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FORMAÇÃO

O Sistema Tributário

Nuno Vitorino - 2022

Direção de Serviços de Formação


AT/DSF 2
AT/DSF 3
Plano de sessão
O sistema tributário português
Direito Tributário (DT). Esboço de uma
definição.
O imposto. Noção, características, fases,
classificações e figuras afins.
O DT e os outros ramos do direito.
As fontes Constitucionais e infraconstitucionais
de DT.
Axiologia do DT:
Os Princípios gerais do DT;
Os Princípios derivados de DT;
Os princípios autónomos de DT.
O edifício legislativo do DT atual.
Noções gerais de direito tributário.
A relação jurídico tributária.
O procedimento tributário.
O que é um do grego σύστημα e do
sistema? latim systēma

…é um conjunto de elementos interdependentes de


modo a formar um todo organizado.

Nuno Vitorino
Tributário ?

…adjetivo relacionado com tributo, com


direito tributário…?
Nuno Vitorino
Dificuldades para uma definição
Grande diversidade de temas e matérias;
– Direito das obrigações tributárias;
– Direito do Procedimento Administrativo Tributário;
– Direito do Processo Tributário;
– Direito Sancionatório Tributário,
– Direito Comunitário e Internacional Tributário…
Novidade da temática.
Nuno Vitorino
Uma definição possível
Ramo do direito que compreende a ordem jurídica criada
pelas normas que criam e disciplinam as posições jurídicas
de devedor e de credor de imposto, taxa e contributo.

Nuno Vitorino
A invenção do imposto
“Explicar algo é fazer a sua história, afirmou Nietzche. Conhece--se
a data de nascimento do imposto, a sua cidade natal, a sua
infância, a sua idade adulta, o seu estado civil: nasceu no I século
da nossa era, na Roma Imperial; Octávio e Agripa, Cláudio e os
Antoninos velaram o seu berço; Diocleciano e Constantino foram os
companheiros da sua idade adulta. Depois de uma queda em
desfavor na Idade Média, renasceu, para gozar uma velhice agitada
nos nossos dias”.
• Diogo Leite de Campos
Nuno Vitorino
Imposto, noção

É uma prestação patrimonial, integrada numa relação


obrigacional, imposta por lei a um sujeito, a favor de
uma entidade que exerça funções públicas, com o fim
de satisfazer os seus objectivos próprios, e sem carácter
de sanção.

Nuno Vitorino
Características do imposto
• Caráter obrigacional;
• Patrimonialidade;
• Legalidade;
• Titularidade por entidades que exercem funções
públicas para satisfazer os fins próprios destas (art.º
18.º da LGT);
• Unilateralidade;
• Sem caráter de sanção.
Nuno Vitorino
Elementos da definição
• Prestação coativa – Os sujeitos ativos do imposto a quem a lei confere o direito
de lançar e cobrar determinado imposto, exigem a prestação de todos os sujeitos
passivos que se encontrem nas condições previstas na lei.
• Prestação patrimonial – O imposto é uma prestação que se traduz numa
atribuição patrimonial (não necessariamente pecuniária).
• Prestação unilateral – O sujeito ativo do imposto recebe a prestação e não está
vinculado a qualquer contrapartida.
• Prestação imposta por lei – A obrigação do imposto deriva de uma lei.
• Finalidades do imposto – O Estado cobra alguns impostos apenas com o fim de
cobrir as despesas públicas, mas encontramos, também impostos que são
instituídos com finalidades extra fiscais, de ordem económica, social e ambiental.
• Prestação sem carácter de sanção – O imposto distingue-se de outras prestações
pecuniárias e unilaterais impostas pelo Estado mas a título de sanção como por
exemplo as coimas.
Nuno Vitorino
Fases (tradicionais) do
• imposto
Incidência – definição geral e abstrata, feita pela lei, dos atos ou
situações sujeitos a imposto e das pessoas sobre as quais recai o dever
de o prestar.
• Incidência Real ou objetiva – o que está sujeito a imposto
• Incidência Pessoal ou subjetiva – quem está sujeito a imposto
• Lançamento – É o conjunto de operações administrativas que visam a
identificação do sujeito passivo do imposto e a determinação da
matéria coletável.
• Liquidação – É a aplicação da taxa à matéria coletável para determinar
o montante da coleta.
• Cobrança – É o ato administrativo que corresponde à entrada do
imposto nos cofres do Estado, (pode ser por pagamento voluntário ou
cobrança coerciva). Nuno Vitorino
Algumas classificações
dos impostos
• Impostos estaduais e não-estaduais
Impostos estaduais são os impostos cujo sujeito ativo é o Estado ou outro
ente público territorial.
Impostos não-estaduais são os impostos cujo sujeito ativo não é o Estado.
• Impostos diretos e indiretos
Impostos diretos são os que tributam realidades contributivas
permanentes e estáveis.
Impostos indiretos são os que tributam contributivas intermitentes,
instáveis e passageiras.
• Impostos reais ou objetivos e impostos pessoais ou subjetivos
Impostos reais são os que não têm em conta as condições concretas,
pessoais, económicas e familiares dos contribuintes (ex. IEC…).
Impostos pessoais são os que têm em conta as situações pessoais,
económicas e familiares dos contribuintes
Nuno Vitorino (ex. IRS).
Algumas classificações
dos impostos
• Impostos proporcionais, progressivos e regressivos
Impostos proporcionais – apresentam uma taxa fixa (ex. IRC…).
Impostos progressivos - taxa aumenta à medida que a matéria coletável
aumenta (ex. IRS, IMT…).
Impostos regressivos – taxa diminui à medida que a matéria colectável
aumenta.
• Impostos periódicos e de obrigação única
Impostos periódicos – cujo pagamento se processa periodicamente (ex.
IVA, IUC…).
Impostos de obrigação única – apenas há lugar ao pagamento do imposto
quando o facto que o origina acontece (ex. IRS, IRC…).
• Impostos principais e acessórios
Impostos principais – gozam de autonomia face aos restantes.
Nuno Vitorino
Impostos acessórios – não são autónomos e acrescem aos impostos
Figuras próximas, outros tributos…

• As taxas;
• As contribuições.

Nuno Vitorino
As taxas
São prestações patrimoniais, objeto de uma relação
obrigacional, legais, na titularidade de entidades que
exercem funções públicas para satisfazer os fins
próprios destas e tendo como pressuposto uma
atividade administrativa de prestação de serviços, a
utilização do domínio público ou a remoção de um
limite jurídico à atividade dos particulares.

Nuno Vitorino
Contribuições para a segurança social

• Imposto, taxa ou seguro social?


• São diferentes as contribuições pagas pelos
trabalhadores e as pagas pela entidade
patronal?

Nuno Vitorino
A atividade financeira do Estado

As exigências de satisfação das necessidades económicas de


caráter público e de obtenção de meios indispensáveis à
respetiva cobertura impõem ao Estado, e às outras entidades
públicas, uma atividade económica com características
próprias, a atividade financeira.
Esta destina-se a assegurar a satisfação das necessidades
públicas, abrangendo a aquisição de meios económicos, o
emprego desses meios e a sua coordenação em função das
utilidades a realizar .

Nuno Vitorino
Receitas Públicas
Receitas voluntárias - São Receitas coativas - São as fixadas
aquelas em que o preço é pelo Estado por via legislativa de
estabelecido por via negocial forma autoritária, como por
ou contratual. Ex.: Receitas exemplo as propinas cobradas
provenientes da venda da aos alunos ou o imposto sobre os
madeira das explorações rendimentos das pessoas
florestais do Estado. Estas singulares cobrado às pessoas
receitas denominam-se ainda que auferem rendimentos.
receitas patrimoniais por
derivarem do património do
Estado.

Nuno Vitorino
Direito Tributário, Técnica Tributária e Politica Tributária

• Direito Tributário: Ramo do direito que compreende a ordem


jurídica criada pelas normas que criam e disciplinam as
posições jurídicas de devedor e de credor de imposto, taxa e
contributo.
• Técnica Tributária: É o modo (métodos e técnicas) como as
normas pelo Direito Tributário são aplicadas.
• Politica Tributária: Visa o estudo dos mecanismos fiscais a
utilizar pelo governo para atingir determinados objetivos.
Nuno Vitorino
O Direito Tributário como
direito público
Critério dos interesses: O Critério posição dos sujeitos da
imposto destina-se a fazer face a relação jurídica: No Direito
despesas relacionadas com a Tributário a atuação do ente
satisfação de necessidades público credor desenvolve-se
coletivas, assim as normas do num plano superior ao do
Direito Tributário visam tutelar particular, permitindo-lhe impor
interesses da coletividade. a sua vontade aos demais
(interesses públicos) sujeitos da relação jurídico-
tributária.

Nuno Vitorino
Relações com o Direito Internacional
Tem sido grande a cooperação internacional dando
origem a convenções, acordos e tratados no domínio do
direito tributário. Um exemplo são as convenções cujo
objetivo é evitar a dupla tributação internacional
(tributação do mesmo facto tributário em mais de um
Estado) e as tendentes a evitar a evasão fiscal (fuga à
tributação de determinado facto tributário).

Nuno Vitorino
Relações com o Direito Comunitário
• O Direito Tributário tem cada vez mais uma relação uma enorme
relação com o Direito Comunitário (quer o originário quer o
derivado), pois muitas das situações que este regula origem no
direito comunitário.
• Sobretudo no que aos impostos indiretos diz respeito, onde o
direito comunitário, através da diretivas de harmonização tem
vindo a desempenhar um papel de primordial importância,
substituindo-se em muito aspetos ao legislador nacional.
• Ao nível do direito aduaneiro, aqui a influência deste ramo do
direito é muito maior tendo em conta que a harmonização é já
plena tendo em conta a publicação de regulamentos sobre este
ramo do direito tributário.
Nuno Vitorino
Relações com o Direito Constitucional
A Constituição da República define algumas normas de
natureza fiscal. Essas normas definem garantias
fundamentais dos cidadãos em matéria tributária e
orientam e limitam o legislador na sua competência
fiscal.

• Exemplos: art.ºs 3.º, 13.º, 18.º, 66.º, 67.º n.º 2 al. f),
103.º, 104.º, 105.º, 115.º n.º 4 al. b), 198.º, 227.º,
238.º, 241.º…
Nuno Vitorino
Relações com o Direito Sancionatório
As normas tributárias impõem aos contribuintes e terceiros o cumprimento de
certos deveres principais e acessórios, como por exemplo:
- a apresentação de declarações no serviço de finanças competente –
Ação;
- a inutilização dos livros de registo antes do prazo de dez anos –
Omissão.

A lei tributária confere à Administração poderes para impor sanções pelo não
cumprimento de tais deveres. O legislador adopta, por vezes, as soluções
consignadas no Direito Criminal e outras vezes para elas remete
expressamente.
Entre nós tem vindo a adquirir importância acrescida um novo ramo do direito,
o Direito Sancionatório Tributário de que o «Regime Geral das Infracções
Tributárias» aprovado pela Lei n.º 15/2001,
Nuno Vitorinode 5 de Junho é expressão.
Relações com o Direito Privado
• O Direito Tributário tem uma grande relação com o Direito
Privado (direito civil, comercial, laboral…), pois muitas das
situações que regula têm por base entidades privadas.
• A tributação assenta em factos, atos e direitos
patrimoniais.
• O Direito Tributário, atribui, por vezes, a certos conceitos e
situações uma relevância diferente da que os mesmos têm
no Direito Privado, o que lhe confere autonomia em
relação a este ramo do direito.

Nuno Vitorino
As fontes supraconstitucionais do Direito
Tributário (primado do direito comunitário)

• Direito Comunitário:
• Originário: Tratados.
• Derivado: Essencialmente Regulamentos Comunitários e Diretivas.
– Regulamentos: art.º 8.º n.º 4 CRP;
– Diretivas: art.º 112.º n.º 8 CRP (vinculam quanto ao resultado a
atingir, mas não quanto aos meios. Necessitam de
transposição).

Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• A Lei
O art. 103º da C.R.P define que os impostos são criados por lei (art.º 112.º e
165º), a mesma norma constitucional define também que ninguém pode ser
obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da
Constituição e cuja liquidação e cobrança se não façam nas formas previstas
na lei (lei-diploma emanado da Assembleia da República e decreto-lei
diploma emanado do Governo).
• Os tratados e convenções internacionais
O art. 8.º da C.R.P. define que «as normas e os princípios de direito
internacional geral ou comum fazem parte integrante do direito português» e
que «as normas constantes de convenções internacionais regularmente
ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação
oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português»
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário

• Os regulamentos (poder regulamentar)


Para conveniente execução da lei o poder executivo emana
regulamentos (artº 199º c), CRP), sobretudo regulamentos de
execução. Os regulamentos não podem contrariar o exposto na lei,
nem regular os elementos fundamentais do imposto, podem
apenas regular matérias como as de: lançamento, liquidação e
cobrança.
São normas jurídicas emanadas por uma autoridade administrativa
no desempenho do poder administrativo (Afonso Queiró).
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• Os regulamentos;
• Classificações:
– Externos – de eficácia geral e abstrata (exs. portarias, despachos
normativos, com conteúdo regulamentar).
– Internos – só vinculam os órgãos ou serviços inferiores ao órgão que
o emite (ex orientações genéricas, art.ºs 55.º, 56.º CPPT e 68.º A da
LGT).
– Outras: Gerais, locais e institucionais; de organização e de
funcionamento; de polícia, promocionais e fiscais; independentes,
de execução, complementares, autónomos e delegados;
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário

• Os regulamentos;
• Relação entre a lei e o regulamento:
– Princípio da precedência da lei – todo o regulamento necessita
de uma lei prévia que o legitime e autorize (artº 136º do CPA);
– Princípio da preferência ou preeminência da lei – o
regulamento não pode desrespeitar a fonte hierarquicamente
superior que é a lei.

Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• Os regulamentos;
• Regulamentos emanados pelo poder central (artº 138º
CPA):
– Decretos regulamentares: promulgados pelo PR,
referendados pelo PM e pelo Min. Finanças;
– Despachos normativos e portarias: assinados pelos(s)
Ministro(s) competente(s).
Regulamentos emanados pelo poder local:
- Regiões Autónomas – art.º 227.º CRP;
- Autarquias locais – art.ºs 241.º CRP.
Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário
• Jurisprudência e a doutrina:
• Não são fonte imediata de Direito Tributário, mas têm um
papel importante como fonte mediata, pela influência que
exercem na evolução do sistema tributário, na sua
interpretação e crítica.
– Jurisprudência: Do TJUE, dos Tribunais Tributários e
Administrativos e Fiscais, dos Tribunais Centrais
Administrativos, do STA e TC. Comuns/Relações e STJ para
os crimes;
– Doutrina: pareceres, estudos, livros, monografias, teses e
dissertações. Nuno Vitorino
As fontes infraconstitucionais do Direito
Tributário

• Costume:
• Corresponde à prática reiterada de um certo ato acompanhado
da convicção da sua obrigatoriedade (art.º 3.º n.º 1 do CC).
• Á semelhança das anteriores, também não é fonte imediata de
Direito Tributário (jure essendi), mas é fonte de direito (mediata
ou jure cognoscendi) se a lei expressamente o referir e não for
contrário à boa-fé.

Nuno Vitorino
Axiologia do Direito Tributário
Princípios gerais

• Princípio do consentimento;
• Princípio da legalidade;
• Princípio da igualdade.

Nuno Vitorino
Princípios derivados

• Princípio da tipicidade;
• Princípio da proteção da confiança;
• Princípio da proporcionalidade;
• Princípio da irretroatividade.

Nuno Vitorino
Princípios autónomos

• Princípio da boa-fé;
• Princípio da capacidade contributiva.

Nuno Vitorino
Princípios gerais do Direito Tributário – O princípio do
consentimento (reserva de lei parlamentar)

É o princípio pelo qual o contribuinte, direta ou através


dos seus representantes, tem direito a ter um
conhecimento prévio e atempado dos impostos que vai
pagar, entendida esta realidade como um conhecimento
prévio do tipo de imposto, da forma de pagamento e o
montante previsível do mesmo.

Nuno Vitorino
Princípios gerais do Direito Tributário – O princípio da
legalidade (art.ºs 266º/2 CRP, 8.º e 55º LGT e 3º CPA)
• Nullum tributum sine lege…
Duas características: criação, ou alteração, através de lei do
Parlamento, ou de DL do Governo, com
- A preeminência da lei; base numa autorização legislativa (cfr. o
disposto na alínea i) do n.º 1 do artigo 165.º
Formal da CRP);
o diploma em causa deve conter a disciplina tão
completa quanto possível da matéria reservada nos
- A reserva de lei termos do disposto no n.º 2 do artigo 103.º da CRP,
nomeadamente a incidência (real, ou seja, material,
Material temporal, quantitativa e espacial, e pessoal, relativa
à definição dos sujeitos da relação tributária, os
responsáveis e substitutos tributários, etc.), a taxa,
Nuno Vitorino os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes.
O artigo 103.º n.ºs 2 e 3 da CRP

(…)
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa,
os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido
criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva
ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.

Nuno Vitorino
O princípio
Artigo 8º da
LGT legalidade
Princípio da legalidade tributária
1 - Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária a incidência, a
taxa, os benefícios fiscais, as garantias dos contribuintes, a definição
dos crimes fiscais e o regime geral das contra - ordenações fiscais.
2 - Estão ainda sujeitos ao princípio da legalidade tributária:
a) A liquidação e cobrança dos tributos, incluindo os prazos de
prescrição e caducidade;
b) A regulamentação das figuras da substituição e responsabilidade
tributárias;
c) A definição das obrigações acessórias;
d) A definição das sanções fiscais sem natureza criminal;
e) As regras de procedimento e processo tributário.
Nuno Vitorino
Princípios gerais do Direito Tributário –
O princípio da igualdade (art.ºs 13º e 266º CRP, 55º, 98º da
LGT e do 6º CPA)

Tem um duplo sentido, jurídico e económico:


– Jurídico, nos termos do artigo 13.º da CRP;
– Económico tendo em conta que consubstancia uma
obrigação de contribuir em igual medida para os
encargos públicos e relaciona-se com a capacidade
contributiva.
Nuno Vitorino
Princípios derivados. O princípio da tipicidade (Artºs 103º
da CRP e 8.º da LGT).
Duas vertentes:
– Os impostos são realidades definidas e recortadas
no sistema jurídico, só sendo imposto aquilo que
contém os elementos essenciais contidos na lei para
o ser;
– As formas de criar, desenvolver e extinguir os
impostos constam de norma legal que não admite
desvio ou opção. Nuno Vitorino
Princípios derivados. O princípio da proteção da confiança.

É um derivado lógico do princípio da legalidade. A lei constitui


um meio de atuação do poder e de definição dos direitos e
deveres das partes e garantia desses intervenientes (artº 2º
CRP). Está ligado a princípios como sejam a previsibilidade,
tipicidade e a certeza.
A lei tutela o grau e a medida da confiança do administrado.

Nuno Vitorino
Princípios derivados. O princípio da proporcionalidade (art.ºs
266º/2 CRP 55.º da LGT e do 7.º CPA).

É um princípio de direito mas também um princípio de


interpretação do direito.

A aplicação da norma tributária tem que ser adequada e


visar um justo equilíbrio entre os meios empregues e os
fins que se visam alcançar.
Nuno Vitorino
Princípios derivados. O princípio da irretroatividade da lei
tributária.

A lei tributária não se aplica ao passado mas tão só


para o futuro (art.º 103.º n.º 3 da CRP e 12.º n.º 1
da LGT). Está ligado à proteção da confiança.
É aplicável aos crimes e contraordenações fiscais o princípio da
Exceção retroatividade da nova lei fiscal mais favorável expresso no n.º 4 do
artigo 29.º da CRP.

A posição do TC antes da revisão e após o Ac. n.º 18/2011.


Nuno Vitorino
Princípios autónomos. O princípio da boa-fé
(art.º 266º/2 CRP, 75.º LGT e 10.º CPA)

É um princípio presente e ordenador das relações entre o Estado e o


cidadão.
Tem consagração expressa no CC, no CPA na LGT no RCPITA e alguns
afloramentos no art.º 104.º do CPPT e mesmo no CAU.
Revela-se a três níveis:
– Ao nível da interpretação da lei, devendo presumir-se que as
partes estão a interpretar correctamente a lei;
– Ao nível do comportamento;
– Ao nível da coerência de ação nas tomadas de decisão.
Nuno Vitorino
Princípios autónomos. O princípio da capacidade
contributiva.
A capacidade contributiva revela-se antes de mais, como uma questão
de justiça e bom senso; justiça, porque implica que paguem impostos
os que têm o poder económico para o fazer; bom senso, porque
sendo o imposto uma forma de amputação da propriedade deverá ser
feita com moderação e sobre as manifestações excedentárias de
riqueza e não sobre aquilo que é essencial para a sobrevivência ou à
manutenção ou reprodução da riqueza.

Nuno Vitorino
Princípios fundamentais do procedimento tributário
• Princípio da igualdade (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da prossecução do interesse público (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da imparcialidade (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da legalidade (art.º 55.º da LGT);
• Princípio da proporcionalidade (art.º 7.º do RCPITA);
• Princípio da verdade material (art.º 6.º do RCPITA);
• Princípio do contraditório (art.ºs 45º do CPPT e 8.º do RCPITA).
• Princípio da justiça (art.º 55.º da LGT);
Nuno Vitorino
Princípios fundamentais do procedimento tributário
• Princípio da decisão e da celeridade (art.ºs 56.º 56º e 57.º da LGT);
• Princípio da participação (art.º 60.º da LGT);
• Princípio da confidencialidade (art.º 64.º da LGT);
• Princípio da boa-fé (art.ºs 59.º e 75.º da LGT);
• Princípio do inquisitório (art.º 58.º da LGT);
• Princípio da colaboração (art.º 59.º da LGT);
• Princípio do direito à informação (art.º 67.º da LGT);
• Princípio do duplo grau de decisão (art.º 47.º do CPPT);
Nuno Vitorino
Edifício legislativo do Direito Tributário
(Legislação de base)

Nuno Vitorino
De âmbito geral:
• Constituição da República Portuguesa (CRP);
• Lei Geral Tributária (LGT);
• Código do Procedimento e do Processo Tributário (CPPT);
• Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF);
• Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT);
• Regime Complementar de Inspeção Tributária e Aduaneira
(RCPITA);
• Estatuto do Tribunais Administrativos e Fiscais;
• Regime Jurídico da Arbitragem em Matéria Tributária.
Nuno Vitorino
De âmbito fiscal:
• Código do Imposto sobre Rendimento das pessoas Singulares
(CIRS);
• Código do Imposto sobre Rendimento das pessoas Colectivas
(CIRC);
• Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA);
• Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias;
• Código do Imposto de Selo (CIS);
• Código do Imposto sobre bens Imóveis (CIMI);
• Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de
Imóveis (CIMT);
Nuno Vitorino
De âmbito fiscal ou parafiscal:
• Código do Imposto Único de Circulação (IUC);
• Código fiscal do investimento (CFI);
• Regime que cria a contribuição extraordinária sobre
o setor energético;
• Regime de comunicação de informações financeiras;
• Contribuição sobre o setor bancário;
• Tributação dos sacos de plástico leves.

