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O DIREITO
COMERCIAL
Tipos de Empresas
Ufcd 0563
Formadora Rita Antão da Silva
1
NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE DIREITO
I - DIREITO
2
A Constituição consagra a liberdade económica, entendida como a liberdade de
exercício de actividades económicas e que conceptualmente se desdobra em várias
concretizações jurídicas, como sejam:
3
DIREITO COMERCIAL
5
FONTES DO DIREITO COMERCIAL PORTUGUÊS
7
A) Conceito jurídico-mercantil de empresa
8
III – Empresa como objecto
9
IV - Empresa como conjunto activo de elementos
Tem sido entendido que o artigo 230.º, do Código Comercial, consagra a noção
subjectiva da empresa a par de uma concepção de actividade, ou seja, de um
conjunto ou massa de actos entre si coordenados para a realização de certo
escopo, correspondente a um certo ramo da vida económica.
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Assim, são empresas comerciais, singulares ou colectivas, que se propuserem:
1) Transformar por meio de fábricas ou manufacturas, matérias-primas, empregando,
para isso, ou só operários, ou operários e máquinas;
2) Fornecer, em épocas diferentes, géneros quer a particulares, quer ao Estado,
mediante preço convencionado.
3) Agenciar negócios ou leilões por conta de outrem em escritório aberto ao público, e
mediante salário estipulado.
4) Explorar quaisquer espectáculos públicos.
5) Editar, publicar ou vender obras científicas, literárias ou artísticas.
6) Edificar ou construir casas para outrem com materiais subministrados pelo
empresário.
7) Transportar, regular e permanentemente, por água ou por terra, quaisquer pessoas,
animais, alfaias ou mercadorias de outrem…»
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Neste sentido, são comerciais as empresas – actividades – enumeradas nos vários números
do art.º 230.º, com as ressalvas consignadas nos seus próprios parágrafos; e, ainda, as
indicadas em outras disposições de leis comerciais extravagantes; bem como as que
resultem de interpretação extensiva ou aplicação analógica dos vários números do artigo
230.º.
Em resumo, empresa é:
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CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS QUANTO AO SECTOR DE
ACTIVIDADE
A) Primário
Conjunto de actividades económicas que produzem matérias-primas, também
chamadas de produtos primários, por serem, em geral, recursos cultivados ou
extraídos da natureza e que, posteriormente, são consumidos ou transformados
em mercadorias.
Muitos produtos do sector primário são considerados como matérias primas
levadas para outras indústrias, a fim de se transformarem em produtos
industrializados.
Exemplos:
- Agricultura
- Pecuária
- Caça
- Pesca 14
b) Secundário
É o sector da economia responsável pela transformação dos bens e matérias-primas
advindos do sector primário em mercadorias, que são transferidas para a
comercialização no sector terciário. Assim, o sector secundário corresponde à
produção fabril, com vários tipos de indústrias que se estruturam em diferentes
áreas e aspectos do mercado
Geralmente apresenta percentagens bastante relevantes nas sociedades
desenvolvidas.
A matéria prima é transformada num produto acabado que sofreu um processo de
fabrico.
Exemplos:
- Indústria
- Construção Civil
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Quando o sector secundário passa a crescer e a dinamizar-se em um dado
local, dizemos que está ocorrendo o processo de industrialização, ou seja, a
produção mecanizada ou manufacturada de mercadorias.
Existem três tipos de indústrias, categorizadas conforme a sua especialização
produtiva:
a) Indústrias extractivas: são aquelas que operam a partir da extracção
vegetal ou mineral, seja com a retirada directa ou com a transformação
de bens extraídos, como o petróleo, a madeira, entre outros.
b) Indústrias de base: são responsáveis pela produção de maquinaria
utilizada para estruturar outras indústrias e também possuem a função
de produzir materiais que não são directamente destinados ao consumo,
mas que são novamente utilizados para outras produções industriais.
Exemplo: produção do aço.
c) Indústrias de bens de consumo: são as responsáveis pela produção ou
montagem de mercadorias em sua fase final, que serão directamente
direccionadas ao sector terciário.
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C) Terciário
É a área da economia que integra as actividades do comércio e da prestação de
serviços
Envolve a comercialização de produtos em geral, e a oferta de serviços comerciais,
pessoais ou comunitários a terceiros.
