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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JEAN STEFANI BAPTISTA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/07/2022 às 13:41 , sob o número WSRP22703208430
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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1025123-35.2022.8.26.0576 e código 885A2D3.
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DO ANEXO
DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO
PRETO – SP,
Processo nº 1025123-35.2022.8.26.0576
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que necessita conforme o laudo médico de veículo com transmissão automática e direção
hidráulica, todavia o mesmo não deixa de ser PCD.
Sendo assim, com base na nova lei, no primeiro exemplo o PCD terá direito
de isenção no IPVA, por outro lado, no segundo caso, o PCD não terá direito ao benefício
em razão do seu veículo não possuir nenhum tipo de adaptação externa, o que é uma
verdadeira aberração jurídica criada pelo legislador.
Como se nota, essa verdadeira discriminação instituída pela lei entre PCDs
demonstra total agressão a preceitos constitucionais, trazendo à tona o direito líquido e
certo da impetrante em conquistar a manutenção da isenção de IPVA que anteriormente
já havia sido concedido.
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A alteração na lei que estabelece o tratamento tributário do IPVA ofende
sensivelmente o princípio da isonomia, também chamado de princípio da igualdade.
Sabemos que tal princípio, nada mais é do que a equalização das normas e
dos procedimentos jurídicos entre os indivíduos, garantindo que a lei será aplicada de
forma igualitária entre as pessoas, levando em consideração suas desigualdades para a
aplicação dessas normas.
Dessa forma, a isonomia tem como objetivo a adaptação dos meios para que
eles atendam as diferenças e desigualdades entre as pessoas, com o propósito de
possibilitar a aplicação das normas para todos da forma mais igual possível. Esse
princípio, de aplicação cogente imediata, voltado para o legislador ordinário, tem matriz
constitucional no artigo 5° da CF, tendo o propósito de assegurar que todas as pessoas
serão de igual forma vistas pelos olhos da lei, levando em consideração suas
particularidades e características.
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Ao vedar tratamento desigual para contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, implicitamente também veda tratamento igual para aqueles que se
encontre em situação de desigualdade, de tal forma a contemplar em sua plenitude o
princípio da isonomia abordado no tópico anterior.
Como se já não bastasse a Impetrante ter que conviver com a sua deficiência
e as dificuldades dela decorrentes, ainda tem que suportar injustiças causadas pelo
legislador que aparentemente se esqueceu de que a dignidade da pessoa humana é um
princípio fundamental que serve como base de todos os demais princípios e normas
constitucionais e infraconstitucionais.
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regulamentados, sem a criação de outros meios alternativos capazes de compensar a
anulação desses benefícios. O que foi justamente o que ocorreu.
A norma estadual que trata da isenção do IPVA para pessoas com deficiência
(art. 13, inciso III da lei estadual nº 13.296/08), deve ser interpretada em sintonia com a
Constituição Federal, em especial quanto ao princípio da isonomia e normas que
asseguram proteção especial às pessoas portadoras de deficiência, mesmo porque, o art.
5º da Lei de Introdução ao Código Civil dispõe que na aplicação da lei, o juiz atenderá
aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
O artigo 111 do CTN prevê a interpretação literal da norma, mas, não pode
levar o julgador à absurda conclusão de que esteja impedido de apreciar e aplicar as
normas de direito, valendo-se de uma equilibrada ponderação quanto a elementos que
integram a moderna metodologia de interpretação das normas jurídicas, pois como já dito,
não é lícito ao Estado-membro restringir a isenção de IPVA para um percentual dos
portadores de deficiência que não possuam adaptações/customizações externas em seus
veículos, ou ainda, que não possuam em suas CNHs as letras de restrições exigidas na
Portaria - CAT 27/15 de 26/02/2015 ou adaptações exigidas.
Por fim, não há nos autos documentos que comprovam a tese defensiva.
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Ante o exposto o autor REITERA os termos descritos na petição inicial e
requer digne-se Vossa Excelência, receber a presente manifestação, julgando
procedentes todos requerimentos e pedidos articulados na petição inicial.
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