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UNIDADE TEMÁTICA: 1- NOÇÃO E DOMÍNIO DO DIREITO

COMERCIAL

Objectivos

No fim desta unidade voce deverá ser capaz de:

 Compreender a noção de Direito Comercial bem como os elementos do conceito


deste ramo de direito.
 Compreender o objecto do Direito Comercial.
 Compreender o objecto do Direito Comercial.
 Conhecer os sujeitos do Direito Comercial.
 Conhecer as características do Direito Comercial e o sentido destas.
 Conhecer o sentido da autonomia didáctica, legislativa e científica do Direito
Comercial.
 Compreender a principal diferença entre Direito Comercial e Empresarial, tendo
como base a figura do comerciante (Código Comercial de 1888) e do Empresário
(Código Comercial de 2005 com as alterações de 2009)

Ramos de direito positivo

Direito Natural

O homem sempre teve consciência de direitos fundamentais decorrentes de sua natureza, que
não viessem de pactos, contratos, convenções ou tratados. De uma certa forma existem
tendências gerais, comuns a todos os homens, de iguais emoções, impulsionando-os. Actos
humanos seriam acolhidos ou repudiados por uma consciência colectiva, capaz, naturalmente
de separar o bem, do mal. O certo do errado, o direito do torto, o justo do injusto.

O direito natural é a ideia abstracta de direito, ou seja, aquilo que corresponde ao sentimento
de justiça da comunidade.

Os gregos criticavam as leis e mostravam-se céticos ao direito, porque diziam eles que as leis eram
feitas exclusivamente com motivações políticas, e ditadas por elas.

É famosa a passagem, que afirmavam que aquilo que é natural é em todos os lugares. O mesmo
fogo, diziam, que arde na Grécia arde na Pérsia, porém as leis vigentes na Grécia divergem
daquelas vigentes na Pérsia. Logo o fogo é natural; o direito, simplesmente artificial.

Direito Positivo

Ao contrário do direito natural, o Direito Positivo é aquele conjunto de regras elaborados e


vigentes num determinado país em determinada época. São as normas, as leis, todo o sistema
normativo posto, ou seja, vigente no país.
Exemplo: Código Civil, Código Penal, Código Comercial, Código de Defesa do Consumidor, Leis
esparsas...

DIREITO POSITIVO & DIREITO NATURAL

O direito positivo, por exemplo, uma lei, não obriga ao pagamento de duplicata prescrita, ao passo
que para o direito natural esse pagamento seria devido e correto.

Direito Internacional

PÚBLICO
É um conjunto de normas que regulam as relações entre os Estados membros da comunidade
internacional e organismos análogos.
Exemplo1: ONU (Organização das Nações Unidas), OIT (Organização Internacional do
Trabalho).

Exemplo2: Tratado de Kyoto, Declaração Universal dos Direitos Humanos, etc.

PRIVADO
É um conjunto de normas internas de cada país, elaboradas e instituídas especialmente para
definir se em determinados casos se aplicará a lei interna ou a lei de outro país. Pelo Direito
Internacional Privado regula-se; Conflito de leis no espaço

Direito Nacional
É o sistema legal elaborado para ser posto, vigente, em determinada época, dentro das fronteiras
de um país.
Só é válido dentro da jurisdição do país que o elaborou. Não se aplica a países vizinhos.

PÚBLICO

É composto predominantemente por normas de ordem pública , que são normas imperativas,
obrigatórias.

Exemplo: Se houve um homicídio, mesmo que a vítima concorde em não punir o assassino, haverá
punição, pois se trata de norma de ordem pública, prevista no Código Penal.

PRIVADO
É composto predominantemente por normas de ordem privada, o que significa dizer que são
normas de carácter supletivo, vigoram apenas enquanto os interessados não dispuserem do
contrário, ou seja, enquanto a vontade deles permanecer, a norma é lei entre as partes.
Ramos de direito positivo

DIREITO COMERCIAL - I

Tema 1: Noção e domínio do Direito Comercial

O Comercio como actividade mercantil

A palavra comércio vem do latim cumercium (cum + merx) que deu origem à palavra mercari,
que significa ―comprar para vender‖ , ou seja, o acto da mercancia (mercadoria).

Etimologicamente, o termo ―comércio‖ vem do latim, commercium, que quer dizer "tráfico de
mercadorias". Tal significado é facilmente resgatado no definição desse termo, que vem a ser a
troca voluntária de produtos e serviços por outros produtos ou por valores, ou mesmo de valores
entre si, estando implícito o ato de negociar, vender, revender, comprar algo, em síntese, são
todas as relações de negócios. O comércio é uma relação social que é singular ao homem.

Inicialmente, a idéia era que o Direito Comercial se prestava a reger apenas as relações dos
comerciantes, uma vez que, historicamente, foi para isso que ele surgiu. Mas, no decorrer dos
anos, as atividades comerciais evoluíram sobremaneira, abrangendo a indústria e outras
atividades antes não consideradas mercantis.

