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COMERCIAL
Objectivos
Direito Natural
O homem sempre teve consciência de direitos fundamentais decorrentes de sua natureza, que
não viessem de pactos, contratos, convenções ou tratados. De uma certa forma existem
tendências gerais, comuns a todos os homens, de iguais emoções, impulsionando-os. Actos
humanos seriam acolhidos ou repudiados por uma consciência colectiva, capaz, naturalmente
de separar o bem, do mal. O certo do errado, o direito do torto, o justo do injusto.
O direito natural é a ideia abstracta de direito, ou seja, aquilo que corresponde ao sentimento
de justiça da comunidade.
Os gregos criticavam as leis e mostravam-se céticos ao direito, porque diziam eles que as leis eram
feitas exclusivamente com motivações políticas, e ditadas por elas.
É famosa a passagem, que afirmavam que aquilo que é natural é em todos os lugares. O mesmo
fogo, diziam, que arde na Grécia arde na Pérsia, porém as leis vigentes na Grécia divergem
daquelas vigentes na Pérsia. Logo o fogo é natural; o direito, simplesmente artificial.
Direito Positivo
O direito positivo, por exemplo, uma lei, não obriga ao pagamento de duplicata prescrita, ao passo
que para o direito natural esse pagamento seria devido e correto.
Direito Internacional
PÚBLICO
É um conjunto de normas que regulam as relações entre os Estados membros da comunidade
internacional e organismos análogos.
Exemplo1: ONU (Organização das Nações Unidas), OIT (Organização Internacional do
Trabalho).
PRIVADO
É um conjunto de normas internas de cada país, elaboradas e instituídas especialmente para
definir se em determinados casos se aplicará a lei interna ou a lei de outro país. Pelo Direito
Internacional Privado regula-se; Conflito de leis no espaço
Direito Nacional
É o sistema legal elaborado para ser posto, vigente, em determinada época, dentro das fronteiras
de um país.
Só é válido dentro da jurisdição do país que o elaborou. Não se aplica a países vizinhos.
PÚBLICO
É composto predominantemente por normas de ordem pública , que são normas imperativas,
obrigatórias.
Exemplo: Se houve um homicídio, mesmo que a vítima concorde em não punir o assassino, haverá
punição, pois se trata de norma de ordem pública, prevista no Código Penal.
PRIVADO
É composto predominantemente por normas de ordem privada, o que significa dizer que são
normas de carácter supletivo, vigoram apenas enquanto os interessados não dispuserem do
contrário, ou seja, enquanto a vontade deles permanecer, a norma é lei entre as partes.
Ramos de direito positivo
DIREITO COMERCIAL - I
A palavra comércio vem do latim cumercium (cum + merx) que deu origem à palavra mercari,
que significa ―comprar para vender‖ , ou seja, o acto da mercancia (mercadoria).
Etimologicamente, o termo ―comércio‖ vem do latim, commercium, que quer dizer "tráfico de
mercadorias". Tal significado é facilmente resgatado no definição desse termo, que vem a ser a
troca voluntária de produtos e serviços por outros produtos ou por valores, ou mesmo de valores
entre si, estando implícito o ato de negociar, vender, revender, comprar algo, em síntese, são
todas as relações de negócios. O comércio é uma relação social que é singular ao homem.
Inicialmente, a idéia era que o Direito Comercial se prestava a reger apenas as relações dos
comerciantes, uma vez que, historicamente, foi para isso que ele surgiu. Mas, no decorrer dos
anos, as atividades comerciais evoluíram sobremaneira, abrangendo a indústria e outras
atividades antes não consideradas mercantis.
O comércio baseia-se na troca voluntária de produtos. As trocas podem ter lugar entre
dois parceiros (comércio bilateral) ou entre mais do que dois parceiros (comércio
multilateral). Na sua forma original, o comércio fazia-se por troca directa de produtos de
valor reconhecido como diferente pelos dois parceiros, cada um valoriza mais o produto
do outro. Os comerciantes modernos costumam negociar com o uso de um meio de troca
indirecta, o dinheiro. É raro fazer-se troca directa hoje em dia, principalmente nos países
industrializados. Como consequência, hoje podemos separar a compra da venda. A
invenção do dinheiro (e subsequentemente do crédito, papel-moeda e dinheiro não-
físico) contribuiu grandemente para a simplificação e promoção do desenvolvimento do
comércio. Na idade média, o comércio (Mercatura) era classificado como uma das Artes
mecânicas.
b) Económico - como facto social e económico, constitui-se numa actividade humana que
põe em circulação a riqueza produzida, aumentando-lhe a utilidade.
