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Teoria da Empresa

Transição dos atos do comércio para a teoria da empresa


1850 – Código Comercial
2002 – Código Civil

Teoria do Direito Empresarial

• Corporações de Ofício Idade Média – Os Fenícios deram início ao comércio


marítimo, o que provocou a expansão comercial. Com isso houve um aumento da
prática comercial, do comércio marítimo e também das cidades. Sem o apoio da
Nobreza e da Igreja para regulamentar o comércio, os comerciantes (burguesia)
criaram seus direitos e também as Corporações de Ofício para regularem esses
direitos.

• Atos de Comércio Séc. XIX – O comércio marítimo teve início na Itália e a seguir
nos países próximos como França, Reino Unido, Espanha e Alemanha. O fim da
idade média se deu com a queda do Feudalismo e a aparição do sistema
capitalista comandado por um rei. No século XIX a coroa Francesa criou um código
comercial Francês, chamado também de código Napoleônico. O código
Napoleônico, criado pelo rei, dá novos direitos aos comerciantes e mantém a
autonomia da coroa. Porém a legislação que definia os direitos dos comerciantes
não deu conta de padronizar as leis com as das Corporações de Ofício, na Itália.

• Código Comercial do Brasil 1850 – Teve influência do código comercial Francês


e foi aprovado em 1850. Porém apresentava os mesmos problemas da legislação
francesa.

• Código Civil Italiano CC – Inspirado nas corporações de Ofício, o código civil


Italiano trouxe a teoria da empresa e prosperou, principalmente no Brasil em 2002.

Empresário
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Art. 966, CC/2002.

Art. 966
Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística.

Pessoalidade e Impessoalidade
• Atividade não empresária = Atividade simples
• Sociedade não empresária = Sociedade simples

Empresário Individual
Empresário individual possui responsabilidade ilimitada pelas obrigações contraídas na
sua atividade empresária.

Quem pode ser empresário?


1 – Pleno gozo da capacidade civil =
2 – Ausência de Impedimento =
EIRELI
• Única pessoa de capital social integralizado, que será de no mínimo 100 vezes o
salário-mínimo vigente no País.
• Deve ter o nome EIRELI.
• Pode ser firma ou denominação social.
• Mesmas regras que as sociedades limitadas.

Profissionalismo
• Habitualidade
• Pessoalidade
• Informações

Atividade
Se o empresário é o exercente profissional de uma atividade econômica organizada,
então empresa é uma atividade.
• Econômica = A atividade empresarial é econômica no sentido de que busca gerar
lucro para quem a explora.
• Organizada = A empresa é organizada no sentido de que nela se encontram
articulados, pelo empresário, capital, mão de obra, insumos e tecnologia.

Bens e Serviços
A circulação de Bens e Serviços ocasiona a atividade empresarial.

Atividades Econômicas Civis

• Profissional Intelectual – Entre eles se encontram os profissionais liberais


(advogado, médico, dentista, arquiteto etc.), os escritores e artistas de qualquer
expressão (plásticos, músicos, atores etc.).
• Atividade Rural – Agronegócio: Atividade Empresarial. Agricultura Familiar: não
empresarial.
• Cooperativas – Cooperativa é uma organização constituída por membros de
determinado grupo econômico ou social que objetiva desempenhar, em benefício
comum, determinada atividade.

Por serem civis, não gozam dos direitos que as empresas têm. Por exemplo, não têm
direito a falência ou recuperação empresarial.
Princípios de Direito Comercial

A base no capitalismo assenta-se na livre iniciativa, a propriedade privada, autonomia da


vontade e valorização do trabalho humano que são valores já enraizados e solidificados
como inegáveis para a construção e manutenção da sociedade livre:
• Livre iniciativa: A livre iniciativa é a expressão da liberdade titulada não apenas da
empresa, mas também do trabalho.
• Liberdade de Competição: Se a atividade econômica resulta em dominação de
mercado, eliminação de concorrência ou aumento arbitrário de lucros ela é
considerada abusiva e, portanto, ilícita.
• Função Social da Empresa: Função social deve-se entender o respeito aos
direitos e interesses dos que se situam em torno da empresa, também conhecidos
como stakeholders, conceito esse que inclui acionistas, empregados e
comunidade.

Princípios do Direito Societário

Liberdade de associação: Garante a todo e qualquer cidadão o direito de associar-se


livremente, sem nenhuma restrição por parte do Estado.
• Autonomia Patrimonial da Pessoa Jurídica e Limitação e Subsidiariedade da
responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais.

Princípio Majoritário e a Proteção do Sócio Minoritário

Direito de voto nas sociedades empresárias; punições severas quanto ao abuso do poder
do voto, proibição do voto em hipóteses de conflito de interesses.

