TÉCNICA DE CONTABILIDADE

0563 Legislação Comercial

Formação Tecnológica
Formadora: Alexandra Sousa
Início do módulo a 20 de Junho de 2012
Terminação do módulo a 27 de Julho de 2012
Duração do módulo: 25 horas

Conteúdo: Interpretar a legislação comercial relevante para a actividade da empresa.

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APONTAMENTOS EM AULA
DIREITO:
Conjunto de normas jurídicas que visam regular a vida em sociedade.

NORMAS J URÍDICAS:
Regras de conduta social protegidas pelo Direito.
Exemplo:
“Quem matar outrem será punido com uma pena de prisão de 8 a 16 anos.”

CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS J URÍDICAS:

Universalidade – Aplicável a todos.
Generalidade- Abrange todas as situações hipotéticas da vida real.
Imperatividade- São obrigatórias.
Coercivas- Faculdade do Estado que se traduz num cumprimento forçado da lei.

FONTES DO DIREITO :
Lei ou Norma- A Lei é aplicada pela Assembleia da República o Decreto de Lei é aplicada pelo
Governo.
Doutrina- Consiste em pareceres ou trabalhos dos professores de Direito que ajudam na interpretação e
aplicação da lei.
Jurisprudência- Acórdãos e sentenças que permitem conhecer o entendimento dos senhores juízes em
determinadas situações concretas.
Costume- Prática reiterada de um comportamento aceite pela sociedade como obrigatória.

DIREITO PRIVADO E DIREITO PÚBLICO: CRITÉRIOS DE DISTINÇÃO

Público
1. Quanto ao interesse Privado

Se pessoa colectiva pública- Direito Público (Estado,

2. Quanto aos sujeitos
Instituto Público, Associação Pública, Autarquias e
Regiões Autónomas)

Se particulares então é o Direito Privado

Se algumas das partes surgir munida de poderes de autoridade

3. Relativamente à
qualidade dos sujeitos Então Direito Público
Se ambas as partes tiverem em pé de igualdade então Direito
Privado

Técnica de Contabilidade 1
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APONTAMENTOS EM AULA

EMPRESA:
Conjunto de meios e humanos e materiais devidamente organizados e
dotados de direcção com vista a desenvolver uma actividade
económica e produtiva.

TIPOS JURÍDICOS DE EMPRESA:

1. Empresário em Nome Individual
2. E.I.R.L. (Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada)
Civis
3. Sociedades
Comerciais
4. Cooperativas
Cooperativas- Alguns consideram empresa ou não, uma vez que o sentido das cooperativas é a poupança.

EMPRESÁRIO EM NOME INDIVIDUAL :

• Empresa é titulada por uma única pessoa (singular), cujos bens estão directamente destinados à
exploração da sua actividade económica.
• Não existe separação entre o património pessoal e o património da empresa, pelo que todos os
bens do empresário respondem pelas dívidas.
• O empresário em nome individual não precisa de capital mínimo para iniciar a sua actividade
bastando, para o efeito, inscrever se na Repartição de Finanças da sua área de residência e na
Segurança Social, assim como efectuar registo na Conservatória do Registo Comercial (CRC) ou
no Ficheiro Central de Pessoas Colectivas (FCPC). Posteriormente, é lhe entregue o cartão de
empresa (cartão de identificação do comerciante) que é obrigatório.
• A Firma da empresa é composta pelo nome do comerciante, completo ou abreviado, podendo
conter alcunha ou expressão alusiva à actividade, ex.: Mariazinha unhas de gel.
• Sempre que possua colaboradores ou outros trabalhadores o empresário deve comunicar à ACT.

ESTABELECIMENTO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA:

• Forma de empresa em que o comerciante destina ao estabelecimento parte do seu património,
com o qual constituirá o capital inicial da sua actividade. O capital mínimo é de 5.000 € e a
constituição da E.I.R.L. é feita por escrito sendo obrigatório o seu registo comercial e publicação
no Diário da República.
• A Firma do estabelecimento é constituída pelo nome do seu titular, acrescido ou não de
referência ao objecto do comércio nele exercido e incluem, sempre a expressão
“Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada” ou “E.I.R.L.”.

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• Pelas dívidas resultantes de actividades compreendidas ao objecto do E.I.R.L (actividade da

empresa) respondem os bens a estes destinados a menos que o seu titular não respeite o principio
da separação de património.

SOCIEDADES CIVIS:
Define um conceito geral de sociedade, esta será então aquela em que “duas ou mais pessoas” se obrigam
a contribuir com bens ou serviços para o exercício em comum de uma certa actividade económica, que
não seja de mera fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes desta actividade.

ELEMENTOS DO CONCEITO DE UMA SOCIEDADE :

1. Pessoais- existem de uma pluralidade de sócios (mais que um).
2. Patrimonial- consiste na obrigação dos sócios contribuírem com bens ou serviços.
3. Elemento Finalístico- exercício, em comum, de uma actividade económica (objecto).
4. Elemento Teológico- divisão dos lucros resultantes da actividade.
Distinção entre Sociedade Civil e Sociedade Comercial- Pelo objecto da actividade

TIPOS DE SOCIEDADES :
Sociedades Anónimas
Sociedades por Quotas ou Sociedade Unipessoal por Quotas
Sociedades em Nome colectivo
Simples
Sociedades em Comandita
Por acções

SOCIEDADES :
Sociedade Civil- Pratica actos civis e não estão obrigadas a escolher o tipo societário.
Sociedades Comerciais- Pratica actos de comércio e estão obrigadas a escolher o tipo societário previsto
na lei.

