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LUIS DOS SANTO GALVÃO

OAB-SP Nº 445625

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA


COMARCA DE CAMPINAS-SP

WASHINGTON MASSESINI, brasileiro, solteiro,


micro-empreendedor individual, inscrito no CPF sob o nº 228.401.678-24, RG sob
o nº 40.746.710-5, residente e domiciliado, na Rua Lendário Constantino
Parmegiani nªº 311, Parque Italia, Cep 13178-295-Sumaré-SP, vem, através de
seu procurador infra assinado, conforme instrumento procuratório em anexo, cujo
endereço parar receber intimações e notificações de estilo é a Rua Mossoró nº 410,
Parque Residencial Salerno, CEP, 13178-351, Sumaré-SP, vem perante Vossa
Excelência, ajuizar a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em
face de, LICEU CORAÇÃO DE JESUS UNISAL, inscrita no CNPJ 60.643.072/0006-
01, podendo ser encontrada no endereços, quais sejam, Rua Av. Almeida
Garret, 267, Jardim Nossa Senhora, CEP 13.075-270 Campinas-SP -SP, de
acordo com as razões fáticas e jurídicas a seguir expostas.

DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A nossa Carta Magna e a Lei 1.060/50 garantem a


assistência judiciária à parte processual, verbis:

“CF/88 – Art. 5º - LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos”.
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“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples
afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar à custa
do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”.

Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima transcritos, com a


declaração de hipossuficiência financeira, que a promovente tem direito e requer os
benefícios da justiça gratuita, pois não possui condições para, arcar com as custas
do processo em comento.

DOS FATOS

O demandante, na qualidade de consumidor dos serviços


educacionais da demandada, com esta contratou o curso de Bacharelado em Engenharia
de automação, curso feito de forma presencial e semi-presencial, o curso iniciou-se no
ano de 2010 e foi concluído Em 2020. Este fator presencial e semipresencial, era
primordial para o autor conseguir se graduar, tendo em vista que ele trabalhava o dia
inteiro. Destaque-se, que o autor, alega ter sofrido constrangimentos e danos, durante
todo período do curso, o que levou a ter um grande impacto emocional, e por estes fatos
teve que buscar apoio psicológico e que ainda não está curado das sequelas.

Alega que durante o curso as notas das provas, eram lançadas em


uma lista coletiva, em um e-mail também coletivo, onde todos os membros da classe
tinham acesso além das suas notas, acessavam também a notas dos demais alunos, e
quando um aluno obtinha uma nota baixa, era exposto ao constrangimento, e por estes
motivos o mesmo teve uma divergência com um colega de classe, e diante deste
desentendimento o autor foi agredido fisicamente, nas dependências da Instituição.

Alega que foi chamado pela diretoria para esclarecer os fatos da


agressão sofrida, e diz ter sido constrangido e humilhado como se culpado fosse por
todos os fatos ocorridos. E que por estes fatos, sofreu grande abalo psicológico, ao
ponto de ficar isolado e não mais se comunicar com os demais colegas de sala.
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Alega que após os fatos teve uma conversa com a diretoria, onde
foi acusado de ser o único culpado por todos os fatos ocorridos. A partir destes fatos o
demandante teve crises psicológica constante, tendo que buscar apoio médico para
amenizar o trauma, conforme documentos anexos. Por ocasião dos traumas sofridos
não conseguia, desenvolver as tarefas do curso de maneira adequada, nem tão pouco
acompanhar as aulas em um ritmo normal o que levou a atrasar o curso.

Alega que no final do curso, nos anos, 2019 e 2020, teria que
elaborar dois trabalhos para conclusão do curso, os trabalhos por nomes: TCC1 e TCC2.

Estes trabalho teriam que serem elaborados pelo autor durante


dois semestres, com todo apoio do coordenador e do orientador, conforme estipula a
grade curricular, o que não ocorreu. O fato é que a instituição não cumpriu com a regra
do curso conforme era estipulado, não permitindo o tempo necessário, para o aluno
desenvolver seu trabalho de conclusão do curso.

Alega que a diretoria informou que não seria mais necessário


cursar o TCC1, e assim nenhum dos “itens” do trabalho de número 1 (um), foram
cumpridos, a diretoria alegou que o bastaria somente cursar o TCC2, e assim foi feito.