O sentido actual da expressão comércio se ampliou, envolvendo três elementos essenciais:

 O acto de comprar (ou produzir ou prestar serviço) para


vender;  A habitualidade na prática do ato de mercancia e 
Que este acto habitual tenha o intuito de lucro.
Do conceito do comércio

 O comércio é uma atividade econômica cujo surgimento remonta da antiguidade. Sua


origem está atrelada a ideia de se desenvolver uma atividade de intermediação entre o
produtor e o consumidor de forma que este procedimento seja feito habitualmente, isto
é, com profissionalidade, sendo que aquele que assim procede tem intenção de obter
nesta operação um lucro, como forma de remuneração por tal atividade. Assim, para que
uma atividade seja considerada como comercial há necessidade de estarem presentes
três requisitos: intermediação, profissionalidade e lucro.

 Conceito Econômico – é a actividade humana, de caráter especulativo, que consiste


em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis bens e serviços.
Conceito de comércio: no sentido económico, é a actividade humana, de carácter
especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando
disponíveis bens e serviços; no sentido jurídico, é o complexo de operações efectuadas
entre produtor e consumidor, exercidas de forma habitual, visando o lucro, com o
propósito de realizar, promover ou facilitar a circulação de produtos da natureza e da
indústria.

 O comércio baseia-se na troca voluntária de produtos. As trocas podem ter lugar entre
dois parceiros (comércio bilateral) ou entre mais do que dois parceiros (comércio
multilateral). Na sua forma original, o comércio fazia-se por troca directa de produtos de
valor reconhecido como diferente pelos dois parceiros, cada um valoriza mais o produto
do outro. Os comerciantes modernos costumam negociar com o uso de um meio de troca
indirecta, o dinheiro. É raro fazer-se troca directa hoje em dia, principalmente nos países
industrializados. Como consequência, hoje podemos separar a compra da venda. A
invenção do dinheiro (e subsequentemente do crédito, papel-moeda e dinheiro não-
físico) contribuiu grandemente para a simplificação e promoção do desenvolvimento do
comércio. Na idade média, o comércio (Mercatura) era classificado como uma das Artes
mecânicas.

 Conceito Jurídico – é o complexo de operações efetuadas entre produtor e


consumidor, exercidas de forma habitual, visando lucro, com o propósito de realizar,
promover ou facilitar a circulação de produtos da natureza e da indústria, na forma da
lei.

 Elementos essenciais – caracterizam o comércio conforme sua conceituação jurídica


clássica:
 Mediação;
 Finalidade de lucro; e
 Profissionalidade.

A finalidade de lucro vem perdendo sua importância, classicamente considerada essencial,


entendendo-se que pode não estar presente em determinados actos de natureza comercial (Aval
e atuação de ONGs, Fundações Assistenciais, etc.).
O Estado, aí entendido o poder público encarregado de zelar pelo equilíbrio social, actua
principalmente no sentido de coibir a obtenção de lucros exorbitantes, de vedar abusos
económicos e de arrecadar impostos.

Conceito de comércio: no sentido económico, é a actividade humana, de carácter


especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis bens
e serviços; no sentido jurídico, é o complexo de operações efectuadas entre produtor e
consumidor, exercidas de forma habitual, visando o lucro, com o propósito de realizar,
promover ou facilitar a circulação de produtos da natureza e da indústria.

Direito Comercial. Âmbitos do conceito

a) Genérico - é o ramo do direito que regula a profissão dos comerciantes e os actos


considerados comerciais. Se apresenta como a ciência jurídica destinada a regular as relações
económicas decorrentes da economia de mercado.

b) Económico - como facto social e económico, constitui-se numa actividade humana que
põe em circulação a riqueza produzida, aumentando-lhe a utilidade.

c) Jurídico - ―é o complexo de actos de intromissão entre o produtor e o consumidor


(mediação) que, exercidos habitualmente (profissionalidade) com fim de lucros, realizam,
promovem ou facilitam a circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar mais
fácil e pronta a procura e a oferta‖ .

Critérios para se determinar o que seja matéria comercial, tem-se adoptado dois critérios:

 O critério subjectivo, centralizado na pessoa do comerciante, e

 O critério objectivo, baseado nos actos de comércio.

Caracteres: apresenta-se o direito comercial com um método próprio e característico, ou seja,


o método indutivo, que parte da observação da realidade (fatos económicos), chegando por via
dela aos princípios gerais. No direito civil, de método essencialmente dedutivo, parte-se do geral
para o particular, baseado que está em princípios gerais que orientam a sua conformação,
consubstanciado em institutos tradicionais e quase imutáveis (ex.: família, propriedade etc.).

 Comércio electrónico ou comércio virtual, é um tipo de transacção comercial (com


ou sem fins lucrativos) feita especialmente através de um equipamento electrónico, como,
por exemplo, computadores, tablets e smartphones. A crescente informatização das mais
diversas actividades transforma a tecnologia da informação (TI) em uma área cada vez mais
relevante economicamente. A expansão levou à especialização e, actualmente, é possível
encontrar várias sub-áreas de TI dedicadas a tarefas específicas – e que demandam
profissionais com conhecimentos igualmente aprofundados.

 Seus fundamentos estão baseados em segurança, criptografia, moedas e pagamentos


eletrônicos. Ele ainda envolve pesquisa, desenvolvimento, marketing, propaganda,
negociação, vendas e suporte. É o segmento que cuida de todas as informações eletrônicas
armazenadas por uma empresa. No caso de instituições financeiras, por exemplo, esses
dados incluem nomes de clientes e até valores de transacções monetárias efectuadas por
grandes corporações.

