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SUCESSÕES
Professor Me. Ricardo Oliveira da Silva Júnior
Aula 01- Aula Introdutória
Direito das Sucessões
■ Nota-se, portanto, que o termo sucessões, para os devidos fins, deve ser lido
apenas para incorporar a sucessão mortis causa, ou seja, que decorre da morte.
Não se pode esquecer, todavia, que há a sucessão por ato inter vivos, que pode
estar presente em várias situações, como naquela em que uma empresa sucede a
outra por questões contratuais.
■ O Direito das sucessões realiza a finalidade institucional de dar a continuidade possível ao
descontínuo causado pela morte.
■ A continuidade a que tende o Direito das sucessões manifesta-se por uma pluralidade de
pontos de vista.
■ No plano individual, ele procura assegurar finalidades próprias do autor da sucessão, mesmo
para além do desaparecimento deste. Basta pensar na relevância do testamento.
■ A continuidade deixa marca forte na figura do herdeiro. Veremos que este é concebido ainda
hoje como um continuador pessoal do autor da herança, ou de cujus. Este aspecto tem a sua
manifestação mais alta na figura do herdeiro legitimário.
■ Mas tão importante como estas é a continuidade na vida social. O falecido participou desta, fez
contratos, contraiu dívidas... Não seria razoável que tudo se quebrasse com a morte,
frustrando os contraentes. É necessário, para evitar sobressaltos na vida social, assegurar que
os centros de interesses criados à volta do autor da sucessão prossigam quanto possível sem
fracturas para além da morte deste” .
■ Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka apresenta como fundamento pertinente
para o Direito das Sucessões a necessidade de alinhar o Direito de Família ao direito
de propriedade, eis que “o fundamento da transmissão causa mortis estaria não
apenas na continuidade patrimonial, ou seja, na manutenção pura e simples dos
bens na família como forma de acumulação o de capital que estimularia a poupança,
o trabalho e a economia, mais ainda e principalmente no ‘fator de proteção, coesão e
de perpetuidade da família.
■ A partir das lições dos Mestres, conclui-se que o Direito Sucessório está baseado no
direito de propriedade e na sua função o social (art. 5.o, incs. XXII e XXIII, da
CF/1988). Porém, mais do que isso, a sucessão mortis causa tem esteio na
valorização constante da dignidade humana, seja do ponto de vista individual ou
coletivo, conforme o art. 1.o, inc. III, e o art. 3.o, inc. I, da Constituição Federal de
1988.
■ O registro da origem do direito sucessório se
A evolução consagrou em Roma, após cada pater família
constituir sua família.
sucessões no
se a estruturar as sociedades e assim cada família
possuía seu próprio patrimônio e religião que se
denominou o culto familiar.
Mundo.
■ Um homem morria sem filhos; para saber quem seria
o seu herdeiro, bastava procurar aquele que deveria
ser o continuador do seu culto. Ora, a religião
doméstica transmitia-se pelo sangue, de varão em
varão. Só a descendência em linha masculina
estabelecia entre dois homens a ligação religiosa,
permitindo a um continuar o culto do outro.
■ Na obra de Coulange, o filho primogênito era responsável por toda a sucessão
testamentária, após a morte de seu genitor, o titular dos bens, que era transmitido
através de um culto religioso.
■ exceção, onde nas famílias romanas não atribuía essa responsabilidade de títulos de
propriedades aos filhos ilegítimos, pois no Direito Romano a legislação era a Lei das
XII Tábuas que expressava legalmente que os filhos havidos da relação concubinária,
não sendo concedidos os direitos aos alimentos e à sucessão paterna, mas se a
família não possuía nenhum herdeiro, seja ele por grau de parentesco, a adoção era
um meio de assegurar o título de propriedade e o culto religioso do falecido.
sucessões no
Brasil
■ a Constituição Federal de 1988 vedou esse ato
discriminatório em relação a filiação e consagrou
os herdeiros ilegítimos no enquadramento no
princípio da igualdade na filiação, seja estes frutos
fora do casamento ou adoção, já que entende-se
pelo ato de suceder é um ato que alguém seja ele
herdeiro legitimo ou ilegítimo, recebe essa
transmissão de títulos e obrigações, em
decorrência da morte do antigo titular dos bens.