Exemplos:
- Transportes
- Distribuição
- Venda de mercadorias
- Prestação de serviços
17
À medida que o crescimento económico vai avançando o sector primário e
secundário perdem terreno a favor do terciário.
- Identifica-se o desenvolvimento de um país com o peso do sector secundário
e terciário em relação ao sector primário.
- O sector de serviços é muito amplo, pois envolve todos os bens “imateriais”,
ou seja, tudo aquilo que é oferecido ao consumidor na forma de actividades,
como consertos mecânicos e domésticos, auxílios para aparelhos e tecnologias,
actividades educacionais, auxílio jurídico, telemarketing, lazer, turismo,
segurança, transporte, entretenimento, entre outras
18
CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
QUANTO À DIMENSÃO
19
3) Média empresa:
- Quando tem:
- Entre 51 e 250 trabalhadores;
- Volume de negócios anual que não exceda 40 milhões de Euros; ou
- Balanço anual que não exceda 27 milhões de Euros.
4) Grande empresa:
- Quando tem mais de 250 trabalhadores.
20
CLASSIFICAÇÃO
JURIDICA DAS
EMPRESAS
21
Em sentido amplo, a empresa é a organização autónoma e
intencional de meios (humanos e materiais) apta à realização de
uma finalidade.
Num sentido mais especifico e económico, a empresa é a uma
organização produtiva ou mediadora de riqueza, que exerce de
forma estável, a sua actividade económica em função do
mercado a que se dirige.
Uma das vertentes da empresa é o estabelecimento comercial.
22
A) O Estabelecimento Comercial
O estabelecimento:
1) Pressupõe um titular (titular de determinado direito sobre ele, para exercer a sua
actividade);
As sociedades comerciais são comerciantes natos e não carecem, para adquirirem essa
qualidade, de exercer efectivamente o comércio. Pode, por isso, conceber-se que
não tenham um estabelecimento, ou seja, uma organização adstrita à actividade
mercantil, por ainda não a terem iniciado, ou por terem alienado o seu estabelecimento
e ainda não terem montado outro.
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O estabelecimento comercial caracteriza-se pela diversidade dos elementos que o
compõem. Assim, são elementos potencialmente constitutivos do estabelecimento
comercial:
1.Elementos corpóreos:
São nomeadamente:
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- Os direitos resultantes de certos contratos estritamente relacionados com a esfera
de actividade mercantil, como o de agência, o de distribuição, o de concessão, o de
franchising, os contratos de edição e de autorização de produção fonográfica e
videográfica;
28
3. A clientela:
a)Há uma clientela certa que resulta das relações contratuais com alguma estabilidade,
30
4. Elementos de facto. O aviamento:
Nomeadamente:
São actos de comércio todos os actos praticados pelos comerciantes, excepto se:
b) Se provar que não têm relação com o comércio (como por exemplo, se o
comerciante compra uma casa para a habitação da sua família, este acto não terá
relação com o comércio).
33
A actividade do empresário realiza-se através de uma organização que é o
instrumento da actividade comercial: o estabelecimento comercial.
Os Comerciantes são:
As pessoas que, tendo capacidade para praticar actos do comércio, fazem desta
profissão – os comerciantes em nome individual.
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DOS COMERCIANTES
CAPACIDADE COMERCIAL DE EXERCÍCIO
35
Obrigações dos comerciantes
36
Estas obrigações a que os comerciantes estão vinculados têm por objectivo geral o
exercício do comércio de uma forma segura.
37
38
TIPOS DE EMPRESAS
EMPRESAS EMPRESAS
SINGULARES COLECTIVAS
Empresas em Sociedades
nome em nome
individual colectivo
Sociedades
EIRL
por quotas
Sociedades
em
estabelecimento comandita
individual de
responsabilidade
limitad
Sociedades
anónimas
Sociedades
individuais
por quotas
Sociedades 39
civis
I – Singulares
As empresas singulares são aquelas que apenas têm um indivíduo como
proprietário, o qual, para além de deter a totalidade do capital, contribui
com o seu trabalho na direcção da empresa.
40
I - A. EMPRESÁRIO EM NOME INDIVIDUAL
Exemplos:
- M. J. Abreu
• Ser proprietário único é poder manter um controlo pronto, directo e completo sobre
a empresa e as suas actividades.
