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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____º VARA CIVIL DO FORO

DE ____________

Processo nº ________

DIEGO _____, brasileiro, casado, analista de tecnologia, inscrito no RG sob o nº _____ e no CPF sob o nº
_____, residente e domiciliado à Rua _______, cidade de São Paulo, estado de São Paulo, vêm, respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, por meio do seu advogado, infra assinado, interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

em face de decisão que indeferiu a cobrança de alugueis retroativos a citação em Ação de Rescisão Contratual
cumulada com danos morais e materiais em face de HOT BEACH ______, Sociedade Empresária Limitada,
inscrita no CNPJ sob o n.º _____, com sede na ______ Cidade de Olímpia, estado de São Paulo

Requer, desde já o recebimento no efeito suspensivo, com a imediata intimação do recorrido para, querendo
oferecer as contrarazões e, ato contínuo, sejam os autos com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de
Justiça do estado de São Paulo para os fins aqui ajuizados.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

São Paulo, 07 de junho 2021.

LUCIANA ______
OAB/SP
RAZÕES RECURSAIS

Apelante: DIEGO ________________

Apelado: HOT BEACH ______

Processo de origem nº _______________ da ___º Vara Civil do Fórum de ____

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CAMARÂ,

EMÉRITOS DESEMBARGADORES

DA TEMPESTIVIDADE

Nos termos dos artigos 219, 224 e 1003 §3º do CPC o prazo para interpor o presente recurso é de 15
dias úteis, sendo excluído o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.

Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário Oficial na data de 20/05/2021,
considerando ainda que houve suspensão dos prazos em virtude de feriado, tem-se por tempestivo o presente
recurso, devendo ser acolhido.

DO PREPARO

Informa que junta em anexo a devida comprovação do recolhimento do preparo recursal.

BREVE SÍNTESE DA DEMANDA RECORRIDA

Trata-se de Ação de Rescisão Contratual, c.c pedido de tutela de urgência, devolução de quantias
pagas e indenização de danos morais e materiais.
Os AUTORES em 2015 celebraram Contrato Particular de Promessa de Compra e Venda de
Unidade Imobiliária no regime de multipropriedade onde adquiriu uma fração da unidade autônoma 222,
localizada no empreendimento "Hotel Beach Suítes Olímpia" com promessa de entrega para 29/10/2018.

Assinaram também o "Contrato Inscrição e Associação ao Programa RCI Weeks", que disponibilizava
a utilização por duas semanas de qualquer hotel da rede "RCI" sem custo durante o período das obras.

Ocorre que até a presente data o empreendimento NÃO FOI ENTREGUE e nem tão pouco os
AUTORES conseguiram usufruir da “hospedagem gratuita” do Programa acima descrito.

De forma acertada a sentença concedeu-lhe a rescisão do Contrato Particular de Promessa de Compra


e Venda, bem com a devolução integral e corrigida de todas as parcelas pagas com multa de 10%. No entanto, no
tocante ao requerimento dos danos materiais gastos e morais sofridos, tais direitos foram-lhe negados, cabendo
assim o recurso de apelação para reforma em parte a decisão.

DO MÉRITO

1. DOS DANOS MATERIAIS e MORAIS

Conforme descrito na sentença, o nobre julgador entendeu que não foi devidamente comprovado os
dados causados, conforme abaixo colacionado:

No que toca ao pedido da parte autora de condenação da ré à indenização por


danos materiais, em razão da assinatura do "CONTRATO DE INSCRIÇÃO
E ASSOCIAÇÃO AO PROGRAMA RCI WEEKS" (fls.44/45, repetido às
fls.164/165), temos que melhor sorte não lhe assiste. Isso porque inexiste nos
autos qualquer elemento probatório, sequer indícios, que possa corroborar
com a alegação inicial de que a acomodação em qualquer hotel da rede "RCI"
seria sem custo durante o período das obras do empreendimento" Hot Beach
Suítes Olímpia. (...)
Por fim, mas não menos importante, igual destino tem o pleito indenizatório
de danos morais, posto não terem incidido na espécie, haja vista que a questão
apenas se ateve ao prejuízo patrimonial da parte autora, sem qualquer invasão
no arcabouço de direitos extrapatrimonial.
Nobres julgadores, primeiramente insta pontuar, que o grupo que representa a empresa RÉ tem mais
de 500 processos só Tribunal de Justiça de São Paulo (Grupo Ferrasa: Thermas Park Resort & Spa; Celebration
Resort Olímpia; Hot Beach Olímpia – Diversões Aquática; Loteamento e condomínios; Residencial Thermas Park;
Residencial Donnabella; Residencial Cote Gil e Di Vitoria Condominium).

Outro aspecto deplorável dessa empresa é o seu modus operandi para convencer suas vítimas a fechar o
negócio: abordar visitantes de parques aquáticos da região de Olímpia, oferecendo mundos e fundos, tudo
regado a muita propaganda enganosa, brindes e convites a jantares.

Foi nesse cenário que os APELANTES celebraram os contratos, dentre eles o Contrato Inscrição
e Associação ao Programa RCI Weeks (doc. 02), onde garantia que poderiam utilizar por duas semanas
qualquer hotel da rede RCI sem custo durante o período de obras, desde que adimplentes.

