das seguintes formas:
(…)
261
LGT art.º 64.º
Confidencialidade
1 - Os dirigentes, funcionários e agentes da administração tributária estão
obrigados a guardar sigilo sobre os dados recolhidos sobre a situação
tributária dos contribuintes e os elementos de natureza pessoal que
obtenham no procedimento, nomeadamente os decorrentes do sigilo
profissional ou qualquer outro dever de segredo legalmente regulado. (…)
violação
Responsabilidade disciplinar, infracional, civil
264
LGT art.º 98.º
Artigo 98.º
Igualdade de meios processuais
As partes dispõem no processo tributário de iguais faculdades e
meios de defesa.
265
LGT art.º 99.º
266
LGT art.º 100.º
Artigo 100.º
Efeitos de decisão favorável ao sujeito passivo
A administração tributária está obrigada, em caso de procedência total ou
parcial de reclamações ou recursos administrativos, ou de processo judicial a
favor do sujeito passivo, à imediata e plena reconstituição da situação que
existiria se não tivesse sido cometida a ilegalidade, compreendendo o
pagamento de juros indemnizatórios, nos termos e condições previstos na lei.
267
Código do Processo Civil
Artigo 7.º
Princípio da cooperação
1 - Na condução e intervenção no processo, devem os magistrados, os
mandatários judiciais e as próprias partes cooperar entre si, concorrendo
para se obter, com brevidade e eficácia, a justa composição do litígio.
(…)
268
Princípio do duplo grau de decisão
269
Princípio da verdade material
270
Princípio do contraditório
271
CPPT art.º 23.º
Prazos fixados
1 - Quando, nos termos da lei, o prazo do acto deva ser fixado pela
administração tributária ou pelo juiz, este não pode ser inferior a 10
nem superior a 30 dias.
2 - Se a administração tributária ou o juiz não fixarem o prazo, este
será de 10 dias.
272
CPPT art.º 20.º
Artigo 279º
Cômputo do termo
Contagem dos prazos À fixação do termo são aplicáveis, em caso de dúvida, as seguintes regras:
a) Se o termo se referir ao princípio, meio ou fim do mês, entende-se como
1 - Os prazos do tal, respectivamente, o primeiro dia, o dia 15 e o último dia do mês; se for
fixado no princípio, meio ou fim do ano, entende-se, respectivamente, o
procedimento tributário e de primeiro dia do ano, o dia 30 de Junho e o dia 31 de Dezembro;
impugnação judicial contam- b) Na contagem de qualquer prazo não se inclui o dia, nem a hora, se o prazo
for de horas, em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a
se nos termos do artigo 279.º correr;
c) O prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina
do Código Civil. às 24 horas do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a
(…) Código essa data; mas, se no último mês não existir dia correspondente, o prazo finda
Civil no último dia desse mês;
d) É havido, respectivamente, como prazo de uma ou duas semanas o
designado por oito ou quinze dias, sendo havido como prazo de um ou dois
dias o designado por 24 ou 48 horas;
e) O prazo que termine em domingo ou dia feriado transfere-se para o
primeiro dia útil; aos domingos e dias feriados são equiparadas as férias
judiciais, se o acto sujeito a prazo tiver de ser praticado em juízo.
273
274
RCPITA (art.º 32.º)
275
RGIT art.ºs 113.º e 117.º
Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos fiscalmente
relevantes
1 - Quem dolosamente recusar a entrega, a exibição ou apresentação de escrita, de
contabilidade ou de documentos fiscalmente relevantes a funcionário competente,
quando os factos não constituam fraude fiscal, é punido com coima de € 375 a € 75000.
(…)
3 - Considera-se recusada a entrega, exibição ou apresentação de escrita, de
contabilidade ou de documentos fiscalmente relevantes quando o agente não permita o
livre acesso ou a utilização pelos funcionários competentes dos locais sujeitos a
fiscalização de agentes da administração tributária, nos termos da lei.