Nuno Vitorino
De âmbito aduaneiro:
• Código Aduaneiro da União (CAU);
• Regulamento delegado (RD- CAU);
• Regulamento de execução (RE- CAU);
• Regulamento de medidas transitórias (RDMT- CAU);
• Regulamento de desenvolvimento, manutenção e utilização dos
sistema eletrónicos do CAU (RE-IT-CAU)
• Regulamento de franquias aduaneiras;
• Isenções de IVA na importação;
• Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (CIEC);
• Código do Imposto Sobre Veículos (CISV);
• Regime legal da revisão e isenções nas bagagens;
Nuno Vitorino
Constituição da República Portuguesa (CRP):
• Entre outros, Princípios
constitucionais
– “Constituição Fiscal”. Art.ºs
103.º e 104.º legalidade fiscal

da segurança jurídica

• E ainda, como vimos igualdade fiscal

– art.ºs 3.º, 13.º, 18.º, 66.º, 67.º consideração fiscal da


família
n.º 2 al. f), 105.º, 115.º n.º 4 al. respeito pelos direitos, liberdades
b), 198.º, 227.º, 238.º, 241.º… e garantias fundamentais

Estado Social
Nuno Vitorino
Lei Geral Tributária (LGT):
Decreto-Lei n.º 398/98, de 17 de Dezembro;
• Enuncia e define os princípios gerais que regem o
direito fiscal português e os poderes da
administração tributária e garantias dos
contribuintes.

Nuno Vitorino
Estrutura da LGT

Título I Título II Título III Título IV Título V


Da ordem Relação Procedimento Processo Infrações
tributária jurídico tributário tributário tributárias
tributária
Capítulo I
Capítulo I Capítulo I Regras gerais
Secção I Capítulo I
Princípios Sujeitos Adm. Trib. Acesso à revogado
gerais Capítulo II justiça tribut. pela
Secção II
Capítulo II Sujeitos
Contrib…
alínea g)
Objeto do art.º
Capítulo II Secção I
Capítulo III Início Capítulo II 2º da Lei
Normas n.º
Capítulo III Procedimento Formas de
tributárias Secção II
Constituição processo e 15/2001,
Instrução proc. exec.
/alteração Secção I Capítulo IV de 5 de
Pagamento Decisão Junho
Capítulo IV Secção II Secção I
Extinção Caducidade Capítulo V Princípios Subsecção I
Procedimentos Pressupostos
Secção III Secção II
Capítulo V Prescrição avaliação Subsecção II
Aval. Indir.
Garantia Procedimentos
Código do Procedimento e do Processo Tributário (CPPT):

Decreto-Lei n.º 433/99, de 26 de Outubro.


• O presente Código aplica-se, sem prejuízo do disposto no direito
comunitário, noutras normas de direito internacional que
vigorem diretamente na ordem interna, na lei geral tributária ou
em legislação especial, incluindo as normas que regulam a
liquidação e cobrança dos tributos parafiscais:
a) Ao procedimento tributário;
b) Ao processo judicial tributário;
c) À cobrança coerciva das dívidas exigíveis em processo de
execução fiscal;
Nuno Vitorino
d) Aos recursos jurisdicionais.
Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF):
Decreto-Lei n.º 215/89 de 01 de Julho
• Consideram-se benefícios fiscais as medidas de carácter excecional
instituídas para tutela de interesses públicos extrafiscais relevantes
que sejam superiores aos da própria tributação que impedem.
• São benefícios fiscais as isenções, as reduções de taxas, as
deduções à matéria coletável e à coleta, as amortizações e
reintegrações aceleradas e outras medidas fiscais que obedeçam às
características enunciadas no parágrafo anterior.
• Os benefícios fiscais são considerados despesas fiscais, as quais
podem ser previstas no Orçamento do Estado ou em documento
anexo e, sendo caso disso, nos orçamentos das Regiões Autónomas
e das autarquias locais.
Nuno Vitorino
Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT):
• Lei n.º 15/2001, de 5 de Junho.
• O Regime Geral das Infrações Tributárias aplica-se às infrações das
normas reguladoras:
a) Das prestações tributárias;
b) Dos regimes tributários, aduaneiros e fiscais, independentemente
de regulamentarem ou não prestações tributárias;
c) Dos benefícios fiscais e franquias aduaneiras;
d) Das contribuições e prestações relativas ao sistema de solidariedade
e segurança social, sem prejuízo do regime das contraordenações que
consta de legislação especial.

As disposições desta lei são aplicáveis aos factos de natureza tributária


puníveis por legislação de carácter
Nuno Vitorino especial, salvo disposição em
Estrutura do RGIT
Penal Art.ºs 12.º a 22.º e 35.º a 50.º do RGIT CPP

PROCESSO
Art.ºs 23.º a 34.º e 51.º a 86.º do RGIT RGCO
Contraordenacional

Comuns Art.ºs 87.º a 91.º do RGIT

Aduaneiros Art.ºs 92.º a 102.º do RGIT


Crimes
DAS Fiscais Art.ºs 103.º a 105.º do RGIT
INFRAÇÕES EM Segurança
ESPECIAL Social Art.ºs 106.º e 107.º do RGIT

Aduaneiras Art.ºs 108.º a 112.º do RGIT


Contraordenações
Fiscais Art.ºs 113.º e 129.º do RGIT
Regime Complementar de Inspecção Tributária e
Aduaneira (RCPITA):

Decreto-Lei n.º 413/98, de 31 de Dezembro.


• O presente diploma regula o procedimento de inspecção tributária,
definindo, sem prejuízo de legislação especial, os princípios e as
regras aplicáveis aos actos de inspecção.

Nuno Vitorino
Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais (ETAF):

Lei n.º 13/2002, de 19 de Fevereiro.


• Os tribunais da jurisdição administrativa e fiscal são os órgãos de
soberania com competência para administrar a justiça em nome do
povo, nos litígios emergentes das relações jurídicas administrativas
e fiscais.

Nuno Vitorino
Regime Jurídico da Arbitragem em
Matéria Tributária:

Decreto-Lei n.º 10/2011, de 20 de Janeiro.


• O presente decreto -lei disciplina a arbitragem como meio alternativo de resolução jurisdicional
de conflitos em matéria tributária.

• Competência dos tribunais arbitrais e direito aplicável


A competência dos tribunais arbitrais compreende a apreciação das seguintes pretensões:
a) A declaração de ilegalidade de actos de liquidação de tributos, de autoliquidação, de
retenção na fonte e de pagamento por conta;
b) A declaração de ilegalidade de actos de determinação da matéria tributável, de actos de
determinação da matéria colectável e de actos de fixação de valores patrimoniais;
c) A apreciação de qualquer questão, de facto ou de direito, relativa ao projecto de decisão de
liquidação, sempre que a lei não assegure a faculdade de deduzir a pretensão referida na alínea
anterior.
Os tribunais arbitrais decidem de acordo Nuno
comVitorino
o direito constituído, sendo vedado o recurso à
equidade
Código do Imposto sobre Rendimento das pessoas
singulares (CIRS):
Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro.
• O imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
(IRS) incide sobre o valor anual dos rendimentos das
categorias seguintes, mesmo quando provenientes de
actos ilícitos, depois de efectuadas as correspondentes
deduções e abatimentos:
– Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente;
– Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais;
– Categoria E - Rendimentos de capitais;
– Categoria F - Rendimentos prediais;
– Categoria G - Incrementos patrimoniais;
– Categoria H - Pensões.

• Os rendimentos, quer em dinheiro quer em espécie,


ficam sujeitos a tributação, seja qual for o local onde se
obtenham, a moeda e a forma por que sejam auferidos.
Nuno Vitorino
Código do Imposto sobre Rendimento das pessoas
Coletivas (CIRC):

Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro.


• O imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) incide
sobre os rendimentos obtidos, mesmo quando provenientes de
atos ilícitos, no período de tributação, pelos respetivos sujeitos
passivos, nos termos do Código.

Nuno Vitorino
Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA):

Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de Dezembro.


• Estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado:
a) As transmissões de bens e as prestações de serviços efetuadas
no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo
agindo como tal;
b) As importações de bens;
c) As operações intracomunitárias efetuadas no território nacional,
tal como são definidas e reguladas no Regime do IVA nas
Transações Intracomunitárias.
Nuno Vitorino
Regime do IVA nas Transações
Intracomunitárias (RITI):
Decreto-Lei n.º 290/92, de 28 de Dezembro.
• Estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado (IVA):
a) As aquisições intracomunitárias de bens efetuadas no território nacional, a título oneroso, por um
sujeito passivo dos referidos no n.º 1 do artigo 2.º, agindo como tal, quando o vendedor for um sujeito
passivo, agindo como tal, registado para efeitos do IVA noutro Estado membro que não esteja aí abrangido
por um qualquer regime particular de isenção de pequenas empresas, não efetue no território nacional a
instalação ou montagem dos bens nos termos do n.º 2 do artigo 9.º nem os transmita nas condições
previstas nos n.ºs 1 e 2 do artigo 11.º;
b) As aquisições intracomunitárias de meios de transporte novos efetuadas no território nacional, a título
oneroso, por um sujeito passivo, ainda que se encontre abrangido pelo disposto no n.º 1 do artigo 5.º, ou
por um particular;
c) As aquisições intracomunitárias de bens sujeitos a impostos especiais de consumo, exigíveis em
conformidade com o disposto no Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo, efetuadas no território
nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo que se encontre abrangido pelo disposto no n.º 1 do
artigo 5.º;
d) As operações assimiladas a aquisições intracomunitárias de bens previstas no n.º 1 do artigo 4.º;
e) As transmissões de meios de transporte novos efetuadas a título oneroso, por qualquer pessoa,
expedidos ou transportados pelo vendedor, pelo adquirente ou por conta destes, a partir do território
nacional, com destino a um adquirente estabelecido ou domiciliado noutro Estado membro
Nuno Vitorino
Código do Imposto de Selo (CIS):
Decreto-Lei n.º 287/2003 – de 12 de Novembro - Reforma do
Património.
• O imposto do selo incide sobre todos os actos, contratos,
documentos, títulos, papéis e outros factos previstos na Tabela
Geral, incluindo as transmissões gratuitas de bens.
• Não são sujeitas a imposto as operações sujeitas a imposto
sobre o valor acrescentado e dele não isentas.

Nuno Vitorino
Código do Imposto sobre bens Imóveis (CIMI):
Decreto-Lei n.º 287/2003 – de 12 de Novembro - Reforma do
Património.
• O imposto municipal sobre imóveis (IMI) incide sobre o valor
patrimonial tributário dos prédios rústicos e urbanos situados no
território português, constituindo receita dos municípios onde
os mesmos se localizam.

Nuno Vitorino
Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões
Onerosas de Imóveis (CIMT):

Decreto-Lei n.º 287/2003 – de 12 de Novembro - Reforma do


Património.
• O imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis
(IMT) incide sobre as transmissões previstas nos Código, qualquer
que seja o título por que se operem.

Nuno Vitorino
Código do Imposto Único de Circulação (CIUC):
Lei n.º 22-A/2007, de 29 de Junho
• O imposto único de circulação incide sobre os veículos das categorias seguintes, matriculados ou
registados em Portugal:
a) Categoria A: Automóveis ligeiros de passageiros e automóveis ligeiros de utilização mista com peso
bruto não superior a 2500 kg matriculados desde 1981 até à data da entrada em vigor do presente
código;
b) Categoria B: Automóveis de passageiros referidos nas alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo 2.º do Código
do Imposto sobre Veículos e automóveis ligeiros de utilização mista com peso bruto não superior a
2500 kg, matriculados em data posterior à da entrada em vigor do presente código;
c) Categoria C: Automóveis de mercadorias e automóveis de utilização mista com peso bruto superior a
2500 kg, afectos ao transporte particular de mercadorias, ao transporte por conta própria, ou ao
aluguer sem condutor que possua essas finalidades;
d) Categoria D: Automóveis de mercadorias e automóveis de utilização mista com peso bruto superior
a 2500 kg, afectos ao transporte público de mercadorias, ao transporte por conta de outrem, ou ao
aluguer sem condutor que possua essas finalidades;
e) Categoria E: motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos, tal como estes veículos são definidos
pelo Código da Estrada, matriculados desde 1992;
f) Categoria F: Embarcações de recreio de uso particular com potência motriz igual ou superior a 20
kW, registados desde 1986; Nuno Vitorino
Código fiscal do investimento (CFI)
Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro
• O Código Fiscal do Investimento, estabelece:
• a) O regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento
produtivo;
• b) O Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI);
• c) O sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento
empresarial II (SIFIDE II); e
• d) O regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR).

Nuno Vitorino
Regime da contribuição extraordinária
sobre o setor energético
Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro
• O presente regime tem por objeto a introdução de uma contribuição
extraordinária sobre o setor energético e determina as condições da sua
aplicação.
• A contribuição tem por objetivo financiar mecanismos que promovam a
sustentabilidade sistémica do setor energético, através da constituição
de um fundo que visa contribuir para a redução da dívida tarifária e para
o financiamento de políticas sociais e ambientais do setor energético.

Nuno Vitorino
Regime de comunicação de informações
financeiras
Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro
• O presente regime estabelece as obrigações das instituições financeiras
em matéria de identificação de determinadas contas e de comunicação de
informações à Autoridade Tributária e Aduaneira, reforçando e
assegurando as condições necessárias para a aplicação dos mecanismos
de cooperação internacional e de combate à evasão fiscal previstos na
Convenção entre a República Portuguesa e os Estados Unidos da América
(EUA) para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria
de Impostos sobre o Rendimento e no Foreign Account Tax Compliance
Act (FATCA), através da assistência mútua baseada na troca automática e
recíproca de informações.
Nuno Vitorino
Contribuição sobre o setor bancário
(CSB)
Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro
O presente regime tem por objeto a introdução de uma contribuição sobre o
sector bancário e determina as condições da sua aplicação.
• São sujeitos passivos da contribuição sobre o sector bancário:
• a) As instituições de crédito com sede principal e efetiva da administração
situada em território português;
• b) As filiais em Portugal de instituições de crédito que não tenham a sua
sede principal e efetiva da administração em território português;
• c) As sucursais em Portugal de instituições de crédito com sede principal e
efetiva fora do território português.
Nuno Vitorino
Tributação dos sacos de plástico leves
A Lei n.º 82-D/2014, de 31/12, alterou as “normas fiscais ambientais nos sectores da energia
e emissões, transportes, água, resíduos, ordenamento do território florestal, biodiversidade,
introduzindo ainda um regime de tributação dos sacos de plástico e um regime de incentivo
ao abate de veículos em fim de vida, no quadro de uma reforma da fiscalidade ambiental”. No
que diz respeito à tributação dos sacos de plástico, foi criada uma “contribuição sobre sacos
de plástico leves”, produzidos, importados ou adquiridos em Portugal continental, bem como
sobre sacos de plástico leves expedidos para este território. A lei define o que se entende por
“sacos de plástico leves”, por remissão para a Diretiva n.º 94/62/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 20 de Dezembro e do Regulamento UE n.º 10/2011, da comissão, de 14
de Janeiro. São sujeitos passivos desta contribuição os produtores ou importadores de sacos
de plástico leve que se localizem em Portugal continental, bem como os adquirentes de tais
sacos a fornecedores com sede ou estabelecimento estável noutro Estado da União
Europeia ou nas regiões autónomas. A contribuição sobre sacos de plástico leves é exigível
no momento da sua introdução no consumo, isto é, no momento da alienação de tais sacos e
essa contribuição constitui encargo do adquirente final. A contribuição é de €0,08 por cada
saco de plástico.
Nuno Vitorino
Código Aduaneiro Comunitário (CAU)
Regulamento (UE) n.º 952/2013 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 9 de outubro de 2013.
• A legislação aduaneira compreende o presente Código
e as disposições adoptadas a nível comunitário ou
nacional em sua aplicação. O presente Código aplica-se
sem prejuízo de disposições especiais estabelecidas
noutros domínios:
– às trocas entre a Comunidade Europeia e países terceiros,
– às mercadorias abrangidas pelos Tratados que instituem, respectivamente, a Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço, a Comunidade Económica Europeia e a Comunidade Europeia da
Energia Atómica.

Nuno Vitorino
Regulamento delegado (RD-CAU)
Regulamento delegado (UE) 2015/2446 da Comissão,
de 28 de julho de 2015.

• Completa as normas do CAU

Nuno Vitorino
Regulamento de execução(RE-CAU )
Regulamento de execução (UE) 2015/2447 da
Comissão, de 24 de novembro de 2015.

• Executa ou concretiza as normas do CAU

Nuno Vitorino
Regulamento de medidas transitórias (RDMT-CAU)
Regulamento Delegado (UE) 2016/341 da Comissão, de
17 de dezembro de 2015.

• Vem estabelecer um conjunto de Medidas Transitórias até


31/12/2020...

Nuno Vitorino
Regulamento de desenvolvimento, manutenção e utilização dos
sistema eletrónicos do CAU (RE-IT-CAU)
Regulamento de Execução (UE) 2019/1026 da Comissão de 21/06;

• Disposições técnicas para desenvolver, manter e utilizar sistemas


eletrónicos para o intercâmbio de informações e para o
armazenamento dessas informações no âmbito do código
aduaneiro da união.

Nuno Vitorino
Regulamento de franquias aduaneiras:

Regulamento (CE) n.º 1186/2009 do Conselho de 16 de


Novembro de 2009.

• Relativo ao estabelecimento do regime comunitário


das franquias aduaneiras.

Nuno Vitorino
Isenções de IVA na importação:

Decreto-lei n.º 31/89, de 25 de Janeiro

• Estabelece a isenção do IVA na importação de


diversos bens (seguindo de perto a disciplina
consagrada para as franquias aduaneiras).

Nuno Vitorino
Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (CIEC):

Decreto-Lei n.º 73/2010, de 21 de Junho

• O Código dos Impostos Especiais de Consumo (Código) estabelece


o regime dos impostos especiais de consumo harmonizados pelo
Direito Comunitário, considerando-se como tais:
a) O imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas (IABA);
b) O imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP);
c) O imposto sobre o tabaco (IT).

Nuno Vitorino
Código do Imposto Sobre Veículos (CISV):
Lei n.º 22-A/2007, de 29 de Junho
Constitui facto gerador do imposto o fabrico, montagem, admissão
ou importação dos veículos tributáveis em território nacional,
que estejam obrigados à matrícula em Portugal.

Nuno Vitorino
Revisão e isenções na bagagem
Decreto-Lei n.º 176/85, de 22 de Maio
– Estabelece as facilidades aduaneiras concedidas aos
viajantes.
Lei n.º 64-A/2008 de 31 de dezembro
– Estabelece as regras relativas à isenção do imposto sobre o
valor acrescentado (IVA) e dos impostos especiais de
consumo (IEC) devidos na importação das mercadorias
contidas na bagagem pessoal dos viajantes provenientes de
um país ou território terceiro.
Nuno Vitorino
Reforma Aduaneira e
Regulamento das Alfândegas:

• Regulamento das Alfândegas


(Aprovado pelo Decreto n.º 31 730 de 15, de Dezembro de 1941);
• Reforma Aduaneira
(Aprovada pelo Decreto-Lei n.º 46 311, de 27 de Abril de 1965).

Nuno Vitorino
Noções gerais de
direito tributário
(uma introdução à LGT)

Nuno Vitorino Direito Tributário Reforma 1999


Fins da tributação
Art.º 5.º LGT

Visa satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outras


entidades públicas,
a justiça social,
Promove a igualdade de oportunidades e
Tributação as necessárias correções das desigualdades na distribuição da
riqueza e do rendimento,

da generalidade,
Respeita princípios da igualdade,
da legalidade e
da justiça material.
Nuno Vitorino
Caraterísticas da tributação Art.º 6.º LGT

A necessidade de a pessoa singular e o agregado familiar a que pertença disporem


de rendimentos e bens necessários a uma existência digna;

Direta A situação patrimonial, incluindo os legítimos encargos, do agregado familiar;


V. CIRS:78º e sgs CIRS

A doença, velhice ou outros casos de redução da capacidade contributiva do


sujeito passivo. V. CIRS: 3.º n.º 4, 69.º, 70.º, 84.º, 87.º n.º 5

favorece os bens e consumos de primeira IVA, IEC...


Indireta necessidade.

Nuno Vitorino
Caraterísticas da tributação
Art.º 6.º LGT

Solidariedade
Da família Reconhece
Encargos familiares

Orientando-se
no sentido de
que
O conjunto dos rendimentos do agregado familiar não
No englobamento…
esteja sujeito a impostos superiores aos que resultariam
da tributação autónoma das pessoas que o constituem.

