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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Sociais Aplicadas


Turma: Direito 2020.6 Turno: Noturno
Anderson Paulo dos Santos Cândido
O problema da relação entre mente e corpo.

O problema da relação entre corpo e mente é algo que permeia desde os primeiros
pensadores até os dias atuais. É uma questão complexa dizer que o que nos orienta são apenas um
substrato físico e uma mente não física.

Existem duas correntes filosóficas que são o dualismo e o fisicalismo. A primeira, discorre
que corpo e mente são coisas distintas, o que leva a crer que pode-se extrair essa mente do corpo,
que o corpo pode viver sem ela, o que deve ser algo absurdo, que existiriam corpos vagando por ai
sem controle, o que cairia no caso dos mortos-vivos; existiram zumbis vagando por ai quando sua
mente e seus pensamentos fossem retirados. Ainda assim esses mortos-vivos agiriam com instintos,
como fome, ou raiva, o que pode-se concluir que a mente não pode ser retirada, apenas danificada,
pois o corpo ainda age, de alguma maneira, com impulsos primitivos. Um exemplo bizarro, que
ocorreu durante a segunda guerra mundial, foi o da reanimação de cabeça de cachorros, onde foi
criado um pulmão e um coração com circulação e, logo após foi colocado na boca no cachorro
comida e água, e o mesmo reagiu, mostrando que ainda existiam estímulos mentais.

Dessa maneira caímos no fisicalismo pois, ele explica que tanto corpo quanto a mente é uma
coisa só, que um depende do outro. Quando nos cortamos é enviado um sinal elétrico para o nosso
cérebro que responde com a dor. Da mesma forma quando pensamos em movimentar o braço,
enviamos um sinal elétrico para ocorrer essa resposta motora. Claro que a representatividade nem
sempre foi assim, pois antes esse mesmo problema era explicado como se os nossos nervos fossem
tubos. De qualquer forma, faz mais sentido você acreditar que existe apenas um corpo físico com
impulsos elétricos e um cérebro que também são físicos.

Mas ai entra a questão da qualia, pois não tem como explicar para uma pessoa que nasceu
sem as células olfativas como é o cheiro de certo tipo de alimento, da mesma forma, como poderia
definir a cor azul para alguém que nunca enxergou. Ou seja, como os estados físicos podem
produzir esses exemplos subjetivos? Não tem como explicar para um deficiente visual de nascença
como se comporta a cor verde por exemplo. Não teria como dizer “é uma mistura de amarelo com
azul”, porque a pessoa também não reconhece o amarelo e o azul e, mesmo que tenha conseguido
enxergar uma vez na vida e apenas as cores que enxergou foram azul e amarelo, mesmo assim não
saberia explicar como é uma cor verde e nem uma pessoa plena de visão teria como discorrer sobre
suas características. É algo subjetivo e não físico. De qualquer forma ocorreu um dano físico prévio,
que tirou a habilidade de distinguir as cores. Mas mesmo assim é possível definir um objeto, pra
que ele serve e onde encontrar. Logo, o problema da qualia, ou qualidades, é um argumento válido a
favor do dualismo de descartes. Um clássico exemplo de filme que retrata essa situação é Matrix,
onde o corpo serve de combustível para as máquinas e a mente é separada e adicionada a um
programa chamado Matrix para controlar os humanos. Ai já caímos em outras situações. O nosso
corpo existe mesmo? E se existe, a nossa mente é criada por um ser superior – que podemos chamar
de Deus – e está armazenada em algum lugar apenas a espera de um hospedeiro físico?

Por enquanto, apenas a noção de impulsos elétricos é mais coerente, pois é comparado o ser
humano a uma máquina, que armazena dados e, em vez de ser feita de aço e chips, é feita de
material orgânico. Todavia, as questões, tais quais a da qualia, são obstáculos que servem não como
algo ruim, mas um ponto de partida para encontrarmos algo diferente do fisicalismo.

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