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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP

Ciclos Método

Fala, pessoal. Tudo bem? Esse material é um carinho da nossa equipe Ciclos, para fazer companhia a vocês
nessas 24h que antecedem a prova. Aqui mora um pequeno retrato dos nossos materiais da RETA FINAL TJ/SP,
com foco total na PROVA.

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REVISÃO DE VÉSPERA – RETA FINAL TJ/SP

#OLHAJURIS:

#SAINDODOFORNO Não contraria o princípio da adstrição o deferimento de medida cautelar que diverge ou
ultrapassa os limites do pedido formulado pela parte, se entender o magistrado que essa providência milita em
favor da eficácia da tutela jurisdicional. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira,
Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 6/12/2022, DJe 13/12/2022. (Info 763 - STJ)

#PEGAOGANCHO:
MODELO COOPERATIVO DO PROCESSO
* Redimensionamento do Princípio do Contraditório.
* Ausência de destaque para qualquer sujeito.
* Compatibilidade com a Democracia (Fredie Didier Jr.).
* Deveres de conduta para todos os sujeitos do processo.
* Independe de regras jurídicas expressas sobre os deveres.
* Modelo paritário na condução do processo e assimétrico no momento da decisão (Daniel
Mitidiero).
* Comunidade de trabalho.
* Decorrência dos princípios da boa fé, devido processo legal e contraditório.
* Policentrismo processual.

TEORIAS DO DIREITO DE AÇÃO

- O direito de ação é um apêndice do direito material (não


TEORIA SINCRETISTA, IMANENTISTA
existe autonomia do direito de ação).
OU PRIVATISTA
- O direito de ação é dirigido contra o adversário.
- A ação tem AUTONOMIA em relação ao direito material.
- O direito de ação (relação de direito processual) é exercido
TEORIA AUTONOMISTA
contra o Estado (natureza pública).
- Reconhece a autonomia do direito de ação.
- O direito de ação é o direito ao provimento jurisdicional de
TEORIA AUTONOMISTA E CONCRETA
MÉRITO FAVORÁVEL (autônomo, mas dependente).
- Exercitado contra o Estado e o adversário.
- Reconhece a autonomia do direito de ação.
- O direito de ação é direito ao provimento jurisdicional de
TEORIA AUTONOMISTA DA AÇÃO
MÉRITO FAVORÁVEL (autônomo, mas dependente).
COMO DIREITO POTESTATIVO
- A ação é o exercício de direito potestativo (não depende da
concordância do adversário).
- Reconhece a autonomia do direito de ação.
- A existência do direito de ação independe da existência do
direito material – independe do tipo de RESPOSTA dada pelo
TEORIA AUTONOMISTA ABSTRATA Judiciário FAVORÁVEL (procedência) OU DESFAVORÁVEL
PURA (improcedência ou extinção sem julgamento do mérito)
(autônoma e independente).
- Direito de ação é incondicionado - inexistem condições da
ação.

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- Intermediária entre a concreta e a abstrata pura.


- Reconhece a autonomia do direito de ação.
- O direito de ação é o direito a obter uma RESPOSTA de
MÉRITO, isto é, uma decisão, positiva (procedência) OU
TEORIA AUTONOMISTA ABSTRATA E
negativa (improcedência).
ECLÉTICA
- O direito constitucional de ação (ou de petição ou de acesso) é
incondicionado. Mas o direito processual de ação é um direito
condicionado (CONDIÇÕES DA AÇÃO).
- Reconhece a autonomia do direito de ação.
- Apesar de existentes as condições da ação, essas condições
apenas poderão ser analisadas conforme alegação do autor na
TEORIA DA ASSERÇÃO (DELLA petição inaugural (in status assertionis).
PROSPETAZIONE) Precisando o juiz de uma cognição mais aprofundada
(exauriente) do caso para saber se estão ou não presentes as
condições da ação, estar-se-á diante de uma análise de mérito,
não seria mais caso de extinção da ação sem julgamento do
mérito, mas de improcedência do pedido, pois a análise das
condições da ação é feita somente na análise da inicial.

EQUIVALENTES JURISDICIONAIS

ARBITRAGEM AUTOCOMPOSIÇÃO #APOSTACICLOS


A arbitragem é a solução imposta É a solução feita pelas partes por meio do consenso.
por 3º particular escolhido pelas
partes para atuar como juiz de A autocomposição gera o sacrifício voluntário do direito de uma das
fato e de direito. partes (renúncia e submissão) OU de ambas as partes (transação).

Requisitos: Requisitos:

a) Partes capazes; a) Partes capazes;

b) Direito patrimonial disponível; b) Direito disponível, ao menos quanto à forma de exercício. O CPC/15
menciona “direito que admite autocomposição”. Inclui direito
c) Ajuste prévio (tecnicamente indisponível na essência, mas admite acordo quanto à forma de
chamado de Convenção de exercício. Exemplos: alimentos, reparação ambiental (TAC) e
Arbitragem que se divide em (i) ressarcimento ao erário;
cláusula compromissória – é o
item genérico do contrato que c) Consenso;
prevê a arbitragem para eventual
conflito e (ii) compromisso Quanto à forma de obtenção:
arbitral – é o pacto escrito que a) Negociação direta entre as partes;
cria a arbitragem para um conflito
concreto); b) Por intermédio de um terceiro: Conciliação e Mediação

CONCILIADOR: MEDIADOR:
Atuará preferencialmente nos Atuará preferencialmente nos
casos em que não houver vínculo casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, poderá anterior entre as partes, auxiliará
sugerir soluções para o litígio, aos interessados a compreender
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sendo vedada a utilização de as questões e os interesses em


qualquer tipo de conflito, de modo que eles
constrangimento ou intimidação possam, pelo restabelecimento
para que as partes conciliem da comunicação, identificar, por
si próprios, soluções consensuais
que gerem benefícios mútuos.

#IMPORTANTE: A sentença ARBITRAL ou liminar é título judicial. Não pode ser revista pelo Poder Judiciário, mas
pode ser anulada. Além disso, se estrangeira, exige homologação pelo STJ. Caso a sentença arbitral seja ilíquida,
deverá ser liquidada. O cumprimento forçado deve ocorrer perante o Judiciário por meio da carta arbitral (o
árbitro não tem força coercitiva).

#SELIGA: ENTES PÚBLICOS PODEM SE SUBMETER À ARBITRAGEM?

SIM. A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a
direitos patrimoniais disponíveis. Nesse caso, por exigência da própria lei, a arbitragem será SEMPRE DE DIREITO
e respeitará o PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE.

Como a Administração Pública deve obediência ao princípio da legalidade (art. 37, da CF/88) e, a fim de evitar
questionamentos quanto à sua constitucionalidade, a Lei nº 13.129/2015 determinou que a arbitragem, nestes
casos, não poderá ser por equidade, devendo sempre ser feita com base nas regras de direito. Confira: Art. 2º
(...) § 3º A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da
publicidade.

E MEDIAÇÃO, PODE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DELA UTILIZAR-SE?

CLARO! Inclusive, a Lei de Mediação (Lei nº 13.140) possui capítulo específico para regulamentar a utilização
pela Administração Pública de métodos autocompositivos no geral. #DEOLHONALEI
Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução
administrativa de conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com
competência para:
I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública;
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de
controvérsia entre particular e pessoa jurídica de direito público;
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.

§ 1º O modo de composição e funcionamento das câmaras de que trata o caput será estabelecido em
regulamento de cada ente federado.

§ 2º A submissão do conflito às câmaras de que trata o caput é facultativa e será cabível apenas nos casos
previstos no regulamento do respectivo ente federado.

§ 3º Se houver consenso entre as partes, o acordo será reduzido a termo e constituirá título executivo
extrajudicial.

§ 4º Não se incluem na competência dos órgãos mencionados no caput deste artigo as controvérsias que
somente possam ser resolvidas por atos ou concessão de direitos sujeitos a autorização do Poder Legislativo.

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§ 5º Compreendem-se na competência das câmaras de que trata o caput a prevenção e a resolução de conflitos
que envolvam equilíbrio econômico-financeiro de contratos celebrados pela administração com particulares.

Art. 33. Enquanto não forem criadas as câmaras de mediação, os conflitos poderão ser dirimidos nos termos do
procedimento de mediação previsto na Subseção I da Seção III do Capítulo I desta Lei.

Parágrafo único. A Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, onde houver,
poderá instaurar, de ofício ou mediante provocação, procedimento de mediação coletiva de conflitos
relacionados à prestação de serviços públicos.

Art. 34. A instauração de procedimento administrativo para a resolução consensual de conflito no âmbito da
administração pública suspende a prescrição.

§ 1º Considera-se instaurado o procedimento quando o órgão ou entidade pública emitir juízo de admissibilidade,
retroagindo a suspensão da prescrição à data de formalização do pedido de resolução consensual do conflito.

§ 2º Em se tratando de matéria tributária, a suspensão da prescrição deverá observar o disposto na Lei nº 5.172,
de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

COMPETÊNCIA #APOSTACICLOS

ABSOLUTA RELATIVA
Funcional/hierárquico e material Valorativo e territorial
CRITÉRIOS
(regra geral) (regra geral)
Art. 64, CPC Art. 65, CPC (mas, o art. 64, §2º a §4º
PREVISÃO LEGAL também valem para a competência
relativa)
INTERESSE PROTEGIDO Público Privado
De ofício, em qualquer momento e Só mediante alegação da parte ou do
CONHECIMENTO PELO
grau de jurisdição, observando o MP (Súmula 33, STJ e art. 65, parágrafo
JUIZ
art. 10 do CPC único, CPC)
NÃO. #ATENÇÃO: inaplicabilidade SIM: Foro de eleição e conexão e
DERROGABILIDADE
do art. 190, CPC) continência
MOMENTO E MODO Preliminar de contestação ou a Preliminar de contestação, sob pena
PARA ALEGAÇÃO qualquer momento. de prorrogação
Remessa ao Juiz competente que Validade dos atos praticando, havendo
deliberará sobre os atos praticados. prorrogação de competência. Não
VIOLAÇÃO
Cabe rescisória. #ATENÇÃO: Não há cabe rescisória.
extinção do processo.

#ATENÇÃO JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS


#SAINDODOFORNO #PACIFICOUENTENDIMENTO
Compete às Câmaras Reunidas ou à Seção Especializada dos Tribunais de Justiça a competência para processar
e julgar as Reclamações destinadas a dirimir divergência entre acórdão prolatado por Turma Recursal Estadual
e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, consolidada em incidente de assunção de competência e de
resolução de demandas repetitivas, em julgamento de recurso especial repetitivo e em enunciados das Súmulas
do STJ.AgInt na Rcl 41.841-RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado
em 8/2/2023. (Info 763 - STJ)

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#OLHAOGANCHO #DEOLHONOTJSP
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. IRDR. Controvérsia sobre a questão da competência
dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, prevista na Lei Federal nº 12.153/2009, nos casos de litisconsórcio
ativo facultativo. Valor atribuído à causa total ou individualmente considerado. Critério de aferição.
Impossibilidade de discussão sobre matérias diversas daquela que foi objeto da admissão do IRDR. Veto
presidencial ao §3º do art. 2º da Lei Federal nº 12.153/2009 que não vincula o entendimento do Poder Judiciário.
Possibilidade de interpretação dos dispositivos legais utilizando-se das regras de hermenêutica. Litisconsortes
que mantém relação com o réu, separadamente, de modo que a soma dos pedidos de cada um deles não forma
o valor da causa. Valor atribuído à causa, que deve ser considerado em relação a cada litisconsorte ativo, para
apurar se a causa se insere na competência absoluta do Juizado Especial da Fazenda Pública. Entendimento
manifestado pelo E. STJ. Lei Federal nº 12.153/2009. Fixação da tese jurídica: "Nos casos de litisconsórcio ativo
facultativo, o valor atribuído à causa deve ser dividido entre todos os postulantes, para fins de fixação da
competência do Juizado Especial da Fazenda Pública (art. 2º., "Caput" - Lei Federal nº 12.153/2009)."
OBSERVAÇÕES: a) Os processos já sentenciados em 1º. grau e cumulativamente
já julgados em 2º. Grau quando da data do trânsito em julgado do presente IRDR, ou em fase de cumprimento
da sentença, permanecem onde estão, ratificados o seu processamento e julgamento. B) Os feitos não
sentenciados até o trânsito em julgado deste IRDR, devem ser redistribuídos às Varas Cíveis, Varas da Fazenda
Pública ou Varas dos Juizados da Fazenda Pública, conforme a situação do caso concreto e a situação de cada
Comarca, observando-se o aqui decidido. C) Os feitos que se encontrem em fase recursal e que ainda não
tenham sido julgados até a data do trânsito em julgado do v. acórdão relativo ao presente IRDR, serão decididos
pelos Juízos Recursais competentes (Tribunal de Justiça ou Colégios Recursais), observando o aqui decidido. d)
As novas ações distribuídas após o trânsito em julgado serão distribuídas ao Juízo correto. IRDR CONHECIDO
COM FIXAÇÃO DA TESE ACIMA, COM OBSERVAÇÕES. (TJSP; Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
0037860-45.2017.8.26.0000; Relator (a): Flora Maria Nesi Tossi Silva; Órgão Julgador: Turma Especial - Publico;
Foro Central - Fazenda Pública/Acidentes - 13ª Vara de Fazenda Pública; Data do Julgamento: 26/04/2019; Data
de Registro: 09/02/2022. Publicado no Compêndio de Jurisprudência para formação de precedentes qualificados
do 1º semestre de 2022)

DEVERES DAS PARTES E PROCURADORES #APOSTACICLOS

#TABELALOVERS:

DEVERES DAS PARTES E SEUS PROCURADORES


Só haverá má-fé se ficar comprovado que o
participante conhecia a verdade, e sabia que sua
Expor os fatos em juízo conforme a verdade afirmação não correspondia a ela, pois ele não pode
deixar de dizer a verdade quando a conhece. O que
não se admite é a mentir consciente e intencional.
Se tiver havido erro grosseiro na formulação da
Não formular pretensão ou apresentar defesa,
pretensão ou na apresentação da defesa, que não
quando ciente de que são destituídas de
pode ser escusado, o juiz sancionará aquele que o
fundamento
cometeu com a litigância de má-fé.
Considera-se litigante de má-fé aquele que provoca
Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou
incidentes manifestamente infundados e interpõe
desnecessários à declaração ou defesa do direito
recursos com intuito protelatório.
Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de Esse dever, imposto a todos aqueles que participam
natureza provisória ou final, e não criar embaraços direta ou indiretamente do processo, tem por
à sua efetivação finalidade principal assegurar-lhe a efetividade.
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Constitui ato atentatório à dignidade da justiça


Declinar, no primeiro momento que lhes couber Trata-se de derivação da exigência de boa-fé
falar nos autos, o endereço residencial ou processual.
profissional onde receberão intimações,
atualizando essa informação sempre que ocorrer
qualquer modificação temporária ou definitiva
Não praticar inovação ilegal no estado de fato de Constitui também ato atentatório à dignidade da
bem ou direito litigioso justiça.

HONORÁRIOS #APOSTACICLOS

#OLHAALEISECA:
- Arts. 82 a 95, do CPC.
Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos
atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença
final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título.

§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.

§ 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.

Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da
tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da
parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.

§ 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput:


I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;
II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;
III - na reconvenção.

§ 2º Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da
caução, justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do
reforço que pretende obter.

Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do
assistente técnico e a diária de testemunha.

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.

§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou


definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS #APOSTACICLOS

LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio é a existência, no mesmo polo do
CONCEITO processo, de uma pluralidade de partes ligadas por
uma afinidade de interesses.
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a) Quanto aos sujeitos – Ativo, Passivo e Misto;


CLASSIFICAÇÃO b) Quanto ao momento – Inicial e Ulterior;
c) Quanto aos efeitos – Simples e Unitário.
LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO:
LITISCONSÓRCIO SIMPLES:
é aquele que, pela natureza do direito material
Aquele que pela natureza da relação, o juiz pode
discutido, impõe ao juiz uma decisão de mérito
decidir de maneira diversa o mérito da questão.
única para todos os litisconsortes. O magistrado não
Basta que exista a possibilidade de ser diferente
pode decidir o mérito de modo diverso (imposição
para que o litisconsórcio seja simples.
do direito material).
Quanto à obrigatoriedade:
1) Facultativo: a) entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; b)
entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; c) ocorrer afinidade de questões por
ponto comum de fato ou de direito.
2) Obrigatório: a) por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: litisconsórcio formado por um número excepcionalmente grande
de litigantes, sempre que, em razão de sua formação, possa ocorrer o comprometimento da defesa, ou
do cumprimento de sentença, ou a rápida solução do litígio. Por motivos atinentes à paridade de armas e
à efetividade do processo, portanto, é possível desmembrar o litisconsórcio.

PROVAS #APOSTACICLOS

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA


É uma mudança prévia e abstrata das regras de ônus É uma mudança das regras de ônus da prova que se
da prova. dá no caso concreto, com base na análise de quem
está em melhores condições de produzir a prova.
O juiz não tem ampla liberdade na distribuição do Há uma ingerência mais ampla do juiz na
ônus da prova. Não existe a possibilidade de se distribuição do ônus da prova entre as partes que
inverter o ônus de apenas um fato, por exemplo. permitirá, inclusive, o exame e a distribuição de
cada fato específico isoladamente.
Ex: art. 6º, VIII, do CDC Ex: hipóteses 2 e 3 do § 1º do art. 373 do CPC (veja
novamente acima).

SENTENÇA #APOSTACICLOS

Embora já constasse na Constituição (art. 93, X), o dever de fundamentação foi também reforçado pelo novo
CPC. É importante #COLARNARETINA o art. 489, §1º, cujo rol demonstra situações em que não se considera
fundamentada a decisão judicial, gerando, portanto, vício de nulidade.

#SELIGANAJURISRESQUINHA:
A indicação de julgado simples e isolado não ostenta a natureza jurídica de "súmula, jurisprudência ou
precedente" para fins de aplicação do art. 489, § 1º, VI, do CPC [§ 1º Não se considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.]. AREsp 1.267.283-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma,
por unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe 26/10/2022. (Info 760 - STJ)

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O artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os
argumentos apresentados pelas partes, mas sim que ele explicite as razões que entendeu suficientes à formação
de seu convencimento. STF. Plenário. Ag-RE-AgR 1.374.117-MG. Rel. Min. Presidente Luiz Fux, DJE 27/05/2022.

SENTENÇA TERMINATIVA SENTENÇA DEFINITIVA


- Extingue o feito sem resolução de mérito (art. 485, - Extingue o feito com resolução de mérito (art. 487,
do CPC) do CPC)
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - indeferir a petição inicial; I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ou na reconvenção;
ano por negligência das partes; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a
III - por não promover os atos e as diligências que ocorrência de decadência ou prescrição;
lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais III - homologar:
de 30 (trinta) dias; a) o reconhecimento da procedência do pedido
IV - verificar a ausência de pressupostos de formulado na ação ou na reconvenção;
constituição e de desenvolvimento válido e regular b) a transação;
do processo; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na
V - reconhecer a existência de perempção, de reconvenção.
litispendência ou de coisa julgada; Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do
VI - verificar ausência de legitimidade ou de art. 332 , a prescrição e a decadência não serão
interesse processual; reconhecidas sem que antes seja dada às partes
VII - acolher a alegação de existência de convenção oportunidade de manifestar-se.
de arbitragem ou quando o juízo arbitral Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o
reconhecer sua competência; mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
VIII - homologar a desistência da ação; quem aproveitaria eventual pronunciamento nos
IX - em caso de morte da parte, a ação for termos do art. 485 .
considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a
parte será intimada pessoalmente para suprir a falta
no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes
pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao
inciso III, o autor será condenado ao pagamento das
despesas e dos honorários de advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante
dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau
de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em
julgado.
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá,
sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até
a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do
processo por abandono da causa pelo autor
depende de requerimento do réu.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos
de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5
(cinco) dias para retratar-se.
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Art. 486. O pronunciamento judicial que não


resolve o mérito não obsta a que a parte proponha
de novo a ação.

CLASSIFICAÇÃO DA SENTENÇA:
Sentença Constitutiva É aquela que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica.
Aqui, busca-se a existência ou a inexistência, bem como o modo de ser, de uma
Sentença Declaratória
relação jurídica de direito material.
O seu conteúdo, além da indispensável declaração de existência do direito
material, é a imputação ao réu do cumprimento de uma prestação de fazer,
Sentença Condenatória
não fazer, entregar coisa ou pagar quantia certa, com o objetivo de resolver a
crise jurídica do inadimplemento.

TÉCNICA DE JULGAMENTO AMPLIADA OU TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DE COLEGIADO

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.

§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros
julgadores que porventura componham o órgão colegiado.

§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento.

§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido
em:

I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento
ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;

II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.

§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:

I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;

II - da remessa necessária;

III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.

A TÉCNICA DO ART. 942 DO CPC É APLICADA EM CASO DE ACÓRDÃOS NÃO UNÂNIMES (POR MAIORIA)
PROFERIDOS EM:
APELAÇÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO RESCISÓRIA
Não importa se o Tribunal Somente se o Tribunal reformou Se o resultado do acórdão for a

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manteve ou reformou a sentença. decisão que julgou parcialmente o rescisão da sentença.


Basta que o acórdão tenha sido mérito.
por maioria.
DIREITO CIVIL1

#ATENÇÃO: O que são as diretivas antecipativas de vontade? Em atenção à autonomia privada, há importante
debate, no cenário nacional, derredor da legalidade da chamada diretriz antecipativa de vontade, também
denominada declaração antecipada de vontade. Diretriz antecipativa de vontade consiste em um gênero, tendo
como principais espécies o testamento vital e o mandado duradouro. Por testamento vital compreendem-se as
instruções prévias de uma pessoa, consciente, sobre os tratamentos que deseja, ou não, receber, quando da
terminalidade da vida. Ensina Joaquim Clotet que visa afastar prolongamentos vitais dolorosos e fúteis, os quais
não promoverão a cura, mas apenas trarão a perpetuação da dor.
Dialoga o testamento vital com a ortotanásia, sendo um negócio jurídico unilateral, extra patrimonial, informal,
inter vivos e atípico. Tem batismo digno de crítica, pois remete à figura do testamento, ato sucessório diverso e
mortis causa. Já o mandado duradouro - também chamado de poder duradouro do representante para cuidados
com a saúde - diz respeito à nomeação de alguém para que tome decisões pelo paciente, quando este esteja
em situação incapacitante, seja ela transitória ou definitiva. Veja-se que diversamente do testamento vital, o
objeto do mandado duradouro não condiz apenas com a terminalidade da vida, conforme vaticina Joaquim
Clotet. Outrossim, no mandado duradouro se elege um substituto para declaração de vontade, quem agirá no
melhor interesse do paciente; enquanto no testamento vital é o próprio paciente quem declarará a sua vontade.

#SELIGA: É impenhorável o bem de família oferecido como caução em contrato de locação comercial.
Exemplo hipotético: em um contrato de locação comercial de terceiro, Ricardo ofereceu sua casa como caução
(garantia) da relação locatícia (art. 37, I, da Lei nº 8.245/91). O terceiro (locatário) não pagou os aluguéis e o
locador executou o locatário e Ricardo pedindo a penhora da casa objeto da caução. Ocorre que se trata de bem
de família onde Ricardo reside. Será possível a penhora? Não. As hipóteses excepcionais nas quais o bem de
família pode ser penhorado estão previstas, taxativamente, no art. 3º da Lei nº 8.009/90. Tais hipóteses não
admitem interpretação extensiva. O escopo da Lei nº 8.009/90 não é proteger o devedor contra suas dívidas,
mas sim a entidade familiar no seu conceito mais amplo, razão pela qual as hipóteses permissivas da penhora
do bem de família, em virtude do seu caráter excepcional, devem receber interpretação restritiva. A caução
levada a registro, embora constitua garantia real, não encontra previsão em qualquer das exceções contidas no
art. 3º da Lei nº 8.009/90, devendo, em regra, prevalecer a impenhorabilidade do imóvel, quando se tratar de
bem de família. Assim, não é possível a penhora do bem de família mesmo que o proprietário tenha oferecido
o imóvel como caução em contrato de locação. STJ. 4ª Turma. REsp 1789505-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado
em 22/03/2022 (Info 732).

#GOLDENTIPS #NÃOCONFUDA
É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja residencial, seja
comercial. STF. Plenário. RE 1307334/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/3/2022 (Repercussão
Geral – Tema 1127) (Info 1046).

O STJ acompanhou o entendimento:

1
Por Carolina Byrro.

12
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

É válida a penhora do bem de família de fiador apontado em contrato de locação de imóvel, seja residencial,
seja comercial, nos termos do inciso VII, do art. 3º da Lei n. 8.009/1990. STJ. 2ª Seção. REsp 1.822.040-PR, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/06/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1091) (Info 740).

NEGÓCIO JURÍDICO #APOSTACICLOS

#NOVIDADE:
Art. 113, do Código Civil. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; (Incluído pela Lei nº 13.874,
de 2019)
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
III - corresponder à boa-fé; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais
disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no
momento de sua celebração. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de
integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da pretensão, observadas as
causas de impedimento, de suspensão e de interrupção da prescrição previstas neste Código e observado o
disposto no art. 921 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Redação dada pela
Lei nº 14.382, de 2022)

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA #APOSTACICLOS

CC, Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a
que aludem os arts. 205 e 206.

Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,
depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado,
incompatíveis com a prescrição.

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.

Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.

Art. 194. (Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006)

Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes
legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor
(...)
13
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Decadência
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem
ou interrompem a prescrição.

Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.

Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de
jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

#SELIGA
Em razão do princípio da unicidade da interrupção prescricional, mesmo diante de uma hipótese interruptiva
extrajudicial (protesto de título) e outra em decorrência de ação judicial de cancelamento de protesto e título
executivo, apenas admite-se a interrupção do prazo pelo primeiro dos eventos. REsp 1.786.266-DF, Rel. Min.
Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 11/10/2022.

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Põe fim à pretensão. Põe fim ao direito
Relacionada aos direitos subjetivos (cunho Relacionada aos direitos potestativos (aqueles que
prestacional. Aqueles que se opõem a um dever se opõem a um estado de sujeição)
jurídico).
Somente pode ser prevista em lei. Pode ser prevista em lei (decadência legal) ou
através de contrato (decadência convencional).
Prazo da prescrição pode ser impedido, suspenso ou Prazo de decadência não pode ser impedido,
interrompido. suspenso ou interrompido (em regra –art. 207 do
CC: “Salvo disposição legal em contrário, não se
aplicam à decadência as normas que impedem,
suspendem ou interrompem a prescrição”).
Exceção (disposição legal em contrário): art. 26, §
2º, do CDC

PRAZO PRAZOS DE PRESCRIÇÃO


I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no
próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a
pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado
para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data
01 ANO que a este indeniza, com a anuência do segurador; b) quanto aos demais seguros, da
ciência do fato gerador da pretensão; III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça,
serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e
honorários; IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram
para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da
assembléia que aprovar o laudo; V - a pretensão dos credores não pagos contra os

14
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de


encerramento da liquidação da sociedade.
02 ANOS Prestações alimentares.
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; III
- a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias,
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o
prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do
03 ANOS estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento,
ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso
de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
04 ANOS (i) Pretensão relativa à tutela.
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou
particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e
05 ANOS
professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da
cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
Prazo geral (art.205 do CC)
- A ação de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a serviços
não contratados de telefonia fixa.
- Responsabilidade CONTRATUAL (inadimplemento contratual).
- Pretensão de cobrar dívida decorrente de conserto de automóvel por mecânico que
não tenha conhecimento técnico e formação intelectual suficiente para ser qualificado
10 ANOS
como profissional liberal.
-Prazo para que um advogado autônomo possa cobrar de outro advogado o valor
correspondente à divisão de honorários advocatícios contratuais e de sucumbência
referentes a ação judicial na qual ambos trabalharam em parceria.
-Ação pedindo o ressarcimento por despesas médico-hospitalares que não foram pagas
pelo plano e que estariam previstas no contrato.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES #APOSTACICLOS

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA – ARTS. 233/242.


PERDA COM CULPA O devedor responde pelo equivalente mais perdas e danos.
PERDA SEM CULPA Resolve-se a obrigação, com o retorno das partes à situação anterior.

15
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Poderá o credor exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado em que


DETERIORAÇÃO COM CULPA se achar, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização
por perdas e danos.
Poderá o credor resolver a obrigação ou aceitar a coisa, abatido de seu
DETERIORAÇÃO SEM CULPA
preço o valor que perdeu.

DIFERENÇA ENTRE OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA e OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA:
Obrigação de Dar Coisa Certa: Caracteriza-se quando seu objeto for constituído por um corpo certo e
determinado, estabelecendo entre as partes da relação obrigacional um vínculo em que devedor fará a
entrega ao credor de uma coisa individualizada.
Obrigação de Dar Coisa Incerta (obrigação genérica): Consiste na relação obrigacional em que o objeto,
indicado de forma genérica no início da relação vem a ser determinado mediante um ato de escolha, por
ocasião do adimplemento.

DA SOLIDARIEDADE ATIVA (ARTS. 267 A 274):


Na solidariedade ativa, cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro (art. 267, do CC). Em complemento, enquanto alguns dos credores solidários não
demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar (art. 268, do CC).
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (art. 269,
do CC).
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a
quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível (art. 270,
do CC).
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste (permanece), para todos os efeitos, a solidariedade
(art. 271, do CC).
#OLHAOGANCHO: De acordo com o art. 263, do CC/2002, a obrigação indivisível perde esse caráter quando
da sua conversão em perdas e danos, o que não ocorre com a obrigação solidária ativa, que permanece com
o dever do sujeito passivo obrigacional de pagar a quem quer que seja.
O credor que tiver remitido (perdoado) a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte
que lhes caiba (art. 272, do CC).
Como novidade na atual codificação material, preceitua o art. 273 que “a um dos credores solidários não pode
o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”. As exceções pessoais são defesas de mérito
existentes somente contra determinados sujeitos, como aquelas relacionadas com os vícios da vontade (erro,
dolo, coação, estado de perigo e lesão) e as incapacidades em geral, como é o caso da falta de legitimação.
Na obrigação solidária ativa, o devedor não poderá opor essas defesas contra os demais credores diante da
sua natureza personalíssima.
Segundo o art. 274, do CC (redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015), “O julgamento contrário a um dos
credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção
pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles”.

DA SOLIDARIEDADE PASSIVA (ARTS. 275 A 285):


Na obrigação solidária passiva, o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum. Se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores
continuam obrigados solidariamente pelo resto (art. 275, caput, do CC). Não importará renúncia da
solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores (art. 275, parágrafo
único, do CC).

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Como ocorre com a solidariedade ativa, o art. 276, do CC, traz regra específica envolvendo a morte de um dos
devedores solidários. No caso de falecimento de um destes, cessa a solidariedade em relação aos sucessores
do de cujus, eis que os herdeiros somente serão responsáveis até os limites da herança e de seus quinhões
correspondentes. A regra não se aplica se a obrigação for indivisível. Outra exceção é feita pelo comando, eis
que todos os herdeiros reunidos são considerados um único devedor em relação aos demais devedores.
Tanto o pagamento parcial realizado por um dos devedores como o perdão da dívida (remissão) por ele obtida
não têm o efeito de atingir os demais devedores na integralidade da dívida (art. 277, do CC). No máximo, caso
ocorra o pagamento direto ou indireto, os demais devedores serão beneficiados de forma reflexa, havendo
desconto em relação à quota paga ou perdoada.
Dispõe o art. 278, do CC, que “qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes”. Por
regra, o que for pactuado entre o credor e um dos devedores solidários não poderá agravar a situação dos
demais, seja por cláusula contratual, seja por condição inserida na obrigação, seja ainda por aditivo negocial.
Deve ser respeitado o princípio da relatividade dos efeitos contratuais, eis que o negócio firmado gera efeitos
inter partes, em regra.
Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de
pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Na solidariedade passiva, o devedor demandado poderá opor contra o credor as defesas que lhe forem
pessoais e aquelas comuns a todos, tais como pagamento parcial ou total e a prescrição da dívida (art. 281 do
CC). Mas esse devedor demandado não poderá opor as exceções pessoais a que outro codevedor tem direito,
eis que estas são personalíssimas, como se pode aduzir pelo próprio nome da defesa em questão.
Exemplificando: qualquer um dos devedores poderá alegar a prescrição da dívida, ou o seu pagamento total
ou parcial, direto ou indireto, pois as hipóteses são de exceções comuns. Por outra via, os vícios do
consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), somente podem ser suscitados pelo devedor
que os sofreu.
O Código Civil de 2002 continua admitindo a renúncia à solidariedade, de forma parcial (a favor de um
devedor) ou total (a favor de todos os codevedores), no seu art. 282, caput (“O credor pode renunciar à
solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores”). A expressão renúncia à solidariedade
pode ser utilizada como sinônima de exoneração da solidariedade. Enuncia o parágrafo único do dispositivo
que “Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais”.
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota,
dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de
todos os codevedores (art. 283, do CC). Entretanto, se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos
devedores, responderá este por toda ela para com aquele que a pagar (art. 285, do CC).

Transmissão das obrigações:

ASSUNÇÃO DE DÍVIDA CESSÃO DE CRÉDITO


Regra: consentimento EXPRESSO do credor Regra: não precisa de consentimento expresso
Exceção: é permitido o consentimento tácito Eficácia: Apenas para que a cessão tenha
apenas no caso do adquirente de imóvel EFICÁCIA perante o devedor, será necessária à
hipotecado e se o credor, notificado, não impugnar sua NOTIFICAÇÃO. Repare: não pede o
em trinta dias a transferência do débito. (art. 303). consentimento, mas apenas a notificação!
Substitui o polo PASSIVO da obrigação Substitui o polo ATIVO da obrigação

#OLHAOGANCHO #JURISTJSP ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA


Ementa: Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR). Pretensão de Uniformização da
Jurisprudência, em relação ao prazo final para purgada mora, nos contratos imobiliários com cláusula de garantia

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

fiduciária, em razão das modificações introduzidas pela Lei nº 13.465/2017. Posições divergentes, nesta Corte,
envolvendo a mesma questão de Direito. Risco à isonomia e à segurança jurídica. Preenchimento dos
pressupostos de admissibilidade do art. 976 e seguintes, do CPC. Incidente admitido para fixação da seguinte
tese jurídica: "A alteração introduzida pela Lei nº 13.465/2017 ao art. 39, II, da Lei nº 9.514/97 tem aplicação
restrita aos contratos celebrados sob a sua vigência, não incidindo sobre os contratos firmados antes da sua
entrada em vigor, ainda que constituída a mora ou consolidada a propriedade, em momento posterior ao seu
início de vigência. (TJSP; Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas n. 2166423-86.2018.8.26.0000;
Relator (a): Andrade Neto; Órgão Julgador: Turma Especial - Privado 3; Foro Regional de Santana - 3ª Vara Cível;
Dia do Julgamento: 25/11/2019; Dia da Registro: 21/01/2022).

PLANOS DE SAÚDE #APOSTACICLOS

Normalmente, esse assunto é tratado em Direito do Consumidor. Contudo, no nosso edital, os planos e
seguros de saúde são tratados no ponto 29 do conteúdo de Direito Civil, de modo que trazemos nesse NFPSS o
assunto.

#STJEMTESES

- É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.
#NÃOCONFUNDIR
• Cláusula que limita o tempo de internação hospitalar: abusiva;
• Cláusula que limita o tempo de atendimento ambulatorial: é válida.

- É abusiva a cláusula contratual que exclua da cobertura do plano de saúde algum tipo de procedimento ou
medicamento necessário para assegurar o tratamento de doenças previstas pelo referido plano.

- É abusiva a cláusula contratual que exclua da cobertura do plano de saúde o tratamento de AIDS ou de doenças
infectocontagiosas.

- É abusiva a cláusula contratual que exclui da cobertura do plano de saúde o fornecimento de medicamento
para quimioterapia tão somente pelo fato de ser ministrado em ambiente domiciliar.

- É ilícita a recusa de cobertura de atendimento, sob a alegação de doença preexistente à contratação do plano,
se a operadora não submeteu o paciente a prévio exame de saúde e não comprovou a sua má-fé.

- O período de carência contratualmente estipulado em contratos de seguro-saúde não prevalece em situações


emergenciais. (Período de carência máximo de 24h para urgência e emergência).

- A injusta recusa de plano de saúde à cobertura securitária enseja reparação por dano moral.

- A cirurgia para redução do estômago (gastroplastia), indicada como tratamento para obesidade mórbida, é um
procedimento essencial à sobrevida do segurado, revelando-se ilegítima a negativa do plano de saúde em cobrir
as despesas da intervenção médica.

- É ilegítima a recusa de cobertura pelo plano de saúde de cirurgias complementares de caráter reparador ou
funcional em paciente pós-cirurgia bariátrica, quando se revelarem necessárias ao pleno restabelecimento do
segurado acometido de obesidade mórbida.

- O plano de saúde pode estabelecer as doenças que terão cobertura, mas não o tipo de tratamento utilizado
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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

para a cura de cada uma, sendo abusiva a cláusula contratual que exclui tratamento domiciliar (home care).

- As operadoras de plano de saúde não estão obrigadas a fornecer medicamento não registrado pela ANVISA.
(Exceção: é de cobertura obrigatória pela operadora de plano de saúde, o medicamento que, apesar de não
registrado pela ANVISA, teve a sua importação excepcionalmente autorizada pela referida Agência Nacional).

- É abusiva a recusa da operadora de plano de saúde em arcar com a cobertura de medicamento prescrito pelo
médico para tratamento do beneficiário, ainda que se trate de fármaco off-label, ou utilizado em caráter
experimental, não previsto em rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.

- Há abusividade em cláusula contratual ou ato de operadora de plano de saúde que importe em interrupção de
tratamento de terapia ou de psicoterápico por esgotamento do número de sessões anuais asseguradas no rol
de procedimentos e eventos em saúde da ANS, visto que se revela incompatível com a equidade e com a boa-
fé, colocando o usuário em desvantagem exagerada.

- É válida a cláusula que autoriza o reajuste de plano de saúde com base no aumento da sinistralidade.
#CUIDADO

#DEOLHONAJURIS

Em junho de 2022, o STJ decidiu que:

1 - O rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar é, em regra, taxativo;

2 - A operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada a arcar com tratamento não constante do rol da
ANS se existe, para a cura do paciente, outro procedimento eficaz, efetivo e seguro já incorporado ao rol;

3 - É possível a contratação de cobertura ampliada ou a negociação de aditivo contratual para a cobertura de


procedimento extra rol;

4 - Não havendo substituto terapêutico ou esgotados os procedimentos do rol da ANS, pode haver, a título
excepcional, a cobertura do tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistente, desde que:

(i) não tenha sido indeferido expressamente, pela ANS, a incorporação do procedimento ao rol da Saúde
Suplementar;

(ii) haja comprovação da eficácia do tratamento à luz da medicina baseada em evidências;

(iii) haja recomendações de órgãos técnicos de renome nacionais (como CONITEC e NATJUS) e estrangeiros; e

(iv) seja realizado, quando possível, o diálogo interinstitucional do magistrado com entes ou pessoas com
expertise técnica na área da saúde, incluída a Comissão de Atualização do rol de Procedimentos e Eventos em
Saúde Suplementar, sem deslocamento da competência do julgamento do feito para a Justiça Federal, ante a
ilegitimidade passiva ad causam da ANS.

STJ. 2ª Seção. EREsp 1886929-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/06/2022 (Info 740).

ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA QUE IMPLICARÁ MUDANÇA DE ENTENDIMENTO #BACKLASHLEGISLATIVO


19
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Ocorre que, depois de uma grande mobilização popular, o Congresso Nacional editou a Lei nº 14.454/2022, que
buscou superar o entendimento firmado pelo STJ. A Lei nº 14.454/2022 alterou o art. 10 da Lei dos Planos de
Saúde (Lei nº 9.656/98), incluindo o § 12, que prevê o caráter exemplificativo do rol da ANS:

Art. 10 (…) § 12. O rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar, atualizado pela ANS a cada nova
incorporação, constitui a referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir
de 1º de janeiro de 1999 e para os contratos adaptados a esta Lei e fixa as diretrizes de atenção à saúde.

Vale ressaltar, contudo, que, para o plano de saúde ser compelido a custear, é necessário que esteja
comprovada a eficácia do tratamento ou procedimento, nos termos do § 13, também inserido:

§ 13. Em caso de tratamento ou procedimento prescrito por médico ou odontólogo assistente que não estejam
previstos no rol referido no § 12 deste artigo, a cobertura deverá ser autorizada pela operadora de planos de
assistência à saúde, desde que:

I - exista comprovação da eficácia, à luz das ciências da saúde, baseada em evidências científicas e plano
terapêutico; ou

II - existam recomendações pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde
(Conitec), ou exista recomendação de, no mínimo, 1 (um) órgão de avaliação de tecnologias em saúde que tenha
renome internacional, desde que sejam aprovadas também para seus nacionais.

A Lei nº 14.454/2022 entrou em vigor no dia 22/09/2022.

#OLHAOGANCHO #DEOLHONOTJSP
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas sobre o tema: "Validade, à luz da Lei nº 9.656/1998, do CDC e
do Estatuto do Idoso, da cláusula de contrato coletivo de plano de saúde (empresarial ou por adesão), celebrado
a partir de 01.01.2004 ou adaptado à Resolução nº 63/2003, da ANS, que prevê reajuste por mudança de faixa
etária aos 59 (cinquenta e nove) anos de idade." Divergência jurisprudencial e efetiva repetição de processos
que versam sobre questões jurídicas diversas relativas ao tema, requerendo a fixação de teses sobre cada uma
delas. Teses aprovadas: TESE 1: "É válido, em tese, o reajuste por mudança de faixa etária aos 59 (cinquenta
e nove) anos de idade, nos contratos coletivos de plano de saúde (empresarial ou por adesão), celebrados a
partir de 01.01.2004 ou adaptados à Resolução n. 63/03, da ANS, desde que (i) previsto em cláusula contratual
clara, expressa e inteligível, contendo as faixas etárias e os percentuais aplicáveis a cada uma delas, (ii) estes
estejam em consonância com a Resolução n. 63/03, da ANS, e (iii) não sejam aplicados percentuais
desarrazoados que, concretamente e sem base atuarial idônea, onerem excessivamente o consumidor ou
discriminem o idoso." TESE 2: "A interpretação correta do art. 3°, II, da Resolução n. 63/03, da ANS, é aquela
que observa o sentido matemático da expressão "variação acumulada", referente ao aumento real de preço
verificado em cada intervalo, devendo-se aplicar, para sua apuração, a respectiva fórmula matemática,
estando incorreta a soma aritmética de percentuais de reajuste ou o cálculo de média dos percentuais
aplicados em todas as faixas etárias." Resolução do caso concreto (paradigma): anulada, de ofício, a sentença,
por contrariar a Tese 2 aprovada no IRDR, determinando-se o retorno dos autos à primeira instância, para novo
julgamento, nos termos das teses fixadas, admitida eventual dilação probatória, prejudicados os recursos
interpostos. Aprovação de proposta de revogação da Súmula n. 91, deste E. Tribunal de Justiça, a ser submetida
ao C. Órgão Especial, para deliberação. Ante o julgamento do IRDR, cassada a anterior ordem de suspensão dos
processos em curso em que se discute o tema objeto do incidente. (TJSP; Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas 0043940-25.2017.8.26.0000; Relator (a): Grava Brazil; Órgão Julgador: Turma Especial - Privado 1;
Foro Central Cível - 45ª Vara Cível; Data do Julgamento: 08/11/2018; Data de Registro: 04/07/2019. Publicado
no Compêndio de Jurisprudência para formação de precedentes qualificados do 1º semestre de 2022)
20
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Ciclos Método

PROPRIEDADE
A propriedade é definida, tradicionalmente, como a soma de quatros atributos (direitos ou faculdade): usar,
fruir/gozar, reivindicar e dispor (GRUD).

G – gozar/fruir: retirar frutos da coisa.


R – reivindicar: através de ação petitória com prova de domínio.
U – usar: o uso da propriedade encontra limites nos direitos de vizinhança e no Estatuto da Cidade.
D – dispor: por atos inter vivos ou causa mortis.