Nuno Vitorino
Objetivos e limites da tributação
Art.º 7.º LGT

o emprego (v. ex. art.º 19.º EBF),


Favorece a formação do aforro (v. ex. art.º 21.º EBF), e
o investimento socialmente relevante

competitividade
Considera
e internacionalização da economia portuguesa, no
Tributação quadro de uma sã concorrência (v. ex. art.º 6.º EBF),

Não profissão ou
descrimina atividade

Não prática de atos legítimos de carácter pessoal, sem


prejudica prejuízo dos agravamentos ou benefícios excecionais
determinados por finalidades económicas, sociais,
ambientais ou outras.
Nuno Vitorino
Interpretação da lei
tributária Art.º 11.º LGT

DEFINIÇÃO determinação do verdadeiro sentido e alcance da lei tributária

termos mesmo sentido daquele


REGRAS regras e princípios gerais de
próprios de que aí têm, salvo se outro
interpretação e aplicação das
outros ramos de decorrer diretamente da lei
leis direito
NORMAS DE DÚVIDA atender à substância económica dos factos tributários.
INCIDÊNCIA

LACUNAS Não há analogia Reserva legislativa da AR

Nuno Vitorino
Tipos de interpretação
Autêntica: se emana do próprio órgão legislativo
Quanto ao
órgão Doutrinal: se procede dos tribunais ou da Administração Pública.

Quanto aos Literal: se o intérprete tem apenas em consideração o texto.


elementos Lógica: se o intérprete tem em consideração o que estaria na mente
do legislador.
Declarativa: letra do preceito está em
concordância com o que o
Quanto à legislador
Restritiva: letra da leiteria em mente.
vai além do que o legislador teria
extensão
em mente.
letra da lei fica aquém do que
Extensiva:
estava na mente
Nuno Vitorinodo legislador.
Aplicação da lei tributária no tempo
Art.º 12.º

As normas tributárias aplicam-se aos factos posteriores à


sua entrada em vigor, não podendo ser criados quaisquer
impostos retroativos (retroatividade própria).
Se o facto tributário for de formação sucessiva , a lei
nova só se aplica ao período decorrido a partir da sua
103 CRP

entrada em vigor.

Nuno Vitorino
Aplicação da lei tributária no tempo
Art.º 12.º

As normas sobre procedimento e processo são de


aplicação imediata, sem prejuízo das garantias, direitos e
interesses legítimos anteriormente constituídos dos
contribuintes 12 CC

As normas que, embora integradas no processo de


determinação da matéria tributável, tenham por função o
desenvolvimento das normas de incidência tributária não
são de aplicação imediata.
Nuno Vitorino
Aplicação da lei tributária no tempo

Art.º 12.º

• A normas tributárias de incidência só se


aplicam para o futuro
• Aplica-se a lei tributária em vigor à data da
prática dos factos

Princípio da
irretroatividade

Nuno Vitorino
Aplicação da lei tributária no espaço
Art.º 13.º

As normas tributárias aplicam-se aos factos que


ocorram no território nacional.
5 CRP

• Salvo disposição legal em sentido contrário e


do constante em convenções internacionais
de que Portugal seja parte.

ao princípio da territorialidade entendido em


Ver art.º 8.º n.º 2 da CRP sentido formal inserem-se, os mecanismos de
assistência mútua, visando a troca de informações
Exceção
e a cobrança coerciva dos impostos sobre o
rendimento, o património, o IVA e sobre prémios
Nuno Vitorino
de seguros.
A relação jurídico
tributária

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária

DEFINIÇÃO São as relações de imposto, taxa e contribuição

Sujeitos; Quem? subjetiva


Incidência
Objeto; O quê? objetiva

ELEMENTOS Constituição e alteração; Como?


Extinção; Até quando?
Garantia; Com o quê?

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. Os sujeitos
Art.º 18.º

– Sujeito ativo e, é a entidade de direito público titular do


direito de exigir o cumprimento das
direito
obrigações tributárias, quer diretamente quer
através de representante.
– Sujeito passivo. É a pessoa singular ou coletiva, o património
ou a organização de facto ou de direito que,
vínculo
nos termos da lei, está vinculado ao
cumprimento da prestação tributária, seja
como contribuinte direto, substituto ou
responsável.

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. Os sujeitos
Art.ºs 15.º e 16.º

Personalidade tributária, A personalidade tributária consiste na


suscetibilidade de ser sujeito de relações
jurídicas tributárias.
Capacidade tributária, 66 CC PC

É a suscetibilidade de exercer por si pessoal e


livremente os direitos de que é titular e cumprir as
obrigações a que está adstrito.

Salvo disposição legal em contrário, tem capacidade


São incapazes para o exercício tributária quem tiver personalidade tributária.
de direitos tributários os
menores de 18 anos e os Ver circ. 6/93, de 19/03. Resp. pagam. IRS
interditos (art.ºs 122.º, 123.º e
138.º do Código Civil).
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. Os sujeitos incazes
Art.º 16.º

Os direitos e os deveres dos incapazes e das


O Representante,
entidades sem personalidade jurídica são
exercidos, respetivamente, pelos seus
representantes, designados de acordo com a
lei civil, e pelas pessoas que administrem os
respetivos interesses.
124 CC

Os atos em matéria tributária praticados pelo


representante em nome do representado
produzem efeitos na esfera jurídica deste, nos
limites dos poderes de representação que lhe
forem conferidos por lei ou por mandato.
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A gestão de negócios
Art.º 17.º

Gestão de negócios, É admitida para os actos em matéria


tributária que não sejam de natureza
puramente pessoal

RATIFICAÇÃO
464 CC 9 CPPT

Enquanto a gestão de negócios não for ratificada, o gestor de


negócios assume os direitos e deveres do sujeito passivo da
relação tributária. PORÉM,
Presunção
de Em caso de cumprimento de obrigações acessórias
ratificação ou de pagamento, a gestão de negócios presume-se
ratificada após o termo do prazo legal do seu
cumprimento, Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. O domicílio fiscal
Art.º 19.º

Para as pessoas singulares, é o local da


Domicílio fiscal, residência habitual,
22 CC

Para as pessoas coletivas, é o local da sede ou


direção efetiva ou, na falta destas, do seu
estabelecimento estável em Portugal, 12 CSC

Caixa postal eletrónica.

De comunicação obrigatória…
43 CPPT

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A substituição e a
responsabilidade tributária
Art.ºs 20.º e 22.º

Substituição tributária, quando, por imposição da lei, a prestação


tributária for exigida a pessoa diferente do
contribuinte, através da retenção na fonte.
Responsabilidade tributária,
abrange, a totalidade da dívida tributária, os
juros e demais encargos legais.

Subsidiária (art.ºs 9.º CPPT REVERSÃO


Pode ser e 23.º da LGT)
23 LGT
Solidária
Nuno Vitorino 512 CC
A relação jurídica tributária. O objeto
Art.º 30.º

O crédito e a dívida tributários;


O direito a prestações acessórias de qualquer natureza e o
correspondente dever ou sujeição;
Vínculos jurídicos,
O direito à dedução (IVA), reembolso ou restituição do imposto;
(entre outros)
O direito a juros compensatórios (art.º 35.º LGT);

O direito a juros indemnizatórios (art.º 43.º LGT).(Ver ainda


Instrução de Serviço n.º 60077/2018; Juros indemnizatórios -
alínea c) do n.º 3 do artigo 43.º da LGT)
61 CPPT

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A constituição
Art.ºs 36.º a 39.º

Constituição
FACTO TRIBUTÁRIO
(nascimento da RJT)

Sujeição objetiva O quê?

IRS IRC IVA IEC IMI IMT …

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A modificação
Art.º 79.º
Revogação Total Prazo Revisão
Art.ºs 165.º a
171.º CPA
Parcial Prazo Revisão
Modificação
do ato Reforma
Prazo
Art.º 164.º CPA Revisão
tributário Ratificação
Art.º 164.º CPA Prazo Revisão
Conversão
Prazo Revisão
Art.º 164.º CPA

Retificação das
fundamento Erros de cálculo ou escrita
declarações
Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Pelo sujeito passivo
Art.ºs 40.º segs
Por terceiro
PAGAMENTO
Em prestações
Indevido

Extinção Falta de pagamento


(“morte” da RJT) (…)
Suspensão do prazo
CADUCIDADE
Fiscalização a pedido
noções

PRESCRIÇÃO Interrupção e suspensão do prazo


Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção

Art.ºs 40.º PAGAMENTO COMO? DUC (art.º 11.º e 12.º RTE *)

Moeda corrente
PROVA Cheque
(art.º 94.º CPPT)
Extinção Débito em conta
(“morte” da RJT) Doc. comprovativo Transferência conta
a conta
Doc. bancário
Vale postal
Outros meios usados pelos
correios ou inst. crédito …
Nuno Vitorino
*RTE, Regime da Tesouraria do Estado (DL 191/99, 5/6)
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 41.º/2
Por terceiro
PAGAMENTO
Este não tem qualquer direito
em relação ao credor tributário,
Extinção EXCETO,
(“morte” da RJT)

Em caso de sub-rogação, em que este


adquire direitos de natureza tributária
sobre o devedor (art.º 41.º n.º 2 da LGT e
91.º do CPPT)

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 42.º

Em prestações
PAGAMENTO
EXCETO recursos próprios
comunitários, retenções na
Extinção fonte, repercutidas a terceiros,
(“morte” da RJT) PROVA da ou quando o pagamento for
insuficiência condição de entrega de bens
económica (DA e IMT).

Junto da Seg. Soc. (Port. Art.ºs 86.º e 196.º a 200.º do


1085-A/2004, de 31/8) CPPT e normas específicas de
Mod. SVI 49 - DGSS cada
Nuno imposto
Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 43.º
Indevido
Quando em sede de reclamação
PAGAMENTO graciosa ou recurso hierárquico se
conclua haver erro imputável aos
serviços,

Extinção São devidos juros TAXA = juros


indemnizatórios, compensatórios
(“morte” da RJT) E ainda,
Quando não seja cumprido o prazo legal de restituição oficiosa dos tributos,

Em caso de anulação do acto tributário por iniciativa da administração tributária, a partir do 30.º
dia posterior à decisão, sem que tenha sido processada a nota de crédito,

Quando a revisão do acto tributário por iniciativa do contribuinte se efectuar mais de um ano após
o pedido deste, salvo se oNuno
atraso não for imputável à administração tributária.
Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 44.º
PAGAMENTO

Falta de pagamento

Extinção
Extração de certidão São devidos juros de TAXA fixada
(“morte” da RJT) anualmente
(título executivo) (art.º MORA,
88.º /1 CPPT), pelo IGCP*.
(Valor em dívida X taxa de
juro)/365 X total dos dias em mora
*IGCP, Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, E.P.E.

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 40.º …

Extinção Compensação
(“morte” da RJT) (…) 847 CC 89 CPPT 90 CPPT

Dação em pagamento
837 CC

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 45.º segs

Extinção
Prazo NORMAL 4 ANOS
(“morte” da RJT) CADUCIDADE
Prazos ESPECIAIS …

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 45.º segs

Prazo NORMAL 4 ANOS

3 ANOS erro evidenciado na declaração do sujeito passivo

Exercício caso de ter sido efetuada qualquer


do direito dedução ou crédito de imposto

Inquérito Um ano após o trânsito em julgado da sentença


CADUCIDADE Prazos
criminal
ESPECIAIS
País, território ou região sujeito a um regime fiscal
claramente mais favorável (Port. 150/2004, 13/12,
292/2011, 8/11, 114/17, 29/12, 309A/2020, 31/12).
12 ANOS Contas de depósito ou de títulos abertas em instituições
financeiras não residentes em Estados membros da
União Europeia, ou em sucursais localizadas fora da
União Europeia…
IMT (artº 35º CIMT) e IS no caso de bens tributadas pela
8Nuno
ANOS Vitorino verba 1.1. da Tab. Geral ou de transmissões gratuitas
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 46.º Com a notificação ao contribuinte, da ordem de serviço ou despacho
no início da ação de inspeção externa …

Em caso de litígio judicial de cuja resolução dependa a liquidação do


tributo, desde o seu início até ao trânsito em julgado da decisão…

Nos benefícios fiscais de natureza contratual, desde o início até à


resolução do contrato ou durante o decurso do prazo dos benefícios;…
CADUCIDADE SUSPENSÃO Nos benefícios fiscais de natureza condicionada, desde a apresentação
da declaração até ao termo do prazo legal do cumprimento da
condição…
Quando o direito à liquidação resultar de reclamação ou impugnação,
a partir da sua apresentação até à decisão.…
Com a apresentação do pedido de revisão da matéria colectável, até à
notificação da respetiva decisão.…
Em caso de aplicação de sanções da perda de benefícios fiscais de
Nuno Vitorino
qualquer natureza,.…
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 47.º

Não podem ser praticados posteriormente


à notificação das suas conclusões ao
FISCALIZAÇÃO a
CADUCIDADE SOLICITAÇÃO
contribuinte novos atos tributários de
liquidação com fundamento em factos
ocorridos no período compreendido na
referida ação e incluídos no seu objeto.

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.ºs 40.º segs

Extinção
(“morte” da RJT)

Interrupção e suspensão do Diversos autores. A prescrição da


PRESCRIÇÃO prazo obrigação tributária. Jurisdição
Administrativa e Fiscal. Ebook do CEJ
Maio 2020.
Marques, Rui – A Prescrição das Dívidas
Nuno Vitorino Tributárias. Almedina, 2018.
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 48.º

Prazo NORMAL 8 ANOS


fundamentos
Prazo ESPECIAL 15 ANOS
caducidade

impostos a partir do termo do ano em que se verificou o facto


periódicos tributário
PRESCRIÇÃO Contagem impostos de a partir da data em que o facto tributário
(início) obrigação ocorreu…
única
a partir do início do ano civil seguinte àquele
IVA e IRS com
em que se verificou, a exigibilidade do imposto
retenção
ou o facto tributário.

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A extinção
Art.º 49.º
Interrupção Com a citação, a reclamação, o recurso hierárquico, a
impugnação e o pedido de revisão oficiosa da liquidação

tem lugar uma única vez, com o facto


que se verificar em primeiro lugar.
Com o pagamento de prestações legalmente autorizados;
Enquanto não houver decisão definitiva ou transitada em julgado, que
PRESCRIÇÃO ponha termo ao processo, nos casos de reclamação, impugnação,
recurso ou oposição, quando determinem a suspensão da cobrança da
dívida;
Suspensão
Desde a instauração até ao trânsito em julgado da ação de impugnação
pauliana intentada pelo Ministério Público; 610 CC

Durante o período de impedimento legal à realização da venda de


imóvel afeto a habitação própria e permanente;
Desde
Nunoa Vitorino
instauração de inquérito criminal até ao arquivamento ou
trânsito em julgado da sentença.
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º segs

GERAL Património do devedor

GARANTIA Privilégios creditórios


dos
ESPECIAIS Penhor, hipoteca… Registo
créditos tributários
Direito de retenção

PROVIDÊNCIAS CAUTELARES
Ver Instrução de Serviço n.º 60 028/2017 - Série I

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.º 50.º
totalmente
Património do Bens
GERAL devedor impenhoráveis
relativamente
601 CC parcialmente

GARANTIA Poder/dever
dos da AT de Execução fiscal
executar o (art.ºs 148.º a
créditos tributários património do 278.º CPPT)
devedor
faltoso

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º segs

GARANTIA
dos OUTROS
ESPECIAIS
créditos tributários

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º segs

GARANTIA Privilégios creditórios


dos OUTROS 733 CC

ESPECIAIS
créditos tributários

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º segs

Gerais
Mobiliários
Especiais
Privilégios creditórios
OUTROS
ESPECIAIS Imobiliários
735 CC

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º …

GARANTIA
dos OUTROS Penhor, hipoteca … Registo
ESPECIAIS Art.º 195.º CPPT
créditos tributários
Execução fiscal

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.ºs 50.º …

de quaisquer mercadorias Do veículo,


sujeitas à ação fiscal de que o em sede de
sujeito passivo seja proprietário, IUC
GARANTIA nos termos que a lei fixar
OUTROS
dos
ESPECIAIS
créditos tributários
Direito de retenção
754 CC

Nuno Vitorino
A relação jurídica tributária. A garantia
Art.º 51.º

Para garantia de créditos tributários


Fundado receio de frustração da sua
REQUISITOS cobrança ou de destruição ou extravio
de documentos ou outros elementos
GARANTIA Proporcionais ao dano a evitar e não
dos causar dano de impossível ou difícil
reparação.
créditos tributários
Apreensão
Administrativas
Retenção de créditos
PROVIDÊNCIAS
Judiciais Arresto
CAUTELARES
CPPT 135
Arrolamento
Nuno Vitorino
O procedimento
tributário

Nuno Vitorino
PROCEDIMENTO E PROCESSO Art.ºs 50.º …
TRIBUTÁRIO

…é a sucessão ordenada de atos e formalidades


PROCEDIMENTO relativos à formação, manifestação e execução
da vontade dos órgãos da Administração Pública
.
…é o conjunto de documentos devidamente
PROCESSO ordenados em que se traduzem os atos e
formalidades que integram o procedimento
administrativo .

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
DIREITO
TRIBUTÁRIO
PROCESSO JUDICIAL
O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Âmbito Art.º 54.º

As ações preparatórias ou complementares de informação e fiscalização


tributária (inspeção tributária) art.º 63.º da LGT e RCPITA;

A liquidação dos tributos quando efetuada pela administração tributária;


59 CPPT
A revisão, oficiosa ou por iniciativa dos interessados,
dos atos tributários (art.º 78.º LGT);
O reconhecimento ou revogação dos benefícios fiscais (EBF + Códigos fiscais);
COMPREENDE
designadamente A emissão ou revogação de outros atos
administrativos em matéria tributária;
44 CPPT
As reclamações e os recursos hierárquicos;

A avaliação direta ou indireta dos rendimentos ou valores patrimoniais (81.º,


85.º e 87.ºda LGT);
A cobrança (voluntária) das obrigações tributárias, na
parte que não tiver natureza judicial;
Art.ºs 55.º, 56.º, 58.º, a 60.º, 64.º e 67.º…
Prossecução do interesse público ( 55.º e 4º CPA); Boa fé (art.º 59.º, 75.º e 10º e
60º CPA);
Legalidade (art.º 8.º e 55.º e 3º CPA); Participação (art.º 60.º e 12º
Igualdade (art.º 55.º e 6º CPA), CPA);
Confidencialidade (art.º 64.º);
Proporcionalidade ( 55.º e 7.º CPA);
Informação (art.º 67.º e 82º ss
Justiça (art.º 55.º e 8º CPA); CPA)
Contraditório (art.º 45.º CPPT)
Imparcialidade (art.º 55.º e 9º CPA);
PRINCÍPIOS
Celeridade (art.º 55.º, 57º e 97º e 5º e 59º Duplo grau de decisão (art.º 47.º
CPA); CPPT)
Respeito pelas garantias dos contribuintes. Verdade material (6.º RCPITA)
(art.º 55.º e 4º CPA)..;

Decisão (art.º 56.º e 13º CPA);


Inquisitório (art.º 58.º e 58º CPA);

Colaboração (art.º 59.º e 11º CPA);


O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Prazos no procedimento Faz presumir o
indeferimento
para recurso
Art.ºs Conclusão; normal 4 meses incumprimento
hierárquico
57.º Inf. Vinc. contencioso ou
150
dias impugnação
excecionais 120 Inf. Vinc. urgente
judicial
dias
6 meses Proced. inspeção

PRAZOS Prática de atos; normal 8 dias 23 CPPT

3 dias Certidões (proc. informatizado)

Princípio da excecionais 5 dias Certidões (proc. não informatizado)

celeridade 48 horas Certidões (urgentes)

Contagem; Contínuos 279 CC

Suspensão; Incumprimento dos deveres de cooperação


O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Art.º 63.º
Âmbito da inspeção
Aceder livremente às instalações ou locais onde possam
existir elementos relacionados com a sua atividade ou com
a dos demais obrigados fiscais;
Examinar e visar os seus livros e registos da contabilidade
INSPEÇÃO ou escrituração, bem como todos os elementos suscetíveis
(diligências de esclarecer a sua situação tributária; Habitação do
necessárias ao
E contribuinte;
Aceder, consultar e testar o seu sistema informático,
apuramento da x
incluindo a documentação sobre a sua análise, Segredo
situação tributária) c
programação e execução; profissional ou
outro dever de
Solicitar a colaboração de quaisquer entidades públicas e sigilo…;
necessária ao apuramento da sua situação tributária ou de t
terceiros com quem mantenham relações económicas; o Violação de
direitos de
Requisitar documentos dos notários, conservadores e personalidade
outras entidades oficiais; ou liberdades e
Utilizar as suas instalações quando a utilização for garantias.
necessária ao exercício da ação inspetiva;
O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Início e instrução
Art.º 71.º a 76.º
Procedimento NORMAL exceção PCO (art.ºs 67º a 86º do RGIT e RGCO
Por iniciativa dos interessados ou da AT
IMPULSO Quando possa pôr em causa os
Comunicação aos interessados; exceto efeitos úteis ou quando os
interessados são desconhecidos

Direção Cabe, ao órgão da AT competente para a decisão;

A realizar pela Valor Informações da


Prova inspeção;
341 CC Instrução; 50 CPPT probatório
Cópias. 76 LGT
Ónus
INSTRUÇÃO Prova
Por quem invoca o direito;

Presunções
Admitem sempre prova em contrário (ilidíveis);
legais

Presunção de boa-fé
75 LGT
O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Revisão
Do sujeito Reclamação Qualquer
Art.º 78.º passivo Prazo fundamento
administrativa ilegalidade
Iniciativa
4 anos Erro dos
Pela AT Prazos serviços (sem o
A todo tempo fundamento tributo pago)

Injustiça grave ou notória, desde


REVISÃO Pela(o) 3 anos fundamento que o erro não seja imputável a
DG comportamento negligente do
Outros casos contribuinte…

Duplicação de coleta 4 anos Qualquer fundamento

Interrupção do o pedido do contribuinte dirigido ao órgão


prazo competente da administração tributária
para a sua realização Ver inf. DSJT
O PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
Decisão
Art.º 77.º
Descrição
Obrigações
incumpridas
Relações especiais
(63/4 CIRC, 16/12 Métodos previstos
CIVA) na lei
Fundamentação De facto
e de direito… Quantificação dos
DECISÃO efeitos
Conjugar com os art.ºs 151º a
154º CPA Impossibilidade de
Métodos indiretos comprovação e
268CRP
quantificação direta ou
Proc. CO (artºs 27º e 79º RGIT) base científica
exceção

