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AO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

DA COMARCA DE BOM JESUS/PI

DENIZIO MARCO DE SOUSA ROCHA, brasileiro, solteiro,


estudante, inscrito no CPF nº 019.200.581-25, com endereço na R. Arsênio
Santos, n°1211, Centro, Bom Jesus/PI, CEP: 64.900-000, vem, mui
respeitosamente, por seu causídico, que a esta subscreve, ut instrumentum de
mandato (doc. 01), cujo endereço resta consignado no rodapé desta Exordial,
propor a adequada, com lastro nos termos do art. 14, §1º da Lei nº 9.099/95,
afora a presente

AÇÃO COMINATÓRIA C/C PERDAS E DANOS E MEDIDA


LIMINAR

em face de OYA EDUCACIONAL LTDA, cujo nome fantasia é


“Centro Universitário UNIBTA”, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no
CNPJ sob o nº 39.841.995/0001-59, estabelecida na Rua Afonso Sardinha,
201, Lapa, São Paulo, SP - Brasil, CEP:05076-000, por intermédio de seus
diretores, conforme previsão do art. 75, VIII, NCPC.

Fonseca, Rosal & Pinheiro – Advogados


Av. Getúlio Vargas, 675, Centro
CEP: 64.900-000, Bom Jesus- Piauí
(86) 99860 - 5679 / (86) 98163 - 4145
helvecioneto.juris@gmail.com
Faz uso o autor, neste ato, da faculdade prevista pelo art. 319, §2º,
Novo Código de Processo Civil (NCPC), por serem as únicas informações de
que dispõe para fins de citação dos réus.

Estas são as razões de fato e de direito pelas quais ajuíza a


presente demanda, ut infra:

I – DOS FATOS
O autor aluno da faculdade Unibta, então ré da presente demanda,
teve inúmeros e diversos problemas durante todo o seu presente curso de
Engenharia Civil, o qual era um sonho, mais na realidade, se tornou um imenso
pesadelo.

No dia 22 de novembro de 2022, o autor recebeu da empresa ré,


uma matricula (doc. 03) que aprovava aos devidos fins que o autor já estava no
8° período do Curso de Engenharia Civil, notou-se ainda que a grade de
estudos foi ampliada e foi liberado todos os materiais para os projetos
Multidisciplinares 1 e 2, juntamente com a preparação para o TCC.

Com tais circunstâncias, o autor, ao começo do ano de 2023, deu


início a um estágio na empresa Shopping Mix Construções, realizando assim
atividades como estagiário de 9° período, (doc. 04) sem remuneração, mais
com algumas ajudas de custo para terminar seu curso superior e prover
alimentos aos seus 3 filhos, tendo inclusive promessa de emprego ao final do
curso, mediante graduação.

Em maio, o autor conseguiu novamente outro estágio, não


remunerado, desta vez, no aeroporto da cidade de Bom Jesus, tendo ainda
sido destaque, devido a toda sua dedicação e competência prestados durante
tal período.

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Ocorre que para
realizar todos estes estágios e conseguir realizar a conclusão do seu tão
sonhado curso e assim se tornar um grande profissional

da área, o autor precisou se afastar do seu labor inicial, como cabelereiro


autônomo, que realizava a muitos anos.

Tal profissão custeava todas as despesas da sua vida, de maneira


integral, pois era sua única fonte de renda. Estando neste mercado a muitos
anos, o autor possuía uma vasta clientela, conseguindo inclusive, prover os
alimentos de seus filhos (doc. 05), aos quais recebem pensão do mesmo.

Com tais impossibilidades, realizando estágios, deixando de


trabalhar, e aguardando o final do curso, para ingressar no mercado de
trabalho, ao qual já estava acordado, o autor, sem conseguir sustentar suas
despesas, precisou vender um imóvel (doc. 06) de sua propriedade, para
prover os seus alimentos e de seus dependentes.

Ao levar as declarações de estágios obrigatórios a empresa ré com


polo na cidade de Floriano/PI, com intuito de concluir o presente curso, teve a
desagradável surpresa, de não aceitação dos documentos, sendo ainda
afirmado pela diretoria, que o autor não teria grade de matérias e não se
formaria ao final do ano de 2023.

Tais informações causaram demasiadas preocupações ao autor, já


que estava com sua vida desenhada, e pronta para ao receber seu diploma de
graduação, iniciar uma nova fase.

A presente situação impossibilita, injustamente, a consecução de


seu projeto de vida, bem como se lhe impinge prejuízos de índole moral,
materiais e razão pela qual vem a juízo pleitear uma indenização, para
compensar tais prejuízos extrapatrimoniais, bem como pugna, ato contínuo,
pela expedição de seu Diploma e correlato Certificado de Conclusão de Curso,
no desiderato de que possa vir a exercer, sem obstáculo, sua profissão, qual
seja, Engenheiro Civil.

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Desta forma, haja vista
a absoluta impossibilidade de deslinde administrativo da controvérsia, por meio
das entidades administrativas, acorre,

o autor, ao Judiciário, a fim de que acolha sua pretensão, por ser medida de
Direito e da mais lídima Justiça!

São esses, excelência, em síntese, os fatos que importam à lide.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


2.1 - DANO MATERIAL

2.1.1 - Danos Emergentes e Lucros Cessantes

Os danos emergentes compreendem os valores que uma pessoa


lesada efetivamente perdeu, já os lucros cessantes representam os valores
que ela deixou de receber em decorrência de um evento danoso.

Dispõe o art. 402 do Código Civil:

“Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em


lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além
do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente
deixou de lucrar”.

No caso em tela, os danos emergentes consistem nos danos


causados devido a venda da casa do autor, para que pudesse arcar com
todos os seus custos de vida, imovel este vendido por R$17.000,00
(dezessete mil reais).
Ademais, durante todo esse período, o autor precisou abandonar
seu trabalho como cabeleleiro, para se dedicar a resolução de todas estas
problemáticas, deixando de auferir diariamente, cerca de R$150,00(cento e
cinquenta reais).
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Tal contenda,
coleciona cerca de 6 meses, totalizando cerca de 27.000,00(vinte e sete mil
reais) não auferidos, durante toda problematica.
Portanto, deverá a parte ré arcar com o prejuízo referente ao
valores ora apresentados.
Cumpre ressaltar que nos termos do art. 404 do Código Civil os
valores devidos a título de perdas e danos, ora denominados danos

emergentes e lucros cessantes, devem ser corrigidos monetariamente e


acrescidos de juros. In verbis:

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento


em dinheiro, serão pagas com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem
prejuízo da pena convencional.