4 - Para efeitos dos números anteriores, consideram-se documentos fiscalmente
relevantes os livros, demais documentos e respectivas versões electrónicas,
indispensáveis ao apuramento e fiscalização da situação tributária do contribuinte.
276
Artigo 117.º
Falta ou atraso na apresentação ou exibição de documentos ou de
declarações e de comunicações
1 – A falta ou atraso na apresentação ou a não exibição, imediata ou no prazo
que a lei ou a administração tributária fixarem, de declarações ou
documentos comprovativos dos factos, valores ou situações constantes das
declarações, documentos de transporte ou outros que legalmente os possam
substituir, comunicações, guias, registos, ainda que em formato digital, ou
outros documentos. (…)
• e a não prestação de informações ou esclarecimentos que
autonomamente devam
• ser legal ou administrativamente exigidos são puníveis com coima de €
150 a € 3750.
277
CPPT art.º 23.º
Prazos fixados
1 - Quando, nos termos da lei, o prazo do acto deva ser fixado pela
administração tributária ou pelo juiz, este não pode ser inferior a 10
nem superior a 30 dias.
2 - Se a administração tributária ou o juiz não fixarem o prazo, este
será de 10 dias.
278
Código Civil
Artigo 341º
Função das provas
As provas têm por função a demonstração da realidade dos
factos.
279
CPPT art.º 50.º
Meios de prova
No procedimento, o órgão instrutor utilizará
todos os meios de prova legalmente previstos
que sejam necessários ao correcto apuramento
dos factos, podendo designadamente juntar
actas e documentos, tomar declarações de
qualquer natureza do contribuinte ou outras
pessoas e promover a realização de perícias ou
inspecções oculares.
280
LGT art.º 76.º
Valor probatório
1 - As informações prestadas pela inspecção tributária fazem fé, quando
fundamentadas e se basearem em critérios objectivos, nos termos da lei.
2 - As cópias obtidas a partir dos dados registados informaticamente ou de
outros suportes arquivísticos da administração tributária têm a força
probatória do original, desde que devidamente autenticadas. (…)
281
CPPT art.º 34.º
282
LGT art.º 75.º
283
CRP art.º 268.º n.º 3 e do 77.º da LGT
(Direitos e garantias dos administrados)
(…) 3. Os actos administrativos estão sujeitos a notificação aos interessados, na forma prevista na lei,
e carecem de fundamentação expressa e acessível quando afectem direitos ou interesses legalmente
protegidos.
Artigo 77.º - Fundamentação e eficácia
1 — A decisão de procedimento é sempre fundamentada por
meio de sucinta exposição das razões de facto e de direito que
a motivaram, podendo a fundamentação consistir em mera
declaração de concordância com os fundamentos de anteriores
pareceres, informações ou propostas, incluindo os que
integrem o relatório da fiscalização tributária.
2 — A fundamentação dos actos tributários pode ser efectuada
de forma sumária, devendo sempre conter as disposições
legais aplicáveis, a qualificação e quantificação dos factos
tributários e as operações de apuramento da matéria tributável
e do tributo. (…) Ver ainda art.ºs 151º ss CPA 284
Acórdãos TCAS Acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul
Processo: 23/18.3BEBJA
Secção: CT
Data do Acordão: 07/19/2018
Relator: JOAQUIM CONDESSO
Descritores: FUNDAMENTAÇÃO DO ACTO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO.
REQUISITOS.
PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL.
ACTO ADMINISTRATIVO CONSEQUENTE. NOÇÃO.
EFEITO JURÍDICO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. ALCANCE.
Sumário: 1. Tem sido entendimento constante da jurisprudência e da doutrina que determinado acto (no caso acto
administrativo-tributário) se encontra devidamente fundamentado sempre que é possível, através do mesmo,
descobrir qual o percurso cognitivo utilizado pelo seu autor para chegar à decisão final.
