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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO

ESPECIAL DE NOVO HAMBURGO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


SUL.

THIAGO HEIDRICH ENGELKE, Brasileiro, portador da Cédula de


Identidade registrada sob nº 6100515524, inscrito no CPF sob nº
027.175.350-12, residente e domiciliado na Rua Pinheiro Machado,
400, Bairro Petrópolis na cidade de Taquara -RS, vêm por
intermédio de seu procurador signatário, com instrumento de
procuração em anexo, DR. ROGER BENTO DE SOUZA, brasileiro,
advogado, inscrito na OAB/RS 98.365, com escritório profissional
localizado na Rua Júlio de Castilhos, n°1515 – Apto 202, Bairro
Centro, Taquara/RS, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, propor o presente

AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, COM


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, em face do

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, autarquia


pública federal com sede em Brasília - DF e Superintendência Estadual situada na Rua
Jerônimo Coelho, 127, em Porto Alegre - RS, pelos fatos e fundamentos jurídicos, a
seguir exposto:

I – PRELIMINARMENTE

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Requer, a concessão de ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA, por ser
pobre sem condições de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 7.510/86.

Solicita-se que a instituição requerida traga ao presente processo,


cópia do processo administrativo da ora requerente.

II – DOS FATOS

O ora Autor, Sr. Thiago, é beneficiário do FUNDO DE


FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES) desde o segundo semestre (conforme contrato sob
o n.º 18.0518.185.0004294-86), tendo iniciado no curso de graduação em Direito, no
Universidade de Caxias do Sul – Campus Hortênsias, tendo que trancar a matrícula em
decorrência de problemas pessoais em 2015/1 e 2015/2 quando optou pela troca
instituição de ensino em decorrência da proximidade se matriculando no Curso de
Direito das FACULDADES INTEGRADAS DE TAQUARA, onde cursa atualmente o 10° período
do curso de Direito, o qual foi custeado através de 75% oriundos do financiamento e 25%
através de recursos próprios.

O Autor possui financiamento de 75% da mensalidade, abrangendo


os 10 semestres do curso, tendo sido devidamente regularizada sua situação cadastral
mês a mês, por intermédio do sistema online chamado “SisFies’”, cujos comprovantes
ora se anexam a presente ação.

Atualmente, o Autor está matriculado no 10° semestre no curso de


Direito, tendo 90% do curso concluído.

Ao tentar realizar a matricula para o semestre 2021/2 com


continuidade do FIES, foi comunicado de que isto não restaria possível e que a fase de
utilização de seu contrato se encontrava encerrada, encaminhando-se para a fase de
carência.

Contudo, para não perder o 10º semestre, o Autor matriculou-se nas


disciplinas oferecidas, a fim de permitir a continuidade de seus estudos, visto estar na
eminência de concluir a graduação, até que se resolvesse a administrativamente a
situação com FIES, dando prosseguimento a renovação de matrícula junto a instituição,
o que gerou a pendência financeira de R$ 11.502,00 (documentos em anexo) ao final de

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dezembro de 2021, valores que são impossíveis de serem arcados pelo Autor visto as suas
condições financeiras e na qual devem ser arcados pelo FIES, conforme se deu desde o
início de seu curso.

É cabível ressaltar que o Autor esta as vésperas de concluir o curso,


visto que já cursou todas as disciplinas (em 90%), restando apenas o presente semestre.

Diante disto, importante é esclarecer que o Autor atualmente


trabalha em setor administrativo de escritório de advocacia, sendo seu ganho mensal de
R$ 1.307,00(Um mil trezentos e sete reais), conforme CNIS em anexo, valor este
insuficiente para arcar com os custos finais de sua formação acadêmica sem a utilização
do FIES.

Atualmente a renda do Autor consome-se em pagar despesas de


aluguel (água e luz (R$+-350,00), telefone (R$ +- 150,00) e transporte (R$ +-300,00),
dispensas alimentares (R$ +-600,00), sendo incapaz financeiramente de concluir o curso
com exclusivamente com seus recursos financeiros.

