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EQUIPE 104

ALEGAÇÕES INICIAIS DA REQUERENTE

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO DISTRITO DO VALE DO CACIQUE

CONTRA A REQUERIDA:

VILA RICA ENERGIA S.A.

Alegações Iniciais submetidas em 10.08.2015


II
BIBLIOGRAFIA

FONTES PRIMÁRIAS

CAMARB Regulamento de Mediação da CAMARB

CAMARB Regulamento de Arbitragem da CAMARB

Constituição Federal Constituição da República Federativa do Brasil de


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1942 publicada no D.O.U em 9 de setembro de 1942
CITADO COMO: LINDB

Decreto-Lei n° 875 de 19 de julho de 1993 Promulgação da Convenção sobre o controle de


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1990 de Ozônio e do Protocolo de Montreal sobre
Substâncias que destroem a camada de ozônio
publicada no D.O.U em 07.06.1990

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CITADO COMO: LPNMA

III
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CITADO COMO: CPC

Lei Federal nº 10.406 de 10 de janeiro de Código Civil Brasileiro, publicada no D.O.U. em 11


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CITADO COMO: CC

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2015 maio de 2015
CITADO COMO: LArb

Lei Federal nº 7.347 de 24 de julho de 1985 Lei da Ação Civil Pública, publicada no D.O.U em 25
de julho de 1985
CITADO COMO: LACP

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novembro de 2010

Resolução Normativa ANEEL 343 de 9 de Resolução normativa n° 343/2008 da ANEEL,


dezembro de 2008 publicada no D.O.U em 22.12.2008

Resolução Normativa CONAMA 001 de Resolução normativa n° 001/86 do CONAMA


23 de janeiro de 1986 publicada no D.O.U em 17.02.1986

Resolução Normativa CONAMA 006 de Resolução normativa n° 006/87 do CONAMA


16 de setembro de 1987 publicada no D.O.U 22.10.1987

Resolução Normativa CONAMA 267de 14 Resolução normativa n° 267/00 do CONAMA


de setembro de 2000 publicada no D.O.U em 11.12.2000

FONTES SECUNDÁRIAS
Doutrina

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<http://www.civil.uminho.pt/lftc/Textos_files/constr
ucoes/cp1/Cap.%20V%20-
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IV
A3o%20dos%20Solos.pdf>. Visto em 02.08.2015

CITADO COMO: Departamento de Engenharia Civil da


Universidade do Minho

Agência Nacional das Águas Manual de Estudos de Disponibilidade Hídrica

CITADO COMO: ANA 1

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CITADO COMO: Alves 2


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V
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VI
CITADO COMO: Benjamin

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CITADO COMO: Birnfeld

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Eletrobrás Diretrizes para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais


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VIII
CITADO COMO: Diretrizes Eletrobrás

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CITADO COMO: Estudo Eletrosul

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CITADO COMO: Faleck


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IV Jornada de Direito Civil Enunciado 379

X
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IV Jornada de Direito Civil Enunciado 446

CITADO COMO: Enunciado 446, IV Jornada de Direito


Civil

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CITADO COMO: Junk, Mello

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CITADO COMO: Leite

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LEITE, José Rubens Morato e AYALA, Dano Ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial –
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XII
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CITADO COMO: Mazzilli

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XIII
MELO, Diogo Leonardo Machado de Ainda sobre a função punitiva da reparação dos danos morais (e
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MENDES, José de Castro Direito Processual Civil, rec. Atual. Lisboa, edição AAFDL,
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CITADO COMO: Castro Mendes

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CITADO COMO: Miranda

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CITADO COMO: Mirra

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CITADO COMO: Washigton de Barros

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XIV
CITADO COMO: Bodin

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CITADO COMO: Nelson Nery

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CITADO COMO: Noronha

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CITADO COMO: Nunes

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CITADO COMO: Paccagnella

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PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de Direito Civil –Vol. II- Teoria Geral das
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CITADO COMO: Caio Mário 2

PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de Direito Civil – Vol. I- Introdução ao Direito
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XV
CITADO COMO: Caio Mário 1

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RODRIGUES, Marcelo Abelha Reflexos do Direito Material do Ambiente Sobre o Instituto da


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SIMÃO, José Ferando Requisitos do Erro como Vício de Consentimento no Código Civil.
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TAKAHASHI, Bruno Dilemas éticos de um conciliador In Revista do Advogado, n° 123,


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VARGAS, Sarah Merçon Meios Alternativos na Resolução de Conflitos de Interesse


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WALD, Arnold As Anti-Suit Injuctions no Direito Brasileiro. In Revista de


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Jurisprudência nacional

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Superior Tribunal de Justiça REsp n.º 1.175.907/MG, Quarta Turma, Rel. Min. LUIS
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Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 612.439/RS, 2ª Turma, Rel. Min. JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, DJe. 25.10.05.

CITADO COMO: STJ, Resp. 612.439/RS

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial n.º 1.373.788/SP, Terceira Turma, Rel.
Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO, DJe

XIX
20.5.2014.

CITADO COMO: STj, REsp 1.373.788/SP

Superior Tribunal de Justiça AgRg no REsp n.º 1.412.664/SP, Quarta Turma, Rel. Min.
RAUL ARAÚJO, DJe 11.3.2014.

CITADO COMO: AgRg no REsp 1.412.664/SP

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial n°23575/DF, 4ª Turma, Rel. Min.


CÉSAR ASFOR ROCHA, DJ. 09.06.1997.

CITADO COMO: STJ, Resp.23575/DF

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1.331.690/RJ, Segunda Turma, Rel.


Des.OG FERNANDES, DJe 04.11.2014.

CITADO COMO: STJ, REsp. 1.331.690/RJ

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1.367.923/RJ, Segunda Turma, Rel.


Des. HUMBERTO MARTINS, DJe 27.08.2013.

CITADO COMO: STJ, REsp. 1.367.923/RJ

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1.198.727/MG, Segunda Turma,


Rel. Des. HERMAN BENJAMIN, DJe 14.08.2012.

CITADO COMO: STJ, REsp. 1.198.727/MG

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1.145.083/MG, Segunda Turma,


Rel. Des. HERMAN BENJAMIN, DJe 27.09.2011.

CITADO COMO: STJ, REsp. 1.145.083/MG

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1.180.078/MG, Segunda Turma,


Rel. Des. HERMAN BENJAMIN, DJe 02.12.2010.

CITADO COMO: STJ, REsp. 1180078

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 802.060/RS, Primeira Turma, Rel.


Des. LUIZ FUX, DJe 17.12.2009.

CITADO COMO: STJ, REsp. 802.060/RS

XX
Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 299.400/RJ, Segunda Turma, Rel.
Des. ELIANA CALMON, DJe 01.06.2006.

CITADO COMO: STJ, REsp. 299.400/RJ

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1.114.398/PR, Segunda Seção, Rel.


Min. SIDNEI BENETI, DJe 16.2.2012;

CITADO COMO: STJ, REsp 1.114.398/PR

Superior Tribunal de Justiça Embargos de Declaração no Recurso Especial n.º


1.346.430/PR, Quarta Turma, Rel. Min. LUIS
FELIPE SALOMÃO, DJe 14.2.2013

CITADO COMO: EDcl no REsp 1.346.430/PR

Superior Tribunal de Justiça AgRg no AREsp n.º 273.058/PR, Quarta Turma, Rel.
Min. ANTÔNIO CARLOS FERREIRA, DJE
17.04.2013

CITADO COMO: AgRg no AREsp 273.058/PR

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 141.879/SP, Rel. Min. ROSADO


DE AGUIAR, DJ 22.06.1998.

CITADO COMO: STJ REsp 141.879/SP

Superior Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 27.384/SP, Quarta Turma, Rel. Min.
BARROS MONTEIRO, DJ. 25.03.1996.

CITADO COMO: STJ REsp 27.384/SP

Superior Tribunal Federal Recurso Especial nº 1.302.900/SP, rel. Min. SIDNEI


BENETIS, 3ª Turma, DJ. 09.10.12.

CITADO COMO: STJ, REsp. 1302900/SP

Superior Tribunal Federal Recurso Especial nº 612.439/SP, Segunda Turma, Rel.


Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ. 25.10.05.

CITADO COMO: STJ, Resp. 612.439/SP

Supremo Tribunal de Justiça Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial nº

XXI
633251/SP, 4ª Turma, Rel. Des., RAUL ARAÚJO,
DJe. 05.05.2015.

CITADO COMO: STJ, AgRg no AResp 633.251/SP

Supremo Tribunal de Justiça Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Agravo em


Recurso Especial nº 540533/PR, 3ª Turma, Rel. Des.,
MOURA RIBEIRO, DJe. 03.03.2015.

CITADO COMO: STJ, EDcl no AgRg no AResp


540.533/PR

Supremo Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1.300.187/MS, 4ª Turma, Rel. Des.,


RAUL ARAÚJO, DJe. 17.05.2012.

CITADO COMO: STJ, Resp. 1.300.187/MS

Supremo Tribunal de Justiça Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial nº


607.167/SP, 4ª Turma, Rel. Des., RAUL ARAÚJO,
DJe. 18.12.2014.

CITADO COMO: STJ, AgRg no AResp. 607.167/SP

Supremo Tribunal de Justiça Agravo em Recurso Especial nº 560537/PR, Rel. Des.


RAUL ARAÚJO, DJe. 20.03.2015.

CITADO COMO: STJ, Resp. 560.537/PR

Supremo Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1082498/MT, 4ª Turma, Rel. Min. LUIS
FELIPE SALOMÃO, DJe. 20.11.12.

CITADO COMO: STJ, Resp. 1082498

Supremo Tribunal de Justiça Recurso Especial nº 1302900/MG, 3ª Turma, Rel. Min.


SIDNEI BENETI, DJe. 09.10.12.

CITADO COMO: STJ, Resp. 1302900

Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário nº 102.967/RJ, Rel. Min. SYDNEY


SANCHES, DJ 18.04.1986.

CITADO COMO: STF RE 102.967/RJ

XXII
Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário nº 176.626-3, Primeira Turma,
Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ
10.11.1998.

CITADO COMO: STF, RE 176.626-3

Tribunal de Justiça de Santa Catarina Apelação Cível nº36.899, Rel. Des. ALCIDES AGUIAR,
DJ 21.10.2001

CITADO COMO: TJSC AC 36.899

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº 0107272-50.2007.8.26.0053, 1ª Câmara de


Direito Público, Rel. Des. DANILO PANIZZA, DJe.
27.01.2015.

CITADO COMO: TJSP, Apl. 0107272-50.2007.8.26.0053

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº 0047824-30.2009.8.26.0554, 4ª Câmara de


Direito Público, Rel. Des. PAULO BARCELLOS
GATTI, j. 08.09.2014.

CITADO COMO: TJSP, Apl. 0047824-30.2009.8.26.0554

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº 0015303-39.2009.8.26.0196, 25ª Câmara de


Direito Privado, Rel. Des. EDGAR ROSA, DJe.
05.12.2013.