2. Se a fundamentação não esclarecer concretamente a motivação do acto, por obscuridade, contradição ou
insuficiência, o acto considera-se não fundamentado (cfr.artº.153, nº.2, do C.P.Administrativo). Haverá obscuridade
quando as afirmações feitas pelo autor da decisão não deixarem perceber quais as razões porque decidiu da forma
que decidiu. Por outras palavras, os fundamentos do acto devem ser claros, por forma a colher-se com perfeição o
sentido das razões que determinaram a prática do acto, assim não sendo de consentir a utilização de expressões
dúbias, vagas e genéricas. Ocorrerá contradição da fundamentação quando as razões invocadas para decidir,
justificarem não a decisão proferida, mas uma decisão de sentido oposto (contradição entre fundamentos e decisão),
e quando forem invocados fundamentos que estejam em oposição com outros. Por outras palavras, os fundamentos
da decisão devem ser congruentes, isto é, que sejam premissas que conduzam inevitavelmente à decisão que
funcione como conclusão lógica e necessária da motivação aduzida. Por último, a fundamentação é insuficiente se o
seu conteúdo não é bastante para explicar as razões por que foi tomada a decisão. Em conclusão, a fundamentação
deve ser suficiente, no sentido de que não fiquem por dizer razões que expliquem convenientemente a decisão final.
(…)
285
Notificações CPPT
SUBSECÇÃO III Das notificações e citações
Artigo 35.º Notificações e citações
Artigo 36.º Notificações em geral
Artigo 37.º Comunicação ou notificação insuficiente
Artigo 38.º Avisos e notificações por via postal ou telecomunicações endereçadas
Artigo 39.º Perfeição das notificações
Artigo 40.º Notificações aos mandatários
Artigo 41.º Notificação ou citação das pessoas colectivas ou sociedades
Artigo 42.º Notificação ou citação do Estado, das autarquias locais e dos serviços
públicos
Artigo 43.º Obrigação de participação de domicílio
286
CPPT Art.º 36.º
Artigo 36.º
Notificações em geral
1 - Os actos em matéria tributária que afectem os direitos e interesses legítimos
dos contribuintes só produzem efeitos em relação a estes quando lhes sejam
validamente notificados.
2 - As notificações conterão sempre a decisão, os seus fundamentos e meios de
defesa e prazo para reagir contra o acto notificado, bem como a indicação da
entidade que o praticou e se o fez no uso de delegação ou subdelegação de
competências.
3 - Constitui notificação o recebimento pelo interessado de cópia de acta ou
assento do acto a que assista.
287
Jurisprudência do TCAS
I – (…).
II – Só a falta de citação, e não a mera nulidade da citação, é subsumível à previsão legal
consagrada no artigo 165.º, n.º 1 al. a) do Código de Procedimento e de Processo Tributário.
(nulidade insanável)
III – Para que ocorra falta de citação é necessário que o respectivo destinatário alegue e prove
que não chegou a ter conhecimento do acto de citação por motivo que não lhe é imputável
[artigos 190.º, n.º 6 do Código de Procedimento e de Processo Tributário e 195.º, alínea e) do
CPC (actual artigo 188.º, n.º 1, alínea e)].
IV – Constituindo o envio de expedição da carta registada a que se reporta o artigo 241.º do
Código de Processo Civil (anterior artigo 233.º) uma formalidade a observar na citação, o seu
não cumprimento, mesmo que verificado, apenas dá lugar à nulidade da citação se o
destinatário ainda alegar e provar que dessa omissão resultou prejuízo para a defesa do
citando.
288
Ac. TCAS de 09/16/2019, proc.º n.º 242/19.5BELRA
Ónus da prova da aplicação dos métodos indiretos
Artigo 74.º
Ónus da prova
(…)
3 - Em caso de determinação da matéria tributável por métodos
indirectos, compete à administração tributária o ónus da prova da
verificação dos pressupostos da sua aplicação, cabendo ao sujeito
passivo o ónus da prova do excesso na respectiva quantificação.
