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LETÍCIA LUIZ CALEGARE

ADVOGADA
OAB/SP 478714
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EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) JUIZ(íza) DE DIREITO DA VARA


DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MIRASSOL/SP.

LETÍCIA ALVES LUIZ CALEGARE, brasileira, casada, advogada


regularmente inscrita na OAB/SP sob o nº 478714, CPF 475.601.028-83, RG
53.777.448-8, endereço eletrônico adv.leticialuizcalegare@gmail.com, residente e
domiciliada na Avenida Fernando Antônio Vendramini, Parque Residencial Manhattan,
bloco 14, apt 103, CEP 15137-160, em Mirassol/SP, vem à presença de Vossa
Excelência, atuando em causa própria nos termos do Art. 106 do CPC/15, propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c.c. PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA c/c REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS.

Em face de UNIESP S.A., instituição de ensino superior inscrita no


CNPJ sob nº 19.347.410/0001-31, Matriz, com endereço na Rua Alvares Penteado, n°
139, Centro, complemento Térreo, cidade de São Paulo/SP, CEP 01.012-001, pelos
motivos de fato e de direito a seguir expostos:

Letícia Alves Luiz Calegare OAB/SP 478714


17 99140-7760 adv.leticialuizcalegare@gmail.com
Rua Campos Salles, 2089, Centro, CEP 15130-013, em Mirassol/SP
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DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Requer a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro no


disposto no art. 4º da Lei nº 1060/50 (com alterações da Lei nº 7.510/86) e art. 5º, inciso
LXXIV da CF, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo, sem
condições, no momento, de arcar com as custas decorrentes do processo, sem prejuízo
do sustento próprio, conforme Declaração de Hipossuficiência inclusa nos autos.

Eis que, recém graduada, como advogada ainda não possui renda,
sendo esta a segunda ação que postula em juízo. Razão pela qual não dispõe de
condições suficientes para arcar com as custas e despesas processuais.

O Código de Processo Civil de 2015, em seu artigo 98, dispõe que a


pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, que não possua recursos para
adimplir com as custas, despesas processuais e honorários de advogado, possui o direito
à gratuidade da justiça.

I – DOS FATOS

A Requerente foi aluna do curso de Direito, sob o RA 2017009041, da


Faculdade FAIMI de Mirassol, a Filial da UNIESP S.A. em Mirassol, inscrita sob o
CNPJ 19.347.410/0030-76, localizada na Av. Luiz Fernando Moreira, nº 1005, Bairro
São José, CEP 15130-258.

Aprovada em todas as disciplinas da grade curricular existente no


curso, obteve a parte autora êxito na sua formação acadêmica, razão pela qual realizou a
colação de grau em 26 de janeiro de 2022, tendo em vista que concluiu a formação em
dezembro de 2021, consoante certificado de conclusão de curso em anexo.

Com total descaso e desrespeito com a aluna, até o presente momento,


passados mais de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses após a colação de grau, a instituição
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de ensino não expediu o competente diploma da parte autora, contrariando o que diz o
artigo 18, da portaria do MEC de nº 1.095, de 25 de outubro de 2018, o qual assim
dispõe:

“Art. 18. As IES devidamente credenciadas pelos


respectivos sistemas de ensino deverão expedir os
seus diplomas no prazo máximo de sessenta dias,
contados da data de colação de grau de cada um
dos seus egressos.”

Em desacordo com a realidade dos fatos, a instituição de ensino ainda


fez constar no histórico escolar da autora, sabidamente errôneo, a entrega do diploma no
dia 09/02/2022, conforme consta em anexo, entrega que nunca ocorreu.

Foram várias as tentativas de receber o diploma, entre ligações


telefônicas e presencialmente na secretaria da faculdade, mas em todas elas os
funcionários davam desculpas diferentes, sempre havia uma explicação ensaiada para
justificar a não entrega do documento.

Quando passou no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, a


autora requisitou novamente o seu diploma para conseguir a sua carteira profissional
junto à Subseção de Mirassol, porém sem sucesso, pois a faculdade alegou que tão
somente com o histórico escolar conseguiria entrar com o pedido da carteira
profissional. No início do ano de 2023 a requerente começou a cursar pós-graduação,
momento em que tentou novamente receber o seu diploma, sem êxito, disseram pela
segunda vez que bastaria o histórico escolar.

A autora logrou fazer matrícula e cursa pós-graduação, entretanto foi


informada que ao final para a conclusão do curso será necessário a apresentação do
diploma da graduação, caso contrário não receberá o certificado de conclusão.

Os rumores que a Filial de Mirassol fecharia já eram grandes, mas foi


no início de 2023 que se confirmaram. Por temer não receber o seu diploma, a autora

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elaborou às pressas uma notificação extrajudicial e entregou na faculdade no dia 03
(três) de março, como demonstrado em anexo.