Direito Comercial
NOÇÕES DE COMERCIO

 Conceito de comércio: no sentido económico, é a actividade humana, de carácter


especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis
bens e serviços;

 No sentido jurídico, é o complexo de operações efectuadas entre produtor e consumidor,


exercidas de forma habitual, visando o lucro, com o propósito de realizar, promover ou
facilitar a circulação de produtos da natureza e da indústria.

 Objectivo fundamental do comércio é promover o intercâmbio entre o produtor e o


consumidor, por meio de uma operação lucrativa.

 Caracterização do Comerciante:

Produção é a actividade, por meio da qual os bens são obtidos directamente da


natureza material ou imaterial.

Intermediação é a actividade que se desenvolve por meio da distribuição, com ou sem


transformação da produção originária. É o elemento caracterizador da actividade
mercantil.

Especulação ou intuito de lucro o comerciante busca sempre, nas operações que


realiza, auferir vantagens.

Profissionalidade Consiste na prática habitual e reiterada da actividade de


intermediação com intuito lucrativo.

Direito Comercial. Noção

Considerações Históricas

O Direito Comercial desenvolveu-se a volta do Direito Civil, com laços nas tradições
romanas e dos povos mercadores do Mediterrâneo. O exercício do comércio ao longo do
tempo, nem sempre foi sistematizado, e muitas vezes, ainda, esteve submetido a um
conjunto de regras jurídicas próprias que, devido à sua força e uso, posteriormente
influenciaram a formação legal e consuetudinária de vários povos.

 Direito comercial ou direito empresarial é um ramo do direito privado que


pode ser entendido como o conjunto de normas disciplinadoras da actividade
negocial do empresário, e de qualquer pessoa física ou jurídica, destinada a fins de
natureza económica, desde que habitual e dirigida à produção de bens ou serviços
conducentes a resultados patrimoniais ou lucrativos, e que a exerça com a
racionalidade própria de "empresa", sendo um ramo especial de direito privado.

 Direito Comercial: é o conjunto de normas que regulam a actividade do comerciante e


das sociedades comerciais, bem como a prática dos actos de comércio.

Pelo conceito apresentado, percebemos que o Direito Comercial possui como elementos
básicos: os actos de comércio, o comerciante e as sociedades comerciais.

 Conceito de Direito Comercial: é o conjunto de normas jurídicas que disciplinam as


actividades das empresas e dos empresários comerciais, bem como os actos considerados
comerciais, ainda que não directamente relacionados às actividades das empresas.

 Direito Comercial é o direito que regula a atividade econômica organizada para produção
e circulação de bens e serviços, chamada de atividade empresarial, bem como todos os atos
praticados para a consecução dessa atividade.

 O Direito Comercial é o conjunto de regras jurídicas que regulam as atividades das


empresas e dos empresários, bem como os atos considerados comerciais, mesmo que esses
atos não se relacionem com as atividades das empresas

 Direito Comercial: é o conjunto de normas jurídicas que regula as actividades dos


comerciantes, no exercício da sua profissão, e os actos considerados comerciais por força de
lei.

 Direito Comercial é o conjunto de regras jurídicas que regulam as actividades das


empresas e dos empresários comerciais, bem como os actos considerados comerciais,
mesmo que esses actos não se relacionem com as actividades das empresas".

 Direito Comercial é o conjunto de normas jurídicas que disciplinam as actividades das
empresas e dos empresários comerciais, bem como os actos considerados comerciais, ainda
que não directamente relacionados às actividades das empresas.

 Direito comercial ou Direito empresarial é um ramo do direito privado que pode ser
entendido como o conjunto de normas disciplinadoras da actividade negocial do empresário,
e de qualquer pessoa física ou jurídica, destinada a fins de natureza económica, desde que
habitual e dirigida à produção de bens ou serviços conducentes a resultados patrimoniais ou
lucrativos, e que a exerça com a racionalidade própria de "empresa", sendo um ramo especial
de direito privado.

 Direito Comercial: É o ramo do direito privado que trata do estudo das normas que
regulam os actos necessários às actividades dos comerciantes no exercício de sua profissão,
bem como os actos pela lei considerados mercantis, mesmo praticados por não
comerciantes. O direito comercial é o direito dos comerciantes e dos actos de comércio.

 O Direito Comercial: pode ser entendido como o conjunto de normas disciplinadoras da


actividade negocial do comerciante e de qualquer pessoa, física ou jurídica, destinada a fins
de natureza económica, desde que habitual e dirigida à produção de bens ou serviços
conducentes a resultados patrimoniais ou lucrativos.
 Assim entendido, o direito comercial abrange um conjunto variado de matérias, incluindo
as obrigações dos comerciantes, o regime dos nomes e sinais distintivos do comércio, as
sociedades empresárias, os contratos especiais de comércio, os títulos de crédito, a
propriedade intelectual, entre outras

 Direito Comercial: É o ramo do direito privado que trata do estudo das normas que
regulam os actos necessários às actividades dos comerciantes no exercício de sua profissão,
bem como os actos pela lei considerados mercantis, mesmo praticados por não
comerciantes.