DESVANTAGENS
43
I – B. O ESTABELECIMENTO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE
LIMITADA
45
Existe uma separação entre o património pessoal do empreendedor e o património
afecto à empresa.
46
As entradas em espécie deverão constar de um relatório elaborado por revisor
oficial de contas, que deverá instruir o pedido de registo, ou que deverá ser
apresentado ao notário no caso de constituição por escritura pública.
Deverá ser destinada uma fracção dos lucros anuais não inferior a 20% a um fundo
de reserva, até que este represente metade do capital do estabelecimento.
A firma deve ser composta pelo nome civil, por extenso ou abreviado, do
empreendedor. Este nome pode ser acrescido, ou não, da referência ao ramo de
actividade, mais o aditamento obrigatório Estabelecimento Individual de
Responsabilidade Limitada ou E.I.R.L.
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Constitui–se mediante documento particular, estando dispensado de celebração de
Escritura Pública.
Exemplos
- R. F. Andrade, E.I.R.L.
48
O EIRL pode ser alienado por acto gratuito ou oneroso inter vivos e também mortis
causa (artigo 23.º), objecto de locação, usufruto ou penhor (artigo 21.º), bem
como objecto de penhora em execução contra o seu titular (artigo 22.º).
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Caso particular:
O empresário pessoa casada: responsabilidade dos bens dos cônjuges por dívidas
comerciais:
Qualquer dos cônjuges tem legitimidade para contrair dívidas sem o consentimento
do outro (artigo 1690.º, n.º 1, do Código Civil).
a que dizem respeito. Por estas dívidas respondem os bens próprios do cônjuge
devedor e, solidariamente, a sua meação nos bens comuns (artigo 1696.º, n.º 1).
50
Quando o casal se sujeita a qualquer regime de bens que não seja o da separação
serão da responsabilidade de ambos os cônjuges as dívidas contraídas por
qualquer deles no exercício do comércio (art.º 1691.º, n.º 1, alínea d), do Código
Civil).
Depois dessa prova feita, para se afastar o regime de responsabilidade dos dois
cônjuges, será necessário que algum destes faça a prova de que a dívida é alheia
à actividade comercial do cônjuge devedor. Após isso, só se o credor fizer prova
de que, apesar disso, do acto gerador da dívida resultou proveito comum do
casal é que poderá responsabilizar ambos os cônjuges, mas então sê-lo-á ao
abrigo da alínea c), e não da alínea d) do n.º 1 do art.º 1691.º, do Código Civil.
52
I – C. SOCIEDADES COMERCIAIS
Por seu turno, dispõe o artigo 1º, n.º 2, do Código das Sociedades Comerciais,
que “São sociedades comerciais aquelas que tenham por objecto a prática de
actos de comércio e adoptem o tipo de sociedade em nome colectivo, por quotas,
anónima, em comandita simples ou comandita por acções.”
53
Em resumo, a sociedade é uma entidade (com personalidade jurídica) que,
constituída por uma ou mais pessoas (singulares ou colectivas, de direito privado
ou público) através de negócio jurídico (unilateral, bilateral ou plurilateral) ou da
lei, é titular de um património próprio (originariamente resultante das
respectivas contribuições em bens ou serviços) afecto ao exercício de uma
actividade económica que não seja de mera fruição (por regra, ao exercício de
uma empresa), fincando o respectivo sócio ou sócios expostos ao risco económico
desse exercício (lucros e perdas).
Ou seja, a sociedade comercial é uma espécie dentro do género “sociedade”, com
objecto e tipo comercial.
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Elementos do conceito geral de sociedade (artigo 980º):
i) Elemento pessoal (pluralidade de sócios): tem sido entendido como todo e qualquer
agrupamento de pessoas reunidas para a realização de um fim comum, comportando
duas espécies:
a) Ou o sócio remanescente é o Estado (caso em que a lei não considera haver causa de
exclusão);
- Pessoa singular: só pode ter uma única (Pessoa colectiva: pode ter as que quiser).
- Não pode ter como sócio único, uma sociedade unipessoal por quotas.
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ii) Elemento patrimonial (obrigação de contribuir com bens e serviços): consiste na
obrigação de entrada, ou seja, os sócios efectuam contribuições que irão formar o património
inicial da sociedade.
▪ Bens: quaisquer bens materiais, inclusivamente direitos. Tais bens têm de ser descritos de
forma que caracterize a sua natureza e tenham um valor pecuniário apurado. É necessário
que sejam “susceptíveis de penhora”.
