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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 4ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO

JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL - SJDF

Processo nº. 1015967-82.2023.4.01.3400


AUTOR: VICTOR ISRAEL REIGOTO DA SILVA
RÉUS: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF E OUTROS

C
AIXA ECONÔMICA FEDERAL – CAIXA, instituição financeira sob a forma de
empresa pública federal, dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada pelo
Decreto-Lei nº 759, de 12 de agosto de 1.969, e constituída pelo Decreto nº 66.303, de
06 de março de 1.970, atualmente regida pelo estatuto aprovado pelo Decreto Federal nº 8.199, de
26 de fevereiro de 2014, com sede em Brasília (DF), neste ato representado por seu advogado que
esta subscreve, conforme instrumento de mandato anexo, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, apresentar a sua

CONTESTAÇÃO

com base nos argumentos de fato e de direito a seguir expostos:

I – DOS FATOS

Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA c/c OBRIGAÇÃO DE FAZER, c/c


PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA proposta em face do FUNDO
NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCACAO, UNIÃO FEDERAL e CAIXA
ECONOMICA FEDERAL.
Aduz que, dentre os diversos requisitos para a concessão do financiamento aos
estudantes, o Requerente é estudante que cumpre com todos os requisitos exigidos pelo Programa
FIES. E que deseja o financiamento do curso de Medicina.
Assim, requer, em sede de liminar para que seja concedido o FIES para o curso

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de medicina e, ao final, que seja julgada procedente a ação para que tenha Sua graduação financiada
pelo programa de financiamento estudantil.
Todavia, não assiste razão às alegações autorais, conforme será demonstrado
adiante.

II - PRELIMINARENTE
DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA

A CAIXA, como é cediço, é mera operadora do FIES, sendo o referido


Programa idealizado, organizado, regulado e sustentado financeiramente pela UNIÃO FEDERAL
através do Ministério da Educação.
O Fundo de Financiamento (FIES) é um programa social, cujas
disponibilidades de caixa são mantidas em depósito na conta única do Tesouro Nacional (§2.º do
art. 2.º da Lei 10.260/01, destinando-se a promover o financiamento de estudantes selecionados
por critérios estabelecidos exclusivamente pelo MEC.
Com a publicação da Lei nº 12.202, de 14/01/2010, a CAIXA passou a
atuar apenas como Agente Financeiro do Programa FIES, passando ao MEC/FNDE a gestão
dos recursos financeiros, operacionalização e fiscalização do Programa, além da definição
das normas e políticas regulamentares.
Dessa forma, a CAIXA, habilitada pelo Agente Operador (MEC/FNDE), atua
apenas como agente financeiro do FIES, assumindo, exclusivamente, a competência de conceder
os financiamentos com recursos do Fundo.
No presente caso, a parte autora afirma se encontra devidamente matriculada
no curso de medicina, que fez sua inscrição no SisFIES e que reúne condições para obtenção do
financiamento conforme as novas regras do FIES em vigor atualmente. Todavia, conforme
documentação anexa, não foram encontradas tentativas de contratação no SIAPI e tampouco no
SIFES.
Deste modo, a CAIXA não possui autonomia no processo de concessão do
financiamento, aditamentos ou encerramento do contrato e não tem acesso às informações
acadêmicas da parte autora, pois, como já informado, figura apenas como agente financeiro
submetida às regras determinadas pelo Governo Federal e pelo Ministério da Educação.

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Outrossim, todas as autorizações relacionadas à contratação, encerramento e
manutenção de FIES, formas de negociação, inclusive suspensão do pagamento das parcelas,
cabem exclusivamente ao FNDE/MEC, não possuindo ingerência da CAIXA.
Portanto, cabalmente demonstrado caber à CAIXA, tão somente, a
operacionalização dos contratos do FIES, de rigor se mostra a sua ilegitimidade passiva ad
causam, devendo ser excluída da lide, conforme artigo 485, inciso VI, do CPC.

IMPUGNAÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA

Como está exposto, a parte autora alega não possuir meios para arcar com as custas
processuais, mas não juntou aos autos prova cabal do mesmo e sequer mencionou, em sua
exordial, qual sua profissão.
Manter o deferimento da justiça gratuita a pessoas com renda como a parte autora é
banalizar o instituto, visto que provam que de fato não se trata de uma pessoa “pobre no sentido
legal”.
Em casos como o presente, a jurisprudência INDEFERE ou REVOGA a justiça
gratuita.
A título de exemplo, segue a melhor jurisprudência do douto Tribunal de Justiça de
Minas Gerais, in verbis:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA. AUSÊNCIA


DE COMPROVAÇÃO. INDEFERIMENTO. DECISÃO MANTIDA.
MÉDICO. VOTO VENCIDO. O gozo do benefício da justiça gratuita
deve ser concedido apenas àqueles que comprovem ser pobres, não sendo
suficiente para tanto a simples declaração de pobreza de próprio punho.
Presume-se que o médico, profissão das mais bem respeitadas e
remuneradas da sociedade, tem condições de arcar com as despesas
ordinárias de um feito judicial sem o prejuízo do sustento próprio e de
sua família. Recurso não provido. VVp.: Independentemente da
declaração d pobreza firmada pelo interessado, é preciso verificar, pelos
elementos dos autos, se o requerente da assistência judiciária dispões ou
não de condições para arcar com as custas processuais e honorários

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advocatícios, sem prejuízo do seu próprio sustento. (Des. Gutemberg da
Mota e Silva). (TJ-MG 105960905764600011 MG 1.0596.09.057646-
0/001(1). Relator: CABRAL DA SILVA. Data de Julgamento:
19/01/2010, Data de Publicação: 29/01/2010). (Grifo nosso)

Pelo exposto, a CEF requer que sejam juntados aos autos, comprovante de
rendimentos (Declaração do Imposto de Renda e/ou Contracheque atualizado) dos proventos
recebidos pela parte autora, bem como a revogação do deferimento da gratuidade da justiça .

III - DO MÉRITO
DO CONTRATO E DA REALIDADE FÁTICA

O FIES é um programa do Ministério da Educação – MEC, destinado a financiar


a graduação na educação superior de estudantes regularmente matriculados em cursos superiores
não gratuitos, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo referido órgão.
Com a publicação da Medida Provisória 785/17, de 06 de julho de 2017, que
reformula o Financiamento Estudantil, a CAIXA vem se adequando para assumir o papel de única
instituição financeira pública a atuar no Programa FIES acumulando, portanto, as responsabilidades
de Agente Operador, Agente Financeiro e Gestor do Fundo Garantidor de Crédito.
No entanto, conforme dispõe as Portaria Normativa nº 209, de 07 de março de
2018, competirá ao MEC, por meio da Secretaria de Educação Superior - SESu/MEC gerir os
módulos do Sistema Informatizado do Fies - Sisfies de oferta de vagas e de seleção de estudantes.
A mesma Portaria assim o diz:

O estudante é pré-selecionado e finaliza seu processo de inscrição ao


FIES por meio da SESu/MEC e neste momento manifesta sua
concordância com as condições para o financiamento, não cabendo
posteriormente alegar desconhecimento das regras.
Art. 29 - A pré-seleção de estudantes aptos a realizarem os demais
procedimentos para contratação de financiamento com recursos do Fies e
do P-Fies ocorrerá exclusivamente por meio de processo seletivo
conduzido pela SESu/MEC.

