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Carlos Endrigo de Miranda Rodrigues OAB SP 416.640


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CARLOS ENDRIGO DE MIRANDA RODRIGUES, protocolado em 17/10/2023 às 10:46 , sob o número 10065337020238260189.
CÍVEIS DA COMARCA DE FERNANDÓPOLIS, ESTADO DE SÃO PAULO.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1006533-70.2023.8.26.0189 e código Fr1e9gye.
EGÍDIO EUGÊNIO ZULIAN M.E, empresa devidamente
inscrita no CNPJ sob o nº. 67.541.532/0001-07, IE: 304.003.489.110, com endereço à
Avenida amadeu Bizelli, nº. 1403 – Centro, Fernandópolis/SP - CEP: 15600-019, vem, por
seu advogado infra-assinado e com Instrumento de Mandato de outorga de poderes, com
o devido acato e respeito a Ilustríssima presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face da COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO


DO ESTADO DE SÃO PAULO – SABESP, empresa devidamente inscrita no CNPJ sob o
nº. 43.776.517/0001-80, com endereço à Rua Costa Carvalho, nº. 300 – Pinheiros, São
Paulo/SP - CEP: 05429-000, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

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Av. Amadeu Bizelli nº 1.391, Centro, Fernandópolis/SP, CEP 15.600-019 1/10
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I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O patrono subscritor declara sob os auspícios da Lei que

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considera autênticas as cópias anexadas na presente, neste sentido requer
respeitosamente o acato de Vossa Excelência de acordo com o Artigo 425, IV do CPC.

Informa, ainda, que a Autora entende ser desnecessária a


audiência de tentativa de conciliação, optando pela NÃO realização, nos termos do artigo
319, VII do Código de Processo Civil.

II - DOS FATOS

A Autora é pessoa jurídica de direito privado, com


exploração no ramo 56.11-2-03 – LANCHONETES, CASAS DE CHÁ, DE SUCOS E
SIMILARES. Possui um (01) relógio (hidrômetro) da empresa-Ré instalado em seu
estabelecimento – atual código de FORNECIMENTO 311461476001 e antigo RGI
03114614/76, conforme contas anexas.

Processa-se que, a Autora vem amargando com a


incidência em sua conta mensal de água e esgoto com a cobrança por parte da Ré
denominada TARIFA DE CARGA POLUIDORA – FATOR K (K= 1,55), por atividade
estranha ao seu escopo, visto que a atividade exercida pela Autora (LANCHONETE) é
puramente COMERCIAL, em nada se assemelhando à classificação como uma “indústria
de produtos alimentares”.

Denota-se pelas contas de consumo que instruem a ação


que, embora a Ré classifique corretamente a Autora na CATEGORIA DE ECONOMIA
COMÉRCIO, ao se analisar as cobranças realizadas, constata-se que imputa ilegalmente
a Autora como poluidora da categoria INDUSTRIAL, constante da Tabela I - Código IBGE
26 – INDÚSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTARES – K1 1,55.

Contudo, conforme Comunicado Sabesp n° 06/1993, item


4.4, a Ré estaria obrigada a realizar ESTUDOS PRÉVIOS sobre eventual existência de
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carga poluidora da Autora, toxicidade e vazão de dejetos, providência imprescindível de

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que a Ré não se desvinculou e olvidou completamente em fazê-lo.

Nessa messe, ante a falta e total ausência dos estudos

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PRÉVIOS necessários para uma eventual aplicação e posterior cobrança da respectiva
tarifa, bem como pelo fato inconteste de a Autora, uma LANCHONETE, não se enquadrar
no ramo de atividade INDUSTRIAL, vez que exerce atividade COMERCIAL, tal cobrança
revela-se extravagante, nitidamente abusiva e indevida, devendo a cobrança ser
prontamente freada e obstada pelo Poder Judiciário, bem como restituídos à Autora os
valores recolhidos indevidamente aos cofres da Ré, que, por seu turno, com a cobrança
indevida, enriquece de forma ilegal e desmotivada.