▪ Serviços: actividades exercidas pelos próprios sócios em proveito da empresa comum. São
denominados sócios de indústria.
a) Formam, no seu conjunto, fundo comum ou património com o qual a sociedade vai iniciar
a sua actividade;
- Fim imediato ou objecto – exercício comum de certa actividade económica que não
seja de mera fruição);
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Elementos específicos do conceito (2º):
i) Objecto comercial: consiste nos actos ou actividades que, segundo a vontade dos
sócios, a sociedade deverá praticar ou prosseguir. Actos de comércio objectivos (artigo
2º, 1ª parte, do Código Comercial e 230º);
59
As sociedades são pessoas colectivas que, à semelhança das pessoas físicas, têm
personalidade jurídica, isto é, são sujeitos de direitos e obrigações. As sociedades
compram, vendem, intentam acções em Tribunal.
Mas, porque são pessoas fictícias, não podem, como as pessoas físicas, agir, por si.
São os seus representantes que praticam actos, que agem em nome da sociedade.
60
Além das sociedades comerciais, outras pessoas colectivas podem ser
comerciantes.
É o caso das EPE, dos ACE, dos AEIE e das cooperativas – quando tais pessoas
colectivas tenham objecto comercial.
61
i) ENTIDADES PÚBLICAS EMPRESARIAIS (EPEs)
São um tipo de empresa pública que reveste a forma de pessoa colectiva de direito
público, cuja iniciativa da respectiva criação cabe ao Estado para a prossecução de
fins postos a seu cargo.
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iii) AGRUPAMENTOS EUROPEUS DE INTERESSE ECONÓMICO (AEIE):
A sua actividade deve estar ligada à actividade económica dos seus membros e
apenas pode constituir um complemento a esta última” (artigo 3.º/1 do R (CEE)
2137/85 do Conselho, de 25-07-1985). Os membros do agrupamento podem ser de
muito variada natureza, mas o AEIE há-de ser composto por pelo menos dois
sujeitos que tenham a administração central ou exerçam a actividade principal em
EM’s diferentes (artigo 4.º, n.ºs 1 e 2).
65
TIPOS DE SOCIEDADES COMERCIAIS NO CÓDIGO DAS
SOCIEDADES COMERCIAIS
3) Sociedades anónimas;
66
SOCIEDADE EM NOME COLECTIVO
Este tipo de sociedade não exige um montante mínimo obrigatório para o capital social,
visto que os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais da empresa.
O sócio para além de responder individualmente pela sua entrada, responde pelas
obrigações sociais, subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente com os
outros sócios, ou seja, o seu património pessoal pode ser afectado.
As participações dos sócios denominam-se partes sociais e não podem ser emitidos
títulos que as representem.
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A firma pode ser composta pelo nome, completo ou abreviado, o apelido ou a
firma de todos, alguns ou, pelo menos, de um dos sócios, seguido do aditamento
obrigatório por extenso "e Companhia", abreviado e "Cia" ou qualquer outro que
indicie a existência de mais sócios, nomeadamente "e Irmãos".
Exemplos:
- Marques E Companhia.
68
Em resumo:
▪ Cada sócio é responsável para com a sociedade pela prestação da sua entrada;
▪ As participações dos sócios denominam-se partes sociais e não podem ser emitidos
títulos que as representem.
69
SOCIEDADE POR QUOTAS
Este tipo de sociedade é composta por dois ou mais sócios, não sendo
admitidas contribuições de indústria (ou seja, o trabalho dos sócios, a sua
habilidade e os seus conhecimentos técnicos ou profissionais não são
considerados para o capital social da empresa) e a firma deve terminar pela
palavra "Limitada" ou sua abreviatura (Lda.).
Na Sociedade por Quotas o capital social está dividido em quotas e a cada sócio
fica a pertencer uma quota correspondente à sua entrada.
70
Os sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas
no contrato social.
Desde 2011 deixou de existir um limite mínimo para o capital social, podendo os
sócios fixar livremente o valor do capital.
O capital social é representado por quotas, que poderão ter ou não um valor
idêntico (mas nunca inferior a € 1 cada), ou seja, na prática o capital social mínimo
nunca será inferior a € 2.