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MATERIAL DADO PELA FORMADORA

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APONTAMENTOS EM AULA

CONTRATO DE COMPRA E VENDA:

ELEMENTOS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA :

1. Capacidade Jurídica
2. Objecto lícito
3. Forma legal permitida
4. Mútuo acordo

CONTRATO DE L OCAÇÃO:
Concessão temporária pelo uso de uma coisa mediante retribuição.
Será um arrendamento quando der- se sobre coisa imóvel e aluguer quando incide sobre coisa móvel. As
partes do contrato são o locador e o locatário. Num arrendamento aquele que cede o espaço chama se
locador ou senhorio. Aquele que paga uma renda como contrapartida do gozo do bem é o locatário ou
arrendatário.

CONTRATO DE L OCAÇÃO DE ESTABELECIMENTO:

Transferência temporária e onerosa do gozo de um prédio, ou parte dele, em conjunto com a exploração
de um estabelecimento comercial nele instalado.
Assim na situação em que o titular (proprietário) de um prédio, ou parte dele, o arrenda a terceiros, em
conjunto com a concessão temporária do estabelecimento que nele vinha explorando. Trata se aqui de um
contrato que associa o arrendamento do prédio ou fracção e o aluguer do estabelecimento.

CESSÃO DE E XPLORAÇÃO COMERCIAL:

A mera transmissão da exploração do estabelecimento comercial instalado num prédio recebido de
arrendamento pelo transmitente da exploração continuando o locatário do prédio ou fracção a ter essa
posição e ficando no entanto na qualidade de locador do estabelecimento. A transferência não precisa de
autorização do senhorio mas deve ser lhe comunicado no prazo de um mês, sob pena daquele poder fazer
cessar o contrato.

TRESPASSE:
Transmissão definitiva de um estabelecimento comercial.
Exige uma transmissão do estabelecimento no seu todo, abrangendo todos os seus elementos:
Coisas corpóreas: instalações, mercadorias, matérias-primas, instrumentos de trabalho, computadores,
etc…
Coisas incorpóreas: firma, marca, patentes, direitos de propriedade, contratos de trabalho, contratos com
fornecedores, contratos de publicidade, contratos relativos ao fornecimento de água, electricidade,
telemóvel, gás, etc…
Aviamento: aptidão funcional e produtiva do conhecimento para gerar lucro.

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Clientela: conjunto real ou potencial de pessoas dispostas a contratar com o estabelecimento adquirindo
bens ou serviços.
Relativamente ao passivo (conjunto de obrigações contraídas pelo comerciante), aquele que trespassou só
fica liberto das dívidas se os credores o consentirem. Por isso são frequentes os trespasses que se limitam
ao activo do estabelecimento.
O contrato de trespasse pressupõe sempre a transferência de todos os elementos integrantes do
estabelecimento comercial e a continuação do exercício da mesma actividade.
Quando o trespasse verse sobre estabelecimento
Instalado em local arrendado, não necessita de autorização do senhorio mas a mudança do arrendatário
deve ser lhe comunicada, sob pena de o arrendamento poder ser resolvido. Além disso o senhorio possui
direito de preferência na venda do estabelecimento.

CONTRATO :
Acordo que visa a constituição, modificação ou extinção de direitos e obrigações.
 Contrato pode ser Civil ou Comercial
 Contrato pode ser civil se for para uso pessoal
 Contrato pode ser comercial se for para voltar a vender ou alugar

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS :

Acordo através do qual o prestador se obriga a apresentar determinado resultado realizando a sua
actividade com autonomia técnica regra geral os materiais utilizados na elaboração do trabalho são do
próprio prestador que não está sujeito a qualquer ordem directa ao poder disciplinar de entidade
beneficiária.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS DESTE CONTRATO:

O prestador não está obrigado a cumprir um horário.
Não está obrigado a seguir instruções relativas ao modo como deve realizar o trabalho estando apenas
obrigado a apresentar resultados, dentro do prazo acordado e do orçamento previsto.

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APONTAMENTOS EM AULA

DEVERES DOS GERENTES E ADMINISTRADORES :

De cuidado- Disponibilidade, conhecimentos técnicos e conhecimentos da actividade da empresa.
De diligência- Agir com diligência de um gestor criterioso.
De lealdade- Agir no interesse da sociedade, atendendo ao interesse dos sócios e dos outros sujeitos
relevantes para a sustentabilidade da sociedade, como os seus trabalhadores, clientes e credores.

RESPONSABILIDADE PARA COM OS CREDORES SOCIAIS :

Os gerentes ou administradores da sociedade respondem perante os credores sociais quando o património
pessoal se tornar insuficiente para a satisfação dos seus créditos desde que esta insuficiência resulte da
violação culposa de disposições legais ou contratuais destinadas à protecção dos credores (artigo 78
C.S.C) no entanto, a responsabilidade é excluída se conseguirem provar que agiram segundo critérios de
racionalidade empresarial ou em consequência de deliberação dos sócios.
Incorrem, igualmente, em responsabilidade civil, devendo indemnizar os credores sociais, os gerentes ou
administradores de uma sociedade devedora que constituam, para funcionar no mesmo local e
praticamente com o mesmo objecto, uma outra sociedade para o qual transfiram parte dos bens daquela,
descapitalizando-a por completo até deixar reduzido o respectivo património a créditos de cobrança
duvidoso.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA:
De acordo com a lei geral tributária, os administradores ou gerentes são subsidiariamente responsáveis
relativamente à empresa e solidariamente entre si pelas dívidas tributárias que se tenham constituído
durante o período de exercício do seu cargo ou em que o prazo para pagamento tenha terminado depois
deste quando tiver sido culpa sua que o património da empresa se tornou insuficiente para a sua
satisfação; pelas dívidas tributárias cujo prazo para pagamento ou entrega tenha terminado no período do
exercício do seu cargo desde que não provem que a falta de pagamento não é da sua irresponsabilidade.

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