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DIREITO

EMPRESARIAL-
COMERCIAL

Profª. Jorgiana Mota


Conteúdo
• Empresa, função social.

• A atividade empresarial.

• Tipos de sociedade.

• Responsabilidade Civil do Empresário e a


Proteção ao Consumidor.

• Registro e escrituração.

Título da Apresentação 2
Empresa, função social
Empresa, função social
Empresa é uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços. Empresário é a pessoa, física (empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária ou
EIRELI), que exerce profissionalmente uma empresa (art. 966 do CC). E estabelecimento empresarial é
o conjunto organizado de bens, materiais ou imateriais, usados no exercício de uma empresa (art. 1.142
do CC).
Assim, quando se fala em função social da empresa faz-se referência à atividade empresarial em si,
que decorre do uso dos chamados bens de produção pelos empresários. Como a propriedade (ou o
poder de controle) desses bens está sujeita ao cumprimento de uma função social, nos termos do art.
5º, inciso XXIII, da CF/88, o exercício da empresa (atividade econômica organizada) também deve
cumprir uma função social específica, a qual, segundo Fábio Ulhoa Coelho, estará satisfeita quando
houver criação de empregos, pagamento de tributos, geração de riqueza, contribuição para o
desenvolvimento econômico, social e cultural do entorno, adoção de práticas sustentáveis e respeito aos
direitos dos consumidores.
Enfim, a empresa não deve, segundo os defensores desse princípio, apenas atender os interesses
individuais do empresário individual, do titular da EIRELI ou dos sócios da sociedade empresária, mas
também os interesses difusos e coletivos de todos aqueles que são afetados pelo exercício dela
(trabalhadores, contribuintes, vizinhos, concorrentes, consumidores etc.).
A atividade empresarial
A atividade empresarial
Atividade empresarial e atividade econômica
A atividade será empresarial se for profissional e organizada para o exercício de atividade econômica
para a produção ou circulação de bens e serviços.
Assim, os requisitos impostos pelo CC para caracterizar a atividade empresarial são: (a) a atividade
econômica de produção ou circulação de bens e serviços; (b) organização; (c) o profissionalismo no
desempenho da atividade produtiva.
Por atividade econômica terá como ponto de partida a finalidade comum na organização dos fatores
de produção, para produzir ou circular bens ou serviços. A economicidade é fator preponderante para a
caracterização da empresa, pois mesmo que a atividade não gere lucro poderemos estar perante uma
economicidade, uma vez que “economicidade da atividade exige que a mesma seja capaz de criar novas
utilidades, novas riquezas, englobando aqui o aumento do valor do bem. Não sendo caracterizado como
atividade econômica aquela desenvolvida unicamente com o intuito da satisfação das necessidades
pessoais do responsável, bem como aquela voltada exclusivamente para produção do mercado, pois a
segurança jurídica poderia não ser atingida” (Aquino, 2015, p. 87).
A qualificação da atividade econômica como empresarial atinge tanto as antigas atividades
mercantis como aquelas decorrentes da junção de atividades intelectuais, desde que elas constituam
elementos de empresa.
Capacidade Jurídica para o
exercício da atividade
empresarial
Capacidade Jurídica para o exercício da
atividade empresarial
1. Conceitos e características

O conceito de atividade empresarial pode ser identificado no artigo 966 do Código Civil. Segundo a
teoria da empresa, “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
O empresário pode ser pessoa física (empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária); em
ambos os casos, são requisitos ou características:

• profissional: o empresário deve exercer sua atividade de forma habitual, não esporádica;
• atividade: o empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa;
• econômica: a busca do lucro na exploração da empresa;
• organizada: segundo o professor Fábio Ulhoa Coelho, os fatores presentes na empresa são: o
capital, a mão de obra, os insumos e a tecnologia;
• produção: a fabricação de mercadorias ou a prestação de serviços;
• circulação: a intermediação de mercadorias ou de serviços.
Capacidade Jurídica para o exercício da
atividade empresarial
2. Capacidade civil para ser empresário

• Maiores de 18 anos, no gozo de seus direitos civis;


• Maiores de 16 e menores de 18 anos, desde que emancipados e não legalmente impedidos.

Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa


exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Nesses casos, o incapaz será
autorizado pelo juiz. Se, contudo, o representante ou assistente forem pessoas legalmente impedidas,
será nomeado um gerente com a aprovação do juiz, sem prejuízo da responsabilidade do representante
ou do assistente. Ademais, o uso da firma caberá, conforme o caso, ao gerente ou ao representante do
incapaz, ou a este, quando puder ser autorizado.
Destaque-se que, tanto a emancipação, quanto a autorização deverão ser averbadas no Registro do
Comércio, ou seja, na Junta Comercial.
Capacidade Jurídica para o exercício da
atividade empresarial
3. Sócio Incapaz

O Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais, deverá registrar os
contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que (CC, Art. 974, §
3o):
I – o sócio incapaz não exerça cargo de administração da sociedade;
II – o capital social esteja inteiramente integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz, representado.

4. Não podem ser empresários (impedimento por leis específicas)

Algumas pessoas, embora tenham plena capacidade civil, não podem atuar como empresários ou
administradores de sociedades empresárias, por estarem legalmente proibidos de empreender,
independente da área de atuação pretendida. Neste contexto, estão proibidos de atuar como
empresários ou administradores de sociedades empresárias:
Capacidade Jurídica para o exercício da
atividade empresarial
• militares da ativa das três Forças Armadas e das Polícias Militares;
• funcionários públicos civis (União, Estados, Territórios e Municípios);
• magistrados;
• médicos, para o exercício simultâneo da medicina e farmácia, drogaria ou laboratório;
• estrangeiros não residentes no país;
• cônsules, salvo os não remunerados;
• corretores e leiloeiros;
• falidos, enquanto não reabilitados.

Essa impossibilidade, entretanto, não alcança a mera participação dessas pessoas como acionistas,
sócios ou quotistas de sociedade empresária na condição de investidor, que terá direito de receber lucros
e dividendos, além dos demais direitos essenciais de sócios.

Já em relação ao Código Civil, não podem ser administradores de empresas na condição de sócio ou
não sócio, enquanto perdurarem os efeitos da condenação, além das pessoas impedidas por lei especial
(Código Civil artigo 1.011, § 1º):
Capacidade Jurídica para o exercício da
atividade empresarial
• os condenados à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;
• ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato;
• ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa
da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade.

5. Sociedade entre cônjuges e terceiros

No âmbito da capacidade de cada cônjuge, individualmente ou conjuntamente, o Código Civil faculta


aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime
da comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória (Código Civil, art. 977).
Assim, pessoas casadas sob o regime da comunhão parcial de bens podem ser sócias entre si, com
ou sem a presença de terceiros na sociedade, pois estão fora dos impedimentos.
Por fim, podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos. Por outro lado, a pessoa legalmente impedida de exercer
atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas, não havendo
limitação desta responsabilidade, nem o benefício de ordem quanto a eventuais execuções dos bens da
empresa, podendo alcançar diretamente os bens pessoais.
Tipos de Sociedade
Tipos de Sociedade
Uma sociedade empresarial consiste na união de duas ou mais pessoas com um interesse em
comum para exercer uma atividade, podendo existir em modelos como a sociedade simples, sociedade
limitada, sociedade em nome coletivo, dentre outras.

O que é uma sociedade empresarial?


Uma sociedade empresarial é uma dupla ou mais pessoas que se une em algum tipo de sociedade
para a realização de um projeto profissional, dividindo tarefas e responsabilidades legais, de acordo com
o que é definido no início do relacionamento legal.

Embora a definição seja bastante simples, existem diferentes relações possíveis de sociedade e
também diversas questões que tornam a ação complexa o bastante para exigir um bom planejamento,
estudos e auxílio contábil para melhor tomada de decisões.

E pensando na melhor tomada de decisões, muitas empresas recorrem ao serviço de contabilidade


online, que oferece toda a assistência contábil que uma empresa precisa com a possibilidade de atuação
a partir de qualquer lugar do mundo, sendo mais prático e menos burocrático que os serviços
convencionais.
Tipos de Sociedade
1. Sociedade Simples
Uma empresa de sociedade simples, é composta por prestadores de serviço – aqueles profissionais
que têm a profissão como sua principal atividade no mercado ou que simplesmente o executem na
empresa.
De uma maneira generalizada, esse tipo de sociedade necessita de um registro de classe para ser
formado, como é caso do CREA, que habilita o trabalho de corretores de imóvel.
Para formalizar esse tipo de sociedade não é necessário o registro na Junta Comercial, mas é
essencial que ocorra o registro no Cartório e Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