Até o presente momento, seu pedido não foi atendido e a filial de


Mirassol foi fechada, a mais próxima da autora se encontra na cidade de
Olímpia/SP.

A parte requerente já exauriu todas as formas possíveis a expedição do


diploma de forma mansa e pacífica na Instituição, porém, seu pleito nunca foi atendido,
o que gerou grande tristeza, amargura e preocupação, que se encontra bastante
atormentada com a possibilidade de não receber o diploma de graduação e por
consequência não ter o certificado de conclusão da sua pós-graduação.

Ocorre, que todas as justificativas da Instituição de Ensino extrapolam


o limite da paciência e tolerância que qualquer pessoa poderia ter, causando um abalo
psicológico à Autora.

Os esclarecimentos prestados pela Instituição de Ensino Requerida


levam a crer que não tenham dado andamento no registro do diploma da parte Autora,
visto que não há nenhuma previsão efetiva de entrega, apenas incertezas, sendo
obrigada, a Autora, aguardar a boa vontade da Ré em fornecer o seu tão sonhado
diploma.

Com a recusa da instituição de ensino a fornecer o diploma da


graduação do curso de Direito, não há para a autora outra solução se não a interposição
da presente demanda. É a síntese dos fatos.

II - DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

Extrai-se dos fatos que se trata de relação de consumo, e por


consequência, de rigor a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em favor da
parte

autora, em especial no que tange a inversão do ônus probatório e na responsabilidade


objetiva do negócio entabulado entra as partes (teoria do risco).
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A falha na prestação de serviço está evidenciada na medida em que
deixou a instituição de ensino em emitir o diploma da parte autora, documento esse que
impede que a demandante prossiga com sua vida profissional, pois deixará de receber
seu certificado de conclusão da pós-graduação que está cursando, inclusive futuros
cursos qualificadores de sua profissão, e concursos públicos.

A omissão da faculdade em entregar o diploma contraria o que diz o


artigo 18, da portaria do MEC de nº 1.095, de 25 de outubro de 2018.

Neste sentido, o tribunal de justiça do nosso estado já se manifestou


da seguinte forma:

Apelação. Estabelecimento de ensino. Ação de


obrigação de fazer c/c pedidos de tutela indenização
por danos materiais e morais. Atraso injustificado
na entrega do certificado de conclusão em curso de
pós-graduação. 1. Ilegitimidade passiva afastada.
Empresa que integra o mesmo grupo econômico. 2.
A relação jurídica estabelecida entre as partes é de
consumo, nos termos do que dispõem os arts. 2º e
3º do CDC e, ante à verossimilhança das alegações
da apelada – demonstrada pelos diversos
documentos acostados aos autos – e da sua
hipossuficiência, impõe-se a inversão do ônus da
prova no caso concreto, nos termos do art. 6º, inc.
VIII, do mesmo diploma. 3. Além de a apelante não
ter se desincumbido do ônus que lhe competia, o
conjunto probatório corrobora plenamente aversão
sustentada pela apelada quanto aos danos
materiais. 4. Danos morais. Ocorrência. Ao
ingressar no curso oferecido pela requerida, a
apelada criou legítima expectativa de, ao conclui-lo,
receber a devida certificação para então seguir sua
carreira profissional e colher os frutos de sua nova
qualificação. Destarte, a omissão da agravante na
expedição do devido certificado constitui falha na
prestação de serviço nos moldes previstos no artigo
14, inciso II, do Código de Defesa

do Consumidor. Precedentes do TJSP. 5. Danos


morais fixados em valor equivalente a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Valor que não merece reparo, ante o
atraso superior a 1 (um) ano para fornecimento do
diploma. Observância dos princípios da
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razoabilidade e proporcionalidade. Precedentes do
TJSP. Recurso não provido.
(TJ-SP 00013227020128260152 SP 0001322-
70.2012.8.26.0152, Relator: Kenarik Boujikian,
Data de Julgamento: 22/11/2017, 34ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 22/11/2017).

Neste sentido, é de clareza solar que a Instituição de Ensino Requerida


responderá independentemente da existência de culpa, sendo certo de que a não
entrega ou a demora na entrega do referido documento evidencia um claro defeito
na prestação de serviço, sendo inaceitável que a Autora implore a entrega do seu
diploma.

Assim sendo, de rigor a condenação para declarar a falha na prestação


de serviços e consequente procedência da presente demanda.

III - DO PEDIDO LIMINAR

Objetivo e singelo é o aspecto jurídico que cerca a pretensão da parte


autora, pois pede que haja a emissão do seu diploma, com todos os dados da sua
formação acadêmica.