Logo, a não prorrogação excepcional do contrato e os pagamentos


dos créditos necessários para conclusão do curso junto a faculdade, é o verdadeiro óbice
ao cumprimento do principal objetivo do Fundo de Financiamento Estudantil – FIES, que
é o acesso à educação para a formação em ensino superior dos beneficiários, sem dizer
que o Autor, ainda arcaria com o valor total da dívida, sendo que sequer utilizou por
completo o financiamento.

Desta forma, esgotadas as tentativas de resolução extrajudicial do


conflito, não restou alternativa ao Autor a não ser acionar o Poder Judiciário para ver
seu direito assegurado.

III – DO DIREITO

O direito à educação restou consagrado nos artigo 6º e 205 da Carta


Magna1, sendo direitos sociais, direito de todos e dever do Estado, conforme podemos
observar:

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Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho

O FIES é fruto de uma opção em política pública de ensino superior.


Nesse programa, o governo federal optou por aportar recursos públicos para bancar
financiamentos bancários subsidiados a estudantes do ensino superior privado.

O objetivo do FIES é possibilitar o acesso à educação em


universidades particulares para estudantes que não possuem condições de arcar com a
integralidade das mensalidades. O autor teve o financiamento concedido pois preencheu
os requisitos necessários para tanto, e impossibilitar que ele conclua seu curso de
DIREITO é frustrar o objetivo do financiamento estudantil e violar o art. 205 da
Constituição Federal.

Deve ser destacado que o FIES é política estatal destinada a dar


amparo econômico para os estudantes que pretendem ingressar e concluir o ensino
superior. Na condução do financiamento, deve ser possibilitado ao estudante, dentro de
limites razoáveis, concluir seu curso, até para que tenha maiores chances de colocação
no mercado profissional e obtenção de renda para amortizar o financiamento que
contratou, honrando a obrigação assumida.

A lei 10.260/2001, em seu artigo 5º, estabelece que o prazo do FIES


não poderá ser superior à duração regular do curso, in verbis:

Art. 5º Os financiamentos concedidos com recursos do Fies até o segundo


semestre de 2017 e os seus aditamentos observarão o seguinte: (Redação dada
pela Lei nº 13.530, de 2017) I – prazo: não poderá ser superior à duração regular
do curso, abrangendo todo o período em que o Fies custear os encargos
educacionais a que se refere o art. 4º desta Lei, inclusive o período de
suspensão temporária, ressalvado o disposto no § 3º deste artigo;

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Embora, o contrato tenha firmado o prazo de 10 semestres
prorrogáveis por mais 1 ano (Cláusula sexta do contrato, doc. 03), o art. 5º, da lei
10.260/01 estabelece que o prazo não pode ser superior à duração regular do curso. No
caso, os 10 semestres devem ser considerados como a duração mínima do curso de
Direito, nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. FIES. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO. DURAÇÃO REGULAR DO


CURSO. ADITAMENTO. VIABILIDADE. Dispondo a Lei 10.260/01, que regula o
programa do FIES, em seu artigo 5º, que o financiamento não pode ter prazo
superior à duração regular do curso, e inexistindo, no caso concreto, uma
duração regular deste, mas sim um prazo mínimo e máximo dentro do qual ele
deverá ser cursado, é possível a prorrogação do contrato, a fim de que seja
aditado, respeitando-se, todavia, o prazo máximo de 09 anos estipulado pela
Universidade para sua conclusão. (TRF4, AC 5004563-67.2010.404.7108, Terceira
Turma, Relator p/ Acórdão Fernando Quadros da Silva, D.E. 27/09/2012) (grifo
nosso)

CONTRATO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL. FIES. PRORROGAÇÃO CONTRATUAL.