Para tanto, colaciona-se aos autos uma planilha com a


soma dos valores a título de carga poluidora (fator k) descritos nas faturas que a Autora
detém, que são a partir de 10/2016, salientando que estão faltantes as faturas referentes
ao período de 02/2022 a 08/2022, e as faturas de 01/2017, 02/2017, 06/2017 e 09/2022
não descrevem os valores cobrados da carga poluidora, ensejando, assim, a inserção, em
primeiro momento, do menor valor da taxa (R$ 229,72 competente à 06/2021) aos meses
faltantes e omissos, tudo a fim de atribuir o valor da causa e cutas judiciais, totalizando
até o momento a quantia de R$ 49.729,35, sem prejuízo de ser retificada com a
posterior juntada das faturas por parte da Ré (inversão do ônus da prova) e
complementada as custas.

Assim, Nobre Julgador, é curial esclarecer que o cerne da


presente ação, baseia-se principalmente no ilegal MODUS OPERANDI da Ré, que exige
a Tarifa Extra por absoluta PRESUNÇÃO e MERA SUPOSIÇÃO, iniciando a cobrança da
tarifa sem ter providenciado as ANÁLISES TÉCNICAS PRELIMINARES E
ANTECEDENTES ao início da cobrança, ao arrepio do Decreto 41.446/96, do
Comunicado 06/93, do Comunicado 03/19 e da Norma Técnica Sabesp NTS 217.

A presente ação é instruída com os documentos da


empresa e as contas mensais de serviço de água e esgoto.

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III – DO DIREITO

Preliminarmente, quanto a prescrição, cumpre destacar a

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Súmula 412 do Superior Tribunal de Justiça que estabelece: “A ação de repetição de indébito
de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil” , que, no caso,
é de dez anos, nos termos do art. 205 do Código Civil, uma vez que não há outro prazo
menor fixado em Lei.

Ainda em preliminares, o fato caracteriza-se relação de


consumo, portanto, conforme o Art. 6º do Código de Defesa do Consumidor a inversão do
ônus da prova, como meio de facilitar a defesa, é imperiosa ao consumidor.

Assim é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,


cujo critério central para a caracterização da relação jurídica como relação de consumo é
a vulnerabilidade, vejamos:

CONSUMIDOR. DEFINIÇÃO. ALCANCE. TEORIA FINALISTA. REGRA.


MITIGAÇÃO. FINALISMO APROFUNDADO. CONSUMIDOR POR
EQUIPARAÇÃO. VULNERABILIDADE. 1. A jurisprudência do STJ se
encontra consolidada no sentido de que a determinação da qualidade de
consumidor deve, em regra, ser feita mediante aplicação da teoria finalista,
que, numa exegese restritiva do art. 2º do CDC, considera destinatário final
tão somente o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele
pessoa física ou jurídica. 2. Pela teoria finalista, fica excluído da proteção do
CDC o consumo intermediário, assim entendido como aquele cujo produto
retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e,
portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço. Vale dizer, só pode ser
considerado consumidor, para fins de tutela pela Lei nº 8.078/90, aquele que
exaure a função econômica do bem ou serviço, excluindo-o de forma
definitiva do mercado de consumo.3. A jurisprudência do STJ, tomando por
base o conceito de consumidor por equiparação previsto no art. 29 do CDC,
tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria finalista frente às
pessoas jurídicas, num processo que a doutrina vem denominando finalismo
aprofundado,consistente em se admitir que, em determinadas hipóteses, a
pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser equiparada à
condição de consumidora, por apresentar frente ao fornecedor alguma
vulnerabilidade, que constitui o princípio-motor da política nacional das
relações de consumo, premissa expressamente fixada no art. 4º, I, do CDC,

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que legitima toda a proteção conferida ao consumidor. 4. A doutrina

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tradicionalmente aponta a existência de três modalidades de vulnerabilidade:
técnica (ausência de conhecimento específico acercado produto ou serviço
objeto de consumo), jurídica (falta de conhecimento jurídico, contábil ou
econômico e de seus reflexos na relação de consumo) e fática (situações em