 O Direito Comercial pode ser entendido como o conjunto de normas disciplinadoras da


actividade negocial do comerciante e de qualquer pessoa, física ou jurídica, destinada a fins
de natureza económica, desde que habitual e dirigida à produção de bens ou serviços
conducentes a resultados patrimoniais ou lucrativos.
 Assim entendido, o direito comercial abrange um conjunto variado de matérias, incluindo
as obrigações dos comerciantes, o regime dos nomes e sinais distintivos do comércio, as
sociedades empresárias, os contratos especiais de comércio, os títulos de crédito, a
propriedade intelectual, entre outras.

 O direito comercial é o direito dos comerciantes e dos actos de comércio.

 Direito Comercial: é o conjunto de normas jurídicas que regula as actividades dos


comerciantes, no exercício da sua profissão, e os actos considerados por força de lei.

 Critérios para se determinar o que seja matéria comercial

 Subjetivo  que tem como ponto central a figura do comerciante (empresário):


seriam mercantis os atos praticados pelos comerciantes (empresários)

Existem actos que podem ser praticados tanto por comerciantes quanto por não comerciantes .
Ex.: emissão de Letra de Câmbio.

 Objetivo  apoiado no conceito de c de comércio: quem os pratica é comerciante


(empresário)

Objecto do Direito Comercial (o que estuda o Direito Comercial)


O Direito Comercial estuda as normas disciplinadoras da actividade negocial do empresário, e
de qualquer pessoa física ou jurídica, destinada a fins de natureza económica, desde que habitual
e dirigida à produção de bens ou serviços conducentes a resultados patrimoniais ou lucrativos,
e que a exerça com a racionalidade própria de "empresa", sendo um ramo especial de direito
privado.

Sujeitos do Direito Comercial


Os empresário comerciais1, e qualquer pessoa física ou jurídica que desenvolva uma actividade
dirigida à produção, circulação, transacção de bens ou serviços conducentes a resultados
patrimoniais ou lucrativos.

Características marcantes do Direito Comercial

 Cosmopolitismo é um ramo do Direito marcadamente internacional;

 Dinamismo é um ramo do Direito em rápida evolução;

 Onerosidade a actividade mercantil envolve, via de regra, actos não gratuitos;

 Simplicidade o Direito Comercial busca formas menos rígidas do que o Direito Civil, o
que se traduz numa aplicação mais rápida do direito;

 Fragmentarismo o Direito Comercial não forma um sistema jurídico completo;


presunção de solidariedade embora não exclusiva do Direito Comercial, é característica
marcante, pois visa à garantia do crédito.

Relação entre Direito Comercial e Direito Civil

Embora o Direito Comercial seja considerado um direito de tendências profissionais, enquanto


o Direito Civil disciplina as relações jurídicas entre as pessoas como tais, e não como
profissionais, não existem claras delimitações entre os dois campos do Direito. Existem actos
jurídicos de Direito Comercial que são regulados pelo Direito Civil, como algumas obrigações e
contratos, cujas regras gerais são aplicáveis a ambos os ramos. Outros actos, como o penhor,
regulado pelo Direito Civil, podem tornar se comerciais, se a natureza da obrigação é mercantil.

Relação entre Direito Comercial e Direito Empresarial

É comum ouvirmos, no nosso dia-a-dia, o emprego dos vocábulos empresário e comerciante


como sinónimos. Até mesmo o ramo do Direito Privado que disciplina as relações jurídicas que
envolvem tais sujeitos é chamado ora de Direito Comercial, ora de Direito Empresarial. Muito
embora possa parecer irrelevante, sob o aspecto económico, para o Direito, é fundamental
conhecer a distinção entre essas expressões, na medida em que não podemos empregar esses
termos sem nos atentarmos para a real diferença existente entre eles.
O ponto de partida para a identificação da diferença entre Direito Comercial e Direito
Empresarial, é necessário compreender a diferença entre comerciante e empresário, empresa e
acto de comércio, e estabelecimento empresarial ou comercial. Por outro lado é necessário
compreender a teoria (Teoria francesa - actos de comercio ou Teoria Italiana - actos de empresa)
adoptada pelo ordenamento jurídico para a identificação do sujeito de certas normas específicas
do Direito Privado, como a Lei de Falência e Recuperação de Empresas.

1Artigo 2º do Decreto - Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009,
pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de
27 de Dezembro de 2005);
Na República de Moçambique de 1888 ate 2005, vigorou o Código Comercial português
inspirado no Código Comercial Francês de 1808, este código tinha adoptado a Teoria dos Actos
de Comércio
Para cada uma das teorias, a identificação do sujeito das normas do Direito Comercial se dá em
função da actividade por ele exercida. Assim, todo aquele que explore uma actividade
considerada como um ato de comércio é um comerciante, submetendo-se às normas próprias
do Direito Comercial.
Nesse sentido, sob a vigência da Teoria dos Actos de Comércio, nada mais coreto do que
designar o seu sujeito como comerciante; a actividade por ele explorada como comércio; o
conjunto de bens por ele organizado para exploração de sua actividade como estabelecimento
comercial; e o ramo do Direito Privado composto por normas a ele destinadas como Direito
Comercial. A Teoria dos Actos de Comércio não abrangia a área dos serviços.