POSSIBILIDADE. LEGITIMIDADE DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. JURISPRUDÊNCIA.
INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - CDC. 1.
Possibilidade de prorrogação do contrato de financiamento estudantil. Direito à
educação garantido pela Constituição Federal. Art. 205. Caixa Econômica
Federal devidamente enquadrada como pólo passivo da demanda. O Código de
Defesa do Consumidor não se aplica a programas governamentais de
financiamento subsidiado do ensino superior privado, mesmo que o vínculo se
estabeleça em um contrato bancário. 2. Parcial provimento da apelação e da
remessa oficial. (TRF4, AC 5013537- 25.2012.4.04.7108, TERCEIRA TURMA,
Relator CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, juntado aos autos em
21/03/2013) (grifo nosso)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. FIES. PRORROGAÇÃO DE CONTRATO. 1. Embora haja


previsão legal estabelecendo um prazo máximo de utilização dos recursos do
FIES, esta Turma já se manifestou favorável à relativização desta regra a fim de
alcançar o objetivo maior do financiamento, que é de proporcionar a formação
superior. 2. Agravo de instrumento provido em parte para o fim de ampliar o
prazo por dois uns semestres, observando-se o valor global destinado ao
financiamento do curso, a fim de possibilitar à parte agravante cursar o ano de
2018 com cobertura do FIES (TRF4, AG 5010850-49.2018.4.04.0000, QUARTA
TURMA, Relator CÂNDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, juntado aos autos em
04/07/2018) (grifo nosso)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUNDO DE FINANCIAMENTO AO


ESTUDANTE DO ENSINO SUPERIOR - FIES. PRORROGAÇÃO DE CRÉDITO
ESTUDANTIL. RAZOABILIDADE. Ainda que a previsão literal da norma contratual
do programa FIES seja de que a dilatação do prazo para conclusão do curso fosse
de máximo dois semestres, não é razoável deixar de analisar, pontualmente,
casos excepcionais que possam justificar a prorrogação de crédito estudantil por
um prazo maior. (TRF4, AG 5012658-89.2018.4.04.0000, QUARTA TURMA,
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Relator LUÍS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE, juntado aos autos em 16/08/2018)
(grifo nosso)

ADMINISTRATIVO. ENSINO. FIES. PRORROGAÇÃO DE CONTRATO. SISFIES.


HONORÁRIOS CONTRATUAIS. ARTIGO 82, §2º E 84 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE
DEVER DE INDENIZAÇÃO. 1. O direito fundamental à educação está amparado
no art. 205 da CRFB/88 e consagra o direito ao desenvolvimento individual
próprio à condição humana, garantindo a perfectibilização da igualdade. A
instrução, assim, se constitui em instrumento essencial e determinante para a
capacitação ao trabalho e para a formação da consciência cidadã. Embora haja
previsão legal estabelecendo um prazo máximo de utilização dos recursos
do FIES, esta Turma já se manifestou favorável à relativização desta regra a fim
de alcançar o objetivo maior do financiamento, que é de proporcionar a
formação superior. 2. Conforme já decidido nesta Corte, não há no
ordenamento jurídico pátrio disposição legal determinando que a parte vencida
na ação deva arcar com os valores pagos pelo vencedor ao seu respectivo
advogado a título de honorários contratuais. Assim, aquele que se socorre à
tutela jurisdicional escolhe livremente o causídico que patrocinará seus
interesses, negociando também de forma livre o percentual correspondente aos
honorários contratuais, sem que o litigante adversário participe desse processo
de escolha ou da negociação do valor da remuneração do advogado. Logo, não
seria sequer razoável que terceiro não integrante da referida relação de direito
material (negócio jurídico envolvendo contratação de honorários advocatícios)
fosse compelido a indenizar o valor estipulado pelos sujeitos contratantes,
aderindo à disposição de vontade deles.(TRF4, AC 5008794-42.2016.4.04.7201,
TERCEIRA Página 12 de 28 TURMA, Relatora VÂNIA HACK DE ALMEIDA, juntado
aos autos em 08/06/2018). (TRF4 5007271-07.2016.4.04.7003, QUARTA TURMA,
Relator RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, juntado aos autos em 06/05/2020

ADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA


DE URGÊNCIA. FIES. PRORROGAÇÃO DE CRÉDITO ESTUDANTIL. PRINCÍPIO
DA RAZOABILIDADE. 1. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos suficientes que atestem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, nos termos do
disposto no art. 300 do CPC. 2. Embora haja previsão legal
estabelecendo um prazo máximo de utilização dos recursos do FIES, em
decorrência do princípio da razoabilidade e da busca pela proteção e
efetivação do direito fundamental de acesso à educação, é possível a
flexibilização desta regra a fim de alcançar o objetivo maior do
financiamento, que é de proporcionar a formação superior. (TRF4, AG
5038223-21.2019.4.04.0000, TERCEIRA TURMA, Relator ROGERIO
FAVRETO, juntado aos autos em 05/05/2020)

Ademais, não se descuide que o legislador, a partir de 2018,


passou a permitir a prorrogação do contrato estudantil por até 4 (quatro) anos
semestres (§3° do art. 5°-C da Lei n° 10.260/01, incluído pela Lei n° 13.530/17),
ampliando o prazo em 2 (dois anos) semestres com relação à previsão legal anterior.
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Dito isto, impende considerar que os contratos celebrados no
âmbito do FIES, inobstante seu regramento próprio imposto por lei, devem seguir
diretrizes traçadas por normas de ordem pública, cuja vigência , no caso concreto,
assegura que a relação contratual cumpra com a função social que lhe é imposta, qual
seja: o real exercício do direito à educação, notadamente para a população de mais
baixa renda, no âmbito de sociedade que almeja a prevalência dos direitos humanos,
em regime de participação democrática plena e uniforme no processo civilizatório.

No caso, está-se diante de uma nova concepção do contrato e seus


institutos, na linha do que foi vislumbrado por Flávio Tartuce , ao se debruçar sobre a
obra de Miguel Reale:

“Miguel Reale alertava em relação ao amparo constitucional do princípio da


função social dos contratos, ao discorrer que “as alterações supervenientes de
caráter factual ou axiológico podem influir na exegese do contrato – o de sua
função social, corolário lógico da função social da propriedade, do que ele
emerge – mas nunca até o ponto de se olvidar que o objetivo inicialmente visado
representa o conteúdo mesmo do contrato, dando-nos o sentido real das
operações e meios empregados pelas partes para o seu adimplemento, ou para
descumpri-lo”

Nesse contexto, não merece prosperar o indeferimento da


dilatação, pois a diferenciação temporal estabelecida pela lei 10.260/01, em
financiamentos anteriores e posteriores a 2018 viola os preceitos acima expostos.
Vejamos, destaque nosso:

Art. 5o Os financiamentos concedidos com recursos do Fies até o


segundo semestre de 2017 e os seus aditamentos observarão o
seguinte: § 3o Excepcionalmente, por iniciativa do estudante, a
instituição de ensino à qual esteja vinculado poderá dilatar em até
um ano o prazo de utilização de que trata o inciso I do caput,
hipótese na qual as condições de amortização permanecerão
aquelas definidas no inciso V também do caput.
Art. 5o-C. Os financiamentos concedidos a partir do primeiro
semestre de 2018 observarão o seguinte: § 3o Excepcionalmente,
por iniciativa do estudante financiado pelo Fies, a instituição de
ensino à qual esteja vinculado poderá dilatar em até 4 (quatro)

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semestres o prazo para a conclusão regular do curso
financiado.

Uma mesma norma, um mesmo sistema de financiamento mantém


regra descabida de diferenciação.