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que a insuficiência econômica, física ou até mesmo psicológica do
consumidor o coloca em pé de desigualdade frente ao fornecedor). Mais
recentemente, tem se incluído também a vulnerabilidade informacional
(dados insuficientes sobre o produto ou serviço capazes de influenciar no
processo decisório de compra). 5. A despeito da identificação in abstracto
dessas espécies de vulnerabilidade, a casuística poderá apresentar novas
formas de vulnerabilidade aptas a atrair a incidência do CDC à relação de
consumo. Numa relação interempresarial, para além das hipóteses de
vulnerabilidade já consagradas pela doutrina e pela jurisprudência, a relação
de dependência de uma das partes frente à outra pode, conforme o caso,
caracterizar uma vulnerabilidade legitimadora da aplicação da Lei nº
8.078/90, mitigando os rigores da teoria finalista e autorizando a equiparação
da pessoa jurídica compradora à condição de consumidora. 6. Hipótese em
que revendedora de veículos reclama indenização por danos materiais
derivados de defeito em suas linhas telefônicas, tornando inócuo o
investimento em anúncios publicitários, dada a impossibilidade de atender
ligações de potenciais clientes. A contratação do serviço de telefonia não
caracteriza relação de consumo tutelável pelo CDC, pois o referido serviço
compõe a cadeia produtiva da empresa, sendo essencial à consecução do
seu negócio. Também não se verifica nenhuma vulnerabilidade apta a
equipar a empresa à condição de consumidora frente à prestadora do serviço
de telefonia. Ainda assim, mediante aplicação do direito à espécie, nos
termos do art. 257 do RISTJ, fica mantida a condenação imposta a título de
danos materiais, à luz dos arts. 186 e 927 do CC/02 e tendo em vista a
conclusão das instâncias ordinárias quanto à existência de culpa da
fornecedora pelo defeito apresentado nas linhas telefônicas e a relação direta
deste defeito com os prejuízos suportados pela revendedora de veículos.7.
Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 1195642/RJ, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe
21/11/2012).

Embora pessoa jurídica, para a consecução de suas


atividades comerciais (LANCHONETE), a Autora é destinatária final do produto da Ré
(água/esgoto), de maneira que há no presente caso vulnerabilidade pela dependência que
a parte Autora possui na relação jurídica.

No mais, as condutas da Requerida em exigir vantagem


excessiva, imputar forçosamente um serviço sem autorização e inserir cobranças em total
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desacordo, tipificam-se no Artigo 39 do CDC. In verbis:

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“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

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III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
V – Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou,
se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

Além de afrontar incisos do Artigo 51, do Código de


Defesa do Consumidor, relativas ao fornecimento de produtos e serviços que
estabeleçam obrigações abusivas, em desacordo com o sistema de proteção ao
consumidor, variação de preço.

Pois bem, com base no princípio da responsabilidade


objetiva, prevista no Art. 14 do CDC e no princípio do risco da atividade, o Requerido
responde de maneira objetiva pelos danos advindos de seus negócios.

Isso tudo porque se não há Lei, Decreto, Regulamento ou


qualquer outra norma jurídica que justifique tal cobrança, o fato caracteriza-se ilegal,
abusivo, vez que é necessário invocar a Constituição Federal, com o princípio da
legalidade, cujo objetivo é a busca incessante por um equilíbrio social, de maneira que
seu artigo 5°, inciso II, é claro no sentido que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

A partir disso, o Decreto nº 41.446/96 é taxativo quanto à


classificação dos usuários da Ré: “Artigo 3.º - Para efeito de faturamento os usuários serão classificados nas
categorias residencial, comercial, industrial, pública e outros, de acordo com as modalidades seguintes de utilização:
(…) II – comercial – ligação na qual a atividade exercida estiver incluída na classificação de comércio estabelecido pelo
IBGE;

Ao seguir para o IBGE, deve ser observada a


“Classificação Nacional de Atividades Econômicas” que no presente caso é o CNAE:

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“56.11-2-03 – LANCHONETES, CASAS DE CHÁ, DE SUCOS E SIMILARES.”

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Considera-se, também, a norma interna da Ré (NTS 217)
que dispõe em seu item 9.1.2 os critérios para a categoria de uso comercial pertencentes

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ao ramo de atividade relacionado: restaurantes, lanchonetes e afins.