Prazo geral: 5 dias


Notificação Nos termos do CPPT 35 CPPT (114º/5 CPA)
OS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
Art.ºs 81.º a
86.º
Critérios próprios de cada tributo
AT
Competência autoliquidação Sujeito passivo
Direta
Determinação do valor real dos rendimentos ou
Fins
bens sujeitos a tributação

Avaliação da Impugnação Direta (contenciosa)


matéria
tributável Competência AT
Direito de participação Sujeito passivo
Indireta Determinação do valor real dos rendimentos ou
Fins bens sujeitos a tributação a partir de indícios, INDICADORES
presunções, ou outros elementos… OBJETIVOS

Depende do esgotamento dos meios graciosos para a sua revisão,


Impugnação salvo quando não dê origem a qualquer liquidação.
OS PROCEDIMENTOS DE
AVALIAÇÃO. Art.º 87.º
Avaliação indireta Regime simplificado de tributação (31.º CIRS, 86.ºA, 86.ºB CIRC)…
Impossibilidade de comprovação e quantificação direta e exata…
88LGT
A matéria tributável do sujeito passivo se afastar, sem razão justificada,
mais de 30% para menos ou, durante três anos seguidos, mais de 15% para
menos, da que resultaria da aplicação dos indicadores objetivos da
atividade de base técnico-científica.
Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem 89LGT

significativamente para menos, sem razão justificada,


Avaliação Pressupostos dos padrões de rendimento… 89ALGT
INDIRETA taxativos (6) Os sujeitos passivos apresentarem, sem razão justificada, resultados tributáveis
nulos ou prejuízos fiscais durante três anos consecutivos (IRC e Rend. Empres. ou
PROVA prof. PS)
74LGT Acréscimo de património ou despesa efetuada,
Acréscimo de
incluindo liberalidades, de valor superior a € 100 000,
património
verificados simultaneamente com a falta de declaração
de rendimentos ou com a existência, no mesmo período Realização de
de tributação, de uma divergência não justificada com despesas
os rendimentos declarados. Liberalidades
OS PROCEDIMENTOS DE
AVALIAÇÃO.
Avaliação indireta Art.º 90.º
margens médias do lucro líquido sobre as vendas e prestações de serviços1
ou compras e fornecimentos de serviços de terceiros2
taxas médias de rentabilidade de capital investido.
o coeficiente técnico de consumos ou utilização de matérias-primas e outros
custos diretos (conhecimento detalhado da atividade económica…)
elementos e informações declaradas à AT, incluindo os relativos a outros
impostos e, bem assim, os relativos a empresas ou entidades que tenham
Avaliação
relações económicas com o contribuinte
INDIRETA
Critérios localização e dimensão da atividade exercida.
Fora do regime
exemplificativos custos presumidos em função das condições concretas do exercício da
simplificado atividade
matéria tributável do ano ou anos mais próximos que se encontre
determinada pela administração tributária (produção estática e procura
imutáveis)
valor de mercado dos bens ou serviços tributados (casos de simulação do
preço.
relação congruente e justificada entre os factos apurados e a situação concreta do
contribuinte (bom senso e proporcionalidade à realidade…)
O processo
tributário

Nuno Vitorino
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Impugnação ou recurso
Art.º 95.º
liquidação de tributos, considerando-se também como tal para
efeitos da presente lei os atos de autoliquidação, retenção na
fonte e pagamento por conta;

fixação de valores patrimoniais;

COMPREENDE determinação da matéria tributável por métodos indiretos


quando não dê lugar a liquidação do tributo;
Os atos lesivos
indeferimento, expresso ou tácito e total ou parcial,
(exemplificativo) de reclamações, recursos ou pedidos de revisão ou
reforma da liquidação;
agravamento à coleta resultante do indeferimento de reclamação;

indeferimento de pedidos de isenção ou de benefícios fiscais sempre que a


sua concessão esteja dependente de procedimento autónomo.
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Impugnação ou recurso
Art.º 95.º

A fixação de contrapartidas ou compensações


autoritariamente impostas em quaisquer procedimentos
COMPREENDE de licenciamento ou autorização;

Os atos lesivos outros atos administrativos em matéria tributária;


(exemplificativo) aplicação de coimas e sanções acessórias;

atos praticados na execução fiscal;


apreensão de bens ou outras providências cautelares da
competência da administração tributária.
O PROCESSO TRIBUTÁRIO. Princípios
Art.ºs 97.º a 100.º
Celeridade;

Igualdade dos meios processuais;

Inquisitório;
PRINCÍPIOS
Colaboração processual;

Plena reconstituição.
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Meios processuais
Sem dependência do esgotamento dos meios
administrativos (art.ºs 99.º segs. do CPPT);
Impugnação judicial
Art.º Com dependência do Art.ºs 77.ºB, 133.ºA, 117.º
101.º esgotamento dos meios 131.º a 133.º CPPT e 86.º/5 LGT
administrativos
Ação para reconhecimento de direito ou interesse legítimo em matéria
tributária (art.º 145.º do CPPT);
Recurso, no próprio processo, de atos de aplicação de coimas e sanções
Meios acessórias (art.º 80.º do RGIT);
processuais Recurso dos atos praticados na execução fiscal, no próprio processo ou, nos
casos de subida imediata, por apenso (art.º 276.º segs CPPT);
Procedimentos cautelares de arrolamento e de arresto (art.ºs 135.º a 142.º
do CPPT);
Meios acessórios de intimação para consulta de processos ou documentos
administrativos e passagem de certidões (art.º 146.º CPPT);
Produção antecipada de prova (art.ºs 146.º CPPT e 134.º CPTA);
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Meios processuais, cont…
Art.º 101.º

Intimação para um comportamento, em caso de omissões da


administração tributária lesivas de quaisquer direitos ou
interesses legítimos (art.º 147.º CPPT);

Meios Impugnação das providências cautelares adotadas pela


processuais administração tributária (art.º 144.º do CPPT);

Recursos contenciosos de atos denegadores de isenções ou benefícios


fiscais ou de outros atos relativos a questões tributárias que não
impliquem a apreciação do ato de Liquidação [era a ação administrativa
especial regulada nos art.ºs 46.º e segs. do CPTA. HOJE (após 2015) com
a unificação da ADE e da AAC, é somente ação administrativa, 37.º CPTA].
O PROCESSO TRIBUTÁRIO.
Processo de execução
Art.º
103.º

Tem natureza judicial;

Processo de É garantido aos interessados o direito de reclamação para


execução o juiz da execução fiscal (art.ºs 276.º a 278.º do CPPT);

Regulado no CPPT nos art.ºs 148.º a 278.º.


Grato pela atenção
dispensada

Nuno.Silva.Vitorino@at.gov.pt
218 854 324
Nuno Vitorino
ANEXOS
Nuno Vitorino
Nuno Vitorino
Objetivos mais comuns de política económica e social

• Investimento produtivo; Justiça social é uma


• Investigação e desenvolvimento; construção moral e política baseada
• Proteção e defesa do ambiente; na igualdade de direitos e
• Poupança e aplicação de capitais; na solidariedade coletiva. Em
• Emprego e formação profissional; termos de desenvolvimento, a
• Concentração e cooperação empresariais; justiça social é vista como o
• Desenvolvimento regional; cruzamento entre o
• Cultura e património cultural; pilar económico e o pilar social.
• Habitação;
• Fomento do cooperativismo;
• Proteção de pessoas portadoras de deficiência.

Nuno Vitorino
CRP (art.º 81.º)
Incumbências prioritárias do Estado
Incumbe prioritariamente ao Estado no âmbito económico e
social:
(…)
b) Promover a justiça social, assegurar a igualdade de
oportunidades e operar as necessárias correcções das
desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento,
nomeadamente através da política fiscal;
(…)
Nuno Vitorino
Jurisprudência do TC
No que respeita ao princípio constitucional da igualdade, deve referir-se que este, entendido como limite
objectivo da discricionaridade legislativa, não veda à lei a realização de distinções. Proíbe-lhe, antes, a
adopção de medidas que estabeleçam distinções discriminatórias — desde logo, diferenciações de
tratamento fundadas em categorias meramente subjectivas, como são as indicadas, exemplificativamente, no
n.º 2 do artigo 13.º da Lei Fundamental (diferenciações baseadas na ascendência, sexo, raça, língua, território
de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social) —,
ou seja, desigualdades de tratamento materialmente infundadas, sem qualquer fundamento razoável
(vernünftiger Grund) ou sem qualquer justificaçãoobjectiva e racional. Numa expressão sintética, o princípio
da igualdade, enquanto princípio vinculativo da lei, traduz-se na ideia geral de proibição do arbítrio
(Willkürverbot). Cfr., por todos, os Acórdãos do Tribunal Constitucional n.os 186/90, 187/90 e 188/90,
publicados no Diário da República, II Série, de 12 de Setembro de 1990.
O princípio da igualdade fiscal apresenta uma triplice dimensão, surgindo as duas primeiras dimensões como
uma emanação do princípio geral da igualdade, previsto no n.º 1 do artigo 13.º da Constituição. Em primeiro
lugar, aquele princípio significa que todos os cidadãos são iguais perante a lei fiscal, de tal modo que todos os
contribuintes que se encontrem na mesma situação definida pela lei fiscal devem estar sujeitos a um mesmo
regime fiscal (cfr. Louis Trotabas/Jean-Marie Cottoret, Droit Fiscal, 6.ª ed., Paris, Dalloz, 1990, p. 108, e Guy
Gest/Gilbert Tixier, Manuel de Droit Fiscal, 4.ª ed., Paris, L.G.D.J., 1986, p. 36).

Nuno Vitorino
Ac. TC n.º 57/95 de 16/02/1995, proc.º n.º 405/88
Justiça material
A tributação resultante de uma aplicação da lei fiscal ter-se-á por materialmente
injusta quando da sua imposição decorrer a preterição de princípios gerais ou
específicos do ordenamento jurídico que, por exigências de coerência postuladas
por este, devam em concreto prevalecer.

Nuno Vitorino
CRP (art.º 67.º)
Família
(…)
2. Incumbe, designadamente, ao Estado para protecção da família:
(…)
f) Regular os impostos e os benefícios sociais, de harmonia com os
encargos familiares;
(…)

Nuno Vitorino
Jurisprudência do TC
13. Este Tribunal, na esteira da Comissão Constitucional (cfr. Acórdão nº 479, Boletim do Ministério da
Justiça, nº 327, Junho de 1983, pág. 424 e segs.), tem vindo a reconhecer, embora de forma indirecta, a
garantia do direito a uma sobrevivência minimamente condigna ou a um mínimo de sobrevivência, seja
a propósito da actualização das pensões por acidentes de trabalho (Acórdão nº 232/91, Acórdãos do
Tribunal Constitucional, 19º vol., pág. 341), seja a propósito da impenhorabilidade de certas prestações
sociais (designadamente, do rendimento mínimo garantido – Acórdão nº 62/02, Diário da República, II
Série, de 11 de Março de 2002), na parte em que estas não excedam um rendimento mínimo de
subsistência ou o mínimo adequado e necessário a uma sobrevivência condigna (cfr. Acórdão nº
349/91, Acórdãos do Tribunal Constitucional, 19º vol., pág. 515;Acórdão nº 411/93, Acórdãos do Tribunal
Constitucional, 25º vol., pág. 615; Acórdão nº 318/99, Acórdãos do Tribunal Constitucional, 43º vol., pág.
639; e Acórdão nº 177/02, Diário da República, I Série-A, de 2 de Julho de 2002).

Nuno Vitorino Ac. TC n.º 509/02 de 19/12/2002, proc.º n.º 768/02


CRP (art.º 104.º)
Impostos
(…)
4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura
do consumo à evolução das necessidades do
desenvolvimento económico e da justiça social,
devendo onerar os consumos de luxo.
(…)

Nuno Vitorino
(art.ºs 13.º e 266º da CRP e
6.º do CPA)
Nas suas relações com os particulares, a Administração Pública deve reger-se pelo
princípio da igualdade, não podendo
• privilegiar, Tem um duplo sentido, jurídico e económico:
Jurídico, nos termos do artigo 13.º da CRP;
• beneficiar, Económico tendo em conta que consubstancia uma
obrigação de contribuir em igual medida para os
• prejudicar, encargos públicos e relaciona-se com a capacidade
contributiva.
• privar
de qualquer direito ou isentar de qualquer dever ninguém em razão de
ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas
ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação
sexual.
V. AC. TC n.º 57/95 de 16/02

Nuno Vitorino
Código Civil (art.º 9.º)
Interpretação da lei
1. A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a
partir dos textos o pensamento legislativo, tendo sobretudo em
conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi
elaborada e as condições específicas do tempo em que é aplicada.
2. Não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento
legislativo que não tenha na letra da lei um mínimo de
correspondência verbal, ainda que imperfeitamente expresso.
3. Na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete presumirá que o
legislador consagrou as soluções mais acertadas e soube exprimir o
seu pensamento em termos adequados.

Nuno Vitorino
Analogia
Quando na regulação de uma caso omisso - ou lacuna
– na ordem jurídica, valham as mesmas razões que
justificam determinado regime dado pela lei (ou outra
norma vigente), a outro caso, diz-se que há analogia
entre os dois. Assim sendo, deve aplicar-se a norma
existente ao caso omisso (artº 10º CC)

Nuno Vitorino
Jurisprudência do TCAS
Aliás, desde logo por imperativo constitucional – cfr. n.º2 do art.º
103.º da CRP – a incidência dos tributos, a taxa, os benefícios
fiscais e as garantias dos contribuintes, são criados por lei, a qual
deve ser interpretada sem o recurso à analogia, nos termos dos
art.ºs 8.º e 11.º, n.º 4, da LGT, como de resto constitui
jurisprudência corrente, …

Nuno Vitorino Ac. TCAS de 10/02/2012, proc.º n.º 05320/12


Interpretação autêntica
Exemplo: Lei n.º 43/2019 - Diário da República n.º 117/2019, Série I de 2019-06-21.
Procede à interpretação autêntica do n.º 7 do artigo 1041.º do Código Civil.

Nuno Vitorino
CRP (art.º 103.º)
Sistema fiscal
(…)
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam
sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza
retroativa ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos
da lei.

Nuno Vitorino
Jurisprudência do TC
Ainda recentemente, porém, o Tribunal
Constitucional, em plenário, e na linha de
anterior jurisprudência, firmou o entendimento
segundo o qual legislador da revisão
constitucional de 1997, que introduziu a actual
redacção do artigo 103.º, n.º 3, apenas
pretendeu consagrar a proibição da
Ac. TC n.º 18/11 de 12/01/2011, proc.º n.º 204/10

retroactividade autêntica, ou própria, da lei


Nuno Vitorino
Jurisprudência do STA
(…)
III - Sendo o rendimento anual para efeitos de IRS um
facto complexo de formação sucessiva, na ausência de
norma expressa em sentido diverso, poderá aplicar-se,
sem retroactividade própria ou autêntica, a lei nova aos
factos que o integram ocorridos a partir da sua entrada
em vigor (artigo 12.º n.º 2 da Lei Geral Tributária).
Ac. STA de 22/11/2017, proc.º n.º 01100/16

Nuno Vitorino
CC (art.º 12.º)
Aplicação das leis no tempo. Princípio geral
1. A lei só dispõe para o futuro; ainda que lhe seja atribuída
eficácia retroactiva, presume-se que ficam ressalvados os
efeitos já produzidos pelos factos que a lei se destina a
regular.
( …)

Nuno Vitorino
CRP (art.º 5.º)
(Território)
1. Portugal abrange o território historicamente definido no continente
europeu e os arquipélagos dos Açores e da Madeira.
2. A lei define a extensão e o limite das águas territoriais, a zona
económica exclusiva e os direitos de Portugal aos fundos marinhos
contíguos (v. Lei n.º 34/2006, de 28 de Julho)
3. O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos
direitos de soberania que sobre ele exerce, sem prejuízo de
rectificação de fronteiras.

Nuno Vitorino
CRP (art.º 8.º)
(Direito internacional)
1. As normas e os princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte integrante do
direito português.

2. As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas


vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto vincularem
internacionalmente o Estado Português.
3. As normas emanadas dos órgãos competentes das organizações internacionais de que Portugal
seja parte vigoram directamente na ordem interna, desde que tal se encontre estabelecido nos
respectivos tratados constitutivos.
4. As disposições dos tratados que regem a União Europeia e as normas emanadas das suas
instituições, no exercício das respectivas competências, são aplicáveis na ordem interna, nos
termos definidos pelo direito da União, com respeito pelos princípios fundamentais do Estado de
direito democrático.
Nuno Vitorino
Impostos e taxas, noções
É uma prestação patrimonial, integrada numa relação obrigacional,
imposta por lei a um sujeito, a favor de uma entidade que exerça
funções públicas, com o fim de satisfazer os seus objetivos próprios, e
sem caráter de sanção.

São prestações patrimoniais, objeto de uma relação obrigacional, legais,


na titularidade de entidades que exercem funções públicas para satisfazer
os fins próprios destas e tendo como pressuposto uma atividade
administrativa de prestação de serviços, a utilização do domínio público
ou a remoção de um limite jurídico à atividade dos particulares.

Nuno Vitorino
Jurisprudência do CAAD
(…) O sujeito activo da relação tributária é a entidade de direito público titular
do direito de exigir o cumprimento das obrigações tributárias, quer
directamente, quer através de representante.” (…)
Dec. CAAD de 10/06/2014, proc.º n.º 137/2012-T
(…) o sujeito passivo da relação fiscal é toda e qualquer pessoa singular ou
coletiva, a quem a lei imponha o dever de efetuar uma prestação tributária,
seja a prestação de imposto, sejam as prestações correspondentes às
múltiplas e diversificadas obrigações acessórias.

Dec. CAAD de 27/02/2012, proc.º n.º 12/2011-T

Nuno Vitorino
Código Civil
Artigo 66º
Começo da personalidade
1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com
vida. (…)
Artigo 122º
Menores
É menor quem não tiver ainda completado dezoito anos de idade.
Artigo 123º
Incapacidade dos menores
Salvo disposição em contrário, os menores carecem de capacidade para o
exercício de direitos .
Nuno Vitorino
Jurisprudência do STA
I - As sucursais de sociedade comercial estrangeira que disponham de uma instalação fixa em Portugal através da
qual é exercida uma actividade comercial, industrial ou agrícola integram-se no conceito de «estabelecimento
estável», referido no art.º 5.º do CIRC, analogicamente aplicável no âmbito do IVA.
II - A «personalidade tributária» ou «personalidade jurídica tributária» é reconhecida a todas as entidades que têm
personalidade jurídica, não sendo necessário preencher quaisquer outros requisitos ou pressupostos, mas é
reconhecida também a entidades desprovidas de personalidade jurídica.
III - A atribuição de personalidade tributária a entidades sem personalidade jurídica, designadamente a
estabelecimentos estáveis de não residentes em território português, constitui uma ficção, válida apenas para
determinar a medida da tributação.
IV - A atribuição de personalidade tributária a entidades sem personalidade jurídica que não tenham sede ou
direcção efectiva em território português tem em vista apenas determinar a «extensão da obrigação de imposto», na
terminologia do art.º 4.º, do CIRC, sujeitando as sociedades estrangeiras a tributação nacional apenas quanto aos
rendimentos obtidos em território nacional.
V - Mas, a atribuição de personalidade tributária a um «estabelecimento estável» sem personalidade jurídica não
tem quaisquer consequências a nível do património da sociedade-mãe, pois todos os bens que forem afectados à
Nuno Vitorino
actividade desse estabelecimento estável, continuam a pertencer à sociedade que o criou.Ac. STA de 07/05/2008, proc.º n.º 0200/08
Código Civil e CPPT
Artigo 124º
Suprimento da incapacidade dos menores
A incapacidade dos menores é suprida pelo poder paternal e, subsidiariamente, pela tutela,
conforme se dispõe nos lugares respectivos.
Artigo 8.º CPPT
Representação das entidades desprovidas de personalidade jurídica mas que dispõem de
personalidade tributária e das sociedades ou pessoas colectivas sem representante
conhecido
1 - As entidades desprovidas de personalidade jurídica mas que disponham de personalidade
tributária são representadas pelas pessoas que, legalmente ou de facto, efectivamente as
administrem.
2 - Aplica-se o disposto no n.º 1 do artigo anterior, com as adaptações necessárias, se as
Nuno Vitorino
pessoas colectivas ou entes legalmente equiparados não dispuserem de quem as represente.
ELEMENTOS, das Soc. Com.
As pessoas coletivas gozam dos direitos e
estão sujeitas aos deveres compatíveis com
a sua natureza (art.º 12.º/2 CRP).
Capacidade A capacidade das pessoas coletivas
INTRÍNSECOS jurídica abrange todos os direitos e obrigações
necessários ou convenientes à
prossecução dos seus fins, excetuados os
direitos e obrigações vedados por lei ou
que sejam inseparáveis da personalidade
singular (art.º 6.º do CSC).

Nuno Vitorino
ELEMENTOS, das Soc. Com.
a) Só compreende os direitos e obrigações “necessários
ou convenientes à prossecução dos seus fins”;

b) Só compreende os direitos e obrigações que não sejam


Gozo vedados por lei (cf., por exemplo, CC, art. 1486º);

Capacidade c) Só compreende os direitos e obrigações que não sejam


jurídica inseparáveis da personalidade singular (por exemplo,
direitos familiares e direitos sucessórios decorrentes de
relações familiares).”

Exercício é exercida pelas sociedades através dos seus


órgãos que para o efeito são dotados de
competência, isto é, de poderes funcionais
conferidos
Nuno Vitorino por lei ou pelo contrato, para a
Código Civil
SECÇÃO III
Gestão de negócios
Artigo 464º
Noção
Dá-se a gestão de negócios, quando uma pessoa assume a
direcção de negócio alheio no interesse e por conta do
respectivo dono, sem para tal estar autorizada.

