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INTRODUÇÃO AO DIREITO

EMPRESARIAL
Leonildes Boavista
Doutora em Ciências Criminais – PUCRS
Mestre em Direito – PUCRS
Especialista em Direito Público
Especialista em Direito Privado
Especialista em Contabilidade
PLANO DE ENSINO

PARTE 01

Direito Comercial - Histórico - Objeto do Direito Comercial - Teoria dos


Atos de comércio - Teoria da Empresa - Situação Atual do Direito
Comercial Brasileiro.
O Empresário Comercial ou Comerciante - Capacidade de Direito
Comercial - Proibidos de Comerciar
Obrigações Gerais dos Comerciantes
Estabelecimento empresarial
PLANO DE ENSINO

PARTE 02

Teoria Geral do Direito Societário - conceito de Sociedade Comercial -


Personalização
da Seguridade Comercial - Classificação das Sociedades Comerciais -
Sociedade
Irregular - Desconsideração da Pessoa Jurídica.
Sociedades Comerciais
Marcas e Patentes
PLANO DE ENSINO

PARTE 03

Títulos de Créditos

BÔNUS!!!

Falência
PLANO DE ENSINO

BIBLIOGRAFIA

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial


MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado.
PLANO DE ENSINO

AVALIAÇÕES
Ao final do período, o aluno deverá ter realizado 3 avaliações e, a soma
deverá ser no mínimo 21 pontos, que dividido por 3 (três), deverá
totalizar no mínimo 7 (sete) para aprovação sem a necessidade de
exame final.
As avaliações serão composta por: uma prova objetiva, um artigo e um
seminário em grupo.

O calendário das avaliações está disponível no sigaa.


O Comércio

• O homem sempre procurou os produtos que garantissem a sua


sobrevivência, no início da civilização esta busca incansável fazia com
que os povos circulassem sempre em busca do alimento.
• Um grupo de pessoas se fixava em um determinado local e ali buscava
coletar o alimento necessário a sua sobrevivência, uma vez esgotada a
fonte de alimentação toda a comunidade partia em busca de outro
local rico em alimentos.
• Após do surgimento da agricultura é que o homem passa a se
fixar na terra e a produzir aquilo que garanta a sobrevivência de
sua família.
• Diversos povos na antiguidade se utilizavam da prática de trocar
com outros povos os alimentos que sobravam por aqueles que
tiveram pouca ou nenhuma produção.
O Comércio

• Neste período da antiguidade até a metade da idade média


possuíamos uma economia de escambo;
• Troca de bens entre os homens, que possibilitava a integração entre
as pessoas;
Economia Monetária

• Desde a antiguidade o homem buscava uma mercadoria padrão,


aquela que fosse desejada por todos e que não impedissem a
realização das trocas, já que não eram raras as exceções em que uma
pessoa não se interessava pelo produto que lhe foi oferecido para a
troca;
• Esta economia baseada em uma mercadoria padrão é a origem da
economia monetária que utilizamos até hoje;
• Momento mais marcante se deu na baixa idade média, com o
surgimento dos burgueses.
Economia Monetária

• Os burgueses passaram a intensificar a procura pela mercadoria padrão e


chegaram á conclusão de que os metais preciosos eram desejados por todos e
que sempre despertariam o interessa das pessoas, contudo, os negócios que se
utilizavam de metais preciosos eram muito morosos, pois o metal deveria ter
sua pureza comprovada e seu peso deveria ser conferido.
• Para facilitar as atividades o metal passou a ser previamente pesados e
derretidos para formarem lingotes e outros pedaços menores.
• Surgimento das moedas
O Comércio

• Após a criação da moeda, o conceito de comércio passou a ser:

O conjunto das atividades que visavam facilitar a troca de


mercadorias entre as pessoas
O Comércio

• Podemos dizer que, no comércio, a mercadoria vai do lugar de


abundância para o local onde ela é mais escassa, porque nesse lugar
a mercadoria vai ser mais útil e, por consequência, também mais
cara, obtendo-se o lucro.

O comércio é aquele ramo de produção econômica que faz


aumentar o valor dos produtos pela interposição entre produtores
e consumidores, a fim de facilitar a troca das mercadorias.
Origem do Comércio

Permuta, escambo (antiguidade -


ECONOMIA DE TROCA feudos). Bens são
Trocados por outros bens.