No caso de a realização do capital social ser superior ao mínimo legal, não tem de
ser integralmente realizado no momento da constituição, podendo ser diferidas
entradas em dinheiro que não ultrapassem 50% do capital social por um período
máximo de cinco anos a contar da data da constituição da sociedade.
71
O capital realizado em dinheiro à data da constituição deve perfazer o capital
mínimo fixado na lei e deve ser depositado em instituição de crédito, numa conta
em nome da futura sociedade.
72
A firma deve ser formada:
a) Com ou sem sigla, pelo nome ou firma de todos, algum ou alguns sócios, aditando-
lhes ou não expressão que dê a conhecer o objecto social;
Exemplos:
▪ O capital social não tem valor mínimo, uma vez que o seu montante é livremente
fixado no contrato de sociedade e equivale à soma dos valores das quotas subscritas
pelos sócios.
No entanto, caso um sócio não pague a sua entrada, deverá ser excluído e os restantes
sócios terão de responder solidariamente pela entrada do excluído em dívida.
74
▪ Apenas os bens da sociedade poderão responder pelas dívidas da mesma.
▪ Os bens dos sócios não são afectados, a menos que se tenha estabelecido no
pacto social que um ou outro sócio serão responsáveis por alguma dívida.
75
SOCIEDADE EM COMANDITA
A firma é formada pelo nome ou firma de um, pelo menos, dos sócios
comanditários e o aditamento “ Em Comandita” ou “& Comandita” (para a
comandita simples) / "Em Comandita por Ações" ou "& Comandita por Ações".
78
Em resumo:
b) Espécies de sociedades:
80
O capital social está dividido em acções que se caracterizam pela facilidade de
transmissão.
O capital social não pode ser inferior a € 50.000 e encontra-se dividido em acções,
cujo valor nominal não pode ser inferior a um cêntimo.
As acções têm todas o mesmo valor nominal e são representadas por títulos. Os
subscritores das acções deverão realizar, o mínimo de 30% do valor nominal das
acções.
81
A subscrição das acções pode ser:
b) Particular: quando o capital social for subscrito apenas pelos sócios fundadores.
82
A firma das sociedades anónimas:
A firma pode ser composta pelo nome (ou firma) de algum ou de todos os sócios, por
uma denominação particular ou uma reunião dos dois. Em qualquer dos casos, tem
que ser seguida do aditamento obrigatório "Sociedade Anónima" ou abreviado -
"S.A.".
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A assembleia geral é convocada pelo presidente da mesa através de publicação
com antecedência de um mês.
No caso de as acções serem todas nominativas, o contrato social pode estipular
que as convocatórias das assembleias gerais sejam feitas por carta registada.
As deliberações da assembleia geral são tomadas por maioria de votos, salvo se o
contrato ou a lei exigir maior número de votos.
Em regra, a cada acção corresponde um voto, mas o contrato pode estabelecer de
modo diferente.
84
A administração e a fiscalização da sociedade anónima podem organizar-se segundo
uma de duas formas:
Os lucros apurados no final do exercício são distribuídos pelo número de acções.
Chama-se-lhe dividendo que é o rendimento de cada acção.
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Cada acção detida dá direito a um voto na Assembleia Geral (constituída por todos
os accionistas e que reúne, pelo menos, uma vez por ano) e também à recepção de
um dividendo (parcela dos lucros apurados no ano anterior).
86
VANTAGENS
É encarada pela lei como uma entidade totalmente distinta dos indivíduos a quem
pertence.
88
Em resumo:
▪ Cada sócio responde individual e exclusivamente para com a sociedade pelo valor da
sua entrada (acções que subscreveu);
▪ As participações são formadas por acções, que constituem fracções iguais no capital
social, ou com o mesmo valor nominal, livremente transmissíveis. Sócios denominam-
se de accionistas.
89
SOCIEDADE UNIPESSOAL
90
A firma, para além das regras relativas às Sociedades por Quotas, deve-se ter em
conta o seguinte: antes da expressão "Limitada" ou da abreviatura "Lda." deve
constar a expressão "Sociedade Unipessoal" ou "Unipessoal".
Uma pessoa singular só pode ser sócia de uma única sociedade unipessoal por
quotas.
Uma sociedade por quotas não pode ter como sócio único outra sociedade
unipessoal por quotas.
Exemplos:
Além de sociedades comerciais, existem Sociedades civis: aquelas que não têm
por fim a prática de actos do comércio, nem adoptaram um dos tipos previstos
na lei comercial.