2. Sociedade Limitada
A sociedade limitada envolve uma empresa que possui o investimento financeiro de todos os seus
sócios, podendo ser constituída por quantas pessoas for desejado, e até mesmo outras empresas
(pessoas jurídicas) em alguns casos.
Para organizar essa relação, um dos sócios deve ser atribuído como o administrador a empresa,
possuindo a responsabilidade legal pela função no contrato social da empresa.
A sociedade limitada possui mais obrigações, como por exemplo, ela precisa ser registrada na Junta
Comercial e sua razão social deve incluir a sigla LTDA.
Tipos de Sociedade
3. Sociedade em Nome Coletivo
Na sociedade em nome coletivo, todos os membros respondem pelas dívidas da empresa, tornando-
se “solidários” com a causa proposta. Sendo assim, uma dívida na empresa deve impactar diretamente o
patrimônio pessoal dos sócios.
Devido a essa característica, o Código Civil (art. 1039) permite que esse tipo de sociedade seja
constituído apenas por pessoas físicas, e essas responsabilidades coletivas podem ser limitadas no
contrato social da empresa.

4. Sociedade em Comandita Simples


A sociedade comandita simples é de utilização limitada e divide as partes societárias em duas
categorias: os comanditários e os comanditados; os quais cuidam do capital social da empresa, com a
diferença na participação administrativa.
Os comanditários não fazem parte do quadro administrativo da empresa, enquanto os comanditados
podem assumir funções dentro da organização.
A razão social desse tipo de empresa contém apenas os sócios comanditados e tudo isso deve estar
bem descrito no contrato social da empresa.
Tipos de Sociedade
5. Sociedade Comandita por Ações
Uma sociedade comandita por ações possui seu capital dividido por cotas.
Diferente de uma sociedade anônima, que também é dividida da mesma maneira, nesse modelo
societário apenas os sócios administradores, os quais serão dominados como diretores, é que terão suas
responsabilidades ilimitadas.
Não há proteção de bens dos sócio em casos como falecimento (exceto quando o capital a empresa
estiver negativo). E para que alguém deixe de ser sócio, é preciso que a maioria dos outros sócios
concordem com a decisão.

6. Sociedade Anônima
A sociedade anônima é um dos tipos de sociedade mais comuns no Brasil, podendo ser constituída
por dois ou mais sócios, com o objetivo de acúmulo de capital
O capital social desse tipo de empresa é distribuído através de cotas, podendo existir em dois
formatos: as abertas, em que as ações estarão disponibilizadas na bolsa de valores e as fechadas, que
não permitem a prática.
Muitos acreditam no modelo como mais indicado para casos mais específicos e complexos, deixando
a sociedade limitada para os casos mais recorrentes e simples.
Tipos de Sociedade
7. Sociedade Cooperativa
Uma sociedade cooperativa pode ser dividida entre 3 categorias: singulares (as quais são formadas
apenas por pessoas físicas – com possibilidade de exceção), federações cooperativas (compostas por
pelo menos três sociedades cooperativas singulares – com possibilidade de exceção para associados
individuais) e as confederações de cooperativas (compostas por 3 ou mais federações cooperativas).
Até o ano e 2003, somente era possível constituir uma cooperativa na condição de reunião de um
mínimo de 20 pessoas para realizar sua abertura, o que foi revogado pela Lei 10.406/2002.