289
Impossibilidade de determinação
direta e exata da matéria tributável
Artigo 88.º
A impossibilidade de comprovação e quantificação directa e exacta da matéria tributável para efeitos de
aplicação de métodos indirectos, referida na alínea b) do artigo anterior, pode resultar das seguintes
anomalias e incorrecções quando inviabilizem o apuramento da matéria tributável:
a) Inexistência ou insuficiência de elementos de contabilidade ou declaração, falta ou atraso de escrituração
dos livros e registos ou irregularidades na sua organização ou execução quando não supridas no prazo legal,
mesmo quando a ausência desses elementos se deva a razões acidentais;
b) Recusa de exibição da contabilidade e demais documentos legalmente exigidos, bem como a sua ocultação,
destruição, inutilização, falsificação ou viciação;
c) Existência de diversas contabilidades ou grupos de livros com o propósito de simulação da realidade perante
a administração tributária e erros e inexactidões na contabilidade das operações não supridos no prazo legal.
d) Existência de manifesta discrepância entre o valor declarado e o valor de mercado de bens ou serviços, bem
como de factos concretamente identificados através dos quais seja patenteada uma capacidade contributiva
significativamente maior do que a declarada.
290
inferiores aos normais
Artigo 89.º LGT
1 - A aplicação de métodos indirectos com fundamentos em a matéria tributável ser
significativamente inferior à que resultaria da aplicação de indicadores objectivos de
actividade de base técnico-científica só pode efectuar-se, para efeitos da alínea c) do
artigo 87.º, em caso de o sujeito passivo não apresentar na declaração em que a
liquidação se baseia razões justificativas desse afastamento, desde que tenham
decorrido mais de três anos sobre o início da sua actividade.
2 - Os indicadores objectivos de base técnico-científica referidos no número anterior
são definidos anualmente, nos termos da lei, pelo Ministro das Finanças, após audição
das associações empresariais e profissionais, e podem consistir em margens de lucro
ou rentabilidade que, tendo em conta a localização e dimensão da actividade, sejam
manifestamente inferiores às normais do exercício da actividade e possam, por isso,
constituir factores distorsivos da concorrência.
291
Manifestações de fortuna e outros
acréscimos patrimoniais não justificados
292
Manifestações de fortuna
Manifestações de fortuna Rendimento padrão
1 Imóveis de valor de aquisição igual ou superior a € 20% do valor da aquisição
250000
2 Automóveis ligeiros de passageiros de valor igual ou 50% do valor no ano da matrícula com o abatimento de
superior a € 50000 e motociclos de valor igual ou 20% por cada um dos anos seguintes
superior a € 10000
3 Barcos de recreio de valor igual ou superior a € 25000 Valor no ano do registo com o abatimento de 20% por
cada um dos anos seguintes
4 Aeronaves de turismo Valor no ano do registo com o abatimento de 20% por
cada um dos anos seguintes
5 Suprimentos e empréstimos feitos no ano de valor 50% do valor anual
igual ou superior a € 50000
6 Montantes transferidos de e para contas de depósito 100% da soma dos montantes anuais transferidos
ou de títulos abertas pelo sujeito passivo em
instituições financeiras residentes em país território,
ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais
favorável constante de lista aprovada por portaria do
Ministro das Finanças, cuja existência e identificação
TATA2/2017 1ª Ed-2ªFase 293
não seja mencionada nos termos previstos no art.º
63.º-A
Tutela jurisdicional efetiva, CRP
Artigo 20º
Acesso ao direito e tutela jurisdicional efectiva
(…)
5. Para defesa dos direitos, liberdades e garantias pessoais, a lei assegura aos cidadãos procedimentos
judiciais caracterizados pela celeridade e prioridade, de modo a obter tutela efectiva e em tempo útil
contra ameaças ou violações desses direitos.