De maneira a cumprir com os desígnios constitucionais e fazer valer


a efetividade das políticas públicas, como é a promoção do Ensino Superior, é salutar
que seja ampliada a hipótese de dilatação. A uma por estar em vias de concluir o curso,
a duas a medida em nada afeta o contrato a não ser na dilatação temporal, que em nada
prejudica os envolvidos.

Ao contrário, não dilatar prejudica o autor nas suas condições


financiadas, que necessita da dilatação para melhor organização de suas finanças e para
concluir o curso, lembrando que cursou praticamente mais de 2/3 da graduação e ao
próprio FNDE, na medida em que, sem a conclusão do curso e sua melhor inserção no
mercado do trabalho, torna-se praticamente impossível que o autor venha a cumprir
com sua obrigação de pagamento da dívida acumulada ao longo do período de estudos.

Nos termos da jurisprudência do Egrégio Tribunal Regional Federal


da 4ª Região :

Em exame sumário, destaca-se que não há controle do agente


gestor acerca do número de disciplinas por semestre, ou de exigência de um cronograma
por parte do aluno para a finalização tempestiva do curso.

Mantida a impossibilidade de utilização do financiamento, o


programa serviu unicamente para o endividamento do estudante e de seus garantes.
Procedido dessa forma, tem-se no contrato o abandono de suas finalidades e objetivos
do programa fomentando, ao final do contrato, não um novo profissional de nível
superior, mas uma pessoa endividada e sem qualificação profissional para assumir o
encargo da dívida.

Não se pode deixar que aspectos meramente formais se


sobreponham ao direito à educação, constitucionalmente assegurado aos cidadãos
brasileiros.

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Impedir que o autor conclua seu curso de graduação trará mais
prejuízo ao erário, na medida em que irá dificultar sua colocação no mercado de
trabalho, impedindo que obtenha rendimentos que possibilitem ao autor honrar o
compromisso assumido com o Estado para adimplir o financiamento contratado.

V – DOS REQUERIMENTOS

“Ex Positis”, requer a Vossa Excelência:

V.1) Seja concedida Antecipação de Tutela para condenar o INSS a


implantar a autora o benefício de auxílio-doença ante o receio de dano irreparável ou de
difícil reparação;

V.2) Seja julgada totalmente procedente a presente ação, com a


implantação do benefício de auxílio-doença.

V.3) A condenação do Instituto Nacional do Seguro social – INSS, ao


pagamento das parcelas do benefício postulado, vencidas e vincendas no curso da
demanda, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de
juros legais moratórios, incidentes até a data do efetivo pagamento;

V.4) A citação do Instituto Nacional do Seguro social – INSS, para


que conteste esta ação, no prazo legal, sob pena de revelia, bem como sua intimação
para que junte aos autos o processo administrativo;

V.5) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita por


ser a parte autora pobre na acepção legal do termo, visto que junta a esta Declaração
de Pobreza.

V.6) A condenação do requerido nas custas processuais e honorários


de advocatícios;

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V.7) Outrossim, requer-se a nomeação de perito em FISIATRIA
escolhido por este MM. Juízo, para a realização da perícia médica, inclusive os exames
necessários e indispensáveis para a constatação da doença.

V.8) Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos


em lei, desde que moralmente legítimos e obtidos de forma lícita, especialmente prova
documental e pericial, que desde já requer.

Dá-se a causa, valor de R$ 29.854,55 (vinte e nove mil oitocentos e cinquenta e


quatro reais e cinquenta e cinco centavos) para fins de distribuição.

Valor da Causa
Data do indeferimento do benefício no INSS 31/07/2020
Protocolo na Justiça Federal 07/07/2020
Salário de benefício R$ 1.045,00
Parcelas vencidas 14
Total de parcelas vencidas R$ 15.554,55
Parcelas vincendas 12
Total de parcelas vincendas R$ 14.300,00
Valor da Causa R$ 29.854,55

Nestes termos, pede deferimento.

Osório/RS, 07 de julho de 2021.

ROGER BENTO DE SOUZA


OAB/RS 98.365

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