Acto de comércio: é aquele praticado pelos comerciantes, relativo ao exercício de sua


actividade, e aquele considerado como tal pela lei, em cada ordenamento jurídico.

Comerciante: é toda pessoa capaz que pratica, profissionalmente, actos de intermediação ou


prestação de serviços, com intuito de lucro; o comerciante deve ter capacidade civil, isto é, deve
poder dispor livremente de sua pessoa e de seus bens; deve ser intermediário, isto é, situar-se
entre o produtor e o consumidor; deve ter a intenção de lucrar; deve exercer sua actividade de
forma não esporádica, isto é, habitual e profissionalmente; e deve actuar no próprio nome e por
conta própria

O jurista Cesare Vivante desenvolveu uma nova teoria para a identificação do sujeito das
normas do Direito Comercial, recepcionada inicialmente pelo ordenamento jurídico italiano, no
Código Civil de 1942. Trata-se da Teoria da Empresa, que inspirou a reforma da legislação
comercial de inúmeros outros países de tradição jurídica romana. Nesta teoria a actividade e
conhecida como empresa, e o sujeito que desenvolve a actividade e designado põe empresário.

Para a Teoria da Empresa, a identificação do sujeito das normas do Direito Comercial não se
dá mais em razão da actividade por ele explorada, tal como era na vigência da Teoria dos Actos
de Comércio, mas sim em razão da forma como o sujeito explora a sua actividade.

Desse modo, será considerado empresário, ou seja, sujeito das normas do Direito Comercial
aquele que exercer profissionalmente uma actividade económica organizada para a produção ou
circulação de bens ou serviços. Note-se que, para a Teoria da Empresa, pouco importa a
actividade explorada pelo sujeito, podendo ser tanto a produção ou circulação de bens como a
de serviços. O que caracterizará o empresário é a forma pela qual ele explora essa actividade.
Assim, se o sujeito actuar com profissionalismo, visando ao lucro (actividade económica) e
organizando os factores de produção (actividade organizada), será considerado um empresário,
submetendo-se a certas normas que somente a ele serão aplicadas, como a Lei de Falência e
Recuperação de Empresas.
Nota-se, assim, que a diferença existente entre os vocábulos empresário e comerciante, empresa
e comércio, estabelecimento empresarial e comercial não é meramente terminológico. Isso
porque nem todo aquele que era considerado um comerciante pela Teoria dos Actos de
Comércio pode ser hoje considerado um empresário pela Teoria da Empresa. A diferença entre
esses sujeitos e demais expressões relacionadas está nos critérios estabelecidos em cada uma
dessas teorias para a sua devida identificação.

Artigo 2 (Empresários comerciais)2

São empresários comerciais:

a) As pessoas singulares ou colectivas que, em seu nome, por si ou por intermédio de terceiros,
exercem uma empresa comercial;

b) As sociedades comerciais.

Artigo 3 (Empresa comercial)3

1. Considera-se empresa comercial toda a organização de factores de produção para o


exercício de uma actividade económica destinada à produção, para a troca sistemática e
vantajosa, designadamente:

a) Da actividade industrial dirigida à produção de bens ou


serviços;

b) Da actividade de intermediação na circulação dos bens;

c) Da actividade agrícola e piscatória;

d) Das actividades bancárias e seguradora;

e) Das actividades auxiliares das precedentes.

2. Exceptua-se do disposto no número anterior a organização de factores de produção para


o exercício de uma actividade económica que não seja autonomizável do sujeito que a exerce.

Do Direito Comercial ao Direito Empresarial

A teoria do Direito Comercial que teve os seus alicerces no Código Comercial Francês (Code de
Commerce da França), de 1807 - 1808, a teoria dos actos de comércio adstringe o comerciante
às práticas elencadas no texto legal, vale dizer, comerciante vem a ser aquele que pratica actos
de comércio dispostos na lei como tal. Impossível, portanto, coadunar-se a teoria dos actos de
comércio com o processo de desenvolvimento verificado desde então, caindo por terra a

2 Decreto - Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 86 –
(altera alguns artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de
Dezembro de 2005);
3 Decreto - Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 86 –

(altera alguns artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de


Dezembro de 2005);
limitação taxativa das práticas comerciais dado a dinâmica empresarial verificada através dos
tempos.

Em 1942 foi promulgado o Código Civil Italiano, dispondo com força de lei a teoria da empresa,
formulada a partir da observação do panorama evolutivo do direito comercial. Segundo esta
teoria (empresa), actividade comercial é aquela que visa a obtenção de lucro mediante a
organização da força de trabalho, capital e matéria-prima, produzindo e circulando bens e
serviços. Este pensamento teórico gradativamente tomou vulto entre juristas dos países
participantes do sistema jurídico legalista.

A partir da prevalência desta teoria entre os doutrinadores, a figura do comerciante passa a ser
melhor traduzida pela palavra empresário.

Direito Empresarial: é o conjunto de normas jurídicas (direito privado) que disciplinam as


actividades das empresas e dos empresários comerciais (actividade económica daqueles que
actuam na circulação ou produção de bens e a prestação de serviços), bem como os actos
considerados comerciais, ainda que não directamente relacionados às actividades das empresas,
conforme MAMEDE 2007.