Corrobora jurisprudência pátria:

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR.


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. ATRASO NA
EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. FALHA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO. DANO MORAL. LUCROS CESSANTES.
RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO DA PARTE
REQUERIDA CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Acórdão
lavrado de acordo com a disposição inserta nos artigos 2º
e 46, da Lei 9.099, de 26.09.1995 e artigo 103, §§ 1º e 2º, do
Regimento Interno das Turmas Recursais. Presentes os
pressupostos específicos, conheço do recurso. 2.
Recursos inominados interpostos pela parte autora e pela
parte requerida para reformar a sentença que julgou
parcialmente procedentes os pedidos formulados na
inicial. O réu/recorrente/recorrido foi condenado à pagar à
autora/recorrente/recorrida a quantia de R$ 2.326,74 (dois
mil trezentos e vinte e seis reais e setenta e quatro
centavos), a título de lucros cessantes. 3. Segundo
exposto na inicial, a parte autora matriculou-se em curso
de extensão de pós-graduação oferecido pela parte
requerida, a fim de adquirir a especialização em Gestão
Pública. Relata que sempre cumpriu com seus deveres de
aluna para com a instituição requerida, no que tange a

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pagamentos, grade curricular, atividades obrigatórias,
prova presencial e entrega do trabalho de conclusão do
curso. Não obstante, a parte requerida teria atrasado a
entrega do certificado de conclusão do curso, apesar de a
parte autora ter solicitado por 3 (três) oportunidades.
Narra que o atraso na emissão do certificado obstou-lhe a
progressão funcional de cargo público ocupado na
administração pública distrital. 4. Nas razões recursais de

ID 26303322, a parte autora alega, em síntese, que há dano


moral indenizável, porquanto se viu impedida de progredir
em sua carreira profissional, o que lhe gerou grande
expectativa, frustração, mágoa e desassossego, além de
ter deixado de auferir remuneração a maior. 5. Nas razões
recursais de ID 26303329, a parte requerida sustenta que
se trata de culpa exclusiva da parte autora, pois não teria
concluído o curso na data inicial prevista, eis que não
obteve aproveitamento satisfatório no trabalho de
conclusão de curso, e, por esse motivo, necessitou cursar
novamente essa disciplina da grade curricular. 6. A
relação jurídica estabelecida entre as partes é de natureza
consumerista, tendo em vista que as partes se enquadram
nos conceitos de consumidor e de fornecedor, nos termos
dos artigos 2º e 3º do CDC. 7. A demora excessiva na
entrega no diploma ao aluno configura falha na prestação
do serviço, nos termos do artigo 20 do Código de Defesa
do Consumidor. 8. No caso dos autos, a parte autora alega
que concluiu curso no dia 22.01.2020 e que o termo final
para entrega do certificado seria em 22.03.2020. O
certificado anexado ao ID 26303316 foi expedido em
22.07.2020. A grade curricular anexada ao ID 26303313
demonstra que a disciplina derradeira foi concluída em
05.02.2020. Assim, entendo que houve demora
injustificada para entrega do certificado de conclusão à
parte autora. 9. Quanto ao pedido de indenização por
danos morais, há evidências de que a conduta do réu
provocou abalos à personalidade, honra e fama da autora.
10. A fixação do valor a título de dano moral deve levar em
conta critérios doutrinários e jurisprudenciais, tais como o
efeito pedagógico e inibitório para o ofensor e a vedação
ao enriquecimento sem causa do ofendido ou
empobrecimento do ofensor. Ainda, a indenização deve
ser proporcional à lesão à honra, à moral ou à dignidade
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do ofendido, às circunstâncias que envolvem o fato, às
condições pessoais e econômicas dos envolvidos, e à
gravidade objetiva do dano moral. Sob esses aspectos,
fixo o dano moral em R$ 2.000,00 (dois mil reais). 11. Aliás,
este é o entendimento desta 1ª Turma Recursal: "DIREITO
DO CONSUMIDOR. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
EDUCACIONAIS. ATRASO NA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA.
FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. DANO MORAL. 1 -
Na forma do art. 46 da Lei 9.099/1995, a ementa serve de

acórdão. Recurso próprio, regular e tempestivo. Pretensão


condenatória de obrigação de fazer, cumulada com dano
moral, em virtude de atraso na entrega de diploma.
Recurso da autora visa à reforma da sentença que julgou
parcialmente procedente os pedidos. 2 - Preliminar.
Gratuidade de justiça. A análise das condições
econômicas demonstradas ao longo do processo indica a
hipossuficiência da recorrente, de modo que se lhe
concede, na forma do art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição
Federal, o benefício da gratuidade de justiça. 3 - Atraso na
expedição de diploma. Falha na prestação de serviço. O
fornecedor de serviços responde pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, salvo se comprovar a culpa
exclusiva do consumidor ou de terceiros (art. 14, §3°, do
CDC). A autora concluiu o curso de Pedagogia em junho
de 2018 e colou grau em 24/09/2018. O requerimento
formal para expedição do diploma foi realizado em
03/12/2018 (ID 15561564 - Pág. 3). O diploma apenas foi
entregue em 22/11/2019 (ID 15561610 - Pág. 1). O réu alega
ausência de apresentação de documentos, pela autora,
porém não indica quais os documentos de que dependia a
expedição, nem juntou qualquer prova de que o atraso na
entrega do diploma derivou de culpa exclusiva da autora
ou de terceiros. Assim, verifica-se que o atraso de
aproximadamente 1 ano na entrega do diploma derivou de
falha na prestação de serviço do réu. 4 - Responsabilidade
Civil. Dano moral. A caracterização de dano moral exige
violação aos direitos da personalidade, de modo a afetar
diretamente à dignidade do indivíduo. (CF, art. 5º, inc. V e
X; CDC, art. 6º, inc. VI). O atraso injustificado de
aproximadamente 1 ano na entrega do diploma supera o
mero aborrecimento, mormente quando há comprovação
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da autora de que, em seu ambiente de trabalho, houve
cobrança acerca do referido diploma (ID 15561564 - Pág. 2
e 4), situação que viola os diretos da personalidade.
Assim, impõe-se a condenação do réu a pagar à autora a
quantia de R$ 2.000,00, a título de indenização por danos
morais, valor que cumpre com adequação a finalidade
preventiva e compensatória da condenação. Sentença que
se reforma para condenar o réu a pagar à autora o valor de
R$ 2.000,00, a título de danos morais, acrescido de juros a
partir da citação e correção monetária desde o

