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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ / SC

YGORO ROCHA GOMES, brasileiro, solteiro, advogado,


inscrito no CPF nº 742.922.262-53 e no RG nº 52597762-4 SSP/SP, domiciliado à Avenida
Presidente Kennedy, nº 1.333, Sala 509, Campinas, São José, SC, vem em causa própria
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Contra TELEFÔNICA BRASIL S/A – VIVO, pessoa


jurídica de direito privado com CNPJ: 02.558.157/0001-62, Com sede na Av. Ttompowsky,
n. 354, salas 901 e 902, Centro, Florianópolis, SC, CEP: 88015-300, o que faz pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
DOS FATOS

Inicialmente cumpre ressaltar, que o Autor era cliente da Ré e


possuía um plano de celular pós pago, entretanto, em meados de novembro de 2017 o Autor
compareceu na loja da empresa Ré situada na Avenida Lédio João Martins, nº 28, loja 02,
São José SC, CEP: 88102-060, e requereu a mudança de seu plano para um plano superior
(plano família).

A vendedora explicou os benefícios do plano e o aumento no


valor pago para usufruir do novo plano de celular.

Ressalta-se, que algumas das vantagens de adquirir este novo


plano eram a de que: Neste plano poderiam existir mutuamente duas linhas de celular, as
duas linhas passavam a possuir ligações ilimitadas para telefones de todo o Brasil
(conforme se vê nas diversas campanhas publicitárias encampadas pela empresa Ré no
mercado) e de que telefones distintos pudessem usufruir dos mesmos benefícios (telefone
do Autor e de sua mãe).

Desta feita, o Autor no mesmo momento da assinatura do


novo plano, requereu a inserção do número de telefone da sua mãe (Leonice dos Passos
Rocha), no novo plano de celular para que a mesma pudesse usufruir dos benefícios
adquiridos.

Ressalta-se, que o número de telefone da mãe do Autor estava


cadastrado em seu nome e CPF na empresa Ré, ou seja, os débitos referentes a este número
de celular eram de responsabilidade do Autor.
A atendente finalizou o cadastro e informou que ambos os
números estavam liberados a utilizar os benefícios do novo plano.

Neste sentido, a mãe do Autor no decorrer dos dias efetuou as


ligações que possuía direito.

Contudo, em meados do mês de fevereiro de 2018 o Autor


recebeu uma correspondência informando que o mesmo possuía uma dívida no valor de R$
969,37, (documento anexo) com a empresa Ré e que pelo fato desta dívida não ter sido
quitada, o nome do Autor encontrava-se no SERASA.

O Autor dirigiu-se a loja da empresa Ré situada na Avenida


Lédio João Martins, nº 28, loja 02, São José SC, onde o mesmo efetuou a troca de plano e
informou o ocorrido a atendente. Prontamente a atendente tomou nota da situação e após
algumas ligações com a sua central de relacionamentos descobriu que o número da mãe do
Autor, por um erro do sistema da empresa Ré não tinha sido incluído no plano família.

Ademais, a atendente informou que o problema já tinha sido


resolvido e que o Autor poderia ficar tranquilo.

Contudo, em meados do mês de março de 2018 o Autor


recebeu outra correspondência informando que o mesmo possuía uma dívida no valor de
R$ 969,37, e outra dívida no valor de 59,79 (documentos anexos) com a empresa Ré e que
pelo fato destas dívidas não terem sido quitadas, o nome do Autor encontrava-se nos
SERASA (ambas as dívidas eram derivadas da não inserção do número da mãe do Autor no
plano família).
Desta feita, o Autor dirigiu-se novamente a loja da empresa
Ré situada na Avenida Lédio João Martins, nº 28, loja 02, São José SC, onde o mesmo
efetuou a troca de plano e informou novamente o ocorrido a atendente.

Ressalta-se, que após a segunda vez que o Autor informou o


ocorrido,o mesmo começou uma peregrinação mensal na loja da Ré, tendo em vista que ao
mesmo tempo a loja informava que iria resolver o problema e nunca resolvia.

Neste sentido, depois que o Autor solicitou diversas vezes a


retirada do seu nome do SERASA e o cancelamento da dívida a empresa Ré finalmente
conseguiu retirar seu nome colocado indevidamente no SERASA, bem como efetuar o
cancelamento da dívida inexistente em seu nome.

E por se tratar de uma relação de consumo, o Autor vem à


presença de Vossa Excelência requerer a reparação nos danos morais sofridos, visto que o
suposto débito nunca existiu !!!!!!!!!!!!!!!