■ Hodierno o Direito Sucessório tem previsão legal no art. 5º, incisos XXX e XXXI da
Constituição Federal de 1998; no art. 10 da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro; nos artigos 982 a 1169 do Código de Processo Civil; nos artigos 1784 a
2027 do Código Civil e na Lei 11.441/2007.
Modalidades básicas de sucessão mortis causa
– Ao cônjuge sobrevivente;
– Aos colaterais;
■ Os herdeiros na sucessão legitimam, distinguem-se dos herdeiros necessários,
como descreve Gonçalves:
■ Art. 96 do CPC/1973:
Ato contínuo, ainda pelo Estatuto Processual anterior, seria competente o foro:
I) Da situação dos bens, se o autor da herança não possuísse domicílio certo.
Exemplos: casos de nômades e circenses.
II) Do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tivesse domicílio certo e
possuía bens em lugares diferentes.
■ O dispositivo recebeu algumas alterações pelo Código de Processo Civil de 2015,
correspondendo, agora, ao art. 48 do Estatuto Processual emergente. De início, o caput
do novo comando dispõe que o foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o
competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições
de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as
ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Em
suma, foi mantida a regra geral anterior nesta primeira parte da norma.
■ Porém, o parágrafo único do novo art. 48 do CPC/2015 dispõe que, se o autor da herança
não possuía domicílio certo, será competente:
I) o foro de situação dos bens imóveis. Como se nota, essa nova norma menciona apenas
os bens imóveis e não os móveis, que eram englobados pela regra anterior;
I) havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes, o que é inovação
legislativa;
II) não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio, o que passa
a ser aplicado aos bens móveis.
Considerações Finais
■ Para finalizar o estudo dos preceitos gerais e básicos relativos à sucessão mortis
causa, deve-se atentar ao fato de ser o direito à herança garantido como um direito
fundamental pelo art. 5.o, inc. XXX, da Constituição Federal de 1988. Vários são os
exemplos de concreção da norma constitucional, em um sadio diálogo entre o Direito
das Sucessões e o Direito Constitucional, na linha da escola do Direito Civil
Constitucional.
DA HERANÇA E DE SUA ADMINISTRAÇÃO
■ A herança é o conjunto de bens formado com o falecimento do
de cujus (autor da herança).
■ Nos termos do art. 1.791 do Código Civil, a herança defere-se como um todo unitário, ainda
que vários sejam os herdeiros. Pelo mesmo comando legal, até a partilha, o direito dos
coerdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas
normas relativas ao condomínio.
■ Forma-se, então, um condomínio eventual pro indiviso em relação aos bens que integram a
herança, até o momento da partilha entre os herdeiros.
Situações Hipotéticas
Os herdeiros respondem pelas dívidas do de cujus somente até os limites da herança
e proporcionalmente às suas quotas. Exemplo: o falecido deixou dois herdeiros e um
patrimônio de R$ 500.000,00. Deixou, ainda, uma dívida de R$ 1.000.000,00. Cada
herdeiro somente responde nos limites das suas quotas na herança (R$ 250.000,00).
A herança jacente é aquela que ocorre quando alguém falece e não é deixado nenhum herdeiro, e
nenhum testamento, tornando-a assim uma herança sem nenhuma destinação.
É prevista no Código Civil, mediante o artigo 1.819, que quando falece alguém sem deixar nenhum
testamento indicando quais são os herdeiros legítimos ou os legatários para receber a herança do
falecido, ou ainda na hipótese de que quando os herdeiros são indicados pelo testamento, mas não
existem ou não aceitaram a herança e ainda se o falecido não deixar nenhum cônjuge ou companheiro.
Art. 1819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os
bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua
entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.
O pedido de declaração da herança jacente deverá ser elaborado pela Fazenda Pública, Ministério Público
e/ou interessado por meio de advogado, instruído com a certidão de óbito.