Critérios para se determinar o que seja matéria comercial, tem-se adoptado dois critérios:
Direito Comercial
NOÇÕES DE COMERCIO
Caracterização do Comerciante:
Considerações Históricas
O Direito Comercial desenvolveu-se a volta do Direito Civil, com laços nas tradições
romanas e dos povos mercadores do Mediterrâneo. O exercício do comércio ao longo do
tempo, nem sempre foi sistematizado, e muitas vezes, ainda, esteve submetido a um
conjunto de regras jurídicas próprias que, devido à sua força e uso, posteriormente
influenciaram a formação legal e consuetudinária de vários povos.
Pelo conceito apresentado, percebemos que o Direito Comercial possui como elementos
básicos: os actos de comércio, o comerciante e as sociedades comerciais.
Direito comercial ou Direito empresarial é um ramo do direito privado que pode ser
entendido como o conjunto de normas disciplinadoras da actividade negocial do empresário,
e de qualquer pessoa física ou jurídica, destinada a fins de natureza económica, desde que
habitual e dirigida à produção de bens ou serviços conducentes a resultados patrimoniais ou
lucrativos, e que a exerça com a racionalidade própria de "empresa", sendo um ramo especial
de direito privado.
Direito Comercial: É o ramo do direito privado que trata do estudo das normas que
regulam os actos necessários às actividades dos comerciantes no exercício de sua profissão,
bem como os actos pela lei considerados mercantis, mesmo praticados por não
comerciantes. O direito comercial é o direito dos comerciantes e dos actos de comércio.
Direito Comercial: É o ramo do direito privado que trata do estudo das normas que
regulam os actos necessários às actividades dos comerciantes no exercício de sua profissão,
bem como os actos pela lei considerados mercantis, mesmo praticados por não
comerciantes.
Existem actos que podem ser praticados tanto por comerciantes quanto por não comerciantes .
Ex.: emissão de Letra de Câmbio.
Simplicidade o Direito Comercial busca formas menos rígidas do que o Direito Civil, o
que se traduz numa aplicação mais rápida do direito;
1Artigo 2º do Decreto - Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009,
pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de
27 de Dezembro de 2005);
Na República de Moçambique de 1888 ate 2005, vigorou o Código Comercial português
inspirado no Código Comercial Francês de 1808, este código tinha adoptado a Teoria dos Actos
de Comércio
Para cada uma das teorias, a identificação do sujeito das normas do Direito Comercial se dá em
função da actividade por ele exercida. Assim, todo aquele que explore uma actividade
considerada como um ato de comércio é um comerciante, submetendo-se às normas próprias
do Direito Comercial.
Nesse sentido, sob a vigência da Teoria dos Actos de Comércio, nada mais coreto do que
designar o seu sujeito como comerciante; a actividade por ele explorada como comércio; o
conjunto de bens por ele organizado para exploração de sua actividade como estabelecimento
comercial; e o ramo do Direito Privado composto por normas a ele destinadas como Direito
Comercial. A Teoria dos Actos de Comércio não abrangia a área dos serviços.
O jurista Cesare Vivante desenvolveu uma nova teoria para a identificação do sujeito das
normas do Direito Comercial, recepcionada inicialmente pelo ordenamento jurídico italiano, no
Código Civil de 1942. Trata-se da Teoria da Empresa, que inspirou a reforma da legislação
comercial de inúmeros outros países de tradição jurídica romana. Nesta teoria a actividade e
conhecida como empresa, e o sujeito que desenvolve a actividade e designado põe empresário.
Para a Teoria da Empresa, a identificação do sujeito das normas do Direito Comercial não se
dá mais em razão da actividade por ele explorada, tal como era na vigência da Teoria dos Actos
de Comércio, mas sim em razão da forma como o sujeito explora a sua actividade.
Desse modo, será considerado empresário, ou seja, sujeito das normas do Direito Comercial
aquele que exercer profissionalmente uma actividade económica organizada para a produção ou
circulação de bens ou serviços. Note-se que, para a Teoria da Empresa, pouco importa a
actividade explorada pelo sujeito, podendo ser tanto a produção ou circulação de bens como a
de serviços. O que caracterizará o empresário é a forma pela qual ele explora essa actividade.