8. Sociedade em Conta de Participação


Uma sociedade em conta de participação pode envolver duas ou mais pessoas com a condição de
que ao menos uma delas seja comerciante, não havendo registo de firma social e tendo como objetivo o
lucro em operações muito específicas na área comercial.
A grande vantagem desse tipo de sociedade é a dispensa de burocracias exigidas em outros casos,
servindo para o propósito pontual de interesse mútuo entre as partes, além de um prazo específico para
o fim da sociedade.
Tipos de Sociedade
9. Sociedade de Advogados
Diferente dos outros tipos, a sociedade de advogados funciona de maneira diferente, envolvendo
profissionais credenciados para exercer a função na constituição de uma sociedade simples ou uma
sociedade unipessoal de advocacia (SUA).
O advogado participante de uma sociedade não pode fazer parte de outras, e a legislação prevê que
o nome dessa sociedade faça referência a um dos associados.
Responsabilidade Civil do
Empresário e a Proteção ao
Consumidor
Responsabilidade Civil do Empresário e a
Proteção ao Consumidor
O fenômeno da responsabilidade civil é tão antigo quanto a história da humanidade, sempre
ocorreram ações ou omissões por parte das pessoas, que de alguma forma vieram a ocasionar prejuízos
a outras, advindo assim a necessidade de reparação dos danos causados.
Na sociedade contemporânea um dos temas que têm ensejado grandes controvérsias no meio
jurídico está justamente relacionado à responsabilidade civil empresarial. Isso em decorrência do
extraordinário avanço tecnológico e também sócio-econômico que vem se verificando, além da produção
em massa de produtos e prestação de serviços, passando a exigir uma maior conscientização acerca das
responsabilidades que as atividades empresariais podem gerar.
Segundo lições da Profa. Maria Helena Diniz: "Responsabilidade Civil é a aplicação de medidas que
obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causados a terceiros, em razão de ato por
ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responda ou de simples imposição legal".
A responsabilidade civil, evolvendo o dano, o prejuízo, o nexo causal entre infração e infrator, bem
como sua eventual culpa, visa reparar dano patrimonial e moral causado a outrem. Dessa maneira,
impõem-se ao responsável pelo dano o dever de sua reparação e à parte prejudicada o direito subjetivo
de ser indenizada. Deverá, pois, haver a recomposição do patrimônio do lesado, obrigando-se o
responsável a ressarcir todos os danos e prejuízos acarretados.
Responsabilidade Civil do Empresário e a
Proteção ao Consumidor
A dúvida que frequentemente surge relaciona-se em definir em que circunstâncias a empresa
poderá ser obrigada a pagar indenização reparatória de dano, causado pelo fornecimento de seus
produtos ou serviços.
Basicamente duas teorias disputam o fundamento dessa reparação: a subjetiva e a objetiva,
também conhecida como responsabilidade pelo risco da atividade. A teoria subjetiva impõe a obrigação
de reparação de dano sempre que se possa provar a ocorrência de culpa empresarial. Pela teoria da
responsabilidade objetiva, quem lucra com o exercício de uma atividade deverá indenizar o dano oriundo
da exploração dessa atividade, independentemente da existência de culpa.
Passemos então a abordar a responsabilidade dos fornecedores de produtos e serviços na chamada
relação jurídica de consumo. A matéria está regulamentada a partir do art. 12 do Código de Defesa do
Consumidor, quando passa a versar sobre a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço.
Aqui torna-se evidente o anúncio de um princípio básico do nosso Código, que é o da
responsabilidade objetiva, ou seja da responsabilidade pelo risco da atividade econômica. Vejamos
alguns dispositivos constantes do Código de Defesa do Consumidor que tratam do tema:
Responsabilidade Civil do Empresário e a
Proteção ao Consumidor
Art. 12 - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre utilização ou riscos.
Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
A expressão independentemente da existência de culpa, deixa clara a opção do legislador pela
chamada responsabilidade objetiva, o fornecedor estará obrigado a reparar os danos causados ao
consumidor decorrentes de produtos ou serviços colocados no mercado de consumo, salvo se
demonstrar: a) que não colocou o produto no mercado; b) a inexistência de qualquer dano; c) a
ocorrência de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, (parágrafo 3º dos Arts. 12 e 14).
Responsabilidade Civil do Empresário e a
Proteção ao Consumidor
O que deverá provar o consumidor em caso de sofrer algum dano?
Deverá provar, tão somente, a existência e o montante do dano, bem como o nexo causal entre esse
dano e a atividade do fornecedor para poder ser indenizado, tanto no aspecto patrimonial como moral.
Neste caso o fornecedor responde diretamente, independentemente de culpa.
Em relação aos profissionais liberais o Código abriu uma exceção, no tocante à responsabilidade
objetiva adotada como regra, levando-a para o plano da apuração de culpa (responsabilidade subjetiva),
dispondo em seu artigo 14, parágrafo 4º que: "- A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais
será apurada mediante a verificação de culpa."
Registro e Escrituração
Registro e Escrituração
Deveres comuns a todos os empresários individuais e coletivos
Registrar-se no registro de empresas antes de iniciar suas atividades.
Escriturar regularmente os livros obrigatórios
Levantar anualmente o balanço patrimonial e o resultado econômico.
O empresário rural e o pequeno empresário estão dispensados de manter escrituração de seus
negócios, mas, se quiserem, poderão optar pelo SIMPLES, devendo com isso escriturar o Caixa e o
Registro de Inventário.