HERANÇA VACANTE
A herança vacante é aquela em que o bem é devolvido ao patrimônio publico, por não haver herdeiros que se
habilitassem no período da jacência. É a herança em que é declarada ser de ninguém.
Art. 1.820 – Código Civil: praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos
editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro
habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.
Após ser declarada essa vacância, se existir algum herdeiro colateral, estes ficam excluídos, sem direito a
sucessão. Já os outros herdeiros, que são os ascendentes e descendentes, tem o prazo de cinco anos contados
da abertura da sucessão para dar início a ação de petição de herança. E, se nenhum herdeiro der início a ação e
passar o prazo de cinco anos da abertura da sucessão, o acervo hereditário será em definitivo do poder público.
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem;
mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando
situados em território federal.
DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA E OS LEGITIMADOS A
SUCEDER
■ O direito à sucessão é garantido pela Constituição da República de
1988, em seu art. 5º, XXX: “é garantido o direito à herança”.
■ O Código Civil definiu em seus arts. 1798 e 1799 quem são as pessoas
com capacidade sucessória legítima e testamentária, ou seja, que
possuem condições para suceder o autor da herança. Frisa-se que
capacidade sucessória não se confunde com capacidade civil, pois esta
refere-se a aptidão para exercer os atos da vida civil, enquanto aquela
diz respeito à atribuição do direito de suceder, é uma condição comum a
toda e qualquer pessoa, física ou jurídica, existente na época da
abertura da sucessão.
■ O artigo 1798 do Código Civil, dispõe que: Legitimam-se a suceder as
pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da
sucessão.
■ Três são as formas de aceitação da herança que podem ser retiradas dos arts. 1.805 e
1.807 do CC:
1- Aceitação expressa – feita por declaração escrita do herdeiro, por meio de instrumento
público ou particular.
2- Aceitação tácita – resultante tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
Como exemplo, cite-se a hipótese em que o herdeiro toma posse de um bem e começa a
administrá-lo e a geri-lo como se fosse seu.
3- Aceitação presumida – tratada pelo art. 1.807 do CC, segundo o qual o interessado em
que o herdeiro declare se aceita ou não a herança, poderá, vinte dias após aberta a
sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de 30 dias, para, nele, se pronunciar
o herdeiro. Isso, sob pena de se haver a herança por aceita.
RENÚNCIA DA HERANÇA
■ Em relação à renúncia da herança, esta sempre deve ser expressa, constando de
instrumento público ou termo judicial (art. 1.806 do CC). Assim, não se admite a
renúncia tácita, presumida ou verbal. O desrespeito a essa regra importa em nulidade
absoluta do ato, por desrespeito à forma e à solenidade.
■ Assim, dá-se o nome de sucessão legítima àquela regulada pela lei, pela
ordem de vocação hereditária, com determinação da escala de
preferência dos herdeiros no chamamento à herança.
O Código Civil prevê que a capacidade de testar é de toda pessoa física de direito
natural, maior de 16 anos, não declarada incapaz pela lei e que esteja em pleno
discernimento no momento do testamento.
Qualquer pessoa é capaz de receber por testamento, seja pessoa física ou jurídica.
Segundo o artigo 1798 do CC, “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já
concebidas no momento da abertura da sucessão”.
TESTAMENTO - CONCEITO
■ Conforme ensinamento de Carlos Roberto Gonçalves
(2010, p.74)
■ É o mais utilizado no Brasil, devendo ser redigido em Língua Nacional Portuguesa, se configura
em uma escritura pública, que deve ser lavrado ou redigido em um livro de notas, ato privativo e
indelegável do tabelião, mas que pode ser realizado por seu substituto legal, de acordo com as
declarações do testador.
■ É considerado o mais seguro dos testamentos, pois uma cópia fica registrada no cartório,
impossibilitando perdas e destruição do testamento. Podendo qualquer pessoa ter acesso após
a sua morte.