arbitramento (Súmula 362 do STJ). 5 - Recurso conhecido


e provido. Sem custas e sem honorários advocatícios, na
forma do art. 55 da Lei 9.099/1995. Inaplicáveis as
disposições do CPC/2015. (Acórdão 1257824,
07183878020198070003, Relator: AISTON HENRIQUE DE
SOUSA, Primeira Turma Recursal, data de julgamento:
15/6/2020, publicado no DJE: 15/7/2020. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)" 12. Quanto aos danos materiais
experimentados pela autora, cuja matéria é objeto da
insurgência recursal do réu, é incontroverso que a demora
na expedição e entrega do diploma obstou a progressão
funcional da parte autora, razão por que a sentença deve
ser mantida no ponto em que reconheceu a existência de
lucros cessantes, os quais são devidamente proporcionais
à remuneração do cargo. 13. Conheço do recurso da parte
autora e lhe dou parcial provimento. Sentença reformada
para condenar a parte requerida ao pagamento de R$
2.000,00 (dois mil reais) a título de indenização por danos
morais, corrigidos desde a data do arbitramento (Súmula
362 do STJ) e acrescidos de juros de mora desde a
citação. 14. Conheço do recurso da parte requerida e lhe
nego provimento. Sentença mantida por seus próprios
fundamentos quanto à condenação ao pagamento de
lucros cessantes. 15. Condeno a parte requerida ao
pagamento de honorários advocatícios em favor do
patrono da parte autora, que fixo, por equidade, em R$
500,00 (quinhentos reais), nos termos do artigo 85, § 8º, do
Código de Processo Civil. 16. Quanto à parte autora, deixo
de condená-la em custas e em honorários advocatícios,
nos termos do artigo 55, da Lei nº 9.099, de 26.09.1995.

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(Acórdão 1375388, 07363762620208070016, Relator:
ANTONIO FERNANDES DA LUZ, Primeira Turma Recursal,
data de julgamento: 24/9/2021, publicado no DJE:
13/10/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Dessa forma, pleiteia o autor pela condenação da ré ao pagamento


do dano emergente suportado, os quais são decorrentes das ações praticadas
de má fé.

2.2 – DA BOA-FÉ OBJETIVA DO AUTOR / MANIFESTA MÁ-FÉ


DA RÉ
O autor, excelência, propugna, há quase um ano, pela conclusão e
adequação da sua situação matricular do almejado curso de Engenharia Civil e
consequentemente formar-se e recebimento do aludido diploma, por meio de
resolução administrativa da contenda, a fim de que possa regularmente exercer
seu mister profissional e providenciar os alimentos de que necessita para si e
seus filhos, menores impúberes, a teor de documentação anexa.
Estatui, a Constituição da República, o direito fundamental à
proteção do consumidor (art. 5º, XXXII, CR). Em sendo assim, mister a
observância dos postulados da informação e transparência nas relações de
consumo, verbi gratia (art. 4º, CDC).
Não fosse tudo isso bastante, em agindo dessa forma, malfere, a
retromencionada IES, os basilares direitos sociais à educação e trabalho
(art.6º,CR), exempli gratia, porquanto impede, o ora autor, de livremente
exercer sua profissão (art. 5º, XIII, CR e Lei nº 5.194/66 – Regulamenta a
profissão de Engenheiro Civil).
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição.

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O renomado
ministro administrativista Celso de Melo (MELLO, 1986. p. 533) ao conceituar
educação deixa transparecer o seu valor para a formação do cidadão e de toda
a sociedade:
“É mais abrangente que o da mera instrução. A educação
objetiva propiciar a formação necessária ao
desenvolvimento das aptidões, das potencialidades e da
personalidade do educando. O processo educacional tem
por meta: (a) qualificar o educando para o trabalho; (b)
prepará-lo para o exercício consciente da cidadania. O

acesso à educação é uma das formas de realização


concreta do ideal democrático”.

Ilícita, meritíssimo, portanto, a conduta da ora ré, fato a lhe ensejar


os consectários judiciais cabíveis, entre os quais a organização da grade de
matérias, recebimento dos estágios obrigatórios realizados, findando desta
maneira o curso, para expedição do auferido Diploma, bem como a condenação
ao pagamento de indenização pelos danos indenizáveis.

2.3 – DA OBRIGAÇÃO DE FAZER A ENCARGO DA IES

Indubitável resta o preceito cominatório a ser observado pela


Instituição de Ensino Superior, ora ré, porquanto possui, essa, responsabilidade
legal pela emissão dos correlatos Diplomas que se lhe são vinculados. Nesse
sentido, o art. 43, II da Lei nº 9.394/96 (Essa Lei estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional), transcrito, por sua importância ao deslinde do
caso:
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
II - formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores
profissionais e para a participação no desenvolvimento da
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

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Dessa forma, imperiosa
a concessão pela conclusão e adequação da sua situação matricular do
almejado curso de Engenharia Civil e consequentemente formar-se e
recebimento do aludido diploma, em sede de obrigação de fazer (art. 536,
NCPC), inclusive mediante fixação de astreintes (art. 537, NCPC) porquanto é a
cristalina providência de Direito albergada pela legislação de regência, sendo a
hipótese exata dos autos, a teor da prova documental encartada.
A jurisprudência não destoa, in litteris:
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR.
PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL

REJEITADA. RELAÇÃO CONTRATUAL. OBRIGAÇÃO DE


FAZER. BAIXA NO SISTEMA. COMPROVAÇÃO DA
REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO. DANO MORAL
CONFIGURADO. VALOR ARBITRADO COMPATÍVEL COM A
RAZOABILIDADE E A PROPORCIONALIDADE. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Trata-se de Recurso
Inominado interposto em face da sentença exarada pelo
juízo do 3° Juizado Especial Cível de Taguatinga, que
julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais para
condenar a requerida em obrigação de fazer,
consubstanciada em dar baixa no seu sistema e no
histórico escolar do autor, referente à matéria de ESTÁGIO
SUPERVISIONADO EM INGLÊS III - CEL 1655, cursada por
ele no curso de Licenciatura plena em letras-inglês, bem
como ao pagamento do valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais)
a título de indenização por danos morais. 2. Na origem,
o autor, ora recorrido, ajuizou ação de obrigação de fazer
com tutela de urgência e pedido de indenização por dano
moral. Narrou que é aluno da instituição requerida e que
cumpriu com toda a grade curricular do curso em que se
matriculou, inclusive da matéria ESTÁGIO
SUPERVISIONADO EM INGLÊS III - CEL 1655. Pontuou que
tentou, por várias vezes, dar baixa desta matéria no sistema
da requerida para obter o seu diploma de conclusão de
curso. Ressaltou que para iniciar o estágio obrigatório foi
necessário o preenchimento de requerimento virtual com
aprovação da faculdade. Ressaltou que realizou o referido
estágio, com a aprovação da coordenação da ré, e que foi

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surpreendido com o indeferimento da instituição quando da
solicitação de baixa, pois, segundo a requerida, os
documentos comprobatórios não estavam anexados.
Afirmou que todos os documentos foram apresentados e
que desde o primeiro semestre de 2021 tenta obter o
certificado de conclusão de curso. 3. Recurso
tempestivo e adequado à espécie. Preparo regular (ID
49095367). Contrarrazões apresentadas (ID 49095374). 4.
A relação jurídica estabelecida entre as partes é de
natureza consumerista, estando inseridas nos conceitos de
fornecedor e consumidor previstos no Código de Defesa do
Consumidor (arts. 2º e 3º da Lei 8.078/90). Aplicam-se ao
caso em comento as regras de proteção do consumidor,
inclusive as pertinentes à responsabilidade objetiva na

prestação dos serviços. 5. A questão devolvida ao


conhecimento desta Turma Recursal consiste na análise
preliminar da incompetência da Justiça Estadual, do
cumprimento da exigência curricular e quanto aos
elementos que constituem o dano moral. 6. Em suas
razões recursais, a instituição recorrente alegou que um
dos pedidos formulados se trata da emissão de diploma de
conclusão de curso e que a Justiça Estadual é
absolutamente incompetente para julgar e processar a
ação, conforme Tese Vinculante 1.154/STF. Ressaltou que
faz parte do Sistema Federal de Ensino (Lei 9.394/96) e que
eventual ato praticado pela instituição está relacionado à
autonomia universitária, praticada no exercício da função
delegada pela União. Pontuou que o autor foi devidamente
informado dos requisitos acadêmicos para expedição do
diploma e que anuiu com os termos contratuais. Asseverou
que o certificado não pôde ser expedido pois está pendente
a matéria Estágio Supervisionado em inglês III - CEL 1665.
Afirmou que não houve má-fé de sua parte e que o
recorrido não comprovou e nem esclareceu de que modo
teria ocorrido situação vexatória, sofrimento ou humilhação
que lhe tenha causado angústia ou desequilíbrio
psicológico, capaz de ensejar a indenização por danos
morais. Ao final, requereu recebimento do recurso no duplo
efeito, o seu conhecimento e o provimento total para
reformar a r. sentença na íntegra. Subsidiariamente, caso
não seja este o entendimento, que o valor da indenização
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seja minorado a um patamar dentro dos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade. 7. Nos termos do
art. 43 da Lei nº 9.099/95, o recurso terá somente efeito
devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para
evitar dano irreparável para a parte, não verificado no
presente caso. Não está evidenciada a situação
excepcional que possa acarretar dano irreparável ou de
difícil reparação ao recorrente, uma vez que o pedido de
cumprimento provisório da sentença sequer foi
apresentado e, se o caso, depende de caução suficiente e
idônea o levantamento de eventuais valores (artigo 520,
inciso IV, CPC). Efeito suspensivo negado. 8.
Incompetência da Justiça Estadual. O Tese Vinculante
1.154/STF firmou entendimento de que a Justiça Federal é
competente para julgar os feitos em que se discuta a

expedição de diploma de conclusão de curso superior.


Contudo, a controvérsia dos autos cinge-se no
cumprimento da obrigação de fazer por parte da recorrente
para dar baixa na matéria referente ao estágio
supervisionado em inglês, sem que a demora na expedição
de diploma tenha sido atribuída à análise pelas instituições
federais de ensino. Ressalte-se que a questão debatida
nestes atos é de natureza contratual, afeita à Justiça
Estadual em virtude de sua competência residual, já que tal
matéria não está elencada no rol do art. 109 da Constituição
Federal de 1988. Ademais, a r. sentença de primeiro grau
acolheu a preliminar de incompetência do juízo estadual
para análise do pedido referente à expedição do diploma,
restando em debate, apenas, a obrigação de fazer e os
danos morais decorrentes da demora na análise do
cumprimento da grade curricular. Preliminar de
incompetência rejeitada. 9. Quanto à obrigação de fazer,
restou demonstrado que o autor cumpriu a disciplina
Estágio Supervisionado em Inglês III, com a ciência e
assinatura da coordenação da escola em que realizou o
estágio, bem como da Coordenação da instituição
recorrente (ID 49093395). Há nos autos, também, vídeos (ID
49095312 e ID 49095313) que comprovam que o recorrido
anexou todos os documentos solicitados, não havendo
motivo para a recorrente negar o pedido de conclusão da
matéria aludida. Sentença mantida quanto à obrigação de
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fazer. 10. Para que seja configurado o dano moral, é
necessária a violação aos direitos da personalidade, de
modo a afetar diretamente a dignidade do indivíduo (CF,
art. 5°, inc. V e X; CDC, art. 6°, inc. VI). A situação
vivenciada nos autos, sem sombra de dúvidas, vulnerou os
atributos da personalidade do autor. O recorrido tenta
desde julho de 2021 demonstrar o cumprimento da matéria
curricular - estágio supervisionado em inglês III - contudo,
tal direito lhe vem sendo negado. Ora, a frustração e a
angústia de não concluir o curso de ensino superior, por
falha na prestação no serviço da recorrente, ultrapassa o
mero dissabor e atinge a personalidade do autor, abalando,
inclusive o seu psicológico, pois vê sua vida profissional
paralisada em virtude de tal conduta. Dano moral devido.
11. Em relação ao montante da condenação por dano
moral, as Turmas Recursais firmaram entendimento de que