Empresa, Empresário, Estabelecimento Empresarial e Sociedade Comercial

A empresa e o empresário
 A Empresa
 O Empresário

 Conceito de empresa
 Distinção entre empresa e sociedade
 Distinção entre empresa, estabelecimento empresarial e sociedade empresarial
(comercial)

 Direito comercial: conjunto de normas que regulam a atividade do empresário e da


sociedade empresaria.
 Teoria da empresa: abrange a atividade economicamente organizada para a produção ,
fornecimento ou circulação de bens ou de serviços

Empresa: Organização técnico-económica que se propõe a produzir a combinação dos


diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca
(venda), com esperança de realização de lucros, correndo risco por conta do
empresário, isto é, daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos sob sua
responsabilidade. Decreto-Lei n° 2/2009, de 24 de Abril Artigo 3º

Empresário: pessoa física ou juridica cuja profissão consiste no exercício de actividade


económica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.

Empresário individual - “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente


actividade económica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Como visto, o empresário pode ser pessoa física (empresário individual) ou jurídica
(sociedade empresária). Assim, os sócios da sociedade empresária não são empresários, mas
meros investidores - quando simplesmente aportam capital na sua constituição - ou
empreendedores - quando além do capital, dispensam colaboração laboral, geralmente
administrativa.

 Profissao: atividade habitual, licita e remunerada pela qual a pessoa que trabalha obtém
seus meios de subsistência
 Antes do inicio da atividade empresarial e obrigatória a inscrição do empresário no
registro publico de empresas mercantis (Conservatoria de Registo de Entidades Legais)4.
 Empresario: aquele que exerce profissionalmente numa atividade econômica voltada
para a produção ou circulação de bens ou serviços.

Empresa

Não havia um conceito jurídico de empresa, contudo, existia o conceito económico que serviu
de amparo ao estudo, conceito este: ―estrutura fundada na organização dos factores de
produção para criação ou circulação de bens e serviços, poderá haver sociedades sem empresa
(ausência de estrutura organizacional), bem como empresa sem s o c i e d a d e ( e m p r e s á r i
o i n d i v i d u a l q u e c o n t a c o m e s t r u t u r a organizacional) ‖ .

Segundo Waldírio Bulgarelli na sua obr a Tratado de Direito empresarial, descreve empresa
como: ―Actividade económica, organizada de produção e circulação de bens e serviços para o
mercado, exercido pelo empresário (antigo comerciante), em carácter profissional, através de
um complexo de bens‖ , possui três aspectos jurídicos significativos:

a) O empresário (perfil subjectivo)

b) O estabelecimento (perfil objectivo ou patrimonial)

c) A empresa (aspecto funcional, ou exercício d a


a c t i v i d a d e empresarial).

Sociedade comercial (empresarial): é uma espécie de pessoa jurídica, que é o grupo


constituído pela reunião de duas ou mais pessoas físicas, que conjugam seus interesses, esforços,
finalidade, e fornecem património para praticar uma actividade, e é reconhecido como sujeito
de direitos e obrigações pelo nosso ordenamento jurídico.

Sociedade comercial: chama-se sociedade comercial a entidade resultante de um acordo de


duas ou mais pessoas, que se comprometem a reunir capitais e trabalho para a realização de
operações com o fim lucrativo; é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas convencionam em
por alguma coisa em comum, para o exercício de actividade comercial lícita, visando à
maximização de seus lucros, com responsabilidades definidas em caso de perdas.

4Decreto 1/2006 de 3 de Maio (Cria o registo de Entidades Legais e aprova o seu regulamento. BR nº
018, I Série, de 03 de Maio de 2006, pág. 147 a 160. Revoga o Decreto-Lei nº42 42644 e o decreto nº42
645, ambos de 14 de Novembro de 1959);
 Portanto, sociedade comercial é uma pessoa jurídica de direito privado, que pratica os
actos de comércio, ou actividade comercial, profissional e habitualmente.

Estabelecimento comercial (Empresarial):


 Estabelecimento comercial: é o conjunto de bens operados pelo comerciante; tem a
natureza jurídica de uma universalidade de facto, sendo objecto e não sujeito de direitos;
compõe-se de coisas corpóreas (balcões, máquinas, imóveis, instalações, etc.) e incorpóreas
(ponto, nome comercial, os contratos, etc.)

Classificação do Estabelecimento Comercial:


1. Estabelecimento principal, matriz ou sede - considerado o domicílio fiscal da
empresa, quando não for determinado pela sede estatutária, o será pelo estabelecimento
centralizador das atividades da empresa, onde se situa a chefia, de onde emanam as
ordens e onde se realizam as operações mais intensas da atividade organizada pelo
empresário.

2. Filiais, sucursais ou agências - se de um lado a lei não lhes diferencia, empregandoas


como sinônimas para referência aos diversos estabelecimentos secundários da mesma
empresa, de outro, a prática comercial tende a conceder maior importância à sucursal, que
seria o estabelecimento secundário vinculado ao principal, mas com gerente possuidor de
certa autonomia, o que não aconteceria na filial, cujo gerente não possui autonomia
nenhuma.

Elementos - O Fundo de empresa compõe-se de elementos materiais e imateriais, ou seja, bens


corpóreos e incorpóreos.