■ Exigem duas testemunhas, maiores de dezesseis anos, alfabetizadas e com capacidades para
os atos da vida civil, e que compreendam a língua portuguesa, essenciais para a validade do
ato.
Essa forma de testamento não pode ter como testemunha o surdo, o cego, o herdeiro ou o legatário
instituído no testamento, seus descendentes, ascendentes, irmãos, cônjuges ou companheiros. Deve
ser alguém totalmente alheio as partes envolvidas.
O testamento deve ser lavrado, lido em voz alta pelo tabelião ao testador e as duas testemunhas ao
mesmo tempo. O tabelião, testador e testemunhas devem assinar o documento. Se o testador não
souber assinar, o oficial declara o fato e designa uma das testemunhas para assinar pelo testador.
Art. 1.866. “O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá o seu testamento, e, se não o souber,
designará quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas.”
Art. 1.867. “Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz alta, duas vezes,
uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas, designada pelo
testador, fazendo-se de tudo circunstanciada menção no testamento.”
■ É o testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa a seu rogo, ficando sujeito à aprovação
pelo tabelião ou seu substituto legal em presença do testador e de duas testemunhas para que seja
assegurada a autenticidade do ato.
■ Ele só possui eficácia após o auto de aprovação ser lavrado por tabelião, na presença de duas
testemunhas idôneas.
■ Esse testamento pode ser escrito mecanicamente, desde que enumeradas e autenticadas com
assinatura todas as páginas.
■ O testamento cerrado possui caráter sigiloso, para quem quer manter segredo sua última vontade,
até a sua abertura.
■ Segundo o Art. 1.869 do Código Civil, “o tabelião deve começar o auto de aprovação imediatamente
depois da última palavra do testador, declarando, sob sua fé, que o testador lhe entregou para ser
aprovado na presença das testemunhas; passando a cerrar e coser o instrumento aprovado.”
O testamento cerrado poderá ser escrito em língua nacional ou estrangeira.
Analfabeto e o cego não pode fazer esse tipo de testamento. Não pode dispor de seus bens em
testamento cerrado, quem não saiba ou não possa ler.
O surdo mudo contando que escreva de próprio punho o testamento e assine pode realizar
essa forma de testamento, entregando para o tabelião perante duas testemunhas, escrevendo
na face externa do papel que aquele é o seu testamento, cuja aprovação lhe pede.
Após o falecimento do testador, o testamento será apresentado ao juiz, que abrirá e fará o
registro, ordenando que seja cumprido, se não achar vício que o torne nulo ou suspeito de
falsidade.
- Testamento Particular: Artigos 1876 a 1880 do Código Civil.
■ Se o testamento for escrito de próprio punho, deverá ser lido e assinado por quem
escreveu na presença de três testemunhas que o devem subscrever. Se for escrito
mecanicamente, não poderá conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser
assinado pelo testador e lido na presença de três testemunhas que o subscreverão.
Correndo o risco de ser considerado nulo, se não respeitar esses requisitos.
■ Com a morte do testador, o testamento é levado para o juiz do inventário, com citação
dos herdeiros legítimos e as testemunhas devem ser convocadas para confirmar a sua
autenticidade, para o reconhecimento do testamento e de suas assinaturas.
Não é necessária a presença do tabelião para esse testamento, porém ele depende
da confirmação em juízo das testemunhas, que poderão não estar mais presentes
ou não se lembrarem mais do ocorrido após a abertura da sucessão.
De acordo com o Art. 1.878 do Código Civil. “Se as testemunhas forem contestes
sobre o fato da disposição, ou, ao menos, sobre a sua leitura perante elas, e se
reconhecerem as próprias assinaturas, assim como a do testador, o testamento
será confirmado.
Caso não seja encontrada nenhuma testemunha, mesmo que não houver duvida da
autenticidade do testamento, o juiz devera homologar o testamento.
CODICILOS
- Artigos 1881 a 1885 do Código Civil.
■ Assuntos relacionados a seu enterro, esmolas de pouca monta, legar móveis, roupas e joias de
pouco valor de seu uso pessoal, reabilitar o indigno.