o valor da indenização é fixado na origem, pelo juiz a quem


incumbe o julgamento da causa. Somente se admite a
modificação do quantum, na via recursal, se demonstrado
estar dissociado dos parâmetros que ensejaram sua
valoração. Embora não haja um critério matemático ou
padronizado para estabelecer o montante pecuniário
devido à reparação na seara da fixação do valor da
reparação por dano moral, deve-se levar em consideração a
gravidade do dano e as condições pessoais e econômicas
das partes envolvidas. Também, não se pode deixar de lado
a função pedagógico-reparadora da medida (desestimular
novos comportamentos ofensivos aos consumidores),
consubstanciada em impelir à parte ré uma sanção
bastante a fim de que não retorne a praticar os mesmos
atos. Considerados os parâmetros acima explicitados,
arbitrada na sentença recorrida se mostra razoável e
suficiente. 12. Recurso conhecido e improvido.
Sentença mantida por seus próprios fundamentos. 13.
Custas recolhidas. Fixados honorários de sucumbência
equivalentes a 10% do valor da condenação. 14. A
súmula de julgamento servirá de acórdão, nos termos do
art. 46 da Lei 9.99/95.
(Acórdão 1743122, 07132803820228070007, Relator:
SILVANA DA SILVA CHAVES, Segunda Turma Recursal,

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data de julgamento: 14/8/2023, publicado no DJE: 24/8/2023.
Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Por conseguinte, excelência, é mister a conclusão e adequação da
sua situação matricular do almejado curso de Engenharia Civil e
consequentemente formar-se e recebimento do aludido diploma, bem como a
consequente Declaração de Conclusão de Curso, ante as penalidades legais
cominadas, a teor da explanação retro.

2.4 – DO DANO MORAL

Para a egrégia civilista Maria Helena Diniz, o dano moral vem a ser
“a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física ou jurídica, provocada
pelo fato lesivo".

Resta configurado o dano extrapatrimonial, eis que tal situação


atenta contra a boa fama e respeitabilidade, da parte autora, no mercado
laboral, excelência (arts. 12 e 20, ambos do CC), fatos que podem ser
atestados mediante produção de prova oral, v.g.

Cediço que o ato ilícito implica, de per si, o dever de indenizar (art.
186, c/c 927, caput, CC).

Corroborando tal entendimento, remansosa jurisprudência:


“A indenização por dano moral independe de qualquer
vinculação com prejuízo patrimonial ou dependência
econômica daquele que a pleiteia, por estar diretamente
relacionada com valores eminentemente espirituais e
morais.” (RT 736/369) TRC 1673. (grifamos)

Reconhecendo, para além do viés reparatório, o caráter punitivo do


dano moral (teoria dos punitive damages, advinda do Direito Comparado), os
tribunais pátrios:

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OBRIGAÇÃO DE FAZER. REPARAÇÃO DE DANOS.
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR. PÓS- GRADUAÇÃO.
NEGATIVA. EXPEDIÇÃO DIPLOMA. DANOS MORAIS.
CONFIGURAÇÃO. 1. Após a conclusão de curso de pós-
graduação, a instituição de ensino superior deve emitir o
certificado de conclusão e diploma respectivo. 2. Quanto
aos danos morais, a doutrina e a jurisprudência
demonstram que o prejuízo imaterial é uma decorrência
natural da violação do direito da personalidade ou da
prática do ato ilícito. 3. A negativa de expedição de

certificado de conclusão de curso de pós-graduação e de


emissão do diploma, ultrapassa o parâmetro habitual dos
meros aborrecimentos e dissabores cotidianos,
configurando nítido o dano moral. 4. O valor da
compensação a título de danos morais deve ser fixado de
acordo com a gravidade do fato e as condições
econômicas das partes, de modo que seu arbitramento seja
razoável e proporcional à ofensa e sirva como fator inibidor

para reiteração do ato ilícito praticado. 5. Recurso


conhecido e provido.

(Acórdão 1781527, 07017647820238070009, Relator: MARIA


DE LOURDES ABREU, 3ª Turma Cível, data de julgamento:
3/11/2023, publicado no PJe: 20/11/2023. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)

DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
EDUCACIONAIS. CURSO DE GRADUAÇÃO. GRADE
CURRICULAR. CUMPRIMENTO. DIPLOMA. EMISSÃO.
CANCELAMENTO. FALHA DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO.
EMISSÃO E REGISTRO DE DIPLOMA DE CONCLUSÃO DE
CURSO POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO DIVERSAS. MORA
SUBSTANCIAL. ILÍCITO CONTRATUAL. IRREGULARIDADE
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCACIONAL.
CARACTERIZAÇÃO. DISCENTE. DANO MORAL.
QUALIFICAÇÃO. FRUSTRAÇÃO DE EXPECTATIVAS.
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OBSTACULIZAÇÃO DO DESEMPENHO DE ATIVIDADE
PROFISSIONAL. QUEBRA DE CONFIANÇA. EXPEDIÇÃO
DO DOCUMENTO. RETARDAMENTO POR DEMASIADO
LAPSO TEMPORAL. AGRAVAMENTO DO SOFRIMENTO DA
CONSUMIDORA. COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA DEVIDA.
QUANTUM. MAJORAÇÃO. PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. ADEQUAÇÃO. APELAÇÃO DA AUTORA
PROVIDA. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1.
Concertado contrato de prestação de serviços
educacionais de graduação em pedagogia e cumprida a
grade curricular, legitimando a obtenção do certificado de
conclusão na graduação, a avultada mora na emissão do
diploma obtido pela aluna em razão das falhas em que
incidiram as prestadoras de serviços encerra ilícito
contratual, que, afetando a intangibilidade pessoal da
discente, maculando os direitos da sua personalidade
diante dos substanciais sentimentos de frustração,
angústia e dificuldade que experimentara, replicando,
inclusive, no início de sua carreira, consubstancia fato
gerador do dano moral, legitimando que lhe seja

assegurada compensação consoante os efeitos que


experimentara (CC, arts. 186 e 927). 2. O dano moral,
afetando os atributos da personalidade da ofendida e
atingindo-lhe no que lhe é mais caro, se aperfeiçoa com a
simples ocorrência do ato ilícito e a aferição de que é apto
a impregnar reflexos em sua personalidade, prescindindo
sua qualificação da germinação de efeitos materiais
imediatos, inclusive porque se destina a sancionar aos
autores do ilícito e a assegurar à lesada uma compensação
pecuniária como forma de atenuar as consequências que
lhe advieram da ação lesiva que a atingira. 3. Os
sentimentos de decepção, desgosto, desamparo e,
sobretudo, de frustração experimentados pela
consumidora frente à impossibilidade de obtenção do
serviço que contratara de forma adequada, provocando-lhe
angústia e sofrimento que maculam seu bem-estar e
entusiasmo, fulminando o estado de satisfação e felicidade
que vivenciava, afetando, ademais, o início de sua vida
profissional na área em que se graduara, extrapolando os