Alega que mesmo sem cursar o TCC1, houve cobranças de valores


pelos dois trabalhos, sendo o trabalho de número 1 (um), R$ 2.997,48, ( Dois mil
novecento e noventa e sete reais e quarenta e oito centavos), desde valor já foi pago
R$ 999,16, ( nove centos e noventa e nove reais e dezesseis centavo) mesmo tendo
cursando somente uma etapa, e o valor de R$ 1.998,32, (Um mil novecentos e noventa
e oito reais e trenta e dois centavos), aínda está em aberto e continuam cobrando do
Autor.

Alega que a faculdade não foi forneceu o laboratório de


informática, biblioteca e computadores, softwares específicos, matérias especificas,
labWare, eclipse scada, todas estas matérias com valores significativos, que o mesmo
teve que usar um eclipse scada, Softwares, grátis por que é grátis por 30 dias e depois
cobrado o valor legal, nada disto foi fornecido para pesquisas, conforme já era
combinado.

T a m b é m não teve acesso a bancada de testes, e quando


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q u e s t i o n o u a direção, foi informado que o mesmo, pedisse m a t e r i a i s
emprestados com algum colega, que buscasse apoio na internet, ou seja, dar o
seu p r ó p r i o jeito, pois a faculdade nada poderia fazer para suprir o apoio
necessário.

Mesmo sem a Instituição fornecer este aparato necessário


para o aluno desenvolver o seu trabalho de forma decente e adequada, houve
a i n d a uma grande pressão por parte da coordenação para o Autor cumprir e
entregar as tarefas em um curto prazo de 68 dias, em caso contrário, sofreria as
consequências pelo não cumprimento.

Houve pressão p sicológi ca que se, o Autor não entregasse


os trabalhos neste curto prazo seria reprovado não tendo tempo de haver uma
segunda oportunidade e perdendo o curso todo de 2010 a 2020, e asim perdendo
todo investimento.

Acontece que além da falta de apoio da coordenação e da


diretoria em não fornecer o laboratório para pesquisa como era de costume e tudo
que era indispensavel, não houve também apoio suficiente por parte do
coordenador e nem apoio com matérias da biblioteca da Instituição, conforme o
combinado. O Autor procurou a faculdade para resolver a situação
extrajudicial, não houve interesse da Ré em resolver a situação, restando somente
buscar reparação no Judiciário

DO DIREITO

Em decorrência deste incidente, a requerente experimentou situação


constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada, sendo suficiente a ensejar
danos morais.

Neste sentido, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso X, assegura o
direito à indenização pelo dano moral decorrente de violação à intimidade, à vida
privada, à honra e à imagem das pessoas.
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X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;

Nesse diapasão, claro é que o requerido, ao cometer imprudente ato, afrontou


confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito, devendo, por
isso, ser condenado à respectiva indenização pelo dano moral sofrido pela
requerente.

Diante do narrado, fica claramente demonstrado o absurdo descaso e negligência


omissão por parte do requerido.

A única conclusão a que se pode chegar é a de que a reparabilidade do dano moral


puro não mais se questiona no direito brasileiro, porquanto uma série de
dispositivos, constitucionais e infraconstitucionais, garantem sua tutela legal.

O desiderato da Promovente também está sob a proteção da Lei Substantiva Civil.


Eis o teor dos seus artigos 186 e 927:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Eis a acepção de dano moral na jurisprudência pátria:

Entende-se por dano moral a lesão a um bem jurídico integrante


de própria personalidade da vítima, como a sua honra, imagem,
saúde, integridade psicológica, causando dor, tristeza, vexame e
humilhação à vítima. (TRF 2ª Região – 5ª Turma; Apelação Cível
nº 96.02.43696-4/RJ – Rel. Desembargadora
Federal Tanyra Vargas).
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Doutrinadores e Tribunais põem-se de acordo quanto à indenização do dano moral
para satisfação da ofensa de atos lesivos à honra, à dignidade, ao nome de quem é
atingido e tisnado por abusos, a exemplo do que aconteceu com o autor.

Quanto à prescindibilidade de demonstração do dano, eis o uníssono entendimento


do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: Conforme entendimento firmado nesta
Corte, não há falar em prova de dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a
dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam. Precedentes: REsps.
Nºs:.261.028/RJ; 294.561/RJ;661.960/PB. (STJ – REsp nº 702872/MS – Rel. Min.
Jorge Scartezzini – 4ª Turma – DJU 01/07/2005 – p. 557).