Nuno Vitorino
CPPT

Artigo 9.º Legitimidade


1 - Têm legitimidade no procedimento
tributário, além da administração
tributária, os contribuintes, incluindo
substitutos e responsáveis, outros
obrigados tributários, as partes dos
contratos fiscais e quaisquer outras
pessoas que provem interesse legalmente
Nuno Vitorino
Jurisprudência do TCAS
(…)
V) - De acordo como nº 1 do artº 268º do Ccivil se
uma pessoa realiza um negócio como representante
de outra, mas sem ter os necessários poderes
representativos, o negócio não produz o seu efeito
em relação à pessoa indicada como «dominus
negotti», a não ser que esta venha
Nuno Vitorino Ac. TCAS de 25/11/2008, proc.º n.º 02630/08
CC (art.º 22.º)
Domicílio voluntário geral
1. A pessoa tem domicílio no lugar da sua residência
habitual; se residir alternadamente em diversos lugares,
tem-se por domiciliada em qualquer deles.
2. Na falta de residência habitual, considera-se
domiciliada no lugar da sua residência ocasional ou, se
esta não puder ser determinada, no lugar onde se
encontrar.

Nuno Vitorino
CSC (art.º 12.º)
Sede
1. A sede da sociedade deve ser estabelecida em local
concretamente definido.
2. (…).
3. A sede da sociedade constitui o seu domicílio, sem
prejuízo de no contrato se estipular domicílio particular
para determinados negócios.

Nuno Vitorino
CPPT (art.º 43.º)
Obrigação de participação de domicílio
1 - Os interessados que intervenham ou possam intervir em
quaisquer procedimentos ou processos nos serviços da
administração tributária ou nos tribunais tributários
comunicam, no prazo de 15 dias, qualquer alteração do seu
domicílio, sede ou caixa postal electrónica.

Nuno Vitorino
Artigos 9.º/3 CPPT e 23.º LGT
3 - A legitimidade dos responsáveis subsidiários resulta de ter sido contra
eles ordenada a reversão da execução fiscal ou requerida qualquer
providência cautelar de garantia dos créditos tributários.

Responsabilidade tributária subsidiária


1 - A responsabilidade subsidiária efectiva-se por reversão do processo de
execução fiscal.
2 - A reversão contra o responsável subsidiário depende da fundada
insuficiência dos bens penhoráveis do devedor principal e dos responsáveis
solidários, sem prejuízo do benefício da excussão.
(…)
Nuno Vitorino
Código Civil art.º
Secção II 512.º
Obrigações solidárias
Subsecção I
Disposições gerais
Artigo 512.º
(Noção)
1. A obrigação é solidária, quando cada um
dos devedores responde pela prestação
integral e esta a todos libera, ou quando
Nuno Vitorino
Jurisprudência do TCAS
1. O instituto da reversão é exclusivo da execução fiscal, sendo desconhecido na execução comum, e traduz-se numa modificação subjectiva da
instância, pelo chamamento, a fim de ocupar a posição passiva na acção, de alguém que não é o devedor que figura no título.
2. De acordo com a jurisprudência do S.T.A. e a doutrina que subscrevemos, é a oposição à execução o meio processual adequado para o
executado, por reversão, discutir em juízo o despacho determinativo dessa reversão, nomeadamente, imputando-lhe vícios de forma por
ausência de fundamentação e preterição de formalidades legais, mais devendo enquadrar-se este fundamento da oposição no artº.204, nº.1,
al.i), do C. P. P. Tributário.
3. Para o efeito da definição de qual o regime normativo aplicável à decisão de reversão do processo de execução fiscal, no que respeita aos
requisitos adjectivos para a respectiva efectivação, importa o momento em que a citada reversão é decretada.
4. Nos termos dos artºs.23, nº.2, da L.G.T., e 153, nº.2, do C.P.P.T., a reversão do processo de execução fiscal contra o responsável subsidiário
depende de verificação da inexistência de bens penhoráveis do devedor originário e seus sucessores/responsáveis solidários ou da fundada
insuficiência, para pagamento da dívida exequenda e acrescido, dos bens penhoráveis, integrantes do património destes, sendo que esta
última circunstância se pode ter como preenchida com base em elementos constantes de auto de penhora e outros elementos disponíveis
para na execução fiscal.
5. Todavia, realizada a alteração subjectiva da instância executiva com base na aludida fundada insuficiência patrimonial, a execução não pode
avançar para a fase da penhora de bens do revertido, enquanto o devedor originário tiver património penhorável. Neste caso a lei separa,
claramente, dois momentos distintos na responsabilidade subsidiária.
6. O primeiro é o momento em que a A. Fiscal pode efectuar a reversão, ou seja, constituir o responsável subsidiário como devedor. Esse momento
ocorre logo que a Fazenda Pública determine a insuficiência de bens penhoráveis do devedor principal e eventuais responsáveis solidários. Tal
pode ocorrer logo depois da instauração do processo de execução fiscal, dependendo apenas de uma avaliação do valor dos activos do
responsável originário ou solidário e da sua comparação com o valor em dívida. Assim que se apure essa insuficiência, a A. Fiscal pode chamar à
execução os responsáveis subsidiários e, após o exercício do direito de audição, constituí-los como devedores mediante a citação.

Nuno Vitorino
Jurisprudência do STA
7. O segundo momento é aquele em que a Fazenda Pública pode iniciar os actos de coerção sobre o património do devedor subsidiário. A lei
exige, como pressuposto essencial para que a A. Fiscal possa executar esse património, que antes tenha sido excutido o património do
devedor principal, a fim de se determinar com precisão o âmbito de responsabilidade financeira do revertido. O chamado benefício da
excussão prévia inibe a Fazenda Pública de executar o património do revertido antes de se apurar com rigor o valor exacto da sua
responsabilidade, o que ocorrerá mediante a excussão de todo o património do devedor principal.
8. Nesta sede, à A. Fiscal incumbe o ónus da prova de que se verificam os factos que integram o fundamento, previsto na lei, para que possa
chamar à execução os responsáveis subsidiários e reverter contra eles o processo executivo, cabendo-lhe, por isso, demonstrar que não
existiam, à data do despacho de reversão, bens penhoráveis do devedor originário ou, existindo, que eles eram fundadamente insuficientes. Só
no caso de a Fazenda Pública fazer a prova do preenchimento desses pressupostos, passará a competir ao responsável subsidiário demonstrar
a existência de bens, suficientes, no património da sociedade de que aquela não teve conhecimento, fazendo, assim, a prova da ilegalidade do
acto de reversão.
9. Recaindo embora sobre as partes o ónus da prova dos factos constitutivos, modificativos e/ou extintivos de direitos, a actividade instrutória
pertinente para apurar a veracidade de tais factos compete também ao Tribunal, o qual, atento o disposto nos artºs. 13, do C.P.P.Tributário, e
99, da L.G.Tributária, deve realizar ou ordenar todas as diligências que considerar úteis ao apuramento da verdade, assim se afirmando, sem
margem para dúvidas, o princípio da investigação do Tribunal Tributário no domínio do processo judicial tributário.
10. No caso dos autos, no que respeita ao exame dos pressupostos da reversão, verifica-se uma situação de défice instrutório que demanda o
exercício de poderes cassatórios por parte deste Tribunal nos termos do artº. 662, nº.2, al. c), do C.P.Civil, na redacção da Lei 41/2013, de
26/6, devendo ordenar-se a baixa dos autos, com vista a que seja estruturada a instrução do processo pelo Tribunal de 1ª. Instância.

Nuno Vitorino
Ac. STA de 22/05/2019, proc.º n.º 633/13.5BESNT
Processos de reversão, números

Nuno Vitorino
CPPT art.º 153.º e 160.º
CPPT SUBSECÇÃO II
Da legitimidade dos executados
Artigo 153.º
Legitimidade dos executados
1 – (…).
2 - O chamamento à execução dos responsáveis subsidiários depende da verificação de qualquer das seguintes
circunstâncias:
a) Inexistência de bens penhoráveis do devedor e seus sucessores;
b) Fundada insuficiência, de acordo com os elementos constantes do auto de penhora e outros de que o órgão da execução
fiscal disponha, do património do devedor para a satisfação da dívida exequenda e acrescido.
Artigo 160.º
Reversão no caso de pluralidade de responsáveis subsidiários
1 - Quando a execução reverta contra responsáveis subsidiários, o órgão da execução fiscal mandá-los-á citar todos, depois
de obtida informação no processo sobre as quantias por que respondem.
2 - A falta de citação de qualquer dos responsáveis não prejudica o andamento da execução contra os restantes.
3 - Se o pagamento não for efetuado dentro do prazo ou decaírem na oposição deduzida, os responsáveis subsidiários
suportarão, além das custas a que tenham dado causa, as que forem devidas pelos originários devedores.
Nuno Vitorino
LGT (art.º 31.º)
Obrigações dos sujeitos passivos
1 – (…).
2 - São obrigações acessórias do sujeito passivo as que visam
possibilitar o apuramento da obrigação de imposto,
nomeadamente a apresentação de declarações, a exibição de
documentos fiscalmente relevantes, incluindo a contabilidade ou
escrita, e a prestação de informações.

Nuno Vitorino
CIVA (art.ºs 19.º e segs)
CAPÍTULO V
Liquidação e pagamento do imposto
SECÇÃO I
Deduções
Artigo 19.º
Direito à dedução
1 - Para apuramento do imposto devido, os sujeitos passivos
deduzem, nos termos dos artigos seguintes, ao imposto incidente
sobre as operações tributáveis que efectuaram:

Nuno Vitorino
CIRS (art.º 93.º e 96.º) e CIRC (art.º 104.º)
Artigo 93.º CIRS
Revisão oficiosa
1 - Quando, por motivos imputáveis aos serviços, tenha sido liquidado imposto superior ao devido, procede-se a revisão oficiosa da
liquidação nos termos do artigo 78.º da lei geral tributária.
2 - Revisto o ato de liquidação, é emitida a consequente nota de crédito.
3 - O crédito ao reembolso de importâncias indevidamente cobradas pode ser satisfeito por ordem de pagamento ou por
compensação nos termos previstos na lei.
Artigo 96.º CIRS
Restituição oficiosa do imposto
1 - A diferença entre o imposto devido a final e o que tiver sido entregue nos cofres do Estado em resultado de retenção na fonte ou
de pagamentos por conta, favorável ao sujeito passivo, deve ser restituída até ao termo dos prazos previstos no n.º 1 do artigo 97.º
(…)
Artigo 104.º CIRC
(…)
2 - Há lugar a reembolso ao sujeito passivo quando:
a) O valor apurado na declaração, líquido das deduções a que se referem os n.ºs 2 e 4 do artigo 90.º, for negativo, pela importância
resultante da soma do correspondente valor absoluto com o montante dos pagamentos por conta;
Nuno Vitorino
b) O valor apurado na declaração, líquido das deduções a que se referem os n.ºs 2 e 4 do artigo 90.º, não sendo negativo, for inferior
Art.º 35.º da LGT Juros compensatórios
1 - São devidos juros compensatórios quando, por facto imputável ao sujeito passivo, for retardada a liquidação de parte ou da totalidade do
imposto devido ou a entrega de imposto a pagar antecipadamente, ou retido ou a reter no âmbito da substituição tributária.
2 - São também devidos juros compensatórios quando o sujeito passivo, por facto a si imputável, tenha recebido reembolso superior ao
devido.
3 - Os juros compensatórios contam-se dia a dia desde o termo do prazo de apresentação da declaração, do termo do prazo de entrega do
imposto a pagar antecipadamente ou retido ou a reter, até ao suprimento, correcção ou detecção da falta que motivou o retardamento da
liquidação.
4 - Para efeitos do número anterior, em caso de inspecção, a falta considera-se suprida ou corrigida a partir do auto de notícia.
5 - Se a causa dos juros compensatórios for o recebimento de reembolso indevido, estes contam-se a partir deste até à data do suprimento ou
correcção da falta que o motivou.
6 - Para efeitos do presente artigo, considera-se haver sempre retardamento da liquidação quando as declarações de imposto forem
apresentadas fora dos prazos legais.
7 - Os juros compensatórios só são devidos pelo prazo máximo de 180 dias no caso de erro do sujeito passivo evidenciado na declaração ou, em
caso de falta apurada em acção de fiscalização, até aos 90 dias posteriores à sua conclusão.
8 - Os juros compensatórios integram-se na própria dívida do imposto, com a qual são conjuntamente liquidados.
9 - A liquidação deve sempre evidenciar claramente o montante principal da prestação e os juros compensatórios, explicando com clareza o
respectivo cálculo e distinguindo-os de outras prestações devidas.
10 - A taxa dos juros compensatórios é equivalente à taxa dos juros legais fixados nos termos do n.º 1 do artigo 559.º do Código Civil.

Nuno Vitorino
LGT art.º 43.º
Pagamento indevido da prestação tributária
1 - São devidos juros indemnizatórios quando se determine, em reclamação graciosa ou impugnação judicial, que houve
erro imputável aos serviços de que resulte pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente
devido.
2 - Considera-se também haver erro imputável aos serviços nos casos em que, apesar de a liquidação ser efectuada com
base na declaração do contribuinte, este ter seguido, no seu preenchimento, as orientações genéricas da administração
tributária, devidamente publicadas.
3 - São também devidos juros indemnizatórios nas seguintes circunstâncias:
a) Quando não seja cumprido o prazo legal de restituição oficiosa dos tributos;
b) Em caso de anulação do acto tributário por iniciativa da administração tributária, a partir do 30.º dia posterior à
decisão, sem que tenha sido processada a nota de crédito;
c) Quando a revisão do acto tributário por iniciativa do contribuinte se efectuar mais de um ano após o pedido deste,
salvo se o atraso não for imputável à administração tributária.
4 - A taxa dos juros indemnizatórios é igual à taxa dos juros compensatórios.
5 - No período que decorre entre a data do termo do prazo de execução espontânea de decisão judicial transitada em
julgado e a data da emissão da nota de crédito, relativamente ao imposto que deveria ter sido restituído por decisão
judicial transitada em julgado, são devidos juros de mora a uma taxa equivalente ao dobro da taxa dos juros de mora
definida na lei geral para as dívidas ao Estado e outras entidades públicas.
Nuno Vitorino
CPPT art.º 61.º
Juros indemnizatórios
1 - O direito aos juros indemnizatórios é reconhecido pelas seguintes entidades:
a) Pela entidade competente para a decisão de reclamação graciosa, quando o fundamento for erro imputável
aos serviços de que tenha resultado pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente
devido;
b) Pela entidade que determina a restituição oficiosa dos tributos, quando não seja cumprido o prazo legal de
restituição;
c) Pela entidade que procede ao processamento da nota de crédito, quando o fundamento for o atraso
naquele processamento;
d) Pela entidade competente para a decisão sobre o pedido de revisão do acto tributário por iniciativa do
contribuinte, quando não seja cumprido o prazo legal de revisão do acto tributário.
2 - Em caso de anulação judicial do acto tributário, cabe à entidade que execute a decisão judicial da qual
resulte esse direito determinar o pagamento dos juros indemnizatórios a que houver lugar.
3- Os juros indemnizatórios serão liquidados e pagos no prazo de 90 dias contados a partir da decisão que
reconheceu o respectivo direito ou do dia seguinte ao termo do prazo legal de restituição oficiosa do tributo.

Nuno Vitorino
CPPT art.º 61.º
(…)
4 - Se a decisão que reconheceu o direito a juros indemnizatórios for judicial, o prazo de pagamento conta-
se a partir do início do prazo da sua execução espontânea.
5 - Os juros são contados desde a data do pagamento indevido do imposto até à data do processamento da
respectiva nota de crédito, em que são incluídos.
6 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, pode o interessado reclamar, junto do competente órgão
periférico regional da administração tributária, do não pagamento de juros indemnizatórios nos termos
previstos no n.º 1, no prazo de 120 dias contados da data do conhecimento da nota de crédito ou, na sua
falta, do termo do prazo para a sua emissão.
7- O interessado pode ainda, no prazo de 30 dias contados do termo do prazo de execução espontânea da
decisão, reclamar, junto do competente órgão periférico regional da administração tributária, do não
pagamento de juros indemnizatórios no caso da execução de uma decisão judicial de que resulte esse
direito.

Nuno Vitorino
O PAGAMENTO

Pode ser de 2 tipos:


1.º - Pagamento voluntário - dentro do prazo estabelecido nas leis
tributárias (art.º 40.º LGT e 84.º do CPPT), ou não havendo prazo, 30 dias
(art.º 85.º do CPPT).
2.º - Pagamento coercivo – Findo o prazo de pagamento voluntário,
começam a vencer-se juros de mora e será extraída pelos serviços
competentes uma certidão da dívida, passando esta a poder ser exigível
por meio de execução fiscal. Nesta situação, para além dos juros de
mora, acrescem à dívida as custas processuais e outras despesas do
processo (art.º 44.º LGT e 86.º n.º 1 do CPPT).

Nuno Vitorino
LGT art.º 45.º
Caducidade do direito à liquidação
1 - O direito de liquidar os tributos caduca se a
liquidação não for validamente notificada ao
contribuinte no prazo de quatro anos, quando a lei não
fixar outro.
(…)

Nuno Vitorino
Caducidade e prescrição
Caducidade – Significa a perda de um direito devido,
nomeadamente, ao decurso de prazo.

Prescrição – Ocorre quando se verificam os quatro seguintes


requisitos: existência de uma pretensão; inércia do titular da ação
pelo seu não-exercício; continuidade dessa inércia durante um
certo lapso de tempo; ausência de algum fato impeditivo,
suspensivo ou interruptivo

Nuno Vitorino
LGT art.º 48.º
Prescrição
1 - As dívidas tributárias prescrevem, salvo o disposto em lei especial, no
prazo de oito anos contados, nos impostos periódicos, a partir do termo
do ano em que se verificou o facto tributário e, nos impostos de obrigação
única, a partir da data em que o facto tributário ocorreu, excepto no
imposto sobre o valor acrescentado e nos impostos sobre o rendimento
quando a tributação seja efectuada por retenção na fonte a título
definitivo, caso em que aquele prazo se conta a partir do início do ano civil
seguinte àquele em que se verificou, respectivamente, a exigibilidade do
imposto ou o facto tributário. (…)

Nuno Vitorino
Pagamento por terceiro
Artigo 41.º LGT
(…)
2 - O terceiro que proceda ao pagamento das
dívidas tributárias após o termo do prazo do
pagamento voluntário fica sub-rogado nos direitos
da administração tributária, desde que tenha
previamente requerido a declaração de sub-
rogação e obtido autorização do devedor ou prove
Nuno Vitorino
Código Civil, extinção da
obrigação SECÇÃO III
Compensação
Artigo 847º
Requisitos
1. Quando duas pessoas sejam reciprocamente credor e devedor, qualquer delas pode livrar-se da
sua obrigação por meio de compensação com a obrigação do seu credor, verificados os seguintes
requisitos:
a) Ser o seu crédito exigível judicialmente e não proceder contra ele excepção, peremptória ou
dilatória, de direito material;
b) Terem as duas obrigações por objecto coisas fungíveis da mesma espécie e qualidade.
2. Se as duas dívidas não forem de igual montante, pode dar-se a compensação na parte
correspondente.
3. A iliquidez da dívida não impede a compensação .

Nuno Vitorino
Compensação de iniciativa
da AT
Artigo 89.º CPPT
Compensação de dívidas de tributos por iniciativa da administração tributária
1 - Os créditos do executado resultantes de reembolso, revisão oficiosa, reclamação ou
impugnação judicial de qualquer acto tributário são aplicados na compensação das suas dívidas
cobradas pela administração tributária, excepto nos casos seguintes:
a) Estar a correr prazo para interposição de reclamação graciosa, recurso hierárquico,
impugnação judicial, recurso judicial ou oposição à execução;
b) Estar pendente qualquer dos meios graciosos ou judiciais referidos na alínea anterior ou estar
a dívida a ser paga em prestações, desde que a dívida exequenda se mostre garantida nos
termos do artigo 169.º (…)

Nuno Vitorino
Compensação de iniciativa do contribuinte

Artigo 90.º CPPT


Compensação de créditos tributários por iniciativa do contribuinte
1 - A compensação com créditos tributários pode ser efectuada a pedido do contribuinte quando,
nos termos e condições do artigo anterior, a administração tributária esteja impedida de a fazer.
2 - A compensação com créditos tributários de que seja titular qualquer outra pessoa singular ou
colectiva pode igualmente ser efectuada, nas mesmas condições do número anterior, desde que o
devedor os ofereça e o credor expressamente aceite.
3 - A compensação referida nos números anteriores é requerida ao dirigente máximo da
administração tributária, devendo, no caso do número anterior, o devedor apresentar com o
requerimento prova do consentimento do credor.
(…)

Nuno Vitorino
Compensação de iniciativa do contribuinte

Artigo 90.º-A CPPT


Compensação de créditos tributários por iniciativa do contribuinte
1 - A compensação com créditos de qualquer natureza sobre a administração directa do
Estado de que o contribuinte seja titular pode ser efectuada quando se verifiquem as
seguintes condições cumulativas:
a) A dívida tributária esteja em fase de cobrança coerciva;
b) As dívidas da administração directa do Estado que o contribuinte indique para
compensação sejam certas, líquidas e exigíveis.
(…)

Nuno Vitorino
A dação em pagamento é um acordo de vontades entre
DEFINIÇÃO
credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda
em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida,
prestação diversa da que lhe é devida.

Dação em cumprimento

Artigo 837.º do CC

(Quando é admitida)

A prestação de coisa diversa da que for devida, embora de valor superior, só


exonera o devedor se o credor der o seu assentimento.
Nuno Vitorino
Caducidade e inquérito criminal

Arquivamento ou

Início Trânsito em julgado da sentença


Termo

Caducidade
A1 A2 A3 A4
Alargamento do prazo + 1 Ano

Instauração do Inquérito
criminal

Nuno Vitorino
Suspensão do prazo

A B
Inicio C Termo

Suspensão

Lapso de tempo em que o prazo não


corre, não sendo, como tal, considerado
na contagem do prazo de caducidade

Nuno Vitorino
A caducidade nos impostos periódicos

IRS/IRC/IMI

Conclusão do procedimento de
Inicio do procedimento de inspeção (notificação do RIT)
Termo
Início inspeção (assinatura da OI) Caducidade

Procedimento de inspeção

2016/01/01 2018/10/31 2019/04/30 2020/06/30

Imposto periódico relativo ao ano de 2015.


O procedimento de inspeção teve a duração de 6 meses.
A notificação da liquidação pode ocorrer até 2020/06/30.