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efeitos inerentes ao havido a álea do simples
descumprimento das obrigações inerentes ao contrato de
serviços educacionais firmado afetando os atributos da
personalidade da discente, enseja a caracterização do
dano moral, legitimando compensação pecuniária atinada
com as consequências derivadas do ocorrido. 4. A
mensuração da compensação pecuniária a ser deferida à
atingida por ofensas de natureza moral deve ser efetivada
de forma parcimoniosa e em conformação com os
princípios da proporcionalidade, atentando-se para a
gravidade dos danos havidos e para o comportamento dos
ofensores e da própria lesada em face do ilícito que a
vitimara, e da razoabilidade, que recomenda que o importe
fixado não seja tão excessivo a ponto de ensejar alteração
na situação financeira dos envolvidos, nem tão
inexpressivo que redunde em uma nova ofensa à ofendida,
resguardando-se seus objetivos teleológicos
(compensação, punição e pedagógico), ensejando,
destarte, a majoração do quantum, se não arbitrado em
conformação com esses parâmetros. 5. Apelação da
autora conhecida e provida. Sentença parcialmente
reformada. Unânime.

(Acórdão 1768528, 07220842920218070007, Relator:


TEÓFILO CAETANO, 1ª Turma Cível, data de julgamento:
4/10/2023, publicado no DJE: 27/10/2023. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)

Pelo exposto, meritíssimo, imperiosa a condenação, da ré, a título de


reparação por dano moral, fixados consoante o prudente arbítrio judicial.

2. 5 - DO DANO EXISTENCIAL
Neste item, tratar-se-á de um dispositivo sepulcral para a quantificação
do valor da indenização, a saber, o art. 944, CC:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Em geral, toda reparação deve ser mensurada proporcionalmente ao


agravo infligido, seja ele moral, material ou existencial. Dessa maneira, é
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possível efetuar os devidos
cálculos, os quais permitirão o justo alvitre do excelentíssimo magistrado.

O dano existencial, por sua vez, é espécie de dano extrapatrimonial


ou imaterial, podendo ser identificado como a perda da qualidade de vida do
indivíduo que, a partir da lesão sofrida, altera ou até mesmo perde a
possibilidade de manter as suas atividades cotidianas.

Por ele, perde o ofendido a possibilidade de gozar os prazeres que a


vida poderia proporcionar. Pode ser subdividido em dano à vida de relação e
dano ao projeto de vida, segundo a novel doutrina civilista.

Reconhecendo o dano existencial, o labor pretoriano:

EMENTA: SUMÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. DEMORA NA


ENTREGA. FALHA NO SERVIÇO. DANO MORAL IN RE
IPSA. O fornecedor de serviço não cumprindo o disposto
no artigo 14, § 3º, do CDC e do artigo 333, II, do CPC, torna
verossímil a alegação do consumidor, ensejando a
aplicação do artigo 14, caput, do CDC no julgamento da
presente lide e o dever de indenizar o dano moral in re ipsa.
No caso sub judice, se aplica a Teoria do dano existencial,

qual seja, a espécie de dano extrapatrimonial ou imaterial,


que pode ser identificado como a perda da qualidade de
vida do indivíduo, ora consumidor, que, a partir da lesão
sofrida, altera ou até mesmo perde a possibilidade de
manter as suas atividades cotidianas. Desprovimento ao
recurso. (TJ-RJ - APL: 00194167620108190202 RJ 0019416-
76.2010.8.19.0202, Relator: DES. ANDREA FORTUNA
TEIXEIRA, Data de Julgamento: 30/06/2015, VIGÉSIMA

QUARTA CAMARA CIVEL/ CONSUMIDOR, Data de


Publicação: 02/07/2015 00:00) (grifei)

No que pertine ao dano existencial, resta configurado o dano ao


projeto de vida do Autor, uma vez que tal fato cria óbice à sua legal inserção no
mercado de trabalho, bem como eiva, enodoa sua imagem perante o mercado,
frustrando, dessa forma, seu projeto de vida, a saber, o livre exercício da
atividade de Engenheiro Civil.
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Albergando tal
pretensão, a jurisprudência pátria:

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. PRISÃO POLÍTICA
ILEGAL, SEVÍCIAS E TORTURA. PRESCRIÇÃO
INOCORRENTE. IMPRESCRITIBILIDADE DAS
PRETENSÕES INDENIZATÓRIAS DECORRENTES DOS
DANOS A DIREITOS DA PERSONALIDADE OCORRIDOS
DURANTE O REGIME MILITAR. DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA. DANOS MORAIS. DANOS EXISTENCIAIS. DANOS
AO PROJETO DE VIDA. QUANTUM. NECESSIDADE DE SE
COMPENSAR ADEQUADAMENTE OS GRAVES DANOS
SOFRIDOS PELO AUTOR. PRECEDENTE. Da
imprescritibilidade dos direitos e garantias fundamentais 1.
"Merece reparo a decisão singular que julgou extinto o feito
em razão do reconhecimento da prescrição do direito de
ação, aplicando ao caso dos autos o Decreto nº 20.910 de
1932, porquanto constatada a imprescritibilidade da
demanda que visa reparar danos morais decorrentes de
tortura praticada durante período de exceção do Estado,
cujos agentes públicos extrapolaram os poderes de polícia,
utilizando métodos desumanos para obter objetivos
escusos. 2. A dignidade da pessoa humana é um dos