Princípios do Direito Cambiário

Cartularidade e Literalidade: Título de crédito é o documento necessário para o


exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado.
• Autonomia das Obrigações Cambiais: Quando um título descrever mais de uma
obrigação, a irregularidade, invalidade ou ineficácia de uma ou mais obrigações
não prejudicará as demais, o que significa que uma obrigação não fica a depender
de outra para ter validade.

Princípios do Direito Contratual dos Empresários

Autonomia da Vontade: Consiste no poder atribuído pelo ordenamento jurídico ao


indivíduo na criação, modificação e extinção de relações jurídicas.

Plena Vinculação dos Contratantes ao Contrato:


• Obrigatoriedade de cumprimento das relações contratuais validamente
estabelecidas – pacta sunt servanda;
• Teoria do Imprevisão (Revisão de Contratos) – rebus sic stantibus.

Proteção do contratante economicamente mais fraco nas relações contratuais


assimétricas: Distinção entre contratos submetidos ao Direito do Consumidor, contratos
civis e contratos empresariais.
Princípio do Reconhecimento dos Usos e Costumes Comerciais

É sobre a prática costumeira e habitual de atos que assentam a credibilidade das


atividades comerciais.

Princípios do Direito Falimentar

Inerência do Risco a Qualquer Atividade Empresarial – Quando o risco se concretiza,


eis que surge o prejuízo e nesta condição pode advir uma crise econômico-financeira para
o empresário e todos os seus consequentes.

Impacto Social da Crise da Empresa – A crise financeira ou de liquidez revela-se pela


impontualidade; A crise patrimonial, por sua vez, é a insolvência -a insuficiência de bens
no ativo para satisfação do passivo.

Transparência nas Medidas de Prevenção e Solução da Crise – Como forma de


permitir aos seus credores uma fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações
contidas no plano de recuperação.

Tratamento Paritário entre Credores – Assegurar perfeita igualdade entre os credores


da mesma classe.
Registro de Empresas
É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, antes do início de sua atividade.

Registro de Empresas e Outras Finalidades Afins

Finalidade – Art. 1 da Lei de Registro

I – Dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das
empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei;

II – Cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter


atualizadas as informações pertinentes;

III – Proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu
cancelamento.

Organização – Art. 3
Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração: JUNTA COMERCIAL. Ex.:
JUCEP.

Finalidade – Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração

I – Supervisionar e coordenar;
II – Estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro
Público;
III – solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis;
IV – Prestar orientação às Juntas Comerciais;
V – Exercer ampla fiscalização jurídica;
VI – Estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos;
VII – promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir ou corrigir
as ausências.

Finalidade – Juntas Comerciais

I – Executar os serviços previstos no art. 32 desta lei;


II – Elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais
pertinentes;
III – processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes
comerciais.
IV – Elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as
resoluções de caráter administrativo necessário ao fiel cumprimento das normas legais,
regulamentares e regimentais;
V – Expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VI – O assentamento dos usos e práticas mercantis.

Estrutura das Juntas Comerciais – Art. 9 da Lei de Registro

I – A Presidência, como órgão diretivo e representativo;


II – O Plenário, como órgão deliberativo superior;
III – as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores;
IV – A Secretaria-Geral, como órgão administrativo;
V – A Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica.

As juntas comerciais poderão ter uma assessoria técnica, com a competência de preparar
e relatar os documentos a serem submetidos à sua deliberação, cujos membros deverão
ser bacharéis em Direito, Economistas, Contadores ou Administradores.

Plenário das Juntas Comerciais


O Plenário, composto de Vogais e respectivos suplentes, será constituído pelo mínimo de
onze e no máximo de vinte e três Vogais.

“Vogais” são nomeados pelo Governador do Estado – Art. 11 da Lei de Registro

I – Estejam em pleno gozo dos direitos civis e políticos;


II – Não estejam condenados por crime cuja pena vede o acesso a cargo, emprego e
funções públicas, ou por crime de prevaricação, falência fraudulenta, peita ou suborno,
concussão, peculato, contra a propriedade, a fé pública e a economia popular;
III – sejam, ou tenham sido, por mais de cinco anos, titulares de firma mercantil individual,
sócios ou administradores de sociedade mercantil, valendo como prova, para esse fim,
certidão expedida pela junta comercial;
IV – Estejam quites com o serviço militar e o serviço eleitoral.

O mandato de vogal e respectivo suplente será de 4 anos, permitida apenas uma


recondução. Art. 16 – Lei de Registro.

Atos do Registro de Empresa:

• Matrícula
Ato de inscrição dos tradutores públicos, interpretes comerciais, leiloeiros,
trapicheiros e administradores de armazéns-gerais. São profissionais que
desenvolvem atividades para comerciais.

• Arquivamento
Referente a inscrição do empresário individual bem como à constituição, dissolução e
alteração contratual das sociedades empresárias.

• Autenticação
Referente aos instrumentos de escrituração, que são livros comerciais e as fichas
escriturais. É a condição de regularidade do documento.

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