Nuno Vitorino
A caducidade nos impostos periódicos

IRS/IRC/IMI
2016/01/01 2019/12/31

Conclusão do
Inicio do procedimento de Apresenta Trânsito procedimento de
Termo
inspeção (assinatura da OI) recurso recurso inspeção (notificação do Caducidade
RIT)
Proced. de inspeção Recurso Proced. de inspeção
Início
2018/10/31 2019/06/30 2020/08/30
2019/01/31 2019/03/31

Imposto periódico relativo ao ano de 2015.


O prazo de inspeção esteve suspenso dois meses enquanto que decorreu o recurso judicial.
A notificação da liquidação pode ocorrer até 2020/08/30.

Nuno Vitorino
A presprição nos impostos periódicos

IRS/IRC/IMI
2016/01/01 2024/12/31

Conclusão do
procedimento de Termo
Apresenta Trânsito inspeção (notificação do
Citação RIT) Prescrição
prazo Impugnação Impugnação

inutilizado 29 dias Impugnação judicial 7 anos, 11 meses e 1 dia


2016/03/02 2016/03/30 2026/05/31
interrompe suspende 2018/06/30

Imposto periódico relativo ao ano de 2015.


O prazo de prescrição esteve suspenso de 2016/03/30 a 2018/06/30 (2 anos e 3 meses).
A prescrição dá-se em 2026/05/31.

Nuno Vitorino
Impugnação pauliana
Artigo 610º CC
Requisitos gerais
Os actos que envolvam diminuição da garantia patrimonial do crédito e não
sejam de natureza pessoal podem ser impugnados pelo credor, se concorrerem
as circunstâncias seguintes:
a) Ser o crédito anterior ao acto ou, sendo posterior, ter sido o acto realizado
dolosamente com o fim de impedir a satisfação do direito do futuro credor;
b) Resultar do acto a impossibilidade, para o credor, de obter a satisfação
integral do seu crédito, ou agravamento dessa impossibilidade.

Nuno Vitorino
Penhoras

Nuno Vitorino
Penhoras por ativo

Nuno Vitorino
Código Civil
CAPÍTULO V
Garantia geral das obrigações
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 601º
Princípio geral CPC

Pelo cumprimento da obrigação respondem


Nuno Vitorino
Código do Processo Civil, artº 735º
Subsecção I
Bens que podem ser penhorados
Artigo 735.º
Objeto da execução
1 - Estão sujeitos à execução todos os bens do devedor suscetíveis de penhora que, nos termos da lei
substantiva, respondem pela dívida exequenda.
2 - Nos casos especialmente previstos na lei, podem ser penhorados bens de terceiro, desde que a
execução tenha sido movida contra ele.
3 - A penhora limita-se aos bens necessários ao pagamento da dívida exequenda e das despesas
previsíveis da execução, as quais se presumem, para o efeito de realização da penhora e sem prejuízo
de ulterior liquidação, no valor de 20 %, 10 % e 5 % do valor da execução, consoante, respetivamente,
este caiba na alçada do tribunal da comarca, a exceda, sem exceder o valor de quatro vezes a alçada
Nuno Vitorino
do tribunal da Relação, ou seja superior a este último valor.
Código do Processo Civil
Artigo 736.º
Bens absoluta ou totalmente impenhoráveis
São absolutamente impenhoráveis, além dos
bens isentos de penhora por disposição
especial:
a)As coisas ou direitos inalienáveis;
b)Os bens do domínio público do Estado e das
restantes pessoas coletivas públicas;
Nuno Vitorino
Código do Processo Civil, artº 737º Artigo 737.º
Bens relativamente impenhoráveis
1 - Estão isentos de penhora, salvo tratando-se de execução para pagamento de dívida com garantia
real, os bens do Estado e das restantes pessoas coletivas públicas, de entidades concessionárias de
obras ou serviços públicos ou de pessoas coletivas de utilidade pública, que se encontrem
especialmente afetados à realização de fins de utilidade pública.
2 - Estão também isentos de penhora os instrumentos de trabalhos e os objetos indispensáveis ao
exercício da atividade ou formação profissional do executado, salvo se:
a) O executado os indicar para penhora;
b) A execução se destinar ao pagamento do preço da sua aquisição ou do custo da sua reparação;
c) Forem penhorados como elementos corpóreos de um estabelecimento comercial.
3 - Estão ainda isentos de penhora os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se
encontrem na casa de habitação efetiva do executado, salvo quando se trate de execução destinada
ao pagamento do preço da respetiva aquisição ou do custo da sua reparação.

Nuno Vitorino
Código do Processo Civil, artº 738º Artigo 738.º
Bens parcialmente penhoráveis
1 - São impenhoráveis dois terços da parte líquida dos vencimentos, salários, prestações periódicas pagas a título de
aposentação ou de qualquer outra regalia social, seguro, indemnização por acidente, renda vitalícia, ou prestações
de qualquer natureza que assegurem a subsistência do executado.
2 - Para efeitos de apuramento da parte líquida das prestações referidas no número anterior, apenas são
considerados os descontos legalmente obrigatórios.
3 - A impenhorabilidade prescrita no n.º 1 tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos
nacionais à data de cada apreensão e como limite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento, o
montante equivalente a um salário mínimo nacional.
4 - O disposto nos números anteriores não se aplica quando o crédito exequendo for de alimentos, caso em que é
impenhorável a quantia equivalente à totalidade da pensão social do regime não contributivo.
5 - Na penhora de dinheiro ou de saldo bancário, é impenhorável o valor global correspondente ao salário mínimo
nacional ou, tratando-se de obrigação de alimentos, o previsto no número anterior.
6 - Ponderados o montante e a natureza do crédito exequendo, bem como as necessidades do executado e do seu
agregado familiar, pode o juiz, excecionalmente e a requerimento do executado, reduzir, por período que considere
razoável, a parte penhorável dos rendimentos e mesmo, por período não superior a um ano, isentá-los de penhora.
7 - Não são cumuláveis as impenhorabilidades previstas nos n.ºs 1 e 5.

Nuno Vitorino
Nuno Vitorino
Código Civil, artº 733º
Artigo 733º
Noção
Privilégio creditório é a faculdade que a lei, em atenção à causa
do crédito, concede a certos credores, independentemente do
registo, de serem pagos com preferência a outros.

Nuno Vitorino
Código Civil, artº 735º
Artigo 735º
Espécies
1. São de duas espécies os privilégios creditórios: mobiliários e imobiliários.
2. Os privilégios mobiliários são gerais, se abrangem o valor de todos os bens
móveis existentes no património do devedor à data da penhora ou de acto
equivalente; são especiais, quando compreendem só o valor de
determinados bens móveis.
3 - Os privilégios imobiliários estabelecidos neste Código são sempre
especiais.

Nuno Vitorino
Código Civil, artº 666º
SECÇÃO IV
Penhor
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 666º
Noção
1. O penhor confere ao credor o direito à
Nuno Vitorino
Código Civil, artº 686º
SECÇÃO V
Hipoteca
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 686º
Noção
1.A hipoteca confere ao credor o direito de ser
Nuno Vitorino
CPPT art.º 195.º
SECÇÃO III
Garantias especiais
Artigo 195.º
Constituição de hipoteca legal ou penhor
1 - Quando o interesse da eficácia da cobrança o torne recomendável, o órgão da execução fiscal pode
constituir hipoteca legal ou penhor.
2 - A hipoteca legal é constituída com o pedido de registo à conservatória competente, que é efectuado por
via electrónica, sempre que possível.
3 - (Revogado.)
4 - Para efeitos do n.º 2, os funcionários do órgão da execução fiscal gozam de prioridade de atendimento na
conservatória em termos idênticos aos dos advogados ou solicitadores.
5 - O penhor constitui-se por via electrónica ou por auto e é notificado ao devedor nos termos previstos para
a citação.

Nuno Vitorino
Código Civil, artº 754º
SECÇÃO VII
Direito de retenção
Artigo 754º
Quando existe
O devedor que disponha de um crédito contra o seu credor goza do direito de
retenção se, estando obrigado a entregar certa coisa, o seu crédito resultar
de despesas feitas por causa dela ou de danos por ela causados.

Nuno Vitorino
Medidas cautelares para
prova
Artigo 30.º RCPITA
Medidas cautelares
1 - Os funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira incumbidos da
ação de inspeção tributária podem adotar, atendendo ao princípio da
proporcionalidade, as seguintes medidas cautelares de aquisição e
conservação da prova:
a) Apreender os elementos de escrituração ou quaisquer outros
elementos, incluindo suportes informáticos, comprovativos da situação
tributária do sujeito passivo ou de terceiros;
(…)

Nuno Vitorino
Código do processo civil
CPPT
Arresto Do Arresto
Artigo 391.º Artigo 136.º
Fundamentos Requisitos do arresto
1 - O credor que tenha justificado 1 - O representante da Fazenda Pública
receio de perder a garantia pode requerer arresto de bens do devedor
patrimonial do seu crédito pode de tributos ou do responsável solidário ou
requerer o arresto de bens do subsidiário quando ocorram,
devedor.
simultaneamente, as circunstâncias
2 - O arresto consiste numa seguintes:
apreensão judicial de bens, à qual são
aplicáveis as disposições relativas à a) Haver fundado receio da diminuição de
penhora, em tudo o que não garantia de cobrança de créditos
contrariar o preceituado nesta secção. tributáveis;
b) O tributo estar liquidado ou em fase de
liquidação.
Nuno Vitorino (…)
Código do processo civil CPPT

Do Arrolamento
Arrolamento Artigo 140.º
Requisitos do arrolamento
Artigo 403.º Havendo fundado receio de extravio ou de
dissipação de bens ou de documentos
Fundamento conexos com obrigações tributárias, pode
ser requerido pelo representante da
1 - Havendo justo receio Fazenda Pública o seu arrolamento.

de extravio, ocultação ou
dissipação de bens,
móveis ou imóveis, ou de
documentos, pode Nuno Vitorino
CPPT art.º 135.º
Artigo 135.º
Providências cautelares
1 - São admitidas em processo judicial tributário as seguintes providências
cautelares avulsas a favor da administração tributária:
a) O arresto;
b) O arrolamento. (…)

Nuno Vitorino
CRP - Artigo 165.º
(Reserva relativa de
competência legislativa)
1. É da exclusiva competência da Assembleia da
República legislar sobre as seguintes matérias,
salvo autorização ao Governo:
(…)
i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral
das taxas e demais contribuições financeiras a favor
das entidades públicas;
(…)
Nuno Vitorino
CPPT art.º 44.º
Procedimento tributário
1 - O procedimento tributário compreende, para efeitos do presente Código:
a) As acções preparatórias ou complementares da liquidação dos tributos, incluindo parafiscais, ou
de confirmação dos factos tributários declarados pelos sujeitos passivos ou outros obrigados
tributários;
b) A liquidação dos tributos, quando efectuada pela administração tributária;
c) A revisão, oficiosa ou por iniciativa dos interessados, dos actos tributários;
d) A emissão, rectificação, revogação, ratificação, reforma ou conversão de quaisquer outros actos
administrativos em matéria tributária, incluindo sobre benefícios fiscais;
e) As reclamações, incluindo as que tenham por fundamento a classificação pautal, a origem ou o
valor aduaneiro das mercadorias e os recursos hierárquicos;
f) A avaliação directa ou indirecta dos rendimentos ou valores patrimoniais;
g) A cobrança das obrigações tributárias, na parte que não tiver natureza judicial;
h) (Revogada);
i) Todos os demais actos dirigidos à declaração dos direitos tributários.
236
2 - As acções de observação das realidades tributárias, da verificação do cumprimento das
CPPT art.º 59.º
1 - O procedimento de liquidação instaura-se com as declarações dos contribuintes ou, na falta ou vício
destas, com base em todos os elementos de que disponha ou venha a obter a entidade competente.
2 - O apuramento da matéria tributável far-se-á com base nas declarações dos contribuintes, desde que
estes as apresentem nos termos previstos na lei e forneçam à administração tributária os elementos
indispensáveis à verificação da sua situação tributária.
3 - Em caso de erro de facto ou de direito nas declarações dos contribuintes, estas podem ser
substituídas:
a) Seja qual for a situação da declaração a substituir, se ainda decorrer o prazo legal da respectiva
entrega;
b) Sem prejuízo da responsabilidade contra-ordenacional que ao caso couber, quando desta declaração
resultar imposto superior ou reembolso inferior ao anteriormente apurado, nos seguintes prazos:
I) Nos 30 dias seguintes ao termo do prazo legal, seja qual for a situação da declaração a
substituir;
II) Até ao termo do prazo legal de reclamação graciosa ou impugnação judicial do acto de
liquidação, para a correcção de erros ou omissões imputáveis aos sujeitos passivos de que resulte
imposto de montante inferior ao liquidado com base na declaração apresentada;
III) Até 60 dias antes do termo do prazo de caducidade, para a correcção de erros imputáveis
aos sujeitos passivos de que resulte imposto superior ao anteriormente liquidado.
237
CPPT art.º 59.º

4 - Revogado. (Redação da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro)


5 - A declaração de substituição entregue no prazo legal para a reclamação graciosa, quando a
administração tributária não proceder à sua liquidação, é convolada em reclamação graciosa, de
tal se notificando o sujeito passivo. (Redação da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro)
6 - Da apresentação das declarações de substituição não pode resultar a ampliação dos prazos de
reclamação graciosa, impugnação judicial ou revisão do acto tributário, que seriam aplicáveis
caso não tivessem sido apresentadas.
7 - Sempre que a entidade competente tome conhecimento de factos tributários não declarados
pelo sujeito passivo e do suporte probatório necessário, o procedimento de liquidação é
instaurado oficiosamente pelos competentes serviços.

238
Procedimento tributário - Recurso Hierárquico
(art.º 66º e 67º do CPPT)
Surge na sequência de uma decisão desfavorável
proferida pelos serviços da AT;
Quando tem lugar: •Tem natureza meramente facultativa;
•Deve ser apresentado no prazo de trinta dias a
contar da notificação do ato respetivo;
•É dirigido ao mais elevado superior hierárquico
do autor do ato (duplo grau de decisão);
A apresentação do requerimento de recurso faz-se
junto do órgão recorrido;
Não suspende a eficácia do ato recorrido.
Nuno Victorino
Procedimento tributário - Recurso Hierárquico
(art. 66º e 67º do CPPT)
•A entidade recorrida pode no prazo de 15 dias
proceder à revogação total ou parcial do ato;

Instrução •Caso a entidade recorrida proceda à revogação total


do ato o recurso já não sobe à entidade com
competência para decidir em sede de Recurso
Hierárquico;

•Caso a entidade recorrida não proceda à revogação


total do ato o recurso deve subir no prazo de 15
dias acompanhado
Nuno Victorino
do processo a que respeite o ato.
Procedimento tributário - Recurso Hierárquico
(art.º 66º e 67º ) •A entidade com competência para decidir pode
considerar necessárias diligências complementares
- remessa do processo à hierarquia da AT
em melhores condições para realizar essas diligências;

•Notificação do projeto de decisão de recurso se


desfavorável ao contribuinte
Decisão
•A decisão em sede de recurso hierárquico deve ser
proferida no prazo de 60 dias;

•Da decisão de indeferimento, pode o contribuinte


recorrer contenciosamente.
Nuno Victorino
Procedimento tributário - Reclamação graciosa
(art.º 68º e segs.)

 Simplicidade de termos
Regras
 Brevidade das resoluções
fundamentais  Dispensa de formalidades essenciais
 Inexistência de caso decidido
 Isenção de custas
 Limitação dos meios probatórios à forma
documental e aos elementos oficiais que
os serviços disponham
 Inexistência de efeito suspensivo
Nuno Victorino
Procedimento tributário - Reclamação graciosa
(art.º 68º e segs.)

•Qualquer ilegalidade, designadamente:

•Errónea qualificação e quantificação


Fundamentos dos rendimentos, lucros, valores patrimoniais
e outros factos tributários;
•Incompetência;
•Ausência ou vício de fundamentação
legalmente exigida;
•Preterição de outras formalidades legais.
Nuno Victorino
Procedimento tributário - Reclamação graciosa
(art.º 68º e segs.)
•Prazo geral: 120 dias

Prazos •Prazos especiais:


•2 anos [situações de autoliquidação e
substituição tributária (retenção na fonte)]
•30 dias (no caso de pagamentos por conta)

Nuno Victorino
Procedimento tributário - Reclamação graciosa
(art.º 68º e segs.) •Dirigida ao Órgão Periférico Regional (OPR)
•Apresentada por escrito ou, em caso de manifesta
simplicidade, oralmente, mas reduzida a termo;
Pode ser enviada eletronicamente;
Instauração, instrução •Possibilidade de cumular pedidos e de existir
coligação de reclamantes;
e decisão •Entregue no OPLocal da área da sede/domicílio
ou da situação dos bens, que instaura e instrui o
Processo;
•O OPL deverá elaborar proposta de decisão no prazo
de 90 dias e se questão e quando o valor do processo
não exceder 5000 € (alçada do TT 1ª instância), poderá
decidi-la;
•A entidade competente para a decisão é o OPR
ou o funcionário ou dirigente em quem o mesmo
delegar essa competência.
Nuno Victorino
Número de recursos hierárquicos

246
247
248
SERVIÇOS, unidades orgânicas
UNIDADES ORGÂNICAS CENTRAIS

• Serviços Centrais
UNIDADES ORGÂNICAS DESCONCENTRADAS DE ÂMBITO REGIONAL

• Direções de Finanças;
• Alfândegas
UNIDADES ORGÂNICAS DESCONCENTRADAS DE ÂMBITO LOCAL

• Serviços de Finanças;
• Delegações Aduaneiras;
• Postos Aduaneiros.
Interesse público

Artigo 73.º (Lei n.º 35/2014, de 20 de junho )


Deveres do trabalhador
(…)
3 - O dever de prossecução do interesse público consiste na sua
defesa, no respeito pela Constituição, pelas leis e pelos direitos e
interesses legalmente protegidos dos cidadãos.

violação
Responsabilidade disciplinar, infracional, civil

Art.º 73º CP LRCEE 250


Princípio da legalidade, art.º 8.º
Princípio da legalidade tributária
Nullum tributum sine lege… 1 - Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária
a incidência, a taxa, os benefícios fiscais, as
Duas características: garantias dos contribuintes, a definição dos crimes
fiscais e o regime geral das contraordenações fiscais.
A preeminência da lei; 2 - Estão ainda sujeitos ao princípio da legalidade
tributária:
A reserva da lei. a) A liquidação e cobrança dos tributos, incluindo os
prazos de prescrição e caducidade;
Artigo 103.º n.ºs 2 e 3 da CRP
b) A regulamentação das figuras da substituição e
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a responsabilidade tributárias;
taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes. c) A definição das obrigações acessórias;
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido d) A definição das sanções fiscais sem natureza
criados nos termos da Constituição, que tenham natureza criminal;
retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos e) As regras de procedimento e processo tributário.
da lei.

251
(art.ºs 13.º da CRP e 6.º do CPA)

Nas suas relações com os particulares, a Administração Pública deve


reger-se pelo princípio da igualdade, não podendo
• privilegiar,
• beneficiar, Tem um duplo sentido, jurídico e económico:
• prejudicar, Jurídico, nos termos do artigo 13.º da CRP;
Económico tendo em conta que consubstancia
• privar uma obrigação de contribuir em igual medida
para os encargos públicos e relaciona-se com a
capacidade contributiva.

de qualquer direito ou isentar de qualquer dever ninguém em razão


de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião,
convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica,
condição
V. AC. TC n.º social ou orientação sexual.
57/95 de 16/02
Nuno Victorino 252
Princípio da proporcionalidade
(art.º 46.º do CPPT)

• Os actos a adoptar no procedimento serão os adequados aos


objectivos a atingir, de acordo com os princípios da
proporcionalidade, eficiência, praticabilidade e simplicidade

Ver tb. art.º 267.º/2 da CRP


A aplicação da norma tributária
tem que ser adequada e visar um
justo equilíbrio entre os meios
empregues e os fins que se visam
alcançar.
Nuno Victorino 253
Princípios da justiça e
da razoabilidade (art.º 8.º do CPA)

A Administração Pública deve tratar de forma justa todos aqueles


que com ela entrem em relação, e rejeitar as soluções
manifestamente desrazoáveis ou incompatíveis com a ideia de
Direito, nomeadamente em matéria de interpretação das normas
jurídicas e das valorações próprias do exercício da função
administrativa.

Nuno Victorino 254


Princípio da imparcialidade
Art.º 9.º do CPA

A Administração Pública deve tratar de forma imparcial aqueles


que com ela entrem em relação, designadamente,
considerando com objetividade todos e apenas os interesses
relevantes no contexto decisório e adotando as soluções
organizatórias e procedimentais indispensáveis à preservação
da isenção administrativa e à confiança nessa isenção
Artigo 266.º
(Princípios fundamentais)
(…)
2. Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à
Ver tb. art.º 267.º/2 da CRP Constituição e à lei e devem actuar, no exercício das suas
funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da
proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé.
Nuno Victorino 255
LGT art.º 56.º

Princípio da decisão
1 - A administração tributária está obrigada a pronunciar-se sobre
todos os assuntos da sua competência que lhe sejam apresentados
por meio de reclamações, recursos, representações, exposições,
queixas ou quaisquer outros meios previstos na lei pelos sujeitos
passivos ou quem tiver interesse legítimo. (…)

violação
Ver art.º 73.º n.ºs Responsabilidade disciplinar, civil
1 e 6 da LGTFP
(dever de Art.º 73º LRCEE 256
LGT art.º 58.º

Princípio do inquisitório
A administração tributária deve, no procedimento, realizar todas as
diligências necessárias à satisfação do interesse público e à
descoberta da verdade material, não estando subordinada à
iniciativa do autor do pedido.
(Ver também art.ºs 99.º da LGT e 58.º do CPA)

257
LGT art.º 59.º n.º 2

Princípio da colaboração É um princípio ordenador das relações entre o


(…) Estado e o cidadão.
2 – Presume-se a boa fé da actuação dos Tem consagração expressa no CC, na LGT no
contribuintes e da administração tributária. RCPITA e alguns afloramentos no art.º 48.º do
CPPT e mesmo no CAU.
Artigo 48.º do CPPT Revela-se a três níveis:
Cooperação da administração tributária e Ao nível da interpretação da lei, devendo
do contribuinte(…) presumir-se que as partes estão a
interpretar corretamente a lei;
2 - O contribuinte cooperará de boa-fé na
Ao nível do comportamento;
instrução do procedimento, esclarecendo de Ao nível da coerência de ação nas
modo completo e verdadeiro os factos de tomadas de decisão
que tenha conhecimento e oferecendo os
meios de prova a que tenha acesso.