fundamentos da República Federativa do Brasil, e a tortura


o mais expressivo atentado a esse pilar da República, de
sorte que reconhecer a imprescritibilidade dessa lesão é
uma das formas de dar efetividade à missão de um Estado
Democrático de Direito, reparando odiosas desumanidades
praticadas na época em que o país convivia com um
governo autoritário e a supressão de liberdades individuais
consagradas." (Apelação Cível n. 70037772159, j. em
20.04.2011, Rel. Des. Jorge Luiz Lopes do Canto) 3.
"Conforme o entendimento jurisprudencial do STJ, em face
do caráter imprescritível das pretensões indenizatórias
decorrentes dos danos a direitos da personalidade
ocorridos durante o regime militar, não há que se falar em
aplicação do prazo prescricional do Decreto 20.910/32"
(AgRg no Ag 1428635/BA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, Segunda Turma, DJe 09/08/2012). Questões de
mérito. 4. A responsabilidade do Estado do Rio Grande do
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Sul por atos danosos praticados por seus agentes de
segurança é de natureza objetiva, no termos do § 6º do art.
37 da CF. 5. No caso dos autos, restaram incontroversas a
prisão ilegal, as torturas a que foi submetido o autor, bem
como as sequelas de tal período ao longo de toda sua vida.
6. O reconhecimento administrativo por parte do Estado da
existência de conduta ilícita por parte de seus agentes
públicos, com a outorga de indenização no valor de
R$30.000,00, não afasta o direito do autor de buscar
complementação da indenização, para adequá-la à
importância e extensão dos danos sofridos. O valor pago
administrativamente vale mais como um reconhecimento
público dos erros estatais cometidos naquele período e um
pedido formal de desculpas aos cidadãos lesados. Seu
valor é mais simbólico do que efetivamente reparatório,
uma vez que os danos sofridos pelo autor - e pelas demais
vítimas da repressão - foram, na verdade, irreparáveis. O
valor recebido administrativamente serve apenas como
uma compensação parcial dos danos. 7. Como sequelas
dos atos praticados pelos agentes estatais de segurança , o
autor tornou-se portador de transtorno mental denominado
"Alteração permanente de personalidade após experiência
catastrófica", codificada pelo CID-10 como F 62.0. Pelos
graves crimes de leitura de textos considerados como
subversivos e pelo alegado envolvimento em compra de

armas, o autor foi seviciado e torturado de forma tão


acentuada e grave, que acabou ficando surdo de um lado
(pelos bofetões no ouvido), sexualmente impotente (pelas
palmatórias aplicadas em sua genitália), com diminuição da
visão, fóbico (não consegue ficar em lugares fechados e
nem entrar em elevadores), depressivo, ansioso, inseguro.
Tão acentuadas foram essas sequelas que o autor foi
considerado permanentemente incapacitado para o
trabalho. 8. Na mensuração do valor dos danos morais, em
casos do gênero, calha a invocação de passagem de obra
clássica de Wilson Melo da Silva, em que cita texto do
antigo direito hebraico, em que se indaga: "como se estima
a dor? Estima-se a dor levando-se em conta o que um
homem, como a vítima, quereria receber para suportar o
mesmo sofrimento". À luz dessa antiga sabedoria, seria de

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se perguntar: quanto de dinheiro algum de nós aceitaria
receber para padecer do mesmo sofrimento, ser submetido
às mesmas agruras e levar consigo até o túmulo as graves
sequelas referidas nos autos? 9. Tenho que, além dos
danos morais puros, o autor sofreu graves danos
existenciais, pois sua vida mudou de curso, para pior,
desde o longínquo março de 1970. Desde então nunca mais
conseguiu levar uma existência normal. Libertado do
cárcere em 1972, continua ele preso ao seu passado. 10.
Além disso, teve arruinado seu projeto de vida. Talvez o
destino não lhe reservasse destaques em áreas
glamorosas. Mas ao menos poderia ele tentar levar a sério
as promessas constantes da Declaração de Independência
dos Estados Unidos, de 4 de julho de 1776: "Consideramos
as seguintes verdades como auto-evidentes, a saber, que
todos os homens são criaturas iguais, dotadas pelo seu
Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a
vida, a liberdade e a busca da felicidade". Essa tentativa de
busca da felicidade é que restou extremamente prejudicada
ao longo da vida do autor. E é isso que se busca, aqui,
remediar. 11. Em outras palavras, aos 28 anos o autor foi
preso e por dois anos viveu no inferno. Mesmo após sair da
prisão, o inferno o acompanhou desde então, diante das
sequelas de que padece, as quais diariamente o
reconduzem àquele período. O Estado do Rio Grande do
Sul liquidou a mocidade e a idade madura do autor. Que ao
menos agora lhe seja alcançada quantia razoável para lhe

permitir uma velhice um pouco mais confortável. 12. Danos


extrapatrimoniais fixados em R$200.000,00 (duzentos mil
reais), observado precedente específico desta Corte de
Justiça. Afastada a prescrição. Dado provimento ao apelo.
(Apelação Cível Nº 70058189457, Nona Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio Facchini Neto,
Julgado em 26/03/2014)(TJ-RS - AC: 70058189457 RS,
Relator: Eugênio Facchini Neto, Data de Julgamento:
26/03/2014, Nona Câmara Cível, Data de Publicação: Diário
da Justiça do dia 10/04/2014)

Pelo exposto, não há outra conclusão possível, que não a


condenação da ré em todos os danos indenizáveis do caso em tela, repise-se:

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morais e existenciais,
considerando que tal pretensão deriva do dever geral de restituição integral
(restitutio in integrum), esta, por sua vez, derivada do dever geral de abstenção,
estatuída pelo brocardo neminem laedere, ambos com fulcro no vetusto Direito
Romano, acolhidos, desta feita, pelo hodierno Código Civil Pátrio (art. 944).

2. 6 - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA


Mister se conceda, in limine, de forma antecipada, a aludida tutela
(art. 294, NCPC), porquanto o autor encontra-se em prejuízo manifesto, eis que
impossibilitada de exercer, livre e legalmente, sua profissão.