DO DIREITO
2.009381/2006-69
Verifica-se, que o dano é um prejuízo ressacável
experimentado pelo lesado, que se traduz na violação de um bem juridicamente tutelado,
tendo como consequência efeitos patrimoniais ou extrapatrimoniais.

Resta claro, que no presente caso o dano sofrido pelo Autor


enquadra-se perfeitamente na órbita do dano moral ou extrapatrimonial (à honra), conforme
restará comprovado.
O dano é pressuposto legal para atribuições do deve de
indenizar, que, estreme de dúvidas, ficou evidenciado. Certo é que, evidenciada a culpa da
Ré dando causa ao evento danoso, perfeitamente previsível, imputar-lhe a obrigação de
ressarcir os prejuízos por não ter respeitado a integridade moral do Autor.

Os transtornos causados devem ser compensados com valores


pecuniários, em caráter punitivo e indenizatório, para amenizar o sofrimento do Autor e
principalmente para impedir que a Ré venha novamente ter a mesma conduta danosa.

Neste sentido, o Tribunal de Santa Catarina já se posicionou


sobre o tema:

“INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA


NO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.
PROCEDÊNCIA. INSATISFAÇÃO DA DEMANDADA.
ALEGADA CARÊNCIA DE AÇÃO, POR FALTA DE
INTERESSE PROCESSUAL, SOB O ARGUMENTO QUE A
RESTRIÇÃO CREDITÍCIA DEU-SE EM RAZÃO DO
INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. PRELIMINAR QUE
SE CONFUNDE COM O MÉRITO. PARCELA QUE FOI
COMPROVADAMENTE QUITADA. REGISTRO
EFETUADO INDEVIDAMENTE NO SPC. ABALO DE
CRÉDITO VERIFICADO IN RE IPSA. PREJUÍZO
PRESUMIDO. DEVER DE INDENIZAR MANTIDO. A
ocorrência de dano moral por indevida inscrição em castro
de restrição de crédito enseja o pagamento de danos morais.
Reconhecidos o ato ilícito, o nexo e a lesão, dispensa-se a
produção de prova do abalo moral sofrido. O crédito, na
conjuntura atual, representa um bem imaterial que integra
o patrimônio econômico e moral das pessoas, sejam elas
físicas ou jurídicas, de modo que sua proteção não pode
ficar restrita àqueles que dele fazem uso em suas atividades
especulativas. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
CONDENAÇÃO QUE NÃO DEVE SERVIR COMO FONTE
DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E, AO MESMO
TEMPO, DEVE CONSUBSTANCIAR-SE EM SANÇÃO
INIBITÓRIA À REINCIDÊNCIA. VALOR FIXADO COM
BASE NAS PARTICULARIDADES DO CASO E EM
OBSERVÂNCIA AO CARÁTER PEDAGÓGICO E
COMPENSATÓRIO. MANUTENÇÃO. O quantum
indenizatório deve ser fixado levando-se em conta os critérios
da razoabilidade, bom senso e proporcionalidade, a fim de
atender seu caráter punitivo e proporcionar a satisfação
correspondente ao prejuízo experimentado pela vítima sem,
porém, causar-lhe enriquecimento ilícito, nem estimular o
causador do dano a continuar a praticá-lo. RECURSO NÃO
PROVIDO (TJ-SC - AC: 20120189891 SC 2012.018989-1
(Acórdão), Relator: Gilberto Gomes de Oliveira, Data de
Julgamento: 04/06/2014, Segunda Câmara de Direito Civil
Julgado, ).” (grifos nossos)

Verifica-se, que no que tange a comprovação do dano moral,


é sabido que a restrição de crédito, por si só é elemento lesivo, porque pagará o descrédito
econômico e socialmente relação ao inscrito, destruindo sua reputação de bom pagador à
tanto custo construída e, assim consequentemente, registrando e abalando se crédito.

Desta forma, é inegável o dever legal da Ré em pagar a


indenização de Danos Morais ao Autor por medida de Justiça!

DO PEDIDO

Em razão do exposto, requer:

a) seja citada a empresa Ré para, querendo, contestar a


presente, devendo comparecer nas audiências de conciliação e instrução/julgamento, sob
pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato, e no final a condenação da empresa no
pagamento dos valores pleiteados, acrescidos de correção monetária, juros de mora.
b) seja ao final, julgado procedente o pedido ora formulado,
condenando a Ré ao pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) à guisa de dano moral.

c) Protesta-se provar o alegado, por todos os meios de provas


em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do representante legal da Ré,
oitiva das testemunhas, juntada de documentos.

Atribui à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
São José, 12 de maio de 2019.

YGORO ROCHA GOMES


OAB/SP nº 275.961
OAB/SC nº 43.650-A

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