Com isso, os APELANTES estiveram adimplentes por anos, quando resolveram viajar em férias
com a família, pois possuem dois filhos menores de 07 anos, foram LITERALMENTE impedidos de usufruir
do contratado.

Desta feita, tiveram que desembolsar do seu próprio bolso a hospedagem em outros hotéis durante
os períodos de férias, cujo o montante total foi de R$ 7.311,43 (doc 04), razão pela qual faz jus a APELADA
ressarci tal custo, uma vez que não cumpriu com o contratado, pois simplesmente NÃO EXISTE o tal programa,
SERVE APENAS PARA LUBRIDIAR e ENGANAR!!!!

Diante disto, estabelece o ordenamento através do Código Civil Brasileiro, o direito de reparação de
que cometeu ato ilícito, conforme transcrito:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

Vale lembrar, que a responsabilidade da empresa é objetiva, dispensando a prova de culpa em sua
conduta, tal responsabilidade decorre do exercício de sua atividade empresarial.
No tocante aos Danos Morais, o valor requerido de R$ 10.000,00 faz juz aos APELANTES, uma
vez que o atraso injustificado na entrega de imóvel enseja o pagamento de danos extrapatrimoniais, na medida em
que tal fato caracteriza dano moral presumível.

Ademais, a situação narrada demonstra claramente a postura demasiadamente abusiva e de má-fé que
a empresa trata seus clientes, tendo os APELANTES despendido tempo, além de ter empreendido esforços
buscando solução amigável para o litígio.

É notório o dever de indenizar, haja vista que a questão é mais que um mero dissabor, destacando-se
que a indenização dos danos puramente morais deve representar punição forte e efetiva, bem como, remédio para
desestimular a prática dessa conduta, determinando, não só a APELADA, mas principalmente a outras empresas,
a refletirem antes de causarem prejuízo a outrem

Ensina o ilustre CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, que:

"o indivíduo é titular de direitos integrantes de sua personalidade, o bom


conceito que desfruta na sociedade, os sentimentos que estornam a sua
consciência, os valores afetivos, merecedores todos de igual proteção da
ordem jurídica".

Cabe ressaltar, que tal entendimento é pacifico no d. Tribunal de Justiça de São Paulo, conforme
segue:

COMPRA E VENDA – Sentença de parcial procedência - APELO DA


REQUERIDA - Pretensão à inversão do julgado – Inadmissibilidade – Taxa
SATI e congêneres que constituem abusividade, conforme REsp
1599511/SP - Danos morais que se reconhecem in re ipsa. APELO DA
AUTORA – Parcial admissibilidade - Ação que se encontra prescrita,
consoante entendimento no Recurso Repetitivo n. 1.551.956/SP, no que
tange à restituição de valores de corretagem – Cabimento da aplicação da
cláusula penal em favor da consumidora, bem como ao ressarcimento de
lucros cessantes, nos patamares utilizados por esta Câmara - Bens imóveis
que são frutíferos, gerando presumido dano material (Súmula 162 TJSP) –
Danos morais que não comportam a majoração pretendida. Sentença
parcialmente reformada – RECURSO DA RÉ DESPROVIDO, APELO
DA AUTORA PROVIDO EM PARTE. (TJSP; Apelação 1031948-
12.2015.8.26.0100; Relator (a): Fábio Podestá; Órgão Julgador: 5ª Câmara de
Direito Privado; Foro Central Cível - 8ª Vara Cível; Data do Julgamento:
05/04/2017; Data de Registro: 06/04/2017. Grifo nosso.

2. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Foram fixados honorários de sucumbência em favor dos APELADOS, conforme segue:

Condeno a parte autora a pagar honorários advocatícios à requerida, que fixo


em 10% sobre o valor da causa atualizado referente àquilo que
sucumbiu (danos material e moral), nos termos do artigo 85, § 2º, do
CPC, e parâmetros de interpretação desse mesmo dispositivo legal fixado
pelo C. STJ, 2ª Seção, no REsp nº 1.746.072/PR, de relatoria da E. Min.
Nancy Andrighi, DJe: 29/03/2019, incidindo correção monetária de acordo
com a tabela prática do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
a partir desta data, além de juros legais de 1% ao mês a partir do trânsito em
julgado.

Tal prática é inadmissível, uma vez que foi comprovado nos autos todos os custos e prejuízos que os
APELADOS sofreram, bem como o sofrimento que tiveram para resolver a demanda de forma amigável.

Diante do exposto, requer aos nobres julgadores a reforma parcial da sentença.

DOS PEDIDOS

De todo o exposto requer que seja o presente Recurso de Apelação recebido, processado e provido,
para que seja reformada em parte a respeitável sentença recorrida para que seja:

i) condenação ao pagamento relativo a danos materiais de valor de R$ 7.311,43 (sete mil, trezentos
e treze reais e quarenta e três reais) devidamente corrigido desde a citação;

ii) condenação ao pagamento relativo a danos morais de valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais)
devidamente corrigido desde a citação;
iii) que seja condenado os APELADOS ao pagamento de sucumbência no valor total da ação, incluindo
Danos Morais e Materiais, eximindo aos APELANTES qualquer tipo de pagamento.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.
São Paulo, 07 de junho de 2020.

LUCIANA____
OAB/SP nº _____

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