#OLHAOGANCHO TESES DO TJSP EM IRDR SOBRE ATRASO DE ENTREGA DE UNIDADES AUTÔNOMAS EM


CONSTRUÇÃO

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. TEMAS RELACIONADOS AOS REQUISITOS E EFEITOS DO


ATRASO DE ENTREGA DE UNIDADES AUTÔNOMAS EM CONSTRUÇÃO. TEMAS APROVADOS PELA TURMA
JULGADORA
Tema no. 01 - “É válido o prazo de tolerância, não superior a cento e oitenta dias corridos estabelecido no
compromisso de venda e compra para entrega de imóvel em construção, desde que previsto em cláusula
contratual expressa, clara e inteligível”.
Tema no. 02 “Na aquisição de unidades autônomas futuras, financiadas na forma associativa, o contrato deverá
estabelecer de forma expressa, clara e inteligível o prazo certo para a formação do grupo de adquirentes e para
a entrega do imóvel.”
Tema no. 05 “O atraso da prestação de entrega de imóvel objeto de compromisso de compra e venda gera
obrigação da alienante indenizar o adquirente pela privação injusta do uso do bem. O uso será obtido
economicamente pela medida de um aluguel, que pode ser calculado em percentual sobre o valor atualizado do
contrato, correspondente ao que deixou de receber, ou teve de pagar para fazer uso de imóvel semelhante,
com termo final na data da disponibilização da posse direta ao adquirente da unidade autônoma já
regularizada”.
Tema 06 - “É ilícito o repasse dos "juros de obra", ou “juros de evolução da obra”, ou “taxa de evolução da obra”,
ou outros encargos equivalentes após o prazo ajustado no contrato para entrega das chaves da unidade
autônoma, incluído período de tolerância”.
Tema 07 - “A restituição de valores pagos em excesso pelo promissário comprador em contratos de
compromisso de compra e venda far-se-á de modo simples, salvo má-fé do promitente vendedor”.
Tema 08 - “O descumprimento do prazo de entrega de imóvel objeto de compromisso de venda e compra,
computado o período de tolerância, não faz cessar a incidência de correção monetária, mas tão somente dos
juros e da multa contratual sobre o saldo devedor. Devem ser substituídos indexadores setoriais, que refletem
a variação do custo da construção civil, por outros indexadores gerais, salvo quando estes últimos forem mais
gravosos ao consumidor”.
Tema 09 - “Não se aplica a multa prevista no artigo 35, parágrafo 5º. da L. 4.591/64 para os casos de atraso de
entrega das unidades autônomas aos promissários compradores”. (TJSP; Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas 0023203-35.2016.8.26.0000; Relator (a): Francisco Loureiro; Órgão Julgador: Turma Especial –
Privado 1; Foro de Piracicaba – 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/08/2017; Data de Registro: 02/10/2017.
Publicado no Compêndio de Jurisprudência para formação de precedentes qualificados do 1º semestre de 2022).

JURIS DO TJSP EM IRDR SOBRE COBRANÇA DE TAXA DE LOTEAMENTO DE ACESSO RESTRITO PELA ASSOCIAÇÃO
DE MORADORES
IRDR - Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas - Uniformização de jurisprudência desta Corte acerca:
(i) da natureza da obrigação (propter rem ou pessoal) de rateio das despesas de loteamento de acesso restrito,
cobradas por associação de moradores; (ii) da possibilidade, ou não, de penhora de imóvel residencial. Tema de
21
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
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ordem exclusivamente jurídica e objeto de intensa divergência na jurisprudência deste Tribunal.


Reconhecimento da natureza propter rem da obrigação. Julgamento do presente IRDR que diz respeito tão
somente à natureza da obrigação, e não quanto à sua existência ou exigibilidade, objeto dos Temas 492 do STF
e 882 do STJ Tese fixada: "O crédito com origem em rateio de despesas de loteamento de acesso restrito, quando
exigível de adquirente de lote por força de vínculo associativo, vínculo contratual, ou em observância ao tema
492 do STF, tem natureza propter rem e permite a penhora de imóvel residencial do devedor" Julgamento do
caso paradigma: Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Cumprimento de sentença. Rateio de despesas de
associação de moradores em loteamento de acesso restrito. Decisão recorrida que rejeitou a impugnação ao
cumprimento de sentença, bem como afastou a alegação de impenhorabilidade de imóvel. Inconformismo.
Descabimento. Inexistência de nulidade da fase de cumprimento de sentença. Réu revel citado na fase de
conhecimento por oficial de justiça. Intimação para o início da fase de cumprimento de sentença realizada por
meio de carta com aviso de recebimento. Carta de intimação recebida por funcionário da portaria responsável
pelo recebimento de correspondência em loteamento com controle de acesso. Validade da intimação.
Interpretação do art. 248, §4º cumulado com o art. 513, §2º, II, do Código de Processo Civil. Impugnação ao
cumprimento de sentença apresentada intempestivamente. Alegação de excesso de execução. Preclusão
temporal. Penhora. Imóvel penhorado utilizado como residência do executado e de sua família. Reconhecimento
da natureza propter rem da obrigação que afasta a incidência da impenhorabilidade prevista no art. 1º, da Lei
n. 8.009/90. Decisão mantida. Agravo improvido. (TJSP; Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
2239790-12.2019.8.26.0000; Relator (a): Francisco Loureiro; Órgão Julgador: Turma Especial - Privado 1; Foro
de Sorocaba - 3ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 22/07/2021; Data de Registro: 03/08/2021)

#SELIGA: Qual a natureza jurídica da multipropriedade?


1ª corrente: defende que o time-sharing tem natureza jurídica de direito pessoal (obrigacional), por não estar
previsto no rol taxativo de direitos reais do art. 1.225 do CC. O integrante do time-sharing não é proprietário,
pelos seguintes motivos:
1. o direito de uso e gozo ocorre apenas em um período do ano, enquanto no direito de propriedade não existe
esta limitação;
2. não há liberdade quanto ao modo de uso, só podendo utilizar o bem para a finalidade para a qual ele foi
criado;
3. o integrante não pode efetuar modificações no imóvel.

2ª corrente: O STJ, no entanto, seguindo doutrina majoritária, decidiu que se trata de direito real. A
multipropriedade imobiliária, mesmo não codificada, possui natureza jurídica de direito real, harmonizando-se
com os institutos do art. 1.225 do CC.
O CC não traz nenhuma proibição de que sejam criados novos direitos reais a partir da convenção. Além disso,
o time-sharing se harmoniza com os atributos dos direitos reais, pois o participante detém as faculdades de uso,
gozo e disposição sobre fração ideal do bem.

É inválida a penhora da integralidade de imóvel submetido ao regime de multipropriedade (time-sharing) em


decorrência de dívida de condomínio de responsabilidade do organizador do compartilhamento (STJ. 3ª Turma.
REsp 1.546.165-SP. Info 589).

RELAÇÕES DE PARENTESCO #APOSTACICLOS

- Parentesco na linha reta: é aquele existente entre ascendentes e descendentes (art. 1.591).
- Parentesco na linha colateral ou transversal: existente entre pessoas provenientes do mesmo tronco que
não são ascendentes e descendentes (art. 1.592). Está limitado ao quarto grau.

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- Parentesco por afinidade: entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro cônjuge ou


companheiro. O CC/2002 admite parentesco por afinidade em união estável. Na linha reta o parentesco
por afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou união estável.
- Parentesco civil: é aquele que possui “outra origem”, conforme art. 1.593 do CC.

Art. 1.593, do CC. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.

PARENTESCO CIVIL:
ADOÇÃO
SOCIOAFETIVIDADE
REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA

ALIMENTOS

Alimentos são as prestações devidas para a satisfação das necessidades pessoais


CONCEITO daquele que não pode provê-las pelo trabalho próprio. Os fundamentos são os
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da solidariedade familiar.
Necessidade (de quem pede) + possibilidade (de quem paga) + proporcionalidade
PRESSUPOSTOS
(doutrina moderna)
a) Direito personalíssimo
b) Reciprocidade
c) Irrenunciabilidade
d) Obrigação divisível ou solidária
CARACTERÍSTICAS e) Obrigação imprescritível
f) Obrigação incessível e inalienável
g) Obrigação incompensável
h) Obrigação impenhorável
i) Transmissível
I. Quanto às fontes:
(a) Alimentos legais ou familiares ➔ são os alimentos decorrentes de lei,
fundamentados no Direito de Família.
(b) Alimentos convencionais ➔ são aqueles fixados por força de contrato, testamento
ou legado, ou seja, que decorrem da autonomia privada do instituidor.
(c) Alimentos indenizatórios, ressarcitórios ou indenitários ➔ são aqueles
fundamentados na responsabilidade civil (art. 948, II).
II. Quanto à extensão:
(a) Alimentos civis ou côngruos ➔ visam à manutenção do status quo antes.
(b) Alimentos indispensáveis, naturais ou necessários ➔ visam somente ao
PRINCIPAIS
indispensável à sobrevivência da pessoa.
CLASSIFICAÇÕES
III. Quanto ao tempo:
(a) Alimentos pretéritos ➔ são aqueles que ficaram no passado e que não podem mais
ser cobrados, via de regra, eis que o princípio que rege os alimentos é o da atualidade
(ex. prescritos).
(b) Alimentos presentes ➔ são aqueles que estão sendo exigidos no momento, e que
pela atualidade da obrigação alimentar podem ser cobrados mediante ação específica.
(c) Alimentos futuros ➔ são os alimentos pendentes, como aqueles que vão vencendo
no curso da ação e que podem ser cobrados quando chegar o momento próprio, mais
uma vez diante da atualidade da obrigação alimentar.
IV. Quanto à forma de pagamento:
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(a) Alimentos próprios ou in natura ➔ são aqueles pagos em espécie, ou seja, por meio
do fornecimento de alimentação, sustento e hospedagem, sem prejuízo do dever de
prestar o necessário para a educação dos menores (art. 1701, caput).
(b) Alimentos impróprios ➔ são aqueles pagos mediante pensão. Cabe ao juiz da
causa, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, fixar qual a melhor forma de
cumprimento da prestação (art. 1.701, parágrafo único, do CC).
V. Quanto à finalidade:
(a) Alimentos definitivos ou regulares ➔ são aqueles fixados definitivamente, por
meio de acordo de vontades ou de sentença judicial já transitada em julgado. Embora
sejam chamados de definitivos, o CC permite a revisão.
(b) Alimentos provisórios ➔ são aqueles fixados de imediato na ação de alimentos que
segue o rito especial previsto na Lei 5.478/1968 (Lei de Alimentos). Em outras palavras,
estão fundados na obrigação alimentar e, por isso, exigem prova pré-constituída do
parentesco (certidão de nascimento) ou do casamento (certidão de casamento). São
frutos da cognição sumária do juiz antes mesmo de ouvir o réu da demanda.
(c) Alimentos provisionais ➔ são aqueles fixados em outras ações que não seguem o
rito especial mencionado, visando manter a parte que os pleiteia no curso da lide, por
isso a sua denominação ad litem. São fixados por meio de antecipação de tutela ou em
liminar concedida em medida cautelar de separação de corpos em ações em que não
há a mencionada prova pré-constituída, caso da ação de investigação de paternidade
ou da ação de reconhecimento e dissolução da união estável (art. 1706).
(d) Alimentos transitórios ➔ como visto, reconhecidos pela mais recente
jurisprudência do STJ, são aqueles fixados por determinado período de tempo, a favor
de ex-cônjuge ou ex-companheiro, fixando-se previamente o seu termo final.

CARACTERÍSTICAS DO TESTAMENTO:
Negócio jurídico unilateral (tem aperfeiçoamento com uma única manifestação de vontade);
Não receptício (não há necessidade de aceitação da parte contrária para formação do ato);
Gratuito, tendo assim interpretação restritiva;
causa mortis (somente produz efeitos após a morte do testador);
Formal (tem de ser observadas as formalidades legais para que seja válido);
Personalíssimo (ninguém poderá testar conjuntamente em um mesmo instrumento ou por procuração); e
Revogável a qualquer tempo (testamento pode ser revogado expressamente pelo mesmo modo e forma como
pode ser feito. É possível revogar um testamento público ou cerrado por outro testamento particular, e vice-
versa, com ampla variação e liberdade de forma na revogação)

DIREITO ELEITORAL2

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos: Regulamento

2
Por Ana Paula Prado

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I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação
a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma
da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades
da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se
desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do
partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a
migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e
de acesso gratuito ao rádio e à televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário
na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres,
de acordo com os interesses intrapartidários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário
destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a
ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento),
proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos
pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse
partidário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) #NOVIDADELEGISLATIVA

#ESQUEMATIZANDO

Subscrição de pelo menos 101 fundadores


Distribuídos por 1/3 dos Estados
1º - FUNDAÇÃO
Nome e função dos dirigentes provisórios
Endereço da sede do partido no território nacional

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2º - REGISTRO CIVIL Aquisição da personalidade civil – pessoa jurídica


2 anos
0,5% dos votos para a Câmara dos Deputados
3º - APOIAMENTO MÍNIMO
1/3 dos Estados
0,1% dos votos em cada Estados
4º - CONSTITUIÇÃO DE DIRIGENTES E Atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e
ÓRGÃOS designação dos dirigentes, na forma do seu estatuto

Realizado pelos Dirigentes nacionais


Estatuto do partido
5º - REGISTRO NO TSE
Certidão do Registro Civil
Comprovação do apoiamento mínimo

COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA X FEDERAÇÃO DE PARTIDOS


SEMELHANÇAS:
1) Tanto a coligação como a federação consistem na reunião de dois ou mais partidos;
2) Funcionam, perante a Justiça Eleitoral, como se fosse um único partido;
3) Devem ser constituídas até a data final do período de realização das convenções partidárias. Exceção:
excepcionalmente, a formação de coligações pode ser delegada pelos convencionais à direção partidária, de
forma a permitir que a coligação possa ser constituída, em tese, até o protocolo do registro de candidatura.

DIFERENÇAS:

COLIGAÇÃO FEDERAÇÃO
Constituída para disputar e vencer uma Constituída para atuar, no mínimo, durante 4 anos,
determinada eleição majoritária (Presidente, como se fosse uma única agremiação partidária.
Governador ou Prefeito).
Sua atuação se limita ao período eleitoral. Sua atuação ocorre não apenas no período eleitoral,
Depois da eleição, a coligação é dissolvida. mas também durante o exercício do mandato. A
federação dura, no mínimo, 4 anos.
Não precisa ser nacional. A federação, necessariamente, terá abrangência
É possível a existência de coligações de âmbito nacional.
nacional, estadual, distrital ou municipal.
Não é possível a coligação para disputar eleições Não existe essa restrição no caso da federação, que
proporcionais. pode atuar tanto nas eleições proporcionais como
majoritárias.
Registro perante o juízo competente para o registro Registro no TSE.
de candidatura.
Durante o período eleitoral, o partido somente terá É assegurada a identidade e a autonomia dos partidos
legitimidade para atuar de forma isolada quando integrantes da federação.
questionar a validade da própria coligação.
Eventual saída de partido de coligação impactará O partido que sair da federação antes do prazo mínimo
tão somente nas candidaturas eventualmente ficará sujeito a sanções.
registradas, sem qualquer penalidade ao partido.
A prestação de contas de campanha é feita por cada A prestação de contas das campanhas será feita de
partido isoladamente (e não pela coligação). forma conjunta, pela federação.

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Qual é a diferença entre uma fusão e a federação de partidos políticos? Por que fazer uma federação em vez
de uma fusão?

FUSÃO FEDERAÇÃO
Os partidos que participam da fusão deixam de Os partidos que formam a federação continuam
existir. Após ser concluída, só existirá o novo existindo. Não são extintos.
partido resultante da fusão. Ficam preservadas a identidade e a autonomia dos
partidos que integram a federação.
É feita de forma definitiva, considerando que É uma reunião não definitiva, havendo a possibilidade
acarreta a extinção dos partidos políticos fundidos. de o partido político deixar a federação sem qualquer
restrição, desde que tenha permanecido filiado por um
prazo mínimo de 4 anos.
Pode ser feita a qualquer tempo, ou seja, mesmo Somente pode ser constituída até a data final do
após a data final do período de realização das período de realização das convenções partidárias.
convenções partidárias.

PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL

Impõe a atuação ética, correta e proba dos atos que envolvam o processo eleitoral.
LISURA ELEITORAL Respalda-se na busca da verdade real, possibilitando até mesmo que o juiz produza
provas de ofício no processo eleitoral.
APROVEITAMENTO A atuação da justiça eleitoral deve pautar-se no sentido de preservar a soberania
DO VOTO popular, a apuração do voto e a diplomação dos eleitos.

CELERIDADE Objetiva evitar o prolongamento de decisões eleitorais após a posse dos eleitos e
ELEITORAL após o início do exercício do mandato eletivo.

PRECLUSÃO
Impõe às partes interessadas o dever de impugnar imediatamente a identidade do
INSTANTÂNEA NO
eleitor, antes de se registrar o voto, sob pena de preclusão.
DIREITO ELEITORAL
ANUALIDADE A lei que alterar o processo eleitoral não será aplicada, se publicada um ano antes
ELEITORAL do processo eleitoral.
Possibilidade de análise da vida pregressa dos candidatos para fins de impugnação
MORALIDADE
do registro de candidaturas daqueles que tenham praticado atos violadores da
ELEITORAL
conduta ética e ameaçadores da normalidade e da legitimidade das eleições.

JUSTIÇA ELEITORAL

A Justiça Eleitoral encontra-se disciplinada nos arts. 118 a 121 da CF, bem como nos arts. 12 a 41 do
CE. Trata-se de JUSTIÇA ESPECIALIZADA, ou seja, não integra a Justiça Comum.
Composição da Justiça Eleitoral

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Tribunal Superior
Eleitoral

Tribunais Regionais
Eleitorais
Justiça
Eleitoral
Juízes Eleitorais

Juntas Eleitorais

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)


Formado por, no mínimo, 7 membros, escolhidos da seguinte forma:
• 3 dentre os Ministros do STF, pelo voto secreto dos próprios membros.
• 2 dentre os Ministros do STJ, pelo voto secreto dos próprios membros.
• 2 advogados: o STF elabora lista sêxtupla escolhendo nomes dentre advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, encaminhando-a ao Presidente da República.
Composição
Este escolherá 2, nomeando-os, sem sabatina pelo Senado.
Presidente e Vice do TSE: serão eleitos dentre os Ministros oriundos do STF e o Corregedor
Eleitoral dentre Ministros do STJ.
#ATENÇÃO, pois essa previsão sobre o Corregedor está na CFRB/88, pelo Código Eleitoral
poderia ser qualquer um dos membros.
Art. 22 do Código Eleitoral: Compete ao Tribunal Superior:
I – processar e julgar originariamente:
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais e
de candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República.
Competência b) os conflitos de jurisdição entre tribunais regionais e juízes eleitorais de estados
Originária diferentes;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à
sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de
diploma na eleição de presidente e vice-presidente da República;
Em grau de recurso, o TSE aprecia dois recursos:
Especial:
• Em face de decisão de TRE contrária à lei ou à CF.
• Quando houver divergência entre TREs acerca da interpretação da Lei Eleitoral.
Competência Ordinário – em face de decisão do TRE que:
Recursal • Anular diplomas nas eleições estaduais e federais
• Decretar a perda do mandato federal ou estadual.
• Denegar HC, MS, Mandado de Injunção ou Habeas Data
• Verse sobre inelegibilidade nas eleições federais ou estaduais.
#ATENÇÃO!!! O TSE não tem competência penal originária.
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL (TRE)
Composição Haverá um TRE na Capital de cada Estado e no Distrito Federal

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Composto por 7 membros, escolhidos da seguinte forma:


•2 juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça (em voto secreto)
•2 juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça (voto secreto)
•1 juiz dentre os desembargadores do TRF com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo TRF
respectivo;
• 2 juízes, por nomeação, pelo Presidente, dentre 6 advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça;
O Presidente e Vice-Presidente do TRE serão eleitos dentre os desembargadores
Art. 29 do Código Eleitoral: Compete aos tribunais regionais:
I – processar e julgar originariamente:
Competência a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de partidos
Originária políticos, bem como de candidatos a governador, vice-governadores, e membro do
Congresso Nacional e das assembleias legislativas;
b) os conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais do respectivo estado; [...]
Art. 29 do Código Eleitoral: Compete aos tribunais regionais:
II – julgar os recursos interpostos:
Competência
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e juntas eleitorais;
Recursal
b) das decisões dos juízes eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou
mandado de segurança
JUÍZES ELEITORAIS
São os próprios juízes de direito em efetivo exercício, cabendo-lhes a jurisdição de cada
uma das zonas eleitorais em que é dividida a circunscrição eleitoral. Os juízes dos tribunais
Composição eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por 2 anos, no mínimo, e nunca por mais de
dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo
mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Art. 35 do Código Eleitoral: Compete aos juízes:
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada
a competência originária do Tribunal Superior e dos tribunais regionais;
V – tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito,
reduzindo-as a termo, e determinando as providências que cada caso exigir;
VIII – dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores;
Competência IX – expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
Originária X – dividir a zona em seções eleitorais;
XII – ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos
municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional;
XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com
pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;
XVIII – fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por
dispensados do alistamento, um certificado que os isente das sanções legais;

JUNTAS ELEITORAIS

São, ao lado dos Juízes Eleitorais, órgãos de primeiro grau da Justiça Eleitoral.
Serão formadas por 1 juiz de direito, que será o presidente, e de 2 ou 4 cidadãos de notória
Composição idoneidade nomeados 60 dias antes da eleição, e extintas após o término da apuração dos
votos. Nas eleições municipais, a extinção ocorre após a diplomação dos eleitos.
As Juntas, por decisão do presidente, poderão ser desdobradas em Turmas.
29
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Ciclos Método

Art. 40. Compete à junta eleitoral:


I – apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua
jurisdição;
Competência II – resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da
contagem e da apuração;
III – expedir os boletins de apuração mencionados no art. 179;
IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
No TSE, o Procurador-Geral Eleitoral será o Procurador-Geral da República.
O Procurador Regional Federal será escolhido entre os Procuradores da República que
atuam no TRF, quando for no Estado sede, e entre os Procuradores da República de
Composição
primeira instância, se não for sede de TRF.
Já perante os juízes e juntas eleitorais atuam membros do MP Estadual, escolhido pelo PGJ
e nomeado pelo Procurador Regional Eleitoral.

PROPAGANDA ELEITORAL

Propaganda política é um gênero, do qual existem quatro espécies, quais sejam:


Consiste na divulgação das ideias e do programa do partido. Tem por
finalidade a exposição e o debate público de sua ideologia, de sua
PROPAGANDA PARTIDÁRIA
história, de suas metas, seus valores e suas propostas para a melhoria
ou transformação da sociedade.
É aquela realizada por filiado de partido que aspira ser candidato em
PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA
pleito eletivo.
É a propaganda oficial, feita pela própria administração pública, com
PROPAGANDA INSTITUCIONAL
o objetivo de divulgar suas ações (não interessa ao direito eleitoral).
Forma de captação de votos usada pelos partidos políticos, coligações
PROPAGANDA ELEITORAL ou candidatos, em época determinada por lei, por meio de divulgação
de suas propostas, visando à eleição de cargos eletivos.

#TABELINHA
PROPAGANDA PERMITIDA PROPAGANDA PROIBIDA
Paga na imprensa escrita, até a antevéspera da
Paga no rádio e na televisão
eleição
Em bens públicos de uso comum e naqueles a que a
Bandeiras móveis nas vias públicas população em geral tem acesso; árvores, jardins,
muros, cercas e tapumes em áreas públicas
Gratuita em bens particulares Paga em bens particulares
Alto-falantes entre as 22h e 8h, e em distância
Mesas para distribuir material de campanha inferior a 200m das sedes do Poder Público, quartéis,
hospitais, escolas, bibliotecas, igrejas e teatros
Alto-falantes, comícios e carreatas, ou qualquer tipo
Adesivo plástico em automóveis de até 0,5m2
de propaganda, NO DIA da eleição
Arregimentação de eleitor NO DIA da eleição (“boca
Materiais impressos – adesivos de até 50x40 cm
de urna”
Publicação de novos conteúdos ou impulsionamento
Alto-falantes até entre as 8h e 22h
na internet NO DIA da eleição
30
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Ciclos Método

Distribuição de brindes (camisetas, chaveiros, bonés,


Comícios e sonorização fixa entre as 8h e as 24h
canetas, cestas básicas ou outra vantagem)
Distribuição de material, caminhada, carreata,
passeata e carro de som até as 22h do dia ANTERIOR Showmício – apresentação de artistas em comício
à eleição
Carros de som e minitrios, com limite de som de até
Outdoors, inclusive eletrônicos
80 decibéis.
Manifestação individual e silenciosa do eleitor no dia
Trios elétricos
das eleições
Propaganda na internet – no sítio do candidato, do
partido ou da coligação; por meio de mensagem Manifestação coletiva de eleitores no dia da eleição –
eletrônica para endereços cadastrados aglomeração de pessoas com vestuário padronizado
gratuitamente; em blogs, redes sociais, sítios de ou outros instrumentos de propaganda
mensagens instantâneas e aplicações
Impulsionamento de conteúdos, desde que
Vestuário ou propaganda pelos servidores da Justiça
identificado como tal, disponibilizado pelo provedor
Eleitoral, mesários ou escrutinadores
da aplicação e contratado pelo candidato/partido
Uso de símbolos, frases ou imagens de órgão de
governo, empresa pública ou sociedade de economia
mista
Conteúdo na internet com perfis “fake”
Impulsionamento de conteúdo pela internet por
ferramentas NÃO disponibilizadas pelo provedor da
aplicação
Em sites de pessoas jurídicas ou sites de órgãos ou
entidades da administração pública

AÇÕES E REPRESENTAÇÕES ELEITORAIS

AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA (AIRC)


Previsão legal Arts. 3º e seguintes da LC nº 64/90

Falta de atendimento das condições de elegibilidade;


Hipóteses de cabimento Existir alguma das hipóteses de inelegibilidade;
Não apresentação dos documentos necessários ao registro de candidatura.

Candidato
Legitimidade ativa Partido político ou Coligação
Ministério Público Eleitoral
Pré-candidatos - aqueles que pretendem registrar a candidatura perante a
Justiça Eleitoral.
ATENÇÃO: O TSE entende que não há litisconsórcio passivo necessário quanto
Legitimidade passiva
à legitimidade passiva no caso de eleições majoritária entre os candidatos aos
cargos titulares e seus vices, isto porque os requisitos são analisados
individualmente.
Prazo para ajuizamento 5 dias contados da publicação do registro o candidato

31
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Juiz Eleitoral: pré-candidato a Prefeito, Vice-Prefeito ou Vereador;


Competência TRE: pré-candidato a Governador, Vice-, Senador e Deputados
TSE: pré-candidato a Presidente ou Vice-Presidente.
Negação ou cancelamento do registro ou nulidade do diploma.
Efeitos da sentença ATENÇÃO: Não afeta o vice ou o suplente e é facultado ao partido substituir o
candidato.
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE)
Previsão legal Art. 22 da LC nº 64/90
Inelegibilidade do candidato por abuso de poder nas eleições, arrecadação,
Hipótese de cabimento
gastos e doações irregulares
Candidato
Legitimidade ativa Partido político ou Coligação
Ministério Público Eleitoral
Candidato ou pré-candidato
• Candidatos beneficiados pela conduta ilícita
• Todo aquele que haja contribuído para a prática do ato ilícito
• O candidato vice, desde que o resultado do feito possa atingir seu patrimônio
Legitimidade passiva jurídico
ATENÇÃO: O litisconsórcio é necessário entre os candidatos e o agente público
que beneficiou, e entre o Cabeça de Chapa e o Vice, porque a decisão atingirá
ambos. Porém, NÃO HÁ de litisconsórcio necessário entre o candidato e o
Partido Político.
A partir do registro da candidatura até o final do processo eleitoral (diplomação
dos eleitos).
Prazo para ajuizamento OBS: O TSE já considerou que a AIJE poderá ser proposta a qualquer tempo,
desde que capaz de caracterizar abuso do poder econômico que possa
influenciar negativamente nas eleições vindouras.
Juiz Eleitoral: pré-candidato a Prefeito, Vice-Prefeito ou Vereador;
Corregedor Regional Eleitoral: candidato a Governador, Vice-Governador,
Competência
Senador e Deputados Federais e Estaduais
Corregedor-Geral da República: candidato a Presidente ou Vice-Presidente.

Efeitos da sentença Inelegibilidade por 8 anos e cassação do registro ou diploma

AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO (AIME)


Previsão legal Art. 14, §§ 10 e 11 da CF
Apurar o abuso do poder econômico, corrupção ou fraude no processo
Hipótese de cabimento
eleitoral
Candidato
Legitimidade ativa Partido político ou Coligação
Ministério Público Eleitoral

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Ciclos Método

Diplomados infratores de abuso de poder econômico ou político ou que


cometeram fraude ou corrupção eleitoral. Haverá litisconsórcio passivo
necessário entre o titular do cargo e seu vice, nas eleições majoritárias.
Legitimidade passiva ATENÇÃO: Quanto ao abuso de poder político, entende o TSE que a AIME, em
regra, não engloba o abuso de poder político ou de autoridade, exceto quando
tais práticas tenham conexão com o abuso do poder econômico (Ac. TSE no.
28.581, Rei. Min. Felix Fischer, j.21.08.2008, Dj 23.09.2009, p. 15).
Prazo para ajuizamento 15 dias, contados da diplomação.
Juiz Eleitoral: eleições municipais
Competência TRE: eleições estaduais
TSE: eleições presidenciais
Desconstituição do diploma concedido ao candidato e se já estiver exercendo
Efeitos da sentença
o cargo político, o julgamento impõe a perda do mandato eletivo
RECURSO CONTRA A DIPLOMAÇÃO (RCED)
Previsão legal Art. 262 do Código Eleitoral
Inelegibilidade superveniente: Em regra, as inelegibilidades são arguidas em
sede de AIRC, sendo que esta deverá ser ajuizada no prazo de cinco dias após a
publicação do registro do candidato. Dessa forma, eventuais situações de
inelegibilidade superveniente – posteriores ao registro da candidatura –
deverão ser questionadas por intermédio da RCED.
Hipótese de cabimento Inelegibilidades constitucionais: Como vimos as hipóteses constitucionais de
inelegibilidade não sofrem preclusão e, em razão disso, poderão ser arguidas
mesmo após o decurso do prazo da AIRC, em RCED.
Condições constitucionais de Elegibilidade: Do mesmo modo, em caso de não
preenchimento de alguma das condições constitucionais de elegibilidade
poderá ser ajuizada a RCED.
Candidato (eleito ou não)
Legitimidade ativa Partido político
Ministério Público Eleitoral
Legitimidade passiva Candidato diplomado

Prazo para ajuizamento 3 dias, a contar da diplomação do candidato


Eleições municipais: o recurso será apresentado perante o Juiz Eleitoral, que o
remeterá ao TRE para processamento.
Competência Eleições estaduais: o RCED será apresentado diretamente no TRE que o
processará e encaminhará para o TSE para julgamento.
Eleições presidenciais: o RCED será apresentado e processado perante o TSE
Efeitos da sentença Cassação do diploma

REPRESENTAÇÃO PARA APURAÇÃO DE ARRECADAÇÃO E GASTOS ILÍCITOS

Previsão Legal Art. 30-A, da Lei 9.507/97


Apuração de condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à
Hipótese de Cabimento
arrecadação e gastos de recursos.
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A lei exclui o Ministério Público e os candidatos do rol de legitimados ativos


para a propositura da referida representação. O TSE, no entanto, tem
Legitimidade
entendido que o MP tem sim legitimidade ativa para tal mister. Aos candidatos,
entretanto, o TSE não tem deferido a mesma prerrogativa.
Competência e Aplica-se as mesmas regras aplicáveis à AIJE.
procedimento
Comprovados a captação ou os gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais,
será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.
Efeitos
Não é necessária a análise da potencialidade lesiva da conduta, bastando a
prova da relevância jurídica do ilícito praticado para a incidência destas sanções
O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas
com base no art. 30-A da Lei das Eleições será de 03 dias, a contar da data da
Recurso
publicação do julgamento no Diário Oficial. O recurso será recebido apenas com
efeito devolutivo, sendo imediata a execução da decisão.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE3

DOUTRINA DA SITUAÇÃO IRREGULAR X DOUTRINA DA PROTEÇÃO IRREGULAR

#FOCANATABELA:

DIREITO DO MENOR DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

→ Doutrina da situação irregular. → Doutrina da proteção integral.

→ O menor era objeto de proteção (recipiente → A criança e o adolescente são sujeitos de direitos.
passivo). Têm os mesmos direitos dos adultos, além de outros
específicos.
→ Código de Menores de 1979.
→ Pessoas em condição de desenvolvimento, fazendo
jus a uma prioridade absoluta, necessitando-se
observar em relação a elas o superior interesse.

→ Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, a


Lei nº 8.069/1990 (ECA).

Originalmente o ECA previu duas formas de arranjo familiar: a família natural e família substituta. Todavia, com
o advento da lei nacional de adoção (lei 12.010/2009) foi incluído outro arranjo familiar, qual seja a família
extensa ou ampliada. Assim, adota-se a classificação trinária de família.

FAMÍLIA NATURAL FAMÍLIA EXTENSA FAMÍLIA SUBSTITUTA

3
Por Carolina Byrro

34
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Composta pelos parentes próximos


Formada pelos pais ou qualquer com os quais a criança ou Formada em razão da guarda,
deles e seus descendentes (no adolescente convive e mantém tutela e adoção. Pode ser
último caso, denomina-se de vínculos de afinidade e afetividade. concedida a família extensa, com
família monoparental) Carinhosamente chamada de “a algumas ressalvas (adoção para
grande família”. Pode evoluir para irmãos e ascendentes), bem como
família substituta, com algumas a terceiros não parentes.
ressalvas.

#DEOLHONALEI #APOSTACICLOS:

O acolhimento institucional tem o prazo máximo de 18 meses (alteração promovida pela Lei n.º 13.509/2017
ao artigo 19 do ECA), salvo se o superior interesse da criança ou adolescente justificar a permanência em tal
medida protetiva (o que, de fato, é excepcionalíssimo, em vista da já excepcionalidade na colocação em unidade
de acolhimento). De toda forma, a reavaliação do caso deve ser realizada pelo menos a cada 03 (três) meses.

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente,
em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu
desenvolvimento integral.

§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional
terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente,
com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma
fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer
das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.

§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará


por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

#ATENÇÃO #APOSTACICLOS:

OBS1: já no acolhimento familiar a criança ou adolescente é encaminhado para uma família acolhedora (que
poderá ter a guarda da criança ou adolescente, mas sem perder o caráter de brevidade).

OBS2: o acolhimento familiar tem preferência em relação ao acolhimento institucional.


OBS3: o conselho tutelar não pode aplicar essas medidas protetivas (de acolhimento familiar e acolhimento
institucional, por determinação expressa do artigo 136, I do ECA), vez que somente o magistrado pode aplicá-
las. Todavia, em situação de urgência a entidade de atendimento pode receber (mediante encaminhamento
do Conselho Tutelar) a criança e adolescente sem a guia de acolhimento e, após, encaminhará o caso ao
magistrado em 24 horas, sob pena de responsabilidade (artigo 93, do ECA). Imediatamente o magistrado
decidirá pela reintegração ao convívio familiar, colocação em programa familiar, institucional ou colocação em
família substituta, com respeito a instauração de processo contencioso com direito de defesa conferido aos pais
(principalmente no caso de colocação em família substituta), tudo com a participação do MP.

Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional
e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de
responsabilidade.
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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário
com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração
familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu
encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto
no § 2o do art. 101 desta Lei.

OBS4: Foi inserido o artigo 19-B ao ECA, o qual criou um novo instituto: o Programa de Apadrinhamento. Ele
visa proporcionar a formação de vínculos afetivos à crianças e adolescentes fora da família acolhedora ou
entidade de acolhimento institucional em que esteja inserido, de modo que elas possam receber afeto e tenha
a possibilidade de conhecer como funciona uma vida saudável em família, com carinho e amor. Todavia, não
são todas as crianças e adolescentes que podem ser inseridos no programa de apadrinhamento, razão pela qual
cada programa traçará o perfil da pessoa em situação de desenvolvimento que fará parte dele. Com efeito, tal
programa visa atender crianças e adolescentes que estão há mais tempo nos “abrigos” (geralmente a partir de
10 anos de idade e com irmãos ou deficientes ou portadores de doenças crônicas, segundo o CNJ). É importante
salientar que o padrinho não detém a guarda da pessoa em situação de desenvolvimento incluído no programa
(a guarda continua com a instituição de acolhimento institucional ou família acolhedora). Tanto pessoas físicas
quanto pessoas jurídicas podem figurar na posição de padrinhos. Caso haja violação das regras do
apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento devem notificar o juízo da
infância e juventude.

• FAMÍLIA SUBSTITUTA #APOSTACICLOS

É aquela que se forma a partir da impossibilidade, mesmo que momentânea, de a criança ou adolescente
permanecer junto à sua família natural. Existe em três diferentes formas/espécies: guarda, tutela e adoção.

Inicialmente é interessante observar que a opinião da criança (sempre que possível, em razão do princípio da
proteção integral) deve ser levada em consideração. Já o adolescente deve consentir, isto é, para que ocorra a
colocação em família substituta do adolescente é necessário o seu expresso consentimento, consoante §2º do
artigo 28 do ECA.

#VEMDETABELA DIFERENÇA ENTRE TUTELA E CURATELA:


TUTELA CURATELA

É instrumento jurídico para proteção da criança ou É instrumento jurídico voltado para proteção de uma
adolescente que não goza da proteção do poder pessoa maior de 18 anos de idade que, apesar de
familiar em virtude da morte, ausência ou destituição adulto, possui uma incapacidade prevista no CC.
dos seus pais.
Trata-se de hipótese de colocação da criança ou
adolescente em família substituta.

ADOÇÃO #APOSTACICLOSEMDOBRO

• CONCEITO:

É uma das formas de colocação em família substituta, por meio da qual há o rompimento/desconstituição dos
vínculos familiares anteriores e constituição de novos vínculos familiares.

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

ADOÇÃO BILATERAL: é a regra.

ADOÇÃO UNILATERAL: não serão rompidos todos os vínculos familiares, preservando os vínculos para com um
dos genitores.

• CARACTERÍSTICAS:

a. ATO PERSONALÍSSIMO: por esse fato, não pode ser pleiteada por meio de procurador (mandato).
Art. 39. § 2º É vedada a adoção por procuração.

b. ATO EXCEPCIONAL: pois somente será deferida se não for possível a manutenção da criança ou adolescente
com a família natural ou extensa.
c.
d. ATO IRREVOGÁVEL: a adoção perpetua seus efeitos definitivamente, impossibilitando a retomada do poder
familiar pela família original.

d. ATO INCADUCÁVEL: a morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos genitores.

Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.

e. PLENA: a adoção importa no rompimento de todos os vínculos familiares, exceto de impedimentos


matrimoniais, e na constituição de novos vínculos familiares (agora com a família do adotante).

#DEOLHONALEI:

Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.

f. CONSTITUÍDA POR SENTENÇA JUDICIAL: não existe adoção por escritura pública, seja adoção de
adulto ou de criança ou adolescente. O Superior Tribunal de Justiça ressalva a validade de adoção por escritura
pública quando a lavratura houver ocorrido quando a lei ainda permitia essa forma de adoção, tendo em vista
o ato jurídico perfeito e o tempus regit actum (antes do CC/02 era permitida a adoção por meio de escritura
pública).

#SELIGA #VEMDEPERGUNTA:

A QUEM COMPETE JULGAR O PROCESSO DE ADOÇÃO (NACIONAL OU INTERNACIONAL)? Caso se trate de


adoção de criança ou adolescente será competente para julgar o processo de adoção o juízo da vara da infância
e juventude; por outro lado, caso se trate de adoção de adulto o processo de adoção será julgado pelo juízo da
vara da família, salvo se o adotando já estiver sob a guarda ou tutela do adotante (competente será o juízo da
infância e juventude independentemente da idade do adotando).

#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS

A regra que estabelece a diferença mínima de 16 (dezesseis) anos de idade entre adotante e adotando (art.
42, § 3º do ECA) pode, dada as peculiaridades do caso concreto, ser relativizada no interesse do adotando.
Art. 42 (...) § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. STJ. 4ª Turma.
REsp 1338616-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 15/06/2021 (Info 701).

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Ciclos Método

#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS #AJUDAMARCINHO

Caso adaptado: Elisandra deu à luz Luan. Como ela já tinha outros cinco filhos, resolveu entregar Luan, com dias
de vida, aos cuidados de Carla e Francisco. Vale ressaltar que Elisandra é filha da irmã da cunhada de Francisco.
Importante ainda mencionar que o pai biológico de Luan é desconhecido. Diante desse cenário, poucos dias
depois de receberem a criança, Carla e Francisco ajuizaram ação de adoção cumulada com pedido de destituição
do poder familiar, por meio da qual pretendem regularizar a situação vivenciada e serem formalmente
considerados pais de Luan. Elisandra também assinou o pedido concordando com a destituição e com a adoção.
O juiz negou o pedido afirmando que haveria burla ao cadastro de adotantes e que não existiria parentesco
entre o casal adotante e a criança, razão pela qual não seria possível excepcionar o cadastro de adoção.

O STJ não concordou. Principais argumentos:

• a CF/88 rompeu com os paradigmas clássicos de família. O conceito de “família” adotado pelo ECA é amplo,
abarcando tanto a família natural como a extensa/ampliada, sendo a affectio familiae o alicerce jurídico
imaterial que pontifica o relacionamento entre os seus membros, essa constituída pelo afeto e afinidade que,
por serem elementos basilares do Direito das Famílias hodierno, devem ser evocados na interpretação jurídica
voltada à proteção e melhor interesse das crianças e adolescentes.

• o art. 50, § 13, II, do ECA, ao afirmar que podem adotar os parentes que possuem afinidade/afetividade para
com a criança, não promoveu qualquer limitação, a denotar, por esse aspecto, que a adoção por parente
(consanguíneo, colateral ou por afinidade) é amplamente admitida quando demonstrado o laço afetivo.

• em hipóteses como a tratada no caso, critérios absolutamente rígidos previstos na lei não podem
preponderar, notadamente quando em foco o interesse pela prevalência do bem estar, da vida com dignidade
do menor.

• a ordem cronológica de preferência das pessoas previamente cadastradas para adoção não tem um caráter
absoluto, devendo ceder ao princípio do melhor interesse da criança e do adolescente.

STJ. 4ª Turma. REsp 1911099-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 29/06/2021 (Info 703).

AUTORIZAÇÃO PARA VIAGENS #APOSTACICLOS

O Estatuto da Criança e do Adolescente impõe, em seus arts. 83 a 85, algumas restrições para que as crianças e
adolescentes façam viagens desacompanhados dos pais.

A Lei nº 13.812/2019 promoveu importante alteração nessas regras.

Viagem NACIONAL
Situação Necessária autorização?
Criança ou adolescente menor de 16 anos viajar com
NÃO
o pai e a mãe.
Criança ou adolescente menor de 16 anos viajar só
NÃO
com o pai ou só com a mãe.
Criança ou adolescente menor de 16 anos viajar com NÃO
algum ascendente (avô, bisavô). (nem dos pais nem do juiz)

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Criança ou adolescente menor de 16 anos viajar com


NÃO
algum colateral, maior de idade, até 3º grau (irmão,
(nem dos pais nem do juiz)
tio e sobrinho).
Criança ou adolescente menor de 16 anos viajar
acompanhada de uma pessoa maior de idade, mas SIM
que não seja nenhum dos parentes acima listados Será necessária uma autorização expressa do pai,
(ex: amigo da família, chefe de excursão, treinador de mãe ou responsável (ex: tutor) pela criança.
time).
SIM
Criança ou adolescente menor de 16 anos viajar sem
Será necessária uma autorização do juiz da infância
estar acompanhada por uma pessoa maior de idade.
e juventude.
Criança ou adolescente menor de 16 anos viajar
desacompanhada de parentes para comarca vizinha, NÃO
localizada dentro do mesmo Estado, ou para comarca (nem dos pais nem do juiz)
que pertença à mesma região metropolitana.
Adolescente de 16 anos completos ou mais viajar NÃO
desacompanhado de pais, responsável, parente ou Adolescentes com 16 anos ou mais podem viajar
qualquer outra pessoa. pelo Brasil sem autorização.
Viagem ao EXTERIOR

Situação Necessária autorização?


Criança ou adolescente viajar acompanhado do pai
NÃO
e da mãe.
Criança ou adolescente viajar com o seu
NÃO
responsável (ex: guardião, tutor ou curador).

SIM
Nesse caso, será necessária:
1) autorização judicial; OU
Criança ou adolescente viajar só com o pai ou só 2) autorização expressa do pai ou mãe que não for
com a mãe. viajar, através de documento com firma reconhecida.
Obs.: não será necessária autorização com firma
reconhecida se os pais estiverem presentes no
embarque.

Criança ou adolescente viajar desacompanhado


SIM
Criança ou adolescente viajar em companhia de Nesse caso, será necessária:
terceiros maiores e capazes, designados pelos 1) autorização judicial; OU
genitores. 2) autorização expressa do pai e da mãe, com firma
reconhecida.
Obs.: não será necessária autorização com firma
Em todos os outros casos (ex: avô, tio, irmão, chefe
reconhecida se os pais estiverem presentes no
de excursão, treinador de time etc.).
embarque.

Criança ou adolescente nascido no Brasil viajar em SIM


companhia de residente ou domiciliado no exterior. Necessária prévia e expressa autorização judicial.

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PRÉVIO CADASTRAMENTO E ORDEM CRONOLÓGICA #APOSTACICLOS

O prévio cadastramento determina que os interessados em adotar devem providenciar o seu prévio
cadastramento junto a vara da infância e da juventude, onde será aberto um procedimento que julgará a
habilitação do adotante. Haverá cadastros na comarca, no estado e nacional. A partir do cadastro é estabelecida
uma ordem cronológica dos cadastrados, sendo o deferimento da adoção feito mediante análise dessa lista de
cadastrados. Esse prévio cadastramento poderá ser dispensado quando (artigo 50, §13, do ECA):

(1) se tratar de adoção unilateral;

(2) o adotante for parente com vínculo, isto é, for membro da família extensa ou ampliada (inclusive de
colaterais, exceto os irmãos. O tutor não pode adotar enquanto não der conta de sua administração e seu
alcance, na forma do artigo 44 do ECA);

(3) adotante detentor de guarda legal (não de fato) ou tutela de criança ou adolescente com mais de 03 anos
de idade (convivência com laços de afinidade e afetividade, sem má-fé e que não tenha praticado os crimes do
artigo 237 e 238 do ECA).

#SELIGA: Ordem cronológica para adoção não tem caráter absoluto

A ordem cronológica de preferência das pessoas previamente cadastradas para adoção não tem um caráter
absoluto, devendo ceder ao princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, razão de ser de todo o
sistema de defesa erigido pelo ECA, que tem na doutrina da proteção integral sua pedra basilar. STJ. 3ª Turma.
HC 505730/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 05/05/2020

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) adota a chamada doutrina da proteção integral (art. 1º da Lei nº
8.069/90), segundo a qual deve-se observar o melhor interesse da criança. Ressalvado o risco evidente à
integridade física e psíquica, que não é a hipótese dos autos, o acolhimento institucional não representa o
melhor interesse da criança. A observância do cadastro de adotantes não é absoluta porque deve ser sopesada
com o princípio do melhor interesse da criança, fundamento de todo o sistema de proteção ao menor. O risco
de contaminação pela Covid-19 em casa de acolhimento justifica a manutenção da criança com a família
substituta. STJ. 3ª Turma. HC 572854-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 04/08/2020 (Info 676).
#TEMAQUENTE

DIREITO À SAÚDE

#IMPORTANTE: Art. 14. § 1º. É OBRIGATÓRIA A VACINAÇÃO das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias.

#APOSTACICLOS: É ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por motivo de
convicção filosófica

É CONSTITUCIONAL a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância
sanitária,

(i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou

(ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou


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(iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com base em consenso médico-
científico.

Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou
responsáveis, nem tampouco ao poder familiar. STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 1103) (Info 1003).

CONSELHO TUTELAR

RECONDUÇÃO DO CONSELHEIRO:

A Lei nº 13.824, de 2019 alterou o art. 132 do ECA, para admitir a recondução do membro do conselho tutelar
sem limitações: “em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1
(um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros,
escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos
de escolha”.

✓ Conselho Tutelar
Acerca do Conselho Tutelar a maior parte da incidência das questões cobra o conhecimento da #LEISECA. Então,
vamos revisar esse conteúdo a partir da letra da lei.

#DEOLHONALEI:

Título V

Do Conselho Tutelar

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros,
escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos
de escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
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I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar,
inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada
pela Lei nº 12.696, de 2012)

I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído
pela Lei nº 12.696, de 2012)

III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros
tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá
presunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)

Capítulo II

Das Atribuições do Conselho

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105 (situação de risco), aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;

III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os
direitos da criança ou adolescente;

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V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para
o adolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso
II, da Constituição Federal ;

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para
o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
#NOVIDADELEGISLATIVA #APOSTACICLOS Lei Henry Borel

#REVISAQUEPASSA:

CONSELHO TUTELAR
Órgão público municipal Vinculado ao orçamento do Poder Executivo municipal.
Deve sempre existir em todos os municípios.
Permanente A figura do Conselho Tutelar somente poderia ser extinta por lei federal que
alterasse o ECA.
Essa é uma autonomia técnica, ou seja, autonomia para o exercício de suas
atribuições previstas no ECA.
Autônomo
Contudo, tal autonomia não é absoluta, estando subordinado à lei, ao
cumprimento das determinações judiciais e à fiscalização do MP.
É um órgão de atribuições administrativas (executórias). Desse modo, o
Conselho Tutelar não pode:
Não jurisdicional (i) resolver conflitos de interesse (decidir sobre guarda, alimentos, visitas
etc.);
(ii) impor sanções.
Os membros do Conselho Tutelar são sempre escolhidos pela população local
por meio de eleição.
Encarregado pela
Assim, nenhuma lei municipal pode estabelecer que os Conselheiros Tutelares
sociedade
sejam escolhidos pelo Prefeito ou por qualquer outra forma que não seja
eleição com a participação da população local.
Zelar pelo cumprimento A finalidade do Conselho Tutelar é, portanto, a de fiscalizar o cumprimento
dos direitos da criança e dos direitos da criança e do adolescente, previstos no ECA e em outros
do adolescente. diplomas legais ou internacionais.

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ACESSO À JUSTIÇA #APOSTACICLOS

DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – Competência, procedimentos e recursos.

DISPOSIÇÕES GERAIS

O acesso à justiça deve ser entendido como acesso à ordem juridicamente justa. Ou seja, a possibilidade de
rápido e eficaz atendimento pelo sistema de justiça, sendo que a criança e o adolescente devem ser alvos de
cuidado e atenção especial e que o conflito seja resolvido de forma justa.

As previsões constantes do art. 141 possuem assento constitucional no art. 5º, XXXIV, a, XXXV, LXXIV e LXXVI.

#ATENÇÃO: quando o ECA trata da assistência judiciária gratuita, essa regra deve ser interpretada de forma
sistemática, visto que a assistência judiciária, tecnicamente, é apenas o auxílio técnico por advogado ou
defensor. Com efeito, a assistência jurídica é que deve ser assegurada à criança e ao adolescente, abrangendo
a isenção de custas, emolumentos e despesas processuais e o auxílio perante o poder judiciário e extrajudicial
por Defensor.

Representação e assistência

O instituto da representação e da assistência do menor de 18 anos se dá nos exatos termos já previstos no CPC
e no CC. A redação do art. 142 está em parte superada, porquanto elaborada com base no CC/1916 – nesse
ponto o artigo 142 do ECA foi derrogado pelo CC, especialmente no ponto que estabelece a assistência dos
maiores de 16 e menores de 21 anos de idade.

• Menor impúbere: menor de 16 anos representado pelos pais, tutor ou curador.

• Menor púbere: menor maior de 16 anos, assistido por seus pais, tutor ou curador.

Curador Especial

A nomeação de curador especial se dá sempre que houver colisão de interesses do menor com aquele que tem
a função de representá-lo ou assisti-lo (ex: ação de indenização por danos morais do menor contra seu
representante legal) ou quando houver falta, ainda que eventual de quem deveria exercer a representação ou
assistência – o curador especial da criança ou do adolescente será a Defensoria Pública, nos termos da LC 80/94.

Preservação da imagem

O art. 143 do ECA vem proteger o direito personalíssimo à imagem.

#DEOLHONALEI:

Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-
se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e
sobrenome.
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O desrespeito ao direito previsto no art. 143 acarreta infração administrativa prevista no art. 247 do ECA.
Dessa forma, a liberdade de imprensa fica relativizada no ECA (prevalece o princípio da condição peculiar da
pessoa em situação de desenvolvimento). Trata-se de ponderação de valores em que se cede a liberdade ampla
de imprensa frente à proteção integral da infância e juventude.

#VEMDETABELA #APOSTACICLOS

Procedimento Competência ratione loci Competência ratione materiae


Apuração de ato infracional Lugar da ação ou omissão JIJ
Domicílio dos pais ou JIJ
Adoção responsável ou local onde se
encontre o adotando
Domicílio dos pais ou JIJ (somente quando a criança ou
Guarda e tutela responsável ou local onde se adolescentes estiver em situação de
encontre o adotando, no caso risco).
de falta dos pais.
Domicílio dos pais ou JIJ (somente quando a criança ou
Perda ou suspensão do Poder responsável ou local onde se adolescentes estiver em situação de
Familiar encontre a criança ou risco)
adolescente, no caso de falta
dos pais.
Conhecer de ações e aplicar
medidas em virtude de
irregularidades em entidades Domicílio da entidade jurídica. JIJ
governamentais e não-
governamentais
Domicílio dos pais ou JIJ (somente quando a criança ou
responsável ou local onde se adolescentes estiver em situação de
Ação de alimentos encontre a criança ou risco).
adolescente, no caso de falta
dos pais.
Domicílio dos pais ou JIJ (somente quando a o
responsável ou local onde se adolescentes estiver em situação de
Emancipação encontre o adolescente, no risco).Fora desses casos, o
caso de falta dos pais. procedimento é feito em cartório,
em regra.

#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS:

A existência de relatório a recomendar a extinção de medida socioeducativa não vincula o Órgão julgador, que
pode decidir, de forma fundamentada, levando em conta outros dados do processo. STF. 1ª Turma. RHC 179441,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/05/2021.

INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA NO CONTEXTO INTERNACIONAL

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Pessoal, apesar de não haver um ponto expresso no edital de vocês sobre esse aspecto, achei interessante
manter posto que dialoga com todos os demais pontos do edital, abrindo espaço para uma cobrança ao menos
incidental.

1. Sistemas de Proteção dos Direitos Humanos da Criança:

Sistema heterogêneo: Esse sistema de proteção é composto por documentos internacionais que protegem os
direitos das crianças. Na hipótese de proteger o direito de todos os seres teremos um sistema homogêneo, que
é direcionado a proteger todos os seres humanos, inclusive a criança e o adolescente. Exemplo: declaração
universal dos direitos do homem.

Sistema heterogêneo:

a) Convenções da OIT – 1919: na época presenciava-se um crescimento industrial e essas indústrias utilizavam-
se cada vez mais da mão de obra infantil que era mais barata. Ainda hoje as convenções da OIT são muito
importantes para a tutela dos interesses das crianças trabalhadoras. Criaram 6 convenções sendo que 2 eram
direcionadas ao trabalho infantil, as quais regulavam idade mínima e horário de trabalho. Convenções foram
sendo modificadas até as condições das Convenções n.º 138 e 182 da OIT - lista TIPE – trabalhos proibidos para
menor de idade.

b) Declaração de Genebra de 1924: Carta da Liga sobre a Criança. Essa carta da liga foi o primeiro documento
amplo e genérico a tratar da criança. Esse documento não tratava apenas do aspecto do trabalho. Essa
declaração de Genebra representava uma mera recomendação, não tinha força cogente. Cuidava dos órfãos da
Primeira Guerra Mundial – Associação salve as crianças (Inglaterra).

c) Declaração dos Direitos da Criança de 1959: essa declaração foi influenciada pela Declaração Universal dos
Direitos do Homem. A partir da declaração dos direitos do homem houve um movimento de focar atenção a
determinados grupos. Houve declaração voltada às mulheres e etc. Mas foram documentos inspirados na
declaração dos direitos do homem. A declaração dos direitos da criança é influenciada por essa declaração com
uma mudança de paradigma. Foi aqui que a criança deixou, a nível internacional, de ser objeto de proteção
para tornar-se sujeito de direitos. Essa declaração continha alguns princípios, mas tratava-se de uma mera
declaração de direitos, não tinha característica da coercibilidade. Em 1979, no ano internacional da criança
iniciaram-se os trabalhos para que houvesse a elaboração de uma Convenção a partir de uma proposta da
Polônia. E O BRASIL SÓ VEIO A ADOTAR O MODELO DE MENOR COMO SUJEITO DE DIREITOS EM 1988 COM A
CF – o código de menores não as tinha como sujeitos de direitos.

d) Convenção sobre os direitos da criança da ONU (convenção de NY - 1989) Decreto 99710/1990 - A CF é


anterior à Convenção. A aprovação interna da Convenção no Brasil ocorreu após a promulgação do ECA. O ECA
é considerado a versão brasileira da convenção. Para efeitos da Convenção criança é aquela pessoa que tem
entre 0 e 18 anos de idade. A convenção não fez diferenciação entre criança e adolescente, tal como fez o
Estatuto da Criança e do Adolescente. Existem alguns estudos internos na ONU, do UNICEF que tratam do
adolescente e nesses estudos o adolescente é tratado como sendo de 10 a 19 anos. A Convenção não fala nada
de adolescente, ela trata única e exclusivamente da criança.

DIREITO ADMINISTRATIVO4

4
Por Ana Paula Prado.

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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

#TEMQUELERALEI:
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis
alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências
jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições
para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não
se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam
anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades
reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos
administrados. (Regulamento)
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos
que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma
natureza e relativas ao mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova
sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá
prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as
orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
declarem inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos
de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público,
inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e,
quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua
publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses
gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
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II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)


III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por
orientação geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis
em caso de descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da
conduta dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua
forma e, se for o caso, seu valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo
ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de
mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados,
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento)
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública,
observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Vigência)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas,
inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. (Incluído pela
Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão
ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

#SÓAFUCSALVA:

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Lei ordinária específica


(art. 37, XIX, CF).

Autoriza a criação (além


Cria (basta a lei e a pessoa da lei autorizadora, é
jurídica já está pronta para preciso o registro dos atos
o mundo jurídico. constitutivos no órgão
competente, conforme a
natureza da pessoa)

Autarquias Fundações
Empresas públicas Sociedades de
Economia mista

Segundo maioria, devem Lei complementar irá


ser incluídas nessa definir suas possíveis
hipótese as fundações finalidades;
públicas de direito público
(autarquias fundacionais).
Segundo maioria, essa é
uma fundação pública de
direito privado,
denominada fundação
governamental

ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA EM ESPÉCIE


Pessoa jurídica de direito público interno criada por lei específica, a fim de
prestar um serviço público específico. Tem autonomia administrativa, mas se
subordina a um controle finalístico.
Possuem as prerrogativas do ente federativo que as criou:
• Imunidade tributária
AUTARQUIAS
• Impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade dos bens
• Precatórios
• Execução fiscal
• Prescrição quinquenal de seus débitos

São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto daquele


dispensado às demais autarquias) e que foram criadas para exercer a
regulação de atividades econômicas em sentido amplo.
✓ A expressão “autarquia de regime especial” surge com as universidades
federais;
✓ Não há obrigatoriedade de adoção do regime especial (embora as
diversas leis instituidoras de agências reguladoras, pelo menos na esfera
AGÊNCIA federal, até hoje adotaram, para todas, a forma de autarquia sob regime
REGULADORA especial). As agências reguladoras poderiam, simplesmente, ser órgãos
(despersonalizados) especializados integrantes da estrutura da própria
administração direta.
✓ No Brasil, as Agências Reguladoras surgem num contexto de transformar
o Estado de patrimonialista para gerencial (administração gerencial).
✓ A função regulatória não surge com as agências reguladoras e nem é
exclusiva delas. Vale destacar que, muito antes das agências reguladoras,
já existiam entidades integrantes da administração indireta com
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competências regulatórias específicas como, por exemplo, o Banco do


Brasil e o CADE.
✓ Não se confundem com agências executivas, pois estas são autarquias ou
fundações que se qualificam como agência executiva por terem
celebrado um contrato de gestão com a Administração e por terem um
plano de reestruturação, de acordo com ato discricionário privativo do
Presidente da República (art. 51, Lei 9.649/98).

Pessoa jurídica criada por lei a partir de um patrimônio. Pode ter personalidade
jurídica de direito público ou privado, a depender do que for definido na lei
que a instituir. Se de direito público, goza das mesmas prerrogativas das
FUNDAÇÕES
autarquias. Criada para o desenvolvimento de atividades que não exijam
PÚBLICAS
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de
direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
Com criação autorizada por lei, tem por finalidade a prestação de um serviço
público específico ou a exploração de uma atividade econômica. Em regra, se
submetem ao regime jurídico do direito privado, porém com algumas
limitações e prerrogativas:
• Concurso Público
• Licitação para atividades meio.
• Dirigentes nomeados pelo Poder Executivo
EMPRESAS ESTATAIS
• Não se sujeitam a lei de falência.
Há dois tipos de empresa estatal:
• Empresa Pública: formada por capital exclusivamente público, mas não
necessariamente do mesmo ente. Pode adotar qualquer forma societária.
• Sociedade de Economia Mista: formada por capital público e privado,
porém o controle é exercido pelo ente público, pois detém a maioria do
capital votante. Só pode ser constituída como sociedade anônima.

PODERES ADMINISTRATIVOS

É a prerrogativa que garante ao administrador estruturar,


Poder Hierárquico
escalonar e hierarquizar os seus quadros.
O poder disciplinar é a prerrogativa reconhecida à
Administração para investigar e punir, após o
contraditório e a ampla defesa (em PAD), os agentes
Poder Disciplinar
públicos, na hipótese de infração funcional, e os demais
administrados sujeitos à disciplina especial
administrativa.
O poder normativo ou regulamentar é a prerrogativa
Poder Normativo reconhecida à Administração Pública para editar atos
administrativos gerais para fiel execução das leis.
É a prerrogativa que tem o Estado de limitar a atuação do
Poder de Polícia
particular em razão do interesse público.

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#OLHAOGANCHO:

Excesso de poder
Abuso de poder
Desvio de poder
(finalidade)

➔ O excesso de poder ocorre em casos nos quais a autoridade pública atua fora dos limites de sua
competência, ou seja, exorbita ou extrapola a competência que lhe foi atribuída, praticando atos
que não estão previamente estipulados por lei.

➔ O desvio de poder estará presente sempre que o agente do Estado praticar o ato, até mesmo dentro
dos limites da competência a ele conferida, mas visando a alcançar outra finalidade que não aquela
prevista em lei.

CICLO DE POLÍCIA:

Legislação que estabelece os limites e condicionamentos; fase


Ordem de polícia
obrigatória e indelegável
Anuência prévia da administração, quando exigida, para atividades
Consentimento de polícia
particulares (alvará); fase não obrigatória e delegável
Verificação do adequado cumprimento das ordens de polícia; fase
Fiscalização de polícia
obrigatória e delegável

Aplicação da sanção por violação da ordem ou por atividades em


Sanção de polícia desacordo com o consentimento de polícia; fase não obrigatória e
indelegável

DELEGABILIDADE DO PODER DE POLÍCIA:


O fato de a pessoa jurídica integrante da Administração Pública indireta destinatária da delegação da
atividade de polícia administrativa ser constituída sob a roupagem do regime privado não a impede de exercer
a função pública de polícia administrativa.
O regime jurídico híbrido das estatais prestadoras de serviço público em regime de monopólio é
plenamente compatível com a delegação, nos mesmos termos em que se admite a constitucionalidade do
exercício delegado de atividade de polícia por entidades de regime jurídico de direito público. Isso porque a
incidência de normas de direito público em relação àquelas entidades da Administração indireta tem o condão
de as aproximar do regime de direito público, do regime fazendário e acabar por desempenhar atividade própria
do Estado.
Por outro lado, cumpre ressaltar a única fase do ciclo de polícia que, por sua natureza, é absolutamente
indelegável: a ordem de polícia, ou seja, a função legislativa. A competência legislativa é restrita aos entes
públicos previstos na Constituição da República, sendo vedada sua delegação, fora das hipóteses expressamente
autorizadas no tecido constitucional, a pessoas jurídicas de direito privado.
Em suma, os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções podem ser delegados a
estatais que possam ter um regime jurídico próximo daquele aplicável à Fazenda Pública.

#DEOLHONANAJURIS

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Ciclos Método

O PROCON detém poder de polícia para impor multas (art. 57 do CDC) decorrentes de transgressão às regras
ditadas pela Lei n.º 8.078/90.
Assim, a sanção administrativa aplicada pelo PROCON reveste-se de legitimidade, em virtude de seu poder de
polícia (atividade administrativa de ordenação) para cominar multas relacionadas à transgressão do CDC. STJ. 1ª
Turma. AgInt no REsp 1594667/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 04/08/2016.

A atividade fiscalizatória das atividades nocivas ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse jurídico
suficiente para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado em área cuja
competência para o licenciamento seja do Município ou do Estado.
Nos termos da legislação federal de regência, a competência concorrente (rectius: competência comum) não
inibe a atuação do IBAMA, ainda mais não tendo havido a interferência de órgão ambiental local. STJ. 2ª Turma.
REsp 1560916/AL, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 06/10/2016.
A Administração pode ingressar com ação judicial pedindo que o Poder Judiciário determine a execução de
ato de poder de polícia ao particular.
Um dos atributos do poder de polícia é a autoexecutoriedade. Isso significa que a Administração Pública pode,
com os seus próprios meios, executar seus atos e decisões, sem precisar de prévia autorização judicial.
A Administração, contudo, pode, em vez de executar o próprio ato, ingressar com ação judicial pedindo que o
Poder Judiciário determine essa providência ao particular. Ex: diante de uma irregularidade grave, a
Administração Pública poderia, em tese, interditar o estabelecimento. Se ela, em vez de executar esta ordem
diretamente, ajuíza ação pedindo que o Poder Judiciário determine essa providência, tal ação não pode ser
julgada extinta por falta de interesse de agir. A autoexecutoriedade não retira da Administração Pública a
possibilidade de valer-se de decisão judicial que lhe assegure a providência fática que almeja, pois nem sempre
as medidas tomadas pelo Poder Público no exercício do poder de polícia são suficientes. STJ. 2ª Turma. REsp
1651622/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/03/2017.
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info
996).

INSTRUMENTOS AUXILIARES
Credenciamento: O primeiro é o credenciamento, que é uma forma que a administração pública tem para
chamar todos os interessados na licitação. Visa a justa competição e a escolha da proposta mais vantajosa,
portanto não pode haver limitação do credenciamento dos interessados. Então quaisquer pessoas que
preencham os requisitos necessários do credenciamento e queiram prestar serviços ou fornecer bens ao órgão
público, poderão participar da licitação.
Pré-qualificação: É um dos procedimentos que solicita a comprovação das habilidades de fornecer do licitante.
Com a pré-qualificação no início dos procedimentos poupa tempo porque, após a abertura da licitação, apenas
será necessária a habilitação jurídica, financeira e fiscal. Quando a licitação chegar ao final, o vencedor do
certame já estará apto a prestar o serviço, pois a qualificação já foi previamente apresentada e conferida pela
banca da licitação. Esse instrumento auxiliar serve para demonstrar ao órgão público que o fornecedor do bem
ou serviço tem condições de atender e satisfazer a entrega do objeto da licitação, evitando assim fraudes,
demora ou falha na entrega.
Procedimento de Manifestação de Interesse: Esse procedimento é referente à entrega de uma declaração
manifestando o interesse em participar do processo licitatório. Como o próprio nome sugere, permite que o
participante manifeste seu interesse no edital de chamamento público, através de estudos, investigações,
levantamentos e projetos de soluções inovadoras que contribuam com questões de relevância pública.

52
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Sistema de Registro de Preços: O sistema de registro de preços, já era previsto nas legislações anteriores e agora
na Nova Lei de Licitações no artigo 82. Seu objetivo é acelerar o processo licitatório e possibilitar a criação de
atas de registro de preço por licitação, através das modalidades concorrência e pregão, sendo uma ferramenta
que simplifica e otimiza os certames para a Administração Pública.
Registro Cadastral: Por fim temos o registro cadastral, que é equivalente à utilização do SICAF para todos os
órgãos e sem necessidade de registro em cada ente específico. Os órgãos e entidades da Administração Pública
deverão utilizar esse instrumento auxiliar, que estará disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas,
para ter um cadastro unificado de licitantes. Este cadastro tem como objetivo proteger a administração pública
de fraudes e frustrações na execução do contrato, pois um fornecedor que possui um bom cadastro é aquele
que já está com a documentação em dia e consequentemente, é um bom candidato a fechar um contrato.

Objetos da Lei nº 14.133/21:

Art. 2º Esta Lei aplica-se a:


I - alienação e concessão de direito real de uso de bens;
II - compra, inclusive por encomenda;
III - locação;
IV - concessão e permissão de uso de bens públicos;
V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados;
VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII - contratações de tecnologia da informação e de comunicação.

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI DE LICITAÇÕES


Concessão e permissão de serviços públicos (Lei 8.987/95)
Parcerias público-privadas (Lei 11.079/04)
Serviços públicos de agências de publicidade e propaganda (Lei 12.232/10)

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS


Verticalidade: desequilíbrio contratual em favor da Administração, em razão das cláusulas exorbitantes;
Regime predominantemente de direito público: aplica-se, supletivamente, as normas de direito privado (art.
89);
Formalismo moderado: formais, escritos e públicos.
Bilateralidade: depende da manifestação de vontade de contratante e contratado;
Comutatividade: as obrigações das partes são equivalentes e previamente estabelecidas;
Pessoalidade (intuitu personae): em regra, os contratos administrativos são pessoais, ou seja, a execução deve
ser levada a termo pela mesma pessoa (física ou jurídica) que se obrigou perante a Administração. EXCEÇÃO:
subcontratação (art. 122);
Instabilidade ou mutabilidade: a Administração pode alterar unilateralmente as cláusulas contratuais, de
acordo com o interesse público.

CLÁUSULAS EXORBITANTES

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São prerrogativas legalmente constituídas em favor da Administração Pública, que sujeitam o contratado a
um desequilíbrio entre as partes do contrato administrativo, em nome do interesse público.
Modificação unilateral dos contratos, para melhor adequação às finalidades de
Alteração unilateral
interesse público, respeitados os direitos do contratado.
Rescisão unilateral Direito de extinguir os contratos, nos casos especificados na nova Lei.
Fiscalização Poder-dever de fiscalizar a correta execução dos contratos.
A Administração pode aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou
Aplicação de sanções
parcial do ajuste.
Direito de ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de:
Ocupação provisória a) risco à prestação de serviços essenciais;
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, inclusive após extinção do contrato.

PRINCÍPIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS


a) Dever de prestação pelo Estado: o Estado é o responsável por promover a prestação do serviço público, ainda
que não faça diretamente (elemento subjetivo). Assim a titularidade é do Estado, mas a execução pode ser
delegada ao particular.
b) Da atualidade / adaptabilidade: os serviços públicos devem ser prestados dentro da modernidade das
técnicas (bem como do equipamento e das instalações e sua conservação, e ainda a melhoria e expansão do
serviço), mas sempre dentro dos limites do possível, observando o princípio da reserva do possível. Assim, o
Poder Público deve primar pela melhor técnica, mas obedecendo as possibilidades orçamentárias para tanto.
c) Universalidade / Generalidade: o serviço público deve ser prestado à maior quantidade de pessoas possível.
Assim, não se pode prestar serviço público direcionado a determinada parcela da população, mas sim a todos
ou maior quantidade de pessoas possível. Exige, também, que os serviços públicos devem ser prestados com a
mesma qualidade técnica para todos os usuários. Por fim, esse princípio decorre do princípio da isonomia e, por
isso, não se admite que um transporte público coletivo disponha aos usuários tipos de ônibus diferentes e com
eficiência distinta em todos os pontos de atendimento.
d) Modicidade das tarifas: serve para instrumentalizar o princípio da universalidade. Caso ele não existisse não
haveria acessibilidade ao serviço, mas sim um direcionamento do serviço a determinadas camadas da
população. De acordo com ele as tarifas devem ser módicas, mas dentro dos limites do possível (critério de
preço razoável). E ainda, a modicidade da tarifa pode ser estabelecida como um dos critérios para escolha na
licitação. #SELIGA
e) Cortesia: diz respeito ao trato com o usuário (a urbanidade no tratamento). Trata-se, em verdade, da
educação na prestação do serviço público, de forma a fazer com que o usuário se sinta prestigiado. Atente para
o fato de que o serviço cortês não se confunde com o serviço gratuito.
f) Isonomia: garante que ninguém será mais ou menos beneficiado na prestação do serviço. Ele também
abrange o respeito à isonomia material, como no caso do sistema de cotas para acesso ao serviço público de
educação.
g) Continuidade: reflete a ideia de prestação de serviço público de forma ininterrupta. Todavia, a continuidade
não é absoluta, visto que existem hipóteses legais de paralisação do serviço público, como o exercício do direito
de greve, a exceção do contrato não cumprido, a ocupação temporária de bens e reversão, a interrupção do
serviço em razão de causas de ordem técnica e/ou segurança das instalações ou por falta de pagamento do
usuário (estes dois estão no artigo 6º, par. 3º, II da Lei 8987/95, que exige o prévio aviso quando houver
inadimplemento pelo usuário e por razões de ordem técnica ou de segurança, mas não exige tal aviso prévio
quando houver emergência).

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#SELIGA: Não há descontinuidade em situações de emergência; por ordem técnica ou de segurança ou


inadimplemento (mediante aviso prévio).
Art. 6º, § 4º, Lei 8.987/95: A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º (INADIMPLEMENTO
DO USUÁRIO) deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou
no dia anterior a feriado. (Incluído pela Lei nº 14.015, de 2020)

CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


A delegação de sua prestação, feita pelo poder A delegação, a título precário, mediante licitação,
concedente, mediante licitação, na modalidade da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa concedente à pessoa física ou jurídica que
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre demonstre capacidade para seu desempenho, por
capacidade para seu desempenho, por sua conta e sua conta e risco.
risco e por prazo determinado; (Redação dada pela
Lei nº 14.133, de 2021)

RESPONSABILIDADE CIVIL

EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO BRASILEIRO


Irresponsabilidade – “The king can do no wrong” – O Rei não erra!
Teoria da responsabilidade com culpa (doutrina civilista da culpa): tenta equiparar o Estado ao particular,
admitindo a responsabilização nas mesmas hipóteses em que estes teriam reconhecida a obrigação de reparar
o dano.
Teoria da culpa administrativa: procura desvincular a responsabilidade do Estado da ideia de culpa do
funcionário; é a chamada culpa Anônima do serviço público (porque não é necessária a individualização do
agente público responsável pela omissão).
Teoria do risco administrativo (REGRA NO BRASIL): dispensa a demonstração de elemento subjetivo, mas
admite hipóteses de exclusão de responsabilidade - RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Teoria do risco integral – também adota a teoria da responsabilidade objetiva e NÃO admite excludentes de
responsabilidade.

Hipóteses de Risco Integral no ordenamento brasileiro, segundo a doutrina majoritária:

Responsabilidade civil por danos nucleares (art. 21, XXIII, “d”, da CF/88)
Responsabilidade civil por danos ambientais (art. 225, §3º)
Responsabilidade civil da União perante terceiros no caso de atentado terrorista, ato de guerra ou eventos
correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte
aéreo, excluídas as empresas de táxi aéreo (Lei. n. 10.744/2003)

#TABELINHA para gravar

Sujeito passivo do ato de improbidade – art. 1º, § 5º


Executivo Violam a probidade:
Poder
Legislativo - Na organização do Estado

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Judiciário -No exercício de suas funções


-Na integridade do
União patrimônio público e
Adm. Pública Direta Estados / DF social

Municípios
Autarquias
Adm. Pública Indireta Fundações
Associações/Consórcios
Sujeito passivo do ato de improbidade – art. 1º, § 6º

Atos de improbidade
Entidade privada que receba subvenção, benefício ou
praticados contra o
incentivo, fiscal ou creditício
patrimônio

Sujeito passivo do ato de improbidade – art. 1º, § 7º

Atos de improbidade
praticados contra o
patrimônio, limitado o
Entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja
ressarcimento de
concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita
prejuízos, nesse caso, à
atual
repercussão do ilícito
sobre a contribuição dos
cofres públicos.

Antes da Lei 14.230/21 Após a Lei 14.230/21


Art. 9º = atos que importam em enriquecimento Art. 9º = atos que importam em enriquecimento
ilícito ilícito
Art. 10 = Atos que causam prejuízo ao erário Art. 10 = Atos que causam prejuízo ao erário
Art. 10-A = Atos decorrentes de concessão ou Art. 11 = Atos que atentam contra os princípios da
aplicação indevida de benefício financeiro ou Administração Pública
tributário (inserido pela LC 157/2016) #OBS: O art. 10-A foi revogado, e o ato ali passou a
Art. 11 = Atos que atentam contra os princípios da estar disposto no inciso XXII do art. 10.
Administração Pública

SANÇÕES PREVISTAS PARA CADA MODALIDADE DE IMPROBIDADE:

Enriquecimento ilícito Lesão ao erário Violação dos princípios


(art. 9º c/c art. 12, I) (art. 10 c/c art. 12, II) (art. 11 c/c art. 12, III)

Suspensão dos direitos


Até 14 anos Até 12 anos Não se aplica
políticos

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Perda da função pública Aplicável Aplicável Não se aplica


Perda dos bens ou
Aplicável se concorrer
valores acrescidos Aplicável Não se aplica
esta circunstância
ilicitamente
Equivalente ao valor do Até 24 vezes o valor da
Equivalente ao valor do
Multa Civil acréscimo remuneração do
dano
patrimonial agente
Proibição de contratar
Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos
com o poder público

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL


Conceito:
O acordo de não persecução cível é um negócio jurídico firmado entre o Ministério Público e o suposto
autor do ato de improbidade administrativa.
Partes:
MP (ou entes públicos que tenham sofrido prejuízos em razão de atos de improbidade, ADIs 4072 e 4073)
propõe ao investigado ou demandando.
Momentos:
a) no curso da investigação de apuração do ilícito;
b) no curso da ação de improbidade; ou
c) no momento da execução da sentença condenatória.
Requisitos (cumulativos):
1) a oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação;
2) aprovação, no prazo de até 60 dias, pelo órgão do Ministério Público competente para apreciar as
promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação;
3) homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação
de improbidade administrativa.
#SELIGA: É possível acordo de não persecução cível no âmbito da ação de improbidade administrativa em
fase recursal. STJ. 1ª Turma. Acordo no AREsp 1314581/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
23/02/2021 (Info 686).
Resultados:
1) ressarcimento integral do dano;
2) reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados.

Em caso de descumprimento do acordo, o investigado ou o demandado ficará impedido de celebrar novo


acordo pelo prazo de 5 anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do efetivo
descumprimento (§ 7º do art. 17-B).

#SELIGANATABELA:

TIPO DE CONTROLE CARACTERÍSTICAS


Controle interno É próprio Administração Pública, como dever-poder de autotutela, abrange
legalidade e mérito, atua sob as formas de fiscalização hierárquica, supervisão
ministerial e recursos administrativos.
Controle externo Poderes Legislativo e Judiciário sobre a Administração Pública, abrange o
controle da legalidade, legitimidade e economicidade (mérito), tendo
dimensão política e financeira
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ESPÉCIES DE CONTROLE
CRITÉRIOS TIPOS DE CONTROLE
Autocontrole: realizado pela próprio Poder Executivo
Controle Externo: exercido pelo Poder Judiciário, Legislativo e
Quanto ao órgão Tribunais de Contas.
responsável por sua efetivação Controle Social: implementado pela sociedade civil, por meio da
participação nos processos de planejamento, acompanhamento,
monitoramento e avaliação das ações da gestão pública e na execução
das políticas públicas. Ex. participação em audiência pública.
Controle prévio: exercido antes da publicação do ato
Quanto ao momento do administrativo.
controle* Controle posterior: implementado sobre o ato administrativo
existente.
Controle de Legalidade: verificação, no âmbito interno ou externo,
da compatibilidade formal do ato com a legislação infraconstitucional
Quanto ao parâmetro do e com o ordenamento jurídico como um todo – respeito à lei e ao
controle sobre a atuação direito (princípio da juridicidade).
administrativa** Controle de Mérito: avaliação da conveniência e oportunidade
relativas ao motivo e ao objeto, que ensejaram a edição do ato
administrativo discricionário.

#SÓAFUCSALVA:

CONTROLE ADMINISTRATIVO
Conceito É a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para fiscalizar e
corrigir, a partir dos critérios de legalidade ou de mérito, a sua própria
atuação.
Fundamentos Decorre do poder de AUTOTUTELA que permite à Administração Pública
rever os próprios atos quando ilegais, inoportunos ou inconvenientes
(hierarquia).
Tutela Administrativa É o controle exercido pela Administração Direta sobre os atos praticados
pelas entidades que integram a Administração Indireta que, em âmbito
federal, denomina-se SUPERVISÃO MINISTERIAL (arts. 19 a 29 do Decreto-
lei 200/1967).
Em virtude da autonomia das entidades administrativas, a tutela somente
será permitida quando houver previsão legal expressa. A relação entre o
controlador e o controlado é de mera vinculação, e não de subordinação.
Ex.: controle exercido pelo Ministério sobre os atos de determinada
autarquia.
Trata-se de controle interno-externo: interno em relação ao Poder
controlador (no exemplo, o próprio Poder Executivo controla os seus atos)
e externo quanto à pessoa jurídica responsável pelo controle (no exemplo,
a União, por meio de seus Ministérios, controla, sob o aspecto finalístico, os
atos das pessoas jurídicas federais).

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Autotutela É o controle administrativo interno, exercido por determinada entidade


administrativa sobre seus próprios órgãos. Nesse caso, o controle é
justificado pela HIERARQUIA ADMINISTRATIVA inerente à estruturação
interna das pessoas administrativas e, por essa razão, independe de
previsão legal.
A Administração Pública deve anular seus próprios atos, quando constatada
a ilegalidade, e pode revogá-los por razões de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos (art. 53 da Lei 9.784/1999 e Súmulas 346
e 473 do STF).
Meios de controle O controle administrativo é exercido, em regra, por meio de processos
administrativos, instaurados de ofício ou a requerimento do interessado.
Em razão do DIREITO constitucional de PETIÇÃO (art. 5.º, XXXIV, “a”, da
CRFB), qualquer pessoa tem o direito de peticionar ao Poder Público,
independentemente do pagamento de taxas, em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder.
No âmbito do direito de petição, inserem-se os recursos administrativos.
Recurso administrativo É o meio formal de impugnação das decisões administrativas. Divide-se em:
recurso hierárquico próprio, recurso hierárquico impróprio, pedido de
reconsideração, revisão.
Coisa Julgada Significa que a decisão se tornou irretratável pela própria administração. A
Administrativa coisa julgada administrativa é relativa, pois a decisão administrativa poderá
ser modificada ou desfeita pelo Poder Judiciário.

DIREITO AMBIENTAL

#TABELALOVERS:
COMPETÊNCIAS NO ÂMBITO AMBIENTAL

a) Exclusiva União
I – MATERIAL
b) Comum, cumulativa ou paralela (art. 23) União, Estados e DF

a) Privativa (art. 22) União

b) Concorrente (art. 24) União, Estados e DF


II – LEGISLATIVA
c) Suplementar (art. 24, §2º) Estados

d) Exclusiva (art. 25, §§1º e 2º) Estados

ESPÉCIES DE MEIO AMBIENTE


Formado pelos elementos da natureza com ou sem vida, que existem independentemente da
NATURAL
ação do homem.
CULTURAL Composto pelas criações tangíveis e intangíveis do homem sobre os elementos naturais.
ARTIFICIAL Formado por bens fruto de criação humana, mas que não integrem o patrimônio cultural.

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Ocorre com o cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho pelas empresas,
LABORAL
proporcionando ao obreiro condições dignas e seguras.

#SELIGANOSCONCEITOS
DEGRADAÇÃO DA
QUALIDADE Alteração adversa das características do meio ambiente;
AMBIENTAL
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
POLUIÇÃO
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
Pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
POLUIDOR
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
RECURSOS AMBIENTAIS
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.

PRINCÍPIOS DA PNMA
• Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
• Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
• Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
• Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
• Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
• Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos
recursos ambientais;
• Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
• Recuperação de áreas degradadas;
• Proteção de áreas ameaçadas de degradação;

OBJETIVOS DA PNMA
• Compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico;
• Definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico,
atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
• Estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo
de recursos ambientais;
• Desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais;
• Difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais
e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do
equilíbrio ecológico;
• Preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade

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permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;


• Imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e,
ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
• Proteção de áreas ameaçadas de degradação;

Ainda sobre o Sistema Nacional do Meio Ambiente, importante destacar que ele é formado por órgãos e
entidades dos entes federados:
ÓRGÃOS E ENTIDADES DA PNMA
O Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na
Órgão Superior formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente
e os recursos ambientais.
o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar,
Órgão estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para
Consultivo e o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência,
Deliberativo sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (Ministério do Meio
Ambiente), com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como
Órgão Central
órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente;
O IBAMA e o Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a
Órgãos
política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com
Executores
as respectivas competências
Órgãos Os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e
Seccionais pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;
Os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
Órgãos Locais
atividades, nas suas respectivas jurisdições;

INSTRUMENTOS DA PNMA
Objetivo: regulamentar o uso e a ocupação do solo. Pretende a
ZONEAMENTO AMBIENTAL
divisão das áreas econômicas das áreas de proteção ambiental.
É gênero, englobando estudos específicos como: EPIA/RIMA; RAP
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
(relatório ambiental preliminar); Relatório de viabilidade
AMBIENTAIS
ambiental (RVA); EIV (estudo de impacto de vizinhança).
Instrumento de controle do Poder Público de atividades que
LICENCIAMENTO utilizam recursos ambientais; Revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras.
Áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e
CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS
reservas extrativistas. Previsto na Lei nº 9.985/00 (SNUC) –
ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
norma específica.
SISTEMA NACIONAL DE
Conhecido como SINIMA. Base de dados de âmbito federal previsto
INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO
no art. 11, II e III do Decreto nº 99.274/90.
AMBIENTE
Previsto no art. 17, I da Lei nº 6.938/81. Para profissionais que se
dedicam a estudos ambientais, à consultoria ou venda de
CADASTRO TÉCNICO
equipamentos de controle ambiental. Renovação a cada dois
anos – este cadastro é mantido pelo IBAMA. Taxa de controle e
61
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fiscalização ambiental (art. 17-B da Lei nº 6.938/81).


As PENALIDADES disciplinares ou compensatórias não cumprimento
das medidas necessárias à preservação ou correção da
PENALIDADES
degradação ambiental. Instrumento de repressão às condutas
consideradas lesivas ao meio ambiente.
A garantia da prestação de INFORMAÇÕES relativas ao Meio
Ambiente está relacionada ao princípio da informação
INFORMAÇÃO ambiental. Direito de acesso às informações (art. 5º, inc XXXIII
CF). Lei nº 10.650/03 (art. 2º) - garante o acesso a estudos, dados
e informações ambientais.
a) CONCESSÃO FLORESTAL: previsto na Lei nº 11.284/06
(exploração de florestas públicas) – concede uma floresta pública
através de licitação para explorar os produtos e serviços
florestais.
b) SERVIDÃO AMBIENTAL: previsto no art. 9-A, 9-B e 9-C – consiste
INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
na renúncia espontânea à utilização de recursos ambientais de
sua propriedade; esta renúncia pode ser parcial ou total;
vantagem: isenção de ITR, CRA (cota de reserva ambiental) em
bolsa de valores.
c) SEGURO AMBIENTAL: não está regulamentado.

CARACTERISTICAS DA SERVIDÃO AMBIENTAL

❖ Instituída pelo proprietário ou possuidor, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas.
❖ Por meio de instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão
ambiental
❖ Constitui-se como limitação de uso total ou parcial da propriedade para preservar, conservar ou
recuperar os recursos ambientais existentes.
❖ Área mínima = a restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve
ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.
❖ Pode ser gratuita ou onerosa.
❖ Averbação na matrícula do imóvel no registro de imóveis competente: o instrumento ou termo de
instituição da servidão ambiental; e o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão
ambiental.
❖ Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão ambiental deve ser averbada na matrícula
de todos os imóveis envolvidos.
❖ É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos
casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites
do imóvel.
❖ A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima
exigida.
❖ Prazo mínimo de 15 (quinze) anos.
❖ O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por
prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro proprietário ou de entidade pública
ou privada que tenha a conservação ambiental como fim social.

62
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

CLASSIFICAÇÃO DO DANO AMBIENTAL

É aquele em que um ou alguns dos componentes naturais do


Dano Ecológico Puro
ecossistema é atingido de forma intensa;

Abrange todos os componentes do meio ambiente, inclusive


Dano Ecológico Lato
o patrimônio cultural, protegendo-se, pois, o meio ambiente
Quanto à Sensu
e todos os seus componentes, numa concepção unitária;
amplitude do bem
protegido Atinge pessoas individualmente consideradas e incide sobre
interesses próprios do lesado, pois o dano patrimonial ou
Dano individual
extrapatrimonial sofrido por uma pessoa, ou a doença
ambiental ou reflexo
contraída, inclusive a morte, podem decorrer de degradação
ambiental.

Diz respeito a interesses próprios, tanto os individuais


Dano ambiental de
quanto os individuais homogêneos. O interesse que sofreu
reparabilidade direta
lesão será indenizado diretamente;

Quanto à
Relaciona-se aos interesses difusos, coletivos e,
Reparabilidade
eventualmente, individuais de dimensão coletiva. A
Dano ambiental de reparação é dirigida preferencialmente ao bem ambiental
reparabilidade de interesse coletivo, considerando-se a capacidade
indireta funcional ecológica e a de aproveitamento humano do meio
ambiente. Não objetiva, pois, ressarcir interesses próprios e
pessoais.

Dano patrimonial
Incide sobre os bens materiais. Trata-se do dano material.
ambiental

Considerando à É o dano moral ocasionado à sociedade e/ou decorrente de


extensão do dano Dano lesão ao meio ambiente. Abrange o dano ambiental
extrapatrimonial extrapatrimonial coletivo (quando atingido o macrobem
ambiental ambiental) e o dano ambiental extrapatrimonial reflexo, a
título individual (quando se referir ao microbem ambiental).

Dano ambiental de
Interesses À coletividade interessa preservar o macrobem ambiental
interesse da
objetivados para as presentes e futuras gerações;
coletividade

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Aquele que se reflete no interesse particular da pessoa,


Dano ambiental de
inclusive o de defender o macrobem, tutelado via ação
interesse individual
popular.

Unidades de Proteção Integral


Os ecossistemas deverão ser mantidos livres de alterações, admitindo-se, em regra, apenas o uso indireto
dos seus atributos naturais.
Visa a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas, sendo de
Estação Ecológica
propriedade pública, proibida visitação, exceto para fins educacionais.
Visa a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus
limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se
as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo
Reserva Biológica
necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e
os processos ecológicos naturais. É de propriedade pública, proibida visitação pública,
exceto para fins educacionais.
Propriedade pública visa a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o
Parque Nacional desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação
em contato com a natureza e de turismo ecológico. Será chamado de parque
estadual, distrital ou municipal, se instituídos por esses entes.
Monumento Visa preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Admitida a
Natural visitação pública, podendo ser propriedade pública ou privada, se compatível.
Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a
Refúgio da Vida existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna
Silvestre residente ou migratória. Pode ser pública ou particular, se compatível, admitidas
a visitação pública e as pesquisas científicas, se autorizadas
Unidades de Uso Sustentável

Será permitida a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de
forma socialmente justa e economicamente viável.
Área pública ou privada, em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana,
dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
Área de Proteção
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e
Ambiental
visa proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Área pública ou privada, em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma
Área de Relevante ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga
Interesse exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas
Ecológico naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas,
de modo a compatibilizá-lo com a conservação da natureza

Área pública com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem


Floresta Nacional
como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a

64
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de


florestas nativas.

Área pública, utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência


baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e
na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger
Reserva Extrativista os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos
recursos naturais da unidade. Essa área é concedida pelo Poder Público, via
contrato. É permitida a visitação pública e a pesquisa, sendo proibidas a exploração
de recursos minerais e a caça.
Uma área natural pública com populações animais de espécies nativas, terrestres ou
aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos
Reserva de Fauna1
sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. É permitida a
visitação pública, sendo proibida a caça.
Área natural pública que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em
sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo
Reserva de
de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um
Desenvolvimento
papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade
Sustentável
biológica. Permitidas a visitação e pesquisa. Essas populações tradicionais terão o
direito ao uso concedido pelo Poder Público através de contrato.

Reserva Particular
Área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade
do Patrimônio
biológica, sendo apenas permitidas a pesquisa e a visitação.
Natural

INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS


Planos de Recursos Hídricos São os verdadeiros “planos diretores” das bacias
hidrográficas (arts. 6º, 7º e 8º da Lei n. 9.433/97).
Enquadramento dos corpos de água em classes, Visa a assegurar às águas qualidade compatível com
segundo os usos preponderantes da água os usos mais exigentes a que forem destinadas,
diminuir os custos de combate à poluição das
águas, mediante ações preventivas permanentes
(arts. 9º e 10 da Lei n. 9.433/97).
Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos Compete à União definir os critérios de outorga dos
direitos de uso de recursos hídricos (art. 21, XIX,
da CF); a outorga depende da intervenção do
Poder Executivo federal (art. 29, II, da Lei n.
9.433/97) e dos Poderes Executivos estaduais e
do Distrito
Federal (art. 30, I, da Lei n. 9.433/97).
Cobrança pelo uso de recursos hídricos Objetiva reconhecer a água como bem econômico e
dar ao usuário uma indicação de seu real valor,
incentivar a racionalização do uso da água e
obter recursos financeiros para o financiamento
dos programas e intervenções contemplados nos

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

planos de recursos hídricos (arts. 19, 20, 21 e 22


da Lei n. 9.433/97).
Compensação a municípios O art. 24 foi vetado pelo Presidente da República.
Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos Sistema de coleta, tratamento, armazenamento e
recuperação de informações sobre recursos
hídricos e fatores intervenientes em sua gestão
(arts. 25, 26 e 27 da Lei n. 9.433/97).

JURISPRUDÊNCIA TJSP – CÂMARA RESERVADA AO MEIO AMBIENTE

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Jurucê. Fazenda Santo Antônio. AIA nº 206.771 de 15-7-2007. Provocar incêndio em 0,83
ha de mata. Resolução SMA nº 37/05, art. 45. Danos ambientais. Indenização. – 1. Queima controlada. Código
Florestal. A queima controlada tinha previsão no art. 27 da LF nº 4.771/65 e permanece sendo admitida pelo
art. 38 da LF nº 12.651/12, bem como pela LE 10.547/00. Embora nociva ao meio ambiente, trata-se de
atividade lícita quando autorizada pelos órgãos ambientais competentes e executada nos estritos limites da
autorização. – 2. Indenização. Descabe condenar os réus no pagamento de indenização fundada no art. 14,
§ 1º da LF nº 6.938/81 se a atividade é lícita e foi autorizada pelo órgão ambiental, sem contradita do
Ministério Público. No mais, a sociedade empresária autuada não é parte nesta ação civil pública, a mata
atingida pelas chamas não estava situada em área especialmente protegida e o decurso de quase duas
décadas desde então sugere a inexistência de vestígio dos danos descritos na inicial e a recuperação do meio
ambiente. – Improcedência. Recurso do Ministério Público desprovido. (TJSP; Apelação Cível 0000487-
60.2011.8.26.0300; Relator (a): Torres de Carvalho; Órgão Julgador: 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente;
Foro de Jardinópolis - 2ª Vara; Data do Julgamento: 03/03/2023; Data de Registro: 03/03/2023)
LICENCIAMENTO AMBIENTAL. Mandado de segurança. LE nº 997/76. DE nº 8.468/79, 47.297/02, 62.973/17 e
64.512/19. Valor cobrado. Base de cálculo. Natureza. IAC nº 1000068-70.2020. – 1. Licenciamento. Área
integral. O licenciamento ambiental incide sobre a fonte de poluição (LE nº 997/76, art. 5º), assim sempre foi
feito pelo órgão ambiental na vigência do DE nº 8.468/76 e até mesmo após a revogação pelo DE nº
47.397/02, que não trouxe a definição de 'área integral' para efeitos de licenciamento; e nem havia
necessidade, pois o licenciamento é da "atividade, sistema, processo, operação, maquinaria, equipamento
ou dispositivo, móvel ou não, previsto no Regulamento desta lei" (LE nº 997/76, art. 5º, § 1º). Foge à
razoabilidade a consideração de área desvinculada do empreendimento que se quer licenciar para cálculo do
preço do licenciamento, como era feito à época do DE nº 62.793/17. A edição do DE nº 64.512/19 solucionou
essa controvérsia, pois a área do terreno da empresa não ocupada pela atividade e que não abriga qualquer
fonte de poluição deixou de ser computada para o cálculo do preço do licenciamento ambiental. – 2.
Licenciamento ambiental. IAC. A questão discutida foi apreciada pelo Grupo Especial de Câmaras de Direito
Ambiental em Assunção de Competência nº 1000068-70.2020, 3-2-2021 e 2-9-2022, Rel. Torres de Carvalho
que, por maioria, negou provimento ao recurso da impetrante, manteve a sentença que denegou a segurança
e fixou a seguinte tese: "O valor cobrado pela CETESB para o licenciamento ambiental possui natureza jurídica
de preço público e a sua base de cálculo pode ser disciplinada por decreto. A definição da área integral
constante do art. 73-C do DE nº 64.512/19 é válida e não extrapola a LE nº 997/76. Não cabe ao Poder
Judiciário adentrar a discussão da fórmula do cálculo em si e, em especial, dos fatores de complexidade
definidos pela CETESB, substituindo o critério de apuração do preço por outro ou invalidando os coeficientes
e fatores indicados pela agência ambiental". A decisão proferida em Assunção de Competência é de
observância obrigatória (art. 927, III do CPC), bem como vincula todos os juízes e órgãos fracionários (art.
947, § 2º do CPC). – Segurança concedida. Recursos oficial e da CETESB providos.
AÇÃO AMBIENTAL. Hortolândia. Aterro Taquara Branca. Depósito irregular de resíduos domiciliares e industriais.
LF nº 6.938/41, art. 14, § 1º. Responsabilidade. Recuperação e conservação. Exclusão de litisconsorte. – A
relação processual se estabelece entre o autor e os réus, mas não entre os réus; cada um responde segundo
a própria responsabilidade e a solidariedade implica em que o autor pode exigir de cada um deles a prestação
66
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

toda, respeitado apenas o limite imposto na sentença. Não há relação processual entre os corréus e a
exclusão de um deles não beneficia nem prejudica os demais, que resolverão o direito que possam ter entre
si em ação própria. Não cabe ao réu defender interesse de terceiro (do Município?). O pedido se aproxima
perigosamente da falta de interesse recursal ou mesmo do descabimento do agravo, ante a inexistência de
dano ou perigo de dano a justificar a vinda imediata ao tribunal. – Agravo desprovido. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2026709-38.2023.8.26.0000; Relator (a): Torres de Carvalho; Órgão Julgador: 1ª Câmara
Reservada ao Meio Ambiente; Foro de Hortolândia - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/03/2023; Data de
Registro: 03/03/2023)
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Ação ambiental. Ubatuba. Área de Preservação Permanente. Dano Ambiental.
Demolição. Recuperação. Executados não encontrados. Cumprimento das obrigações. Pedido de intimação
do município. Terceiro que não integrou a lide. – 1. Responsabilidade solidária e subsidiária. No REsp nº
1.071.741/SP, 2ª Turma, 24-3-2009, Rel. Herman Benjamin, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que, nas
ações que versam sobre danos ambientais, a responsabilidade da administração é solidária e ilimitada em
caso de omissão do dever-poder de controle e fiscalização, sendo a sua execução de natureza subsidiária.
Conforme o julgado, há necessidade de título executivo judicial que reconheça a responsabilidade solidária;
e no caso, o município é terceiro que não integrou a lide. A obrigação de reparação do meio ambiente é
'propter rem' e é exigível do réu enquanto figurar como possuidor e responsável pelo imóvel, podendo ser
direcionada eventualmente ao sucessor na posse ou ao proprietário do imóvel. – 2. Cumprimento da
obrigação de fazer por terceiro. A obrigação de fazer pode ser cumprida por terceiro, pessoa de direito
público ou privado, a expensas do devedor, com o adiantamento das despesas pelo exequente (art. 817 do
CPC/2015 e art. 634, 'caput', CPC/1973). Há peculiaridade a ser vista. O art. 817 visa ao cumprimento da
obrigação por terceiro não obrigado ao cumprimento, sem relação direta ou indireta com a obrigação, que
por isso não pode onerado com o custeio do cumprimento. A administração, no entanto, cumpre a obrigação
por estar a ela vinculada de duas formas: uma, porque é também seu o dever de fiscalizar e recompor o
ambiente degradado, não se podendo tê-la como alheia à obrigação; outra, porque a administração é
vinculada ao juiz por um dever de cooperação, partes que são de um mesmo complexo de atendimento às
necessidades sociais. Esta peculiaridade, o dever próprio da administração nessas duas vertentes, dispensa
o prévio adiantamento do custeio da recomposição – que não parece anormalmente oneroso, a ser depois
recuperado do réu, em regresso. É nesses termos que aplico ao caso os art. 536, § 1º e 817 do CPC. – 3.
Município. Intimação. As tentativas de intimação dos executados para cumprimento das obrigações restaram
infrutíferas, havendo dúvidas inclusive sobre quem ocupa atualmente o imóvel. Ainda, durante o inquérito
civil, a área foi vistoriada por órgãos da Prefeitura Municipal de Ubatuba, que informou que a área se situa
em área congelada nos termos da LM nº 2.710/05, para posterior regularização fundiária. O contexto indica
tratar-se de ocupação irregular, que já é objeto de fiscalização pela municipalidade. É o caso de intimar a
Prefeitura na qualidade de terceira, na forma do art. 817 do CPC, que melhor conduzirá o cumprimento das
obrigações e a questão habitacional que permeia a lide. – Agravo provido. (TJSP; Agravo de Instrumento
2264379-63.2022.8.26.0000; Relator (a): Torres de Carvalho; Órgão Julgador: 1ª Câmara Reservada ao Meio
Ambiente; Foro de Ubatuba - 3ª Vara; Data do Julgamento: 03/03/2023; Data de Registro: 03/03/2023)
DEMOLITÓRIA. Taubaté. Construção em área de preservação permanente de curso d'água. Faixa não edificável.
Processo erosivo. Risco de desmoronamento. – 1. Imóvel. Área de preservação permanente. O imóvel objeto
dos autos foi edificado em 1988, quando já alterada a redação do art. 2º, 'a', 'I' da LF nº 4.771/65, que
estabelecia como área de preservação permanente a vegetação natural situada ao longo dos rios ou de
qualquer curso d'água, na extensão de 30 metros, e teve o Alvará de Conservação, equivalente ao 'habite-
se', emitido pela Prefeitura Municipal em 27-5-1991. Os documentos juntados e a prova pericial não
informam qual era a situação do imóvel e do curso d'água à época da emissão do Alvará de Conservação. Ao
que tudo indica, o corpo hídrico foi desconsiderado durante a regularização; a construção foi mantida; e a
margem esquerda do curso d'água, por erosão, vem se aproximando da residência da ré. – 2. Mata ciliar.
Área de preservação permanente. Função. Nos termos do inciso II do art. 1º da LF nº 4.771/65 e do art. 3º, II
da LF nº 12.651/12, a área de preservação permanente, coberta ou não por vegetação nativa, tem a função
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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo


gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. O alvará de
conservação cuidou da regularização urbanística, desconsiderando e não suprimindo a necessária adequação
ambiental. – 3. Demolição. As duas causas de pedir foram demonstradas. A perícia indica que a casa da ré
localiza-se após curva do atual ribeirão; a corrente das águas está direcionada para a curva atrás da qual se
encontra uma árvore, e logo após para a residência da requerida; há erosão em curso que, não detida,
implicam em instabilidade de área e risco à construção. A casa está toda inserida na área protegida, que deve
ser recomposta e recuperadas. Por ambas as razões a demolição foi bem determinada pelo juiz. –
Procedência. Recurso da ré desprovido.
(TJSP; Apelação Cível 1013666-87.2021.8.26.0625; Relator (a): Torres de Carvalho; Órgão Julgador: 1ª
Câmara Reservada ao Meio Ambiente; Foro de Taubaté - Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento:
09/02/2023; Data de Registro: 12/02/2023)

DIREITO DO CONSUMIDOR5

Faz-se necessário uma leitura do rol contido no artigo 60 do CDC:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos
e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de
escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em
razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica
aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;

IX - (Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

5
Por Carolina Byrro.

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

#NOVIDADESLEGISLATIVAS #APOSTACICLOS:

XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação financeira e de prevenção e tratamento de


situações de superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, por meio
da revisão e da repactuação da dívida, entre outras medidas;
XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regulamentação, na repactuação de dívidas e na
concessão de crédito;
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de medida, tal como por quilo, por litro, por
metro ou por outra unidade, conforme o caso.

Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com
deficiência, observado o disposto em regulamento.

#APOSTACICLOS

Caso adaptado: Priscila e sua mãe Regina fizeram uma viagem internacional. Priscila tentou utilizar o cartão de
crédito que foi indevidamente bloqueado por uma falha da operadora do cartão. Regina ajuizou ação contra a
operadora do cartão alegando que a sua filha é quem iria pagar todas as despesas durante a viagem. Logo, como
o cartão de crédito de Priscila não funcionou, ela (Regina) passou por constrangimentos e pela angústia de não
saber se conseguiria pagar as despesas.

O STJ afirmou que Regina – que não era a titular do cartão – não era destinatária dos serviços e, portanto, não
possuía legitimidade ativa para propor a respectiva ação indenizatória.

Vale ressaltar que, por se tratar de vício do produto, Regina não pode ser considerada consumidora por
equiparação (bystander), sendo essa figura restrita aos casos de fato do produto ou serviço.

STJ. 3ª Turma. REsp 1967728-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/03/2022 (Info 730).

CLÁUSULAS ABUSIVAS #APOSTACICLOS

Constam em rol exemplificativo no artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor.

O dispositivo legal, em seu caput, anuncia que as cláusulas abusivas são nulas de pleno direito, podendo ser
reconhecidas de ofício pelo magistrado.

Todavia, a esse reconhecimento da abusividade das cláusulas contratuais de ofício existe uma exceção
estabelecida pelo STJ, na súmula 381.

#DEOLHONASÚMULA #APOSTACICLOS:

Súm. 381 do STJ - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das
cláusulas.

Vejamos alguns exemplos de cláusula abusivas:

a. limitação de indenização: não pode haver limitação de responsabilidade, especialmente por meio de
cláusula que limita o valor da indenização em caso de dano, salvo no caso de consumidor pessoa jurídica
69
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

quando houver uma situação que justifique a limitação da indenização (chama-se de limitação relativa,
segundo as lições de Fabrício Bolzan).
b. é nula a cláusula que prevê a inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; #APOSTACICLOS
c. é nula a cláusula que ofenda a boa-fé objetiva;
d. é vedada a cláusula que impõe a arbitragem compulsória (unilateral ou imposta). a doutrina diverge,
mas há forte posição em admitir o compromisso arbitral, inadmitindo-se a cláusula compromissória;
#APOSTACICLOS
e. é nula a cláusula em que o consumidor renuncia às benfeitorias necessárias;

#DEOLHONOGANCHO: de acordo com o princípio da conservação dos contratos, a nulidade de cláusula


contratual não importa em nulidade de todo o contrato, mas apenas da cláusula abusiva, salvo se houver ônus
excessivo a uma das partes.

PUBLICIDADE E OFERTA

Para a doutrina majoritária, liderada por Cláudia Lima Marques, a oferta é o verdadeiro gênero, da qual a
publicidade é espécie.

Então, toda publicidade é oferta, mas nem toda oferta é publicidade.

• OFERTA

A oferta se divide em informação e publicidade.

a. A informação nada mais é do que qualquer notícia ao consumidor com conteúdo informativo; por
outro lado,
b. a publicidade é a oferta com intuito comercial (não é qualquer notícia), tal como aquela veiculada por
meio de outdoors. Claudia Lima Marques assim conceitua a publicidade: “Publicidade é toda a informação ou
comunicação difundida com o fim direto ou indireto de promover junto aos consumidores a aquisição de um
produto ou serviço, qualquer que seja o local ou meio de comunicação utilizado” (Claudia Lima Marques).
• o CDC, por sua vez, deixa clara a via de mão dupla e generalidade do conceito de oferta. Veja:

#DEOLHONALEI #APOSTACICLOS:

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

#JURISEMTESES DIREITO DO CONSUMIDOR IX


2) A depender do caso, o erro grosseiro de carregamento no sistema de preços e a rápida comunicação ao
consumidor podem afastar a falha na prestação do serviço e o princípio da vinculação da oferta.

• PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE (artigo 30):

De acordo com o princípio da publicidade há vinculação contratual da oferta, de modo tal que ela passa a
integrar o contrato. Mas, para tanto, a oferta deve ser suficientemente precisa, de forma que o consumidor
deve conseguir identificá-la (precisá-la).

70
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

#SELIGA: os puffings (exageros publicitários) não obedecem ao princípio da publicidade, não integrando o
contrato e não vinculando/obrigando o fornecedor.

#ATENÇÃO: A boa-fé objetiva também obriga o consumidor, não podendo este aproveitar-se de erros
(grosseiros) dos fornecedores. Assim, quando os preços noticiados pelo fornecedor forem gritantemente
distintos dos preços de mercado não poderá o consumidor se beneficiar dessa situação, a exemplo da oferta de
um ar-condicionado por R$ 3,00.

RESPONSABILIDADE NO CDC #APOSTACICLOS

Herman Benjamin fala na teoria da qualidade-segurança quando se refere a responsabilidade pelo fato do
produto e, por outro lado, fala da teoria da qualidade-adequação quando trata da responsabilidade pelo vício
do produto. #APOSTACICLOS

SOBRE O CONCEITO DE FATO DO PRODUTO, o STJ definiu que, ainda que o produto ou serviço não seja inseguro,
ocorrerá fato do produto se o seu vício seja grave ao ponto de gerar um dano indenizável do ponto de vista
material ou imaterial. Vejamos:

#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS

Desse modo, mesmo o produto/serviço não sendo “inseguro”, isso poderá configurar “fato do produto/serviço”
se o vício for muito grave a ponto de ocasionar dano material ou moral ao consumidor. Foi nesse sentido que o
STJ enquadrou o caso acima (do piso de cerâmica). STJ. 3ª Turma. REsp 1.176.323-SP, Rel. Min. Villas Bôas Cueva,
julgado em 3/3/2015 (Info 557).

✓ ASPECTOS GERAIS SOBRE A RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO E DA


RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO OU SERVIÇO:

#VEMDETABELA #APOSTACICLOS

Fato do produto ou serviço Vício do produto ou serviço


Previsto nos artigos 12 a 14 do CDC Previsto nos artigos 18 a 20 do CDC
É defeito do produto ou serviço É vício – inadequação – do produto ou serviço
Prejuízo é extrínseco ao produto ou serviço Prejuízo é intrínseco ao produto ou serviço
Volta-se a atenção à incolumidade físico-psíquica do Atenção está voltada a incolumidade econômica do
consumidor consumidor
Afeta a prazo prescricional Afeto a prazo decadencial

#JURISSAINDODOFORNO #APOSTACICLOS

Quando se está, a um só tempo, diante de responsabilidade pelo vício do produto e de responsabilidade pelo
fato do serviço, não há como afastar a responsabilidade do comerciante, porquanto, de acordo com a
sistemática adotada pelo CDC, em ambas as hipóteses, há a responsabilidade solidária entre todos os
fornecedores, sem qualquer distinção relativa ao comerciante. STJ. 3ª Turma. REsp 1.982.739/MT, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 15/03/2022.

#ATENÇÃO #SELIGA:

71
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Certa doutrina excepcionou essa regra, relatando que se a obrigação era de meio a responsabilidade seria
subjetiva, mas se a obrigação fosse de resultado o profissional liberal respondia independentemente da
existência de culpa (responsabilidade objetiva), como no caso de cirurgia plástica embelezadora e tratamento
de dentista ortodôntico. Essa doutrina foi expressamente adotada pelo STJ até 2010. Todavia, vem
prevalecendo no STJ a doutrina de que a intenção da lei não pode ser alterada, de modo que a responsabilidade
do profissional liberal é de natureza subjetiva, mas se for de meio a responsabilidade subjetiva será através da
“culpa provada”, mas quando houver obrigação de resultado a responsabilidade dele será através da teoria da
“culpa presumida”, demandando do profissional a carga do ônus da prova de inexistência de ato imprudente,
imperito ou negligente, ou ainda a culpa exclusiva da parte autora. Vejamos:

RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO APRECIAÇÃO DE MATÉRIA


CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE. TRATAMENTO ORTODÔNTICO. EM REGRA, OBRIGAÇÃO CONTRATUAL DE
RESULTADO. REEXAME DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. 1. As obrigações contratuais dos profissionais liberais,
no mais das vezes, são consideradas como "de meio", sendo suficiente que o profissional atue com a diligência
e técnica necessárias, buscando a obtenção do resultado esperado. Contudo, há hipóteses em que o
compromisso é com o "resultado", tornando-se necessário o alcance do objetivo almejado para que se possa
considerar cumprido o contrato. 2. Nos procedimentos odontológicos, mormente os ortodônticos, os
profissionais da saúde especializados nessa ciência, em regra, comprometem-se pelo resultado, visto que os
objetivos relativos aos tratamentos, de cunho estético e funcional, podem ser atingidos com previsibilidade.
3. O acórdão recorrido registra que, além de o tratamento não ter obtido os resultados esperados, "foi
equivocado e causou danos à autora, tanto é que os dentes extraídos terão que ser recolocados". Com efeito,
em sendo obrigação "de resultado", tendo a autora demonstrado não ter sido atingida a meta avençada, há
presunção de culpa do profissional, com a consequente inversão do ônus da prova, cabendo ao réu
demonstrar que não agiu com negligência, imprudência ou imperícia, ou mesmo que o insucesso se deu em
decorrência de culpa exclusiva da autora. 4. A par disso, as instâncias ordinárias salientam também que, mesmo
que se tratasse de obrigação "de meio", o réu teria "faltado com o dever de cuidado e de emprego da técnica
adequada", impondo igualmente a sua responsabilidade. 5. Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1238746
MS 2010/0046894-5, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 18/10/2011, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 04/11/2011)

#DEOLHONASÚMULA #IMPORTANTE

Súmula 643 do STF- O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo fundamento
seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.

Súmula 329 do STJ- O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do
patrimônio público.

Súmula. 601 do STJ - O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa dos direitos difusos,
coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviços públicos.

#APOSTACICLOS #DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO

O art. 18 da Lei 7.347/85 prevê que o autor da ACP, antes de ajuizar a ação, não terá que adiantar custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem será condenado em honorários
advocatícios, custas e despesas processuais, salvo comprovada má-fé. O STJ decidiu que esse art. 18 da Lei
7.347/85 é aplicável também para a ação civil pública movida por SINDICATO na defesa de direitos individuais
homogêneos da categoria que representa. STJ. Corte Especial. EREsp 1.322.166-PR, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 4/3/2015 (Info 558).
72
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

#DEOLHONALEI #APOSTACICLOS:

Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu
pelos danos causados.

Nela, como se viu, a cognição é limitada ao núcleo de homogeneidade dos direitos subjetivos postos na
demanda. Não há, ali, a determinação do valor da prestação devida nem a identificação dos sujeitos ativos da
relação de direito material, o que deixa em alto grau de indefinição a norma jurídica concreta. A sentença
genérica, por isso mesmo, não tem eficácia executiva. Para alcançá-la, terá de ser complementada por outra, da
qual resultem identificados os elementos faltantes da norma jurídica individualizada. Essa atividade de
complementação se dá em fase processual autônoma, denominada, em geral, de liquidação de sentença.

Essa característica do direito individual homogêneo faz com que a sentença coletiva seja executada
individualmente, por cada um dos beneficiários. Provavelmente será necessária uma fase de liquidação de
sentença (liquidação imprópria), mas a execução subsequente terá natureza individual.

Ou seja, dentro da normalidade, a ação é tratada como coletiva somente até a prolação da sentença, e depois
desse momento é tratada como individual, seja na liquidação, seja na execução. Assim, a execução individual
não terá qualquer especialidade procedimental, sendo uma regular execução de pagar quantia certa de título
executivo judicial.

Resumindo: no caso de direitos individuais homogêneos a sentença é condenatória genérica (CDC, art. 95): fixa
a responsabilidade do réu pelos danos causados, mas não especifica qual o montante devido, nem individualiza
as vítimas a serem ressarcidas. A identificação das vítimas e o cálculo dos valores a que elas têm direito são
realizados posteriormente à sentença, na liquidação. No entanto, apenas residualmente algum valor poderá ser
revertido a um fundo (federal ou estadual) de defesa dos direitos difusos, na forma de reparação de danos
conhecida como fluid recovery.

#VEMDETABELA:

Proposta pela vítima: art. 97,


CDC.
Execução da sentença Execução da pretensão individual Proposta pelo legitimado coletivo
condenatória genérica (direitos (vítimas já identificadas). Art. 98,
individuais homogêneos) CDC.
Execução de indenização coletiva Proposta pelo legitimado
residual (fluid recovery). coletivo. Art. 100, CDC.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Consiste na suspensão da eficácia do ato constitutivo da personalidade jurídica, de forma a acessar o patrimônio
particular do sócio. Está prevista no art. 28 e seguintes do CDC. O Código dispõe que a pessoa jurídica poderá
ser desconsiderada sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos causados aos
consumidores. É uma clara aplicação da teoria menor da desconsideração.

TEORIA MAIOR TEORIA MENOR


INSOLVÊNCIA + CONFUSÃO PATRIMONIAL OU Basta a INSOLVÊNCIA da pessoa jurídica para o
DESVIO DE FINALIDADE pagamento de suas obrigações, independentemente

73
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

da existência de desvio de finalidade ou de confusão


patrimonial.
PLANO DE SAÚDE E PRAZO PRESCRICIONAL
Ação pedindo o ressarcimento por despesas
Ação pedindo a declaração de nulidade da cláusula de
médico-hospitalares que não foram pagas pelo
reajuste da prestação c/c repetição de indébito:
plano e que estariam previstas no contrato:
3 anos
10 anos
Fundamento: art. 205 do CC. Fundamento: art. 206, § 3º, IV, do CC.
É decenal o prazo prescricional aplicável ao Na vigência dos contratos de plano ou de seguro de
exercício da pretensão de reembolso de despesas assistência à saúde, a pretensão condenatória
médico-hospitalares alegadamente cobertas pelo decorrente da declaração de nulidade de cláusula de
contrato de plano de saúde (ou de seguro-saúde), reajuste nele prevista prescreve em 3 anos. STJ. 2ª
mas que não foram adimplidas pela operadora. STJ. Seção. REsp 1361182-RS, Rel. para acórdão Min. Marco
2ª Seção. REsp 1.756.283-SP, Rel. Min. Luis Felipe Aurélio Bellizze, julgado em 10/8/2016 (recurso
Salomão, julgado em 11/03/2020 (Info 673). repetitivo) (Info 590).
Ex: quando João completou 60 anos de idade, a
Ex: Marcos precisou fazer uma cirurgia cardíaca mensalidade do plano de saúde que ele paga
para a implantação de stent, no entanto, seu plano aumentou significativamente. Inconformado, João
de saúde não autorizou o procedimento, alegando procurou a operadora, que lhe explicou que existe uma
que não estava incluído na cobertura contratual. cláusula no contrato que autoriza o aumento do valor
Diante disso, o paciente pagou R$ 40 mil pela da mensalidade quando o usuário completa 60 anos.
cirurgia. Marcos quer ajuizar ação de ressarcimento João quer ajuizar ação contra o plano pedindo que: 1)
contra o plano de saúde cobrando as despesas que essa cláusula seja declarada inválida; 2) a ré seja
teve com o procedimento. O prazo prescricional é condenada a devolver os valores cobrados a mais
de 10 anos. decorrentes do aumento abusivo (repetição de
indébito). O prazo prescricional é de 3 anos.

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

#STJEMTESES

- As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a
fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. (Aplicação da teoria do risco do
empreendimento).

- Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a multa moratória nele prevista
(até 2%).

- As bandeiras ou marcas de cartão de crédito respondem solidariamente com os bancos e as administradoras


de cartão de crédito pelos danos decorrentes da má prestação de serviços.

- É objetiva a responsabilidade civil das instituições financeiras pelos crimes ocorridos no interior do
estabelecimento bancário por se tratar de risco inerente à atividade econômica (art. 14 do CDC).

- É abusiva a cláusula contratual que restringe a responsabilidade de instituição financeira pelos danos
decorrentes de roubo, furto ou extravio de bem entregue em garantia no âmbito de contrato de penhor civil.

- Aplica-se o prazo prescricional do art. 27 do CDC às ações de repetição de indébito por descontos indevidos
decorrentes de defeito na prestação do serviço bancário.
74
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

- Nas ações de repetição de indébito por defeito do serviço bancário (art. 27 do CDC), o termo inicial da contagem
do prazo prescricional é a data em que ocorreu a lesão ou pagamento.

- A ocorrência de fortuito externo afasta responsabilidade civil objetiva das instituições financeiras, por não
caracterizar vício na prestação do serviço.

- As instituições financeiras são responsáveis por reparar os danos sofridos pelo consumidor que tenha o
cartão de crédito roubado, furtado ou extraviado e que venha a ser utilizado indevidamente, ressalvada as
hipóteses de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.

- Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos relativos a aplicações em fundos de investimento
celebrados entre instituições financeiras e seus clientes.

- É abusiva e ilegal cláusula prevista em contrato de prestação de serviços de cartão de crédito que autoriza o
banco contratante a compartilhar dados dos consumidores com outras entidades financeiras ou mantenedoras
de cadastros positivos e negativos de consumidores, sem que haja opção de discordar daquele
compartilhamento, por desrespeitar os princípios da transparência e da confiança.

- A responsabilidade da instituição financeira deve ser afastada quando o evento danoso decorre de transações
realizadas com a apresentação física do cartão original e mediante uso de senha pessoal do correntista.

- O banco não é responsável por fraude em compra on-line paga via boleto de produto não recebido, uma vez
que a instituição financeira não pertence à cadeia de fornecimento nem apresentou falha em sua prestação de
serviço.

#DEOLHONAJURIS

#SAINDODOFORNO É constitucional — haja vista a competência suplementar dos estados federados para
dispor sobre proteção do consumidor (CF/1988, art. 24, V e § 2º) — lei estadual que torna obrigatória a
assinatura física de idosos em contratos de operação de crédito firmados por meio eletrônico ou telefônico
com instituições financeiras. ADI 7.027/PB, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em
16.12.2022 (sexta-feira), às 23:59. (Info 1080 - STF)
São lícitos os descontos de parcelas de empréstimos bancários comuns em conta-corrente, ainda que utilizada
para recebimento de salários, desde que previamente autorizados pelo mutuário e enquanto esta autorização
perdurar, não sendo aplicável, por analogia, a limitação prevista no § 1º do art. 1º da Lei nº 10.820/2003, que
disciplina os empréstimos consignados em folha de pagamento. STJ. 2ª Seção. REsp 1863973-SP, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 09/03/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1085) (Info 728).

#SELIGA

Art. 1º Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1º de maio de 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o desconto em folha de
pagamento ou na sua remuneração disponível dos valores referentes ao pagamento de empréstimos,
financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições
financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos.

§ 1º O desconto mencionado neste artigo também poderá incidir sobre verbas rescisórias devidas pelo
empregador, se assim previsto no respectivo contrato de empréstimo, financiamento, cartão de crédito ou
75
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

arrendamento mercantil, até o limite de 40% (quarenta por cento), sendo 35% (trinta e cinco por cento)
destinados exclusivamente a empréstimos, financiamentos e arrendamentos mercantis e 5% (cinco por cento)
destinados exclusivamente à amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito consignado
ou à utilização com a finalidade de saque por meio de cartão de crédito consignado. (Redação dada pela Lei
nº 14.431, de 2022)
O saque indevido de numerário em conta-corrente, reconhecido e devolvido pela instituição financeira dias
após a prática do ilícito, não configura, por si só, dano moral in re ipsa. O saque indevido em conta corrente
não configura, por si só, dano moral, podendo, contudo, observadas as particularidades do caso, ficar
caracterizado o respectivo dano se demonstrada a ocorrência de violação significativa a algum direito da
personalidade do correntista. STJ. 3ª Turma. REsp 1.573.859-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
07/11/2017 (Info 615).
Sobre o tema, vale a pena recordar: O banco deve compensar os danos morais sofridos por consumidor vítima
de saque fraudulento que, mesmo diante de grave e evidente falha na prestação do serviço bancário, teve
que intentar ação contra a instituição financeira com objetivo de recompor o seu patrimônio, após frustradas
tentativas de resolver extrajudicialmente a questão. STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 395.426-DF, Rel. Min.
Antonio Carlos Ferreira, Rel. para acórdão Marco Buzzi, julgado em 15/10/2015 (Info 574).
Nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a instituição
financeira ou com seguradora por ela indicada. STJ. 2ª Seção. REsp 1.639.259-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 12/12/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).
A instituição financeira se recusa a fazer empréstimo consignado caso a idade do cliente somada com o prazo
do contrato for maior que 80 anos. Ex: cliente tem 78 anos e o contrato de empréstimo teria prazo de
pagamento de 3 anos. Neste caso, a instituição financeira não aceita celebrar o pacto. Essa restrição não
representa uma discriminação abusiva contra os idosos. A adoção de critério etário para distinguir o
tratamento da população em geral é válida quando adequadamente justificada e fundamentada no
ordenamento jurídico, sempre se atentando para a sua razoabilidade diante dos princípios da igualdade e da
dignidade da pessoa humana. Esse critério de vedação ao crédito consignado para tais hipóteses não representa
discriminação negativa que coloque em desvantagem exagerada a população idosa, considerando que esta
poderá se valer de outras modalidades de crédito bancário. STJ. 3ª Turma. REsp 1.783.731-PR, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 23/04/2019 (Info 647).

DIREITO PENAL6

CONCEITO DE DIREITO PENAL


ASPECTO Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos
FORMAL/ESTÁTICO como infrações penais, define os seus agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas.
O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou
ASPECTO
danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria
MATERIAL
conservação e progresso da sociedade.
O Direito Penal é mais um instrumento de controle social, visando assegurar a
necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade.
ASPECTO Aprofundando o enfoque sociológico
SOCIOLÓGICO/ - A manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer
DINÂMICO diretrizes.
- Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever de aplicar sanções
(civis ou penais).

6
Por Carolina Byrro.

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

#ATENÇÃO: Nessa tarefa de controle social atuam vários ramos do direito, como o
Direito Civil, Direito Administrativo, etc. O Direito Penal é apenas um dos ramos do
controle social.
- Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece
reação mais severa por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal.
#IMPORTANTE: O que diferencia a norma penal das demais é a espécie de
consequência jurídica, ou seja, pena privativa de liberdade (PPL).
- O Direito Penal é norteado pelo princípio da intervenção mínima, só atuando quando
os outros ramos do direito falham.

PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM A MISSÃO FUNDAMENTAL DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIO DA O direito penal deve servir apenas para proteger bens jurídicos relevantes,
EXCLUSIVA indispensáveis ao convívio da sociedade. Decorrência do princípio da ofensividade.
PROTEÇÃO DOS
BENS JURÍDICOS
O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que
sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter
subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao
bem jurídico tutelado (caráter fragmentário).
a) Princípio da fragmentariedade (ou caráter fragmentário do Direito Penal):
estabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que
atentam contra valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser
humano e da sociedade. Em razão de seu caráter fragmentário, o Direito Penal é a
última etapa de proteção do bem jurídico.
Deve ser utilizado no plano abstrato, para o fim de permitir a criação de tipos penais
somente quando os demais ramos do Direito tiverem falhado na tarefa de proteção
de um bem jurídico. Refere-se, assim, à atividade legislativa.
#O que é FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS?
PRINCÍPIO DA
Situações em que um comportamento inicialmente típico deixa de interessar ao
INTERVENÇÃO
Direito Penal, sem prejuízo da sua tutela pelos demais ramos do Direito.
MÍNIMA
IMPORTANTE! O princípio da insignificância é desdobramento lógico da
fragmentariedade.
b) Princípio da subsidiariedade: a atuação do Direito Penal é cabível unicamente
quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de controle social
tiverem se revelado impotentes para o controle da ordem pública. Assim, o Direito
Penal funciona como um executor de reserva (ultima ratio), entrando em cena
somente quando outros meios estatais de proteção mais brandos, e, portanto, menos
invasivos da liberdade individual não forem suficientes para a proteção do bem
jurídico tutelado.
Projeta-se no plano concreto, isto é, em sua atuação prática o Direito Penal somente
se legitima quando os demais meios disponíveis já tiverem sido empregados, sem
sucesso, para proteção do bem jurídico. Guarda relação, portanto, com a tarefa de
aplicação da lei penal.

REQUISITOS DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA


OBJETIVOS SUBJETIVOS
STF: MARI STJ: E3C

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Mínima ofensividade da conduta Extensão do dano


Ausência de periculosidade social da ação Circunstâncias e resultado do crime
Reduzido grau de reprovabilidade do Condições pessoais da vítima;
comportamento Condições pessoais do agente
Inexpressividade da lesão jurídica
EXEMPLOS:
Extensão do dano: bem de pequeno valor, mas de grande valor sentimental.
Circunstâncias e resultado do crime: número de pessoas atingidas.
Condições pessoais da vítima: situação financeira por exemplo
Condições pessoais do agente: furto praticado por policial militar. O desvalor da ação é maior do que de um
cidadão comum

DISTINÇÃO
BAGATELA PRÓPRIA BAGATELA IMPRÓPRIA
Ocorre a bagatela própria quando uma conduta é Ocorre nas situações em que uma conduta ofende
formalmente criminosa (subsuma-se ao tipo penal), significativamente o bem jurídico protegido pela
mas não atingiu expressivamente o bem jurídico norma, mas, a pena se torna desnecessária.
tutelado pela norma. Essa lesão insignificativa desde o Ex. perdão judicial.
início já afasta o crime, porque a conduta é atípica Atenção: jurisprudência não aplica a bagatela
materialmente. imprópria para os delitos de Maria da Penha.
Dessa forma, sem um dos elementos do fato típico não
há crime.

#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados
contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula 599 do STJ: dispõe que “o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração
pública”
Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clandestina de sinal de
internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no artigo 183 da lei 9.472/97.

VELOCIDADES DO DIREITO PENAL


O direito penal da prisão. Engloba a minoria dos crimes (mais graves), que inevitavelmente
levam à prisão. Tal velocidade constitui um direito penal lento e extremamente garantista.
1ª (primeira)
Isso porque o bem jurídico em disputa (liberdade) é muito valioso, o que necessita de um
velocidade
processo lento, com muitas fases de defesa e recursos, prazos dilatados. O melhor
exemplo é o procedimento do júri.
É formada pelo direito penal sem prisão. Assim, mesmo que seja condenado, o sujeito não
será preso. Engloba os crimes mais leves. Por não envolver a perda da liberdade, permite
2ª (segunda) um processo mais rápido, com o suprimento de algumas fases processuais e até mesmo
velocidade flexibilizar direitos e garantias fundamentais. Um exemplo é a Lei 9099/95, ao tratar dos
Juizados Especiais Criminais, que traz o instituto da transação penal e as penas restritivas
de direitos.
É uma fusão das velocidades supracitadas. Segundo parte considerável da doutrina, a 3ª
(terceira) velocidade teria sido também desenvolvida por Silva Sánchez. Outros entendem
3ª (terceira)
que ela somente teria sido exposta com minúcias por Günther Jakobs, professor
velocidade
catedrático de Direito Penal e Filosofia do Direito na Universidade de Bonn, Alemanha, o
qual traçou lineamentos de uma teoria denominada de Direito Penal do inimigo.

78
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

O direito penal do inimigo seria então a 3ª velocidade do direito penal por ser um direito
penal com pena de prisão e extremamente célere. Trata-se de uma mistura das duas
velocidades acima mencionadas. Essa tendência pode ser vista em algumas “recentes” leis
brasileiras, como a Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072, de 1990), que, por exemplo,
aumentou consideravelmente a pena de vários delitos, estabeleceu o cumprimento da
pena em regime integralmente fechado e suprimiu, ou tentou suprimir, algumas
prerrogativas processuais (exemplo: a liberdade provisória), e a Lei do Crime Organizado
(Lei n. 9.034, de 1995), entre outras.
A 4ª (quarta) velocidade do Direito Penal estaria ligada ao Direito Internacional.
Para aqueles que uma vez ostentaram a posição de Chefes de Estado, e, como tais,
violaram gravemente tratados internacionais de tutela de direitos humanos, serão
4ª (quarta) aplicadas as normais internacionais. O TPI (Tribunal Penal Internacional) será
velocidade especialmente aplicado a esses réus. Nessa velocidade, há uma nítida diminuição das
garantias individuais penais e processuais penais desses réus, defendida inclusive pelas
ONGs. Podem ser citados como exemplos (Sadam Russem, Muammar Kadafi, Adolf Hitler,
dentre outros).

TEMPO DO CRIME

TEORIA DA Considera-se praticado o crime no momento da conduta. Adotada pelo CP


ATIVIDADE
TEORIA DO Considera-se praticado o crime no momento do resultado.
RESULTADO
TEORIA MISTA Considera-se praticado o crime no momento da conduta ou do resultado.
/ UBIQUIDADE

CONCEITO DE CRIME

O art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal traz o conceito formal de crime.


Art. 1º. Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
Formal/Legal
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com
a pena de multa...
Crime é um fato que lesiona um bem jurídico cuja proteção em determinado
Material/Substancial momento histórico por razões culturais, éticas ou morais deve ocorrer pelo
direito penal. Ex: adultério
Concepção quadripartite: crime consiste num fato típico, ilícito, culpável e
punível. (minoritário).
Concepção tripartite: crime é um fato típico, ilícito e culpável, sendo a
punibilidade uma consequência jurídica do crime. (majoritária).
Concepção bipartite: crime é fato típico e ilícito, a culpabilidade é um
pressuposto de aplicação da pena e a punibilidade uma consequência jurídica
Analítico/Dogmático do crime.
Outra concepção bipartite: crime é um fato tipicamente ilícito e culpável. Ela
deriva da teoria dos elementos negativos do tipo. O primeiro extrato
corresponde ao fato típico já revestido de ilicitude (a essa união da tipicidade e
da ilicitude dá-se o nome de injusto penal). O segundo extrato é a culpabilidade.
Concepção de Luiz Flávio Gomes: o autor tem uma concepção tripartite muito
diferente da normal. Ele criou a Teoria Constitucionalista do Delito. Ele diz que

79
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

o crime é fato típico, ilícito e punível e a culpabilidade é pressuposto de


aplicação da pena.

CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS #APOSTACICLOS7

CRITÉRIO CLASSIFICAÇÕES

I) COMUM: pode ser praticado por qualquer pessoa, sem nenhuma circunstância
específica. Ex: Homicídio.

II) PRÓPRIO: exige uma condição especial para que a pessoa possa ser o sujeito ativo,
a exemplo dos crimes funcionais, que somente podem ser cometidos por funcionário
público.

#DEOLHONAJURIS: O diretor de organização social pode ser considerado funcionário


público por equiparação para fins penais (art. 327, § 1º do CP). Isso porque as
organizações sociais que celebram contratos de gestão com o Poder Público devem ser
consideradas “entidades paraestatais”, nos termos do art. 327, § 1º do CP. STF. 1ª
QUANTO AO Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
SUJEITO ATIVO
III) DE MÃO PRÓPRIA: Exige que o agente atue pessoalmente na realização do tipo. Ex:
crime de falso testemunho

#DEOLHONAJURIS O STF entende que esse crime admite participação, no caso


concreto, do advogado (HC 81.327-SP, rel. Ministra Ellen Gracie, 11.12.2001. STF
também admite coautoria RHC 81327 / SP).

OBS: Crime multitudinário é aquele praticado pela multidão em tumulto. A lei não diz
o que se entende por “multidão”, razão pela qual sua configuração deve ser
examinada no caso concreto. Exemplo: agressões praticadas em um estádio por
torcedores de um time de futebol.

I) INSTANTÂNEO: o crime se consuma em momento determinado, não


necessariamente no mesmo momento de realização da conduta.
QUANTO AO II) PERMANENTE: o momento consumativo se prolonga no tempo, de acordo com a
MOMENTO DA vontade do agente para que assim seja. Destaque-se que enquanto durar a
CONSUMAÇÃO permanência poderá ser realizado o flagrante.

III) INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES: o delito é instantâneo, consumindo-se


em momento determinado, porém os efeitos do crime após a consumação é que são

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Normalmente, o conhecimento dessas classificações é cobrado de forma incidental em algum caso concreto, para que
se verifique, por exemplo, se de fato ocorreu o crime ou não.

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visíveis. Ex: Crime de bigamia, que se concretiza no ato do segundo casamento,


permanecendo seus efeitos.

#DEOLHONAJURIS De acordo com o entendimento do STF, o terceiro que perpetra a


fraude pratica crime instantâneo de efeitos permanentes, que se consuma na ocasião
do pagamento da primeira prestação do benefício indevido. Por outro lado, o agente
beneficiário da fraude prática crime de natureza permanente, cuja execução se
prolonga no tempo, renovando-se a cada parcela recebida. Nesse caso, a consumação
ocorre apenas quando cessa o recebimento indevido das prestações (HC 104880).

I) Crime de dano: é aquele que somente se consuma com a efetiva lesão ao bem
jurídico.

II) Crime de perigo: é aquele que se consuma com a mera possibilidade do dano.

III) Crime de perigo concreto: delito cujo perigo deve ser investigado e provado.

IV) Crime de perigo abstrato: delito cujo perigo é presumido pelo tipo penal, não
precisa ser provado. Há doutrinadores que pregam a inconstitucionalidade desses
crimes, pois violariam o princípio da ofensividade. Ex: Crime do art. 310, CP:

#DEOLHONASÚMULA Súmula 575-STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar


ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que
se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB,
independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução
do veículo.

V) Crimes de perigo atual: o perigo está ocorrendo, como no abandono de incapaz (CP,
art. 133);

VI) Crimes de perigo iminente: o perigo está prestes a ocorrer;


QUANTO Á VII) Crimes de perigo futuro ou mediato: a situação de perigo decorrente da conduta
RELAÇÃO DA se projeta para o futuro, como no porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
CONSUMAÇÃO ou restrito (Lei 10.826/2003, arts. 14 e 16), autorizando a criação de tipos penais
COM O DANO preventivos. #FOCANATABELA #DIRETODAFUC

CRIMES DE DANO CRIMES DE PERIGO CRIMES DE PERIGO


CONCRETO ABSTRATO

- Homicídio culposo no - Trafegar em velocidade - Embriaguez no volante


trânsito (art. 302) e incompatível com a (306)
segurança nas
- Lesão corporal culposa proximidades de - Permitir ou entregar a
no trânsito (art. 303) direção de veículo

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determinados lugares automotor a pessoa não


(art. 311) habilitada (310)

- RACHA (art. 308)

- DIRIGIR SEM PERMISSÃO


(art. 309)

QUANTOS AO N° I) Crime unissubsistente: é aquele que se consuma com a realização de um só ato. Não
DE ATOS admite tentativa nem fracionamento.
NECESSÁRIOS À
CONSUMAÇÃO II) Crime plurissubsistente: é aquele cuja consumação é composta de vários atos.
Admite tentativa e fracionamento.

QUANTO A I) Delito de fato permanente: é aquele que deixa vestígios ou não transeunte.
EXISTÊNCIA DE
VESTÍGIOS II) Delito de fato transeunte: é aquele que não deixa vestígios.

I) Crime complexo: crime que prevê, de forma explícita, dois ou mais tipos penais em
uma única descrição legal (SENTIDO ESTRITO) ou que abrange um tipo simples
acrescido de fato não típico (SENTIDO AMPLO).

II) Crime complexo em sentido amplo: é formado pela conjugação de conduta


penalmente tipificada acrescida de um fato atípico. Ex: estupro = violência ou ameaça
(conduta típica) + conjunção carnal (figura atípica).

III) Crime complexo em sentido estrito: é formado pela conjugação de duas ou mais
figuras típicas. Ex: Latrocínio (roubo + morte).

DIFERENCIAÇÃO DE O que se entende por crime ultracomplexo? Segundo Rogério Sanches, ocorre o crime
CRIMES ultra complexo "quando um crime complexo é acrescido de outro, este servindo como
COMPLEXOS qualificadora ou majorante daquele. Imaginemos um roubo (crime complexo)
praticado com emprego de arma de fogo. Temos, na hipótese, uma unidade jurídica
ultra complexa formada pela reunião do crime de roubo (nascido da fusão do
constrangimento ilegal + furto) e do crime de porte ilegal de arma de fogo. Em outras
palavras, percebemos um crime complexo (roubo) acrescido de outro (porte ilegal de
arma de fogo), que serve como causa de aumento de pena do crime patrimonial".
(CUNHA Rogério Sanches, Manual de Direito Penal: Parte Geral, 4. Ed. Salvador:
juspodivm, 2016, pág. 167). Nesse caso, sendo todos os crimes praticados no mesmo
contexto fático, o autor deverá responder apenas pelo roubo majorado pelo emprego
de arma de fogo (em razão da aplicação do princípio da consunção), que, como vimos,
pode ser chamado de crime ultra complexo.

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I) Crimes à distância: também conhecidos como “crimes de espaço máximo”, são


aqueles cuja conduta e resultado ocorrem em países diversos (lembrar que o Código
Penal acolheu a teoria mista ou da ubiquidade quanto ao lugar do crime).

II) Crimes plurilocais: são aqueles cuja conduta e resultado se desenvolvem em


comarcas diversas, sediadas no mesmo país. No tocante às regras de competência, o
QUANTO AO
art. 70 do Código de Processo Penal dispõe que, nesse caso, será competente para o
ESPAÇO
processo e julgamento do crime o juízo do local em que se operou a consumação. Há,
TERRITORIAL
contudo, exceções (ex: júri, juizado especial criminal – momento da ação/omissão).

III) Crimes em trânsito: são aqueles em que somente uma parte da conduta ocorre em
um país, sem lesionar ou expor a situação de perigo bens jurídicos de pessoas que nele
vivem. Exemplo: “A”, da Argentina, envia para os Estados Unidos uma missiva com
ofensas a “B”, e essa carta passa pelo território brasileiro.

I) Crimes de mínimo potencial ofensivo: são os que não comportam a pena privativa
de liberdade. No Brasil, enquadra-se nesse grupo a posse de droga para consumo
pessoal, tipificada no art. 28 da Lei 11.343/2006, ao qual são cominadas as penas de
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida
educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.

II) Crimes de menor potencial ofensivo: são aqueles cuja pena privativa de liberdade
em abstrato não ultrapassa dois anos, cumulada ou não com multa. São assim
definidos pelo art. 61 da Lei 9.099/1995, e ingressam na competência do Juizado
Especial Criminal. O art. 98, I, da Constituição Federal faz menção às “infrações penais
de menor potencial ofensivo”, expressão que também abrange todas as
contravenções penais.

QUANTO AO III) Crimes de médio potencial ofensivo: são aqueles cuja pena mínima não ultrapassa
POTENCIAL um ano, independentemente do máximo da pena privativa de liberdade cominada.
OFENSIVO Tais delitos admitem a suspensão condicional do processo, na forma delineada pelo
art. 89 da Lei 9.099/1995.

IV) Crimes de elevado potencial ofensivo: possuem pena mínima superior a um ano,
e, consequentemente, pena máxima acima de dois anos. Tais delitos não se
compatibilizam com quaisquer dos benefícios elencados pela Lei 9.099/1995.

V) Crimes de máximo potencial ofensivo: recebem tratamento diferenciado pela


Constituição Federal. São os hediondos e equiparados – tráfico de drogas, tortura e
o terrorismo (CF, art. 5.º, XLIII), bem como os delitos cujas penas não se submetem à
prescrição, quais sejam, racismo (CF, art. 5.º, XLII) e ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (CF, art. 5.º, XLIV).

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I) Crimes de rua ou crimes de colarinho azul: praticados pelas pessoas de classes


sociais desfavorecidas, a exemplo dos furtos executados por miseráveis, andarilhos e
mendigos. Esses delitos são cometidos aos olhos da sociedade, em locais
supervisionados pelo Estado (praças, parques, favelas etc.), e por essa razão são
frequentemente objeto das instâncias de proteção (Polícia, Ministério Público e Poder
Judiciário). Quando ficam alheios ao conhecimento do Poder Público, integram as
cifras negras do Direito Penal.
QUANTO A CLASSE II) Crimes do colarinho branco (white collar crimes): são cometidos por aqueles que
SOCIAL DO AGENTE gozam e abusam da elevada condição econômica e do poder daí decorrente, como é o
caso dos delitos contra o sistema financeiro nacional (Lei 7.492/1986), de lavagem de
capitais (Lei 9.613/1998) e contra a ordem econômica (Lei 8.176/1991), entre tantos
outros. Nesses crimes socioeconômicos, surgem as “cifras douradas do Direito Penal”,
indicativas da diferença apresentada entre a criminalidade real e a criminalidade
conhecida enfrentada pelo Estado. Raramente existem registros envolvendo delitos
dessa natureza, inviabilizando a persecução penal e acarretando a impunidade das
pessoas privilegiadas no âmbito econômico.

Crime habitual: delito que busca punir um conjunto de condutas praticadas pelo
agente. Tipo penal criado para punir um estilo de vida. Ex: curandeirismo, casa de
prostituição. Considerações: I) Não suporta tentativa; II) Cabe flagrante;
CRIME HABITUAL
Crime habitual impróprio: basta um único ato para a configuração do delito, porém a
prática de mais de um ato constitui crime único. Ex: gestão temerária ou fraudulenta
(Lei 7.492).

De tendência interna transcendente/intensificada: requerem um agir com ânimo,


finalidade ou intenção adicional de obter um resultado ulterior ou uma ulterior
atividade, distintos da realização do tipo penal. Possui as seguintes espécies:

I) De resultado cortado: em que o resultado naturalístico (dispensável por se tratar de


delito formal) depende, para sua configuração, de comportamento advindo de
CRIMES DE
terceiros estranhos à execução do crime. Ex: art. 159, CP - extorsão mediante
INTENÇÃO
sequestro - a obtenção da vantagem (o resgate) depende dos familiares da vítima.

II) Atrofiado ou Mutilado de dois atos: o resultado naturalístico (também dispensável)


depende de um novo comportamento do agente. Ex: art. 291 - na modalidade adquirir
petrecho - precisa-se de outro ato para a falsificação da moeda com prejuízo a alguém
(resultado naturalístico).

São aqueles em que a “tendência afetiva” do autor delimita a ação típica. Assim, a
CRIMES DE tipicidade pode ou não ocorrer em razão da atitude pessoal e interna do agente. Ex:
TENDÊNCIA toque do ginecologista na realização de uma consulta, que pode configurar mero agir
profissional ou algum crime de natureza sexual, a depender da tendência (libidinosa
ou não) do agente. No mesmo sentido é o crime de injúria, pois vai depender da real
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intenção do agente de ofender a honra ou de apenas criticar ou brincar. Aqui, a


tendência do agente não transcende a conduta típica, como nos delitos de intenção.
Este último possui como elementares intenções especiais (finalidade transcendente)
expressas no próprio tipo. Ex.: no crime de extorsão mediante sequestro (art. 159), o
tipo objetivo consiste em "sequestrar alguém". Por sua vez, o tipo subjetivo possui o
dolo (consciência e vontade de realizar o tipo objetivo, que é sequestrar alguém) e o
elemento subjetivo especial (com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate). Essa intenção especial transcende (vai
além) do tipo objetivo (sequestrar alguém).

I) Crime progressivo: o agente, desde o início, pretende praticar o crime mais grave e
para tanto, por meio de atos sucessivos, práticas gradativas e crescentes violações o
bem jurídico. Há uma só infração penal. Desde o início, há a intenção de praticar o
crime “maior”. DIFERE DE PROGRESSÃO CRIMINOSA, na qual o agente deseja
inicialmente produzir um resultado menos grave, porém, após atingi-lo, decide
prosseguir e reiniciar a sua agressão e produzir um resultado mais grave. Haverá mais
de 1 infração penal. No início da conduta a intenção do agente é a prática do crime
“menor”. Posteriormente sua intenção se altera para a prática do crime de maior
gravidade.

II) Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: é aquele que contém várias
modalidades de condutas (núcleos no preceito primário) em sua descrição legal. Pode
ser alternativo (prática de mais de uma conduta constitui crime único) ou cumulativo
(prática de mais de uma conduta constitui mais de um crime). Ex: art. 22, parágrafo
único, da Lei 7.492 (evasão de divisas) – proteção de bens jurídicos diversos.
OUTRAS
CLASSIFICAÇÕES III) Crime vago: é aquele em que o sujeito passivo é uma coletividade de pessoas
destituída de personalidade jurídica.

IV) Crime gratuito é o praticado sem motivo conhecido, porque todo crime tem uma
motivação. Não se confunde com o motivo fútil, definido como aquele de menor
importância, desproporcional ao resultado provocado pelo crime.

Com efeito, a ausência de motivo conhecido não deve ser equiparada ao motivo fútil.
Destarte, o desconhecimento acerca do móvel do agente não deve ser colocado no
mesmo nível do motivo de somenos importância. Há, todavia, adeptos de posição
contrária, os quais alegam que, se um motivo ínfimo justifica a elevação da pena, com
maior razão deve ser punida mais gravemente a infração penal imotivada.

V) Crime de ímpeto: cometido sem premeditação, como decorrência de reação


emocional repentina, tal como no homicídio privilegiado, cometido pelo agente sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima (CP, art.
121, § 1.º). Esses crimes são, normalmente, passionais (movidos pela paixão).

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
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VI) Crime exaurido: aquele em que o agente, depois de já alcançada a consumação,


insiste na agressão ao bem jurídico. Não caracteriza novo crime, constituindo-se em
desdobramento de uma conduta perfeita e acabada. Em outras palavras, é o crime
que, depois de consumado, alcança suas consequências finais, as quais podem
configurar um indiferente penal, como no falso testemunho (CP, art. 342), que se torna
exaurido com o encerramento do julgamento relativo a este crime, ou então condição
de maior punibilidade, como ocorre na resistência (CP, art. 329), em que a não
execução do ato dá ensejo à forma qualificada do crime.

VII) Crime de circulação é o praticado com o emprego de veículo automotor, a título


de dolo ou de culpa, com a incidência do Código Penal ou do Código de Trânsito
Brasileiro (Lei 9.503/1997).

VIII) Crime atentado é aquele em que a lei pune de forma idêntica o crime consumado
e a forma tentada, isto é, não há diminuição da pena em face da tentativa. É o caso do
crime de evasão mediante violência contra a pessoa (CP, art. 352: “Evadir-se ou tentar
evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando
de violência contra a pessoa”).

IX) Crime de opinião ou de palavra: é o cometido pelo excesso abusivo na


manifestação do pensamento, seja pela forma escrita, seja pela forma verbal, tal como
ocorre no desacato (CP, art. 331).

#DEOLHONAJURIS: O crime de desacato é compatível com a Constituição Federal e


com o Pacto de São José da Costa Rica. A figura penal do desacato não tolhe o direito
à liberdade de expressão, não retirando da cidadania o direito à livre manifestação,
desde que exercida nos limites de marcos civilizatórios bem definidos, punindo-se os
excessos. STF. 2ª Turma. HC 141949/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
13/3/2018 (Info 894). #IMPORTANTE

x) Crime inominado: delineado pelo uruguaio Salvagno Campos, é o que ofende regra
ética ou cultural consagrada pelo Direito Penal, embora não definido em lei como
infração penal. Não pode ser aceito, haja vista que o princípio da reserva legal veda a
analogia in malam partem em âmbito criminal.

XI) Crime profissional: é o crime habitual, quando cometido com finalidade lucrativa.
Exemplo: rufianismo (CP, art. 230).

XII) Quase-crime: é o nome doutrinário atribuído ao crime impossível (CP, art. 17) e à
participação impunível (CP, art. 31). Na verdade, inexiste crime.

XIII) Crime subsidiário: é o que somente se verifica se o fato não constitui crime mais
grave. É o caso do dano (CP, art. 163), subsidiário em relação ao crime de incêndio (CP,

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art. 250). Para Nélson Hungria, o crime subsidiário funciona como “soldado de
reserva”.

XIV) Crime putativo, imaginário ou erroneamente suposto é aquele em que o agente


acredita realmente ter praticado um crime, quando na verdade cometeu um
indiferente penal. Exemplo: “A” vende um pó branco, acreditando tratar-se de
cocaína. Na verdade, era talco. Trata-se de um “não crime”, que se divide em três
espécies: a) crime putativo por erro de tipo; b) crime putativo por erro de proibição,
também conhecido como “delito de alucinação”; e c) crime putativo.

XV) Crime obstáculo é aquele que retrata atos preparatórios tipificados como crime
autônomo pelo legislador. É o caso da associação criminosa (CP, art. 288) e dos
petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291).

XVI) Crimes de plástico: são aquelas situações típicas das sociedades modernas, em
que o direito penal aparece como (falsa) solução para todos os males, contribuindo
fundamentalmente para a proliferação e ampliação do “cardápio” de tipos penais,
com nenhuma ou pouca efetividade. Em situações determinadas, sobretudo quando
há uma movimentação e pressão popular ou midiática, o Estado traz novas (?) soluções
e alterações legislativas, seja para recrudescer o tratamento a alguns delitos, seja para
criar efetivamente crimes no ordenamento jurídicos. Ex: Lei Carolina Dieckman (Lei
12.737/12).

SUPERVENIÊNCIA DE CAUSA INDEPENDENTE #APOSTACICLOS


#DICA - B I P E: o agente deverá RESPONDER PELO RESULTADO MORTE, por se tratar de CAUSAS
SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE INDEPENDENTES que se encontram na linha de desdobramento natural da
conduta do agente, razão pela qual o NEXO CAUSAL NÃO É QUEBRADO, não havendo por isso a aplicação do
art. 13, §1o, CP nos seguintes casos:
➢ BRONCOPNEUMONIA;
➢ INFECÇÃO HOSPITALAR;
➢ PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E;
➢ ERRO MÉDICO

Por sua vez, aplicar-se-á o art. 13, §1o CP (HAVERÁ O ROMPIMENTO DO NEXO CAUSAL e o agente responderá
pela TENTATIVA) se a questão trouxer como causa da morte da vítima:
• INCÊNDIO;
• DESABAMENTO do hospital; e
• ACIDENTE com a ambulância

#NÃOCONFUNDA: TENTATIVA E CRIME IMPOSSÍVEL


TEORIAS DO CRIME IMPOSSÍVEL
Com a sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razão pela qual deve ser punido,
TEORIA ainda que o crime se mostre impossível de ser consumado.
SINTOMÁTICA Por ter como fundamento a periculosidade do agente, esta teoria se relaciona
diretamente com o direito penal do autor.

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Sendo a conduta subjetivamente perfeita (vontade consciente de praticar o delito),


deve o agente sofrer a mesma pena cominada à tentativa, sendo indiferente os dados
TEORIA SUBJETIVA
(objetivos) relativos à impropriedade do objeto ou ineficácia do meio, ainda quando
absolutas. O agente deve ser punido porque revelou vontade de praticar o crime.
Crime é conduta e resultado. Este configura dano ou perigo de dano ao bem jurídico. A
execução deve ser idônea, ou seja, trazer a potencialidade do evento.
Caso inidônea, temos configurado o crime impossível. O agente não deve ser punido
porque não causou perigo aos bens penalmente tutelados.
A teoria objetiva subdivide-se:
TEORIA OBJETIVA
1) TEORIA OBJETIVA PURA: não há tentativa, mesmo que a inidoneidade seja relativa,
considerando-se, neste caso, que não houve conduta capaz de causar lesão.
2) TEORIA OBJETIVA TEMPERADA OU INTERMEDIÁRIA: a ineficácia do meio e a
impropriedade do objeto devem ser absolutas para que não haja punição. Sendo
relativas, pune-se a tentativa. É a teoria Adotada pelo CP.

TEORIAS DO DOLO
Dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal.
TEORIA DA
Dolo = previsão (consciência) + querer
VONTADE
OBS: Adotada pelo CP em relação ao dolo direto.
Fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado como possível
TEORIA DA e, ainda assim, decidir prosseguir com a conduta.
REPRESENTAÇÃO Dolo = previsão (consciência) + prosseguir com a conduta
ATENÇÃO: Esta teoria acaba abrangendo no conceito de dolo a culpa consciente.
Fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado como possível
e, ainda assim, decide prosseguir com a conduta, assumindo o risco de produzir o
evento.
TEORIA DO
Dolo = previsão (consciência) + prosseguir com a conduta assumindo o risco do
CONSENTIMENTO/
evento
ASSENTIMENTO
OBS: Esta teoria, diferente da anterior, não mais abrange no conceito de dolo a
culpa consciente.
OBS: Adotada pelo CP em relação ao dolo eventual.
Trabalha com dados estatísticos, ou seja, se de acordo com a conduta do agente,
TEORIA DA
estatisticamente, ele tiver grandes probabilidades de alcançar o resultado, estará
PROBABILIDADE
configurado o dolo. Não adotada pelo CP.

#SÓNATABELHINHA #APOSTACICLOS
Dolo direto: o agente dirige De 1º grau: dolo clássico, sem efeitos colaterais certos e necessários
sua vontade na produção De 2º grau: o agente, para produzir um determinado resultado, tem que
de um resultado produzir outros resultados como efeitos colaterais certos e necessários (ex:
determinado. A finalidade é colocar uma bomba no avião)
certa, precisa.
Dolo Indireto: o resultado Dolo Alternativo: o agente dirige sua conduta no sentido de produzir um
que o agente deseja ou outro resultado, indistintamente (atira, desejando matar ou ferir)
produzir não é certo e Dolo eventual: o agente dirige sua conduta no sentido de produzir um
determinado. A finalidade resultado, não se importando, contudo, que aconteça um resultado mais
não é certa e precisa. gravoso.

#ATENÇÃO

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HIPÓTESES DE AUSÊNCIA DE CONDUTA


Coação física irresistível
Atos e movimentos reflexos
Sonambulismo e hipnose
Caso fortuito e força maior

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO #APOSTACICLOS

ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO


Inevitável: exclui dolo e culpa Inevitável: isenta o agente de pena
Evitável: pune a culpa, se prevista em lei Evitável: diminui a pena
O agente NÃO SABE o que faz. O agente SABE o que faz, mas pensa que sua conduta
é lícita.
Erro sobre os elementos objetivos do tipo Erro quanto à ilicitude da conduta
Má interpretação sobre os FATOS Afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE.

Não há erro sobre a situação fática, mas não há a


exata compreensão sobre os LIMITES JURÍDICOS DA
LICITUDE da conduta.
Exclui CRIME Exclui PENA

O ERRO sobre os PRESSUPOSTOS FÁTICOS deve ser tratado como erro de tipo ou de proibição?
O erro sobre os pressupostos fáticos deve equiparar-se a erro de tipo. Se
inevitável, exclui dolo e culpa; se evitável, pune a culpa. Prevista na exposição de
TEORIA LIMITADA DA
motivos do CP.
CULPABILIDADE
(prevalece no Brasil)
Apesar de previsto no art. 20, §1° que o agente fica isento de pena, a consequência
será a exclusão da tipicidade (ausência de dolo e culpa).
TEORIA EXTREMADA Equipara-se a erro de proibição. Se inevitável, isenta o agente de pena; se evitável,
DA CULPABILIDADE diminui a pena.
TEORIA EXTREMADA De acordo com essa teoria, o art. 20, §1°, CP, reúne as duas teorias anteriores,
“SUI GENERIS” DA seguindo a extremada, quando o erro é inevitável, e a limitada, quando o erro é
CULPABILIDADE evitável.

CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS

Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
#ATENÇÃO: Nos crimes funcionais a condição de servidor público do autor não se comunica ao partícipe não
funcionário, se este desconhecia a condição daquele.

Circunstâncias: são dados acessórios ao crime, dispensáveis para a configuração da figura penal básica, embora
causem influência sobre a duração da pena. Podem ser objetivas e subjetivas:
a) circunstâncias objetivas - Exemplo: furto mediante rompimento de obstáculo. Essa circunstância qualifica o
crime de furto e vai se comunicar.
b) circunstâncias subjetivas - não se comunicam como regra, salvo quando forem elementares, pois se referem
ao agente.

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Elementar: são dados que constituem o tipo penal, ou seja, são os elementos constitutivos do crime. As
elementares sempre se comunicam, sejam de caráter objetivo ou subjetivo.

ATOS INFRACIONAIS NA DOSIMETRIA DA PENA:

REGISTRO DE ATOS INFRACIONAIS PRETÉRITOS PODEM SER UTILIZADOS CONTRA O


INVESTIGADO/ACUSADO?
DOSIMETRIA: Atos infracionais não podem ser considerados maus antecedentes para a elevação da
NÃO pena-base, tampouco podem ser utilizados para caracterizar personalidade voltada para
a prática de crimes ou má conduta social. STJ. 5ª Turma. HC 499.987/SP, Rel. Min. Felix
Fischer, julgado em 30/05/2019.
REINCIDÊNCIA: Atos infracionais pretéritos não se prestam a configurar reincidência. STJ. 6ª Turma. AgRg
NÃO no AREsp 1665758/RO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/05/2020
DECRETAR Anotações de atos infracionais podem ser utilizadas para amparar juízo concreto e
PRISÃO cautelar de risco de reiteração delitiva, de modo a justificar a necessidade e adequação
PREVENTIVA: SIM da prisão preventiva. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 572.617/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 09/06/2020.
NEGAR TRÁFICO O registro de atos infracionais pode justificar a negativa da causa especial de diminuição
PRIVILEGIADO: de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (tráfico privilegiado), por
SIM indicar a dedicação do réu à prática delituosa. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 573.149/SP,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/06/2020.
NEGAR O Não se mostra possível reconhecer um reduzido grau de reprovabilidade na conduta de
PRINCÍPIO DA quem, de forma reiterada, comete habitualmente atos infracionais. STJ. 6ª Turma. AgRg
INSIGNIFICÂNCIA: no AREsp 1550027/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/05/2020
SIM

REQUISITOS CUMULATIVOS PARA A CONVERSÃO DA PPL EM PRD


1º requisito (objetivo): 2º requisito (subjetivo): 3º requisito (subjetivo):
Natureza do crime e quantum da Não ser reincidente em crime A substituição seja indicada e
pena doloso suficiente
a) Crime doloso: Regra: não ser reincidente em A culpabilidade, os antecedentes,
• igual ou inferior a 4 anos; crime doloso a conduta social e a personalidade
• sem violência ou grave ameaça a do condenado, bem como os
pessoa. Exceção: § 3º Se o condenado for motivos e as circunstâncias
reincidente, o juiz poderá aplicar a indicarem que essa substituição
b) Crime culposo: substituição, desde que, em face seja suficiente (Princípio da
Qualquer que seja a pena aplicada. de condenação anterior, a medida suficiência da resposta alternativa
seja socialmente recomendável e ao delito).
reincidência não se tenha operado
em virtude da prática do mesmo
crime.

REGRA: o condenado que for reincidente em crime doloso, não fará jus à pena restritiva de direitos (art. 44, II,
do CP).

EXCEÇÃO: o juiz poderá conceder a pena restritiva de direitos ao condenado, mesmo ele sendo reincidente,
desde que cumpridos dois requisitos previstos no § 3º do art. 44:
a) a medida (substituição) deve se mostrar socialmente recomendável;

90
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b) a reincidência não pode ocorrer em virtude da prática do mesmo crime (não pode ser reincidente específico).

#DEOLHONAJURIS: A prestação pecuniária prevista no art. 45, §1º, do CP pode ser compensada com o montante
fixado com fundamento no art. 387, IV, do CPP, ante a coincidência de beneficiários. STJ. 5ª Turma. REsp
1882059-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 19/10/2021 (Info 714).
Não existe direito subjetivo do réu em optar, na substituição da pena privativa de liberdade, se prefere duas
penas restritivas de direitos ou uma restritiva de direitos e uma multa. AgRg no HC 456.224/SC, Rel. Ministro
JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, DJe 01/04/2019.
Não é possível a aplicação da detração, na pena privativa de liberdade, do valor recolhido a título de prestação
pecuniária. Isto porque, a prestação pecuniária tem caráter penal e indenizatório, com consequências jurídicas
distintas da prestação de serviços à comunidade (em que se admite a detração). STJ. 5ª Turma. REsp
1853916/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em04/08/2020.

FIXAÇÃO DA PENA PARA O CRIME CONTINUADO GENÉRICO/COMUM: Aplica-se o SISTEMA DA EXASPERAÇÃO:


a pena do crime mais grave, se forem diferentes, ou de um dos crimes, se as penas forem iguais, com a causa
de aumento de pena de um sexto a dois terços. A jurisprudência entende que quanto maior o número de crimes
parcelares, mais se aproximará da maior causa de aumento:

NÚMERO DE CRIMES PARCELARES FRAÇÃO DE AUMENTO


2 1/6
3 1/5
4 ¼
5 1/3
6 ½
7 OU MAIS 2/3

#ATENÇÃO: É proporcional a aplicação da fração máxima de 2/3 na hipótese de a conduta criminosa


corresponder a 7 ou mais infrações em continuidade delitiva. AgRg no REsp 1.945.790-MS, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022. (Info 749 - STJ)

#ATENÇÃO #NOVIDADE: CONFISCO ALARGADO


Os efeitos extrapenais específicos estão previstos nos arts. 91-A (inovação da Lei n.º 13.964/2019) e 92 do CP.
O confisco alargado não é cabível em qualquer condenação, sendo submetido a alguns pressupostos necessários
que delimitam seu cabimento:
a. Condenação por crime com pena máxima superior a seis anos;
b. Incompatibilidade do patrimônio com a renda líquida do agente

DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: GRAÇA, ANISTIA e INDULTO

Anistia, graça e indulto: são formas de renúncia do Estado ao seu direito de punir.
É um benefício concedido pelo Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
República (art. 48, VIII, CF/88), por meio do qual se “perdoa” a prática de um fato
criminoso. Normalmente, incide sobre crimes políticos, mas também pode abranger
ANISTIA outras espécies de delito.
É concedida por meio de uma lei federal ordinária.
Pode ser concedida: • antes do trânsito em julgado (anistia própria); • depois do trânsito
em julgado (anistia imprópria).

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Classificação a) Propriamente dita: quando concedida antes da condenação. b)


Impropriamente dita: quando concedida após a condenação. a) Irrestrita: quando atinge
indistintamente todos os autores do fato punível. b) Restrita: quando exige condição
pessoal do autor do fato punível. Ex.: exige primariedade. a) Incondicionada: não se exige
condição para a sua concessão. b) Condicionada: exige-se condição para a sua concessão.
Ex.: reparação do dano. a) Comum: atinge crimes comuns. b) Especial: atinge crimes
políticos.
Extingue os efeitos penais (principais e secundários) do crime. Os efeitos de natureza civil
permanecem íntegros.
O réu condenado que foi anistiado, se cometer novo crime, não será reincidente.
É um benefício coletivo que, por referir-se somente a fatos, atinge apenas os que o
cometeram.
Concedidos por Decreto do Presidente da República. Apagam o efeito executório da
condenação. A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s): • Procurador Geral da
República; • Advogado Geral da União; • Ministros de Estado.
Concedidos por meio de um Decreto.
Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais benefícios só podem ser concedidos após o
trânsito em julgado da condenação. Esse entendimento, no entanto, está cada dia mais
GRAÇA superado, considerando que o indulto natalino, por exemplo, permite que seja
É um benefício concedido o benefício desde que tenha havido o trânsito em julgado para a acusação ou
individual (com quando o MP recorreu, mas não para agravar a pena imposta (art. 5º, I e II, do Decreto
destinatário 7.873/2012).
certo). Depende Classificação a) Pleno: quando extingue totalmente a pena. b) Parcial: quando somente
de pedido do diminui ou substitui a pena (comutação). a) Incondicionado: quando não impõe qualquer
sentenciado. condição. b) Condicionado: quando impõe condição para sua concessão. a) Restrito:
exige condições pessoais do agente. Ex.: exige primariedade. b) Irrestrito: quando não
exige condições pessoais do agente.
Só extinguem o efeito principal do crime (a pena). Os efeitos penais secundários e os
efeitos de natureza civil permanecem íntegros.
O réu condenado que foi beneficiado por graça ou indulto, se cometer novo crime, será
reincidente.

CRIMES CONTRA AS PESSOAS – DESTAQUES GERAIS

RESUMO – HOMICÍDIO:
HOMICÍDIO Em regra, não é crime hediondo, salvo quando praticado em atividade de grupo de
SIMPLES extermínio, ainda que por só um agente (art. 1º, I, 1ª parte, Lei nº 8.072/90).
O homicídio é privilegiado quando o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida
a injusta provocação da vítima. Nesse caso, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço. As hipóteses legais do privilégio apresentam caráter subjetivo.
#NÃOESQUECER são de natureza objetiva, portanto admitem o homicídio privilegiado-
HOMICÍDIO
qualificado, as hipóteses do art. 121, §2º, III e IV, (referentes aos meios e modos de
PRIVILEGIADO
execução), com exceção da traição.
As demais qualificadoras, nos demais incisos, são de natureza subjetiva.
#MEMORIZAR as objetivas, por exclusão (já que são em menor quantidade).
#ATENÇÃO O homicídio privilegiado não é crime hediondo por ausência de previsão legal.
Lembrem que o rol dos crimes hediondos é um rol taxativo.

92
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

#CONCURSO DE AGENTES: em caso de concurso de agentes as causas privilegiadas não se


comunicam, uma vez que são circunstâncias subjetivas do crime (e não elementares). Art.
30, CP.
✓ MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU OUTRO MOTIVO TORPE =
motivo vil, repugnante. Ex.: matar um parente para ficar com sua herança.
#ATENÇÃO #SAINDODOFORNO A qualificadora da paga (art. 121, 2º, I, do CP) não é
aplicável aos mandantes do homicídio, porque o pagamento é, para eles, a conduta que
os integra no concurso de pessoas, mas não o motivo do crime. REsp 1.973.397-MG, Rel.
Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748
- STJ)
#DIVERGÊNCIA: É possível a aplicação da qualificadora descrita no inciso I do § 2º do
artigo 121 do Código Penal ao mandante do crime de homicídio (HC n. 447.390/SC,
relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em 23/4/2019, DJe de 30/4/2019)
✓ MOTIVO FÚTIL = insignificante, desproporcional à natureza do crime praticado.
Obs.: a ausência de motivo não se equipara a motivo fútil.
HOMICÍDIO ✓ MEIO INSIDIOSO: agente usa de fraude para cometer crime sem que a vítima perceba.
QUALIFICADO ✓ MEIO CRUEL: é aquele que proporciona à vítima um intenso (e desnecessário)
sofrimento físico ou mental quando a morte poderia ser ocasionada de forma menos
dolorosa.
✓ TORTURA: o agente usa da tortura como meio para conseguir a morte da vítima, ou seja,
trata-se de morte dolosa. Vai responder por crime de homicídio qualificado.
OBS: tortura com resultado morte (art. 1º, §3º, Lei nº 9.455/97): crime essencialmente
preterdoloso. O agente tem o dolo de torturar a vítima e, por excesso, finda por causar-
lhe a morte, culposamente.
✓ TRAIÇÃO: é o ataque desleal, repentino e inesperado.
✓ EMBOSCADA: pressupõe o ocultamento do agente, que ataca a vítima com surpresa.
✓ DISSIMULAÇÃO: fingimento, disfarçando o agente a sua intenção criminosa.
✓ OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO:
trata-se de caso clássico de interpretação analógica.
✓ Trata-se de figura qualificada no homicídio doloso, de competência do Tribunal do
FEMINICÍDIO
Júri e considerada crime hediondo (art. 121, §2º, VI, CP c/c art. 1º, I, Lei nº 8.072/90).
✓A Lei nº 13.142/2015 alterou o Código Penal com escopo de criar uma nova qualificadora
ao crime de homicídio.
✓Considera-se homicídio funcional quando o agente passivo for autoridade ou agente
descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional
HOMICÍDIO
e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência
FUNCIONAL
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
em razão dessa condição.
#SELIGA houve também alteração na Lei nº 8.072/1990, tornando o homicídio funcional
espécie de crime hediondo.
✓ É possível a aplicação do perdão judicial nos casos de homicídio culposo. Trata-se de
causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX, CP).
HOMICÍDIO #DEOLHONASÚMULA:
CULPOSO Súmula 18, STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
✓ HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO: deveremos aplicar o art. 302, CTB.

#ATENÇÃONOVIDADE – LEI HENRY BOREL

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A novatio legis, dentre outras novidades, inclui como qualificadora do crime do artigo 121 do Código Penal
Brasileiro o homicídio praticado contra menor de 14 anos.
E mais, a pena de reclusão de 12 a 30 anos, referente ao homicídio qualificado, terá como causa de aumento de
pena o delito praticado pelos ascendentes, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
curador, preceptor (que orienta na educação da criança), empregador da vítima ou qualquer outra pessoa que
exerça autoridade ou cuide dela.
Ainda, em decorrência da qualificadora, o homicídio contra criança ou adolescente até 14 anos torna-se crime
hediondo.
A consequência prática de rotular determinados crimes como hediondos é que o apenado deixa de ter direito a
alguns benefícios constitucionais e legais, como, por exemplo, a fiança, a graça e a anistia, ou tenha restrição na
obtenção desses benefícios, como a exigência de maior tempo de cumprimento de pena para progredir de
regime.

#ATENÇÃO: FURTO E ESTELIONATO!!

#NÃOCONFUNDIR - Não confundir furto de energia elétrica com estelionato para ocultar consumo.
FURTO DE ENERGIA ELÉTRICA ESTELIONATO PARA O CONSUMO
“GATO” FRAUDE NO MEDIDOR
Agente não está autorizado a consumir a coisa. O agente está autorizado a consumir a coisa, mas se
Ligação clandestina. vale do artifício para provocar consumo fictício.
A ligação é legítima – a adulteração é do medidor.

CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

#ATENÇÃO: Associação criminosa (art. 288):


ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Art. 288 do CP Art. 2º da Lei 12.850/13
Pena: Reclusão de 1 a 3 anos Pena: Reclusão de 3 a 8 anos
Associarem-se 3 ou mais pessoas Associação de 4 ou mais pessoas
Dispensa estrutura ordenada e divisão de tarefas Pressupõe estrutura ordenada e divisão de tarefas,
ainda que informalmente
A busca de vantagem para o grupo é o mais Com o objetivo de obter vantagem de qualquer
comum, porém dispensável natureza
Para o fim específico de cometer crimes Mediante a prática de infrações penais
(abrangendo contravenções) cujas penas máximas
sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter
transnacional

CRIMES CONTRA SAÚDE PÚBLICA

#ATENÇÃO #REPERCUSSÃOGERAL
É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do art. 273 do Código Penal, com redação dada pela Lei nº
9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos, e multa), à hipótese prevista no seu § 1º-B, I, que versa sobre a importação
de medicamento sem registro no órgão de vigilância sanitária. Para esta situação específica, fica repristinado o
preceito secundário do art. 273, na redação originária (reclusão, de 1 a 3 anos, e multa). STF. Plenário. RE
979962/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 1003) (Info 1011).

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA #APOSTACICLOS

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CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO CRIME FUNCIONAL IMPRÓPRIO


A ausência da condição de servidor público torna o A ausência da condição de servidor público faz com
fato atípico (atipicidade absoluta) que o crime deixe de ser funcional e passe a ser
incriminado por outro tipo penal incriminador
(atipicidade relativa)

REVISÃO PECULATO:
PECULATO
PECULATO-APROPRIAÇÃO: tem a posse do bem em virtude do cargo e passa a agir
como dono.
PRÓPRIO
PECULATO-DESVIO: tem a posse do bem em virtude do cargo e o desvia em proveito
próprio ou de terceiros.
PECULATO-FURTO: não tem a posse do bem, mas se vale das facilidades do cargo para
IMPRÓPRIO
subtrair ou concorrer para subtração.
O agente não observa seu dever de cuidado, concorrendo para que outrem subtraia,
desvie ou se aproprie do bem. É infração de menor potencial ofensivo, admitindo
CULPOSO transação penal e suspensão condicional do processo.
Se o agente reparar o dano até a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se
após isso, reduz a pena pela metade.
Apropria-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por
ESTELIONATO
erro de outrem.
O funcionário insere ou facilita a inserção de dados falsos, altera ou exclui
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou banco de dados da
ELETRÔNICO
Administração Pública, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem
ou para causar dano.

PECULATO CULPOSO E REPARAÇÃO DO DANO:


A REPARAÇÃO DO DANO ANTES DA
CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
SENTENÇA IRRECORRÍVEL8

A REPARAÇÃO DO DANO POSTERIOR À CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA


SENTENÇA IRRECORRÍVEL (minorante)

PECULATO DOLOSO E REPARAÇÃO DO DANO:


REPARAÇÃO DO DANO
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
REPARAÇÃO DO DANO
APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA ATENUANTE GENÉRICA
E ANTES DO JULGAMENTO

JURISPRUDÊNCIA – PECULATO

8 #PEDRADETOQUE: para saber se o funcionário público será beneficiado pela extinção da punibilidade ou pela aplicação da
minorante, o marco crucial será visualizar a recorribilidade da sentença condenatória. Isso porque se irrecorrível somente poderemos
falar em causa de diminuição da pena.

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

#APOSTACICLOS Não é típico o ato do servidor que se apropria de valores que já lhe pertenceriam, em razão do
cargo por ele ocupado. AgRg no AREsp 2.073.825-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade,
julgado em 16/08/2022, DJe 22/08/2022. (Info 746 – STJ).

#NÃOCONFUNDA
CONCUSSÃO Funcionário público exige vantagem indevida.
CORRUPÇÃO Funcionário público solicita, recebe ou aceita vantagem indevida.
PASSIVA
CORRUPÇÃO Particular oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público.
ATIVA
O agente viola o dever funcional para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, de
PREVARICAÇÃO
modo que não envolve um terceiro corruptor

#NÃOCONFUNDA2
PATROCINAR, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
ADVOCACIA
pública, valendo-se da qualidade de funcionário. Crime praticado por funcionário
ADMINISTRATIVA
público contra a administração em geral
SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR ou OBTER, para si ou para outrem, vantagem ou
TRÁFICO DE promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público
INFLUÊNCIA no exercício da função. Crime praticado por particular contra a administração em
geral
SOLICITAR ou RECEBER dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em
EXPLORAÇÃO DE
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
PRESTÍGIO
intérprete ou testemunha. Crime contra a administração da justiça

#ALERTA: DESCAMINHO E CONTRABANDO (Art. 334 e 334-A)


CONTRABANDO DESCAMINHO
Tipificado no art. 334-A do CP. Tipificado no art. 334 do CP.
Consiste em “importar ou exportar mercadoria Consiste em “iludir, no todo ou em parte, o
proibida”. pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria”
Corresponde à conduta de importar ou exportar Corresponde à entrada ou à saída de produtos
mercadoria PROIBIDA. PERMITIDOS, todavia elidindo o pagamento do
imposto devido.
Obs.: essa proibição pode ser absoluta ou relativa.
É a fraude utilizada para iludir o pagamento de
impostos relacionados com a importação ou
exportação de produtos.
NÃO é uma espécie de crime tributário. É uma espécie de crime tributário.
Bem jurídico: a moralidade administrativa, a saúde e Bem jurídico protegido: interesse do Estado na
a segurança pública. O bem juridicamente tutelado arrecadação dos tributos.
vai além do mero valor pecuniário do imposto elidido,
alcançando também o interesse estatal de impedir a Além disso, alguns autores apontam que este crime
entrada e a comercialização de produtos proibidos também protege o controle estatal das importações
em território nacional. e das exportações.
É INAPLICÁVEL o princípio da insignificância. APLICA-SE o princípio da insignificância se o valor do
tributo cujo pagamento foi iludido não superar R$ 20
mil (posição majoritária).
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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Exceção: contrabando de pequena quantidade de


medicamento para uso próprio (STJ EDcl no AgRg no
REsp 1708371/PR).
NÃO admite suspensão condicional do processo (a Admite suspensão condicional do processo (a pena é
pena é de 2 a 5 anos). de 1 a 4 anos).

JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA #DIZERODIREITO #CONCURSOS360:


#SAINDODOFORNO Incide a causa especial de aumento de pena prevista no § 3º do art. 334 do Código Penal
quando se tratar de descaminho praticado em transporte aéreo, não sendo relevante o fato de o voo ser regular
ou clandestino.AgRg no AREsp 2.197.959-SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por
maioria, julgado em 28/2/2023. (Info 765 - STJ)

CRIMES DE LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES

FASE DO DELITO DE LAVAGEM


FASE DESCRIÇÃO EXEMPLOS
Aplicação no mercado formal,
mediante depósito em banco, troca
Separação física do dinheiro dos por moeda estrangeira, remessa ao
autores do crime. exterior através de mulas,
1ª COLOCAÇÃO (PLACEMENT)
É antecedida pela captação e transferência eletrônica ou física
concentração do dinheiro. para paraísos fiscais, importação
subfaturada; aquisição de imóveis;
obras de arte; joias; etc.
Nessa fase, multiplicam-se as
transações anteriores, através de
muitas empresas e contas, de modo
2ª OCULTAÇÃO
que se perca a trilha do dinheiro Várias transferências por cabo (wire
OU
(paper trail), constituindo-se na transfer) ou sucessivos
DISSIMULAÇÃO
lavagem propriamente dita, que empréstimos.
(LAYERING)
tem por objetivo fazer com que não
se possa identificar a origem ilícita
dos valores ou bens.
O dinheiro é empregado em Compra de uma empresa já
negócios lícitos, ilícitos ou compra existente e em funcionamento,
de bens, dificultando ainda mais a aquisição de um empreendimento
3ª INTEGRAÇÃO (INTEGRATION
investigação, já que o criminoso imobiliário, simulação de obtenção
OU RECYCLING)
assume ares de respeitável em pagamento por serviços de
investidor, atuando conforme as difícil mensuração, como
regras do sistema. consultoria, por exemplo.

LEI DE DROGAS #APOSTACICLOS

POSSE DE DROGAS PARA USO PESSOAL:


O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, possui natureza jurídica de
crime, já que tal conduta foi somente despenalizada pela Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizada.

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Porém, mesmo sendo crime, o STJ, em julgados mais recentes, tem entendido que a condenação anterior
pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência.

O argumento principal é o de que, se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão simples, não
configura reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência considerando
que este delito é punida apenas com “advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida
educativa”, ou, seja, sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão em pena
privativa de liberdade pelo descumprimento

PENAS AO USUÁRIO (ARTS. 27 E 28)


As sanções podem ser APLICADAS ISOLADA OU CUMULATIVAMENTE, BEM COMO SUBSTITUÍDAS A
QUALQUER TEMPO, ouvidos o MP e o defensor
MEDIDA EDUCATIVA DE
ADVERTÊNCIA SOBRE OS EFEITOS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
COMPARECIMENTO A PROGRAMA
DAS DROGAS COMUNIDADE
OU CURSO EDUCATIVO
Prazo máximo: 5 meses Prazo máximo: 5 meses
Exaure-se em si mesma.
Se reincidente: 10 meses **Se reincidente: 10 meses
Em entidades que se ocupem, O programa não precisa ter como
É um esclarecimento que deve ser
preferencialmente, da prevenção tema exclusivo os malefícios
feito pelo juiz quanto às
do consumo ou da recuperação causados pelo uso de drogas, sob
consequências maléficas causadas
de usuários e dependentes de pena de se confundir com a pena
pelo uso de drogas.
drogas. de advertência.

#JURIS:
#SAINDODOFORNO
A elevada quantidade de drogas apreendidas, a multiplicidade de agentes envolvidos na trama criminosa -
que perpassa pela contratação e pela proposta de pagamento -, a forma de transporte da substância
entorpecente, a distância entre os estados da federação e a nítida divisão de tarefas entre os membros do
grupo descaracterizam a condição de pequeno traficante - ou traficante ocasional - impedindo o
reconhecimento do benefício do tráfico privilegiado. AgRg no AREsp 2.115.857-MS, Rel. Ministro João Otávio
de Noronha, Rel. Acd. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, por maioria, julgado em 25/10/2022, DJe
5/12/2022. (Info Ed. Esp. 10 - STJ)
#APROFUNDA360

DIREITO PROCESSUAL PENAL9

#SAINDODOFORNO O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) não possui natureza investigativa, podendo
ser lavrado por integrantes da polícia judiciária ou da polícia administrativa. ADI 6.264/DF; ADI 6.245/DF,
relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 17.2.2023 (sexta-feira), às 23:59. (Info
1083 - STF) É constitucional — por ausência de usurpação das funções das polícias judiciárias — a prerrogativa
conferida à Polícia Rodoviária Federal de lavrar termo circunstanciado de ocorrência (TCO), o qual,
diversamente do inquérito policial, não constitui ato de natureza investigativa, dada a sua finalidade de
apenas constatar um fato e registrá-lo com detalhes.
O TCO, nos moldes definidos pela Lei 9.099/1995, destina-se a registrar ocorrências de crimes de menor
potencial ofensivo, sem dar margem a qualquer procedimento que acarrete diligências para esclarecimento
dos fatos ou da autoria delitiva.

9
Por Carolina Byrro.

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REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Esta Corte já reputou constitucional a lavratura de TCO por autoridade policial que não seja delegado de polícia,
por considerar que essa atribuição não é exclusiva da polícia judiciária, tal como ocorre nos casos submetidos
à investigação mediante inquérito policial (1).
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, em apreciação conjunta, julgou improcedentes as
ações para assentar a constitucionalidade do art. 6º do Decreto 10.073/2019, na parte em que modificou o
art. 47, XII, do Decreto 9.662/2019.

PRAZOS DO INQUÉRITO POLICIAL


PREVISÃO LEGAL PRESO SOLTO
10 dias, prorrogáveis por até 15*
REGRA GERAL (CPP) *PACOTE ANTICRIME – art. 3º-B 30 dias (prorrogáveis)
suspenso pelo STF
POLÍCIA FEDERAL 15 dias + 15 dias 30 dias
CRIMES CONTRA A
10 dias 10 dias
ECONOMIA POPULAR
LEI DE DROGAS 30 dias + 30 dias 90 dias + 90 dias
INQUÉRITO MILITAR 20 dias 40 dias + 20 dias

#DEOLHONAJURIS #SAINDODOFORNO É legal o compartilhamento com a Controladoria-Geral da União de


informações coletadas em inquérito em que se apura suposta prática de crimes de organização criminosa,
lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Nancy Andrighi,
Corte Especial, por unanimidade, julgado em 15/2/2023. (Info 764 - STJ)
É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-
CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 04/06/2019 (Info 652).

#NÃOCONFUNDIR

MP deixa de oferecer a denúncia por entender que o juízo perante o qual


ARQUIVAMENTO INDIRETO
oficia é incompetente. Com o Pacote Anticrime deixa de ser aplicável.

Se o arquivamento partir diretamente do PGR ou do PGJ, O TRIBUNAL NÃO


PODERÁ INVOCAR O ART. 28 do CPP. Caberá, porém, no âmbito federal,
ARQUIVAMENTO recurso administrativo à Câmara de Coordenação e Revisão. No âmbito
estadual, há um mecanismo “interna corporis”, que permite a revisão do
ORIGINÁRIO pedido de arquivamento pelo Colégio de Procuradores, nos casos de
atribuição originária do PGJ. Ele se encontra previsto no artigo 12, inciso XI
da lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional dos Ministérios Públicos Estaduais).

MP oferece a denúncia em face de apenas um ou alguns dos crimes nele


ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO narrados ou dos acusados, deixando de oferecer, sem motivo justificado,
OU TÁCITO pelos outros. STF: O sistema processual penal brasileiro não prevê a figura
do arquivamento implícito de inquérito policial.

99
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

AÇÃO PENAL

Titular é o MP e não
Incondicionada depende da vontade da
vítima
Pública
Depende de representação
Condicionada da vítima ou requisição de
autoridade

Ação Penal De iniciativa do ofendido e


Propriamente dita os sucessores podem
continuar

Só pode ser ajuizada e


Privada Personalíssima
continuada pelo ofendido

Subsidiária da Se houver inércia do MP, o


pública ofendido pode ajuizar

Princípios comuns

Ação Penal pública Ação Penal privada

Princípio da inércia da jurisdição

“Ne bis in idem” processual

Princípio da intranscendência

Princípios específicos

Ação Penal pública Ação Penal privada

Obrigatoriedade Oportunidade / Conveniência

Indisponibilidade Disponibilidade

Divisibilidade Indivisibilidade

100
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Ciclos Método

CONEXÃO E CONTINÊNCIA

#SAINDODOFORNO #SELIGANAJURIS
Havendo sentença prolatada quanto ao delito conexo, a competência para julgamento do delito remanescente
deve ser aferida isoladamente. CC 193.005-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade,
julgado em 8/2/2023, DJe 15/2/2023. (Info 764 - STJ)
O juízo do domicílio da vítima em situação de violência doméstica é competente para processar e julgar o pedido
de medidas protetivas de urgência, independentemente de as supostas condutas criminosas que motivaram
o pedido terem ocorrido enquanto o autor e a vítima encontravam-se em viagem fora do domicílio desta. CC
190.666-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 8/2/2023, DJe
14/2/2023.
A reunião dos feitos por força de conexão não ostenta natureza absoluta, sendo adequado excepcionar a sua
incidência na hipótese em que a aplicação ensejaria um atraso na tramitação de ação em estágio avançado
(instrução encerrada). CC 190.445-SP, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade,
julgado em 28/9/2022, DJe 30/9/2022. (Info Ed. Esp. 10 - STJ)

PROVAS #APOSTACICLOS

São aquelas que por si sós demonstram o próprio fato objeto da


PROVA DIRETA investigação. Ex: uma testemunha que presenciou o crime, uma perícia
realizada.

É aquela que se refere a outro fato e que, por raciocínio lógico, nos
PROVA INDIRETA permitirá ratificar ou ilidir o fato principal. Ex: testemunha que viu o
acusado em outro lugar na hora do crime.

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É aquela que imprime no julgador a certeza quanto ao fato discutido. Para


PROVA PLENA
condenação é sempre necessária a plenitude da prova. Ex: prova pericial

É aquela limitada quanto à profundidade e não imprime no julgador um


PROVA SEMIPLENA, INDICIÁRIA juízo de certeza. Essa prova é suficiente para decretação de medidas
OU CIRCUNSTANCIAL cautelares, para imprimir justa causa à inicial acusatória e para embasar
eventual absolvição. Ex: indício

É aquela que emerge do próprio fato, caracterizando a sua evidência ou


PROVA REAL
materialidade. Ex: uma fotografia, uma filmagem, uma pegada

PROVA PESSOAL É aquela que decorre da pessoa. Ex: testemunhos, interrogatório

a) Posição restritiva: a ideia da atipicidade probatória é vista de maneira


intimamente ligada à ausência de previsão legal da fonte de prova que se
quer utilizada no processo. Assim, a atipicidade probatória guarda estreita
ligação com a ausência de previsão legal da fonte de prova, confundindo-
PROVA ATÍPICA se os conceitos de prova atípica e de prova inominada;

b) Posição ampliativa: uma prova é atípica em duas situações: b.1) quando


ela estiver prevista no ordenamento, mas não haja procedimento
probatório; b.2) quando nem ela nem seu procedimento probatório
estiverem previstos em lei.

É aquela utilizada para fins diversos daqueles que lhe são próprios, com
características de outra prova nominada. Em outras palavras, existe meio
PROVA ANÔMALA
de prova legalmente previsto para a colheita da prova. Todavia, deixa-se
de lado esse meio de prova nominado, valendo-se de outro meio de prova.

É a prova típica colhida sem a observância do modelo previsto em lei.


Como essa prova irritual é produzida sem obediência ao modelo legal
PROVA IRRITUAL
previsto em lei, trata-se de prova ilegítima, passível de declaração de
nulidade.

ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA (ART. 158-B, CPP):

ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção


RECONHECIMENTO
da prova pericial;

ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o
ISOLAMENTO
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime

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descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou


no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada
FIXAÇÃO
por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no
laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento

ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando


COLETA
suas características e natureza

procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma


individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e
ACONDICIONAMENTO
biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de
quem realizou a coleta e o acondicionamento

ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições


adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a
TRANSPORTE
garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle
de sua posse

ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado


com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e
RECEBIMENTO unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem
transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do
vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu

exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia


adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se
PROCESSAMENTO
obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido
por perito

procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser


ARMAZENAMENTO processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou
transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente

procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação


DESCARTE
vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial

ATENÇÃO: A violação da cadeia de custódia NÃO implica, de maneira obrigatória, a inadmissibilidade ou a


nulidade da prova colhida. Nessas hipóteses, eventuais irregularidades devem ser observadas pelo juízo ao
lado dos demais elementos produzidos na instrução criminal, a fim de decidir se a prova questionada ainda
pode ser considerada confiável. Só após essa confrontação é que o magistrado, caso não encontre
sustentação na prova cuja cadeia de custódia foi violada, pode retirá-la dos autos ou declará-la nula. (STJ, 6ª
Turma, HC 653.515/RJ, j. 23/11/2021)

#DEOLHONAJURIS

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#SAINDODOFORNO #DIREITODIGITAL: São inadmissíveis as provas digitais sem registro documental acerca
dos procedimentos adotados pela polícia para a preservação da integridade, autenticidade e confiabilidade
dos elementos informáticos. Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Rel. Acd.
Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por maioria, julgado em 7/2/2023. (Info 763 - STJ)
As irregularidades constantes da cadeia de custódia devem ser sopesadas pelo magistrado com todos os
elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é confiável. A cadeia de custódia da prova
consiste no caminho que deve ser percorrido pela prova até a sua análise pelo magistrado, sendo certo que
qualquer interferência indevida durante esse trâmite processual pode resultar na sua imprestabilidade (RHC
77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/02/2019). A defesa deve ter acesso à integralidade das
conversas advindas nos autos de forma emprestada, sendo inadmissível que as autoridades de persecução
façam a seleção dos trechos que ficarão no processo e daqueles que serão extraídos. A apresentação de somente
parcela dos áudios, cuja filtragem foi feita sem a presença do defensor, acarreta ofensa ao princípio da paridade
de armas e ao direito à prova, porquanto a pertinência do acervo probatório não pode ser realizada apenas pela
acusação, na medida em que gera vantagem desarrazoada em detrimento da defesa. STJ. 6ª Turma. REsp
1.795.341-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/05/2019 (Info 648).

TEORIAS DAS PROVAS ILÍCITAS

É a obtida por meio de violação de normas legais ou de princípios gerais do direito, de


PROVA ILEGAL natureza material ou processual. É gênero, sendo suas espécies as provas ilícitas e
ilegítimas.
É a obtida por meio de violação de regra de direito material. Pressupõe a violação no
momento da colheita da prova, em regra, em momento anterior ou concomitante
PROVA ILÍCITA
ao processo, mas sempre externamente a este. Esta violação leva à ilicitude e impõe
o desentranhamento.
É a obtida por meio de violação à norma de direito processual. Em regra, ocorre no
PROVA ILEGÍTIMA curso do processo e internamente a este. Esta violação leva à nulidade do ato de
formação da prova e impõe sua renovação, nos termos do art. 573, CPP.

FLAGRANTE ESPERADO FLAGRANTE FORJADO FLAGRANTE PREPARADO


O agente quer delinquir O agente não deseja delinquir O agente quer delinquir
Ausência de estímulo policial A polícia fabrica o crime Polícia estimula o delito
Prisão legal Prisão ilegal Prisão ilegal

PRISÃO PREVENTIVA #APOSTACICLOS

A prisão preventiva, conforme o atual art. 311, CPP, pode ser decretada em dois momentos distintos no curso
da persecução penal: durante as investigações e durante a ação penal.

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada
pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da
autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

A Lei 13.964/2019 trouxe relevante mudança no art. 311 do CPP, para privilegiar o sistema acusatório puro. Não
será mais possível ao juiz decretar a prisão preventiva de ofício, seja no curso do inquérito, seja na fase de
instrução. Imprescindível, portanto, o requerimento de um dos legitimados: Ministério Público, querelante
ou assistente e autoridade policial – VEDADA A PRISÃO DE OFÍCIO PELO JUIZ.

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Tratando-se de medida constritiva da locomoção, apenas o Poder Judiciário, diante da reserva jurisdicional
existente, possui legitimidade para a sua decretação (seja juiz, desembargador ou ministro).

PRESSUPOSTOS DA PRISÃO PREVENTIVA:


GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA OU DA ORDEM ECONÔMICA
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI PENAL
FUMUS COMISSI DELICTI + PERICULUM LIBERTATIS

#SELIGA
Eugênio Pacelli explica que existem três situações distintas em que poderá ser imposta a prisão preventiva:
A) POR CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, quando insuficientes ou inadequadas outras medidas
cautelares (art. 310, II, CPP);
B) DE MODO AUTÔNOMO, independentemente de prévia medida cautelar, a qualquer momento da fase de
investigação ou do processo (art. 311, CPP), e
C) POR SUBSTITUIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES ANTERIORES, eventualmente descumpridas (art. 282, § 4º,
CPP).
Nas duas primeiras situações, a prisão preventiva dependerá da presença dos tradicionais fundamentos
cautelares do art. 312, bem como dos requisitos legais do art. 313.
Já na terceira situação, denominada por PACCELI de "subsidiária", bastará o descumprimento de medida
cautelar anteriormente imposta, independentemente dos requisitos do art. 313 CPP, afirmando "ser essa a
única conclusão possível, sob pena de não se mostrarem efetivas as medidas cautelares diversas da prisão,
nos casos em que a pena cominada ao crime doloso seja igual ou inferior a quatro anos (o teto estabelecido
no art. 313, I). A prisão preventiva para garantir a execução das medidas cautelares, portanto, não se
submete aos limites do art. 313, CPP."

PRISÃO DOMICILIAR

PRISÃO DOMICILIAR DO CPP PRISÃO DOMICILIAR DA LEP


Arts. 317 e 318 do CPP. Art. 117 da LEP.
O CPP, ao tratar da prisão domiciliar, está se referindo A LEP, ao tratar da prisão domiciliar, está se referindo
à possibilidade de o réu, em vez de ficar em prisão à possibilidade de a pessoa já condenada cumprir
preventiva, permanecer recolhido em sua a sua pena privativa de liberdade na própria
residência. residência.
Trata-se de uma medida cautelar por meio da qual o Trata-se, portanto, da execução penal (cumprimento
réu, em vez de ficar preso na unidade prisional, da pena) na própria residência.
permanece recolhido em sua própria residência.
Continua tendo natureza de prisão, mas uma
prisão “em casa”.
Hipóteses (importante): Hipóteses (importante):
O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela O preso que estiver cumprindo pena no regime
domiciliar quando o agente for: aberto poderá ficar em prisão domiciliar quando
I — maior de 80 anos; se tratar de condenado(a):
II — extremamente debilitado por motivo de doença I — maior de 70 anos;
grave; II — acometido de doença grave;
III — imprescindível aos cuidados especiais de pessoa III — com filho menor ou deficiente físico ou mental;
menor de 6 anos de idade ou com deficiência; IV — gestante.

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IV — gestante;
V — mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos;
VI — homem, caso seja o único responsável pelos
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos.
Obs.: os magistrados, membros do MP, da Defensoria
e da advocacia têm direito à prisão cautelar em
sala de Estado-Maior. Caso não exista, devem ficar
em prisão domiciliar.
O juiz pode determinar que a pessoa fique usando O juiz pode determinar que a pessoa fique usando
uma monitoração eletrônica. uma monitoração eletrônica.

PROCEDIMENTOS NO CPP #APOSTACICLOS

PROCEDIMENTO COMUM
ORDINÁRIO SUMÁRIO SUMARÍSSIMO
Arts. 395 a 405, CPP: é utilizado Arts. 531 a 538, CPP: utilizado Lei 9.099/95: utilizado para as
quando tiver por objeto crime quando tiver por objeto crime infrações penais de menor
cuja pena privativa de cuja pena privativa de potencial ofensivo, ou seja, as
liberdade for igual ou superior liberdade seja inferior a 4 contravenções penais e crimes
a 4 (quatro) anos. (quatro) e superior a 2 (dois) com pena máxima não
anos. superior a 02 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.
PROCEDIMENTO ESPECIAL
É aquele previsto no CPP ou em leis especiais para hipóteses específicas, incorporando regras próprias de
tramitação do feito de acordo com as peculiaridades da infração penal. Ex.: Procedimento dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos (arts. 513 a 518); Procedimento dos crimes contra a honra
(arts. 519 a 523); Procedimento relativo aos processos de competência do tribunal do júri (arts. 406 a 497);
Lei de Drogas (Lei 11.343/2006); Procedimento dos crimes de competência originária dos tribunais (Lei
8.038/1990) etc.

SENTENÇA
ESTRUTURA E REQUISITOS DA SENTENÇA:
Trata-se do resumo do processo. Deve o juiz indicar os nomes das partes ou,
quando não for possível, as indicações necessárias para sua identificação.
RELATÓRIO
Ainda, deve haver uma exposição resumida da acusação formulada e das
teses de defesa, bem como os principais atos praticados no processo.
Nos termos do art. 93, inciso IX, da Carta Magna, todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade. Trata-se de instrumento para viabilizar o
controle das decisões judiciais e assegurar o exercício do direito de defesa.
FUNDAMENTAÇÃO
Vale frisar, contudo, que a exigência de fundamentação não significa que
deve haver motivação extensa, sendo possível ao juiz justificar suas decisões
objetivamente, de forma a permitir que a defesa possa exercer o
contraditório.
Onde consta o núcleo da decisão, ou seja, o comando que condena ou absolve o
DISPOSITIVO
réu, indicando os respectivos dispositivos legais. Na hipótese de sentença

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condenatória, deve o juiz indicar o dispositivo legal no qual se dá o juízo de


tipicidade da conduta delituosa imputada ao acusado, sob pena de nulidade.
Em se tratando de sentença absolutória, deve o juiz declinar um dos
fundamentos a que faz menção o art. 386 do CPP.
AUTENTICAÇÃO É a aposição da assinatura do juiz. A sua falta torna a sentença inexistente.

EMENDATIO LIBELLI X MUTATIO LIBELLI

EMENDATIO LIBELLI MUTATIO LIBELLI

Ocorre quando o juiz, ao condenar ou pronunciar o Ocorre quando, no curso da instrução processual,
réu, altera a definição jurídica (a capitulação do tipo surge prova de alguma elementar ou circunstância que
penal) do fato narrado na peça acusatória, sem, no não havia sido narrada expressamente na denúncia ou
entanto, acrescentar qualquer circunstância ou queixa. (art. 384, CPP)
elementar que já não esteja descrita na denúncia ou
queixa (art. 383, CPP)

Não é acrescentada nenhuma circunstância ou É acrescentada alguma circunstância ou elementar que


elementar ao fato que já estava descrito na peça não estava descrita originalmente na peça acusatória e
acusatória. cuja prova surgiu durante a instrução.

É cabível na Ação Penal Pública e Privada É cabível apenas na Ação Penal Pública

Se o juiz, na sentença, entender que é o caso de 1) Se o MP entender ser o caso de mutatio libelli, ele
realizar a emendatio libelli, ele poderá decidir deverá aditar a denúncia ou queixa no prazo máximo
diretamente, não sendo necessário que ele abra de 5 dias após o encerramento da instrução; 2) esse
vista às partes para se manifestar previamente aditamento pode ser apresentado oralmente na
sobre isso. Tal se justifica porque no processo penal audiência ou por escrito; 3) no aditamento, o MP
o acusado se defende dos fatos e como os fatos não poderá arrolar até 3 testemunhas; 4) será ouvido o
mudaram, não há qualquer prejuízo ao réu nem defensor do acusado no prazo de 5 dias – nessa
violação ao princípio da correlação entre acusação resposta, além de refutar o aditamento, a defesa
e sentença. poderá arrolar até 3 testemunhas; 5) o juiz decidirá se
recebe ou rejeita o aditamento; 6) se o aditamento for
aceito pelo juiz, será designado dia e hora para
continuação da audiência, com inquirição de
testemunhas, novo interrogatório do acusado e
realização de debates e julgamento.

É possível que o tribunal, no julgamento de um Não é possível, porque se o Tribunal, em grau de


recurso contra a sentença, faça emendatio libelli, recurso, apreciasse um fato não valorado pelo juiz,
desde que não ocorra reformatio in pejus (STJ HC haveria supressão de instância (Nesse sentido é a
87984 / SC). Súmula 453-STF).

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DIREITO EMPRESARIAL10

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

CC, art. 1.142: “Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa,
por empresário, ou por sociedade empresária.”

Também chamado de fundo de comércio ou “azienda”, trata-se do complexo de bens organizado, para
o exercício da empresa, por empresário ou sociedade empresária. O conceito de complexo de bens se refere
aos bens materiais e imateriais (ex. ponto comercial, marca, patente) utilizados pelo comerciante para a
exploração da atividade.

Tradicionalmente a doutrina entende que o estabelecimento possui natureza de uma universalidade de


fato, pois pode ser considerado uma pluralidade de bens singulares que, organizados, te uma destinação unitária
(a exploração da empresa).

CC, art. 1.143: “Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou
constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.”

❖ Quando se fala em estabelecimento empresarial, analisa-se o conjunto/complexo de bens e


não os bens individualmente considerados.
❖ Imóvel não é estabelecimento, mas elemento integrante do estabelecimento empresarial.

#SELIGANANOVIDADELEGISLATIVA:
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária. (Vide Lei nº 14.195, de 2021)

§ 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial, que poderá ser
físico ou virtual. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)

10
Por Ana Paula Prado

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§ 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço informado para fins de registro
poderá ser, conforme o caso, o endereço do empresário individual ou o de um dos sócios da sociedade
empresária. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)

§ 3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for físico, a fixação do horário de funcionamento
competirá ao Município, observada a regra geral prevista no inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20
de setembro de 2019. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)

#RESUMEAIPROF:

➢ A eficácia do trespasse perante terceiros depende da averbação do registro da publicação na


imprensa oficial. Além disto, no que se refere aos débitos da empresa, é preciso que (de forma
alternativa):
➢ Seja mantido no patrimônio do devedor bens suficientes para pagar os débitos;
➢ Seja realizada a notificação de todos os credores, para que se manifestem em 30 dias,
consentido com a negociação. O silêncio será considerado anuência tácita.
➢ Pagamento de todos as dívidas em caso de não notificação ou o pagamento daqueles que
impugnaram nos 30 dias.
➢ A não observação destas regras configura ATO DE FALÊNCIA (art. 94, inciso III, c, da Lei
11.101/05), de forma que o negócio em relação à massa falida será considerado ineficaz (juiz
pode reconhecer de oficio – art. 129, inciso VI e p. u. da Lei 11.101/05).

#SELIGANAJURIS: A caracterização da sucessão empresarial fraudulenta não exige a comprovação formal da


transferência de bens, direitos e obrigações à nova sociedade, admitindo-se sua presunção quando os
elementos indiquem que houve o prosseguimento na exploração da mesma atividade econômica, no mesmo
endereço e com o mesmo objeto social. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1837435-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 10/05/2022 (Info 737).

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

É espécie de propriedade intelectual:

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Direito autoral
Propriedade
intelectual
Propriedade
industrial

CF, art. 5º, XXIX: “a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País”.

A Lei de Propriedade Industria protege a invenção e o modelo de utilidade por meio da PATENTE; e o
desenho industrial e a marca por meio do REGISTRO.

Invenção 20 anos
Patente
Modelo de
15 anos
utilidade
INPI
Desenho
10 anos
industrial
Registro
Marca 10 anos

SOCIEDADES

110
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Sociedade em comum

Não personificada
Sociedade em conta de
participação

Sociedade em nome coletivo

Sociedades
Sociedade em comandita
simples

Sociedade Sociedade em comandita por


Empresária ações

Sociedade
Personificada Sociedade anônima
simples

Cooperativa Sociedade limitada

RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS PELAS OBRIGAÇÕES SOCIAIS:


SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES Responsabilidade mista
SOCIEDADE ANÔNIMA Responsabilidade limitada
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO Responsabilidade ILIMITADA
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES Responsabilidade mista
SOCIEDADE LIMITADA (há solidariedade) Responsabilidade limitada
SOCIEDADE SIMPLES Pode ser pactuado no contrato: nenhuma ou ILIMITADA.

CARACTERÍSTICAS DA SA
Sociedade Empresária
Sociedade de Capital
Mínimo de dois acionistas
Capital social dividido em ações
Pode ser aberta ou fechada
Adota como nome empresarial a denominação
seguida por SA ou Cia no início ou no meio do nome

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Responsabilidade dos acionistas é limitada à


integralização do preço de emissão das ações
subscritas
Tem a possibilidade de participar em outras
sociedades

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES

As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus


Art. 15, LSA
titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.

O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no


Art. 15, § 2º, LSA exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total
das ações emitidas.

As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir:

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;


Art. 17, LSA
II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou

III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II.

O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito


Art. 18, LSA de eleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de
administração.

GOLDEN SHARE

Art. 17, § 7º, LSA: Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de
classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá
conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia-geral
nas matérias que especificar.

#TABELALOVERS:

DIREITO DE VOTO DA AÇÕES PREFERENCIAIS

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A criação de classe de ações ordinárias com atribuição do voto plural depende


do voto favorável de acionistas que representem: (Incluído pela Lei nº 14.195,

Art. 110-A, § 1º, de 2021)

II, LSA II - metade, no mínimo, das ações preferenciais sem direito a voto ou com voto
restrito, se emitidas, reunidas em assembleia especial convocada e instalada
com as formalidades desta Lei.

Art. 87, § 2º, Cada ação, independentemente de sua espécie ou classe, dá direito a um voto;
LSA a maioria não tem poder para alterar o projeto de estatuto.

As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se


a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios
Art. 111, § 1º,
consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus,
LSA
direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem
cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.

Nas assembleias-gerais da companhia em liquidação todas as ações gozam de


Art. 213, § 1º, igual direito de voto, tornando-se ineficazes as restrições ou limitações
LSA porventura existentes em relação às ações ordinárias ou preferenciais; cessando
o estado de liquidação, restaura-se a eficácia das restrições ou limitações
relativas ao direito de voto.

AÇÕES ORDINÁRIAS

As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em


função de:
Art. 16, LSA.
I - conversibilidade em ações preferenciais;

II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou

113
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III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos


de órgãos administrativos.

IV - atribuição de voto plural a uma ou mais classes de ações, observados o limite


e as condições dispostos no art. 110-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
14.195, de 2021)

AÇÕES ORDINÁRIAS E VOTO PLURAL

Art. 16-A. Na companhia aberta, é vedada a manutenção de mais de uma classe


de ações ordinárias, ressalvada a adoção do voto plural nos termos e nas
Art. 16-A, LSA
condições dispostos no art. 110-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.195, de
2021)

É admitida a criação de uma ou mais classes de ações ordinárias com atribuição


de voto plural, não superior a 10 (dez) votos por ação ordinária: (Incluído pela
Lei nº 14.195, de 2021)

Art. 110-A, LSA I - na companhia fechada; e

II - na companhia aberta, desde que a criação da classe ocorra previamente à


negociação de quaisquer ações ou valores mobiliários conversíveis em ações de
sua emissão em mercados organizados de valores mobiliários.

Após o início da negociação das ações ou dos valores mobiliários conversíveis em


ações em mercados organizados de valores mobiliários, é vedada a alteração das
Art. 110-A, §5º,
características de classe de ações ordinárias com atribuição de voto plural,
LSA
exceto para reduzir os respectivos direitos ou vantagens. (Incluído pela Lei nº
14.195, de 2021)

São vedadas as operações:


Art. 110-A,
§11º, LSA I - de incorporação, de incorporação de ações e de fusão de companhia aberta
que não adote voto plural, e cujas ações ou valores mobiliários conversíveis em

114
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ações sejam negociados em mercados organizados, em companhia que adote


voto plural; (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)

II - de cisão de companhia aberta que não adote voto plural, e cujas ações ou
valores mobiliários conversíveis em ações sejam negociados em mercados
organizados, para constituição de nova companhia com adoção do voto plural,
ou incorporação da parcela cindida em companhia que o adote. (Incluído pela
Lei nº 14.195, de 2021)

Não será adotado o voto plural nas votações pela assembleia de acionistas que
deliberarem sobre:
Art. 110-A, § 12,
I - a remuneração dos administradores; e
LSA
II - a celebração de transações com partes relacionadas que atendam aos
critérios de relevância a serem definidos pela Comissão de Valores Mobiliários

Não se aplica à sociedade em comandita por ações o disposto nesta Lei sobre
Art. 284 LSA voto plural, sobre conselho de administração, sobre autorização estatutária de
aumento de capital e sobre emissão de bônus de subscrição. (Redação dada
pela Lei nº 14.195, de 2021)

Art. 110, § 14, As disposições relativas ao voto plural não se aplicam às empresas públicas, às
LSA sociedades de economia mista, às suas subsidiárias e às sociedades controladas
direta ou indiretamente pelo poder público.

#SELIGANATABELA:

ADMINISTRAÇÃO DA SA

Art. 138, A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de


LSA administração e à diretoria, ou somente à diretoria.

Art. 138, O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo a representação da


§1º, LSA companhia privativa dos diretores.

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Art. 138, As companhias abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de


§2º, LSA administração.

As companhias de economia mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração,


Art. 239,
assegurado à minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior número não lhes
LSA
couber pelo processo de voto múltiplo.

Art. 146, Apenas pessoas naturais poderão ser eleitas para membros dos órgãos de administração.
LSA (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021)

A posse de administrador residente ou domiciliado no exterior fica condicionada à


constituição de representante residente no País, com poderes para, até, no mínimo, 3 (três)
Art. 146, § anos após o término do prazo de gestão do administrador, receber: (Redação dada pela Lei
2º, LSA nº 14.195, de 2021)
I - citações em ações contra ele propostas com base na legislação societária; e
II - citações e intimações em processos administrativos instaurados pela Comissão de Valores
Mobiliários, no caso de exercício de cargo de administração em companhia aberta.
Art. 140, O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos pela
LSA assembléia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer

A Diretoria será composta por 1 (um) ou mais membros eleitos e destituíveis a qualquer
Art. 143,
tempo pelo conselho de administração ou, se inexistente, pela assembleia geral, e o estatuto
LSA
estabelecerá

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

• Fase postulatória: começa com a petição inicial que traz o pedido de recuperação judicial, encerrando-se
com o despacho do juiz que manda processar o pedido de recuperação;

• Fase de deliberação (ou de processamento): o início se dá com o despacho que manda processar o pedido
de recuperação, concluindo-se com a homologação do plano, aprovado pela assembleia geral de credores;

• Fase de execução: aqui há a fiscalização do cumprimento do plano. Inicia-se com a concessão da


recuperação judicial (e não com a decisão que apenas que manda processá-la), após a homologação do plano,
encerrando-se com a sentença de encerramento do processo

116
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REQUISITOS PARA O REQUERIMENTO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exercício de atividade empresarial regular há mais de 2 anos

Não ser falido ou estarem extintas as obrigações da falência

Não ter obtido concessão de recuperação judicial há 5 anos

Não ter obtido concessão de recuperação judicial, com base em plano especial para Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte, há 5 anos

Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por
qualquer dos crimes previstos na Lei.

NÃO SE INCLUEM NO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL


Créditos posteriores ao pedido
Créditos tributários
Créditos decorrentes de propriedade fiduciária (alienação fiduciária)
Arrendamento mercantil (leasing)
Compra e venda de imóvel com cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade
Compra e venda com reserva de domínio
Adiantamento de contrato de câmbio

#IMPORTANTE #STAYPERIOD
Suspensão do curso da prescrição das obrigações e das execuções ajuizadas contra o devedor:
As suspensões e a proibição perdurarão pelo prazo de 180 dias, contados a partir do deferimento do
processamento da recuperação judicial, prorrogável por igual período, uma única vez.
A suspensão das ações e execuções de que cuida o art. 6º é temporária, finalizando:

• Após aprovação do plano de recuperação judicial, que implica novação da dívida;


• Com o decurso do prazo de 180 DIAS.

O direito dos credores a continuar com as demandas será restabelecido após o prazo, independentemente de
pronunciamento judicial. Caso haja o decurso do prazo de 180 dias sem a efetiva deliberação sobre o plano de
recuperação judicial, será possível a apresentação de um plano alternativo.

NÃO SERÃO SUSPENSAS:


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Ações que demandem quantias ilíquidas;

Reclamações trabalhistas;

Execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a
substituição dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade
empresarial até o encerramento da recuperação judicia.

Execuções por credores não sujeitos à recuperação judicial admitida, todavia, a competência do juízo da
recuperação judicial para determinar a suspensão dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital
essenciais à manutenção da atividade empresarial

FALÊNCIA

Falência é o processo coletivo de execução forçada de um empresário ou sociedade empresária cuja


recuperação mostra-se inviável. A falência tem como objetivo reunir os credores e arrecadar os bens, ativos e
recursos do falido a fim de que, com os recursos obtidos pela alienação de tais bens, possam os credores ser
pagos, obedecendo a uma ordem de prioridade estabelecida na lei.

A Lei nº 11.101/2005 (art. 2º) NÃO se aplica a:

Sociedades simples, pois não são empresárias;

Empresa pública;

Sociedade de economia mista;

Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência


complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

#DEOLHONAJURIS É possível a submissão de cooperativa de crédito ao processo de falência O art. 2º, II, da Lei
nº 11.101/2005, afirma que esta Lei não se aplica a cooperativa de crédito. Existe, porém, regra específica na Lei
nº 6.024/74 prevendo que as instituições financeiras e equiparadas (como as cooperativas de crédito) podem ir à
falência após liquidação extrajudicial pelo Banco Central. Essa possibilidade foi reafirmada pela Lei nº
13.506/2017, que alterou a Lei nº 6.024/74. Desse modo, a doutrina, ao interpretar o art. 2º, II, da Lei nº
11.101/2005 afirma que as instituições financeiras e cooperativas de crédito apenas não ingressam, de imediato,
no processo judicial de execução coletiva empresarial, passando antes por intervenção e liquidação extrajudicial.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.878.653-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 14/12/2021 (Info 722).

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Fases do processo de falência:

• Fase pré-falimentar: se dá com o pedido de falência, realizado pelos legitimados do art. 97.

• Fase falimentar: Esta etapa objetiva o conhecimento judicial do ativo e passivo do devedor, a realização do
ativo apurado e o pagamento do passivo admitido. Ela tem início com a sentença declaratória de falência e
termina com a sentença de encerramento.
• Fase de reabilitação: sentença de extinção das obrigações do falido

Declaratória Agravo de
de falência Instrumento
Sentença
Denegatória
Apelação
de falência
#IMPORTANTE! O empresário individual que vai à falência ou o sócio de responsabilidade ilimitada de uma
sociedade que tem sua falência decretada, por exemplo, ficam impedidos de exercer qualquer atividade
empresarial até que suas obrigações sejam consideradas extintas por sentença transitada em julgado. No caso
da sociedade empresária, a inabilitação é automática, iniciando-se com a decretação da falência e terminando
com a sentença de encerramento do processo falimentar (art. 156 da LRE). No entanto, deve-se ressalvar a
hipótese de o falido ser condenado por crime falimentar, caso em que referida condenação também lhe impõe
a pena acessória de inabilitação empresarial, e nesse caso essa inabilitação só cessará cinco anos após a extinção
da punibilidade, nos termos do art. 181 da LRE.

LEI DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL (LEI 11.101/2005)

Antes da Lei 14.112/2020 Depois da Lei 14.112/2020

Art. 145. O juiz homologará qualquer outra Art. 145. Por deliberação tomada nos termos do art. 42
modalidade de realização do ativo, desde que desta Lei, os credores poderão adjudicar os bens
aprovada pela assembleia-geral de credores, alienados na falência ou adquiri-los por meio de
inclusive com a constituição de sociedade de constituição de sociedade, de fundo ou de outro
credores ou dos empregados do próprio devedor, veículo de investimento, com a participação, se
com a participação, se necessária, dos atuais sócios necessária, dos atuais sócios do devedor ou de
ou de terceiros. terceiros, ou mediante conversão de dívida em capital.

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§ 1º Aplica-se irrestritamente o disposto no art. 141


§ 1º Aplica-se à sociedade mencionada neste artigo o desta Lei à transferência dos bens à sociedade, ao
disposto no art. 141 desta Lei. fundo ou ao veículo de investimento mencionados no
caput deste artigo.

§ 2º No caso de constituição de sociedade formada


por empregados do próprio devedor, estes poderão
§ 2º (Revogado).
utilizar créditos derivados da legislação do trabalho
para a aquisição ou arrendamento da empresa.

§ 3º Não sendo aprovada pela assembleia-geral a


proposta alternativa para a realização do ativo,
caberá ao juiz decidir a forma que será adotada, § 3º (Revogado).
levando em conta a manifestação do administrador
judicial e do Comitê.

§ 4º Será considerada não escrita qualquer restrição


convencional à venda ou à circulação das participações
Não havia § 4º do art. 145.
na sociedade, no fundo de investimento ou no veículo
de investimento a que se refere o caput deste artigo.

LEI DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL (LEI 11.101/2005)

Antes da Lei 14.112/2020 Depois da Lei 14.112/2020

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados
no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:

I – remunerações devidas ao administrador judicial e I - (revogado);


seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do
trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho
relativos a serviços prestados após a decretação da
falência;

Não havia inciso I-A do art. 84. I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta
Lei;

120
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Não havia inciso I-B do art. 84. I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em
recuperação judicial pelo financiador, em
conformidade com o disposto na Seção IV-A do
Capítulo III desta Lei;

Não havia inciso I-C do art. 84. I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição,
conforme previsto no art. 86 desta Lei;

Não havia inciso I-D do art. 84. I-D - às remunerações devidas ao administrador
judicial e aos seus auxiliares, aos reembolsos devidos
a membros do Comitê de Credores, e aos créditos
derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de
acidentes de trabalho relativos a serviços prestados
após a decretação da falência;

Não havia inciso I-E do art. 84. I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos
praticados durante a recuperação judicial, nos termos
do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência;

V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos
praticados durante a recuperação judicial, nos após a decretação da falência, respeitada a ordem
termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da estabelecida no art. 83 desta Lei.
falência, e tributos relativos a fatos geradores
ocorridos após a decretação da falência, respeitada
a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

Não havia § 1º do art. 84. § 1º As despesas referidas no inciso I-A do caput deste
artigo serão pagas pelo administrador judicial com os
recursos disponíveis em caixa.

Não havia § 2º do art. 84. § 2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese
prevista no art. 122 desta Lei.

DIREITO CONSTITUCIONAL11

11
Por Ana Paula Prado

121
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CONSTITUCIONALISMO – FASES HISTÓRICAS


Identifica-se nos hebreus o surgimento tímido do constitucionalismo ao
estabelecer no Estado teocrático limitações ao poder político, assegurando aos
profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que
ANTIGUIDADE extrapolassem os limites bíblicos. Da mesma forma, as Cidades-Estados gregas
CLÁSSICA como importante exemplo de democracia constitucional, na medida em que a
democracia direta consagrava um sistema político com plena identidade entre
governantes e governados, no qual o poder político está igualmente distribuído
entre todos os cidadãos.

A Magna Carta de 1215 representa o grande marco do constitucionalismo


medieval, estabelecendo, mesmo que formalmente, a proteção a importantes
IDADE MÉDIA direitos individuais. Também chamada de artigo de barões, não é formalmente
uma Constituição e sim um contrato de domínio firmado entre o Rei João Sem
Terra e os barões ingleses, no qual, pela primeira vez, um rei reconheceu limites
aos seus poderes
Durante a Idade Moderna, destacam-se: o Petition of Rights, de 1628; o
Habeas Corpus Act, de 1679; o Bill of Rights, de 1689; e o Act of Settlement,
de 1701. Além desses pactos, destacam-se o que a doutrina chamou de forais
ou cartas de franquia, também voltados para a proteção dos direitos
IDADE MODERNA
individuais, diferenciando-se dos primeiros por admitir a participação dos
súditos no governo local (elemento político). Tanto os pactos e forais ou cartas
de franquia buscavam resguardar direitos individuais. Entretanto tratavam de
direitos direcionados a determinados homens, e não de forma universal.

São dois os marcos históricos e formais: a Constituição norte-americana de


1787 e a francesa de 1791 (que teve como preâmbulo a Declaração Universal
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789); Nesse primeiro momento, com
a valorização de constituições escritas como instrumentos para conter
qualquer arbítrio decorrente do poder, surge um constitucionalismo liberal
clássico, com os seguintes valores: individualismo, absenteísmo estatal,
valorização da propriedade privada e proteção do indivíduo. É nesse contexto
que surge os direitos de primeira geração ou dimensão, referindo-se às
liberdades negativas clássicas, que enfatizam o princípio da liberdade,
configurando os direitos civis e políticos. Esses direitos são frutos das
CONSTITUCIONALISMO
revoluções liberais francesas e norte-americanas, nas quais a burguesia
MODERNO
reivindicava o respeito às liberdades individuais, com a consequente limitação
dos poderes absolutos do Estado. Oponíveis, sobretudo, ao Estado, são direitos
de resistência que destacam a nítida separação entre o Estado e a sociedade.
Exigem do ente estatal, precipuamente, uma abstenção e não uma prestação,
possuindo assim um caráter negativo, tendo como titular o indivíduo. Mas essa
concepção liberal gerará concentração de renda e exclusão social, fazendo com
que o Estado passe a ser chamado para evitar abusos e limitar o poder
econômico. Evidencia-se, então, a chamada segunda geração ou dimensão de
direitos e que teve como documentos marcantes a Constituição do México de
1917 e a de Weimar de 1919, influenciando, profundamente, a Constituição
brasileira de 1934. Os direitos de segunda geração ou dimensão relacionam-se
122
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
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com as liberdades positivas, reais ou concretas, assegurando o princípio da


igualdade material entre o ser humano. Ao invés de se negar ao Estado uma
atuação, exige-se dele que preste políticas públicas, tratando-se, portanto de
direitos positivos. Impõe-se ao Estado uma obrigação de fazer, para sua
implementação concreta, destinados a trazer consideráveis melhorias nas
condições materiais de vida da população em geral. Fala-se em direito à saúde,
à moradia, à alimentação, à educação, à previdência etc.

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


É o poder de criar o Estado e de reformar as suas instituições; no Estado Federal é também o poder de organizar
os Estados Federados. Histórico (de primeiro grau, fundante) seria o verdadeiro poder constituinte originário,
estruturando, pela primeira vez, o Estado. Revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo
por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova.
NATUREZA JURÍDICA
- 1ª Corrente: Político (positivista) – Hans Kelsen: um poder de fato ou poder político, retirando a sua força da
sociedade, e não de uma norma jurídica. Se embasa e se legitima no seu próprio processo de elaboração, não
sendo necessário, dessa forma, observar os valores supranacionais do direito natural. (Corrente que prevalece).
- 2ª Corrente: Jurídico (jusnaturalista) - Abade Sieyes: o Poder Constituinte Originário está subordinado a
normas de direito natural (direito suprapositivo) e, portanto, deve ser considerado um poder jurídico ou de
direito. Segundo esta concepção, o PCO encontraria limitações matérias extrajudiciais, relacionadas aos valores
éticos e morais, aos imperativos do direito natural, aos direitos fundamentais conquistados por uma sociedade
(Princípio da Proibição do Retrocesso ou Efeito Cliquet) e às normas de Direito Internacional, especialmente às
ligadas aos Direitos Humanos.
- 3ª Corrente: natureza híbrida, surgindo como um poder de fato, mas, a cada desconstituição de parte do antigo
ordenamento, torna-se um poder de direito.
CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
À luz da corrente juspositivista, ele seria:
- Inicial: não existe nem poder de fato e nem de direito acima dele; ele inicia toda a normatividade jurídica; é
esse o motivo pelo qual se diz que o Poder Constituinte Originário é de primeiro grau, já que origina a ordem
jurídica.
- Autônomo: não convive com nenhum outro poder que tenha a mesma hierarquia; só o seu titular pode dizer
o seu conteúdo.
- Incondicionado: não se sujeita a nenhuma outra norma jurídica. Trata-se principalmente de não subordinação
a fórmulas pré-estabelecidas.
- Ilimitado juridicamente: nenhum limite de espécie alguma, muito menos imposto pela ordem jurídica anterior,
existe.
- Poder de fato e poder político: A nova ordem jurídica começa com a sua manifestação, e não antes dela. Mas,
por ser um poder de fato, o poder constituinte originário permanece latente mesmo após finda a ANC, podendo
ser exercido a qualquer tempo. O poder constituinte originário não se esgota quando edita uma Constituição.
Ele subsiste fora da Constituição e está apto para se manifestar a qualquer momento.
Característica (jus naturalista - Abade Sieyes): permanente: não se esgota com o seu exercício. Só que ele fica
em estado latente/repouso; inalienável: Ela sempre pertencerá ao povo a nação; incondicionado juridicamente:
embora possua algumas limitações materiais extrajurídicas. Ele estaria limitado pelos imperativos do direito
natural.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO


123
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
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Conceito do poder constituinte derivado (secundário, de segundo grau): Para garantia de maior durabilidade
de uma CF, é importante que existam possibilidades de sua atualização, para se afastar de uma ruptura. Isso
ocorre por meio das mudanças na Constituição. É um poder derivado, pois decorre de uma norma constitucional
que lhe confere autenticidade, legitimidade para agir. Por isso que se lhe chama de secundário, já que está
embasado em outro poder constituinte, o originário.
NATUREZA JURÍDICA DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO
Ao contrário do Poder Constituinte Originário, que é um poder de fato/político, o Poder Constituinte Derivado
é um poder de direito, já que encontra seu fundamento jurídico exatamente na nova Ordem Jurídica.
CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO:
Derivado: decorre do poder constituinte originário e da própria Constituição;
Subordinado: deve observância ao poder constituinte originário;
Condicionado ou limitado: seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto
constitucional.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE


Aquele que altera ou estabelece uma Constituição ou Lei Orgânica nos Estados e DF. É um poder secundário
(criado pela CF) e limitado, condicionado juridicamente pela própria CF.
CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DECORRENTE
Secundário: Surge a partir de outro poder, que é o originário.
Limitado: Encontra limites na Constituição Federal.
Condicionado: Deve observar determinadas condições impostas pela Constituição da República.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR


Responsável pela revisão constitucional, esta revisão é uma via extraordinária de alteração da constituição.
ADCT, art. 3º: “A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.”
O art. 3º, ADCT, trouxe duas limitações para este poder: uma limitação temporal de 5 anos; e uma limitação
formal, relativa ao procedimento a ser adotado.
O único local em que a Constituição Federal de 1988 dispôs sobre sessão unicameral foi no art. 3º, ADCT, em
todos os demais momentos, versa-se sobre sessão bicameral, ou seja, o cômputo dos votos dos membros do
Congresso Nacional é feito separadamente (Câmara dos Deputados e Senado).
Segundo entendimento do STF, NÃO é possível a realização de nova revisão constitucional. O art. 3º do ADCT
previu a possibilidade de alteração da Constituição Federal de 1988 por meio da denominada “revisão
constitucional”, realizada pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA dos membros do Congresso Nacional, em SESSÃO
UNICAMERAL. Segundo referido dispositivo, a revisão deveria ocorrer "após 5 anos, contados da promulgação
da Constituição". Em 1993, foi realizada a dita revisão constitucional, a qual resultou na elaboração de 6
Emendas Constitucionais de Revisão. Por ocasião do julgamento da ADI 981, o STF consolidou entendimento no
sentido de que, após a realização da revisão constitucional, a norma do art. 3º do ADCT teve sua APLICABILIDADE
ESGOTADA e EFICÁCIA EXAURIDA, de forma a NÃO ser mais possível nova manifestação do poder constituinte
derivado revisor. De fato, considerando o procedimento mais simplificado que caracteriza a revisão (em
comparação com o procedimento de reforma previsto no art. 60 da CF), a rigidez do texto constitucional restaria
fragilizada. Ressalte-se ainda que, neste mesmo julgado, o STF também assentou o entendimento de que a
realização da revisão constitucional, à época, NÃO estava vinculada ao resultado do plebiscito previsto no art.
2º do ADCT.

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PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR


Responsável pela reforma da Constituição, esta reforma pode ser definida como a via ordinária de alteração da
constituição.
LIMITES DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR
• Limitações Formais, procedimentais ou processuais: impõem formalidades a serem observadas quando da
alteração da Constituição, previstas no art. 60, caput, §§ 2º, 3º e 5º da CF. Elas podem ser formais subjetivas,
referem-se as autoridades que podem deflagrar o processo de EC - iniciativa da PEC (art. 60, I a III): I - de um
terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros. Formais objetivas – processo de discussão e aprovação (quórum
de 3/5, dois turnos de votação, não existe sanção ou veto do Presidente, promulgação e publicação pelas mesas
da CD e do SF. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
• Limitações Temporais: A Constituição não pode ser modificada em certo lapso temporal. Não há essa limitação
no ordenamento jurídico pátrio.
• Limitações circunstanciais: são aquelas que proíbem a alteração da constituição durante a vigência de
situações excepcionais, nas quais a livre manifestação do Poder Constituinte possa estar ameaçada. São elas:
estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal.
• Limites Materiais ou substanciais: alguns conteúdos não podem ser modificados na Constituição, como o
disposto no art. 60, § 4º, que prevê as cláusulas pétreas: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III -
a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais.

#SELIGANATABELA:
LIMITES FORMAIS DO PODER REFORMADOR
Subjetivo – iniciativa do projeto de EC Objetivo – aprovação da EC
1/3 dos membros da Câmara ou Senado 2 turnos na Câmara e Senado
Presidente da República 3/5 dos votos de seus membros
+1/2 das Assembleias Legislativas, pelo voto da
maioria RELATIVA de seus membros

LIMITES MATERIAIS DO PODER REFORMADOR


Forma federativa de Estado
Voto direto, secreto, universal e periódico
Separação de poderes
Direitos e garantias individuais
Cláusulas pétreas implícitas

PODER CONSTITUINTE DIFUSO

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É diferente do poder constituinte derivado reformador e revisor, pois estes são mecanismos formais de
alteração do texto constitucional, enquanto o poder constituinte derivado difuso é um mecanismo informal de
alteração da constituição, pois não ocasiona alteração no texto, mas apenas na interpretação.
As modificações pelo poder difuso são de ordem interpretativa, não há alteração formal no texto da
constituição, por isso, ele é um poder não escrito e difuso, pois não se sabe ao certo quando e como se iniciou
o processo de transformação hermenêutica.
O poder constituinte difuso pode ser caracterizado como um poder de fato e se manifesta por meio das
MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS. Trata-se de mais um mecanismo de modificação da Constituição. Se por um
lado a mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador se verifica de modo formal,
palpável, por intermédio das emendas à Constituição, a modificação produzida pelo poder constituinte difuso
se instrumentaliza de modo informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e que decorre dos fatores
sociais, políticos e econômicos, encontrando-se em estado de latência. Trata-se de processo informal de
mudança da Constituição, alterando-se o seu sentido interpretativo, e não o seu texto, que permanece intacto
e com a mesma literalidade.
Mecanismos de atuação da mutação constitucional (segundo Luís Roberto Barroso):
• Por mudanças na interpretação constitucional: evolução jurisprudencial, em que pode haver
atribuição de eficácia prospectiva à mudança jurisprudencial (prospective overruling).
#ATENÇÃO A coisa julgada no âmbito do controle abstrato de constitucionalidade não representa obstáculo
incontornável para o reconhecimento da mutação constitucional pela via judicial.
• Pela atuação do legislador: exemplo - Emenda Constituição 97/2017 e a declaração de
inconstitucionalidade da prática da vaquejada, pelo STF.
• Por via de costume: desde que o costume não viole normas constitucionais escritas e não viole
os valores fundamentais da Constituição; não é admitido o costume contra constitutionem - o costume,
por mais enraizado que seja, não pode ser invocado como razão para descumprimento da Constituição,
nem enseja a revogação de seus preceitos.
- São admitidos os seguintes costumes constitucionais, segundo a doutrina:
COSTUME SECUNDUM CONSTITUTIONEM COSTUME PRAETER CONSTITUTIONEM
Adota-se uma determinada interpretação da Preenche-se uma lacuna constitucional.
Constituição, dentre as várias possibilitadas pelo
texto e pelo sistema.
As mudanças fáticas ou axiológicas ocorridas na sociedade podem ensejar tanto o surgimento de novo
costume, como a sua alteração ou abandono.

Limites da mutação constitucional: como devem ser preservadas a força normativa da Constituição e a
sua rigidez, a mutação deve respeitar o próprio texto constitucional (não pode haver alterações que contradigam
o texto, devendo ser pinçadas as possibilidades interpretativas que estão dentro de uma moldura conferida pelo
próprio texto).
#SELIGA:A alteração do TEXTO se dá mediante a edição de emendas, com todo o processo formal que vocês já
conhecem. Além disso, a mutação deve respeitar também o sistema constitucional como um todo, observando
as escolhas fundamentais feitas pelo constituinte (não pode, por exemplo, resultar em um desrespeito ao
sentido mínimo das cláusulas pétreas).

#OLHAAJURIS:
Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de
controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes
e efeitos vinculantes. O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o Plenário
do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em
controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e
vinculante. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte:
126
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já tem efeito
vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa
dê publicidade daquilo que foi decidido. STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 29/11/2017 (Info 886).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

PARÂMETROS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


Constituição formal: o que importa para fins de controle de constitucionalidade é a supremacia formal da
Constituição. Portanto, para que uma norma constitucional sirva de parâmetro para o controle, não basta ser
ela materialmente constitucional, ela deverá ser formalmente constitucional.
Princípios implícitos (ordem constitucional global): o parâmetro abrange também os princípios implícitos na
Constituição.
Tratados e convenções internacionais de direitos humanos (incorporados na forma do art. 5º, §3º, da CF/88).
“Bloco de constitucionalidade”: este termo foi cunhado pelo autor francês Louis Favoreu com o objetivo de
fazer referência a todas as normas do ordenamento jurídico francês com status constitucional; no Brasil, o STF
refere-se a este termo como abrangendo apenas normas formalmente constitucionais.

FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE

- Enseja a incompatibilidade vertical dos atos inferiores (leis ou atos do Poder


Público).
Pode se dar:
a) Do ponto de vista formal (nomôdinamica);
Formal propriamente dita: decorre da violação de norma constitucional
referente ao processo legislativo.
Formal orgânica: decorre da violação de norma definidora do órgão competente
POR AÇÃO
para tratar da matéria;
Formal por violação a pressupostos objetivos: decorre da inobservância de
requisitos constitucionalmente exigidos para elaboração de determinados
atos normativos. Ex.: medidas provisórias: urgência e relevância.
b) Do ponto de vista material (nomoestática);
c) Vício de decoro parlamentar (AP 470)

Ocorre quando não são adotadas, ou adotadas de modo insuficiente, as medidas


necessárias para tornar plenamente aplicáveis normas constitucionais
POR OMISSÃO carentes de intermediação.
Omissão total: os Poderes Públicos não adotam as medidas necessárias;
exemplo – direito de greve dos servidores públicos (CF, art. 37, VII);
127
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

instrumentos utilizados diante de omissão – Mandado de Injunção ou ADI


por omissão.
Omissão parcial: os Poderes Públicos adotam medidas insuficientes; exemplo –
ADI proposta contra a lei que fixava o valor do salário-mínimo, o qual não era
suficiente para atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e de
sua família, como previsto na CF: art. 7º, IV.

- MOMENTOS DE CONTROLE
#TABELALOVERS: MOMENTOS DE CONTROLE
PRÉVIO OU PREVENTIVO POSTERIOR OU REPRESSIVO
- Legislativo - Próprio Paramentar e a CCJ - Político
- Executivo – Veto * Verifica-se em Estados onde o controle é exercido
* Jurídico – quando o chefe do executivo considerar por um órgão distinto dos três Poderes,
o projeto inconstitucional. responsável por garantir a supremacia da
* Político – quando o chefe do executivo entender Constituição. Tal sistema é comum em países da
que o projeto é contrário ao interesse público. Europa, como Portugal e Espanha, sendo o
- Judiciário – MS Impetrado por Parlamentar controle normalmente realizado pelas Cortes ou
* Busca garantir ao parlamentar o respeito ao decido Tribunais Constitucionais.
processo legislativo, vedando a sua participação - Jurisdicional misto (difuso e concentrado)
em procedimento desconforme com as regras da - Híbrido – Há tanto o Político, quanto o jurisdicional.
CF. É feito pela via de exceção ou defesa, leia-se, * EXCEÇÕES À REGRA DO CONTROLE JURISDICIONAL
de modo incidental, através da impetração de MS. POSTERIOR OU REPRESSIVO:
A legitimidade é exclusiva do parlamentar, já que a) Art. 49, inciso V, da CRFB – Competência exclusiva
dele é o direito público subjetivo (a participar de do Congresso Nacional para sustar os atos
um processo legislativo hígido). A jurisprudência normativos do Poder Executivo que exorbitem do
do STF veda a impetração por terceiros (MS poder regulamentar ou dos limites de delegação.
23.328-DF, MS 21.747-DF). Vale lembrar que a Será feito através de decreto legislativo a ser
perda superveniente de titularidade do mandado expedido pelo CN para:
legislativo desqualifica a legitimação do - Sustar atos normativos do Poder Executivo que
parlamentar. exorbitem do poder regulamentar (art. 84, inciso
#ATENÇÃO: STF: “em respeito ao princípio da IV, da CRFB);
separação dos Poderes, previsto no art. 2.º da - Sustar os atos normativos do Poder Executivo que
Constituição Federal, quando não caracterizado o exorbitem dos limites de delegação legislativa (art.
desrespeito às normas constitucionais 68, da CRFB);
pertinentes ao processo legislativo, é defeso ao
Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional b) Art. 62, da CRFB – Medida Provisória – Presidente
em relação à interpretação do sentido e do adota medida provisória com força de lei,
alcance de normas meramente regimentais das devendo submetê-la de imediato ao CN que,
Casas Legislativas, por se tratar de matéria interna entendendo que a MP é inconstitucional, realizará
corporis” (RE 1.297.884, Rel. Min. Dias Toffoli, controle de constitucionalidade.
julgamento virtual finalizado em 11.06.2021, DJE
de 04.08.2021).

CONCENTRADO OU RESERVADO
Atribuído exclusivamente a um único órgão do Poder Judiciário.
STF: parâmetro – Constituição Federal.
TJ: parâmetro – Constituição Estadual.
Recebe a denominação de “sistema austríaco”
128
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

CONCRETO OU INCIDENTAL, POR VIA DEFESA OU POR VIA DE EXCEÇÃO


O controle concreto assim se denomina porque é realizado a partir de um caso concreto levado ao judiciário.
A pretensão é deduzida em juízo através de processo constitucional subjetivo, exercido com a finalidade
principal de solucionar controvérsia envolvendo direitos subjetivos.
O objeto principal é a proteção de um determinado direito supostamente violado, para isso, incidentalmente, é
necessário que o juiz afaste a aplicação e determinada lei por ela ser incompatível com a Constituição.
ABSTRATO OU POR VIA DE AÇÃO, POR VIA DIRETA OU POR VIA PRINCIPAL:
Voltado, precipuamente, a assegurar a supremacia da constituição.
A pretensão é deduzida em juízo através de um processo constitucional objetivo, ou seja, um processo
constitucional sem partes formais (não há autor e réu). Controle em tese. Aqui a finalidade principal é a proteção
da supremacia da CF, visando, indiretamente, à proteção de direitos subjetivos.

ADI
COMPETÊNCIA STF
Lei/ato normativo;
OBJETO Federal/estadual;
Posterior ao parâmetro constitucional violado.
Norma formalmente constitucional;
PARÂMETRO Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos (aprovados por
3/5 dos membros e em dois turnos).
Eficácia erga omnes e efeito vinculante;
Suspende a validade da norma impugnada e o julgamento dos processos que
LIMINAR
a envolvam;
Eficácia temporal: ex nunc (regra).
ADC
COMPETÊNCIA STF
Lei/ato normativo;
OBJETO Federal;
Posterior ao parâmetro - constitucional violado.
Norma formalmente constitucional;
PARÂMETRO Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos (aprovados por
3/5 dos membros e em dois turnos).
Eficácia erga omnes e efeito vinculante;
LIMINAR
Suspende julgamento dos processos;
ADPF
COMPETÊNCIA STF
Ato do poder público;
OBJETO Federal/estadual/municipal;
Anterior/posterior ao preceito fundamental violado.
PARÂMETRO "Preceito fundamental".
Eficácia erga omnes e efeito vinculante;
Suspende processos, efeitos de decisões judiciais ou qualquer outra medida
LIMINAR
relacionada à matéria (salvo se decorrentes da coisa julgada);
Eficácia temporal: ex nunc (regra).
Não são admitidos como objeto de ADPF:
Atos tipicamente regulamentares;
Normas constitucionais originárias;
129
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Súmulas comuns e vinculantes: no caso da Súmula Vinculante, existe procedimento específico (pedido de
cancelamento ou revisão) para questionar o conteúdo da súmula, assim, existindo outro meio igualmente
eficaz, não se admite a S.V. como objeto; o STF adotou o entendimento de que, no caso da súmula comum,
não cabe ADPF, pois ela nada mais é do que uma sedimentação do entendimento do tribunal sobre uma
determinada matéria; da mesma forma que a súmula é construída gradativamente, o meio correto de
cancelá-la é a mudança de entendimento do Tribunal, não havendo necessidade de ADPF (Ressalva:
entendimento adotado antes do CPC/15, no qual houve uma valorização dos precedentes, pode ser que
STF mude seu posicionamento sobre o tema diante do CPC).
Proposta de emenda à constituição: o STF não admitiu, pois a proposta não é um ato do poder público
pronto e acabado, trata-se de ato em formação e, portanto, não pode ser objeto de ADPF, caso contrário,
criar-se-ia outra espécie de controle preventivo.
Vetos: o STF não admite o veto (político ou jurídico) do Presidente da República como objeto de ADPF, isso
porque o veto pode ser derrubado pelo Congresso Nacional.
Decisões judiciais transitadas em julgado: não podem ser objeto de ADC ou ADI, porque, do contrário, a
ADPF seria um sucedâneo da ação rescisória.
ATENÇÃO: Leis revogadas PODEM ser objeto de ADPF!!!
Precedente: STF – ADI 2.028/DF (transformada em ADPF pela fungibilidade): “[...] por coerência com os
precedentes do Tribunal, as ações diretas ora em exame devem ser conhecidas como Ações de Arguição
de Descumprimento de Preceito Fundamental, já que estas admitem a impugnação de atos normativos
já revogados...”
ADO
COMPETÊNCIA STF
LEGITIMIDADE PASSIVA Autoridades ou órgãos responsáveis pela medida.
Norma constitucional dependente de medida intermediadora para ter plena
PARÂMETRO
efetividade.
Suspensão da aplicação de lei ou ato normativo (omissão parcial) ou de
LIMINAR processos judiciais e administrativos
Fixação de outras providências
Ciência ao poder competente para suprir a omissão;
DECISÃO DE MÉRITO Órgão administrativo: 30 dias ou prazo razoável;
Poder Legislativo: não há prazo.

MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO


Natureza e finalidade Natureza e finalidade
Trata-se de processo no qual é discutido um direito A finalidade é declarar que há uma omissão, já que
subjetivo. A finalidade é viabilizar o exercício de não existe determinada medida necessária para
um direito. Há, portanto, controle concreto de tornar efetiva uma norma constitucional.
constitucionalidade. Estamos diante, portanto, de processo objetivo, em
que há controle abstrato de constitucionalidade.
Cabimento
Cabimento Cabível quando faltar norma regulamentadora
Cabível quando faltar norma regulamentadora de relacionada com qualquer norma constitucional
direitos e liberdades constitucionais e das de eficácia limitada.
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Legitimados ativos
Legitimados ativos

130
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

MI individual: pessoas naturais ou jurídicas que se Os legitimados da ADI por omissão estão descritos no
afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou art. 103 da CF/88.
das prerrogativas.
MI coletivo: estão previstos no art. 12 da Lei nº
13.300/2016.
Competência Competência
A competência para julgar a ação dependerá da Se relacionada com norma da CF/88: STF.
autoridade que figura no polo passivo e que possui Se relacionada com norma da CE: TJ.
atribuição para editar a norma.
Efeitos da decisão Efeitos da decisão
Reconhecido o estado de mora legislativa, será Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o
deferida a injunção para: Judiciário dará ciência ao Poder competente para
I - determinar prazo razoável para que o impetrado que este adote as providências necessárias.
promova a edição da norma regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o Se for órgão administrativo, este terá um prazo de 30
exercício dos direitos, das liberdades ou das dias para adotar a medida necessária.
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado promover Se for o Poder Legislativo, não há prazo.
ação própria visando a exercê-los, caso não seja
suprida a mora legislativa no prazo determinado.
OBS: será dispensada a determinação a que se refere
o inciso I quando comprovado que o impetrado
deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da
norma.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL

Art. 125. § 2º. Cabe aos Estados a instituição de representação de


inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face
LEGITIMIDADE
da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único
órgão.
OBJETO Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.
COMPETÊNCIA Tribunal de Justiça Estadual
PARÂMETRO Constituição Estadual
EFEITOS DA DECISÃO EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES.
RECURSO Se a norma da CE for se reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao STF. Nesse
EXTRAORDINÁRIO caso, esse RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI

Caso o processo perante o Tribunal de Justiça esteja em curso quando uma ADI é ajuizada no STF, o
processo em âmbito estadual será suspenso até a decisão final do STF. Nesse caso, haverá possibilidades
distintas, a depender da natureza da norma:

DECISÃO DO STF DECISÃO DO TJ

131
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Constitucionalidade Por se tratar de norma de reprodução obrigatória, o


Norma de reprodução parâmetro é o mesmo em ambas as ações. Dessa
obrigatória forma, qualquer que seja a decisão do STF, obrigará o
Inconstitucionalidade TJ em razão do seu efeito vinculante.
Por se tratar de norma autônoma, o parâmetro em
âmbito estadual é diverso, de modo que mesmo que
Constitucionalidade seja constitucional diante da constituição federal o TJ
poderá julgar a norma inconstitucional em face da
Norma autônoma constituição estadual.
Ao ter reconhecida sua inconstitucionalidade, a norma
não poderá permanecer no ordenamento, de modo
Inconstitucionalidade
que o TJ não poderá considerá-la constitucional, ainda
que o parâmetro seja distinto.

ATRIBUIÇÕES DO CNJ:

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do


cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou
fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência do Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus
serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo
avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de
autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados
há menos de um ano; (PODE SER REABERTO PARA EVITAR QUE O JUIZ SEJA PERSEGUIDO OU PUNIDO
INDEVIDAMENTE).
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal
Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

CAPÍTULO IV
Do Poder Judiciário
SEÇÃO I
Disposições Gerais

132
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado: (NR) - "Caput" com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
I - o Tribunal de Justiça; (NR)- Inciso I com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
II - o Tribunal de Justiça Militar; (NR)- Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
20/05/1999.
III - os Tribunais do Júri; (NR)- Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
IV - as Turmas de Recursos; (NR)- Inciso IV com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
V - os Juízes de Direito; (NR)- Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
VI - as Auditorias Militares; (NR)- Inciso VI com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
VII - os Juizados Especiais; (NR)- Inciso VII com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
VIII - os Juizados de Pequenas Causas. (NR)- Inciso VIII com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
20/05/1999.
IX - revogado pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
Artigo 55 - Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia financeira e administrativa.
Parágrafo único - São assegurados, na forma do artigo 99 da Constituição Federal, ao Poder Judiciário, recursos
suficientes para manutenção, expansão e aperfeiçoamento de suas atividades jurisdicionais, visando ao acesso
de todos à Justiça.
Artigo 56 - Dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentárias, o Tribunal de Justiça, pelo seu Órgão Especial, elaborará proposta orçamentária do Poder
Judiciário, encaminhando-a, por intermédio de seu Presidente, ao Poder Executivo, para inclusão no projeto de
lei orçamentária. (NR) - Artigo 56 com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
Artigo 57 - À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Estadual ou
Municipal e correspondentes autarquias, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação de precatórios e à conta dos respectivos créditos, proibida a designação de casos
ou pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para esse fim.
§1º - É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento
de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários,
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
valores atualizados monetariamente. (NR)
- § 1º com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
§2º - As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,
cabendo ao Presidente do Tribunal de Justiça proferir a decisão exequenda e determinar o pagamento segundo
as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor, e exclusivamente para o caso de
preterimento de seu direito de precedência, o sequestro da quantia necessária à satisfação do débito. (NR)
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
§3º - Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos,
pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na
responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado. (NR)
- § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
§4º - O disposto no "caput" deste artigo, relativamente à expedição dos precatórios, não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Estadual ou Municipal deva
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (NR)
- § 4º com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
§5º - São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte,
na forma estabelecida no § 4º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório. (NR)
- § 5º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
§6º - A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 4º deste artigo, segundo as diferentes
capacidades das entidades de direito público. (NR) - § 6º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, de
133
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

14/02/2006.
§7º - Incorrerá em crime de responsabilidade o Presidente do Tribunal de Justiça se, por ato comissivo ou
omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório. (NR)
- § 7º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 58 - Ao Tribunal de Justiça, mediante ato de seu Presidente, compete nomear, promover, remover,
aposentar e colocar em disponibilidade os juízes de sua Jurisdição, ressalvado o disposto no artigo 62, exercendo,
pelos seus órgãos competentes, as demais atribuições previstas nesta Constituição. (NR)
- "Caput" com redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
Parágrafo único - Caberá ainda ao Presidente do Tribunal de Justiça, observadas as disponibilidades
orçamentárias, indeferir as férias de quaisquer de seus membros por necessidade de serviço, ou determinar a
reassunção imediata de magistrado no exercício de seu cargo, cabendo a este, nas hipóteses aqui previstas, o
direito à correspondente indenização das férias no mês subsequente ao indeferimento, ou a anotação para gozo
oportuno, a requerimento do interessado. (NR)
- Parágrafo único acrescentado pela Emenda Constitucional nº 32, de 09/12/2009.
Artigo 59 - A Magistratura é estruturada em carreira, observados os princípios, garantias, prerrogativas e
vedações estabelecidas na Constituição Federal, nesta Constituição e no Estatuto da Magistratura.
Parágrafo único - O benefício da pensão por morte deve obedecer o princípio do artigo 40, § 7º, da Constituição
Federal. (NR) - Parágrafo único com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 60 - No Tribunal de Justiça haverá um Órgão Especial, com vinte e cinco Desembargadores, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno, inclusive para
uniformizar a jurisprudência divergente entre suas Seções e entre estas e o Plenário.
Artigo 61 - O acesso dos Desembargadores ao Órgão Especial, respeitadas a situação existente e a representação
do quinto constitucional, dar-se-á pelos critérios de antiguidade e eleição, alternadamente.
Parágrafo único - Pelo primeiro critério, a vaga será preenchida pelo Desembargador mais antigo, salvo recusa
oportunamente manifestada. Pelo segundo, serão elegíveis pelo Tribunal Pleno. (NR)
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 62 - Declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
- "Caput" declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI
nº 3976.
(...)
Artigo 63 - Um quinto dos lugares dos Tribunais de Justiça e de Justiça Militar será composto de advogados e de
membros do Ministério Público, de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional ou na carreira, indicados em lista sêxtupla, pela Seção Estadual da Ordem dos Advogados
do Brasil ou pelo Ministério Público, conforme a classe a que pertencer o cargo a ser provido. (NR)
- "Caput" com redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 12/05/2008.
Parágrafo único - Dentre os nomes indicados, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça formará lista tríplice,
encaminhando-a ao Governador do Estado que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes
para o cargo e o nomeará. (NR)
Artigo 64 - As decisões administrativas dos Tribunais de segundo grau serão motivadas e tomadas em sessão
pública, sendo as de caráter disciplinar tomadas por voto da maioria absoluta dos membros do Tribunal de
Justiça, ou de seu Órgão Especial, salvo nos casos de remoção, disponibilidade e aposentadoria de magistrado,
por interesse público, que dependerão de voto de dois terços, assegurada ampla defesa. (NR)
- Artigo 64 com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 65 - Aos órgãos do Poder Judiciário do Estado competem a administração e uso dos imóveis e instalações
forenses, podendo ser autorizada parte desse uso a órgãos diversos, no interesse do serviço judiciário, como
dispuser o Tribunal de Justiça, asseguradas salas privativas, condignas e permanentes aos advogados e membros
do Ministério Público e da Defensoria Pública, sob a administração das respectivas entidades.
Artigo 66 - Os processos cíveis já findos em que houver acordo ou satisfação total da pretensão não constarão
das certidões expedidas pelos Cartórios dos Distribuidores, salvo se houver autorização da autoridade judicial
134
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

competente.
Parágrafo único - As certidões relativas aos atos de que cuida este artigo serão expedidas com isenção de custos
e emolumentos, quando se trate de interessado que declare insuficiência de recursos.
Artigo 67 - As comarcas do Estado serão classificadas em entrâncias, nos termos da Lei de Organização
Judiciária.
Artigo 68 - O ingresso na atividade notarial e registral, tanto de titular como de preposto, depende de concurso
público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga sem abertura de concurso por
mais de seis meses.
Parágrafo único - Compete ao Poder Judiciário a realização do concurso de que trata este artigo, observadas as
normas da legislação estadual vigente.
SEÇÃO II
Da Competência do Tribunal de Justiça (NR)

Artigo 69 - Compete privativamente ao Tribunal de Justiça: (NR)


I - pela totalidade de seus membros, eleger os órgãos diretivos, na forma de seu regimento interno; (NR).
II - pelos seus órgãos específicos:
a) elaborar seu regimento interno, com observância das normas de processo e das garantias processuais das
partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
(NR).
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares, velando pelo exercício da respectiva atividade correcional;
c) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros, e aos servidores que lhes forem subordinados;
d) prover, por concurso público de provas, ou provas e títulos, ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo
169 da Constituição Federal, os cargos de servidores que integram seus quadros, exceto os de confiança, assim
definidos em lei, que serão providos livremente.
Artigo 70 - Compete privativamente ao Tribunal de Justiça, por deliberação de seu Órgão Especial, propor à
Assembleia Legislativa, observado o disposto no artigo 169 da Constituição Federal:
I - a alteração do número de seus membros e dos membros do Tribunal de Justiça Militar; (NR)
II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar;
(NR)
.
III -a criação ou a extinção do Tribunal de Justiça Militar; (NR)
IV - a alteração da organização e da divisão judiciária.
Artigo 71 revogado.
Artigo 71-A - O Tribunal de Justiça poderá funcionar de forma descentralizada, constituindo Câmaras regionais,
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (NR)
Parágrafo único - O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários. (NR)
Artigo 72 - A Lei de Organização Judiciária poderá criar cargos de Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau, a
serem classificados em quadro próprio, na mais elevada entrância do primeiro grau e providos mediante
concurso de remoção.
§1º - A designação será feita pelo Tribunal de Justiça para substituir seus membros ou nele auxiliar, quando o
acúmulo de feitos evidenciar a necessidade de sua atuação. (NR)
§2º - Em nenhuma hipótese haverá redistribuição ou passagem de processos, salvo para o voto do revisor.
SEÇÃO III
Do Tribunal de Justiça
Artigo 73 - O Tribunal de Justiça, órgão superior do Poder Judiciário do Estado, com jurisdição em todo o seu
território e sede na Capital, compõe-se de Desembargadores em número que a lei fixar, providos pelos critérios
135
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

de antiguidade e de merecimento, em conformidade com o disposto nos artigos 58 e 63 deste Capítulo.


Parágrafo único - O Tribunal de Justiça exercerá, em matéria administrativa de interesse geral do Poder
Judiciário, direção e disciplina da Justiça do Estado.
Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições previstas nesta Constituição, processar e julgar
originariamente:
I - nas infrações penais comuns, o Vice-Governador, os Secretários de Estado, os Deputados Estaduais, o
Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e os Prefeitos Municipais; (NR)
II - nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os juízes do Tribunal de Justiça Militar, os
juízes de Direito e os juízes de Direito do juízo militar, os membros do Ministério Público, exceto o Procurador-
Geral de Justiça, o Delegado-Geral da Polícia Civil, o Comandante-Geral da Polícia Militar e o Diretor Geral da
Polícia Penal; (NR)
III - os mandados de segurança e os “habeas data” contra atos do Governador, da Mesa e da Presidência da
Assembleia, do próprio Tribunal ou de algum de seus membros, dos Presidentes dos Tribunais de Contas do
Estado e do Município de São Paulo, do Procurador-Geral de Justiça, do Prefeito e do Presidente da Câmara
Municipal da Capital;
IV - os “habeas corpus”, nos processos cujos recursos forem de sua competência ou quando o coator ou paciente
for autoridade diretamente sujeita a sua jurisdição, ressalvada a competência do Tribunal de Justiça Militar, nos
processos cujos recursos forem de sua competência;
V - os mandados de injunção, quando a inexistência de norma regulamentadora estadual ou municipal, de
qualquer dos Poderes, inclusive da administração indireta, torne inviável o exercício de direitos assegurados
nesta Constituição;
VI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal, contestados em
face desta Constituição, o pedido de intervenção em Município e ação de inconstitucionalidade por omissão, em
face de preceito desta Constituição;
VII - as ações rescisórias de seus julgados e as revisões criminais nos processos de sua competência;
VIII - Revogado.
IX - os conflitos de atribuição entre as autoridades administrativas e judiciárias do Estado;
X -a reclamação para garantia da autoridade de suas decisões;
XI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo municipal, contestados em face da
Constituição. (NR)
Artigo 75 - Compete, também, ao Tribunal de Justiça:
I - provocar a intervenção da União no Estado para garantir o livre exercício do Poder Judiciário, nos termos desta
Constituição e da Constituição Federal;
II - requisitar a intervenção do Estado em Município, nas hipóteses previstas em lei.
Artigo 76 - Compete, outrossim, ao Tribunal de Justiça, processar e julgar, originariamente ou em grau de
recurso, as demais causas que lhe forem atribuídas por lei complementar.
§1º - Cabe-lhe, também, a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada, em
qualquer fase do processo, a delegação de atribuições.
§2º - Cabe-lhe, ainda, processar e julgar os recursos relativos às causas que a lei especificar, entre aquelas não
reservadas à competência privativa do Tribunal de Justiça Militar ou dos órgãos recursais dos Juizados Especiais.
(NR)
Artigo 77 - Compete, ademais, ao Tribunal de Justiça, por seus órgãos específicos, exercer controle sobre atos e
serviços auxiliares da justiça, abrangidos os notariais e os de registro.

DIREITO TRIBUTÁRIO12

12
Por Ana Paula

136
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Ciclos Método

#TABELINHA comparativa dos tributos que se submetem à anterioridade e noventena

Anterioridade Noventena
II NÃO NÃO
IE NÃO NÃO
IPI NÃO SIM
IOF NÃO NÃO
IR SIM NÃO
IPTU (BC) SIM NÃO
IPVA (BC) SIM NÃO
IEG NÃO NÃO
Empréstimos compulsórios NÃO NÃO
ICMS-combustíveis NÃO (REDUÇÃO E RESTAB.) SIM
CIDE-combustíveis NÃO (REDUÇÃO E RESTAB.) SIM
Contribuição de seg. social NÃO SIM

#NÃOCONFUDA:
TAXA PREÇO PÚBLICO
Já o preço público é obrigação contratual, assumida
voluntariamente – ao contrário da taxa, que é
imposta pela lei a todas as pessoas que se encontrem
na situação de usuários (efetivos ou potenciais) de
determinado serviço estatal.

#IMPORTANTE: tarifa, uma espécie de preço público,


é o preço de venda do bem, exigido por empresas
prestacionistas de serviços públicos (concessionárias
A taxa é um tributo, sendo, portanto, objeto de uma e permissionárias), como se fossem vendedoras.
obrigação instituída por lei;
#IMPORTANTE: Conforme entendimento do STF (ADI
800), o pedágio cobrado pela efetiva utilização de
rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja
cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do
art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza
jurídica de taxa, mas sim de preço público, não
estando a sua
instituição, consequentemente, sujeita ao princípio
da legalidade estrita”.

#SELIGANASÚMULA

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Ciclos Método

Súmula Vinculante 41: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa” (conversão
da Súmula 670) – a iluminação pública é paga por meio da COSIP (contribuição para custeio do serviço de
iluminação pública).
Súmula Vinculante 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição
Federal.”
OBS: A Súmula Vinculante 19 não se aplica à taxa de limpeza de logradouros públicos; quando há a taxa pela
coleta domiciliar de lixo, o usuário consegue saber qual o serviço prestado; e o Estado, em tese, consegue definir
quem está sendo beneficiado (moradores de determinada rua).
Súmula Vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206,
IV, da Constituição Federal.
Súmula 595, STF: “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.” – o STF entendeu que o fato de um dos elementos da base
de cálculo dos impostos compor a base de cálculo das taxas não viola a CF/1988.
Súmula Vinculante nº 29: “É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da
base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e
outra.” – o STF também entendeu que o princípio da capacidade contributiva poderia ser aplicado às taxas.
Súmula 667 do STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite
sobre o valor da causa.

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
PRINCIPAL ACESSÓRIA
Surge com a ocorrência do fato gerador. É a imposição de deveres específicos ao contribuinte
para viabilizar o cumprimento da obrigação tributária
principal.
Tem por objeto o pagamento de tributo ou Tem por objeto as prestações, positivas ou negativas,
penalidade pecuniária. É uma obrigação de dar nela previstas no interesse da arrecadação ou da
(pagar). fiscalização dos tributos. É uma obrigação de fazer ou
de não fazer.

Extingue-se juntamente com o crédito dela A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
decorrente. inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.
Tem que ser instituída por meio de lei em sentido Decorre da legislação tributária (pode ser instituída
formal. por meio de atos infralegais).
Ex: auferir renda, que gera o pagamento do imposto Ex: a entrega da declaração do imposto de renda.
de renda.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A suspensão não é do crédito tributário, mas de sua exigibilidade, nos termos do art. 151, CTN. Assim, suspende-
se a possibilidade de o Fisco promover atos de cobrança. Em todas as causas de suspensão da exigibilidade, o
Fisco não pode promover nenhuma medida de cobrança como, por exemplo, inscrever o crédito em dívida ativa

CTN. Art. 151. SUSPENDEM a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
138
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
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III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO DISPENSA o cumprimento das obrigações assessórios
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

#SELIGA:
A adesão a programa de parcelamento tributário é causa de suspensão da exigibilidade do crédito e interrompe
o prazo prescricional, por constituir reconhecimento inequívoco do débito, nos termos do art. 174, IV, do CTN,
voltando a correr o prazo, por inteiro, a partir do inadimplemento da última parcela pelo contribuinte.
STJ. 2ª Turma. REsp 1922063-PR, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 18/10/2022 (Info 754).
Obs: em verdade, o simples requerimento de parcelamento do crédito tributário já interrompe o prazo
prescricional. Nesse sentido: Súmula 653-STJ: O pedido de parcelamento fiscal, ainda que indeferido,
interrompe o prazo prescricional, pois caracteriza confissão extrajudicial do débito.