Artigo 268º
Direitos e garantias dos administrados
(…)
4. É garantido aos administrados tutela jurisdicional efectiva dos seus direitos ou interesses legalmente
protegidos, incluindo, nomeadamente, o reconhecimento desses direitos ou interesses, a impugnação
de quaisquer actos administrativos que os lesem, independentemente da sua forma, a determinação da
prática de actos administrativos legalmente devidos e a adopção de medidas cautelares adequadas.
5. Os cidadãos têm igualmente direito de impugnar as normas administrativas com eficácia externa
lesivas dos seus direitos ou interesses legalmente protegidos. 294
LGT art.º 97.º
295
CPPT
Artigo 25.º
Cumprimento dos prazos
Os serviços competentes da administração tributária ou dos tribunais
tributários elaborarão relações trimestrais dos procedimentos e processos
em que os prazos previstos no presente Código não foram injustificadamente
cumpridos e remetê-las-ão às entidades com competência inspetiva e
disciplinar sobre os responsáveis do incumprimento, para os efeitos que
estas entenderem apropriados.
296
LGT art.º 98.º
Artigo 98.º
Igualdade de meios processuais
As partes dispõem no processo tributário de iguais faculdades e
meios de defesa.
297
LGT art.º 99.º
298
Código do Processo Civil
Artigo 7.º
Princípio da cooperação
1 - Na condução e intervenção no processo, devem os magistrados, os
mandatários judiciais e as próprias partes cooperar entre si, concorrendo
para se obter, com brevidade e eficácia, a justa composição do litígio.
(…)
299
LGT art.º 100.º
Artigo 100.º
Efeitos de decisão favorável ao sujeito passivo
A administração tributária está obrigada, em caso de procedência total ou
parcial de reclamações ou recursos administrativos, ou de processo judicial a
favor do sujeito passivo, à imediata e plena reconstituição da situação que
existiria se não tivesse sido cometida a ilegalidade, compreendendo o
pagamento de juros indemnizatórios, nos termos e condições previstos na lei.
300
Processo Judicial Tributário
Tem por função a tutela plena, efetiva e em tempo útil
dos direitos e interesses legalmente protegidos em matéria
tributária;
Não deve ter duração acumulada superior a dois anos
contados entre a data da respetiva instauração e a da
decisão;
Se o contribuinte obtiver uma decisão favorável em sede
de processo judicial, a AT está obrigada a reconstituir a
situação legal que existiria se não tivesse ocorrido um acto
lesivo contra os direitos e interesses legalmente protegidos
Nuno Victorino
dos contribuintes.
•Os fundamentos para impugnar são os mesmos que existem
para reclamar;
•A petição de impugnação deve, em regra, ser apresentada
no prazo de três meses contados dos factos descritos no art.º
102º do CPPT
•A petição pode ser apresentada no Tribunal ou no Serviço
Periférico Local
•É possível a cumulação de pedidos e a coligação de autores
Principais •A petição deve ser formulada de forma articulada
características do nela se indicando os meios de prova e o valor do processo
processo de impugnação •Complexidade da tramitação processual : fase administrativa
(organização do processo administrativo, intervenção da AT,
com possibilidade de revogação do ato impugnado
por parte da AT) e fase judicial (contestação do Representante
da Fazenda Pública, vista ao Ministério Público (MP), produção
da prova, alegações, vista ao MP e sentença)
•A impugnação, em regra, não tem eficácia suspensiva
169 CPPT
Impugnação da liquidação os contribuintes visam a
anulação total ou parcial do ato tributário de liquidação. Se estiver em
causa uma liquidação adicional de imposto é normalmente no relatório
da IT que o contribuinte descortina o(s) motivo(s) para enveredar pela
via contenciosa.
Impugnação da fixação da matéria tributável a
Impugnação dos atos tributários com base em erro na quantificação da
matéria tributável ou nos pressupostos de aplicação de métodos
indiretos depende da apresentação de pedido de revisão da MT nos
termos do art.º 91º e segs. da LGT.