 Bens corpóreos - caracterizam-se por ocupar espaço no mundo exterior, podendo-se


destacar as mercadorias em estoque, as instalações, os mobiliários, as máquinas, os
utensílios, os veículos e todos os demais bens tangíveis que o empresário utiliza na
exploração de sua atividade econômica, excetuando-se apenas o bem imóvel onde se
encontra instalado o estabelecimento.

 Bens incorpóreos - são coisas imateriais, que não ocupam espaço no mundo exterior.
Constituem-se, principalmente, pelos bens industriais (patente de invenção, de modelo
de utilidade, registro de desenho industrial, marca registrada, nome empresarial e título
de estabelecimento) e o ponto (local em que se explora a atividade econômica).

Outros elementos do estabelecimento comercial:

 Freguesia: é um conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de determinado


estabelecimento, por razões subjectivas de conveniência, tais como: localização,
vizinhança, horário de funcionamento.

 Clientela: é o conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de determinado
estabelecimento, por razões subjectivas da qualidade da empresa ou de seu titular, tais
como: atendimento personalizado, produtos exclusivos.

 Aviamento: é a capacidade de a empresa produzir lucros, em virtude de sua
organização, aparelhamento, freguesia ou clientela, crédito, reputação e características
específicas; é bem incorpóreo que pertence ao estabelecimento.

Autonomia do Direito Comercial

Como visto anteriormente, está na Idade Média a origem do Direito Comercial, como ramo
autônomo do direito, isto é, independente do Direito Civil, tendo sido decorrente das relações
jurídicas desenvolvidas com o comércio. Essa independência em relação ao Direito Civil
propiciou que o Direito Comercial alcançasse autonomia jurídica, com objeto, princípios e
métodos próprios que o consolidaram como disciplina jurídica autônoma.

Direito Comercial é tradicionalmente outro grande ramo do direito privado. Aquilo que dantes
tratava do comerciante e de suas actividades, hoje é um "direito das empresas mercantis". Aos
poucos, a figura do comerciante é substituída pela noção de empresa.

O Direito Civil trata do conjunto de normas reguladoras das relações jurídicas dos
particulares. O interesse de suas regras é eminentemente individual. Nele estão os princípios de
personalidade, o conjunto de atributos que situam o homem na sociedade. É matéria
fundamental, sem a qual todas as outras disciplinas não podem ser convenientemente
compreendidas.

O Direito Comercial não se confunde com o civil, não obstante os inúmeros pontos de contato
existentes entre ambos afigura-se, assim, o Direito Comercial como um direito de tendências
profissionais, enquanto que o civil é de tendência individualista, procurando reger as relações
jurídicas das pessoas como tais e não como profissionais.

Depreende-se dos ensinamentos dos ilustres doutrinadores que, enquanto o Direito Civil se
presta a disciplinar, de forma geral, os direitos e obrigações na esfera privada no que se refere
às pessoas, aos bens e às suas relações; o Direito Comercial, por seu turno, é um regime jurídico
especial que comporta todo um conjunto normativo para ser aplicado, especificamente, aos
agentes econômicos, isto é, aos empresários. É essa especificidade que lhe garante a autonomia,
pois o fenômeno econômico, objeto da disciplina do Direito Comercial e de suas normas, tem
exigências técnicas e econômicas particulares que pressupõem uma organização própria e
normas específicas de atuação .

Tipos de autonomia:

É preciso que não se confunda autonomia formal com autonomia cientifica.


A autonomia formal (legislativa) decorre da existência de um corpo legislativo diferenciado;
enquanto que a autonomia científica tem a ver com outros aspectos: ter objeto único ou
objetos relacionados de regulação; existir princípios e institutos próprios; e método
interpretativo diferenciado.

Autonomia Científica

Substancial, ou científica - aqui, pode-se determinar cientificamente a matéria de um ramo


do direito em comparação com os demais, isolando-se o seu conteúdo, que deve ser original e
próprio em relação aos outros, sem consideração pelo fato de que possa estar ou não integrado
num único código ou em corpos de leis únicos (ex.: na Suíça, a matéria obrigacional civil e
comercial está unificada legislativamente, e na Itália, o próprio Direito Comercial está unificado
ao Civil, porém, nos dois, não perdeu-se a autonomia substancial);

Autonomia Legislativa

A autonomia formal ou legislativa do Direito Comercial resulta do fato da existência de um


Código Comercial, distinto e desvinculado do Código Civil. Tendo um corpo de leis próprio, o
Direito Comercial é, em Moçambique, independente do Direito Civil, com o qual
legislativamente não se confunde.

Formal ou legislativa - é a autonomia relativa às fontes donde promanam as respectivas


normas, ou seja, será autónomo se houver um código distinto dos demais ramos do direito;
Razões da autonomia: a autonomia legislativa não é factor determinante da autonomia de
qualquer ramo do direito, pois se trata de mera questão de conveniência ou oportunidade, ou de
juízo de valor, do legislador. Para justificar a autonomia científica ou substancial do direito
comercial, tem-se apresentado como argumento básico o fato de que é um ramo que apresenta
institutos característicos, pecualiares à vida comercial, incapaz de ser regido pelo direito
comum. Surgem assim os principais institutos do direito comercial, como as sociedades
mercantis, a matrícula, a escrituração, a falência etc. Entretanto, a formação histórica desses
institutos pode ter perdido a sua razão de ser com a evolução da economia e do comércio e o ramo
do direito que era especial se tornado um ramo comum, portanto, perdendo o sentido de
distinção.