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Art. 37 - As inscrições para participação no processo seletivo do Fies e do
P-Fies serão efetuadas exclusivamente pela internet, em endereço
eletrônico, e em período a ser especificado no Edital SESu, devendo o
estudante, cumulativamente, atendar as condições de obtenção de média
aritmética das notas no Enem e de renda familiar mensal bruta per capita
a serem definidas na Portaria Normativa do MEC a cada processo
seletivo.
Art. 38 - Encerrado o período de inscrição, os estudantes serão
classificados em ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no
Enem, na opção de vaga para a qual se inscreveram, na sequência a ser
especificada em Portaria Normativa a cada processo seletivo, nos termos
do art. 1º, § 6º, da Lei nº 10.260, de 2001.
Art. 39 - O estudante será pré-selecionado na ordem de sua classificação,
nos termos do art. 38 desta Portaria, observado o limite de vagas
disponíveis no curso e turno para o qual se inscreveu, conforme os
procedimentos e prazos previstos no Edital SESu.
Art. 41 - O estudante pré-selecionado no processo seletivo na modalidade
Fies deverá acessar o FiesSeleção para realizar a conclusão de sua
inscrição, devendo, para tanto, informar seu número do Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF da SRFB e prestar todas as informações
solicitadas.
Parágrafo único - Para fins do disposto no caput, o estudante deverá
conferir todas as informações e manifestar sua concordância com as
condições para o financiamento, a qual será considerada ratificada para
todos os fins de direito com a conclusão da sua inscrição no FiesSeleção.
(grifo nosso)

Os dados da contratação são enviados pelo FNDE à CAIXA via troca de


arquivos eletrônicos, não cabendo nenhum tipo de alteração por parte da agência. No mais, para a
contratação, o estudante realiza a inscrição no financiamento através do site do FNDE, valida as
informações e emite DRI (documento de regularidade de inscrição) na IES (Instituição de Ensino
Superior) e de posse deste documento, que habilita o estudante ao FIES, o aluno comparece a uma
agência do agente financeiro para formalizar a contratação.

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Após concluir sua inscrição no SISFIES e validar as informações na CPSA, o
estudante comparece a uma agência da CAIXA, com o DRI válido e a documentação exigida, para
formalizar a contratação do financiamento;
Caso o estudante não formalize o contrato com o Agente Financeiro dentro do
prazo do DRI, a inscrição é cancelada e o estudante perde o direito ao FIES, exceto quando da
existência de erros ou de óbices operacionais por parte da IES, da CPSA, da CAIXA e/ou dos
gestores do FIES, que resultem na perda do prazo.
Os artigos a seguir transpostos da portaria acima citada versam sobre a questão
posta:

Seção IV
Da inscrição, classificação e pré-seleção nos processos seletivos do Fies
e do P-Fies

Art. 37. As inscrições para participação no processo seletivo do Fies e do


P-Fies serão efetuadas exclusivamente pela internet, em endereço
eletrônico, e em período a ser especificado no Edital SESu, devendo o
estudante, cumulativamente, atendar as condições de obtenção de média
aritmética das notas no Enem e de renda familiar mensal bruta per capita
a serem definidas na Portaria Normativa do MEC a cada processo
seletivo.
§ 1º Compete exclusivamente ao estudante certificar-se de que cumpre os
requisitos estabelecidos para concorrer no processo seletivo de que trata
o caput, observadas as vedações previstas no § 4º do art. 29 desta
Portaria.
§ 2º A participação do estudante no processo seletivo de que trata esta
Portaria independe de sua aprovação em processo seletivo próprio da
instituição para a qual pleiteia uma vaga.
§ 3º A oferta de curso para inscrição na modalidade Fies não assegura
existência de disponibilidade orçamentária ou financeira para o seu
financiamento, a qual somente se configurará por ocasião da conclusão
da inscrição do estudante.

