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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA: Direito Empresarial I - Noturno

DOCENTE: Virgílio Fernandes de Macedo Junior

DISCENTE: Anderson Paulo dos Santos Cândido

Resumo: a dignidade do direito mercantil

A crise do direito contemporâneo

A complexidade da sociedade contemporânea norteia os valores do Direito


para constantes mudanças, haja vista que conceitos tradicionais precisam se
modificar para assim abraçar as novas necessidades da população, no âmbito ético,
político e social.

Essas mudanças emergem devido a um apelo individual de cada ser dessa


sociedade, que buscam centralizar-se como peça fundamental das bases do Direito,
a qual não pode ser sobreposta por processos técnicos de produção econômica,
devendo haver um equilíbrio principalmente em relação a igualdade, a liberdade e a
dignidade da pessoa humana.

Direito e Economia

Stammler mostra que a economia é conteúdo historicamente variável do


Direito, mas esse conteúdo é gerado pela vontade das pessoas, pelo seu espírito. No
entanto, os comercialistas aderem mais ao empirismo, na questão da prática e
observação, ou seja, para completar a obra da jurisprudência. Sendo assim, o
conteúdo do direito mercantil é essencialmente econômico.

Os dados da experiência histórica

Normas que regulavam o comércio na antiguidade eram inexistentes, haja vista


que ou estavam introduzidas ao direito comum ou essa atividade era exercida por
escravos, por isso não havia necessidade de normas especiais. Essa situação só foi
modificada a partir de normas consuetudinárias que regulavam o comércio marítimo,
mas nesse ponto ainda era algo muito singelo.
Um grande passo para o avanço do Direito Comercial foi a transição da
economia feudal para uma economia urbana, voltada para propriedade na cidade e
para o comércio, que tinha como atividade a troca de mercadorias. O termo para essa
normatização da época se chamava direito profissional dos comerciantes.

Por conseguinte, haviam distúrbios na ordem pública europeia, o que


corroborava para a aglomeração de comerciantes em um mesmo local para proteção
mútua. A partir desse ponto começam a surgir questões que são aderidas as normas
consuetudinárias da época, que eram compilados nos estatutos desses comerciantes.
Mais tarde, esses estatutos deslocaram-se para o poder público e assim eram
emanados pelo poder do Estado.

Em um terceiro momento histórico, com a primeira revolução industrial e a


revolução francesa, inicia-se um liberalismo político, mudando o direito mercantil, que
antes era destinado aos atos dos comerciantes e agora abarca os atos do comércio,
admitindo o acesso de qualquer cidadão ao mercado, ou seja, o princípio da livre
iniciativa. Porém, a partir da primeira guerra mundial e até os dias hodiernos, forma
instituídas políticas públicas para minimizar essa liberdade, para evitar, por exemplo,
o monopólio do mercado por determinada empresa.

Os critérios clássicos definidores da comercialidade

Na concepção subjetiva, na idade média, o direito comercial tem como centro


o sujeito – comerciante e seus auxiliares – ou seja, é o direito profissional de uma
classe. Já na concepção objetiva, dada pelo código francês, são considerados
mercantis os atos enumerados em lei, que é criada para abraçar o crescimento
exponencial do comércio urbano, por causa do aumento populacional.

Atualmente, as pessoas se importam cada vez menos com os benefícios de


determinado produto, mas sim o valor de troca deste; e em uma sociedade que tudo
permeia o lucro, é complexo equilibrar conceitos formais e fatos sócio econômicos, e
assim definir o que é justo no Direito Mercantil.

Um novo conceito de direito mercantil

Nesse ponto, dois conceitos se fundem: o de pessoa-comerciante e ato do


comércio, formando a atividade econômica exercida por uma empresa. Seguindo esse
raciocínio, o conteúdo do direito mercantil não é definido por atos de comércio
isolados, mas sim pela atividade econômica.

O direito mercantil tem suas particularidades, havendo princípios próprios que


necessitam de um regramento jurídico especial, por essa atividade se distingue da
atividade civil comum.

Direito mercantil e capitalismo

As empresas tem como função base a satisfação das necessidades humanas


de bens e serviços, e independente de qual seja sua atividade econômica, todas tem
em comum normas organizacionais e operacionais para o funcionamento regular do
seu negócio.

Um conceito importante é o de lucro, que comumente é posto como


característica da empresa, o que não é verdade, pois ele indica a vitalidade e a
eficiência da empresa.

Mas ocorre um erro quando se fala que o direito mercantil surgiu com o
capitalismo, dando a entender que se este for extinto, aquele também sumirá. Em
países socialistas existem empresas que possuem acionistas; deve-se pensar
também que o direito profissional dos comerciantes e a sociedade anônima surgiram
antes do capitalismo.

Para um novo Direito da Empresa

O núcleo do direito mercantil moderno é a empresa comercial e, nesse


contexto, torna-se necessário a distinção entre empresa e empresário, nascendo a
pessoas jurídica. Desse modo, surge essa necessidade de dar personalidade aquela
empresa, para assim ela ser dotada de direitos e deveres. E com essas constante
evolução surge a separação entre propriedade e gestão da empresa, uma co-gestão
dos colaboradores e uma função social da propriedade.

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