(Ver também art.º 60.º do CPA) 258


Art.º 75.º da LGT
Declaração e outros elementos dos contribuintes
1 - Presumem-se verdadeiras e de boa-fé as declarações dos contribuintes apresentadas nos termos previstos na lei,
bem como os dados e apuramentos inscritos na sua contabilidade ou escrita, quando estas estiverem organizadas de
acordo com a legislação comercial e fiscal, sem prejuízo dos demais requisitos de que depende a dedutibilidade dos
gastos
2 - A presunção referida no número anterior não se verifica quando:
a) As declarações, contabilidade ou escrita revelarem omissões, erros, inexactidões ou indícios fundados de que não
reflectem ou impeçam o conhecimento da matéria tributável real do sujeito passivo;
b) O contribuinte não cumprir os deveres que lhe couberem de esclarecimento da sua situação tributária, salvo
quando, nos termos da presente lei, for legítima a recusa da prestação de informações;
c) A matéria tributável do sujeito passivo se afastar significativamente para menos, sem razão justificada, dos
indicadores objectivos da actividade de base técnico-científica previstos na presente lei.
d) Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente para menos, sem razão justificativa, dos
padrões de rendimento que razoavelmente possam permitir as manifestações de fortuna evidenciadas pelo sujeito
passivo nos termos do artigo 89.º-A.
3 - A força probatória dos dados informáticos dos contribuintes depende, salvo o disposto em lei especial, do
fornecimento da documentação relativa à sua análise, programação e execução e da possibilidade de a administração 259

tributária os confirmar.
LGT art.º 59.º

Princípio da colaboração
1 - Os órgãos da administração tributária e os contribuintes estão
sujeitos a um dever de colaboração recíproco.
2 - Presume-se a boa fé da atuação dos contribuintes e da
administração tributária.
3 - A colaboração da administração tributária com os contribuintes
compreende, designadamente: (…)

260
LGT art.º 60.º

Artigo 60.º
Princípio da participação
1 - A participação dos contribuintes na formação das decisões que
lhes digam respeito pode efectuar-se, sempre que a lei não
prescrever em sentido diverso, por qualquer das seguintes formas:
(…)

261
LGT art.º 64.º
Confidencialidade
1 - Os dirigentes, funcionários e agentes da administração tributária estão
obrigados a guardar sigilo sobre os dados recolhidos sobre a situação
tributária dos contribuintes e os elementos de natureza pessoal que
obtenham no procedimento, nomeadamente os decorrentes do sigilo
profissional ou qualquer outro dever de segredo legalmente regulado. (…)

violação
Responsabilidade disciplinar, infracional, civil

Art.º 78º RGIT LRCEE


LGTFP
Ver a Instrução de 2016 da DSJT e Parecer da PGR 262
LGT art.º 67.º
Artigo 67.º
Direito à informação
1 - O contribuinte tem direito à informação sobre:
a) A fase em que se encontra o procedimento e a data previsível da
sua conclusão;
b) A existência e teor das denúncias dolosas não confirmadas e a
identificação do seu autor;
c) A sua concreta situação tributária.
2 - As informações referidas no número anterior, quando requeridas
por escrito, são prestadas no prazo de 10 dias.

V. ainda art.ºs 82º a 85º do CPA


263
LGT art.ºs 57º/1 e 97.º/1

art.º 57.º Prazos


1 - O procedimento tributário deve ser concluído no prazo de
quatro meses, devendo a administração tributária e os
contribuintes abster-se da prática de actos inúteis ou dilatórios.
art.º 97.º Celeridade da justiça tributária
1 - O direito de impugnar ou de recorrer contenciosamente implica o
direito de obter, em prazo razoável, uma decisão que aprecie, com
força de caso julgado, a pretensão regularmente deduzida em juízo e
a possibilidade da sua execução.(…)

264
LGT art.º 98.º

Artigo 98.º
Igualdade de meios processuais
As partes dispõem no processo tributário de iguais faculdades e
meios de defesa.

265
LGT art.º 99.º

Princípio do inquisitório e direitos e deveres de colaboração processual


1 - O tribunal deve realizar ou ordenar oficiosamente todas as diligências que se
lhe afigurem úteis para conhecer a verdade relativamente aos factos alegados ou
de que oficiosamente pode conhecer.
2 - Os particulares estão obrigados a prestar colaboração nos termos da lei de
processo civil.
3 - Todas as autoridades ou repartições públicas são obrigadas a prestar as
informações ou remeter cópia dos documentos que o juiz entender necessários
ao conhecimento do objecto do processo.

266
LGT art.º 100.º

Artigo 100.º
Efeitos de decisão favorável ao sujeito passivo
A administração tributária está obrigada, em caso de procedência total ou
parcial de reclamações ou recursos administrativos, ou de processo judicial a
favor do sujeito passivo, à imediata e plena reconstituição da situação que
existiria se não tivesse sido cometida a ilegalidade, compreendendo o
pagamento de juros indemnizatórios, nos termos e condições previstos na lei.

267
Código do Processo Civil

Artigo 7.º
Princípio da cooperação
1 - Na condução e intervenção no processo, devem os magistrados, os
mandatários judiciais e as próprias partes cooperar entre si, concorrendo
para se obter, com brevidade e eficácia, a justa composição do litígio.
(…)

268
Princípio do duplo grau de decisão

Artigo 47.º do CPPT


Duplo grau de decisão
1 - No procedimento tributário vigora o princípio do duplo grau de decisão, não
podendo a mesma pretensão do contribuinte ser apreciada sucessivamente por
mais de dois órgãos integrando a mesma administração tributária.
2 - Considera-se que a pretensão é a mesma, para efeitos do número anterior, em
caso de identidade do autor e dos fundamentos de facto e de direito invocados.
3 - O pedido de reapreciação da decisão deve, salvo lei especial, ser dirigido ao
dirigente máximo do serviço ou a quem ele tiver delegado essa competência.

269
Princípio da verdade material

Artigo 6.º do RCPITA


Princípio da verdade material
O procedimento de inspecção visa a descoberta da verdade
material, devendo a administração tributária adoptar
oficiosamente as iniciativas adequadas a esse objectivo.

270
Princípio do contraditório

Artigo 45.º do CPPT


Contraditório
1 - O procedimento tributário segue o princípio do contraditório, participando o
contribuinte, nos termos da lei, na formação da decisão.
2 - O contribuinte é ouvido oralmente ou por escrito, conforme o objectivo do
procedimento.
3 - No caso de audiência oral, as declarações do contribuinte serão reduzidas a termo

271
CPPT art.º 23.º

Prazos fixados
1 - Quando, nos termos da lei, o prazo do acto deva ser fixado pela
administração tributária ou pelo juiz, este não pode ser inferior a 10
nem superior a 30 dias.
2 - Se a administração tributária ou o juiz não fixarem o prazo, este
será de 10 dias.

272
CPPT art.º 20.º

Artigo 279º
Cômputo do termo
Contagem dos prazos À fixação do termo são aplicáveis, em caso de dúvida, as seguintes regras:
a) Se o termo se referir ao princípio, meio ou fim do mês, entende-se como
1 - Os prazos do tal, respectivamente, o primeiro dia, o dia 15 e o último dia do mês; se for
fixado no princípio, meio ou fim do ano, entende-se, respectivamente, o
procedimento tributário e de primeiro dia do ano, o dia 30 de Junho e o dia 31 de Dezembro;
impugnação judicial contam- b) Na contagem de qualquer prazo não se inclui o dia, nem a hora, se o prazo
for de horas, em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a
se nos termos do artigo 279.º correr;
c) O prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina
do Código Civil. às 24 horas do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a
(…) Código essa data; mas, se no último mês não existir dia correspondente, o prazo finda
Civil no último dia desse mês;
d) É havido, respectivamente, como prazo de uma ou duas semanas o
designado por oito ou quinze dias, sendo havido como prazo de um ou dois
dias o designado por 24 ou 48 horas;
e) O prazo que termine em domingo ou dia feriado transfere-se para o
primeiro dia útil; aos domingos e dias feriados são equiparadas as férias
judiciais, se o acto sujeito a prazo tiver de ser praticado em juízo.

273
274
RCPITA (art.º 32.º)

Violação do dever de cooperação


1 - A recusa de colaboração e a oposição à acção da inspecção tributária, quando
ilegítimas, fazem incorrer o infractor em responsabilidade disciplinar, quando for caso
disso, contra-ordenacional e criminal, nos termos da lei.
2 - Para efeitos do número anterior, devem os funcionários da inspecção tributária
comunicar a recusa ou oposição ao dirigente máximo do serviço ou ao representante
do Ministério Público competente, quando delas resultem respectivamente
responsabilidade disciplinar, contra-ordenacional ou criminal

275
RGIT art.ºs 113.º e 117.º
Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos fiscalmente
relevantes
1 - Quem dolosamente recusar a entrega, a exibição ou apresentação de escrita, de
contabilidade ou de documentos fiscalmente relevantes a funcionário competente,
quando os factos não constituam fraude fiscal, é punido com coima de € 375 a € 75000.
(…)
3 - Considera-se recusada a entrega, exibição ou apresentação de escrita, de
contabilidade ou de documentos fiscalmente relevantes quando o agente não permita o
livre acesso ou a utilização pelos funcionários competentes dos locais sujeitos a
fiscalização de agentes da administração tributária, nos termos da lei.
4 - Para efeitos dos números anteriores, consideram-se documentos fiscalmente
relevantes os livros, demais documentos e respectivas versões electrónicas,
indispensáveis ao apuramento e fiscalização da situação tributária do contribuinte.

276
Artigo 117.º
Falta ou atraso na apresentação ou exibição de documentos ou de
declarações e de comunicações
1 – A falta ou atraso na apresentação ou a não exibição, imediata ou no prazo
que a lei ou a administração tributária fixarem, de declarações ou
documentos comprovativos dos factos, valores ou situações constantes das
declarações, documentos de transporte ou outros que legalmente os possam
substituir, comunicações, guias, registos, ainda que em formato digital, ou
outros documentos. (…)
• e a não prestação de informações ou esclarecimentos que
autonomamente devam
• ser legal ou administrativamente exigidos são puníveis com coima de €
150 a € 3750.

277
CPPT art.º 23.º

Prazos fixados
1 - Quando, nos termos da lei, o prazo do acto deva ser fixado pela
administração tributária ou pelo juiz, este não pode ser inferior a 10
nem superior a 30 dias.
2 - Se a administração tributária ou o juiz não fixarem o prazo, este
será de 10 dias.

278
Código Civil

Artigo 341º
Função das provas
As provas têm por função a demonstração da realidade dos
factos.

279
CPPT art.º 50.º
Meios de prova
No procedimento, o órgão instrutor utilizará
todos os meios de prova legalmente previstos
que sejam necessários ao correcto apuramento
dos factos, podendo designadamente juntar
actas e documentos, tomar declarações de
qualquer natureza do contribuinte ou outras
pessoas e promover a realização de perícias ou
inspecções oculares.
280
LGT art.º 76.º
Valor probatório
1 - As informações prestadas pela inspecção tributária fazem fé, quando
fundamentadas e se basearem em critérios objectivos, nos termos da lei.
2 - As cópias obtidas a partir dos dados registados informaticamente ou de
outros suportes arquivísticos da administração tributária têm a força
probatória do original, desde que devidamente autenticadas. (…)

281
CPPT art.º 34.º

Valor probatório dos documentos existentes nos arquivos da administração


tributária
(…)
2 - As cópias obtidas a partir dos suportes arquivísticos utilizados na
administração tributária têm a força probatória do original, desde que
devidamente autenticadas.
3 - O interessado pode requerer, nos termos legais, o confronto das cópias
referidas no número anterior com o original.

282
LGT art.º 75.º

Declaração e outros elementos dos contribuintes


1 - Presumem-se verdadeiras e de boa-fé as declarações dos contribuintes
apresentadas nos termos previstos na lei, bem como os dados e apuramentos
inscritos na sua contabilidade ou escrita, quando estas estiverem organizadas
de acordo com a legislação comercial e fiscal, sem prejuízo dos demais
requisitos de que depende a dedutibilidade dos gastos.

283
CRP art.º 268.º n.º 3 e do 77.º da LGT
(Direitos e garantias dos administrados)
(…) 3. Os actos administrativos estão sujeitos a notificação aos interessados, na forma prevista na lei,
e carecem de fundamentação expressa e acessível quando afectem direitos ou interesses legalmente
protegidos.
Artigo 77.º - Fundamentação e eficácia
1 — A decisão de procedimento é sempre fundamentada por
meio de sucinta exposição das razões de facto e de direito que
a motivaram, podendo a fundamentação consistir em mera
declaração de concordância com os fundamentos de anteriores
pareceres, informações ou propostas, incluindo os que
integrem o relatório da fiscalização tributária.
2 — A fundamentação dos actos tributários pode ser efectuada
de forma sumária, devendo sempre conter as disposições
legais aplicáveis, a qualificação e quantificação dos factos
tributários e as operações de apuramento da matéria tributável
e do tributo. (…) Ver ainda art.ºs 151º ss CPA 284
Acórdãos TCAS Acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul
Processo: 23/18.3BEBJA
Secção: CT
Data do Acordão: 07/19/2018
Relator: JOAQUIM CONDESSO
Descritores: FUNDAMENTAÇÃO DO ACTO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO.
REQUISITOS.
PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL.
ACTO ADMINISTRATIVO CONSEQUENTE. NOÇÃO.
EFEITO JURÍDICO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. ALCANCE.
Sumário: 1. Tem sido entendimento constante da jurisprudência e da doutrina que determinado acto (no caso acto
administrativo-tributário) se encontra devidamente fundamentado sempre que é possível, através do mesmo,
descobrir qual o percurso cognitivo utilizado pelo seu autor para chegar à decisão final.
2. Se a fundamentação não esclarecer concretamente a motivação do acto, por obscuridade, contradição ou
insuficiência, o acto considera-se não fundamentado (cfr.artº.153, nº.2, do C.P.Administrativo). Haverá obscuridade
quando as afirmações feitas pelo autor da decisão não deixarem perceber quais as razões porque decidiu da forma
que decidiu. Por outras palavras, os fundamentos do acto devem ser claros, por forma a colher-se com perfeição o
sentido das razões que determinaram a prática do acto, assim não sendo de consentir a utilização de expressões
dúbias, vagas e genéricas. Ocorrerá contradição da fundamentação quando as razões invocadas para decidir,
justificarem não a decisão proferida, mas uma decisão de sentido oposto (contradição entre fundamentos e decisão),
e quando forem invocados fundamentos que estejam em oposição com outros. Por outras palavras, os fundamentos
da decisão devem ser congruentes, isto é, que sejam premissas que conduzam inevitavelmente à decisão que
funcione como conclusão lógica e necessária da motivação aduzida. Por último, a fundamentação é insuficiente se o
seu conteúdo não é bastante para explicar as razões por que foi tomada a decisão. Em conclusão, a fundamentação
deve ser suficiente, no sentido de que não fiquem por dizer razões que expliquem convenientemente a decisão final.
(…)

285
Notificações CPPT
SUBSECÇÃO III Das notificações e citações
Artigo 35.º Notificações e citações
Artigo 36.º Notificações em geral
Artigo 37.º Comunicação ou notificação insuficiente
Artigo 38.º Avisos e notificações por via postal ou telecomunicações endereçadas
Artigo 39.º Perfeição das notificações
Artigo 40.º Notificações aos mandatários
Artigo 41.º Notificação ou citação das pessoas colectivas ou sociedades
Artigo 42.º Notificação ou citação do Estado, das autarquias locais e dos serviços
públicos
Artigo 43.º Obrigação de participação de domicílio

286
CPPT Art.º 36.º
Artigo 36.º
Notificações em geral
1 - Os actos em matéria tributária que afectem os direitos e interesses legítimos
dos contribuintes só produzem efeitos em relação a estes quando lhes sejam
validamente notificados.
2 - As notificações conterão sempre a decisão, os seus fundamentos e meios de
defesa e prazo para reagir contra o acto notificado, bem como a indicação da
entidade que o praticou e se o fez no uso de delegação ou subdelegação de
competências.
3 - Constitui notificação o recebimento pelo interessado de cópia de acta ou
assento do acto a que assista.
287
Jurisprudência do TCAS
I – (…).
II – Só a falta de citação, e não a mera nulidade da citação, é subsumível à previsão legal
consagrada no artigo 165.º, n.º 1 al. a) do Código de Procedimento e de Processo Tributário.
(nulidade insanável)
III – Para que ocorra falta de citação é necessário que o respectivo destinatário alegue e prove
que não chegou a ter conhecimento do acto de citação por motivo que não lhe é imputável
[artigos 190.º, n.º 6 do Código de Procedimento e de Processo Tributário e 195.º, alínea e) do
CPC (actual artigo 188.º, n.º 1, alínea e)].
IV – Constituindo o envio de expedição da carta registada a que se reporta o artigo 241.º do
Código de Processo Civil (anterior artigo 233.º) uma formalidade a observar na citação, o seu
não cumprimento, mesmo que verificado, apenas dá lugar à nulidade da citação se o
destinatário ainda alegar e provar que dessa omissão resultou prejuízo para a defesa do
citando.
288
Ac. TCAS de 09/16/2019, proc.º n.º 242/19.5BELRA
Ónus da prova da aplicação dos métodos indiretos

Artigo 74.º
Ónus da prova
(…)
3 - Em caso de determinação da matéria tributável por métodos
indirectos, compete à administração tributária o ónus da prova da
verificação dos pressupostos da sua aplicação, cabendo ao sujeito
passivo o ónus da prova do excesso na respectiva quantificação.

289
Impossibilidade de determinação
direta e exata da matéria tributável

Artigo 88.º
A impossibilidade de comprovação e quantificação directa e exacta da matéria tributável para efeitos de
aplicação de métodos indirectos, referida na alínea b) do artigo anterior, pode resultar das seguintes
anomalias e incorrecções quando inviabilizem o apuramento da matéria tributável:
a) Inexistência ou insuficiência de elementos de contabilidade ou declaração, falta ou atraso de escrituração
dos livros e registos ou irregularidades na sua organização ou execução quando não supridas no prazo legal,
mesmo quando a ausência desses elementos se deva a razões acidentais;
b) Recusa de exibição da contabilidade e demais documentos legalmente exigidos, bem como a sua ocultação,
destruição, inutilização, falsificação ou viciação;
c) Existência de diversas contabilidades ou grupos de livros com o propósito de simulação da realidade perante
a administração tributária e erros e inexactidões na contabilidade das operações não supridos no prazo legal.
d) Existência de manifesta discrepância entre o valor declarado e o valor de mercado de bens ou serviços, bem
como de factos concretamente identificados através dos quais seja patenteada uma capacidade contributiva
significativamente maior do que a declarada.
290
inferiores aos normais
Artigo 89.º LGT
1 - A aplicação de métodos indirectos com fundamentos em a matéria tributável ser
significativamente inferior à que resultaria da aplicação de indicadores objectivos de
actividade de base técnico-científica só pode efectuar-se, para efeitos da alínea c) do
artigo 87.º, em caso de o sujeito passivo não apresentar na declaração em que a
liquidação se baseia razões justificativas desse afastamento, desde que tenham
decorrido mais de três anos sobre o início da sua actividade.
2 - Os indicadores objectivos de base técnico-científica referidos no número anterior
são definidos anualmente, nos termos da lei, pelo Ministro das Finanças, após audição
das associações empresariais e profissionais, e podem consistir em margens de lucro
ou rentabilidade que, tendo em conta a localização e dimensão da actividade, sejam
manifestamente inferiores às normais do exercício da actividade e possam, por isso,
constituir factores distorsivos da concorrência.

291
Manifestações de fortuna e outros
acréscimos patrimoniais não justificados

Artigo 89.º-A LGT


1 - Há lugar a avaliação indireta da matéria coletável quando falte a
declaração de rendimentos e o contribuinte evidencie as
manifestações de fortuna constantes da tabela prevista no n.º 4 ou
quando o rendimento líquido declarado mostre uma desproporção
superior a 30 %, para menos, em relação ao rendimento padrão
resultante da referida tabela.
(…)

292
Manifestações de fortuna
Manifestações de fortuna Rendimento padrão
1 Imóveis de valor de aquisição igual ou superior a € 20% do valor da aquisição
250000
2 Automóveis ligeiros de passageiros de valor igual ou 50% do valor no ano da matrícula com o abatimento de
superior a € 50000 e motociclos de valor igual ou 20% por cada um dos anos seguintes
superior a € 10000
3 Barcos de recreio de valor igual ou superior a € 25000 Valor no ano do registo com o abatimento de 20% por
cada um dos anos seguintes
4 Aeronaves de turismo Valor no ano do registo com o abatimento de 20% por
cada um dos anos seguintes
5 Suprimentos e empréstimos feitos no ano de valor 50% do valor anual
igual ou superior a € 50000
6 Montantes transferidos de e para contas de depósito 100% da soma dos montantes anuais transferidos
ou de títulos abertas pelo sujeito passivo em
instituições financeiras residentes em país território,
ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais
favorável constante de lista aprovada por portaria do
Ministro das Finanças, cuja existência e identificação
TATA2/2017 1ª Ed-2ªFase 293
não seja mencionada nos termos previstos no art.º
63.º-A
Tutela jurisdicional efetiva, CRP
Artigo 20º
Acesso ao direito e tutela jurisdicional efectiva
(…)
5. Para defesa dos direitos, liberdades e garantias pessoais, a lei assegura aos cidadãos procedimentos
judiciais caracterizados pela celeridade e prioridade, de modo a obter tutela efectiva e em tempo útil
contra ameaças ou violações desses direitos.
Artigo 268º
Direitos e garantias dos administrados
(…)
4. É garantido aos administrados tutela jurisdicional efectiva dos seus direitos ou interesses legalmente
protegidos, incluindo, nomeadamente, o reconhecimento desses direitos ou interesses, a impugnação
de quaisquer actos administrativos que os lesem, independentemente da sua forma, a determinação da
prática de actos administrativos legalmente devidos e a adopção de medidas cautelares adequadas.
5. Os cidadãos têm igualmente direito de impugnar as normas administrativas com eficácia externa
lesivas dos seus direitos ou interesses legalmente protegidos. 294
LGT art.º 97.º

Celeridade da justiça tributária


1 - O direito de impugnar ou de recorrer contenciosamente implica
o direito de obter, em prazo razoável, uma decisão que aprecie,
com força de caso julgado, a pretensão regularmente deduzida em
juízo e a possibilidade da sua execução.
2 - A todo o direito de impugnar corresponde o meio processual
mais adequado de o fazer valer em juízo.
3 - Ordenar-se-á a correcção do processo quando o meio usado
não for o adequado segundo a lei.