E quanto a legitimidade de cobrança do “FATOR K”,


observa-se no Decreto 8.468/76 que incumbe à CETESB – e não à SABESP – os atos
discriminados no objeto da ação. Vejamos:

Artigo 6.º — No exercício da competência prevista no artigo anterior, incluem-


se entre as atribuições da CETESB, para controle e preservação do meio
ambiente:I — estabelecer e executar planos e programas de atividades de
prevenção e controle da poluição; II — efetuar levantamentos, organizar e
manter o cadastramento de fontes de poluição; III — programar e realizar
coleta de amostras, exames de laboratórios e análises de resultados,
necessários à avaliação da qualidade do referido meio; IV — elaborar normas
especificações e instruções técnicas relativas ao controle da poluição; V —
avaliar o desempenho de equipamentos e processos, destinados aos fins
deste artigo; VI — autorizar a instalação, construção, ampliação, bem como a
operação ou funcionamento das fontes de poluição definidas neste
regulamento; VII — estudar e propor aos Municípios, em colaboração com os
órgãos competentes de Estado as normas a serem observadas ou
introduzidas nos Planos Diretores urbanos e regionais, no interesse do
controle da poluição e da preservação do mencionado meio; VIII — fiscalizar
as emissões de poluentes feitas por entidades públicas e particulares; IX —
efetuar inspeções em estabelecimentos, instalações e sistemas que causem
ou possam causar a emissão de poluentes; X — efetuar exames em águas
receptoras, efluentes e resíduos; XI — solicitar a colaboração de outras
entidades, públicas ou particulares, para a obtenção de informações sobre
ocorrências relativas à poluição do referido meio; XII — fixar, quando for o
caso, condições a serem observadas pelos efluentes a serem lançados nas
redes de esgotos; XIII — exercer a fiscalização e aplicar as penalidades
previstas neste regulamento; XIV — quantificar as cargas poluidoras e fixar
os limites das cargas permissíveis por fontes, nos casos de vários e
diferentes lançamentos e emissões em um mesmo corpo receptor ou em uma
mesma região; XV — analisar e aprovar planos e programas de tratamento e
disposição de esgotos.

Portanto, para certificar a existência de carga poluidora,


primeiramente, e, obrigatoriamente, deve haver um prévio estudo técnico/científico do
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órgão competente – CETESB. Portanto, inexistindo estudo prévio, a instituição da tarifa

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denominada é ilegal por parte da Ré.

Nesse sentido, decidiu recentemente o Egrégio Tribunal

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de Justiça do Estado de São Paulo:

“Ação Declaratória de Inexigibilidade de Débito - Procedência - Alegação de


cerceamento de defesa - Afastamento - Nulidade da sentença por ausência
de fundamentação Inocorrência - Preliminares rejeitadas - Prestação de
serviços - Água e esgoto - "Fator K" - Carga de poluição - Atividade
varejista Supermercado - Art.3º, do D. E. 41.446/96 – Atividade não
industrial - Ausência de estudo técnico para comprovar a carga
poluidora antes da cobrança da tarifa Inadmissibilidade - Sentença que
deve ser mantida Recurso improvido" (TJSP; ApelaçãoCível 1004693-
06.2019.8.26.0079; Relator (a): Thiago de Siqueira; Órgão Julgador: 14ª
Câmarade Direito Privado; Foro de Botucatu - 2ª Vara Cível; Data do
Julgamento:24/03/2021; Data de Registro: 24/03/2021).” (grifei)

Ratificando que o objeto da ação é meramente de direito


e não há necessidade de prova pericial, invoca também recente julgado do Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:

"Apelação. Ação declaratória de ilegalidade da cobrança do fator de carga


poluidora ("fator K") c.c. repetição do indébito. Sentença de parcial
procedência. Apelo da ré. Preliminar de cerceamento de defesa rejeitada.
Legitimidade da cobrança do fator de carga poluidora ("fator K") de
estabelecimentos comerciais do ramo de panificação e confeitaria já
analisada na jurisprudência. Controvérsia que dispensa dilação probatória
e possibilita o julgamento antecipado, despicienda a produção de
perícia de engenharia química, cuja conclusão pericial não influenciaria
na convicção judicial sobre a legitimidade do lançamento impugnado.
Precedente do C. STJ. Mérito. Ausente prova documental, a cargo da
apelante, da realização de prévio estudo técnico sobre a alegada toxicidade
do esgoto da apelada. Insuficiente a simples adoção da classificação do
IBGE para sustentar a cobrança do "fator K". Tampouco há notícia de
comunicação antecedente à apelada acerca da alteração da classificação e
início da cobrança da tarifa a partir de novembro/2014. Prevalecimento do
enquadramento da atividade econômica principal da apelada como "padaria e
confeitaria com predominância de revenda". Inaplicabilidade do fator de carga
poluidora à atividade comercial - e não industrial - desempenhada.
Precedentes deste E. TJSP. Não incidência do art. 877 do CC/02.
Desnecessária demonstração de erro da apelada no pagamento não
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voluntário de serviço essencial, prestado exclusivamente pela apelante, e

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cujo inadimplemento ensejaria suspensão no fornecimento. Precedente desta
E. 26ª Câmara de Direito Privado. Sentença mantida. Honorários recursais.
Elevação em 2% da verba honorária advocatícia de sucumbência, totalizando
12% sobre o valor da condenação (art. 85, §§ 1º e 11, do CPC/15). Apelação

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desprovida." (TJSP; Apelação Cível 1093280-38.2019.8.26.0100; Relator (a):
Carlos Dias Motta; Órgão Julgador: 26ª Câmara de Direito Privado; Foro
Central Cível - 29ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/08/2020.”(grifei)

Por fim, e em razão de tudo que fora esposado e


comprovado supra, requer a Autora, com todo respeito e acatamento, que este D. Juízo,
DECLARE a inexistência e a ilegalidade da respectiva “Carga Poluidora – Fator K”
imposta e cobrada ilegalmente e, assim sendo, seja a Ré condenada e obrigada a
RESTITUIR de forma simples todo o pagamento indevido que fora despendido pela
Autora desde o início da cobrança indevida até o trânsito em julgado da presente
demanda, tudo com juros e correção monetária na forma da Lei e demais disposições que
se fizerem necessárias ao regramento da presente matéria, como medida da mais Justa,
Digna e Escorreita Justiça!

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, “data máxima vênia”, requer a Vossa


Excelência:

a) seja esta exordial recebida e autuada, processando-se


em seus ulteriores termos;

b) seja determinada a inversão do ônus da prova, nos


termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, compelindo a
Requerida a apresentar as faturas desde o início da cobrança do FATOR K;

c) seja procedida a citação da parte Requerida, para que,


querendo, venha oferecer a sua contestação, sob as penas da revelia;

d) a procedência total da ação para DECLARAR a


inexistência e a ilegalidade da cobrança de “Carga Poluidora – fator k” e CONDENAR a
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RESTITUIR de forma simples todo o pagamento indevido que fora despendido pela

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Autora desde o início da cobrança até o trânsito em julgado, tudo devidamente atualizado
pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça de São Paulo, acrescidos de juros de mora de
1% a partir da citação da Ré (Súmula 43 do STJ) e correção monetária a partir de cada

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1006533-70.2023.8.26.0189 e código Fr1e9gye.
desembolso, conforme valores a serem apurados em liquidação de sentença (execução
nos termos do art. 524, §§ 3º e 4º do CPC); e

e) seja a Ré condenada ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios.

Protesta-se provar o alegado por todos os meios de


provas em direito admitidos, oitiva de testemunhas oportunamente arroladas, juntadas de
documentos, perícias, dentre outras.

Dá-se à causa o valor de R$ 49.729,35 (quarenta e nove


mil reais e setecentos e vinte e nove reais e trinta e cinco centavos).

Termos em que,
Apresentando votos de respeito e reconhecimento,
pede acolhimento e espera deferimento.

Fernandópolis – SP, 17 de outubro de 2023.


Petição assinada através de certificação digital conferida pela OABSP nos
termos da Lei 11.419/06.

Carlos Endrigo de Miranda Rodrigues


OABSP 416.640

___________________________________________________________________________
carlosendrigo@adv.oabsp.org.br +55 (17) 99765-8925
Av. Amadeu Bizelli nº 1.391, Centro, Fernandópolis/SP, CEP 15.600-019 10/10

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