Assim, se o sujeito actuar com profissionalismo, visando ao lucro (actividade económica) e
organizando os factores de produção (actividade organizada), será considerado um empresário,
submetendo-se a certas normas que somente a ele serão aplicadas, como a Lei de Falência e
Recuperação de Empresas.
Nota-se, assim, que a diferença existente entre os vocábulos empresário e comerciante, empresa
e comércio, estabelecimento empresarial e comercial não é meramente terminológico. Isso
porque nem todo aquele que era considerado um comerciante pela Teoria dos Actos de
Comércio pode ser hoje considerado um empresário pela Teoria da Empresa. A diferença entre
esses sujeitos e demais expressões relacionadas está nos critérios estabelecidos em cada uma
dessas teorias para a sua devida identificação.
a) As pessoas singulares ou colectivas que, em seu nome, por si ou por intermédio de terceiros,
exercem uma empresa comercial;
b) As sociedades comerciais.
A teoria do Direito Comercial que teve os seus alicerces no Código Comercial Francês (Code de
Commerce da França), de 1807 - 1808, a teoria dos actos de comércio adstringe o comerciante
às práticas elencadas no texto legal, vale dizer, comerciante vem a ser aquele que pratica actos
de comércio dispostos na lei como tal. Impossível, portanto, coadunar-se a teoria dos actos de
comércio com o processo de desenvolvimento verificado desde então, caindo por terra a
2 Decreto - Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 86 –
(altera alguns artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de
Dezembro de 2005);
3 Decreto - Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 86 –
Em 1942 foi promulgado o Código Civil Italiano, dispondo com força de lei a teoria da empresa,
formulada a partir da observação do panorama evolutivo do direito comercial. Segundo esta
teoria (empresa), actividade comercial é aquela que visa a obtenção de lucro mediante a
organização da força de trabalho, capital e matéria-prima, produzindo e circulando bens e
serviços. Este pensamento teórico gradativamente tomou vulto entre juristas dos países
participantes do sistema jurídico legalista.
A partir da prevalência desta teoria entre os doutrinadores, a figura do comerciante passa a ser
melhor traduzida pela palavra empresário.
A empresa e o empresário
A Empresa
O Empresário
Conceito de empresa
Distinção entre empresa e sociedade
Distinção entre empresa, estabelecimento empresarial e sociedade empresarial
(comercial)
Como visto, o empresário pode ser pessoa física (empresário individual) ou jurídica
(sociedade empresária). Assim, os sócios da sociedade empresária não são empresários, mas
meros investidores - quando simplesmente aportam capital na sua constituição - ou
empreendedores - quando além do capital, dispensam colaboração laboral, geralmente
administrativa.
Profissao: atividade habitual, licita e remunerada pela qual a pessoa que trabalha obtém
seus meios de subsistência
Antes do inicio da atividade empresarial e obrigatória a inscrição do empresário no
registro publico de empresas mercantis (Conservatoria de Registo de Entidades Legais)4.
Empresario: aquele que exerce profissionalmente numa atividade econômica voltada
para a produção ou circulação de bens ou serviços.
Empresa
Não havia um conceito jurídico de empresa, contudo, existia o conceito económico que serviu
de amparo ao estudo, conceito este: ―estrutura fundada na organização dos factores de
produção para criação ou circulação de bens e serviços, poderá haver sociedades sem empresa
(ausência de estrutura organizacional), bem como empresa sem s o c i e d a d e ( e m p r e s á r i
o i n d i v i d u a l q u e c o n t a c o m e s t r u t u r a organizacional) ‖ .
Segundo Waldírio Bulgarelli na sua obr a Tratado de Direito empresarial, descreve empresa
como: ―Actividade económica, organizada de produção e circulação de bens e serviços para o
mercado, exercido pelo empresário (antigo comerciante), em carácter profissional, através de
um complexo de bens‖ , possui três aspectos jurídicos significativos:
4Decreto 1/2006 de 3 de Maio (Cria o registo de Entidades Legais e aprova o seu regulamento. BR nº
018, I Série, de 03 de Maio de 2006, pág. 147 a 160. Revoga o Decreto-Lei nº42 42644 e o decreto nº42
645, ambos de 14 de Novembro de 1959);
Portanto, sociedade comercial é uma pessoa jurídica de direito privado, que pratica os
actos de comércio, ou actividade comercial, profissional e habitualmente.
Como visto anteriormente, está na Idade Média a origem do Direito Comercial, como ramo
autônomo do direito, isto é, independente do Direito Civil, tendo sido decorrente das relações
jurídicas desenvolvidas com o comércio. Essa independência em relação ao Direito Civil
propiciou que o Direito Comercial alcançasse autonomia jurídica, com objeto, princípios e
métodos próprios que o consolidaram como disciplina jurídica autônoma.
Direito Comercial é tradicionalmente outro grande ramo do direito privado. Aquilo que dantes
tratava do comerciante e de suas actividades, hoje é um "direito das empresas mercantis". Aos
poucos, a figura do comerciante é substituída pela noção de empresa.
O Direito Civil trata do conjunto de normas reguladoras das relações jurídicas dos
particulares. O interesse de suas regras é eminentemente individual. Nele estão os princípios de
personalidade, o conjunto de atributos que situam o homem na sociedade. É matéria
fundamental, sem a qual todas as outras disciplinas não podem ser convenientemente
compreendidas.
O Direito Comercial não se confunde com o civil, não obstante os inúmeros pontos de contato
existentes entre ambos afigura-se, assim, o Direito Comercial como um direito de tendências
profissionais, enquanto que o civil é de tendência individualista, procurando reger as relações
jurídicas das pessoas como tais e não como profissionais.
Depreende-se dos ensinamentos dos ilustres doutrinadores que, enquanto o Direito Civil se
presta a disciplinar, de forma geral, os direitos e obrigações na esfera privada no que se refere
às pessoas, aos bens e às suas relações; o Direito Comercial, por seu turno, é um regime jurídico
especial que comporta todo um conjunto normativo para ser aplicado, especificamente, aos
agentes econômicos, isto é, aos empresários. É essa especificidade que lhe garante a autonomia,
pois o fenômeno econômico, objeto da disciplina do Direito Comercial e de suas normas, tem
exigências técnicas e econômicas particulares que pressupõem uma organização própria e
normas específicas de atuação .
Tipos de autonomia:
Autonomia Científica
Autonomia Legislativa
O Direito do Trabalho volta-se para a relação de emprego, que ocorre, em larga escala,
na atividade comercial
O Direito Administrativo, por sua vez, regula a actuação do Estado no mercado, muitas
vezes competindo com a iniciativa privada, e, respaldado no interesse social, exerce a
fiscalização das atividades do particular, prescrevendo normas e órgãos próprios,
especialmente destacados para tal fim, como nos casos de intervenção e liquidação
extrajudicial de empresas.
Não se pode esquecer o importante vínculo com o Direito Processual Civil, que dá vida
judicial aos conflitos oriundos dos empreendimentos rentáveis.
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para a compreensão de nossos
estudos e para a realização das actividades propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não
deixe de estudá-los.
Legislação
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 86 – (altera
alguns artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro
de 2005); Decreto 1/2006 de 3 de Maio (Cria o registo de Entidades Legais e aprova o seu
regulamento. BR nº 018, I Série, de 03 de Maio de 2006, pág. 147 a 160. Revoga o Decreto-Lei nº42
42644 e o decreto nº42 645, ambos de 14 de Novembro de 1959);
Lei nº 23/2009 de 28 de Setembro de 2009 (BR nº 038, I Série, Supl. de 28 de Setembro de 2009, pág.
286-(18) a 286-(31) - Aprova a Lei Geral das Cooperativas.
Leituras Complementares
ABREU, JORGE MANUEL COUTINHO DE - Curso de Direito Comercial, Vol. I, Introdução, Actos de
Comércio, Empresas, Sinais Distintivos, 6.ª Edição, Coimbra. Almedina, 2007
Ascensão, J. Oliveira - Direito Comercial, vol. I, II, III, IV Direito Industrial, Lisboa, 1994; vol. III,
Títulos de Crédito, Lisboa, 1992
Cordeiro, António Menezes - Manual de Direito Comercial, Vol. I, Almedina, Coimbra, 2009;
CORREIA, Ferrer – Lições De Direito Comercial, Almedina Editora, 1994, LEX – Edições
Jurídicas.
CUNHA, PAULO OLAVO - Direito das Sociedades Comerciais, 3ª Edição, Almedina, 2007
Martins, Alexandre Soveral, Títulos de crédito e valores mobiliários, vol. I, Almedina, 2008;
OLIVEIRA, Jorge de. Breves Noções de Direito Comercial. Maputo: Edição do Autor, 1998;
Actividades
1. Explique o que entende por comércio desde do ponto de vista jurídico e destaque os
elementos essenciais deste instituto jurídico.
8. Explique em que consiste a autonomia do Direito Comercial, e refira-te aos principais tipos
de autonomia