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Conceitos Gerais: Comércio, Empresa, Atos de

Comércio e Empresário (Parte I)


25 Setembro 2008

Mariangela Guerreiro Milhoranza


1- INTRODUÇÃO
Em 1850, foi promulgada a Lei n. 556 de 25 de junho a qual foi “batizada” de Código
Comercial. Logo após a promulgação da Lei n. 556 de 25 de junho de 1850, foi promulgado o
regulamento n. 737/1850 que “estabeleceu as regras do processo comercial”1. Pois bem, o
Código Comercial de 1850 teve a parte primeira revogada em 2002 quando da promulgação do
Novo Código Civil (Lei n.10.406/2002). Quando ocorreu a revogação da parte primeira do
Código Comercial de 1850, houve o nascedouro do Direito de Empresa que, em apertada
síntese, é o ramo do direito que se ocupa do estudo de matérias atinentes à constituição,
extinção, liquidação e demais assuntos correlatos à atividade tanto do empresário individual
quanto da sociedade empresária.
2- CONCEITOS GERAIS
2.1.1. COMÉRCIO

2.1.1.1. Conceito Econômico de Comércio – Consoante conceito oriundo dos ensinamentos de


Alfredo Rocco, sob o ponto de vista econômico, comércio é o ramo de produção econômica
que faz aumentar o valor dos produtos pela interposição entre produtores e consumidores a fim
de facilitar a troca de mercadorias.

2.1.1.2. Conceito Jurídico de Comércio – Conforme o magistério de Vidari, sob o ponto de vista
jurídico, comércio é o complexo de atos de intromissão/troca entre produtor e o consumidor,
que, habitualmente, com fins de lucros, realizam, promovem, ou facilitam a circulação dos
produtos da natureza e da indústria, para tornar mais fácil e pronta a oferta. São elementos do
conceito jurídico de comércio: a) mediação/troca – ato de intromissão ou mediação entre
produtor e consumidor; b) fins lucrativos; c) habitualidade ou continuidade - os atos de
intromissão ou mediação existentes entre produtor e consumidor ocorrem de forma habitual e
não eventual.

CONCEITO ECONÔMICO CONCEITO JURÍDICO


- mediação/troca - mediação/troca
- ramo de produção econômica - fins lucrativos
- aumento do valor dos produtos - habitualidade
2.1.2. EMPRESA

2.1.2.1. Conceito Econômico de Empresa – Empresa é o organismo econômico que se


concretiza dos fatores de produção e que se propõe a satisfazer as necessidades alheias,
enfim, se propõe a satisfazer as exigências do mercado em geral. Para Fábio Ulhoa Coelho2,
“Empresa é a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou
serviços. Sendo uma atividade, a empresa não tem natureza jurídica de sujeito de direito nem
de coisa. Em outros termos, não se confunde com o empresário (sujeito) e nem com o
estabelecimento comercial (coisa).”
2.1.2.2. Conceito Jurídico de Empresa – Juridicamente, empresa significa uma atividade
produtiva exercida pelo empresário. A Empresa é objeto de direito porque “não se pode falar
em personificação da empresa.”3
CONCEITO ECONÔMICO CONCEITO JURÍDICO
- organismos econômicos - atividade produtiva exercida pelo
empresário
- fatores de produção - objeto de direito
- exigências e necessidades do
mercado
2.1. 3. ATOS DE COMÉRCIO
Conceituação – Não há um critério universal e unitário acerca do que sejam atos de comércio
e, nesse passo, surgiram duas teorias:

Teoria de Alfredo Rocco – Para Alfredo Rocco, ato de comércio é todo ato que realiza ou
facilita uma interposição na troca.

Teoria da Mediação ou Especulação – Para esta teoria, ato de comércio é um ato de


intermediação na circulação de riquezas. Por esta teoria, são dois os elementos
caracterizadores do ato de comércio: a mediação e a especulação (esta última aqui entendida
como forma lucrativa, como, por exemplo, o aumento do valor da compra para revenda).

Notas de Rodapé
1 REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 28, v.
I.
2 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial - Direito de Empresa. 11. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007, p. 19, v. I.
3 REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 60, v.
I.

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