Diante da possibilidade de reparação do dano puramente moral, resta-nos trilhar o


caminho referente ao quantum da indenização que, se não deve ser exagerado,
certamente, não poderá ser arbitrada como indulgência a quem causou malefício a
outrem.

Sob tal prisma, o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, por sua 2ª Câmara Cível,
tem assim decidido:

A indenização por dano moral é arbitrável, mediante estimativa


prudencial que leve em conta a necessidade de, com a quantia,
satisfazer a dor da vítima e dissuadir de novo atentado, o autor da
ofensa.(TJ-SP – Apelação Cível nº 198.117 – 2ª Câmara – em
21.12.93 – Rel. Des. Cezar Peluso – RT nº 706, Ago/11, pág. 67.

Nesse viés, tem-se exortação do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA, onde o dano


moral puro ou objetivo não necessita de prova do efetivo reflexo patrimonial, sendo
suficiente a comprovação do ato ilícito e do nexo de causalidade, bem como
presumidos os efeitos nefastos na honra do ofendido.

A indenização por dano moral não tem finalidade de obtenção de lucro ou de


qualquer vantagem financeira, tendo por objetivo, isto sim, o de reparar de forma
sensata os danos morais efetivamente ocasionados pelo ofensor(TJPB – Apelação
Cível nº 888.2002.0017 – 1ª Câmara Cível – Rel. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega – jul.
20/06/2002).
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Um dos elementos da responsabilidade é o dano ou prejuízo, que traduz a violação
a um interesse jurídico tutelado material ou moralmente. Assim, o dano material
(que não pode ser hipotético, mas certo) consiste na violação dos direitos
patrimoniais, já o dano moral implica na violação dos direitos da personalidade.

No entanto, prevê claramente o dano moral, diante de todo exposto, a requerente


requer a reparação mediante indenização por todos os danos causados ao autor da
ação

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

É inegável que a conduta da parte demandada gerou


danos ao autor,

Ora, imagine uma pessoa alimentar um sonho de se


formar em ENGENARIA, o que sem dúvidas iria valorizar sobremaneira a carreira
do demandante, como engenheiro, com todo preparo e apoio necessario, para ser
formar um profisional com as qualificações exigidadas e necessarias, em todas as
materias da grade curriccular, apoio total do corpo docente durante todos os
periódos do curso, isto lhe foi negado em parte.

Ainda assim o Autor foi vitima de grande


constrangimento, cobranças idevidas e abusos psicologicos dentro das depencias da
faculdade, o que lhe causou, sofrimentos e danos psicologicos ireparavéis.

Desse modo, resta comprovada a conduta omissiva e


comissiva da parte demandada, o nexo de causalidade e o dano experimentado pelo
autor, motivo pelo qual é legítimo o direito a reparação.

Isto posto, requer-se uma indenização pelos danos


morais advindos da conduta da demandada, a qual deverá ser arbitrada por V. Exa.,
levando-se em consideração

I - a expectativa do demandante,
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II- a Cobrança ilegal do trabalho de numuro 1, pois o autor não cursou;

III - a fustração pois, não foi lhe garantido o apoio necessario e suficiente para
conclusão do curso,

IV - a conduta, pois o Autor teve sua maral abalada, pelos constragimentos sofridos,
dentro da instituição e por responsaveis por Ela.

V - o descaso da promovida, rogando o promovente para que seja indenizado em R$


15.000,00 (quinze mil reais).

Dessa forma, o autor requer a indenização de R$ 15.000,00


(quinze mil reais).

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

01 – O deferimento dos benefícios da assistência judiciária gratuita, na forma da Lei;

02 – A citação da promovida para, querendo, apresentar defesa;

03 – No mérito, a PROCEDÊNCIA TOTAL da ação para condenar a promovida ao


pagamento de indenização:

4- Pelos DANOS MORAIS no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais)

05 – A condenação da promovida em custas e honorários advocatícios, calculados


em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação;

Protesta provar o alegado através de todos os meios de prova admitidos em direito,


especialmente pela juntada de provas, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal
das partes.

Atribui-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).


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Nestes termos, pede deferimento.

Campinas-SP, 28 de Março 2023

Luis dos Santos Galvão

OAB/SP 445.625

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