É uma forma de sociedade onde


ECONOMIA MONETÁRIA os produtos são trocados por dinheiro -
criação de uma mercadoria-padrão.
DIREITO COMERCIAL

• Só na Idade Média ocorreu a formação e o desenvolvimento do


Direito Comercial como sistema, com o fortalecimento da economia
monetária a partir do século XII, através das corporações de ofícios,
nos quais os mercadores criaram e aplicaram um Direito próprio,
muito mais dinâmico do que o antigo Direito romano-canônico
utilizado nos feudos para dissolver os fatos neles ocorridos.
DIREITO COMERCIAL

FASES DO DIREITO EMPRESARIAL


PRIMEIRA FASE
• Século XII até o século XVIII;
• Se entendeu o Direito Comercial como sendo um Direito fechado e classista;
• princípio privativo das pessoas matriculadas nas corporações de mercadores;
• Somente o comerciante pertencente a uma corporação teria direito de se utilizar
desse conjunto de normas corporativistas;
• As pendências entre os mercadores eram decididas sem grandes formalidades e
apenas de acordo com usos e costumes e sob os ditames da equidade (bom
senso).
• Uma pessoa podia trabalhar em apenas um determinado oficio. Cada
corporação agrupava pessoas de um determinado ramo de trabalho; por isso era
chamado de CORPORACÃO DE OFÍCIO.
DIREITO COMERCIAL

FASES DO DIREITO EMPRESARIAL


SEGUNDA FASE

• Inicia-se com o liberalismo econômico e se consolida com o Código


Comercial Francês, de 1808, que teve a participação direta de
Napoleão.
• Abolidas as corporações e estabelecida a liberdade de trabalho e de
comércio, extensivo a todos que praticassem determinados atos
previstos em lei tanto no comércio como na indústria ou em outras
atividades econômicas, independentemente de classe.
• A base deste direito serão os atos de comércio.
DIREITO COMERCIAL

FASES DO DIREITO EMPRESARIAL

SEGUNDA FASE

Atos de Comércio: São todos os atos praticados habitualmente com o


objetivo de lucro, para mediação, circulação e intermediação de bens e
serviços.
DIREITO COMERCIAL

FASES DO DIREITO EMPRESARIAL


TERCEIRA FASE

• Corresponde ao Direito Empresarial


• De acordo com a nova tendência a atividade de negócios não se
caracterizaria mais pela prática de atos de comércio (interposição
habitual na troca, com o fim de lucro), mas pelo exercício profissional
de qualquer atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou serviços a chamada: empresa.
CÓDIGO CIVIL E ODIREITO EMPRESARIAL

o conjunto de regras que disciplinam as


atividades privadas implementadas com o
DIREITO EMPRESARIAL escopo de produção
ou circulação de bens ou serviços
destinados ao mercado.
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL

• A fonte principal do Direito Comercial é a lei, que se desdobra


hierarquicamente em: Constituição, Código Civil e legislação
comercial extravagante, isto é, legislação que está fora dos códigos.

• As fontes secundárias subsidiárias são os costumes, a analogia, a


doutrina, a jurisprudência os princípios gerais de Direito e a
equidade e têm como função a integração do Direito.
DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO DO TRABALHO DIREITO CIVIL

DIREITO DO
DIREITO DO
DIREITO EMPRESARIAL PREVIDENCIÁRIO
CONSUMIDOR

DIREITO PENAL DIREITO TRIBUTÁRIO DIREITO ADMINISTRATIVO


CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL

com o advento da globalização, cada vez


tornam-se mais comuns os contratos
INTERNACIONALIZAÇÃO comerciais internacionais. Os Estados
estabelecem negócios comerciais, os
produtos abundantes em um país são
exportados para outros.
A atividade do empresário tem como
finalidade o intuito lucrativo, mesmo que
ONEROSIDADE em um contrato comercial não haja
PRESUMIDA nenhuma referência a preço, o mesmo
será considerado oneroso, diferentemente
do Direito Civil, onde se presume a
gratuidade.
A celeridade necessária no meio comercial
para a realização de seus atos não se
coaduna com o formalismo. Então o
legislador supervalorizou a aparência, a
boa-fé, para que, por esses meios,
INFORMALIDADE
presuma-
se que quem se apresenta como
comerciante tenha legitimidade para agir
como tal, dispensando assim o
formalismo.
CONCEITO ECONÔMICO DE EMPRESA

• A noção inicial de empresa advém da economia ligada à ideia central


da organização dos fatores da produção (capital, trabalho, natureza)
para a realização de uma atividade econômica.
CONCEITO JURÍDICO DE
EMPRESA