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§ 4º A inscrição para financiamento na modalidade P-Fies está
condicionada à disponibilidade orçamentária e financeira das fontes de
recursos utilizadas de que trata o art. 15-J da Lei nº 10.260, de 2001.
Art. 38. Encerrado o período de inscrição, os estudantes serão
classificados em ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no
Enem, na opção de vaga para a qual se inscreveram, na sequência a ser
especificada em Portaria Normativa a cada processo seletivo, nos termos
do art. 1º, § 6º, da Lei nº 10.260, de 2001.
§ 1º A nota de que trata o caput considerará a média aritmética das notas
obtidas nas provas do Enem em cuja edição o candidato tenha obtido a
maior média.
§ 2º No caso de notas idênticas, calculadas segundo o disposto no § 1º
deste artigo, o desempate entre os candidatos será determinado de acordo
com a ordem de critérios a ser especificada na Portaria Normativa do
MEC.
Art. 39. O estudante será pré-selecionado na ordem de sua classificação,
nos termos do art. 38 desta Portaria, observado o limite de vagas
disponíveis no curso e turno para o qual se inscreveu, conforme os
procedimentos e prazos previstos no Edital SESu.
Parágrafo único. A pré-seleção do estudante assegura apenas a
expectativa de direito à vaga para a qual se inscreveu no processo
seletivo do Fies e do P-Fies, estando a contratação do financiamento
condicionada à conclusão da inscrição no FiesSeleção no caso da
modalidade Fies, à pré-aprovação de algum agente financeiro operador
de crédito na modalidade P-Fies e, em ambas modalidades, ao
cumprimento das demais regras e procedimentos constantes desta
Portaria e da Portaria Normativa que regulamenta cada processo
seletivo.

Cabe ressaltar, ainda, que o FIES não é um serviço bancário, mas sim um
programa de governo, custeado inteiramente com recursos da União, portanto, não é regido pelo
Código de Defesa do Consumidor.

DA INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

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Trata-se de contratação de abertura de crédito, relativo ao Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior – FIES.
Não há amparo ao fundamento de pretensão que almeja a aplicação do Código
de Defesa do Consumidor no presente caso, pois os contratos relativos ao FIES não se enquadram
nas regras previstas no Código de Defesa do Consumidor, pois o referido financiamento não encerra
serviço bancário, mas programa de governo em benefício de classe estudantil específica.
Nesse sentido, vejamos a jurisprudência do E. Tribunal Regional Federal:

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO


RELATIVO AO FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE
DO ENSINO SUPERIOR (FIES). ADEQUAÇÃO DA VIA
PROCESSUAL ELEITA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
(CDC). INAPLICABILIDADE. PERÍCIA. DESNECESSIDADE.
CUMULAÇÃO DE MULTA MORATÓRIA COM PENA
CONVENCIONAL. ILEGITIMIDADE. 1. A ação monitória pode ser
proposta para constituição de título executivo, na forma do disposto no
art. 1.102-a do CPC, quando houver prova escrita da dívida sem eficácia
de título executivo, no caso, o contrato de abertura de crédito, relativo ao
Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies),
elemento esse que permite a defesa do devedor, pois, a partir do
oferecimento dos embargos, a causa será processada pelo procedimento
ordinário (art. 1.102-c do CPC), com a possibilidade de produção de
provas. 2. Não ocorrência de carência de ação, por inadequação da via
processual. 3. Os contratos relativos ao Fies não se enquadram nas
regras previstas no Código de Defesa do Consumidor, pois o referido
financiamento não encerra serviço bancário, mas programa de
governo em benefício de classe estudantil específica. Precedentes do
STJ e deste Tribunal: REsp 1.155.684/RN, Relator Ministro Benedito
Gonçalves, Primeira Seção, DJe de 18.05.2010; AC 0005999-
79.2008.4.01.3300/BA, Relator Desembargador Federal João Batista
Moreira, Quinta Turma, e-DJF1 de 10.01.2014 e AC 0014450-
66.2008.4.01.3600/MT, Relator Desembargador Federal Jirair Aram
Meguerian, Relator Convocado Juiz Federal Reginaldo Márcio