92
Distingue-se entre sociedades civis sob a forma comercial e sociedades civis simples:
No entanto, a lei comercial portuguesa admite a possibilidade dessas sociedades civis
adoptarem as formas comerciais para efeito de estruturação das quatro formas que
pode revestir a sociedade comercial.
Neste caso, passam a chamar-se sociedades civis sob forma comercial e ficam,
sujeitas às disposições do Código das Sociedades Comerciais. No entanto, não ficam
sujeitas a um conjunto de obrigações específicas das sociedades comerciais. São
pessoas colectivas com personalidade jurídica.
93
a) Sociedades civis simples: são aquelas que não têm por objecto a prática de actos
comerciais e estão sujeitas ao regime do Código Civil.
• Estas sociedades civis simples, distinguem-se das sociedades civis sob forma
comercial, dada a forma que revestem, que está relacionada com a sua organização
formal.
94
Classificações dos tipos de sociedades
- Sociedades Anónimas;
3) Sociedades de pessoas:
95
4) Sociedades de capitais:
- Sociedades Anónimas;
Responsabilidade (i)limitada:
96
» Sociedades Anónimas / Sociedades por quotas: não respondem, mas sim pelas
entradas para o fundo social.
Sociedades de capitais:
A entrada e saída dos sócios depende apenas da alienação das suas participações,
sem ser necessário a concordância dos demais.
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- Sociedades Anónimas: são o caso mais expressivo, uma vez que apenas releva a
fracção do capital social que a participação de cada sócio representa.
O modelo legal aponta para uma extrema relevância do elemento capital, conquanto
que, em diversos aspectos, a pessoa dos sócios também assume relevo expressivo.
98
Forma Jurídica da Empresa Capital mínimo de constituição
Sociedade Anónima………………………….. € 50.000
Sociedade por quotas………………………… €1
Sociedade em nome colectivo……………..€
Sociedade em comandita…………………… €
Sociedade unipessoal por quotas………..€ 1
99
O REGISTO COMERCIAL
No século XXI o registo comercial passou a poder ser promovido por recurso a
101
O registo comercial online permite usar o serviço através da internet. Em
alternativa, os actos de registo comercial podem ser efectuados presencialmente.
102
Os actos registados são objecto de certificação por certidão do registo
comercial, que pode ser obtida online com base numa senha de acesso.
103
CRIAÇÃO DE EMPRESAS
104
O processo de criação de uma empresa tem vindo a evoluir gradualmente no
105
Fonte Portal da empresa
EMPRESA “CONSTITUÍDA DE FORMA TRADICIONAL”
106
O Método Tradicional de criação de uma empresa tem vindo a sofrer algumas
alterações, sendo que parte das etapas que careciam de deslocação presencial a
determinados balcões passaram a poder ser feitas através da Internet.
No entanto, qualquer pessoa pode optar pela criação da sua empresa seguindo o
método tradicional.
107
I - Primeiro Passo:
Certificado de Admissibilidade;
108
II - Segundo Passo
Cartão da Empresa e o Cartão de Pessoa Colectiva
O Cartão da Empresa e o Cartão de Pessoa Colectiva são emitidos para
entidades definitivamente registadas ou inscritas, é sempre disponibilizado
em suporte electrónico e também pode ser disponibilizado em suporte físico,
a pedido dos interessados.
Trata-se de um documento de identificação múltipla de pessoas colectivas e
entidades equiparadas que contém o Número de Identificação de Pessoa
Colectiva (NIPC) que, à excepção dos comerciantes/empresários individuais e
estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada, corresponde ao
Número de Identificação Fiscal e o Número de Inscrição na Segurança Social
(NISS), no caso de entidades a ela sujeitas.
109
O cartão contém ainda o CAE principal e até 3 CAE’s secundárias, a
natureza jurídica da entidade e data da sua constituição. No verso do
cartão físico é também mencionado o código de acesso à certidão
permanente disponibilizada com a submissão da IES.
110
III - Terceiro Passo:
111
IV – Quarto Passo:
Certificado de Admissibilidade;
112
V – Quinto Passo
Declaração de Início de Actividade
113
VI – Sexto Passo
Registo Comercial
Certificado de Admissibilidade;
115
EMPRESA ONLINE
sociedades:
Por quotas
Anónimas.