■ Trata-se de um documento particular, escrito e assinado pelo testador, possuindo a data como
requisito essencial. Não necessita de testemunhas e deve ser fechado de forma semelhante ao
testamento cerrado.
■ Um codicilo pode revogar outro codicilo, um testamento pode revogar um codicilo. Mas o
codicilo não pode revogar o testamento. Se houver um testamento posterior ao codicilo, este
deve menciona-lo e confirma-lo para não revoga-lo.
FORMAS ESPECIAIS DE TESTAMENTO
■ São testamentos que levam em consideração não ter meios de utilizar a forma ordinária e a
situação na qual se encontram, para manifestar a sua última vontade em eminente risco de
morte.
Art. 1.892. “Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de
uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o
testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária.”
- Testamento Militar: Artigos 1893 a 1896 do Código Civil.
■ Esse testamento pode ser feito de forma pública, cerrada ou oral. Restringe-se aos
militares ou civis que estejam a serviço das Forças Armadas. A lei exige que o testador
esteja em campanha, fora do país ou em praça sitiada, ou em local que esteja com a
comunicação interrompida, não havendo tabelião ou representante legal.
■ O testamento pode ser feito perante duas testemunhas, e se o testador não souber
assinar terá de ser feito por três testemunhas, onde uma assinará por ele.
■ Pode ser escrito pelo comandante, ou por algum oficial de saúde se o mesmo estiver
impossibilitado em tratamento hospitalar.
■ Segundo o Art. 1.895. “Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador
esteja, noventa dias seguidos, em lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se
esse testamento apresentar as solenidades prescritas no parágrafo único do artigo
antecedente.”
Existe o testamento nuncupativo como espécie de testamento
militar, estando empenhadas em combate ou feridas, em
perigo iminente, pode testar nuncupativamente, na forma
verbal, confiando sua ultima vontade a duas testemunhas.
A sentença no procedimento de
inventário é meramente A lei permite a simplificação da
declaratória, pois, nos termos do primeira etapa, quando o
princípio de saisine, a inventário é substituído por
transferência da propriedade se um arrolamento.
deu no momento da morte do
titular dos bens.
Espécies de Inventário
■ O art. 1.796, do Código Civil, prevê que o Inventário deverá ser instaurado
no prazo de 30 dias, a contar da abertura da sucessão, ou seja, do dia da
morte do autor da herança.
Se o falecido não tinha domicílio certo, será competente o do lugar da situação dos
bens e, se não possuía domicilio certo, mas bens em lugares diferentes, competente
será o juízo do lugar em que o óbito se deu.
I – o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da
morte deste;
III – qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio;
IV – o herdeiro menor, por seu representante legal;
V – o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver
distribuída em legados;
VI – o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII – o inventariante judicial, se houver;
VIII – pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o
compromisso de bem e fielmente desempenhar a função
Cumprido o disposto no art. 642, § 3º do CPC, ou
seja, separados os bens para pagamento das
dívidas do de cujus, "o juiz facultará às partes
que, no prazo comum de 15 (quinze) dias,
formulem o pedido de quinhão e, em seguida,
proferirá a decisão de deliberação da partilha,
resolvendo os pedidos das partes e designando
os bens que devam constituir quinhão de cada
A Partilha de herdeiro e legatário" (art. 647 do CPC).
Bens
Na partilha, serão observadas: a máxima
igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à
qualidade dos bens; a prevenção de litígios
futuros; a máxima comodidade dos coerdeiros, do
cônjuge ou do companheiro, se for o caso
(art. 648 do CPC/2015).
O partidor organizará o esboço da partilha de acordo com a decisão judicial,
observando nos pagamentos a seguinte ordem: I - dívidas atendidas; II - meação
do cônjuge; III - meação disponível; IV - quinhões hereditários, a começar pelo
coerdeiro mais velho.
Nos termos do art. 657 do CPC, "a partilha amigável, lavrada em instrumento
público, reduzida a termo nos autos do inventário ou constante de escrito
particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial
ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4º do art. 966".