295
CPPT
Artigo 25.º
Cumprimento dos prazos
Os serviços competentes da administração tributária ou dos tribunais
tributários elaborarão relações trimestrais dos procedimentos e processos
em que os prazos previstos no presente Código não foram injustificadamente
cumpridos e remetê-las-ão às entidades com competência inspetiva e
disciplinar sobre os responsáveis do incumprimento, para os efeitos que
estas entenderem apropriados.

296
LGT art.º 98.º

Artigo 98.º
Igualdade de meios processuais
As partes dispõem no processo tributário de iguais faculdades e
meios de defesa.

297
LGT art.º 99.º

Princípio do inquisitório e direitos e deveres de colaboração processual


1 - O tribunal deve realizar ou ordenar oficiosamente todas as diligências que se
lhe afigurem úteis para conhecer a verdade relativamente aos factos alegados ou
de que oficiosamente pode conhecer.
2 - Os particulares estão obrigados a prestar colaboração nos termos da lei de
processo civil.
3 - Todas as autoridades ou repartições públicas são obrigadas a prestar as
informações ou remeter cópia dos documentos que o juiz entender necessários
ao conhecimento do objecto do processo.

298
Código do Processo Civil

Artigo 7.º
Princípio da cooperação
1 - Na condução e intervenção no processo, devem os magistrados, os
mandatários judiciais e as próprias partes cooperar entre si, concorrendo
para se obter, com brevidade e eficácia, a justa composição do litígio.
(…)

299
LGT art.º 100.º

Artigo 100.º
Efeitos de decisão favorável ao sujeito passivo
A administração tributária está obrigada, em caso de procedência total ou
parcial de reclamações ou recursos administrativos, ou de processo judicial a
favor do sujeito passivo, à imediata e plena reconstituição da situação que
existiria se não tivesse sido cometida a ilegalidade, compreendendo o
pagamento de juros indemnizatórios, nos termos e condições previstos na lei.

300
Processo Judicial Tributário
 Tem por função a tutela plena, efetiva e em tempo útil
dos direitos e interesses legalmente protegidos em matéria
tributária;
 Não deve ter duração acumulada superior a dois anos
contados entre a data da respetiva instauração e a da
decisão;
 Se o contribuinte obtiver uma decisão favorável em sede
de processo judicial, a AT está obrigada a reconstituir a
situação legal que existiria se não tivesse ocorrido um acto
lesivo contra os direitos e interesses legalmente protegidos
Nuno Victorino
dos contribuintes.
•Os fundamentos para impugnar são os mesmos que existem
para reclamar;
•A petição de impugnação deve, em regra, ser apresentada
no prazo de três meses contados dos factos descritos no art.º
102º do CPPT
•A petição pode ser apresentada no Tribunal ou no Serviço
Periférico Local
•É possível a cumulação de pedidos e a coligação de autores
Principais •A petição deve ser formulada de forma articulada
características do nela se indicando os meios de prova e o valor do processo
processo de impugnação •Complexidade da tramitação processual : fase administrativa
(organização do processo administrativo, intervenção da AT,
com possibilidade de revogação do ato impugnado
por parte da AT) e fase judicial (contestação do Representante
da Fazenda Pública, vista ao Ministério Público (MP), produção
da prova, alegações, vista ao MP e sentença)
•A impugnação, em regra, não tem eficácia suspensiva
169 CPPT
Impugnação da liquidação os contribuintes visam a
anulação total ou parcial do ato tributário de liquidação. Se estiver em
causa uma liquidação adicional de imposto é normalmente no relatório
da IT que o contribuinte descortina o(s) motivo(s) para enveredar pela
via contenciosa.
Impugnação da fixação da matéria tributável a
Impugnação dos atos tributários com base em erro na quantificação da
matéria tributável ou nos pressupostos de aplicação de métodos
indiretos depende da apresentação de pedido de revisão da MT nos
termos do art.º 91º e segs. da LGT.
Impugnação das providências cautelares adotadas pela AT
reveste sempre carácter urgente pois estão em causa medidas já
tomadas pela administração mas que o contribuinte reputa de ilegais.
Pode ser invocada qualquer ilegalidade
Nuno Victorino
Número de processos

304
Suspensão da execução.
Garantias

Artigo 169.º
1 - A execução fica suspensa até à decisão do pleito em caso de reclamação graciosa, a
impugnação judicial ou recurso judicial que tenham por objeto a legalidade da dívida
exequenda, bem como durante os procedimentos de resolução de diferendos no quadro da
Convenção de Arbitragem 90/436/CEE, de 23 de julho, relativa à eliminação da dupla
tributação em caso de correção de lucros entre empresas associadas de diferentes Estados-
Membros, ou de convenção para evitar a dupla tributação, desde que tenha sido constituída
garantia nos termos do artigo 195.º ou prestada nos termos do artigo 199.º ou a penhora
garanta a totalidade da quantia exequenda e do acrescido, o que deve ser informado no
processo pelo funcionário competente.
2 - A execução fica igualmente suspensa, desde que, após o termo do prazo de pagamento
voluntário, seja prestada garantia antes da apresentação do meio gracioso ou judicial
correspondente, acompanhada de requerimento em que conste a natureza da dívida, o período
a que respeita e a entidade que praticou o acto, bem como a indicação da intenção de
apresentar meio gracioso ou judicial para discussão da legalidade ou da exigibilidade da dívida
exequenda. 305

(…)
Reconhecimento de um direito ou
interesse legítimo em matéria tributária

Artigo 145.º CPPT


Objeto 1 - As acções para obter o reconhecimento de um direito ou interesse
legalmente protegido em matéria tributária podem ser propostas por quem
Legitimid invoque a titularidade do direito ou interesse a reconhecer.
2 - O prazo da instauração da acção é de 4 anos após a constituição do direito
Prazo ou o conhecimento da lesão do interessado.
3 - As acções apenas podem ser propostas sempre que esse meio processual
Subsidariedade for o mais adequado para assegurar uma tutela plena, eficaz e efectiva do
direito ou interesse legalmente protegido.
4 - As acções seguem os termos do processo de impugnação, considerando-se
na posição de entidade que praticou o acto a que tiver competência para
decidir o pedido. 306
Recurso das decisões de aplicação
das coimas

Artigo 80.º RGIT


1 - As decisões de aplicação das coimas e sanções acessórias podem ser objecto de
recurso para o tribunal tributário de 1.ª instância, no prazo de 20 dias após a sua
notificação, a apresentar no serviço tributário onde tiver sido instaurado o processo
de contra-ordenação.
2 - O pedido contém alegações e a indicação dos meios de prova a produzir e é
dirigido ao tribunal tributário de 1.ª instância da área do serviço tributário referido no
número anterior.
3 - Até ao envio dos autos ao tribunal a autoridade recorrida pode revogar a decisão
de aplicação da coima.

307
Reclamações das decisões do órgão da execução fiscal

Objeto
Artigo 276.º CPPT
As decisões proferidas pelo órgão da execução
Legitimid
fiscal e outras autoridades da administração
Prazo tributária que no processo afectem os direitos
Forma
Apresentação
e interesses legítimos do executado ou de
terceiro são susceptíveis de reclamação para o
tribunal tributário de 1.ª instância.
Artigo 277.º CPPT Prazo e apresentação da 308
Providências cautelares

Artigo 135.º CPPT


1 - São admitidas em processo judicial tributário as seguintes
providências cautelares avulsas a favor da administração tributária:
a) O arresto;
b) O arrolamento.

309
Arresto
Artigo 136.º CPPT Requisitos do arresto
Legitimid 1 - O representante da Fazenda Pública pode requerer arresto de bens do
devedor de tributos ou do responsável solidário ou subsidiário quando
ocorram, simultaneamente, as circunstâncias seguintes:
a) Haver fundado receio da diminuição de garantia de cobrança de
Fundam.
créditos tributáveis;
b) O tributo estar liquidado ou em fase de liquidação.
(…)
4 - O representante da Fazenda Pública alegará os factos que demonstrem
o tributo ou a sua provável existência e os fundamentos do receio de
diminuição de garantias de cobrança de créditos tributários, relacionando,
também, os bens que devem ser arrestados, com as menções necessárias
310
ao arresto.
Arrolamento

Artigo 140.º CPPT Requisitos do arrolamento


Fundam. Havendo fundado receio de extravio ou de dissipação de bens ou de documentos
conexos com obrigações tributárias, pode ser requerido pelo representante da
Legitimid Fazenda Pública o seu arrolamento.
Artigo 141.º CPPT Competência para o arrolamento
Compet.
O processo de arrolamento é da competência do tribunal tributário de 1.ª
instância da área da residência, sede ou estabelecimento estável do contribuinte.
Artigo 142.º CPPT Regime do arrolamento
Ao regime do arrolamento aplica-se o disposto no Código de Processo Civil, em
tudo o que não for especialmente regulado nesta secção.

Art.ºs 403.º e segs


311
Meios processuais acessórios

Artigo 146.º CPPT


104
1 - Para além do meio previsto no artigo
…CPTA
seguinte, são admitidos no processo judicial
tributário os meios processuais acessórios de
157…
CPTA intimação para a consulta de documentos e
passagem de certidões, de produção antecipada
de prova e de execução dos julgados, os quais
serão regulados pelo disposto nas normas sobre
o processo nos tribunais administrativos. 312
Produção antecipada de prova
Artigo 134.º CPTA
1 - Havendo justo receio de vir a tornar-se impossível ou muito difícil o depoimento de certas pessoas
ou a verificação de certos factos por meio de prova pericial ou por inspeção, pode o depoimento, o
arbitramento ou a inspeção realizar-se antes de intentado o processo.
2 - O requerimento, a apresentar com tantos duplicados quantas as pessoas a citar ou notificar, deve
justificar sumariamente a necessidade da antecipação de prova, mencionar com precisão os factos
sobre que esta há de recair, especificar os meios de prova a produzir, identificar as pessoas que hão de
ser ouvidas, se for caso disso, e indicar, com a possível concretização, o pedido e os fundamentos da
causa a propor, bem como a pessoa ou o órgão em relação aos quais se pretende fazer uso da prova.
3 - A pessoa ou o órgão referido é notificado para intervir nos atos de preparação e produção de prova
ou para deduzir oposição no prazo de três dias.
4 - Quando a notificação não possa ser feita a tempo de, com grande probabilidade, se realizar a
diligência requerida, a pessoa ou o órgão são notificados da realização da diligência, tendo a faculdade
de requerer, no prazo de sete dias, a sua repetição, se esta for possível.
5 - Se a causa principal vier a correr noutro tribunal, para aí é remetido o apenso, ficando o juiz da ação
com exclusiva competência para os termos subsequentes à remessa.
6 - O disposto nos n.ºs 1 a 4 é aplicável, com as necessárias adaptações, aos pedidos de antecipação de
prova em processo já intentado.
313
Intimação para um comportamento
Artigo 147.º CPPT
1 - Em caso de omissão, por parte da administração tributária, do dever de qualquer prestação jurídica
susceptível de lesar direito ou interesse legítimo em matéria tributária, poderá o interessado requerer a sua
intimação para o cumprimento desse dever junto do tribunal tributário competente.
2 - O presente meio só é aplicável quando, vistos os restantes meios contenciosos previstos no presente Código,
ele for o meio mais adequado para assegurar a tutela plena, eficaz e efectiva dos direitos ou interesses em causa.
3 - No requerimento dirigido ao tribunal tributário de 1.ª instância deve o requerente identificar a omissão, o
direito ou interesse legítimo violado ou lesado ou susceptível de violação ou lesão e o procedimento ou
procedimentos a praticar pela administração tributária para os efeitos previstos no n.º 1.
4 - A administração tributária pronunciar-se-á sobre o requerimento do contribuinte no prazo de 15 dias, findos os
quais o juiz resolverá, intimando, se for caso disso, a administração tributária a reintegrar o direito, reparar a lesão
ou adoptar a conduta que se revelar necessária, que poderá incluir a prática de actos administrativos, no prazo que
considerar razoável, que não poderá ser inferior a 30 nem superior a 120 dias.
5 - A decisão judicial especificará os actos a praticar para integral cumprimento do dever referido no n.º 1.
6 - O disposto no presente artigo aplica-se, com as adaptações necessárias, às providências cautelares a favor do
contribuinte ou demais obrigados tributários, devendo o requerente invocar e provar o fundado receio de uma
lesão irreparável do requerente a causar pela actuação da administração tributária e a providência requerida.

314
Impugnação das providências
cautelares adotadas pela administração tributária

Artigo 144.º CPPT


1 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, as providências cautelares adoptadas pela
administração tributária são impugnáveis no prazo de 15 dias após a sua realização ou o seu
conhecimento efectivo pelo interessado, quando posterior, com fundamento em qualquer
ilegalidade.
2 - A impugnação é apresentada no tribunal tributário de 1.ª instância da área do serviço da
administração tributária que tiver adoptado a providência cautelar.
3 - A impugnação das providências cautelares reveste-se sempre de carácter urgente, precedendo
as diligências respectivas a quaisquer outros actos judiciais não urgentes.
4 - No requerimento, deve o contribuinte invocar as razões de facto e de direito que justificam a
anulação total ou parcial da providência cautelar.
5 - Antes da decisão, é obrigatoriamente ouvida a administração tributária sobre a necessidade e
legalidade da providência.
6 - A impugnação das providências cautelares adoptadas pela administração tributária não tem
efeitos suspensivos, devendo, no entanto, até à decisão a administração tributária abster-se da
315
prática de actos que possam comprometer os efeitos úteis do processo.
Ação administrativa art.º 37.º CPTA
1 - Seguem a forma da ação administrativa, com a tramitação regulada no capítulo III do presente título, os processos que tenham por objeto litígios
cuja apreciação se inscreva no âmbito da competência dos tribunais administrativos e que nem neste Código, nem em legislação avulsa sejam
objeto de regulação especial, designadamente:

a) Impugnação de atos administrativos;


b) Condenação à prática de atos administrativos devidos, nos termos da lei ou de vínculo contratualmente assumido;
c) Condenação à não emissão de atos administrativos, nas condições admitidas neste Código;
d) Impugnação de normas emitidas ao abrigo de disposições de direito administrativo;
e) Condenação à emissão de normas devidas ao abrigo de disposições de direito administrativo;
f) Reconhecimento de situações jurídicas subjetivas diretamente decorrentes de normas jurídico-administrativas ou de atos jurídicos praticados ao
abrigo de disposições de direito administrativo;
TÍTULO II
g) Reconhecimento de qualidades ou do preenchimento de condições;
h) Condenação à adoção
Da ação administrativa ou abstenção de comportamentos pela Administração Pública ou por particulares;
i) Condenação
CAPÍTULO I da Administração à adoção das condutas necessárias ao restabelecimento de direitos ou interesses violados, incluindo em situações
de via de facto, desprovidas
Disposições gerais de título que as legitime;
j) Condenação da Administração ao cumprimento de deveres de prestar que diretamente decorram de normas jurídico-administrativas e não
envolvam a emissão de um ato administrativo impugnável, ou que tenham sido constituídos por atos jurídicos praticados ao abrigo de disposições de
Artigo 37.º
direito administrativo, e que podem ter por objeto o pagamento de uma quantia, a entrega de uma coisa ou a prestação de um facto;
Objeto
k) Responsabilidade civil das pessoas coletivas, bem como dos titulares dos seus órgão ou respetivos trabalhadores em funções públicas, incluindo
ações de regresso;
l) Interpretação, validade ou execução de contratos;
m) A restituição do enriquecimento sem causa, incluindo a repetição do indevido;
n) Relações jurídicas entre entidades administrativas.
2 - [Revogado].
3 - Quando, sem fundamento em ato administrativo impugnável, particulares, nomeadamente concessionários, violem vínculos jurídico-
administrativos decorrentes de normas, atos administrativos ou contratos, ou haja fundado receio de que os possam violar, sem que, solicitadas a
fazê-lo, as autoridades competentes tenham adotado as medidas adequadas, qualquer pessoa ou entidade cujos direitos ou interesses sejam
diretamente ofendidos pode pedir ao tribunal que condene os mesmos a adotaram ou a absterem-se de certo comportamento, por forma a
316
assegurar o cumprimento dos vínculos em causa.
Diplomas Complementares:
- Regime Complementar do Procedimento de Inspecção Tributária;
- Regime Complementar dos Bens em Circulação.

Impostos em especial:
- Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo;
- Código do Imposto de selo;
- Códigos do IMI e IMT.

Nuno Victorino
Sub-rogação
Em sentido amplo designa o fenómeno que consiste em
uma coisa (sub-rogação real) ou uma pessoa (sub-
rogação pessoal), virem a substituir, na relação jurídica,
uma coisa ou uma pessoa.
CIEC: incidência subjetiva e objetiva
Artigo 4.º Incidência subjectiva
1 — São sujeitos passivos de impostos especiais de consumo:
a) O depositário autorizado e o destinatário registado;
b) No caso de fornecimento de eletricidade ao consumidor final, os comercializadores,
definidos em legislação própria, os comercializadores para a mobilidade elétrica, os
produtores que vendam eletricidade directamente aos consumidores finais, os
autoprodutores e os consumidores que comprem eletricidade através de operações em
mercados organizados;
c) No caso de fornecimento de gás natural ao consumidor final, os comercializadores de gás
natural, definidos em legislação própria. (…)

Artigo 66.º Incidência objectiva


1 — O imposto incide sobre a cerveja, os vinhos, outras bebidas fermentadas, os produtos
intermédios e as bebidas espirituosas, genericamente designadas por bebidas alcoólicas, e
sobre o álcool etílico, genericamente designado por álcool.
DL 26/2002, 14 fev.
Artº 266.º CRP
Artigo 266.º
(Princípios fundamentais)
1. A Administração Pública visa a prossecução do interesse
público, no respeito pelos direitos e interesses legalmente
protegidos dos cidadãos.
2. Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à
Constituição e à lei e devem actuar, no exercício das suas
funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da
proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé.
Artº 3.º CPA
Artigo 3.º
Princípio da legalidade
1 - Os órgãos da Administração Pública devem atuar em obediência
à lei e ao direito, dentro dos limites dos poderes que lhes forem
conferidos e em conformidade com os respetivos fins.
2 - Os atos administrativos praticados em estado de necessidade,
com preterição das regras estabelecidas no presente Código, são
válidos, desde que os seus resultados não pudessem ter sido
alcançados de outro modo, mas os lesados têm o direito de ser
indemnizados nos termos gerais da responsabilidade da
Administração.
Artº 13.º CRP
Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são
iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado,
privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em
razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem,
religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução,
situação económica, condição social ou orientação sexual.
Artº 6.º CPA
Artigo 6.º
Princípio da igualdade
Nas suas relações com os particulares, a Administração
Pública deve reger-se pelo princípio da igualdade, não
podendo privilegiar, beneficiar, prejudicar, privar de qualquer
direito ou isentar de qualquer dever ninguém em razão de
ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião,
convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação
económica, condição social ou orientação sexual.
Artº 7.º CPA
Artigo 7.º
Princípio da proporcionalidade
1 - Na prossecução do interesse público, a Administração
Pública deve adotar os comportamentos adequados aos
fins prosseguidos.
2 - As decisões da Administração que colidam com
direitos subjetivos ou interesses legalmente protegidos
dos particulares só podem afetar essas posições na
medida do necessário e em termos proporcionais aos
objetivos a realizar.
Artº 103.º/3 CRP e 12.º/1 LGT
Artigo 103.º
(Sistema fiscal)
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam
sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza
retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos
termos da lei.
Artigo 12.º
Aplicação da lei tributária no tempo
1 - As normas tributárias aplicam-se aos factos posteriores à sua
entrada em vigor, não podendo ser criados quaisquer tributos
retroativos. (…)
Artº 10.º CPA
Artigo 10.º
Princípio da boa-fé
1 - No exercício da atividade administrativa e em todas as suas
formas e fases, a Administração Pública e os particulares
devem agir e relacionar-se segundo as regras da boa-fé.
2 - No cumprimento do disposto no número anterior, devem
ponderar-se os valores fundamentais do Direito relevantes em
face das situações consideradas, e, em especial, a confiança
suscitada na contraparte pela atuação em causa e o objetivo a
alcançar com a atuação empreendida.
Nuno Vitorino
AT/DSF 329
AT/DSF 330
AT/DSF 331
AT/DSF 332
AT/DSF 333
AT/DSF 334
AT/DSF 335
AT/DSF 336
AT/DSF 337
AT/DSF 338
AT/DSF 339
AT/DSF 340
AT/DSF 341
AT/DSF 342
AT/DSF 343
AT/DSF 344
AT/DSF 345
AT/DSF 346
AT/DSF 347
AT/DSF 348
AT/DSF 349
AT/DSF 350
AT/DSF 351
AT/DSF 352
AT/DSF 353
AT/DSF 354
AT/DSF 355
AT/DSF 356
AT/DSF 357
AT/DSF 358
AT/DSF 359
AT/DSF 360
AT/DSF 361
AT/DSF 362
AT/DSF 363
AT/DSF 364
AT/DSF 365
AT/DSF 366
AT/DSF 367
AT/DSF 368
AT/DSF 369
AT/DSF 370
AT/DSF 371
AT/DSF 372
AT/DSF 373
AT/DSF 374
AT/DSF 375
AT/DSF 376
Ficha técnica

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