É a “atividade econômica organizada de produção ou circulação de


bens ou serviços”
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL

• Função social da empresa


• Função social da empresa;
• Preservação da empresa;
• Livre-iniciativa;
• Livre-concorrência; e
• Boa-fé objetiva.
EMPRESA

• Atividade econômica, profissional e organizada para a


produção de bens e/ou serviços. O código civil adota o caráter
funcional para compreende que a empresa é a própria
atividade exercida, seja a produção ou o comércio de bens e
serviços.
ATIVIDADES INTELECTUAIS

• As atividades intelectuais são excluídas pois tais atividades,


não tem no elemento da organização um fator de grande
relevância.
• O próprio parágrafo único do art. 966, CC, traz as espécies
intelectuais, classificando-as como as de natureza científica
(médico, contadores ou advogados), literária (escritores) ou
artística (pintor de quadros). O que caracteriza um intelectual
não é o seu talento na gestão dos fatores de produção e
comércio, mas o próprio talento intelectual.
EMPRESÁRIO

• Conceito: Pessoa natural ou pessoa jurídica que exerce


atividade econômica organizada e profissional para a
produção ou circulação de bens e/ou serviços.
REQUISITOS:
Profissionalismo

Finalidade Lucrativa

Organização Empresarial

Objeto Empresarial
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

• Conjunto de bens corpóreos e incorpóreos que permitem ao


empresário o desenvolvimento do objeto do empreendimento (art.
1.142, do CC).
Bens perceptíveis pelos sentidos, móveis e
TANGÍVEL
imóveis, por exemplo.

Incorpóreo como o nome empresarial e as


INTANGÍVEL
marcas.
NOME EMPRESARIAL

• O nome empresarial integra o conceito de estabelecimento;


• É de valor econômico e substancialmente jurídico; de valor
econômico e substancialmente jurídico;
• Ele designa não somente a pessoa do comerciante isolado, senão o
comerciante como titular da empresa.
ESPÉCIES DE NOME EMPRESARIAL

• Duas espécies:
• Firma: o nome empresarial se formará pela utilização dos nomes pessoais dos
empreendedores, completos ou abreviados, acrescentando-lhes, ainda,
“designação mais precisa” de suas pessoas “ou do gênero de atividade” (art.
1.156, do CC)
• Denominação: em vez do nome dos empreendedores, o que a caracterizará
será o objeto social, ou seja, a atividade desenvolvida (art. 1.160, caput, 1ª
parte, do CC).
REGISTRO NOME EMPRESARIAL

• Princípio da novidade;
• Princípio da veracidade;
• Responsabilidade (i)limitada e solidária por eventual passivo;
• Lei do Registro Público de Empresas Mercantis
• As Juntas Comerciais, órgãos estaduais que são, ao promoverem o
registro do nome empresarial e de fantasia, conferirão proteção em
âmbito estadual e no ramo de atividade a referidos signos.
REGISTRO NOME EMPRESARIAL
REGISTRO NOME EMPRESARIAL
QUANTO VALE UMA EMPRESA?

• A avaliação do empreendimento será variável, contingencial, a depender do


contexto.
• Critérios a serem analisados:
a) Valor Contábil do Patrimônio Líquido;
b) Valor dos Ativos;
c) Fundo de Comércio ou Goodwill;
d) Valor de Reposição ou Valor de Liquidação;
e) Múltiplos de Mercado;
f) Fluxo de Caixa Descontado.
O valor de uma empresa concentra-se nos ativos passíveis de liquidação potencial,
confrontando-se com o passivo
DEVERES/OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO
REGULAR

promover a inscrição na Junta Comercial antes do início das suas


atividades (art.967 do CC);
manter escrituração regular dos seus negócios (art. 1.179 e
seguintes do CC);

levantar demonstrações contábeis periódicas (arts. 1.179, parte


final, 1.188 e 1.189 do CC).
ATOS DE REGISTROS NA JUNTA
COMERCIAL

Matrícula e seu cancelamento

Arquivamento (constituição, alteração, dissolução, etc)

Autenticação ( Registros de instrumento de escrituração dos empresários)


EMPRESÁRIO IRREGULAR

Impossibilidade de autenticações dos livros empresariais

Falta de legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial ou


falência

Falta de legitimidade ativa para requerer a falência de outros


empresários

Poderá ter a sua falência requerida e decretada


EMPRESÁRIO IRREGULAR

Impossibilidade de enquadramento como microempresa ou de


pequeno porte

Impossibilidade de requerer CNPJ

Impossibilidade de participação de licitação

No caso de sociedade empresária, ausente o registro na Junta Comercial,


responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, excluído
do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela
sociedade.

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