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Nº 4 Gracieth Tchiteque Kossengue

Quanto à sua Dimensão e/ou Volume de Negócios

É vulgar, a nível internacional, e de acordo com esta classificação, repartir as


empresas da seguinte maneira:

a) Micro Empresas – As que empregam menos de 10 trabalhadores  Pequenas


Empresas – As que empregam menos de 50 trabalhadores.

b) Médias Empresas – As que empregam menos de 250.

c) Grandes Empresas – As que empregam mais de 250 trabalhadores.

Estabelecimento Comercial

É a organização do empresário mercantil, o conjunto de elementos reunido e


organizado pelo empresário para através dele exercer a sua actividade
comercial, de produção ou circulação de bens ou prestação de serviços.
O que pressupõe um estabelecimento comercial?
► Um titular: ele é um conjunto de meios predestinados por um empresário,
titular de um determinado direito sobre ele, para exercer a sua actividade. ►
Um acervo patrimonial: engloba um conjunto de bens e direitos, das mais
variadas categorias e naturezas, que têm em comum a afectação à finalidade
coerente a que o comerciante os destina.
► Um conjunto de pessoas: pode reduzir-se à pessoa do empresário o seu
suporte humano, nas formas mais embrionárias de estrutura empresarial; mas
normalmente engloba uma pluralidade de pessoas, congregadas por diversos
vínculos jurídicos, para atuarem com vista à prossecução da finalidade comum
da empresa.
► Uma organização: os seus elementos não são meramente reunidos, mas sim
entre si conjugados, interrelacionados, hierarquizados, segundo as suas
especificas naturezas e funções especificas, por forma que do seu conjunto
possa emergir um resultado global: a actividade mercantil visada.
► Uma organização funcional: a sua estrutura e configuração, a sua
identidade própria advém-lhe de um determinado objecto, que é uma
actividade de determinado ramo da economia; actividade que, entretanto, será
necessariamente uma actividade de fim lucrativo das que cabem na matéria
mercantil, ou seja, no âmbito material do direito comercial. Só assim se pode

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falar de um estabelecimento comercial (sem embargo de, com aquela, se


poderem conjugar actividades de outra ordem).
O termo estabelecimento admite no nosso direito positivo diversos significados,
que podem ser observados na nossa lei em dois artigos:
Art. 1118º do Código Civil
«Transmissão da posição do arrendatário».
1 – É permitida a transmissão por acto entre vivos da posição do arrendatário,
sem dependência da autorização do senhorio:

Outro sentido pode ser observado no art seguinte: Art. 95º do Código
Comercial «Armazéns ou lojas abertas ao público»

Considerar-se-ão, para os efeitos deste Código, como armazéns ou lojas de


venda abertos ao público:
1) Os que estabeleceram os comerciantes matriculados;

2) Os que estabeleceram os comerciantes não matriculados, toda a vez que tais


estabelecimentos se conservem abertos ao público por oito dias consecutivos,
ou hajam sido anunciados por meio de avisos avulsos ou nos jornais, ou
tenham os respectivos letreiros usuais.

Os Elementos do Estabelecimento Comercial:

O Art. 1118º do Código Civil, já citado, conclui-se sem esforço que o


estabelecimento compreende, além do direito à locação do respectivo local
(obviamente, quando o comerciante não seja seu proprietário ou dele não
disponha a outro titulo: usufruto, comodato, etc.), também as “instalações,
utensílios e mercadorias”.

► Elementos corpóreos: Nesta categoria devem considerar-se as mercadorias,


que são bens móveis destinados a ser vendidos, compreendendo as
matériasprimas, os produtos semiacabados e os produtos acabados.
Incluem-se também as máquinas e utensílios, ou seja, a maquinaria, os
veículos.
Abrangem-se, ainda, outros bens móveis (bem fungível e indispensável por
excelência: o dinheiro em caixa) e imóvel onde se situem as instalações, quando
o seu dono seja o comerciante, pois, se o não for, apenas integrará o
estabelecimento o direito ao respectivo uso.

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► Elementos Incorpóreos: Aqui deveremos considerar os direitos, resultantes


de contrato ou de outras fontes, que dizem respeito à vida do estabelecimento.
São nomeadamente, os casos:

a) Do direito ao arrendamento.
b) Dos direitos reais de gozo.
c) Dos créditos resultantes de vendas, empréstimos, locações, etc.
d) Dos direitos resultantes de certos contratos estritamente relacionados com a
esfera de actividade mercantil, como o de agência, o de distribuição, o de
concessão, os contratos de edição.
e) Dos direitos emergentes dos contratos de trabalho e de prestação de serviços
com os colaboradores do comerciante no estabelecimento.
f) Em especial, dos direitos de propriedade industrial, que têm em comum a
característica de terem sido instituídos e regulados na lei especificamente com
vista à proteção da empresa e quer destes direitos seja directamente titular o
comerciante, quer a fruição deles advenha de contratos de transmissão ou de
licença.
E, evidentemente, são também elementos incorpóreos do estabelecimento as
obrigações do comerciante a ele relativas, quer o seu passivo, ou seja, as
dívidas resultantes da sua actividade comercial, quer as demais obrigações que
formam o correspectivo ou a face oposta dos direitos dos tipos acima
mencionados.

► A clientela: Existe um direito à clientela quando assenta em contratos de


fornecimento, ou quando resulta de cláusulas de protecção específica
(cláusulas de não-estabelecimento ou de não-concorrência), consagradas em
contratos de trespasse ou cessão de exploração, bem como em contratos de
trabalho, de concessão comercial, etc. A clientela constitui um elemento
juridicamente distinto e relevante do estabelecimento.

► O aviamento: Distinto da clientela é o aviamento do estabelecimento, ou


seja, a capacidade lucrativa da empresa, a aptidão para gerar lucros
resultantes do conjunto de factores nela, reunidos.
O aviamento resulta do conjunto de elementos da empresa, mas também de
certas situações de factos que lhe potenciam a lucratividade, como são as
relações com os fornecedores de mercadorias e de crédito, as relações com os
clientes, a eficiência da organização, a reputação comercial, a posição mais ou
menos forte no mercado, etc.

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O aviamento exprime, pois, a capacidade lucrativa e este confere ao


estabelecimento uma mais-valia em relação aos elementos patrimoniais que o
integram, a qual é tida em conta na determinação do montante do respectivo
valor global.
Note-se, porém, que as situações de facto acima referidas são elementos do
estabelecimento, mas o aviamento não é em geral considerado propriamente
como um elemento, mas sim como uma qualidade do estabelecimento, à
imagem do que acontece com a fertilidade de um terreno.
Não se confunda, pois, o aviamento com a clientela, já que esta é um elemento
do estabelecimento e pode, quando muito, ser utilizada pragmaticamente como
índice significativo do aviamento.
O conceito moderno de stakeolders representa o conjunto de entidades que se
relacionam com as empresas comerciais – acionistas, clientes, fornecedores,
entidades supervisão e regulação.

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