Conceito Escrituração
Processo metódico e sistemático, pelo qual em livros próprios, obrigatório ou auxiliar, se lançam
cronologicamente as contas e todas as operações de um estabelecimento empresarial, fazendo um
balanço geral do seu ativo e passivo, demonstrativo do histórico integral da empresa.
É um relato e uma demonstração das operações realizadas pelo empresário, dirigida ao
esclarecimento não só dos sócios, mas também dos terceiros (credores, Fisco etc). Etimologicamente,
vem do latim perscriptio, do verbo scriptio, escrever, e o prefixo per- que lhe confere intensidade. De tal
forma que a escrituração deve ser realizada de maneira uniforme, assídua e sistemática.
Registro e Escrituração
Deve ser também real, reproduzindo com fidelidade a verdadeira situação das atividades da
empresa, lastreando-se em documentos que comprovem com precisão a existência e as circunstâncias
de cada operação empresarial.

Histórico
Spencer Vampre (necessidade da escrituração)
Ao empresário possibilita a verificação do estado do seu negócio, apontando caminhos a serem
seguidos;
A terceiros oferece prova dos débitos e créditos, elucida direitos contestados, facilita a liquidação e a
prestação de contas, demonstra a causa de falência e a possibilidade de pagamento proporcional aos
credores.

Funções da escrituração contábil


Função fiscal – possibilita a fiscalização da incidência e do recolhimento de tributos. Função gerencial
ou administrativa – imprescindível para o administrador controlar e avaliar o empreendimento feito, e
tomar decisões. Função documental – constitui registro demonstrativo dos resultados da empresa para
sócios e terceiros.
Registro e Escrituração
Princípios da escrituração
• Uniformidade temporal da contabilidade (CC, art. 1.179, caput): Inalterabilidade dos critérios
contábeis adotados, ou seja, a não mudança nas formas de escriturar que foram anteriormente
começadas. Segura avaliação do empreendimento empresarial ao longo do tempo. Importante
para uma análise gradual e presente do negócio.
• Individuação da escrituração: Lançamento contábil -> conteúdo dos documentos que lhe
deram suporte.
• Princípio da Fidelidade: “Todos os lançamentos da escrituração tomam por base certos
documentos do empresário e devem ser fiéis a tais documentos, isto é, a escrituração deve
corresponder à realidade que se apresenta.” (Marlon Tomazette)
• Princípio do Sigilo: “A escrituração interna do empresário goza naturalmente de um sigilo,
consagrado no artigo 1.190 do Código Civil. O juiz, a princípio, só pode determinar a exibição
integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas à
sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de
falência.” (Marlon Tomazette)
Registro e Escrituração
• Princípio da Liberdade: De acordo com RICARDO NEGRÃO, o ordenamento jurídico brasileiro
autoriza o empresário a optar por um sistema de contabilidade (mecanizado ou não) e, em regra,
escolher quais livros pretende escriturar (exceção ao livro diário, que é obrigatório).
• Princípio da Individuação da Escrituração: Segundo MODESTO CARVALHOSA, o lançamento
contábil deve guardar fiel correspondência com o teor dos documentos que o tenham embasado.
Trata-se, portanto, de outra denominação do princípio da fidelidade.
Referências

http://genjuridico.com.br/2016/10/24/funcao-social-da-empresa/
http://estadodedireito.com.br/conceito-de-empresa/
https://josecarlosfortes.com.br/gestao-e-inovacao/capacidade-juridica-para-o-exercicio-da-atividade-
empresarial/
https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tipos-de-sociedade-empresarial/
https://moysessimaosznifer.jusbrasil.com.br/artigos/121935059/responsabilidade-civil-da-empresa-e-
do-empresario-oriunda-do-codigo-de-defesa-do-consumidor
https://www.passeidireto.com/lista/100513234-direito-empresarial/arquivo/30129801-registro-e-
escrituracao
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/direito-empresarial-quais-sao-os-principios-da-
escrituracao-empresarial/

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