116
QUEM PODE CRIAR EMPRESA ONLINE
Advogados;
Notários;
Solicitadores.
117
COMO CRIAR
118
QUANTO CUSTA
Serviço Custo
119
EMPRESA NA HORA
a forma comercial pode ser feito num único balcão, num único momento. Este
Por quotas;
Anónimas.
Nota: não podem ser criadas nestes balcões sociedades anónimas europeias.
120
Fonte: https://justica.gov.pt/Servicos/Empresa-na-Hora
O serviço Empresa na Hora é uma iniciativa do Estado português com o objectivo de simplificar
Com esta iniciativa, qualquer pessoa pode dar início ao processo de criação e registo de uma
sociedade empresarial sob a forma civil e comercial, unipessoal, por quotas ou sociedade
anónima, de uma maneira fácil, rápida e eficaz em qualquer balcão em Portugal, que
Este serviço possui mais de 200 postos de atendimento em todo o país, possibilitando a
qualquer cidadão que pretenda ter o seu negócio próprio a iniciação do registo em qualquer
121
QUEM PODE CRIAR
122
COMO PODE CRIAR
123
Indicar um Técnico Oficial de Contas (TOC), escolher um da Bolsa de
TOCs disponibilizada ou entregar a declaração de início de actividade em
qualquer serviço de Finanças (até 15 dias depois da criação da empresa);
124
Se os sócios forem pessoas singulares, precisam de:
125
Os documentos de identificação dos representantes legais da empresa que
se quer criar (Cartão de Cidadão, Bilhete de Identidade, passaporte ou
autorização de residência)
126
No balcão Empresa na Hora vai ser feito o pacto da sociedade e o registo
comercial.
Depois, os sócios vão ter de depositar o capital social numa conta bancária em
nome da sociedade até cinco dias úteis depois do registo. Em alternativa, os
sócios podem entregar o capital social nos cofres da sociedade até ao final do
primeiro exercício económico (normalmente, até ao final do ano).
127
QUANTO CUSTA
128
Serviço Custo
pedido standard € 360
com marca associada
com uma classe de € 200
produtos ou serviços
Para criar uma Empresa na Hora, os sócios da empresa que se quer criar
podem dirigir-se a qualquer balcão do serviço Empresa na Hora,
independentemente da localização da sede da futura sociedade.
130
QUE OUTRO TIPO
DE DESPESAS
DEVE-SE TER EM
CONSIDERAÇÃO
AO ABRIR UMA
EMPRESA?
13
1
As despesas adicionais à criação de uma empresa mais comuns são:
132
• Fornecedores: Em muitos negócios, os fornecedores representam uma
despesa muito elevada.
• Serviços: num negócio existem serviços indispensáveis que têm que ser pagos
mensalmente. Destes serviços fazem parte a eletricidade, água, telefone,
internet e o gás; a estes acrescem os seguros, as despesas com a segurança e
viaturas, caso seja necessárias.
133
Impostos:
IRC: Quando abre uma empresa através de uma sociedade esta é taxada através do
Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, IRC. Este imposto é aplicado
sobre os lucros da sua empresa, e representa uma taxa de 21%. As PME´s contam
com o benefício de uma taxa de 17% nos primeiros 15 mil euros de lucro. Só quando
esse valor é ultrapassado é que a taxa de 21% é aplicada.
IVA: As taxas de IVA podem variar entre os 6%, 13% e os 23% em Portugal,
dependendo dos bens ou serviços prestados pelo seu negócio. No entanto as
empresas suportam IVA e liquidam o mesmo. A diferença entre ambos é comunicada
à AT mensalmente ou de três em três meses.
134
TSU: Taxa Social Única é a contribuição que é paga à Segurança Social por
cada trabalhador que uma empresa tem. Actualmente a TSU representa
uma taxa de 23,75% sobre o salário de cada trabalhador.
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CONTRATOS COMERCIAIS MAIS USUAIS
O contrato é uma das fontes das obrigações. Mais do que uma das fontes
possíveis das obrigações, o contrato, como negócio jurídico bilateral que é,
pode considerar-se a fonte natural das relações de crédito.
Mas, uma vez concluído o acordo, é negada a cada uma das partes a possibilidade
de unilateralmente se afastar desse acordo.