Nesse sentido, satisfeitos os requisitos concursais (art. 300, NCPC)


para consecução da pretendida tutela, a saber:

A) O primeiro requisito resta preenchido, uma vez que todas as


alegações estão devidamente comprovadas pelas documentações acostadas
que instrui a peça. Com isso, resta claro a ausência de culpa do autor para a
não regularização de sua situação no sistema interno, impedindo sua
regularização perante o curso de Engenharia Civil, consubstanciando sua
finalização e formatura, mediante expedição de conclusão de curso e diploma;

B) O segundo requisito, perigo de dano, plasmado pelo evidente


prejuízo, material e extrapatrimonial, em que incide ao autor, tendo em vista que
resta, inconstitucionalmente, inserido fora do mercado de trabalho, tendo
promessas de emprego ofertadas, das quais não pode usufruir, por ato ilegal da
ora ré.

Importante trazer à colação os ensinamentos doutrinários do


eminente jurista Nelson Nery Junior, proferidos em sua magnífica obra Código
de Processo Civil Comentado, onde com maestria preleciona que:

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“Ações que admitem a tutela antecipada. Em toda ação de
conhecimento, em tese, é admissível a antecipação de
tutela, seja a ação declaratória, constitutiva (positiva ou
negativa), condenatória, mandamental etc. A providência
tem cabimento, quer a ação de conhecimento seja
processada pelo rito comum (ordinário ou sumário) ou
especial, desde que verificados os pressupostos da norma
sob comentário” (...) (ob. cit. ,5ª edição; 2001, p.732).

Coaduna a jurisprudência pátria:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO


CONCESSIVA DE TUTELA ANTECIPADA PRESENÇA DOS
REQUISITOS ENSEJADORES DO INSTITUTO - RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO.

I - Presentes os requisitos ensejadores da tutela


antecipada, impõe-se o seu deferimento.

(AI 2002000146584 CE- 2ª Câmara Cível – Rel. Des. Gisela


Nunes Costa - j.31.03.2004 - grifamos).

Dessa forma, imperiosa a concessão da tutela vindicada, o que de


antemão se requer.

III – DOS PEDIDOS


Diante de todo o exposto, requer o autor que seja a presente ação
julgada, in totum, procedente, para:

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A) Condenar, a Instituição de
Ensino Superior Centro Universitário UNIBTA, na pessoa de seus
representantes legais, na seguinte Obrigação de Fazer: expedir o Diploma de
Graduação em Engenharia Civil, bem como o correlato Certificado de
Conclusão de Curso de Denizio Marco de Sousa Rocha, enquanto Engenheiro
Civil, para todos os fins de direito, sob pena de multa cominatória, por este
juízo arbitrada (art. 537, NCPC), sendo possível, ainda, o resultado prático
equivalente (art. 536, NCPC);

B) Que se julgue procedente a presente ação, condenando-se a Ré ao


pagamento de verba indenizatória estipulada em R$ 44.000,00 (quarenta e
quatro mil reais), referente aos danos materiais, devendo ser acrescidos de
juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês (art. 5º, Decreto 22.626/33),
contados a partir do evento danoso (Súmula 54, STJ), para além da correção
monetária, está fluindo, outrossim, a partir do efetivo prejuízo (Súmula 43, STJ
e Súmula 562, STF), nos termos dos fatores de atualização da egrégia
Corregedoria de Justiça do Piauí.

C) Seja, a ora ré, condenada ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a


título de Compensação por Danos Morais, nos termos do art. 292, V, NCPC,
devidos ao autor, acrescidos de juros moratórios na ordem 1 % a.m (um por
cento ao mês), a teor do art. 5º, Decreto 22.626/33, atualizados
monetariamente, desde a data de arbitramento (Súmula 362, STJ);

D) Seja, a ora ré, condenada ao pagamento de R$ 5.000 (cinco mil reais), a


título de Compensação por Danos Existenciais, nos termos do art. 292, V,
NCPC, devidos ao autor, acrescidos de juros moratórios na ordem 1 % a.m (um

por cento ao mês), a teor do art. 5º, Decreto 22.626/33, atualizados


monetariamente, desde a data de arbitramento (Súmula 362, STJ);

E) A citação da ora ré, na pessoa de seus representantes legais (art. 75, VIII,
NCPC), para fins de integração à relação processual (art. 238, NCPC), sob
pena de revelia;

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F) A inversão do onus
probandi, tendo em vista a relação de consumo efetivamente existente (arts.
2º e 3º do CDC), a qual dá guarida a esse direito básico do consumidor (art. 6º,
VIII, CDC), assentado na verossimilhança das alegações, documentalmente
testificadas (doc. 02 e ss.);

G) A concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do art.


98, §1º e ss., NCPC, haja vista a presunção legal de hipossuficiência
econômico-financeira, quando deduzida por pessoa natural (art. 99, §3º,
NCPC);

H) A publicação dos atos processuais em nome de HELVÉCIO SANTOS


PINHEIRO NETO – OAB/PI 14.318 -, sob pena de nulidade (art. 272, §5º,
NCPC);

I) A concessão da tutela provisória de urgência antecipada (arts. 294 e 300,


ambos do NCPC), a fim de garantir, initio litis, pela conclusão e adequação da
sua situação matricular do almejado curso de Engenharia Civil e
consequentemente o recebimento do aludido diploma em nome de Denizio

Marco de Sousa Rocha, enquanto Engenheiro Civil, a fim de que possa


exercer, sem embaraços, sua profissão;

J) A condenação da parte infensa no ônus da sucumbência, bem como no


pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, alçados em 20% (vinte
por cento) sobre o valor da condenação (art. 82, §2º c/c art. 85, ambos do
NCPC).

K) O protesto por todas as provas em Direito admitidas, em especial a


documental, testemunhal e o depoimento pessoal da parte (art.319, VI, NCPC);

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IV – DO VALOR DA
CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 59.000,00 (cinquenta e nove mil reais), para fins
de alçada (art. 319, V, NCPC).

Termos em que pede, concessa venia, deferimento.

Bom Jesus/PI, 01/12/2023.

HELVÉCIO SANTOS PINHEIRO NETO

OAB/PI 14.318

ROL DE DOCUMENTOS

Doc. 01: Procuração;


Doc. 02: Documentos Pessoais;
Doc. 03: Matricula de aprovação;
Doc. 04: Termo de Autorização para Realização de Estágio;
Doc. 05: Certidões de Nascimento dos Filhos;
Doc. 06: Recibo de Pagamento do Imóvel vendido;
Doc. 07: Boletins de Ocorrência.

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