Impugnação das providências cautelares adotadas pela AT
reveste sempre carácter urgente pois estão em causa medidas já
tomadas pela administração mas que o contribuinte reputa de ilegais.
Pode ser invocada qualquer ilegalidade
Nuno Victorino
Número de processos
304
Suspensão da execução.
Garantias
Artigo 169.º
1 - A execução fica suspensa até à decisão do pleito em caso de reclamação graciosa, a
impugnação judicial ou recurso judicial que tenham por objeto a legalidade da dívida
exequenda, bem como durante os procedimentos de resolução de diferendos no quadro da
Convenção de Arbitragem 90/436/CEE, de 23 de julho, relativa à eliminação da dupla
tributação em caso de correção de lucros entre empresas associadas de diferentes Estados-
Membros, ou de convenção para evitar a dupla tributação, desde que tenha sido constituída
garantia nos termos do artigo 195.º ou prestada nos termos do artigo 199.º ou a penhora
garanta a totalidade da quantia exequenda e do acrescido, o que deve ser informado no
processo pelo funcionário competente.
2 - A execução fica igualmente suspensa, desde que, após o termo do prazo de pagamento
voluntário, seja prestada garantia antes da apresentação do meio gracioso ou judicial
correspondente, acompanhada de requerimento em que conste a natureza da dívida, o período
a que respeita e a entidade que praticou o acto, bem como a indicação da intenção de
apresentar meio gracioso ou judicial para discussão da legalidade ou da exigibilidade da dívida
exequenda. 305
(…)
Reconhecimento de um direito ou
interesse legítimo em matéria tributária
307
Reclamações das decisões do órgão da execução fiscal
Objeto
Artigo 276.º CPPT
As decisões proferidas pelo órgão da execução
Legitimid
fiscal e outras autoridades da administração
Prazo tributária que no processo afectem os direitos
Forma
Apresentação
e interesses legítimos do executado ou de
terceiro são susceptíveis de reclamação para o
tribunal tributário de 1.ª instância.
Artigo 277.º CPPT Prazo e apresentação da 308
Providências cautelares
309
Arresto
Artigo 136.º CPPT Requisitos do arresto
Legitimid 1 - O representante da Fazenda Pública pode requerer arresto de bens do
devedor de tributos ou do responsável solidário ou subsidiário quando
ocorram, simultaneamente, as circunstâncias seguintes:
a) Haver fundado receio da diminuição de garantia de cobrança de
Fundam.
créditos tributáveis;
b) O tributo estar liquidado ou em fase de liquidação.
(…)
4 - O representante da Fazenda Pública alegará os factos que demonstrem
o tributo ou a sua provável existência e os fundamentos do receio de
diminuição de garantias de cobrança de créditos tributários, relacionando,
também, os bens que devem ser arrestados, com as menções necessárias
310
ao arresto.
Arrolamento
314
Impugnação das providências
cautelares adotadas pela administração tributária
Impostos em especial:
- Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo;
- Código do Imposto de selo;
- Códigos do IMI e IMT.
Nuno Victorino
Sub-rogação
Em sentido amplo designa o fenómeno que consiste em
uma coisa (sub-rogação real) ou uma pessoa (sub-
rogação pessoal), virem a substituir, na relação jurídica,
uma coisa ou uma pessoa.
CIEC: incidência subjetiva e objetiva
Artigo 4.º Incidência subjectiva
1 — São sujeitos passivos de impostos especiais de consumo:
a) O depositário autorizado e o destinatário registado;
b) No caso de fornecimento de eletricidade ao consumidor final, os comercializadores,
definidos em legislação própria, os comercializadores para a mobilidade elétrica, os
produtores que vendam eletricidade directamente aos consumidores finais, os
autoprodutores e os consumidores que comprem eletricidade através de operações em
mercados organizados;
c) No caso de fornecimento de gás natural ao consumidor final, os comercializadores de gás
natural, definidos em legislação própria. (…)
Autor do conteúdo:
Adaptado, revisto e atualizado por: