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Morais Jordão
ADVOCACIA E CONSULTORIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1011966-86.2016.8.26.0161 e código 2D080A2.
COMARCA DE DIADEMA - SP

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JULIANA MORAIS JORDAO, protocolado em 23/02/2018 às 11:29 , sob o número WDDA18700165824 .
PROCESSO n° 1011966-86.2016.8.26.0161
Procedimento Ordinário

TRATERNIT TRATAMENTO TÉRMICO LTDA – EPP, nos autos do processo em


epígrafe que move em face de TELEFÔNICA BRASIL S/A, por sua advogada, vem,
respeitosamente, apresentar RECURSO DE APELAÇÃO com fundamento no artigo
1.009 do Código de Processo Civil, o que faz nos termos das razões em anexo.

Termos em que,
Pede deferimento.

Diadema, 20 de fevereiro de 2018

JULIANA MORAIS JORDÃO


OAB/SP. nº. 341.402

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CONTRA RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

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Origem:
3ª Vara Cível da Comarca de Diadema
Processo n° 1011966-86.2016.8.26.0161

Apelante: TRATERNIT TRATAMENTO TÉRMICO LTDA – EPP


Apelada: TELEFÔNICA BRASIL S/A

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Eméritos Julgadores,

I – DOS FATOS

A r. decisão de primeiro grau que julgou parcialmente procedentes os


pedidos iniciais, não poderá, com o máximo respeito, prevalecer, merecendo ser
reformada no tocante a aplicação da prescrição trienal, do artigo 206, §3ª, IV, do
CC, que considerou prescritos os títulos pagos anteriores a 17/09/2013 e a
improcedência do pedido de indenização de dano moral.

II – DA INAPLICABILIDADE DA PRESCRIÇÃO TRIENAL

A r. sentença declarou a parcial procedência da inaugural, afastando o


pedido de indenização por dano moral e condenando a apelada à restituição dos
valores cobrados a título de locação de um Pabx, a partir de 17/09/2013
devidamente corrigidos considerando o respectivo desembolso, aplicando no que

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tange aos títulos pagos anteriormente a citada data, a prescrição contida no artigo
206, §3º,IV CC.

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Cumpre consignar que inconteste a relação jurídica firmada entre as partes
e que perdura até a presente data, haja vista a prestação de serviços de telefone e
internet.

A controvérsia cingia-se na efetiva ou não instalação do aparelho Pabx, o


que não restou demonstrado pela Apelada, acarretando no reconhecimento de
indevidas as cobranças a título de locação do aparelho.

Não se trata, aqui, pese a cobrança indevida, de ação de ressarcimento


por enriquecimento sem causa, mas de pedido fundado em direito pessoal, o que
faz incidente a regra geral do artigo 205, “caput” do Código Civil.

O ilícito a que alude o artigo 206, §3º, inciso IV, do Código Civil, pressupõe
falta de justa causa à cobrança, do que nestes não se cuida, eis que inconteste a
contratação entre as partes, e a existência de negócio jurídico válido e eficaz é, em
regra, uma justa causa para o enriquecimento, observada a ausência de interesse
da demandante na declaração de sua nulidade e/ou rescisão, mas no
cumprimento do pactuado em seus exatos termos, notadamente no que envolve a
não cobrança do aparelho Pabx, uma vez que, nunca instalado.

Conquanto aplicável, nestes, o prazo prescricional decenal (art. 205, CC),


de modo que, distribuída a demanda em 17/09/2016, é devida a restituição do
desembolsado desde 17/09/2006.

ALTERNATIVAMENTE, caso este não seja o entendimento dos. R.


desembargadores, requer pela aplicação do artigo 27 da Lei 8.078/90 que consagra
a prescrição quinquenal, a qual abrange todas as hipóteses relativas aos prejuízos
de cunho patrimonial e/ou moral suportados pelo consumidor por fato do produto
e/ou serviçoprestado pelo fornecedor, inclusive a de enriquecimento sem causa.

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Desta maneira, caso entenda-se que ocorrera efetivo enriquecimento sem

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causa do fornecedor oriundo diretamente do contrato por ele firmado com o

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consumidor, deve-se inserir na situação do fato de produto e/ou serviço, nos termos
do especificado no artigo 27 da Lei8.078/90, até porque importa em prejuízo de
cunho patrimonial e/ou moral do aderente.

Justamente em razão do acima especificado, não é o caso de se aplicar o


prazo prescricional trienal especificado no artigo 206, parágrafo terceiro, inciso IV,
do CódigoCivil/2002, até porque a relação contratual mantida entre os litigantes
ostenta natureza consumerista, verificando-se a existência de dispositivo expresso na
Lei 8.078/90 para os prejuízos de cunho patrimonial e/ou moral suportados pelo
consumidor em situações como a narrada na exordial.

Portanto, diante do demonstrado, requer o afastamento da aplicação da


prescrição de ofício, contida no artigo 206, §3º, IV, do CC, e considerando o
fundamento exposto, aplicação da prescrição contida no artigo 205 do mesmo
diploma legal, e alternativamente, caso não seja o entendimento dos r,
desembargadores, a prescrição quinquenal, contida no art. 27, CDC.

II – DO DANO MORAL

A r. sentença de primeiro grau, afastou o pleito de indenização por


dano moral, sob o fundamento de que não houve qualquer notícia nos autos,
de comprometimento da imagem comercial da autora em virtude das
cobranças indevidas, tratando-se de meros aborrecimentos.

O dano moral pleiteado no caso em tela, é fundamentado não em


eventual mácula a imagem da Apelante, mas sim no transtorno que a Apelada
trouxe ao trazer uma situação, que a princípio seria de fácil solução, bastando
uma simples constatação de não instalação do aparelho e cessando as
cobranças.
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Ao longo das contestações internas apresentadas a Apelada, alguns

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técnicos dirigiram-se ao estabelecimento da Apelante e observaram que

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NENHUM aparelho da empresa havia sido instalado. Ou seja, a Apelada tinha
plena ciência que a cobrança era indevida, mas persistiu nas mesmas por má
fé.

Algo que evidentemente não necessitaria sequer da intervenção do


Judiciário. Algo de simples solução, demandando cooperação, boa fé e boa
vontade.

Mas a situação exposta na peça inaugural foi se arrastando por longo


período. A Apelada trouxe um verdadeiro transtorno ao iniciar as cobranças sem
instalação do aparelho, pois tomando conhecimento das mesmas, a Apelante
iniciava sua trajetória para tentar reaver o que lhe fora cobrado indevidamente.

Uma trajetória que de fato só teria uma solução com o ajuizamento


deste processo. Um desperdício injusto, ilegítimo e, consequentemente, danoso
ao consumidor, que poderia se utilizar melhor de seu tempo realizando
quaisquer outras atividades, seja trabalhando, seja em qualquer outra atividade.

Conforme documentos em anexo, há demonstração de inúmeros


contatos com a Apelada, inclusive com registro de reclamações na Anatel.

A tese de Desvio produtivo do consumidor, teoria difundida por


renomados doutrinadores, prevê que é vedado ao fornecedor impor ao
consumidor uma situação que o faça “perder tempo” em filas, em espera
excessiva por atendimento, em SAC e demais “call centers”, em retorno às lojas
para consertos ou informações, em espera em aeroportos por voos atrasados ou
pelo envio de uma mercadoria, etc.

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Para o ressarcimento dos valores desembolsados a Apelante entrava


em contato telefônico através dos “call centers”. É sabido por todos, que esta

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modalidade de atendimento é um tanto cansativa, desgastante para os

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consumidores, pois os atendentes não possuem qualquer treinamento e
capacidade técnica para o efetivo solucionamento dos casos, colocando os
consumidores em um verdadeiro jogo de empurras.

Não basta que o fornecedor coloque seus produtos e serviços no


mercado de consumo e aufira seus lucros. É necessário mais do que isso. É
necessário que seu produto ou serviço tenha qualidade, que seja prestada
assistência, que sejam fornecidas informações, que o atendimento seja de
qualidade não só na hora de vender o produto, mas também no momento
posterior à venda.

As relações de consumo e mais do que isso, as relações na sociedade


como um todo, devem ser regidas por princípios básicos de civilidade, dentre
eles a boa fé objetiva,a eticidade e a probidade.

Requer portanto, que seja a Apelada seja condenada ao pagamento


de indenização em danos morais, em valor suficiente a coibir ao fornecedor que
continue praticando tais condutas com outros consumidores e que aprimore a
prestação de seus serviços, condizendo com as ofertas prestadas, e
proporcionando a devida assistência após as vendas, o que é tão importante
quanto a venda em si.

IV – CONCLUSÃO

Ante ao exposto, a Apelante requer seja conhecido e provido o


presente recurso de apelação nos termos aqui propostos, para que a Apelada
seja condenada a pagar indenização a título de danos morais nos termos
pleiteados da inicial, e que seja afastada a aplicação da prescrição do artigo 206,

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§º3, IV, CC, para que seja reconhecida e aplicada a regra descrita no artigo 205,
CC ou alternativamente a aplicação do artigo 27, CDC.

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Termos em que,
Pede deferimento.

Diadema, 20 de fevereiro de 2018.

JULIANA MORAIS JORDÃO


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