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Pereira, Sexta Turma, e-DJF1 de 30.09.2013, p. 220. 4. "A
jurisprudência deste eg. TRF1 é firme no sentido da desnecessariedade de
perícia técnica em processos revisionais de contrato de financiamento
estudantil - o FIES, porquanto a demanda encerra matéria eminentemente
de direito" (TRF da 1ª Região: AC 0048089-68.2009.4.01.3300/BA,
Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian). 5. Há orientação
jurisprudencial assente neste Tribunal, sustentada em precedente do STJ,
no sentido da impossibilidade de cumulação da multa moratória de 2%
com a pena convencional de 10%, prevista para a hipótese de
necessidade de deflagração de procedimento extrajudicial ou judicial
para a cobrança da dívida (AC n. 0025536-86.2007.4.01.3400/DF,
Relator Desembargador Federal Carlos Moreira Alves, Sexta Turma, e-
DJF1 de 04.02.2014). 6. Sentença reformada, em parte. 7. Apelação
parcialmente provida.
(AC 0018246-35.2012.4.01.3500 / GO, Rel. DESEMBARGADOR
FEDERAL DANIEL PAES RIBEIRO, SEXTA TURMA, e-DJF1 p.244
de 13/11/2014)

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. FUNDO DE


FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE DO ENSINO SUPERIOR
(FIES). AÇÃO MONITÓRIA E AÇÃO REVISIONAL.
INEXISTÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR (CDC). INAPLICABILIDADE. CAPITALIZAÇÃO
DE JUROS MENSAIS. DESCABIMENTO. APLICAÇÃO DA
SÚMULA N. 121/STF. 1. Inexiste litispendência entre ação de revisão e
de consignação em pagamento ajuizadas pelo devedor e a ação monitória
ajuizada pela instituição financeira, tendo em vista tratar-se de pedidos e
causa de pedir diversos. 2. Os contratos relativos ao Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) não se
enquadram nas regras previstas no Código de Defesa do
Consumidor, pois o referido financiamento não encerra serviço
bancário, mas programa de governo em benefício de classe estudantil
específica. Precedentes do STJ e deste Tribunal: REsp 1.155.684/RN,
Relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe de
18.05.2010; AC 0005999-79.2008.4.01.3300/BA, Relator

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Desembargador Federal João Batista Moreira, Quinta Turma, e-
DJF1 de 10.01.2014 e AC 0014450-66.2008.4.01.3600/MT, Relator
Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, Relator Convocado
Juiz Federal Reginaldo Márcio Pereira, Sexta Turma, e-DJF1 de
30.09.2013, p. 220. 3. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), no
julgamento do REsp 1.155.684/RN (sessão realizada em 12.05.2010),
submetido ao procedimento dos recursos repetitivos (art. 543-C do
Código de Processo Civil), manteve o entendimento já pacificado
naquele Tribunal de que, em se tratando de crédito educativo, não se
admite a capitalização mensal de juros, pois não existe autorização
expressa por norma específica. Aplicação da Súmula 121/STF. 4.
Sentença reformada, em parte. 3. Apelação parcialmente provida.
(AC 0035050-15.2011.4.01.3500 / GO, Rel. DESEMBARGADOR
FEDERAL DANIEL PAES RIBEIRO, SEXTA TURMA, e-DJF1 p.242
de 13/11/2014)

Diante dos inúmeros arestos transcritos, evidencia-se a impossibilidade de


aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos de Financiamento ao Estudante de
Ensino Superior, em virtude do mencionado contrato não encerrar a atividade bancária,
correspondendo a um meio para atingir o objetivo de programa governamental.

CONCLUSÃO

Ante ao exposto, a CAIXA requer, seja acolhida a preliminar de ilegitimidade


da CAIXA;
Ademais, caso não se reconheça a ilegitimidade, requer-se que sejam julgados
improcedentes os pedidos da parte autora, impondo-a condenação em custas e honorários
advocatícios.
Por fim, requer a habilitação nos autos em epigrafe e que sejam as intimações
realizadas em nome de FABRÍCIO DOS REIS BRANDAO, advogado, inscrito na OAB/PA
11.471, sob pena de nulidade.
Protesta-se provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em direito.

Rua Boaventura da Silva, 1338, Bairro Umarizal, CEP 66.060-060, Belém/PA.


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Nestes termos,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 17 de outubro de 2023.

Fabrício dos Reis Brandão


OAB/PA 11.471
OAB/DF 56.450

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