O artigo 84 do Código de Defesa do Consumidor corrobora as


assertivas supramencionadas e dissipam qualquer controvérsia sobre a questão, in
verbis:

Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o


cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá

a tutela específica da obrigação ou determinará


providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.
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Diante dos fatos narrados no presente exordial, requer seja condenada


a ré a imediata emissão do diploma em nome da parte autora, assinalando prazo à
ré para o cumprimento da ordem.

Na mesma decisão, provisória ou definitiva, requer a autora, seja


fixada multa penal por dia de atraso ao cumprimento da ordem.

Nos termos do artigo 300 do Novo Código de Processo Civil, a tutela


de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciam: (i) a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou (ii) o risco ao resultado útil do
processo, conforme segue:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida


quando houver elementos que evidenciam a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.

(...)

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida


liminarmente ou após justificação prévia.

§3º A tutela de urgência de natureza antecipada não


será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Da congregação desses dois elementos, exsurge a real necessidade de


se antecipar, liminar e parcialmente, os efeitos da tutela jurisdicional pretendida, na
forma autorizada pelo art. 300, do CPC.

A antecipação de tutela para o Código de Processo Civil brasileiro de


2015 pode ser definida como tutela provisória de urgência, ou seja, tutela
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jurisdicional que não têm o condão de ser definitiva e que é concedida com
fundamento (e em razão de) um perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo.

A probabilidade do direito, ou seja, a análise em sede possibilidade de


que a parte autora possui o direito que alega, recai sobre a retenção indevida do
diploma da parte requerente. Por isso é que se impõe a imediata emissão do
diploma da parte autora, constando seus dados acadêmico.

Não é necessário alongamento argumentativo acerca da


verossimilhança do direito pleiteado e nem os prejuízos pelo aguardo da prestação
jurisdicional efetiva que se operará na sentença, razão pela qual, requer o
deferimento da tutela de urgência nos moldes acima pleiteados.

Portanto, Excelência, presentes os requisitos para concessão da


antecipação de tutela, requer seja determinado à ré que faça a emissão do diploma
do curso de direito em favor da parte autora, fixando prazo razoável para o
cumprimento da medida e multa diária em caso de descumprimento da ordem
no valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

IV – DO DANO MORAL

Todo o transtorno e dissabor experimentado pela autora que, após


esforçar-se e dedicar-se por 05 (cinco) anos para ser diplomada em curso superior,
vê-se submetida a obstáculos desta monta, para acessar o documento que lhe
certifica como bacharel em Direito, claramente classifica-se como DANO
MORAL.

Os danos morais experimentados pela autora, em tese, se


caracterizaram em virtude da retenção indevida do diploma da parte autora,
impedindo que a mesma possa seguir sua formação acadêmica e colher frutos da
sua árdua formação.

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Denota-se que, a retenção indevida gerou na demandante grande abalo
psicológico, pois vem sendo interrompida injustamente de prosseguir sua formação
acadêmica, em especial, em concluir sua especialização, a pós-graduação tão
desejada. Tampouco poderá futuramente cursar outra pós-graduação, outras
especializações, assim como não poderá tomar posse em concurso público,
tendo em vista ser o diploma documento necessário.

Daí então, a necessidade de indenizar.

A responsabilidade civil é tratada no Código Civil Brasileiro nos


artigos 927 e seguintes. A norma geral da responsabilidade civil no ordenamento
jurídico brasileiro encontra-se definida no art. 927, do Código Civil, com a
seguinte redação:

Art. 927. Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo. Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar
o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano
normalmente implicar, pela sua natureza, risco
para os direitos de outrem.

Em linhas gerais, neste sentido, prevê o artigo 186 do Código Civil,


aquele que por ação imprudente causar dano a outrem terá o dever de indenizar.
Neste sentido, o ato ilícito praticado pela Reclamada é absolutamente
incontestável.

Sobre este tema, o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO


PAULO já formulou o seguinte entendimento:

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ATRASO NA ENTREGA DE DIPLOMA. DANO
MORAL IN RE IPSA. VALOR ARBITRADO DE
MODO RAZOÁVEL QUE NÃO MERECE
ALTERAÇÃO. 1. O atraso na entrega de diploma
por mais de um ano e meio gera danos morais in re
ipsa. Precedentes. 2. Recurso inominado do autor
que se conhece e ao qual se nega provimento.
(Recurso Inominado Cível nº1014132-
02.2020.8.26.0016 – 7ª Turma Cível do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo – Relator
Christopher Alexandrer Roisin – Julgado em
31/08/2021). (grifos nossos)

Vejamos outra jurisprudência sobre o respectivo tema:

APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. DEMORA NA ENTREGA DO DIPLOMA
UNIVERSITÁRIO. DANO MORAL
CARACTERIZADO. 1. Como se trata de uma
relação de consumo, a responsabilidade da empresa
pela falha na prestação de serviços é objetiva. 2.
Pelo tempo da espera ter sido muito elevado, os
danos morais devem ser observados, deforma a
compensar o autor pelas agruras sofridas e punir
deforma pedagógica o réu, inibindo a reiteração
dessa conduta.
Recurso não provido. (TJMS – APL 0801850-
19.2018.8.12.0001 –Relator Desembargador Vilson
Bertelli – 2ª Câmara Cível – Data de Julgamento
29/05/2019). (grifos nossos)

Ressalta-se que, o dano moral é a violação do direito à dignidade e,


qualquer agressão à dignidade pessoal que lesione a honra, constitui dano moral e é
por isso indenizável.

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Para o Professor Yussef Said Cahali, dano moral é:

"a privação ou diminuição daqueles bens que têm


um valor precípuo na vida do homem e que são a
paz, a tranquilidade de espírito, a liberdade
individual, a integridade individual, a integridade
física, a honra e os demais sagrados afetos,
classificando-se desse modo, em dano que afeta a
parte social do patrimônio moral(honra, reputação,
etc.) e dano que molesta aparte afetiva do
patrimônio moral (dor, tristeza, saudade, etc.), dano
moral que provoca direta ou indiretamente dano
patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e dano moral
puro (dor, tristeza, etc.)" .

Assim, para o MM Julgador auferir a extensão do dano moral, deve-se


levar em conta o que prevalece na jurisprudência, em que o dano moral possui um
caráter reparatório e pedagógico.

O instituto do dano moral não foi criado somente para neutralizar o


abalo suportado pelo ofendido, mas também para conferir uma carga didático-
pedagógica a ser considerada pelo julgador, compensando a vítima e prevenindo a
ocorrência de novos constrangimentos a outros usuários.

Importante também que, para calcular um montante justo e razoável, é


de se considerar a extensão dos danos sofridos pela Autora, condição
socioeconômica das partes envolvidas e o grau de culpa da demandada, que como
visto, é gravíssima.

Levando em conta o caráter dúplice da indenização (pedagógico e


compensatório) e as particularidades do caso concreto, em que a instituição de
ensino deixou – e ainda deixa – a autora, há mais de 1 ano e 4 meses, sem o
diploma de graduação do curso de Direito, afigura-se razoável e adequada
indenização de R$ 10.000,00 (dez mil reais), que de um lado, representa conforto
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material para a ofendida, sem enriquecê-la indevidamente, e, de outro, convida o
ofensor a aprimorar sua conduta, de modo a evitar novos danos aos consumidores.

Diante de todo o exposto, requer seja condenada a Requerida ao


pagamento de indenização a título de danos morais no valor a ser fixado por Vossa
Excelência, no valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

V – DA INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO

No caso concreto, as disposições do Código de Defesa do


Consumidor, sobretudo o artigo 6º, VIII, do referido Diploma legal, aduz sobre a
inversão do ônus da prova:

Artigo 6º. São direitos básicos do consumidor:


VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz,
for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;

Extrai-se dos fatos que se trata de relação de consumo, e por ser a


parte autora, parte hipossuficiente, de rigor a aplicação da inversão do ônus
probatório, mecanismo existente como sendo Direito Básico do Consumidor, o que
desde já se requer.

Desta forma, tendo em vista total desvantagem por parte do


consumidor, a inversão do ônus da prova tem como finalidade igualar as partes no
processo judicial em questão.

V – DOS PEDIDOS

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Ante todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Seja deferida em favor da parte autora o pedido justiça gratuita;

b) Seja deferido a inversão do ônus da prova em favor da parte autora;

c) Seja CONCEDIDA a tutela antecipada para determinar que a


universidade ré entregue em favor da parte autora o diploma de
conclusão do curso de Direito, sob pena de multa diária a ser fixada
por este Juízo;

d) Citada a empresa ré para integrar o presente processo e querendo


contestar o feito, sob pena de revelia;

e) Que seja julgada procedente a presente ação, para condenar, a Instituição


Ré, na obrigação de fazer, a entregar o diploma da Autora, sob pena de
aplicação de multa diária;

f) A procedência da demanda para condenar a empresa ré em reparação por


danos morais, no valor não inferior a R$10.000,00 (dez mil reais);

g) A condenação da ré ao pagamento de custas e despesas processuais, bem


como honorários advocatícios na proporção de 20% sobre o valor
atualizado da causa;

h) Informa a parte autora que não há interesse na realização da audiência de


conciliação e mediação, consoante o CPC;

Dá-se à causa o valor de R$10.000,00 (dez mil reais).

Termos em que, pede o deferimento.

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Mirassol, 17 de maio de 2023.

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