- Há situações em que as pessoas, quer tenham vontade, quer não tenham, são
obrigadas a contratar (exemplo, o seguro automóvel).
Os contratos devem ser pontualmente cumpridos. Se o não forem, quem deixa de
cumprir torna-se responsável pelo prejuízo causado à outra parte.
Os contratos estão regulados no Código Civil e alguns deles são tipificados.
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I - CONTRATO DE COMPRA E VENDA
A compra e venda tem natureza comercial quando uma das partes – vendedor –
transfere para outra – comprador – mediante preço convencionado, a
propriedade de qualquer coisa que o comprador destine a revenda ou aluguer, ou
que o vendedor tenha adquirido com o fim de revender.
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Quanto a natureza dos contratos compra e venda, pode-se dizer que os contratos
podem ser de:
a) Natureza Comercial
b) Natureza Civil
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3) A venda de coisas móveis, em bruto ou trabalhadas, e as de fundos
públicos e de quaisquer títulos de crédito negociáveis, quando a aquisição
houvesse sido feita no intuito de as revender;
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São considerados de natureza civil (não comercial):
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É usual os contratos mencionarem os seguintes elementos, úteis para o
processamento do controlo administrativo:
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II - CONTRATO DE LOCAÇÃO
Se a coisa for móvel, a locação toma o nome de aluguer. Se a coisa for imóvel, a
locação diz-se arrendamento.
Quando uma pessoa compra uma coisa com o objectivo de alugar o seu uso, o
aluguer terá a natureza de comercial.
O arrendamento urbano está regulado no Código Civil e num diploma legal que
aprovou o Regime do Arrendamento Urbano.
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O arrendamento para comércio, indústria ou profissão liberal tem regras diferentes
das do arrendamento para habitação:
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Contrato de locação financeira (leasing)
A empresa X quer comprar três automóveis. Não podendo dispor, desde logo, do
valor necessário, celebra um contrato de leasing, isto é, adquire o uso dos
automóveis, mediante o pagamento de uma prestação mensal, podendo, no final
do período, adquirir a propriedade dos automóveis.
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Isto é, a locação financeira é um contrato a médio ou a longo prazo dirigido a
«financiar» alguém, não através da prestação de uma quantia em dinheiro, mas
através do uso de um bem. Está-lhe subjacente a intenção de proporcionar ao
«locatário» não tanto a propriedade de determinados bens, mas a sua posse e
utilização para certos fins.
c) O locatário.
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Razão por que há que distinguir três relações:
a) A relação «locador-locatário»;
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i) As despesas de transporte, seguro, montagem e reparação da coisa locada
correm por conta do locatário/utilizador;
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III - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a proporcionar à outra certo
resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com ou sem retribuição.
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Nesta modalidade a empresa, mandante, incumbe outrem, mandatário, de
praticar um ou mais actos jurídicos por conta daquela, ou seja, no seu
interesse, retribuindo este de acordo com o combinado entre ambos,
quando o mandatário não o faça gratuitamente.
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2) Contrato de Empreitada: é o contrato pelo qual uma das partes se obriga
em relação à outra a realizar certa obra, mediante um preço.
1) Os sujeitos;
3) O pagamento do preço.
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É um contrato:
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Do contrato de empreitada resultam vários direitos e deveres para ambas as partes.
Naquilo que lhe é mais essencial e com interesse na economia deste aresto, o dono
da obra tem o direito de obter o resultado acordado e o dever de pagar o preço, ao
passo que o empreiteiro tem os correlativos dever de realizar a obra acordada e
direito de receber o preço estipulado.
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3) Mandato Comercial: é o contrato pelo qual uma pessoa se encarrega de praticar
um ou mais actos de comércio por mandato de outrem (artigo 231.º, do Código
Comercial).
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Os actos e negócios em que intervém o mandatário são de natureza comercial, ou
seja, a sua comercialidade provém do facto de se ajustarem a um tipo de actos
previstos pela lei comercial e não da qualidade de comerciante de quem os pratica.
Para além destes tipos de mandatários, que trabalham por conta e nome do
mandante e cuja situação jurídico-comercial pode ser absorvida por um contrato
individual de trabalho, outros existem que agem no interesse e por conta do
mandante, mas em nome próprio, como é o caso do comissionista e do
representante do comércio ou agente comercial. Esta figura encontra-se regulada
pelo Decreto-lei n.º 178/86, de 3 de Julho.
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