O Direito comercial e outros Ramos de Direito


 Com o Direito Civil, como já apontado, mantém íntimas relações no campo obrigacional.

 Relaciona-se com o Direito Tributário porque a atividade comercial é a base da


incidência fiscal em nosso país.

 O Direito do Trabalho volta-se para a relação de emprego, que ocorre, em larga escala,
na atividade comercial

 O Direito Penal trata de diversas práticas que configuram crimes, como os da


concorrência desleal, contra as marcas e patentes, os contra a economia popular, sem falar
nos mais corriqueiros, perpetrados através de títulos de crédito, como a falsificação, a
fraude ou o estelionato e nos ilícitos penais falimentares. Necessária, também, a
concorrência do Direito Processual Penal, para a apuração e apenamento das condutas
típicas.

 O Direito Administrativo, por sua vez, regula a actuação do Estado no mercado, muitas
vezes competindo com a iniciativa privada, e, respaldado no interesse social, exerce a
fiscalização das atividades do particular, prescrevendo normas e órgãos próprios,
especialmente destacados para tal fim, como nos casos de intervenção e liquidação
extrajudicial de empresas.

 O Direito Econômico regulando a política econômico-financeira, atinge a vida


empresarial, a exemplo da regulação do poder econômico

 Não se pode esquecer o importante vínculo com o Direito Processual Civil, que dá vida
judicial aos conflitos oriundos dos empreendimentos rentáveis.

REFERÊNCIAS

Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para a compreensão de nossos
estudos e para a realização das actividades propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não
deixe de estudá-los.

 CORREIA, Miguel J. A. Pupo, Direito Comercial (Direito da Empresa), 9ª Edição, refundida e


actualizada, Editora Jurídica, Lisboa, 2005.

 Legislação

 Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 86 – (altera
alguns artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro
de 2005);  Decreto 1/2006 de 3 de Maio (Cria o registo de Entidades Legais e aprova o seu
regulamento. BR nº 018, I Série, de 03 de Maio de 2006, pág. 147 a 160. Revoga o Decreto-Lei nº42
42644 e o decreto nº42 645, ambos de 14 de Novembro de 1959);
 Lei nº 23/2009 de 28 de Setembro de 2009 (BR nº 038, I Série, Supl. de 28 de Setembro de 2009, pág.
286-(18) a 286-(31) - Aprova a Lei Geral das Cooperativas.

 Código Civil Português, aprovado pelo Decreto - Lei nº 47344, de 26/11/1966.

 Decreto-lei 3/2006, de 23 de Agosto (Estabelece o regime para a constituição, alteração e dissolução


das pessoas colectivas e altera os artigos 168, 185, 1143, 1232 e 1239 do Código civil)

Leituras Complementares

 ABREU, JORGE MANUEL COUTINHO DE - Da Empresarialidade. As Empresas no Direito,


Coimbra, Livraria Almedina, 1996

 ABREU, JORGE MANUEL COUTINHO DE - Curso de Direito Comercial, Vol. I, Introdução, Actos de
Comércio, Empresas, Sinais Distintivos, 6.ª Edição, Coimbra. Almedina, 2007

 Ascensão, J. Oliveira - Direito Comercial, vol. I, II, III, IV Direito Industrial, Lisboa, 1994; vol. III,
Títulos de Crédito, Lisboa, 1992
 Cordeiro, António Menezes - Manual de Direito Comercial, Vol. I, Almedina, Coimbra, 2009;

 CORREIA, L. Brito. Direito Comercial, 2º Volume, Sociedades Comerciais, Lisboa, 1989.

 CORREIA, Ferrer – Lições De Direito Comercial, Almedina Editora, 1994, LEX – Edições
Jurídicas.

 CUNHA, PAULO OLAVO - Direito das Sociedades Comerciais, 3ª Edição, Almedina, 2007

 Martins, Alexandre Soveral, Títulos de crédito e valores mobiliários, vol. I, Almedina, 2008;

 OLIVEIRA, Jorge de. Breves Noções de Direito Comercial. Maputo: Edição do Autor, 1998;
Actividades

A seguir, estão as actividades correspondentes a esta primeira unidade. Resolva os exercícios


propostos em cada uma e verifique se acertou, conferindo a sua resposta na Chave de Correcção
no final do presente Guia de Estudo.

1. Explique o que entende por comércio desde do ponto de vista jurídico e destaque os
elementos essenciais deste instituto jurídico.

2. Explique o objectivo do comércio, bem como o papel do Estado nesta actividade.

3. Explique o que entende por Direito Comercial

4. Explique em que consiste o objecto do Direito Comercial

5. Identifique os sujeitos do Direito Comercial

6. Identifique as características do Direito Comercial e explique o seu significado

7. Identifique e explique as fontes do Direito Comercial

8. Explique em que consiste a autonomia do Direito Comercial, e refira-te aos principais tipos
de autonomia

9. Estabeleça a relação e/ou a diferença entre o Direito Comercial e o Direito Empresarial

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