CITADO COMO: TJSP, Apl. 0015303-39.2009.8.26.0196

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº 0027158-41.2010.8.26.0564, 4ª Câmara de


Direito Privado, Rel. Des. ENIO ZULIANI, DJe.
18.06.2013.

CITADO COMO: TJSP, Apl. 0027158-41.2010.8.26.0564

Tribunal de Justiça de São Paulo Agravo de Instrumento nº 237.442-4/5-00, 1ª Câmara de


Direito Privado, Rel. Des. ELLIOT AKEL, DJe.
20.8.2002.

CITADO COMO: TJSP, Ag. 237.442.4-4

Tribunal de Justiça de São Paulo Agravo de Instrumento n° 460.034-4/5-00, 2ª Câmara de

XXIII
Direito Privado, Rel. Des. JOSÉ ROBERTO BEDRAN,
DJe. 21.11.2006.

CITADO COMO: TJSP, Ag. 460034-4

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação Cível nº 0002163- 90.2013.8.26.0100, 11ª


Câmara de Direito Privado, Rel. Des. GILBERTO
DOS SANTOS, DJ 03.07.2014.
CITADO COMO: Paranapanema

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº0004896-16.2014.8.26.0271, Rel.


FRANCISCO LOUREIRO, DJ 05.12.2013

CITADO COMO: TJSP Ap 0004896-16.2014.8.26.0271

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº0128941-42.2012.8.26.0100, Rel.


FRANCISCO LOUREIRO, j.16.08.2013

CITADO COMO: TJSP Ap 0128941-42.2012.8.26.0100

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº9193079-73.2009.8.26.0000, Rel. RÔMULO


RUSSO, j.26.04.2012

CITADO COMO: TJSP Ap 9193079-73.2009.8.26.0000

Tribunal de Justiça de São Paulo Apelação nº0005572-55.2011.8.26.0323, Rel.


FRANCISCO LOUREIRO, j.10.04.2014

CITADO COMO: TJSP Ap 0005572-55.2011.8.26.0323

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Apelação nº 920387-5.2007.8.26.00, 1º Câmara de


Direito Privado, rel. Des. Cláudio Godoy, DJ 10-09-
2013.

CITADO COMO: TJSP Ap 920387-5.2007.8.26.00

Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Apelação Cível nº 11070004947, 1ª Câmara Cível, Rel.
Santo Annibal de Rezende Lima,DJ 11.04.2008.

CITADO COMO: TJES Ap 11070004947

Tribunal de Justiça do Maranhão Apelação Cível nº309922010. Rel. Des. Paulo Sérgio

XXIV
Velten Pereira, j. 04.02.2011

CITADO COMO: TJMA Ap 309922010

Tribunal de Justiça do Paraná Agravo de Instrumento nº 174.874-9, 1ª Câmara Cível, Rel.


Des. FERNANDO CÉSAR ZENI, DJe. 18.10.2005.

CITADO COMO: TJPR, Ag. 174.874-9

Tribunal de Justiça do Paraná Apelação Cível n.º 850.148-6, 9ª Câmara Cível, Rel. Des.
Sérgio Luiz Patitucci, j. 16.08.2012.

CITADO COMO: TJPR Ap 850148-6

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Apelação nº 24.798/2007, 16ª Câmara Cível, Rel. Des.
RONALD VALLADARES, DJe. 18.9.2007.

CITADO COMO: TJRJ, Apl. 24.798/2007.

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Apelação Cível n° 70016082547, 9ª Câmara Cível, Rel.
Des. MARILENE BONZANI, DJe. 01.11.2006.

CITADO COMO: TJRS, 70016082547

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Apelação Cível nº70028925782, rel. José Aquino Flores
de Camargo, j. 29.07.2009.

CITADO COMO: TJRS Ap 70028925782

Tribunal Regional Federal da 4ª Região Apelação Cível nº 2003.71.01.001937-0/RS, 3ª Turma,


Rel. Des. VÂNIA HACK DE ALMEIDA, DJ
10.07.2007

CITADO COMO: TRF4, Apl. 2003.71.01.001937

Termos e abreviaturas

ACP Ação Cível Pública


AG Agravo de Instrumento
ANA Agência Nacional de Águas
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
Apl. Apelação Cível
Art. Artigo
BACAMASO BACAMASO Construções S/A
CAMARB Câmara de Arbitragem Empresarial - Brasil

XXV
CC Código Civil, Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
CDC Código de Defesa do Consumidor
CF Constituição da República Federativa Brasil
Compromisso Compromisso Arbitral firmado pelas Partes
Córrego Córrego das Águas Claras
CPC Código de Processo Civil
Desmoronamentos Desmoronamentos ocorridos na ombreira natural da PCH em Janeiro e Fevereiro
de 2012.
Distrito Distrito Vale do Cacique
Dra. Doutora
Empreendimento Construção da PCH
Fundo Fundo Ambiental do Município de Córrego das Chuvas
LArb Lei Brasileira de Arbitragem (Lei Federal n° 9.307/1996)
LI Licença de Instalação
LINDB Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
LPNMA Lei da Política Nacional do Meio Ambiente
MP Ministério Público Estadual de Vila Rica
Município Município de Córrego das Chuvas
PAE Plano de Atendimento Emergencial
Parque Parque Estadual Vila do Ouro
Partes Requerente e Requerida
PCH Pequena Central Hidrelétrica
REQUERENTE Associação dos moradores do distrito do Vale do Cacique
REQUERIDA Vila Rica Energia S.A.
Resp Recurso Especial
Sr. Senhor
Tribunal Tribunal Arbitral constituído perante a CAMARB

XXVI
Sumário
I. BREVE HISTÓRICO DOS FATOS ................................................................................................... 227
II. O CONFLITO DEVE SER RESOLVIDO POR MEIO DA ARBITRAGEM ..................................................... 3
A. As Partes possuem plenos poderes e são capazes .................................................................... 3
B. O objeto da arbitragem é disponível e patrimonial ................................................................... 4
B.1. Os danos materiais ambientais não se confundem com os danos morais coletivos ............. 4
B.2. O objeto da arbitragem é patrimonial e disponível ............................................................... 6
B.3. A notificação do MP não indica indisponibilidade ............................................................... 7
C. De qualquer forma, a matéria ambiental pode ser discutida fora do Judiciário ....................... 8
C.1. A controvérsia é arbitrável em virtude da disponibilidade da ação ...................................... 8
C.2. Outros mecanismos extrajudiciais são meios aptos a tutelar questões ambientais ............. 98
C.2.1. A controversia pode ser tutelada por arbitragem internacional ........................................ 9
C.2.2. A controvérsia poderia ter sido solucionada por mediação ............................................... 9
C.2.3. A controvérsia poderia ser resolvida por meio de TAC .................................................. 10
D. Conclusão ........................................................................................................................... 1110
III. A ARBITRAGEM DEVE PROSSEGUIR .......................................................................................... 11
A. O Tribunal deve ser o primeiro a analisar sua própria jurisdição ........................................... 11
A.1. As Medidas Antiarbitragem não são aceitas no ordenamento jurídico brasileiro ........... 1211
A.2. A prioridade cronológica do competência-competência não admite limitações ................. 12
B. O MP não possui legitimidade para requerer medida antiarbitragem no judiciário ............... 13
C. Conclusão ............................................................................................................................... 13
IV. A RESPONSABILIDADE DA REQUERIDA NÃO DEVE SER AFASTADA ....................................... 1413
A. O dano moral ambiental foi causado pela atividade da Requerente....................................... 14
B. A responsabilidade ambiental não admite excludente............................................................ 15
C. Subsidiariamente, não estão presentes os requisitos da força maior no caso ......................... 16
V. A INDENIZAÇÃO NÃO DEVE TER CARÁTER PUNITIVO ................................................................ 1918
A. A punição é reconhecida como parâmetro para a fixação da indenização por danos morais . 19
B. O caráter punitivo é necessário para prevenir a ocorrência de novos danos morais ambientais
20
B.1. A tripla função da indenização por dano moral .................................................................. 20
B.2. A tutela especial do dano moral ambiental ......................................................................... 22
C. Conclusão ............................................................................................................................... 24
VI. PEDIDOS .............................................................................................................................. 2524

XXVII
I. BREVE HISTÓRICO DOS FATOS

1. Em 2009, Vila Rica Energia S.A. (“REQUERIDA”) e BACAMASO Construções S/A


(“BACAMASO”) celebraram um contrato de empreitada para a construção de barragem para
uma Pequena Central Hidrelétrica – PCH (“Empreendimento”), próxima ao Município de
Córrego das Chuvas (“Município”), no estado de Vila Rica [Caso, §1].
2. Em 14 de janeiro de 2012, durante o período de chuvas, após as diversas intervenções
ambientais realizadas pela REQUERIDA para a execução do Empreendimento, a ombreira
natural da barragem desmoronou, provocando a inundação parcial do distrito do Vale do
Cacique e, por conseguinte, a destruição da fauna e flora do Parque Estadual Vila do Ouro
(“Parque”) [Caso, §2; Anexo 1].
3. Este Parque era símbolo da riqueza natural da região [Anexo 3], sendo muito estimado pela
população, de modo que sua destruição violou gravemente o sentimento e a qualidade de vida
coletiva. Com efeito, os habitantes perderam suas casas, seus meios de subsistência e viram o
maior patrimônio natural de seu município ser destruído pela atividade da REQUERIDA [Anexo
2].
4. No mês seguinte, a já fragilizada população foi novamente vitimada por complicações no
Empreendimento da REQUERIDA. Houve um novo desmoronamento, que gerou o
assoreamento de parte do Córrego das Águas Claras (“Córrego”), também localizado no
distrito do Vale do Cacique [Caso, §3; Anexo 3].
5. A Associação dos Amigos do Distrito do Vale do Cacique (“REQUERENTE”), inconformada
com os danos morais gerados pelo Empreendimento da REQUERIDA, apresentou denúncias a
diversas autoridades pedindo que fossem tomadas soluções imediatas [Caso, §4; Anexo 4 e
Anexo 5]. Porém, o Poder Público não solucionou a situação, efetuando apenas ações
emergenciais [Anexo 6].
6. Cerca de dois anos após o acidente, a situação ainda permanecia inalterada. Não obstante a
catástrofe ocorrida (“Desmoronamentos”) e o manifesto abalo sofrido pela população, as
obras da PCH foram retomadas em maio de 2014 [Caso, §7], gerando a possibilidade de novos
desmoronamentos e danos morais à população.
7. Em outubro de 2014, foi concluído o Procedimento Administrativo pela Secretaria Municipal
de Meio Ambiente de Córrego das Chuvas, que apontou a REQUERIDA e BACAMASO como
as responsáveis pelos Desmoronamentos [Anexo 9, item D].
8. Em março de 2015, ainda não tendo sido ajuizada nenhuma ação pelo MP, a REQUERENTE
buscou negociar diretamente com a REQUERIDA e BACAMASO. Assim, todas decidiram
instaurar um procedimento de mediação perante a CAMARB [Caso, §12], que se encerrou em

2
06 de abril sem acordo quanto ao mérito [Caso, §13].
9. No mesmo dia, a REQUERENTE propôs que as questões controvertidas na mediação fossem
submetidas à arbitragem regida pelo regulamento da CAMARB [Caso, §13]. Assim, após recusa
da BACAMASO, REQUERENTE e REQUERIDA (“Partes”) firmaram compromisso arbitral
(“Compromisso”) visando à resolução definitiva do conflito [Caso, §15 e 16; Anexo 10] .
10. Em 20 de abril de 2015, ao tomar conhecimento da arbitragem, o MP distribuiu Ação Civil
Pública (“ACP”), com urgência, requerendo a responsabilização da REQUERIDA e da
BACAMASO pelos danos ambientais gerados pelos Desmoronamentos e liminar de
interrupção imediata do procedimento arbitral em curso [Caso, §18; Anexo 11].
11. Na sequência, apesar de a REQUERIDA tentar se esquivar do Compromisso firmado, alegando que este
Tribunal Arbitral (“Tribunal”) não teria jurisdição para resolver a controvérsia, as Partes assinaram
em 30 de abril de 2015o Termo de Arbitragem, marcando o início da arbitragem [Anexo 12].
Porém, somente em 04 de maio, foi comunicado à CAMARB o deferimento do pedido
liminar requerido pelo MP [Caso, §21].
12. Nesse sentido, a REQUERENTE se manifestou pelo prosseguimento da arbitragem, ressaltando
a independência deste Tribunal e a sua jurisdição para resolver a controvérsia [Anexo 13]. Por
seu turno, a REQUERIDAse pronunciou pela extinção da arbitragem, ou que esta fosse
interrompida até o julgamento da ACP [Caso, §23; Anexo 14].
13. Em 15 de abril de 2015, foi proferida a Ordem Processual n. 01, determinando a manifestação
das Partes e fixando data para audiência [Caso, §24; Anexo 15].

II. O CONFLITO DEVE SER RESOLVIDO POR MEIO DA ARBITRAGEM

14. Mesmo após a celebração do Compromisso, a REQUERIDA ainda assim alega a ausência de
jurisdição deste Tribunal, sustentando que a presente controvérsia seria inarbitrável com base
no Art. 1º da Larb [Anexo 12, Item 3.1.2]. No entanto, a disputa deve ser resolvida pela via
arbitral, pois (A) as Partes possuem plenos poderes e são capazes e (B) o objeto desta
arbitragem é disponível e patrimonial. De qualquer forma, (C) a controvérsia pode ser
resolvida fora do Poder Judiciário.

A. AS PARTES POSSUEM PLENOS PODERES E SÃO CAPAZES

15. A REQUERIDA visa a judicializar o conflito, apesar da existência de compromisso válido,


celebrado por Partes com plenos poderes e que são capazes de se vincular à presente
arbitragem.
16. O único requisito rationae personae para que seja firmada convenção arbitral é a capacidade de
administração de seus próprios direitos [art. 1º, LArb; Ferraz, p. 177-178; Lemes, p. 116; Roque, p.

3
301]. No caso concreto, é incontroversa a capacidade e os poderes do Sr. Howard Lieman
[Anexo 16, Item 3] para vincular a REQUERIDA a esta arbitragem.
17. Essa capacidade não pode ser questionada em virtude do suposto desconhecimento do direito
brasileiro alegado [Caso, § 19], pois ninguém pode se escusar de cumprir a lei, alegando que não
a conhece [Art. 3º, LINDB].
18. A única hipótese possível para a anulação de negócio jurídico por erro de direito prevista no
ordenamento é quando uma das partes não pretende se evadir da aplicação da lei [Art. 139, III,
CC; Abreu Filho, p.260; Bernardo de Mello, p. 225]. No entanto, para que eventual erro de direito
seja apto a anular o negócio jurídico exige-se sua cognoscibilidade pela parte prejudicada
[Enunciado nº 12 da I Jornada de Direito Civil; Sacramone, Garcia e Filippo, p. 193; Miranda, p. 201;
Simão, p. 462; Junior, p. 503].
19. No caso, a REQUERENTE era incapaz de pressupor o desconhecimento do Sr. Howard
Lieman, uma vez que ele ocupava o cargo de Diretor de Relações Públicas e acompanhou o
procedimento de mediação [Caso, § 12], no qual o mediador informa às partes a legislação
aplicável a fim de evitar manifesto prejuízo por desconhecimento legal, principalmente se
tratando de partes estrangeiras [Takahashi, p. 66].
20. Por essas razões, não é razoável crer que o Sr. Howard Lieman, após um mês de mediação
[Caso, §§ 12 e 13], não tenha tomado ciência das leis atinentes ao conflito antes de assinar o
Compromisso.
21. É patente que a REQUERIDA está tentando se esquivar da aplicação da LArb, na medida em
que evita o cumprimento de Compromiso válido e eficaz. Dessa forma, verifica-se que a
presente controvérsia deve ser solucionada por meio de arbitragem, uma vez que as Partes são
capazes e têm plenos poderes para firmar compromisso arbitral.

B. O OBJETO DA ARBITRAGEM É DISPONÍVEL E PATRIMONIAL

22. Neste caso, a controvérsia é clara e bem delimitada, pois se restringe apenas à
responsabilização da REQUERIDA pelos danos morais e ao critério e fixação do quantum
indenizatório [Anexo 12, Item 3.1, ii]. A controvérsia é arbitrável, visto que (B.1) os danos materiais
ambientais não se confundem com os danos morais coletivos, que (B.2) são patrimoniais e
disponíveis. Por fim, (B.3) a notificação do MP não indica indisponibilidade.

B.1. OS DANOS MATERIAIS AMBIENTAIS NÃO SE CONFUNDEM COM OS DANOS MORAIS


COLETIVOS

23. As Partes delinearam precisamente o escopo do compromisso arbitral, prevendo a submissão


à arbitragem da “controvérsia relativa à responsabilidade e à forma de reparação dos danos morais coletivos,

4
decorrentes do desmoronamento da ombreira natural da Pequena Central Hidrelétrica – PCH, em 14 de
janeiro e 9 de fevereiro de 2012” [Anexo 10, 1.1].
24. Com efeito, o mandato deste Tribunal é restrito à análise de danos morais coletivos
decorrentes dos Desmoronamentos, excluindo-se a discussão dos danos materiais ambientais
[Anexo 16, item 1], cuja responsabilização poderia suscitar a indisponibilidade do objeto desta
arbitragem. Os danos materiais ambientais sequer figuram no Compromisso [Anexo 10], que
por ser post factum especifica o objeto da controvérsia [Olavo Baptista, p. 977], tampouco no
Termo [Anexo 12].
25. Além disso, a dicussão dos danos morais não tem como pressuposto a análise dos danos
materiais, pois se enquadram em categoriais jurídicas distintas [Cahali, p. 21], com diferentes
repercussões no plano jurídico [Paccagnella, p. 36; STF, RE 109233].
26. De um lado, o dano material se refere à degradação ambiental e aspectos objetivos do meio
ambiente [Benjamin, p. 50-51], sendo modalidade in re ipsa [Bittar Filho, p. 55; Cavalieri, p. 116;
TJ/RS, TJRS Apl. 70016082547; STJ, REsp. 23575].
27. Assim, o objeto de tutela do Direito Ambiental se restringe à preservação dos bens
ambientais, conforme preceituam o art. 225 da CF e os arts. 2º e 3º da LPNMA [Paccagnela, p.
595]. Face a ocorrência de dano material ambiental, busca-se primordialmente a recomposição
in natura [Paulo Affonso, p. 360; Leite, p. 2108; Venosa, p. 207] para assegurar a manutenção
ecológica. Não há o escopo de tutelar os bens psíquicos da coletividade, evidentemente
distintos dos bens ambientais [Guimarães, p. 83].
28. De outro lado, o dano moral se caracteriza pela transgressão ao sentimento coletivo em face
de lesões ao meio ambiente aptas a diminuir a qualidade de vida dos indivíduos afetados e
abalar seus valores [Ibrahin, p. 2; Leite/Venâncio, p. 130; Paccagnella, p.44]. Como categoria
distinta, o dano moral ultrapassa a esfera da degradação em si [Mirra, p. 68; Leite, Dantas,
Fernandes, p. 51], não guardando a necessária relação de proporcionalidade: irrelevantes danos
materiais podem abalar demasiadamente o sentimento dos ofendidos, configurando extensos
danos morais [Pereira, p. 67; TAC-SP Apelação Cível - 00580468-7/006].
29. Além disso, o dano moral não é passível de reparação integral visto ser impossível a restituição do
estado psíquico uma vez abalado [Moraes, p. 145; Andrade, p.143, Cahali, p. 44]. A única forma de
remediação é a compensação pelo dano moral, atenuando-se o sofrimento por meio de indenização
que permita aos ofendidos auferir outras vantagens e satisfações [Gonçalves, p. 397; Wilson Melo, p. 356].
Isso foge do escopo principal de protação do Direito Ambiental de manter um meio ambiente
equilibrado, o qual é indisponível.
30. No caso, a atividade da REQUERIDA [Caso, § 2 e 3] afetou profundamente a relação valorativa
da população com o Córrego, uma vez que prejudicou as atividades econômicas fundamentais
5
à região e ao próprio sustento de indivíduos da comunidade [Anexo 3]. Foram ofendidos o
sentimento coletivo ligado ao Parque e à sua diversidade, símbolo da identidade do Municipio,
que restou destruída. E é apenas a compensação por essa ofensa que se discute nessa
arbitragem.
31. Desta forma, o direito moral coletivo não se confunde com o direito material ambiental, restando os
danos materiais ambientais excluídos do escopo da arbitragem.

B.2. O OBJETO DA ARBITRAGEM É PATRIMONIAL E DISPONÍVEL

32. O objeto desta arbitragem preenche todos os requisitos legais de arbitrabilidade, quais sejam, a
patrimonialidade e a disponibilidade [Art. 1º, LArb].
33. A patrimonialidade é a qualidade de situação jurídica na qual o direito discutido pode ser
quantificável, ou seja, trocado por quantia pecuniária determinada ou determinável [Lima, 53;
Talamini, p. 71]. Os danos morais são claramente patrimoniais, pois somente podem ser
reparados por meio de obrigação de dar, de forma que a reparação sempre ocorrerá em
pecúnia [Capagnella, 597].
34. Os danos morais coletivos discutidos na presente arbitragem são, portanto, patrimoniais, pois
a obrigação de indenizá-los possui caráter unicamente pecuniário e a sua execução é possível
tão somente por meio do pagamento pecuniária.
35. Já a disponibilidade se caracteriza pelo exercício livre do direito sem a imposição legal de
requisitos [Carmona, p. 38; Verde, p.93], sendo a relação jurídica cujos efeitos podem ser
determinados diretamente pelas partes [Castro Mendes, p. 206].
36. O direito à indenização por danos morais é plenamente disponível, pois eles podem ser
livremente determinados pelo ente legitimado para tutelá-los [Damião, p. 154; Aprigliano, p. 18].
Isso porque os interesses transindividuais não dependem apenas da intervenção estatal [Paulo
Affonso, p. 112; Rocha Souza, p. 33], sendo possível a terceiros buscar meios alternativos de
solução de controvérsia quando o próprio poder público não permanece inerte [Damião, p.
157].
37. Nesse sentido, o Art. 5º, V, da LACP equipara a atuação do ente privado à do MP,
reconhecendo-se a capacidade de uma associação para defender o direito da coletividade que
individualmente não poderia ser satisfeito [Nelson Nery, p. 659].
38. No caso, a REQUERENTE é responsável pela defesa dos direitos da coletividade do Vale
[Anexo 4º, art. 4º]. Mesmo considerando que os indivíduos isolados da comunidade não podem
dispor dos direitos pertencentes à comunidade, a própria comunidade é capaz de representar
seus interesses em juízo. Assim, a coletividade do Vale este devidamente representada neste
feito pela REQUERENTE, caracterizando um único sujeito processual com a capacidade de

6
dispor do direito à indenização.
39. Além de a REQUERENTE ser representante legítima da coletividade do Vale, a presente
arbitragem não oferece qualquer prejuízo para os seus representandos. Isso porque o próprio
MP, em sede de ACP, requereu que a indenização fosse paga ao Fundo Municipal [Anexo 12],
isto é, direcionada à população restrita ao Município.
40. Demonstrado que o Compromisso é restrito à discussão sobre danos morais ambientais e
estes danos se referem a direitos patrimoniais e disponíveis, a presente controvérsia é
arbitrável.

B.3. A NOTIFICAÇÃO DO MP NÃO INDICA INDISPONIBILIDADE

41. Por fim, deve ficar claro que a mera cientificação do MP sobre os atos processuais desta
arbitragem [Anexo 10], livremente pactuada pelas Partes, não indica reconhecimento de que os
direitos discutidos são indisponíveis.
42. A participação do MP em arbitragens deve ser interpretada como a preocupação das partes em
preservarem a validade do arbitragem e da sentença arbitral [Lima, p. 160-161]. Para a
participação de terceiros, basta o consentimento das partes e do tribunal arbitral para que haja
participação de um terceiro não signatário da convenção de arbitragem [Alvim, p. 265;
Carmona, p. 83], exatamente como ocorrido no presente caso [Anexo 12, item 1.3.1].
43. No ordenamento pátrio, não há regra alguma prevendo que, quando necessária a participação
do MP, as partes estarão impedidas de submeterem o conflito à apreciação de um tribunal
arbitral. Tampouco existe impedimentos legais para que o MP participe do procedimento
eleito [Vargas, p. 103; Lima, p. 463].
44. A presença do MP é justificada pela presença de relevante interesse social [Ada Pellegrini, p. 252; Alves
2, p. 2009; Mazzilli, p. 112], o qual não se confunde com a existência de direitos indisponíveis
[Talamini, p. 70]. Dessa forma, a presença do MP não é, por si só, suficiente para tornar a matéria
discutida indisponível [Dias, p. 12]. Com efeito, o MP pode ter legitimidade para defender
direitos disponíveis, como os presentes nesta arbitragem, em virtude do interesse público
discutido [STJ, REsp 1.331.690/RJ].
45. Por fim, em outros ordenamentos, como o do Paraguai [Lei 1979/2002], do Panamá [Dereto-lei
nº 5/1999] e de Honduras [Dereto nº 161-2000], há vedação expressa à participação do MP,
diferentemente do que ocorre com a LArb.
46. Por essas razões, não se reconhece a indisponibilidade do direito ao concordar com a
cientificação do MP. Na verdade, apenas se pretende garantir o cumprimento da função
legalmente estabelecida para o MP, a atuação como custus legis com o intuito de proteger a
sentença a ser proferida nesta arbitragem [Art. 5º, §1º, Lei da ACP; Dias, p. 217].

7
47. Assim, a participação do MP nesta arbitragem não é capaz de alterar a natureza jurídica dos
direitos discutidos, pois apenas reflete a intenção das Partes de cumprir fielmente a lei e de
evitar objeções sobre possível violação da ordem pública.
C. DE QUALQUER FORMA, A MATÉRIA AMBIENTAL PODE SER DISCUTIDA FORA DO

JUDICIÁRIO
48. Ainda, a presente controvérsia é arbitrável, pois ela não precisa ser discutida no Judiciário, já
que (C.1) a ação é disponível, sendo que (C.2) é reconhecido o emprego de mecanismos
extrajudiciais de solução de conflitos ambientais.

C.1. A CONTROVÉRSIA É ARBITRÁVEL EM VIRTUDE DA DISPONIBILIDADE DA AÇÃO

49. O Tribunal deve entender que a arbitragem é meio apto a tutelar o presente conflito em
virtude da disponibilidade da ação, e não do objeto da arbitragem.
50. Ao convencionarem a utilização de arbitragem, as partes apenas determinam o mecanismo de
resolução da controvérsia, e não dispõe do direito controvertido em si. Isto porque a função
do árbitro não é celebrar contrato entre as partes como se fosse mandatário, mas prolatar
sentença impositiva pacificando a controvérsia [Edoardo Ricci, p. 405].
51. Ou seja, a convenção da arbitragem não é convenção sobre o objeto da lide, mas sim
convenção sobre a escolha do julgador [Edoardo Ricci, p. 406]. Evidentemente, eleger a
arbitragem não é um ato de renúncia de direitos materiais [Talamini, p. 70], mas sim uma
escolha de submetê-los à análise de julgadores capacitados [Bessa Antunes, p. 919-921].
52. Portanto, o critério de disponibilidade da LArb deve ser corretamente interpretado no sentido
de que a arbitrabilidade objetiva é a disponibilidade da ação, isto é, a escolha do mecanismo de
resolução da controvérsias [Vargas, p. 57], não importando ser o direito em si disponível ou
não [Edoardo Ricci, p. 406].
53. Com efeito, considera-se indisponível a ação sempre que é necessário o ingresso em Juízo para
o reconhecimento do direito controvertido [Vargas, p. 57; Talamini, p. 70], como, por exemplo,
no reconhecimento de incapacidade absoluta de determinado indivíduo, promovido apenas
pela ação de interdição regulada pelos arts. 1.767 e ss. do CC.
54. Assim, a legitimação conferida à REQUERENTE deve ser entendida como suficientemente apta
para lhe conferir a disponibilidade do meio de ação. A REQUERENTE não pretende renunciar
ou transigir direitos que não lhe pertencem, mas tão somente defender o direito da
população da melhor maneira possível, submetendo-os à arbitragem.
55. Dessa forma, a controvérsia pode ser resolvida pela via arbitral, visto que a tutela dos pleitos da
REQUERENTE não requer, necessariamente, a atuação estatal.

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C.2. OUTROS MECANISMOS EXTRAJUDICIAIS SÃO MEIOS APTOS A TUTELAR QUESTÕES
AMBIENTAIS

56. A matéria ambiental não depende do Judiciário para ser tutelada, uma vez que a controvérsia
poderia ser resolvida (C.2.1) por meio de arbitragem no âmbito internacional; (C.2.2) por
mediação; e (C.2.3) pela utilização de TAC.

C.2.1. A CONTROVERSIA PODE SER TUTELADA POR ARBITRAGEM INTERNACIONAL

57. A discussão entre as Partes sobre a arbitrabilidade de matérias ambientais não seria necessária
se esta arbitragem fosse realizada em âmbito internacional, na qual a matéria ambiental é
reconhecidamente arbitrável [Cazarro, p. 22; Bessa, p. 435; Pantoja, p. 82].
58. Nesse sentido, diversas são as convenções sobre o meio ambiente que têm como único meio
de solução de controvérsias a arbitragem. A título de exemplo cita-se (i) a Convenção de Viena
para a Proteção da Camada de Ozônio, incorporada internamente pelo Decreto nº 99.280 em
1990, (ii) a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, incorporada pelo
Decreto nº 2.652 de 1998, (iii) a Convenção sobre Diversidade Biológica, incorporada pelo
Decreto nº 2.519 de 1998 e (iv) a Convenção de Basiléia sobre o Controle de Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, incorporado pelo Decreto nº 875 de
1993.
59. Uma vez que todos esses instrumentos internacionais foram internalizados pelo Brasil, seria
contraditório que se adotasse uma postura favorável à arbitragem em plano internacional, mas
se impusessem obstáculos à realização do mesmo processo em esfera doméstica [Bessa, p. 436].
60. Essa incoerência se torna mais evidente se considerarmos que o ordenamento brasileiro não
faz diferenciação entre a arbitragem doméstica e a internacional [Alves, p.22, 23], de modo que
o tratamento dado à matéria ambiental deveria ser uniforme.
61. Assim, a efetiva admissão de arbitragem ambiental no plano internacional deixa claro que o
meio pelo qual se pode resolver conflitos ambientais é disponível, ou seja, pode ser discutido
fora do âmbito estatal.
C.2.2. A CONTROVÉRSIA PODERIA TER SIDO SOLUCIONADA POR MEDIAÇÃO
62. Considerando os princípios que regem a mediação e a atividade do mediador, a tentativa das
Partes de solucionar o litígio por esse mecanismo notadamente comprova a possibilidade de
discutir a matéria ambiental fora do Judiciário.
63. A mediação tem como objetivo fundamental a facilitação da comunicação entre as partes
litigantes [Tartuce, p. 208; Lorencini, p. 61; Calmon, p. 115], a fim de possibilitar a transação sobre
o conflito e a celebração de acordos [Rodrigues, p. 277; Monteiro, p. 341].
64. Contudo, por mais que a mediação seja um mecanismo flexível que permita a acomodação do
9
interesse das partes, o mediador tem o dever de agir com diligência [Cahali, p. 60] e,
primordialmente, obedecer à ordem pública [Resolução 125/2010 CNJ, Anexo III, art. 1º].
Assim, a mediação não poderia ocorrer caso a tutela do direito ambiental importasse a
discussão sobre direitos indisponíveis, os quais são submetidos apenas à tutela estatal [Cazarro,
p. 14].
65. Para evitar essa afronta à ordem pública, os arts. 6.1., III, e 6.3, do Regulamento da CAMARB
estabelecem que a matéria objeto da mediação deve ser conhecida desde o início do
procedimento. Com isso, o mediador, devidamente capacitado [Art. 12, Resolução CNJ
125/2010], tem plenas condições de obstar o seguimento das sessões para defender a
execução das normas legais em caso de prejuízo público [Takahashi, p. 66].
66. No caso, em respeito aos princípios e deveres acima, a Dra. Nanci Crozier teria suspendido a
mediação logo após a primeira sessão se a discussão da matéria ambiental fora do Judiciário
violasse o ordenamento pátrio. Contudo, não foi o que ocorreu, visto que a mediação se
encerrou apenas porque as Partes não entraram em acordo sobre o mérito do conflito [Caso,
§13].
67. Por essa razão, a resolução dos danos causados pela atividade da REQUERIDA poderia ter
ocorrido fora do Judiciário.
C.2.3. A CONTROVÉRSIA PODERIA SER RESOLVIDA POR MEIO DE TAC
68. Por fim, outra alternativa à tutela estatal relativa à questão ambiental é a celebração de TAC
[Art. 5º, §6º, LACP], uma vez que permite ao investigado firmar uma espécie de acordo em
que se obriga a ajustar suas condutas ao que requerer o ente público, em troca do não
ajuizamento de ação civil pública [Ada Pellegrini, p.3].
69. De fato, a elaboração do TAC em si representa transação entre os envolvidos, caracterizando-
se como um negócio jurídico destinado a auto composição da lide fora da ceara judiciária [Ada
Pellegrini, p. 2 fl. 24 psquisa de 29.05/ Pantoja, p. XX, fl. 29 pesquisa dia 29.05/ REsp 802.060/RS,
Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 17/12/2009, DJe 22/02/2010/ REsp
299.400/RJ, Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, Rel. p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon,
Segunda Turma, julgado em 01/06/2006, DJ 02/08/2006].
70. Ademais, é reconhecida expressamente a natureza de título executivo extrajudicial ao TAC
[Art. 5º, §6º, LACP], sendo meio apto a por fim ao conflito sem que seja necessário o início de
uma ação civil pública.
71. Dessa forma, a natureza desse instituo demonstra que a matéria ambiental não precisa ser
necessariamente decidida pelo Judiciário. Portanto, o conflito pode ser resolvido por meio de
arbitragem.

10
D. CONCLUSÃO
72. Ante o exposto, foi demonstrado que (i) as Partes efetivamente se vincularam ao
Compromisso, dado que são capazes e possuíam poderes para tal, e (ii) o objeto desta
arbitragem é disponível e patrimonial. Em todo o caso, (iii) a controvérsia pode ser resolvida
fora do Judiciário. Dessa forma, o Tribunal deve reconhecer que a matéria é arbitrável.

III. A ARBITRAGEM DEVE PROSSEGUIR

73. Não bastasse as Partes terem firmado compromisso arbitral válido, relativo a disputa
plenamente arbitrável, o MP ainda busca obstar o prosseguimento desta arbitragem propondo
ACP com igual objeto e pleiteando decisão liminar para suspensão desta arbitragem [Anexo
11].
74. Entretanto, ainda que tal liminar tenha sido deferida, este Tribunal não é vinculado às ordens
estatais sobre sua própria jurisdição, uma vez que (A) o Tribunal deve ser o primeiro a analisar
sua própria jurisdição e (B) o MP não possui legitimidade para pedir a suspensão desta
arbitragem.

A. O TRIBUNAL DEVE SER O PRIMEIRO A ANALISAR SUA PRÓPRIA JURISDIÇÃO

75. O ordenamento prevê uma regra de prioridade cronológica em favor do árbitro para a
apreciação de questões relativas à existência, validade ou eficácia da convenção de arbitragem,
trata-se do competência-competência [art. 8º, par. único, LArb]. Dessa forma, a questão sobre a
disponibilidade da matéria discutida deve ser decidida, em primeiro lugar, pelos árbitros
[Carmona, p. 175 /STJ, Mc. 14.295 /TJSP, Ag. 460.034-4].
76. Por conta disso, a intervenção estatal somente é possível após o pronunciamento do próprio árbitro
sobre a sua jurisdição [Aymone, pp. 94-96; Boisseson, p. 141; Wald 1, p. 31]. De fato, existindo
procedimentos paralelos entre o Judiciário e a arbitragem, seja por prejudicialidade, conexão
ou identidade entre os objetos, deve prevalecer a prioridade cronológica do árbitro [Alves, pp.
207-209; Aymone, p. 94-95; Cais, p. 45].
77. Não se afirma que a arbitragem está completamente fora do controle do Poder Judiciário
[Ranzolin, p. XX; Nunes, p. 28], pois é possível a intervenção estatal em casos de ação
anulatória de sentença arbitral, homologação de sentença estrangeira ou embargos execução
de sentença arbitral [Wald 1, p. 29]. Porém, nesses casos a intervenção ocorre somente após o
pronunciamento dos árbitros sobre a sua própria jurisdição.
78. Considerando que este Tribunal, detentor de prioridade cronológica, ainda não se manifestou
sobre sua própria jurisdição, a liminar proferida pelo juiz estatal padece de eficácia, pois (A.1.)
as medidas antiarbitragem não são aceitas no ordenamento jurídico brasileiro, e (A.2) o

11
princípio da competência-competência não aceita limitações.
A.1. AS MEDIDAS ANTIARBITRAGEM NÃO SÃO ACEITAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO
BRASILEIRO

79. Medidas antiarbitragem são ordens, geralmente dirigidas às partes, que as impede de levar seus
conflitos à arbitragem, paralisando o seu prosseguimento ou criando obstáculos para a
execução da sentença arbitral [Alves, p. 1; Boisseson, p. 139; Gaillard, p. 201-202; Nunes, p. 15].
80. A inadmissibilidade de medidas antiarbitragem no Brasil foi confirmada pela revogação do art.
25 da LArb [Art. 4º, Lei 13.129/15], segundo a qual o Judiciário poderia suspender a
arbitragem se reconhecesse de discussão de direitos indisponíveis. A derrogação pretendeu
justamente que fossem evitadas paralisações indevidas no processo arbitral em decorrência de
ingerência indevida do Judiciário [Exposição de Motivos]
81. Assim, uma liminar que determina a suspensão de um processo arbitral é medida
antiarbitragem [Alves, p. 205-206; Ponzoni, p. 142; TJSP, Ag. 237.442.4-4]. Isso decorre do fato
de ser esta uma ordem para que os árbitros deixem de decidir questões que a eles foi dada
jurisdição por meio de convenção arbitral, sendo claramente uma afronta à regra do
competência-competência [Ag. 237.442.4-4; TJPR, Ag. 174.874-9; Boisseson, p. 141; Fouchard, p.
154; Cais, p. 45; Nunes, p. 34].
82. Além da afronta ao princípio do competência-competência, as medidas antiarbitragem
ignoram o próprio compromisso arbitral firmado entre as partes, cujo efeito negativo resulta
na exclusão da jurisdição estatal sobre aquele litígio [Dinamarco, p. 73; Ladeira, p. 51-52; Nunes,
p. 28]. Nesse sentido, a mera existência de convenção arbitral é causa de extinção do processo
sem resolução de mérito [Art. 267, VII, CPC; STJ, Resp. 612439; STJ, Resp. 1302900; STJ, Resp.
1082498; TJRJ, Apl. 24.798/2007].
83. Portanto, a suspensão do processo arbitral por uma decisão judicial representa intervenção
severa do Judiciário na arbitragem [Alves, p. 251]. Por todo o exposto, é inadmissível que a
medida liminar concedida pelo juiz estatal tenha o efeito de suspender esta arbitragem, pois
não são admitidas medidas antiarbitragem no Brasil e a mera existência de compromisso
arbitral afasta por completo a possibilidade de atuação do Judiciário.

A.2. A PRIORIDADE CRONOLÓGICA DO COMPETÊNCIA-COMPETÊNCIA NÃO ADMITE


LIMITAÇÕES

84. A prioridade cronológica do competência-competência não admite limitações. Os poucos


sistemas jurídicos que o fazem se apoiam na eficiência e celeridade processual, de modo a
serem evitados gastos desnecessários pelas partes [Carmona, p. 176]. Contudo, em razão da
conhecida ineficiência do Judiciário brasileiro [Relatório Justiça em Números, 2014; Faleck, p. 32],

12
dita exceção não pode ser aceita no Brasil [Caramelo, p. XX].
85. Os próprios autores que defendem a possibilidade de tamanha ingerência alertam para seu
caráter excepcional [Alves, p. 193], devendo ser restringida para as situações em que é patente a
invalidade e ineficácia da cláusula compromissória [Fonseca, p. 290-291; Wald 2, p. 44; Pitombo,
p. 117].
86. Entretanto, ao contrário do que faz parecer a REQUERIDA, a questão referente a danos morais
coletivos não se trata de uma situação extrema que admite a intervenção antecipada do
Judiciário. Tanto é assim que essa mesma questão em um plano internacional poderia ser
resolvida através de arbitragem sem qualquer dificuldade [supra, XX]
87. A única possibilidade de análise prima facie da convenção arbitral se daria caso um tribunal
arbitral ainda não estivesse constituído [Alves, p. 191; Caramelo, p. XX; Boisseson, p. 142]. No
caso, além de o Tribunal já estar constituído [Anexo 12], a Diretoria da CAMARB poderia
analisar a validade do Compromisso apenas em uma decisão precária, já que não retiraria do
Tribunal a competência para decidir definitivamente sobre sua jurisdição [Regulamento, cláusula
3.8]. Mesmo essa possibilidade não se caracteriza como medida antiarbitragem.
88. Portanto, seja pela simples impossibilidade de análise prima facie por parte do Judiciário, seja
pela impossibilidade deste tipo de apreciação no caso concreto, é inadmissível tamanha
interferência do Judiciário na jurisdição deste Tribunal.
B. O MP NÃO POSSUI LEGITIMIDADE PARA REQUERER MEDIDA ANTIARBITRAGEM NO

JUDICIÁRIO

89. Na hipótese de este Tribunal entender como possível a adoção de uma medida antiarbitragem,
deve considerar que a liminar proferida será cassada, pois o pedido de suspensão da
arbitragem foi feito por parte ilegítima.
90. Os legitimados a pedir uma medida antiarbitragem são tão somente os participantes do
processo arbitral [Nunes, p. 16]. Contudo, no caso concreto, o pedido de suspensão foi
realizado pelo MP [Anexo 11], que não é parte da arbitragem ou signatário do Compromisso
[Anexo 12].
91. Portanto, concluindo-se que o MP não é parte legítima para requerer a interrupção dessa
arbitragem no Judiciário, este Tribunal deve prosseguir com a presente arbitragem.
C. CONCLUSÃO
92. Ante o exposto, ficou evidente que (i) este Tribunal deve ser o primeiro a decidir sobre sua
própria jurisdição e que (ii) o pedido de suspensão da arbitragem, em sede de ACP, foi feito
por parte ilegítima. Dessa forma, este Tribunal não deve suspender essa arbitragem,
procedendo ao julgamento do mérito dos danos morais coletivos aqui pleiteados.

13
IV. A RESPONSABILIDADE DA REQUERIDA NÃO DEVE SER AFASTADA
93. A REQUERIDA pretende se eximir da responsabilização pelos danos morais sofridos pela
população sob o pretexto de que as chuvas que acometeram a região consistiram em evento
de força maior. Contudo, a responsabilidade da REQUERIDA não deve ser afastada, pois (A) os
danos morais decorreram diretamente de sua atividade fim e (B) à luz da teoria do risco
integral, a responsabilidade ambiental não admite excludentes. Subsidiariamente, (C) estão
ausentes os elementos necessários para o enquadramento das chuvas como força maior.

A. O DANO MORAL AMBIENTAL FOI CAUSADO PELA ATIVIDADE DA REQUERENTE

94. A REQUERIDA é uma empresa que atua no segmento de energia elétrica, tendo como atividade
fim o desenvolvimento, a construção e a operação de PCHs [Anexo 1, §1]. Essa atividade
requer o aproveitamento de recursos naturais, tais como recursos hídricos (como córregos e
rios) e geológicos (como ombreiras naturais e desníveis). Assim, para acomodar a estrutura
física da PCH e para operá-la são tomadas ações invasivas ao meio ambiente.
95. Durante a fase de construção, faz-se necessária (i) a supressão da vegetação primária para a
liberação de espaço; (ii) a movimentação de terra para nivelamento do solo; e (iii) o
represamento de água para criação de energia potencial a ser convertida em energia cinética e
gerar a energia.
96. Tais intervenções têm grande potencial lesivo ao meio ambiente e à coletividade, já que
interferem no equilíbrio ecológico, principalmente sobre o regime hídrico, fundamental para a
reprodução de espécies vegetais e animais. O risco de lesão ao meio ambiente causado pela
construção de PCHs é tão alto que é necessária a elaboração de um Estudo de Impacto
Ambiental [art. 2º, VII, Res. CONAMA 01/86; art. 4º Res. CONAMA 06/87; art. 2º, Res.
CONAMA 237/97; art. 27, IN IBAMA 184/08], além de um Programa de Gerenciamento de
Risco e um Plano de Atendimento Emergencial [art. 17, Lei 12.334/10] para identificar e
gerenciar os danos a serem causados ao ambiente.
97. E mesmo com a aprovação do projeto pelos órgãos públicos competentes, o empreendedor
continua integral e exclusivamente responsável pelo empreendimento [art. 13, § 1º, Res. Norm.
ANEEL 343/08].
98. Sendo assim, o fato de a REQUERIDA ter providenciado toda esta documentação [Anexo 16,
item 8] indica que o Empreendimento causava graves interferências no meio ambiente e
envolvia vários riscos.
99. Assim, é evidente que os danos ocasionados à população simplesmente não teriam ocorrido
caso não houvesse o exercício da atividade da REQUERIDA no local.

14
100. Se não houvesse represamento de água, por óbvio, não haveria pressão na ombreira natural
causada pelo alto volume de água de uma barragem no limite de sua capacidade [Anexo 9].
Ainda, se a vegetação primária não tivesse sido desmatada, o solo do Distrito conseguiria
absorver a água da chuva, evitando os danos de uma possível inundação.
101. Não pode agora a REQUERIDA, como qualquer outro agente econômico, pretender se esquivar
de sua responsabilidade pelos prejuízos causados pelos Desmoronamentos, uma vez que ela
assumiu os riscos ao tentar obter lucros maiores. Assim, a REQUERIDA é responsável pelos
danos morais coletivos ocasionados pela sua atividade.

B. A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NÃO ADMITE EXCLUDENTE

102. O regime jurídico de responsabilidade civil por dano moral ambiental é o da responsabilidade
objetiva, conforme disposição do art. 225, § 3º da CF e do art. 14, § 1º da LPNMA [Granziera,
p. 717-719; Leuzinger, p. 561; Barroso, p. 83-85; Mirra 1, p. 436; Paulo Affonso, p. 402-404;
Siebeneichler de Andrade, p. 519].
103. A responsabilidade objetiva fundamenta-se no risco, independendo da constatação de
qualquer grau de culpa [Washington de Barros 3, p. 580; Caio Mário 1, p. 555-556; Menezes Direito
& Cavalieri, p. 11]. Assim, a responsabilização da REQUERIDA pelos danos morais ambientais
aqui pleiteados independe de sua conduta na condução do Empreendimento, por expressa
disposição de lei.
104. Além disso, a responsabilidade civil por dano ambiental é orientada pela teoria do risco
integral [Pasqualotto, p. 454; Vianna, p. 110; Venosa, p. 207-208; Steigleder, p. 329-330; Cavalieri, p.
193-195; STJ REsp 1.178.294/MG; STJ REsp 605.323/MG; STJ REsp 1.175.907/MG; STJ
REsp 1.374.284/MG; STJ REsp 1.373.788/SP; STJ REsp 625.249/PR; STJ Ag no AREsp
273.058/PR], a qual determina que basta a prova da ligação entre a atividade empreendida e o
dano causado, não se discutindo o nexo de causalidade [Cavalieri, p. 184; Godoy, p. 81-82;
Benjamin, p. 501; Steigleder, p. 336; Vianna, p. 110; STJ, REsp. 1.346.430/PR; STJ REsp
442.586/SP].
105. Assim, não se admitem as excludentes de responsabilidade, como a força maior, para se
afastar a responsabilidade por dano moral ambiental [Milaré, p. 836-837; Vianna, p. 101; Lemos,
p. 116-117; Lanfredi, p.415; Barroso, p. 85; Leite 2, pp. 201-202, Cavalieri, p. 194; STJ, AgRg em
REsp 560.537/PR; STJ REsp n. 1.114.398/PR; TJPR Ap. 850148-6; STJ, REsp 1.367.923/RJ;
STJ, REsp 1.198.727; STJ, REsp 1.145.083/ MG, STJ, REsp 1.180.078/MG].
106. Isso porque, a responsabilidade civil ambiental constitui um sistema especial de
responsabilização [Benjamin, pp. 462-465; Mirra, p. 443; Krell, p. 2.081] em que o poluidor deve
proceder à reparação integral do dano [Milaré, p. 830; Leuzinger, p. 562; Leite & Ayala, p. 229;

15
Mirra, p. 443] em seus diversos aspectos, inclusive o moral [Leite &Ayala, p. 303; Milaré, p. 735-
736].
107. Desse modo, não é possível afastar a responsabilidade da REQUERIDA pelos danos aqui
pleiteados em virtude de força maior, independentemente das fortes chuvas que acometeram a
região.
108. Conclui-se que a responsabilidade da REQUERIDA não pode ser afastada por evento de força
maior, visto que (i) a responsabilidade civil por dano moral ambiental funda-se na teoria do
risco integral; e, (ii) esta não admite as excludentes de responsabilidade.

C. SUBSIDIARIAMENTE, NÃO ESTÃO PRESENTES OS REQUISITOS DA FORÇA MAIOR NO

CASO

109. Mesmo que se entenda possível a aplicação de excludentes de ilicitude em casos de


responsabilização ambiental, as chuvas ocorridas na região não constituem força maior, haja
vista que (C.1) não eram inevitáveis nem irresistíveis e, ainda que tais requisitos sejam
reconhecidos, (C.2) o evento constituiria fortuito interno, com a consequente
responsabilização da REQUERIDA pelos danos ocorridos.

C.1. OS DANOS DECORRENTES DAS CHUVAS ERAM EVITÁVEIS E RESISTÍVEIS


110. As chuvas que contribuíram para os Desmoronamentos não constituem força maior,
porquanto ausentes os seus requisitos fundamentais, quais sejam a inevitabilidade e a
irresistibilidade [Strenger, p.231; Monteiro, p. 374-375; Noronha, p. 652-654; Porto, p.181; Cavalieri,
p.71-72].
111. A REQUERIDA escolheu o Município Córrego das Chuvas para instalar seu empreendimento
devido às condições climáticas e geológicas propícias à atividade hidrelétrica.
112. As chuvas em Vila Rica se estenderam desde os últimos meses de 2011 até os primeiros de
2012 [Anexo 2], ou seja, já eram um fator constante durante a construção à época dos
Desmoronamentos. Essa marcante característica permite a conclusão de que o Estado
brasileiro de Vila Rica está submetido ao regime climático tropical, distinto pelos verões
quentes e chuvosos, que se estendem, em média, de Dezembro a Março. As chuvas são
esperadas em volume elevado durante o período e os solos saturados são próprios da área
delimitada.
113. Além dessas previsíveis condições climáticas, a REQUERIDA tem o dever legal de realizar uma
série de estudos, entre eles monitoramentos pluviométricos [Resolução Conjunta ANEEL-ANA
03/10] e a análise das vazões médias mensais do curso da água de pelos menos 25 anos
[“Diretrizes Eletrobrás”, p.48].

16
114. Como a construção era regular [Anexo 16, item 8], não restam dúvidas de que as condições
locais, em especial a abundância hídrica e o solo pouco poroso eram de ciência da
REQUERIDA. Nem a precipitação que culminou nos Desmoronamentos, nem sua intensidade
foram inéditas ou surpreendentes. Todos os riscos de enchentes e desabamentos foram
calculados.
115. Ainda que em Janeiro e Fevereiro os índices pluviométricos estivessem pouco mais elevados
do que o comum, os Desmoronamentos não foram causados por uma única intempérie
excepcional, pois as chuvas eram constantes [Anexo 9, item A].
116. Mesmo com as fortes chuvas, a tragédia poderia ter sido evitada caso a REQUERIDA tivesse
adotado medidas efetivas para garantir a segurança do meio ambiente local e dos moradores.
Conforme as análises relatadas pelo Procedimento Administrativo Ambiental Municipal
n.13/13, mesmo após os dois desmoronamentos, o volume de água retido pela barragem, e,
consequentemente, a pressão exercida, não ultrapassou o limite de capacidade da construção
[Anexo 9]. Portanto, os danos oriundos das chuvas eram evitáveis, já que a o volume de água
deveria ter sido suportado [ANA 2, 1.5.2].
117. Além disso, os danos provenientes das inundações eram resistíveis pela adoção de inúmeras
medidas, como: a preparação do terreno para a execução de fundações de obras, justamente
para proteger e evitar desmoronamentos; a instalação de um sistema de drenagem, por meio
de bombas de extração de água em regime permanente ou por electro-osmose; ou ainda o
reforço dos solos com escoramento de paredes [Departamento de Engenharia Civil da Universidade
do Minho, pp. 1-5].
118. De fato, o PGR [Anexo 16, item 8] feito pela REQUERIDA é uma demonstração de que eram
possíveis ações preventivas em relação as ameaças identificadas para resistir a possíveis danos
causados pelas chuvas.
119. Por fim, não se pode admitir eventual alegação da REQUERIDA de que não dispunha de
recursos ou que aguardava o pagamento de indenização das seguradoras de sua obra para
tomar medidas que evitassem novos danos. À época, a REQUERIDA tinha liquidez [Anexo 16,
item 10], de forma que seria possível ter obtido um financiamento ou realocado parte de seu
capital empenhado para a reparação da barragem. A prioridade da empresa deveria ter sido a
população e as formas para amenizar o sofrimento que já havia causado.
120. Desse modo, não é cabível a alegação da REQUERIDA de que os danos decorreram de força
maior [Caso, §16] seja acolhida, pois os Desmoronamentos eram evitáveis e resistíveis,
devendo a poluidora ser responsabilizada pelos danos morais coletivos decorrentes do sinistro
de sua PCH.

17
C.2. As CHUVAS PODEM SER CLASSIFICADAS NO MÁXIMO COMO FORTUITO INTERNO
121. Ainda que o Tribunal entenda que as chuvas eram inevitáveis e irresistíveis, o requisito da
externalidade não é de forma alguma verificado, de maneira que o evento poderá ser
caracterizado no máximo como fortuito interno.
122. Antes de tudo, é essencial frisar que o instituto da força maior é equiparado legislativamente
ao do caso fortuito [Art. 393, CC; Cavalieri, p. 363; Noronha, p. 659; Caio Mário 2, p. 336; Venosa
1, p. 46; Dias, p. 803], motivo pelo qual serão tratados como sinônimos. Esse último, por sua
vez, divide-se em fortuito externo e interno [Menezes Direito & Cavalieri, p. 88; Alvim, p. 314-
315].
123. Ambos são caracterizados por sua inevitabilidade e irresistibilidade [Strenger, p.231; Monteiro,
pp.374-375; Noronha, pp.652-654; Porto, p.181; Cavalieri, p.71-72], diferenciam-se quanto à
origem: enquanto o fortuito externo é estranho ao empreendimento, o interno deriva da
própria organização e risco da atividade [Cavalieri, p. 363-364; Caio Mário, p. 339-340].
124. Contudo, somente o caso fortuito externo é considerado fator excludente de responsabilidade,
pois o caso fortuito interno é profundamente vinculado à atividade, a ponto de não ser
possível exercê-la sem a assunção desse risco. Por esse motivo, é vedado que a concretização
desses eventos seja considerada como excludente de responsabilidade para as atividades
fundamentadas no risco, seja risco integral ou não [Caio Mário 2, p. 339-340].
125. Assim, para a construção de uma PCH, é necessário desmatar uma área considerável [Estudo
Eletrosul, p. 19]. O solo fica enfraquecido quando perde a proteção e nutrientes orgânicos que
eram fornecidos pelas árvores. Essa exposição às condições do ambiente, tais quais ventos,
altas temperaturas e ação das águas, agravam o processo erosivo, principal processo de
degradação do solo, cuja consequência é a premente instabilidade do solo [Frota/Nappo, p.
1473; Folha]. Somam-se as alterações na paisagem geológica e natural infligidas pela
construção, pela movimentação de grande volume de terra e intensa compactação do solo.
126. Por fim, é inegável que o projeto altera drasticamente o curso das águas e a lógica das chuvas.
A precipitação se dispersa de várias maneiras: parte seria retida pelas copas das árvores, parte
se infiltraria no solo e seria absorvida pelas raízes, parte voltaria à atmosfera pela
evapotranspiração, o que torna o ciclo regular [Programa Águas e Florestas, p. 20].
127. Destarte, comprova-se que os tamanhos danos cometidos contra a população que dele
usufruíam foram decorrentes exclusivamente de riscos inerentes à atividade e assumidos pela
REQUERIDA, e não de eventos externos. Dessa forma, mesmo se o Tribunal entender que o
evento causador do sinistro se caracteriza como força maior, a sua configuração como fortuito
interno impede que a responsabilidade da Requerida seja excluída.

18
V. A INDENIZAÇÃO NÃO DEVE TER CARÁTER PUNITIVO
128. Demonstrado que a Requerida é a responsável pelos Desmoronamentos, deve este
Tribunal Arbitral condená-la a pagar R$ 5.000.000,00 ao Fundo, a título de indenização
punitiva pelos danos morais ambientais gerados por esses eventos, na medida em que (A) a
punição é reconhecida como parâmetro para a fixação da indenização por dano moral; e, (B) o
caráter punitivo é necessário para prevenir a ocorrência de novos danos.
A. A PUNIÇÃO É RECONHECIDA COMO PARÂMETRO PARA A FIXAÇÃO DA INDENIZAÇÃO

POR DANOS MORAIS

129. A reparação por dano moral possui, no ordenamento jurídico pátrio, uma dupla função:
punitiva e compensatória [Cahali, p. 41; Martins da Silva, p. 61; ]. Busca-se a satisfação do
ofendido por um dano extrapatrimonial de difícil reparação e, sobretudo, quantificação. Para
tanto, levam-se em consideração alguns parâmetros, quais sejam: (I) a gravidade do ato lesivo;
(II) a gravidade do dano; (III) a condição econômica do ofendido; (IV) o potencial econômico
do ofensor; e, sobretudo, (V) o caráter punitivo e compensatório da indenização [Melo, p. 12,
STJ, AgRg no AREsp nº 633.251/SP; EDcl no AgRg nº 540.533/PR; REsp nº 1.300.187/MS;
AgRg no AREsp nº 607.167/SP].
130. No caso concreto, vê-se que: (I) a conduta da Requerida foi extremamente gravosa para a
população de Córrego das Chuvas. A companhia agiu com leniência na condução do
Empreendimento na medida em que não se preocupou com a qualidade do solo da ombreira
natural da barragem, que estava saturado [Anexo 9, p. 18]. Também, a Requerida, uma vez
ocorrido o primeiro desmoronamento, não tomou nenhuma medida para impedir seu
agravamento, aguardando passivamente a indenização das Seguradoras para reparar a estrutura
de sua barragem, o que culminou com o segundo desmoronamento.
131. Outrossim, (II) Os Desmoronamento (a) privaram a comunidade do Parque Estadual Vila
do Ouro, fechado há mais de dois anos [Anexo 7], o que acarreta não apenas uma diminuição
na qualidade de vida de toda a população, privada de usufruir a reserva ambiental, mas
também um inestimável prejuízo econômico, visto que o turismo da região encontra-se
subaproveitado [Anexo 3; Anexo 5]; e (b) prejudicaram as famílias que dependem do córrego
das Águas Claras para garantir sua subsistência através da pesca [Anexo 3; Anexo 7], uma vez
que ele foi assoreado [Anexo 9, p. 19].
132. Ainda, (III) a população de Córrego das Chuvas depende do ambiente lesado pela
Requerida para sobreviver. Sem o Parque e o córrego, a combalida capacidade econômica dos
moradores resta ainda mais calamitosa.
133. Note-se também que (IV) pleiteia-se vultuosa indenização de uma empresa

19
economicamente pujante, conhecida nacionalmente por sua atuação no ramo hidrelétrico
[Anexo 1, p. 7].
134. Ainda, (V) faz-se mister a indenização punitiva. O direito ao meio ambiente saudável é um
direito fundamental constitucional [CF, art. 225] que deve ser resguardado pela via
jurisdicional. A reparação do dano moral ambiental deve ser vultuosa o suficiente para se
tornar um verdadeiro desestímulo à reiteração de ilícitos ambientais, a fim de prevenir-se
novos danos ambientais [Martins da Silva, pp. 490-491].
135. Assim sendo, resta evidente que in casu estão preenchidos todos os fundamentos para
justificar a indenização a título punitivo pleiteada pela Requerente.
B. O CARÁTER PUNITIVO É NECESSÁRIO PARA PREVENIR A OCORRÊNCIA DE NOVOS

DANOS MORAIS AMBIENTAIS

136. Faz-se mister impor indenização a título punitivo no caso concreto, haja visto (B.1) a
tripla função do dano moral; e, (B.2) a tutela especial do dano moral ambiental.
B.1. A TRIPLA FUNÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL
137. O dano moral difere substancialmente do dano material pela dificuldade em sua
quantificação; neste, aufere-se especificamente a extensão do dano, na letra do artigo 944/CC.
O dano moral, por sua vez, não é exprimível em dinheiro: a prestação pecuniária prestada pelo
lesante é de natureza compensatória, não indenizatória, visto que não há como reparar aquilo
que não se sabe o valor exato [Martins da Silva, p. 60; Cahali, p. 44; Oliveira Júnior, p. 136].
138. Além de compensar, no entanto, a fixação da indenização por dano moral assume
também um caráter preventivo. Ao impor ao ofensor direto uma sanção, com o intuito de
evidenciar a reprovabilidade de sua conduta, estabelece-se a chamada prevenção especial. Por
outra monta, a indenização por dano moral cumpre a função de intimidar potenciais
infratores, caracterizando a chamada prevenção geral [Enunciado 446/JDC; Chacón, p. 177;
Lopez, p. 118; Cahali (DANO MORAL, 3ª ED.), p. 44; Martins da Silva, pp. 61-62. Orlando
Gomes, p. 76. Andrade p. 195; Noronha, pp. 461-462; STF AI 455846 RJ. TJSP Ap 0027158-
41.2010.8.26.0564]
139. Por fim, o inconteste caráter punitivo da indenização por dano moral. O quantum fixado
deve exprimir uma verdadeira expiação àquele que ofendeu o bem jurídico tutelado pela
indenização, isto é, qualquer um dos direitos da personalidade [Enunciado 379/JDC;
Cavalieri, pp. 126-127; Caio Mário, p. 323; Andrade, pp. 172-174; Venosa, p. 207; Chacón, p.
122]. Nada mais obvio, visto que a gravidade gerada pela lesão a um direito da personalidade.
140. No caso concreto, por sua vez, vê-se que a tripla função da indenização por dano moral
se verifica. (I) há a necessidade de reparar todo o mal causado à população do Distrito do Vale

20
do Cacique, privada de sua qualidade de vida, como supramencionado [PARÁGRAFO RESP.
CIVIL ACIMA QUE FALARÁ DE QUALIDADE DE VIDA], e de bens ambientais com
conotação econômica, visto que o turismo da região teve uma queda acentuada [Anexo 3;
Anexo 5] e o Córrego não mais provê o que provia [Anexo 3, Anexo 5; Anexo 7].
141. Ainda, (II) a função preventiva é necessária em (a) caráter geral, (b) especial; e, ainda,
quanto (c) a um dano ambiental futuro. A prevenção dar-se-á em caráter geral na medida em
que a indenização fixada por esse Tribunal Arbitral servirá de exemplo à sociedade como um
todo, fazendo com que novos agentes sejam compelidos a não mais lesar o patrimônio
ambiental. Por outra monta, a prevenção especial dar-se-á no âmbito da atividade da
Requerida, que recomeçou as obras do Empreendimento [Caso, § 7], e que continuará a
operar na região do Distrito. Vendo seu patrimônio diminuir em razão de ter cometido o
ilícito ambiental, a Requerida, espera-se, tomará medidas não apenas preventivas, mas
precavidas para que novos danos não se consubstanciem.
142. Por fim, tem-se que o direito protege o meio ambiente a danos futuros. O dano ambiental
futuro é a expectativa de dano ambiental, seja ele material ou moral, que apenas por gerar um
risco a um provável dano a gerações futuras deve ser indenizado pelo potencial lesante
[Carvalho, p. 192].
143. No caso concreto, não é possível precisar os danos que a conduta leniente da Requerida
em relação ao ecossistema da região do Distrito causará, seja com a atividade de operação da
PCH como um todo, haja visto que as obras do Empreendimento continuam, sejam como
reflexo dos danos ambientais já gerados pelos Desmoronamentos. Lembre-se que o meio
ambiente constitui um todo equilibrado, cuja interação depende de todos os seus elementos
[Milaré, pp. 98-99].
144. Por fim, (III) tendo em conta a importância que o meio ambiental do Distrito importa à
população; a gravidade da lesão, que três anos após os episódios ainda causa sequelas; a
capacidade econômica da Requerida, empresa com expertise na construção e gerenciamento
de PCH’s [Anexo 1]; e a reprovabilidade da conduta da Requerida, que com sua leniência
deixou que seu empreendimento cedesse, faz-se inexorável que a indenização seja fixada com
caráter punitivo.
145. Para demostrar a previsão da indenização punitiva no ordenamento pátrio, assim como os
critérios que fundamentam sua aplicação, destaca-se o caso em que o Tribunal de Justiça de
São Paulo condenou a empresa Amil Assistência Médica Internacional a pagar indenização
punitiva no valor de um milhão de reais. A quantia foi destinada ao Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, não se confundindo com a indenização

21
destinada à compensação do segurado, ao qual foi atribuída a quantia de 50 mil reais. A
condenação da seguradora ocorreu após a recusa desta em prestar atendimento urgente a
segurado em função do período de carência do plano. [TJSP Ap 0027158-41.2010.8.26.0564]
146. O Tribunal fundamentou a aplicação da indenização punitiva verificando a presença de
três requisitos: (i) gravidade do dano, (ii) na reincidência da seguradora na prática lesiva e (iii)
na necessidade de preservação do interesse coletivo. Desse modo, reconheceu-se o caráter
disciplinador da indenização como forma de preservar o interesse meta-individual, buscando
evitar que o dano se concretize novamente.
147. Restam claro que tais requisitos foram observados no caso em tela. Quanto à gravidade
do dano, vê-se que, devido aos Desmoronamentos, a população do Distrito do Vale do
Cacique viu comprometida tanto sua qualidade de vida, com a supressão do meio ambiental
que consubstanciaria o direito humano de terceira geração confirmado pelo art. 225 da CF,
quanto sua capacidade econômica, haja visto que parte da população retirava sua subsistência
do Córrego[Anexos 2, 3 e 5].
148. No que diz respeito à reincidência da prática lesiva, vê-se que os danos morais ambientais
aqui pleiteados derivam de dois eventos bem separados no tempo. Após o Primeiro
Desmoronamento, a Requerida não tomou as devidas providências para que não houvessem
danos posteriores. A ausência de reparos à PCH culminou no Segundo Desmoronamento,
que gerou novos danos morais ambientais.
149. Outrossim, destaca-se ainda que a Requerida retomou as obras de construção da
barragem [Caso, §7], expondo mais uma vez a população local aos riscos de seu
empreendimento. Além de já restar evidente a reincidência, a conduta da Requerida vai ao
encontro da ocorrência de mais eventos, que gerarão mais danos.
150. Por fim, uma vez que tratamos aqui de danos morais ambientais, de natureza meta-
individual, a indenização deve garantir o interesse coletivo de ver preservado o meio ambiente
equilibrado, como forma de garantir a consubstanciação do direito garantido pelo art. 225 da
CF.
151. A indenização pleiteada será destinada ao Fundo Ambiental do Município de Córregos
das Chuvas [Anexo 12, item III do Termo de Arbitragem], uma vez que os prejuízos
observados não se limitaram à esfera individual, sobressaindo-se o interesse coletivo na
reparação.
152. Destarte, conclui-se que a tripla função da indenização por dano moral fundamenta a necessidade
da indenização que deve ser fixada por este Tribunal Arbitral a titulo (a) compensatório; (b)
preventivo; e, sobretudo, (c) punitivo.
B.2. A TUTELA ESPECIAL DO DANO MORAL AMBIENTAL
22
153. O dano aqui discutido pode ser caracterizado pela lesão ao valor imaterial coletivo da
população do Distrito, pelo prejuízo proporcionado ao patrimônio ambiental ideal da
comunidade, relacionado ao equilíbrio ambiental do bioma do Distrito. Tudo isso, reflete uma
incalculável diminuição na qualidade de vida dos moradores.
154. Restou violado direito cuja integridade é de interesse de todos e indispensável ao respeito
à dignidade humana [Leite 2, p. 294]. A repercussão física e/ou psíquica sofrida pela
população em razão do dano ambiental causado é o dano moral ambiental [Paccagnella, p.
594]. E este dano moral ambiental, reflexo de todo o dano ambiental material [Leite 2, p.296;
Birnfeld, p. 56], é tutelado de maneira especial pelo ordenamento pátrio.
155. Os danos morais ambientais, tais como os danos patrimoniais ambientais, são de difícil,
para não se dizer impossível, reparação. Acrescente-se à tendência de perenização dos
prejuízos aos interesses ambientais a dificuldade para a adequada quantificação da indenização
devida. Dessa forma, a quantificação da indenização por danos ambientais deve atingir valor
capaz não apenas de reparar os danos na maior medida possível, mas também de evitar a
repetição da ação danosa [Serpa, p. 159. Barroso, p. 120].
156. Nos casos de indenização por danos morais decorrentes de agressões ao meio ambiente
deve-se considerar os empecilhos à sua adequada reparação e, consequentemente, a
insuficiência do paradigma ressarcitório da responsabilidade civil para tutelá-lo adequadamente
[Andrade 1, p. 234. Serpa, p. 159].
157. Tendo em vista a relevância socioambiental dos danos decorrentes da degradação do meio
ambiente, aqui incluídos os danos morais ambientais, faz-se necessário adotar medidas que
impeçam novas agressões ao meio ambiente, com o intuito de lhe conferir efetiva proteção
[Serpa, p. 167, Lopez, p. 79, 121], à luz do princípio da prevenção, previsto no art. 225, caput,
e § 1º, incisos IV, da Constituição Federal e no art. 2º, 4º e 10 da Lei 6.938/81 [Granziera, p.
61-62].
158. À luz deste e dos outros princípios que norteiam a aplicação do direito ambiental, vê-se
que a indenização por dano moral ambiental deve, além de atender à tripla função da
indenização por dano moral [Item V, B.1, supra], representar uma punição corretiva [Serpa, p.
166; Leite 3 –COMENTÁRIOS À CONSTITUIÇÃO DO BRASIL, ARRUMAR CITAÇÃO
NA TABELA – p. 2108; Venosa, p. 207; Paccagnella, p. 599; Cavalieri, p. 156; Barroso,
p.120].
159. O dano moral ambiental causado no caso concreto demanda o montante aqui pleiteado.
Afora a supramencionada dependência de caráter quase alimentar [Item V, A, supra] que a
população do Distrito tem tanto do Parque, que gera recursos através do turismo que atrai,

23
quanto do Córrego, fonte de sustento para os pescadores, e da lesão à qualidade de vida da
população que deriva do ambiente lesado, resta claro que o sistema de responsabilidade civil
ambiental clama por indenizações com nítido caráter punitivo [Venosa, p. 207; Leite 3 –
COMENTÁRIOS À CONSTITUIÇÃO DO BRASIL, ARRUMAR CITAÇÃO – p. 2108;
TJSP, Ap. 0107272-50.2007.8.26.0053; Ap. 0047824-30.2009.8.26.0554; Ap. 0015303-
39.2009.8.26.0196].
160. O direito ambiental tem como um de seus norteadores o princípio do poluidor-pagador,
previsto no princípio 16 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento de 1992, segundo o qual deve o empreendedor arcar com os custos
relativos tanto à reparação do dano ambiental causado por sua atividade, conforme o § 3º, do
art. 225, da CF, como das ações voltadas à prevenção do dano [Granziera, pp. 70-72].
161. No caso, os riscos ao meio ambiente decorrentes do empreendimento da Requerida se
concretizaram, e o dano ambiental restou consubstanciado. Em consequência, a região do
Distrito, antes conhecida por seus recursos naturais, atraindo turistas devido a suas belas
matas e biodiversidade [Anexo 5], foi severamente danificada [Anexo 9]. Evidente, portanto, a
necessidade de fixar uma indenização que atenda ao que determina o princípio do poluidor
pagador, o que só se fará possível com o quantum aqui pleiteado.
162. Ainda, a indenização deve ser majorada a fim de refletir sua função preventiva, em
atenção à sistemática de proteção ambiental, buscando-se impedir que os riscos envolvidos em
determinada atividade se concretize [Barroso, p. 121. Andrade 1, p. 234. Lopez, p. 87,
Carvalho, p. 192]. Assim, a Requerida ver-se-á compelida a rever sua conduta futura na
operação do Empreendimento, impedindo que ela não gere mais danos morais ambientais à
população do Disrito.
163. Isto posto, conclui-se que a tutela singular dos danos morais ambientais reclama uma
indenização em caráter punitivo como a aqui pleiteada pela Requerente, visto que o bem
jurídico lesado é um direto fundamental de terceira geração, constitucionalmente protegido
[CF, art. 225], ainda que em seu caráter patrimonial reflexo..
C. CONCLUSÃO
164. Com efeito, restou demonstrada a necessidade desse Tribunal Arbitral fixar indenização
com caráter punitivo, haja visto que (I) a punição é reconhecida como parâmetro que norteia a
aplicação da indenização por danos morais e, no caso concreto, (II) estão presentes todos os
requisitos autorizadores à aplicação da indenização a título punitivo. Ainda, (III) a indenização
por dano moral deve promover uma tripla finalidade, prevenção, punição e compensação. E,
por fim, (IV) o microssistema da responsabilidade civil ambiental é dotado de uma lógica

24
própria especial que demanda a indenização a título punitivo.

VI. PEDIDOS
165. A Requerente requer que este Tribunal reconheça que:

(a) A controvérsia é arbitrável; e


(b) A arbitragem deve prosseguir independentemente do andamento da Ação Civil Pública
ajuizada pelo MPE;
(c) No mérito, seja declarada a responsabilidade por danos morais da REQUERIDA; e
(d) A indenização tenha caráter punitivo.

Respeitosamente,
Pede deferimento.

São Paulo, 10 de agosto de 2015.


_________(Assinado)________
Patrícia Naiome (OAB/VR – (...))

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