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

DECADÊNCIA é a perda do direito de constituir o crédito tributário (ou seja, de lançá-lo) pelo decurso de certo
prazo = 5 ANOS

CTN. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 ANOS, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.

CARACTERÍSTICAS DA DECADÊNCIA:
Atinge o direito subjetivo do sujeito ativo;
Sempre decorre de lei;
Aplicam-se, à decadência, os princípios da legalidade e da segurança jurídica;
Só podemos falar em decadência, antes do lançamento;
Em tese, se houver decadência, não haverá prescrição;
O tributo atingido pela decadência poderá ser restituído.

REGRAS DA DECADÊNCIA
Regra geral da decadência: conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ter sido efetuado – esse prazo se aplica aos lançamentos que devam ser implementados pelo sujeito ativo como
condição de exigibilidade do tributo, ou seja, o lançamento de ofício e o lançamento por declaração.
Regra da anulação por vício formal: conta-se da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado,
por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Regra da antecipação da contagem: contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Regra do lançamento por homologação tácita: se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência
de dolo, fraude ou simulação.
139
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

OBS: Com relação ao que foi tacitamente homologado, não há que se falar em decadência, pois ocorreu a
constituição do crédito tributário. Todavia, o transcurso in albis do quinquênio decadencial sem que haja
conferência expressa, o Fisco perderá o direito de lançar, de modo suplementar, uma eventual diferença. Ou
seja, a decadência se opera em relação ao lançamento suplementar.

CESSA A CONTAGEM DE PRAZO:


Súmula 622, STJ: “A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a constituição
do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com a
notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial.”

PRESCRIÇÃO é o prazo de que o Fisco dispõe para promover o ajuizamento da ação de cobrança após a
constituição definitiva do crédito tributário. Ou seja, feito o lançamento, passa-se a cogitar outro prazo, que é o
de prescrição da ação para cobrança do tributo lançado. Insere-se a prescrição no bojo do direito processual.

A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em CINCO ANOS, contados da data da sua constituição
definitiva:
→ Para que haja a constituição definitiva do crédito tributário, é preciso que haja o esgotamento dos
recursos administrativos e que tenha se esgotado o prazo para pagamento.

CTN. Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.

CTN. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 anos, contados(...).

CTN. Art. 169. Prescreve em 2 anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.

Interrupção da prescrição:

CTN, art. 174, parágrafo único: A prescrição se interrompe:


I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

#SELIGANASSUMULAS
Súmula 653-STJ: O pedido de parcelamento fiscal, ainda que indeferido, interrompe o prazo prescricional, pois
caracteriza confissão extrajudicial do débito.
Súmula 625-STJ: O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo
prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da execução
de título judicial contra a Fazenda Pública.
Súmula 622-STJ: A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a constituição do
crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com a
notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial.
Súmula 555-STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco
constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a

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legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa.
Súmula 523-STJ: A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve
corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência da taxa Selic, em
ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua cumulação com quaisquer outros índices.
Súmula 464-STJ: A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não se aplica às
hipóteses de compensação tributária.
Súmula 461-STJ: O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito
tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.
Súmula 436-STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
Súmula 360-STJ: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação
tributária.
Súmula 188-STJ: Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do transito em
julgado da sentença.
Súmula 162-STJ: Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento
indevido.
Súmula 112-STJ: O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.
Súmula vinculante 28-STF: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade
de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

IMPOSTOS MUNICIPAIS

CF, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano – IPTU
O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, que esteja localizado
em zona urbana do Município.
#SELIGA: É importante diferenciar IPTU do ITR
IMPOSTO TERRITORIAL RURAL IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO
Competência da União Competência dos Municípios
Função extrafiscal Função Fiscal
Zona Rural Zona Urbana
Lançamento por homologação Lançamento de ofício
Incide sobre a propriedade territorial (somente a Incide sobre a propriedade predial e territorial
propriedade nua, ou seja, a terra) (construções + terrenos)
Suas alíquotas admitem progressividade Suas alíquotas admitem progressividade

#SELIGA: A progressividade das alíquotas do IPTU pode ser (i) fiscal ou (ii) extrafiscal. A primeira tem por objetivo
promover o aumento da arrecadação, levando em conta a capacidade contributiva. Já a segunda liga-se à
necessidade de desestimular os contribuintes a realizarem determinadas ações, por considerá-las
inconvenientes ou nocivas ao interesse público, a exemplo das alíquotas progressivas no tempo em razão do
uso inadequado do solo urbano (art. 182, §4º, II, da CF).
#TABELALOVERS:
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IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA - IPTU


Função predominante: Fiscal (Exceção extrafiscal – Art. 184, §4º, inciso II, CF)
Princípio da legalidade: Está sujeito
Princípio da anterioridade: Está sujeito
Princípio da noventena: Está sujeito (exceto em relação às alterações da base de cálculo do tributo)
Fato gerador:
A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido
na lei civil, localizado na zona urbana do Município
Base de cálculo: É o valor venal do imóvel.
Contribuinte: O proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
Lançamento: De ofício

IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS", A QUALQUER TÍTULO, POR ATO ONEROSO, DE BENS
IMÓVEIS, POR NATUREZA OU ACESSÃO FÍSICA, E DE DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS, EXCETO OS DE
GARANTIA, BEM COMO CESSÃO DE DIREITOS A SUA AQUISIÇÃO (ITBI)

O fato gerador do ITBI está previsto no art. 156, inciso II, da CF: “transmissão "inter vivos", a
qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão”. Assim, excluem-se da incidência do
ITBI as hipóteses reais de garantia, como anticrese, hipoteca e penhor. Quanto ao elemento espacial do imposto,
será o território do Município da situação do bem. O elemento temporal, por sua vez, será o momento da
transmissão ou da cessão.
Segundo entendimento consolidado do STJ (REsp 12.546/RJ), o fato gerador ocorre com o registro
imobiliário do imóvel. Quanto à partilha de bens, deve-se considerar que somente incidirá o ITBI nas hipóteses
em que ficar caracterizada a transmissão acima da meação ou quinhão (pois, nesse caso, estará configurada a
onerosidade.
#SELIGA: Imunidade no ITBI
CF, Art. 156. § 2º O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
(...)
Art. 184. § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS - ITBI

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Função predominante: Fiscal


Princípio da legalidade: Está sujeito
Princípio da anterioridade: Está sujeito
Princípio da noventena: Está sujeito
Fato gerador:
I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por
acessão física, como definidos na lei civil;
II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia,
III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II
Base de cálculo: É o valor venal dos bens ou direitos transmitidos
Contribuinte: É qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei (geralmente é o adquirente
do bem ou direito)
Lançamento: Por declaração

IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISS

O ISS (ou ISSQN) está previsto no art. 156, III, da CF e sua regulamentação está a cargo da Lei
Complementar 116/2003. O ISS é imposto cobrado com finalidade essencialmente arrecadatória (função fiscal).
Com a finalidade de conferir uniformidade à disciplina normativa do imposto e evitar a guerra fiscal, a
Constituição Federal atribuiu à lei complementar federal, em matéria de ISS:
➢ Fixar suas alíquotas máximas e mínimas;
➢ Excluir da sua incidência exportações de serviços;
➢ Regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados;

O fato gerador do ISS é a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem
estabelecimento fixo, de serviços constantes da Lista anexa à LC nº 116/2003. A doutrina define serviço como
uma obrigação de fazer, submetida a regime de direito privado, que tenha conteúdo econômico (caráter
negocial), prestada sem relação de emprego. Embora a lista anexa à LC 116/03 apresente um rol taxativo de
serviços tributáveis, o STF entende que é cabível a utilização de interpretação analógica quando a lista indicar
itens que contenham a expressão “congêneres”.
No entanto, para que os Municípios possam cobrar o ISS dos prestadores de serviços, devem instituí-
lo por meio de lei ordinária própria, que poderá adotar todos os itens da Lista de Serviços anexa à lei
complementar, ou alguns deles, sendo-lhes, porém, proibido criar serviços não previstos na norma
complementar.
#SELIGA: Hipóteses de não incidência do ISS:
- Serviços não arrolados na listagem anexa à Lei Complementar n. 116/2003;
- Remuneração do próprio trabalho, quando se tratar da prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal
do próprio contribuinte;
- Serviços de transporte interestadual, transporte intermunicipal e de comunicação;
- Locação (isso porque o contrato de locação não tem por objeto a prestação de serviços).

IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISS


Função predominante: Fiscal
Princípio da legalidade: Está sujeito
Princípio da anterioridade: Está sujeito

143
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Princípio da noventena: Está sujeito


Fato gerador:
- prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador;
- serviço proveniente do exterior do Pais ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;
- serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente
mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo
usuário final do serviço.
Base de cálculo: É o preço do serviço.
Contribuinte: É o prestador do serviço.
Lançamento: Por homologação.
Cumulação de impostos: No caso de serviços prestados em conjunto com mercadorias, é possível a
cobrança conjunta de ICMS e ISS se o serviço estiver previsto na LC 116/2003, com ressalva de cobrança do
ICMS

#JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA:
É constitucional a incidência de ISS sobre a cessão de direito de uso de espaços em cemitérios para
sepultamento, pois configura operação mista que, como tal, engloba a prestação de serviço consistente na
guarda e conservação de restos mortais inumados. ADI 5.869/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento
virtual finalizado em 17.2.2023 (sexta-feira), às 23:59. (Info 1083 - STF)
É inconstitucional — por violar os arts. 40 do ADCT (1) e 155, § 2º, X, “a”, da CF/1988 — trecho de dispositivo de
convênio interestadual que determina o encerramento do diferimento ou suspensão do lançamento do Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido na compra de etanol anidro combustível (EAC) ou
de biodiesel (B100) quando a operação interestadual for isenta ou não incidir o tributo na saída do insumo para
distribuidora de combustíveis situada na Zona França de Manaus (ZFM).ADI 7.036/DF, relator Ministro Nunes
Marques, redator do acórdão Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 28.2.2023 (terça-feira), às
23:59 (Info 1084 - STF)
É inconstitucional o inciso XXIII do art. 34 da Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia), que prevê constituir
infração disciplinar o não pagamento de contribuições, multas e preços de serviços devidos à Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), depois de regular notificação para fazê-lo. Também é inconstitucional a aplicação
aos advogados inadimplentes do que dispõe o art. 37 da mesma norma, que institui, como pena, a suspensão,
a qual acarreta, por conseguinte, a interdição do exercício profissional.- ADI 7.020/DF (Info 1081 - STF)
O tratamento privilegiado previsto no art. 9º, §§ 1º e 3º, do Decreto-Lei nº 406/68 somente é aplicável às
sociedades uniprofissionais que tenham por objeto a prestação de serviço especializado, com a atuação direta
dos sócios, com responsabilidade pessoal destes e sem caráter empresarial.
No caso concreto, os sócios da sociedade são advogados, e não árbitros, e o objeto social é o exercício da
advocacia. A despeito disso, eles exercem a arbitragem como atividade jurídica, sendo que a Lei nº 8.906/94
permite que o advogado postule “em juízo ou fora dele” (art. 5º), inclusive em atividades de arbitragem.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1891277-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 14/11/2022 (Info 761).
Mesmo em caso de cisão, o fato gerador do ITBI é o registro no ofício competente da transmissão da propriedade
do bem imóvel, em conformidade com a lei civil. Logo, não há como se considerar como fato gerador da referida
exação a data de constituição das empresas pelo registro de Contrato Social na Junta Comercial, ocorrido em
data anterior. Dessa forma, o fato gerador do ITBI ocorre, no seu aspecto material e temporal, com a efetiva
transmissão, a qualquer título, da propriedade imobiliária, o que se perfectibiliza com a consumação do negócio
jurídico hábil a transmitir a titularidade do bem, mediante o registro do título translativo no Cartório de Registro
de Imóveis. Ainda sobre o tema: O fato gerador do imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI)
somente ocorre com a efetiva transferência da propriedade imobiliária, que se dá mediante o registro (STF.
Plenário ARE 1294969 RG, Rel. Min. Presidente, julgado em 11/02/2021. Repercussão Geral – Tema 1124). STJ.
2ª Turma. AREsp 1760009-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 19/04/2022 (Info 734).
144
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

A inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade em qualquer meio (exceto em
livros, jornais, periódicos e modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção
livre e gratuita) é passível de tributação por ISS. Tese fixada pelo STF: “É constitucional o subitem 17.25 da lista
anexa à LC nº 116/03, incluído pela LC nº 157/16, no que propicia a incidência do ISS, afastando a do ICMS, sobre
a prestação de serviço de inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade em
qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de
sons e imagens de recepção livre e gratuita)”. STF. Plenário. ADI 6034/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
8/3/2022 (Info 1046).
a) a base de cálculo do ITBI é o valor do imóvel transmitido em condições normais de mercado, não estando
vinculada à base de cálculo do IPTU, que nem sequer pode ser utilizada como piso de tributação;
b) o valor da transação declarado pelo contribuinte goza da presunção de que é condizente com o valor de
mercado, que somente pode ser afastada pelo fisco mediante a regular instauração de processo administrativo
próprio (art. 148 do CTN);
c) o Município não pode arbitrar previamente a base de cálculo do ITBI com respaldo em valor de referência por
ele estabelecido unilateralmente. STJ. 1ª Seção.REsp 1937821-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
24/02/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1113) (Info 730).
O recolhimento do tributo a município diverso daquele a quem seria efetivamente devido não afasta a
aplicação da regra da decadência prevista no art. 173, I do CTN
Situação hipotética: determinada empresa prestou um serviço previsto no anexo da LC 116/2003. Essa empresa
efetuou o pagamento do ISS ao Município de São Paulo (SP), local onde está situada a matriz. Ocorre que, anos
mais tarde, o Município de Itapevi (SP) lavrou auto de infração contra a empresa afirmando que, como esse
serviço foi executado na filial de Itapevi, o ISS deveria ter sido pago ao Município do interior.
A empresa alegou que houve decadência do direito de lançar alegando que se aplicaria, ao caso, a regra do art.
150, § 4º, do CTN (contagem do prazo decadencial a partir do fato gerador).
O Fisco, por sua vez, afirmou que o prazo decadencial deveria ser contado na forma do art. 173, I, do CTN (prazo
contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado).
O STJ concordou com o Fisco.
Para a aplicação da regra do art. 150, § 4º, do CTN seria necessário que a empresa tivesse recolhido, ainda que
parcialmente, o imposto ao Município que lavrou o auto de infração.
STJ. 1ª Turma. AREsp 1904780-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/12/2021 (Info 723).

NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA13

SOCIOLOGIA

Segundo Boaventura Souza Santos, três condições teóricas culminaram na necessidade do


desenvolvimento de uma ciência que estudasse, de forma específica, a administração judiciária e seus desafios
próprios. São eles:

Desenvolvimento da sociologia das organizações: tem seu maior expoente em Weber, que, a partir da
ideia de burocracia, busca a racionalização dos trabalhos da administração pública. Este desenvolvimento teria
chamado a atenção para uma das organizações de escala dominante na sociedade, que é o Poder Judiciário;

Desenvolvimento da ciência política: com o desenvolvimento da teoria dos sistemas lançou novos
olhares sobre a decisão e seus atores;

13
Ana Paula Prado

145
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Desenvolvimento da antropologia do direito: ao centrar-se nos litígios e nos mecanismos de sua


prevenção e resolução, a antropologia desviou sua atenção analítica das normas para as instituições, com seus
diferentes graus de formalização, formalidades e a eficácia de suas estruturas.

Boaventura continua trazendo as condições sociais que levaram à crise. São elas:

Lutas sociais: com o desenvolvimento da consciência política e social de uma parcela da população que
anteriormente era segregada (ex.: negros, pobres, mulheres), a busca pela isonomia material passou a
representar uma bandeira que se embasava na própria legitimidade dos regimes democráticos. Assim, a busca
por direitos tornou-se muito mais difusa, ampla e complexa;

Crise na administração da justiça: a consolidação do Estado provedor fez com que o rol de matérias
levadas para a apreciação do poder judiciário ganhasse um nível de complexidade que não possuía
anteriormente.

A expressão acesso à justiça pode ser entendida por três diferentes abordagens:

I) em sentido restrito, diz respeito ao “acesso à tutela jurisdicional” de direitos - acesso a um juiz natural
para a composição de litígios. Essa é a concepção clássica e que deriva do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal;
II) em sentido amplo, refere-se ao “acesso à tutela”, jurisdicional ou não, de direitos. Aqui, estão
incluídos o acesso a mecanismos de solução de conflitos, judiciais ou extrajudiciais;
III) em acepção integral, significa “acesso ao Direito” – acesso à ordem jurídica justa, conhecida e
implementável.

ONDAS DO ACESSO À JUSTIÇA

A primeira onda renovatória guarda referência com a assistência jurídica aos pobres,
1ª ONDA
revelando a necessidade de órgãos encarregados de prestar assistência aos menos
RENOVATÓRIA
afortunados, patrocinando os direitos desta parcela humilde da população.
Relaciona-se com a superação dos problemas inerentes à representação e defesa dos
direitos “difusos” em juízo, especialmente nas áreas da proteção ambiental e do
2ª ONDA
consumidor. Há o estabelecimento de legitimados para a tutela dos direitos
RENOVATÓRIA
transindividuais, com o objetivo de garantir o direito de acesso e propiciar a
repressão de condutas lesivas aos mencionados direitos.
Expõe o problema dos procedimentos judiciais, seus custos e seu tempo de duração,
sendo formuladas propostas alternativas, como a prevalência da oralidade e a
concentração dos ritos processuais; a redução dos custos do processo, seja pela
3ª ONDA
supressão das custas processuais e da taxa judiciária ou pela instituição de órgãos
RENOVATÓRIA
jurisdicionais autônomos que possam solucionar questões de pequenas causas de
modo gratuito; a adoção de métodos alternativos de solução de conflitos como a
arbitragem, a conciliação e a mediação.

A doutrina mais moderna já fala em outras ondas, a saber:


4ª ONDA: ética nas profissões jurídicas e acesso dos advogados à justiça;
5ª ONDA: o contemporâneo processo de internacionalização da proteção dos direitos humanos;
6ª ONDA: iniciativas promissoras e novas tecnologias para aprimorar o acesso à justiça;
7ª ONDA: desigualdade de gênero e raça nos sistemas de justiça.

146
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

PSICOLOGIA JUDICIÁRIA

Perguntas determinantes: são aquelas formuladas diretamente em relação aos fatos, sendo
consideradas imparciais. Ex.: quem estava portando a arma?
Disjuntivas completas: são as que apresentam duas possibilidades. Não podem ser classificadas como
totalmente imparciais, embora possam ser toleradas em determinadas situações. Ex.: o réu estava fora ou
dentro do carro?
Diferenciais (“sim ou não”): exige-se uma resposta afirmativa ou negativa. São imparciais. Ex.: o autor
trabalhou na sua fábrica no ano de 2021?
Afirmativas condicionais: é uma pergunta sugestiva, que deve ser evitada por criar uma condição prévia
de resposta, gerando coação da testemunha. Ex.: mas não foi o primo do réu quem deu o primeiro soco?
Disjuntivas parciais: são aquelas que colocam o sujeito na posição de escolher entre duas alternativas,
excluindo outras. Devem ser evitadas, porque a verdade pode estar numa terceira alternativa. Ex.: a cor da
camisa do réu era azul ou verde?
Afirmativas por presunção: supõe que a testemunha conheça determinado fato, sem que isso tenha
sido verificado anteriormente. Deve ser evitada, por também criar indução. Ex.: perguntar para a testemunha a
cor do casaco do réu, sem certificar-se anteriormente da forma como estava vestido.

Diversos são os fatores que podem, além das falsas memórias, influenciar no testemunho. Os mais
comuns são:
Hábito: a rotina da pessoa pode fazer com que deem respostas inexatas, baseadas em experiências
habituais que podem não ter se verificado;
Sugestão: automatismo engendrado por perguntas que induzam determinada resposta;
Confusão temporal: o passar do tempo pode alterar a percepção dos fatos, principalmente tendo
florescido as falsas memórias;
Tendência afetiva: é a preconcepção do sujeito quanto a determinado fato, de forma que se apresente
quanto a ele de forma mais simpática ou arredia.

A imparcialidade do juiz é pressuposto para que a relação processual se instaure validamente. Trata-se
de uma garantia fundamental exposta em diversos comandos constitucionais, como a vedação ao juízo de
exceção (art. 5º, XXXVII), as garantias aos magistrados e o dever de fundamentação das decisões judiciais (art.
93, IX).
Em sentido totalmente oposto está a neutralidade do juiz. Juiz neutro é aquele que se fecha a qualquer
influência ideológica e subjetiva. É aquele que, ao julgar, se mostra indiferente, insensível.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Criada pela EC 45/2004, com o objetivo de fiscalizar a atuação administrativa, financeira e disciplinar do Poder
Judiciário, não sendo órgão jurisdicional, mas administrativo.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos,
admitida 1 (uma) recondução, sendo: (...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou

147
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência do Tribunal de Contas da União
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus
serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo
avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de
autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados
há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal
Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

#DEOLHONASÚMULA
Súmula 649-STF: É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle administrativo do
Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.

Corregedorias:
São órgãos aos quais compete a expedição de atos normativos gerais para o aperfeiçoamento do
Poder Judiciário e de seus serviços auxiliares, nas matérias relacionadas com suas competências.

Também têm a função fiscalizadora e de controle externo da atividade. Não aplicam sanções
diretamente, competindo-lhes em regra a instauração de sindicância ou a proposta ao plenário de instauração
de processo administrativo disciplinar, cabendo as sanções ao colegiado.

Ouvidorias
As ouvidorias são órgãos de interlocução com o público externo, possibilitando o encaminhamento de
dúvidas, solicitações, reclamações e sugestões. Funcionam como instrumentos importantes para viabilizar a
participação social e administração democrática, permitindo que cidadãos atuem no controle da qualidade dos
serviços públicos.

Responsabilidade civil do magistrado:

Art. 49 da LOMAN: Responderá por perdas e danos o magistrado, quando:


I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
Il - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar o ofício, ou a requerimento das
partes.
Parágrafo único - Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no inciso II somente depois que a parte, por
intermédio do Escrivão, requerer ao magistrado que determine a providência, e este não lhe atender o pedido
dentro de dez dias.

#Atenção: o art. 5º, LXXV, da Constituição Federal prevê que o Estado indenizará o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença. NÃO SE TRATA de responsabilidade
civil pessoal do magistrado, mas de uma responsabilidade civil do Estado, em razão de um ato do magistrado.

148
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

Responsabilidade penal do magistrado:


Foro por prerrogativa de função: art. 33 da LOMAN - São prerrogativas do magistrado:
II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do Órgão Especial competente para o
julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e
apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado;
III - ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do
Tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;
Parágrafo único - Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado,
a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente
para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.
Perda do cargo: art. 26 da LOMAN – O magistrado vitalício somente perderá o cargo: I - em ação penal
por crime comum ou de responsabilidade. Não obstante, o art. 92 do Código Penal é aplicável aos magistrados.

#APROFUNDANDO:
A expressão “crime de hermenêutica” ganhou destaque no caso do juiz gaúcho defendido por Rui Barbosa,
resumido por Lênio Streck nos seguintes termos:
“Começo no século 19. Em 1897, houve um interessante caso jurídico que chegou ao Supremo Tribunal Federal.
O Juiz gaúcho Alcides de Mendonça Lima foi condenado por fazer controle difuso de constitucionalidade de uma
lei sobre o júri. Ele decidiu “contra a letra da lei” que foi editada no governo de Júlio de Castilhos (RS). Mendonça
Lima foi suspenso por 9 meses pelo Superior Tribunal de Justiça do RS (assim se chamava o Tribunal do Estado à
época). O juiz recorreu ao STF e Rui Barbosa foi seu advogado, sustentando a tese da impossibilidade de, na
interpretação da lei, existir “o crime de hermenêutica”. Foi absolvido no STF”.

Resolução 305/2019, CNJ


Art. 3º A atuação dos magistrados nas redes sociais deve observar as seguintes recomendações:
I – Relativas à presença nas redes sociais:
a) adotar postura seletiva e criteriosa para o ingresso em redes sociais, bem como para a identificação em cada
uma delas;
b) observar que a moderação, o decoro e a conduta respeitosa devem orientar todas as formas de atuação nas
redes sociais;
c) atentar que a utilização de pseudônimos não isenta a observância dos limites éticos de conduta e não exclui a
incidência das normas vigentes; e
d) abster-se de utilizar a marca ou a logomarca da instituição como forma de identificação pessoal nas redes
sociais.

Art. 4º Constituem condutas vedadas aos magistrados nas redes sociais:


I – manifestar opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre
despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no
exercício do magistério (art. 36, inciso III, da Loman; arts. 4º e 12, inciso II, do Código de Ética da Magistratura
Nacional);
II – emitir opinião que demonstre atuação em atividade político-partidária ou manifestar-se em apoio ou
crítica públicos a candidato, lideranças políticas ou partidos políticos (art. 95, parágrafo único, inciso III, da
Constituição Federal; art. 7º do Código de Ética da Magistratura Nacional);
III – emitir ou compartilhar opinião que caracterize discurso discriminatório ou de ódio, especialmente os que
revelem racismo, LGBT-fobia, misoginia, antissemitismo, intolerância religiosa ou ideológica, entre outras
manifestações de preconceitos concernentes a orientação sexual, condição física, de idade, de gênero, de origem,
social ou cultural (art. 3º, inciso IV, da Constituição Federal; art. 20 da Lei nº 7.716/89);

149
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

IV – patrocinar postagens com a finalidade de autopromoção ou com intuito comercial (art. 95, parágrafo único,
inciso I, da Constituição Federal; art. 36, inciso I, primeira parte, da Loman; art. 13 do Código de Ética da
Magistratura Nacional);
V – receber patrocínio para manifestar opinião, divulgar ou promover serviços ou produtos comerciais (art. 95,
parágrafo único, inciso IV, da Constituição Federal; art. 17 do Código de Ética da Magistratura Nacional); e
VI – associar a sua imagem pessoal ou profissional à de marca de empresas ou de produtos comerciais (art. 95,
parágrafo único, inciso I, da Constituição Federal; art. 36, inciso I, primeira parte, da Loman; art. 13 do Código
de Ética da Magistratura Nacional).

FILOSOFIA

CONCEITOS DE DIREITO
Hans Kelsen: parte da filosofia para determinar que direito é ordem de conduta humana, fundamentada
em uma norma hipotética fundamental.
Kant: pretende que o conjunto das condições, as quais o arbítrio de um poder pode ser reunido com o
arbítrio de um segundo, outorgando uma lei universal da liberdade, é o que se conceitua como direito.
Rudolf von Jhering: o direito é o complexo de normas coercitivas vigentes em determinado estado.
Ronald Dworkin: direito é o que é, na concepção mais que simplista de Ronald Dworkin, para o qual, direito
é um conceito interpretativo, resultando daquilo que as instituições jurídicas decidiram no passado.
Podvolótski: abordando por um lado pouco explorado pelos Europeus-continentais, a concepção soviética
afirma que “o direito apresenta-se como sistema de normas sociais coercitivas, que refletem as relações
econômicas e outras relações sociais em dada sociedade, normas que são introduzidas e mantidas pelo
poder estatal da classe dominante para sancionar, regular e consolidar tais relações e, consequentemente,
consolidar a supremacia de uma dada classe. ”.

JUSNATURALISMO X POSITIVISMO JURÍDICO:

Direito natural Direito Positivo


O jusnaturalismo é aplicável desde os O positivismo científico nasce no momento
mais remotos tempos, inclusive na de efervescência do Iluminismo com as
Grécia Antiga, em Roma e na Idade teorias de Augusto Comte, que busca
Média, não podendo dizer que está explicar os fenômenos da vida de forma
hoje superado. racional e empírica.

Quanto ao Posteriormente, as teorias positivistas


momento de foram encontrando campo em outras
origem ciências, inclusive a jurídica, sendo o maior
expoente desta Hans Kelsen e sua “teoria
pura do direito”.

150
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

O jusnaturalismo tem caráter universal, O positivismo jurídico tem caráter formal,


porque é uma ordem de valores sendo concebido para uma determinada
imanentes ao ser humano, de caráter sociedade, num determinado território e
transcendente (metafísico). numa determinada época.

Como o ser humano é uma espécie O que legitima a existência do direito não é
apenas, não importa a época ou a uma situação pessoal (de humanidade),
sociedade em que está inserido, mas a convergência de forças políticas que
Quanto à aplicação sempre se reconhecerá para ele aquela resultam numa decisão vinculante para o
ordem de direitos que lhe são próprias. grupo.

Da mesma forma, como o fundamento Por este motivo, seu caráter é


está no ser (aqui como verbo) humano, extremamente maleável, variando de
essa ordem é imutável, porque seja nos sociedade para sociedade, época para
mais remotos tempos, até a atualidade, época.
humanos é o que somos.
Os fundamentos do direito natural são
metafísicos, ou seja, valores O fundamento do direito positivo é o
transcendentais inerentes à condição direito enquanto objeto de uma ciência,
de ser humano. que tem a capacidade de definir com
Quanto aos racionalidade o seu conteúdo.
fundamentos Em muitos momentos da história esses
valores se confundem com valores
religiosos, representando a ordem da
divindade para seu povo.

DIREITO MORAL
A moral tem pretensão de universalidade, sendo O direito tem por objeto um modelo de conduta
um objeto cultural de conteúdo amplo, mas sem exigível das pessoas sob pena da restrição de outros
obrigatoriedade/coercibilidade institucional. direitos (coercibilidade).

A moral, por seu caráter dogmáticos, tem validade A validade das normas jurídicas é relativa, porque
absoluta. dependerá do resultado do processo dialético
promovido em cada sociedade, a cada época.
As normas morais são construídas sem qualquer As normas jurídicas são fruto de um procedimento
procedimento anteriormente determinado. racionalmente organizado.

CONTRATOS INTELIGENTES “SMART CONTRACTS”

Para os estudiosos do tema, smart contracts são contratos cuja completa execução é feita por sistema
computacional sem a oportunidade de intervenção humana. Esses contratos são, portanto, autoexecutáveis e
não haveria espaço, a priori, para de questioná-los na justiça, o que os diferencia das outras formas de contrato
eletrônico. Um exemplo seria, hipoteticamente, um contrato de seguro que pagasse o prêmio acaso a
temperatura excedesse um determinado nível por cinco dias consecutivos. Nesse caso, um site referenciado
seria imediatamente acessado e o contrato executado pela transferência imediata de bitcoins. Demolino et. al
(2016), do departamento de Ciências da Computação de Maryland, EUA, os descrevem como “programas

151
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
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definidos pelo usuário que especificam as regras que governam as transações, e que são aplicadas por uma rede
de pares (assumindo que a criptomoeda subjacente é segura) ”.
Sob esta ótica, o smart contract é uma ideia mais sofisticada do que o mero protocolo de transação
automático ou computadorizado, popularizado desde a década de 50 com as chamadas vending machines,
máquinas automatizadas que fornecem itens como lanches, bebidas e cigarro para os consumidores após a
inserção de dinheiro ou pagamento com cartão de crédito realizado diretamente no aparelho. Ainda assim, Max
Raskin, da New York University School of Law, os identifica como uma espécie de smart contract, já que define
estes como “acordos em que a execução é automatizada, geralmente por computadores” (RASKIN, 2017).
A tecnologia que permite aos smart contracts comportar-se de tal forma é, tradicionalmente, a
blockchain, uma estrutura de dados que representa uma entrada de contabilidade financeira ou um registro de
uma transação.
Em uma definição muito rudimentar e simplificada, o blockchain é como se fosse um arquivo virtual (um
banco de dados ou livro-registro virtual) onde são registradas todas as transações envolvendo os bitcoins.
Existem cópias deste banco de dados em milhares de computadores espalhados pelo mundo, sendo isso
distribuído por meio de uma rede virtual ponto-a-ponto (peer-to-peer). Assim, todos possuem uma cópia igual
de todo o histórico de transações. Com isso, garante-se que as informações ali contidas não sejam perdidas nem
adulteradas. #AJUDAMARCINHO
Sinteticamente, Blockchain é uma “cadeia de blocos” contendo informações criptografadas e imutáveis.
O pesquisador canadense Don Tapscott define essa tecnologia como um “livro-razão digital incorruptível de
transações econômicas que podem ser programadas para registrar tudo de valor, além de transações
financeiras”.
Em menores proporções, podemos lembrar do filme “O Jogo da Imitação”, que retrata a história do
matemático Alan Turing. Durante a Segunda Guerra Mundial, o jovem estudante foi recrutado pela agência de
inteligência britânica, a MI6.
O objetivo era entender os códigos utilizados pelos alemães para a comunicação, incluindo o “Enigma”,
que criptógrafos acreditavam ser inquebrável.
Mas a tecnologia blockchain vai muito mais além. Ela é, na verdade, um conjunto de tecnologias que
envolvem a arquitetura distribuída de sistemas computacionais, estruturas de armazenamento de dados,
protocolos de comunicação e criptografia altamente complexa.
Isto é, sua utilização é eclética e serve como um banco de dados que contém todas as transações
executadas em determinada rede.14

#DEOLHONAJURIS: Contrato de conta-corrente mantida entre corretora de Bitcoin e instituição financeira: não
se aplica o CDC A empresa corretora de Bitcoin que celebra contrato de conta-corrente com o banco para o
exercício de suas atividades não pode ser considerada consumidora. Não se trata de uma relação de consumo.
A empresa desenvolve a atividade econômica de intermediação de compra e venda de Bitcoins. Para realizar
essa atividade econômica, utiliza o serviço de conta-bancária oferecido pela instituição financeira. Desse modo,
a utilização desse serviço bancário (abertura de conta-corrente) tem o propósito de incrementar sua atividade
produtiva de intermediação, não se caracterizando, portanto, como relação jurídica de consumo, mas sim de
insumo. Em outras palavras, o serviço bancário de conta-corrente é utilizado como implemento de sua atividade
empresarial, não se destinando, pois, ao seu consumo final. Logo, não se aplicam as normas protetivas do Código
de Defesa do Consumidor. Banco que, após notificar a corretora de Bitcoin, decide encerrar contrato de conta-
corrente com a empresa não pratica ato que configure abuso de direito O encerramento de conta-corrente
usada na comercialização de criptomoedas, observada a prévia e regular notificação, não configura prática
comercial abusiva ou exercício abusivo do direito. STJ. 3ª Turma. REsp 1696214-SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 09/10/2018 (Info 636).

14
https://www.aurum.com.br/blog/blockchain-no-direito.

152
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#DEOLHONAJURIS: Se a denúncia imputa a oferta pública de contrato de investimento coletivo (sem prévio
registro), não há dúvida de que incide as disposições contidas na Lei nº 7.492/86 (Lei de Crimes contra o Sistema
Financeiro), especialmente porque essa espécie de contrato caracteriza valor mobiliário, nos termos do art. 2º,
IX, da Lei nº 6.385/76. Logo, compete à Justiça Federal apurar os crimes relacionados com essa conduta.
Compete à Justiça Federal julgar crimes relacionados à oferta pública de contrato de investimento coletivo em
criptomoedas. STJ. 6ª Turma. HC 530563-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 05/03/2020 (Info 667).

AJUDAMARCINHO:
ESPÉCIES DE PROVEDORES DE SERVIÇOS DE INTERNET
Detêm estrutura de rede capaz de processar grandes volumes de
Provedores de backbone informação. São os responsáveis pela conectividade da Internet,
(espinha dorsal) oferecendo sua infraestrutura a terceiros, que repassam aos usuários
finais acesso à rede. Ex: Embratel.
Adquirem a infraestrutura dos provedores backbone e revendem aos
Provedores de acesso usuários finais, possibilitando a estes conexão com a Internet. Exs: GVT,
Claro, Vivo, TIM
Armazenam dados de terceiros, conferindo-lhes acesso remoto. Exs:
Provedores de hospedagem
HostGator, Locaweb, KingHost, UolHost
Produzem as informações divulgadas na Internet. São os autores das
Provedores de informação
informações;
Disponibilizam na rede os dados criados ou desenvolvidos pelos
Provedores de conteúdo
provedores de informação ou pelos próprios usuários da web.

#RESUMEAIPRÔF:
TÉCNICAS DE MACHINE LEARNING
Método Específico e complexo que utiliza redes neurais de camadas sucessivas no
processo de aprendizagem. Redes neurais artificiais são projetadas para emular o
funcionando do cérebro humano, permitindo que as máquinas lidem com
abstrações e problemas mal definidos. É feito para simular um cérebro humano a
Deep Learning partir de algoritmos. Seu objetivo é o de aprender e otimizar conceitos e previsões
a partir de uma grande quantidade de informações e exemplos. Tudo é ligado por
redes neurais de mais de uma camada com o claro foco em ser o mais próximo
possível de um aprendizado orgânico. O seu uso pode ser direcionado a muitas
formas de inteligência artificial, desde aplicativos a serviços.
Têm o objetivo de classificar dados em categorias previamente definidas. Destina-
Algoritmos de
se, assim a encontrar padrões em dados que possam ser aplicados a um processo
aprendizagem
analítico. Ex. um aplicativo de machine learning desse tipo pode analisar diversas
supervisionada
imagens de animais classificando-as em espécies previamente rotuladas.
Diz respeito às ferramentas de machine learning que demandam uma grande
Algoritmos de quantia de dados não rotulados para a solução dos problemas. Elas buscam, a partir
aprendizagem não de uma massa de dataset identificar propriedades uteis, sem a intervenção humana.
supervisionada Ex. Nas redes sociais, em que circulam grandes quantias de dados não rotulados,
cuja classificação pode ser útil, por exemplo, para fins de monetização.
De uso menos comum, consiste num modelo comportamental, em que o algoritmo
Algoritmo de interage com datasets que não são fixos e recebe o feedback da sua análise de
aprendizagem por dados, orientando o usuário para o melhor resultado. Aqui o sistema não treinado
reforço com um conjunto de dados específicos, aprendendo por meio de tentativa e erro.
Os acertos, ao resolverem o problema, são reforçados pelo usuário.

153
REVISÃO DE VÉSPERA| RETA FINAL – TJ/SP
Ciclos Método

#DEOLHONAJURIS Muito embora o dispositivo exija que os fatos apurados ocorram na “sede ou dependência”
do próprio STF, o caráter difuso dos crimes cometidos por meio da internet permite estender (ampliar) o
conceito de “sede”, uma vez que o STF exerce jurisdição em todo o território nacional. Logo, os crimes objeto
do inquérito, contra a honra e, portanto, formais, cometidos em ambiente virtual, podem ser considerados
como cometidos na sede ou dependência do STF. STF. Plenário. ADPF 572 MC/DF, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 17 e 18/6/2020 (Info 982).
#SELIGANAJURIS: Configura concorrência desleal a contratação de serviços de links patrocinados (keyword
advertising) prestados por provedores de busca na internet para obter posição privilegiada em resultado de
busca em que o consumidor de produto ou serviço utiliza como palavra-chave a marca de um concorrente. STJ.
4ª Turma. REsp 1.937.989-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/08/2022 (Info 747).

#TABELALOVERS:

CONCEITOS IMPORTANTES DO DIREITO DIGITAL


Para os autores, smart contracts são contratos cuja completa execução é
feita por sistema computacional sem a oportunidade de intervenção
SMART CONTRACTS humana. Esses contratos são, portanto, autoexecutáveis e não haveria
espaço, a priori, para de questioná-los na justiça, o que os diferencia das
outras formas de contrato eletrônico
Algoritmos são conjuntos finitos de instruções que, seguidas, realizam
ALGORITMO
uma tarefa específica.
Técnica que permite aos computadores desenvolver a habilidade de
MACHINE LEARNING
aprender sem serem explicitamente programados.
Feito para simular um cérebro humano a partir de algoritmos. Seu objetivo
é o de aprender e otimizar conceitos e previsões a partir de uma grande
quantidade de informações e exemplos.
DEEP LEARNING Tudo é ligado por redes neurais de mais de uma camada com o claro foco
em ser o mais próximo possível de um aprendizado orgânico. O seu uso
pode ser direcionado a muitas formas de inteligência artificial, desde
aplicativos a serviços.
A internet das coisas não possui uma única explicação. De forma simples,
uma das formas de concebê-las consiste no reconhecimento do crescente
fenômeno da interconectividade de dispositivos, por meio de uma
associação computacional global, que transcende as fronteiras. A internet
INTERNET DAS COISAS
das coisas permite a integração de um vasto número de tecnologias –
(INTERNET OF THINGS)
monitoração de dados biométricos, comunicação instantânea por texto,
áudio e vídeo, armazenamento de dados em nuvem, redes sociais, mapas
etc – e objeto – smartphones, computadores pessoais, em forma de rede,
com conexão à internet.
É uma tecnologia baseada na confiança na rede e viabiliza, de forma
inovadora, a realização de transações online sem a necessidade de um
intermediário. Essa estrutura “compreende o uso de um ledger (livro-
razão) distribuído e descentralizado, que verifica e armazena transações.
BLOCKCHAIN
Uma blockchain basicamente garante que a base de dados e as transações
que ocorram sejam registradas dentro do livro-razão, de forma segura e
possam ser compartilhadas publicamente” (FAZANO FILHO, José
Humberto. Perspectivas para a tecnologia blockchain. Revista de Direito

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Ciclos Método

Bancário e do Mercado de Capitais, vol. 81/2018, jul.-set./ 2018, p. 141-


142).
O blockchain fornece, assim, segurança à rede, estando assentado em
quatro pilares: (i) segurança das operações, (ii) descentralização de
armazenamento, (iii) integridade de dados e (iv) imutabilidade de
transações (ALVAREZ, Felipe Oliveira de Castro Rodrigues. Novas
tecnologias: o direito e o diálogo com o blockchain – perspectivas jurídicas
sob o prisma do direito civil. Revista de Direito e as Novas Tecnologias. Vol.
2/2019, jan.-mar./2019, p. 03).
Em palavras muito simples (sem tanto rigor técnico, para facilitar o
entendimento), criptomoedas (cryptocurrencies) são moedas “digitais”
(também chamadas de “moedas virtuais” ou “moedas criptografárias”). É
como se fosse um “dinheiro” que não existe fisicamente (só existe
CRIPTOMOEDA virtualmente), mas que, apesar disso, pode ser utilizado para comprar
mercadorias ou remunerar serviços.
Em uma frase: é um dinheiro virtual (ainda que não oficial no Brasil).
Existem atualmente várias espécies de criptomoedas no mundo. Alguns
exemplos: Bitcoin, Ethereum, Cardano, Litecoin, Matic etc.
“O bitcoin é uma criptomoeda que utiliza uma tecnologia ponto a ponto
(peer-to-peer) para criar um sistema de pagamentos on-line que não
depende de intermediários e não se submete a nenhuma autoridade
regulatória centralizadora. O código do bitcoin é aberto, seu design é
público, não há proprietários ou controladores centrais e qualquer pessoa
pode participar do seu sistema de gerenciamento coletivo. Enfim, o bitcoin
é uma inovação revolucionária porque é o primeiro sistema de
pagamentos totalmente descentralizado. ” (Ramos, André Luiz Santa Cruz.
Direito Empresarial. 8ª ed., São Paulo: Método, 2018, p. 529).
Vale ressaltar que o Bitcoin e as demais criptomoedas não são autorizados
BITCOIN como moeda nem regulamentados pelo Banco Central. Não fazem parte
do sistema bancário oficial.
Como explica a Min. Nancy Andrighi:
“Fato é que, por não ter curso forçado, a criptomoeda não se qualifica
como moeda fiduciária, tampouco pode ser considerada uma moeda
eletrônica ou digital, já que estas dizem respeito à moeda nacional, a qual
é regulamentada na lei acima referida. ”

Embora não sejam consideradas moedas propriamente ditas, elas devem


ser declaradas perante a Receita Federal, que as considera como um
“criptoativo” (Instrução Normativa nº 1888/2019).

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS

A Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos
meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da
pessoa natural.

Conceitos importantes da LGPD: #COLANARETINA

155
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Ciclos Método

Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:


I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;
II - DADO PESSOAL SENSÍVEL: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política,
filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à
vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;
III - DADO ANONIMIZADO: dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a utilização de
meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários locais, em suporte
eletrônico ou físico;
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de tratamento;
VI - CONTROLADOR: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem competem as decisões
referentes ao tratamento de dados pessoais;
VII - OPERADOR: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o tratamento de dados
pessoais em nome do controlador;
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de comunicação entre o
controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD); (Redação
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a coleta, produção,
recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processamento,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação, modificação, comunicação,
transferência, difusão ou extração;
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis no momento do tratamento, por meio dos
quais um dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indivíduo;
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com o tratamento
de seus dados pessoais para uma finalidade determinada;
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação de tratamento, mediante guarda do dado pessoal
ou do banco de dados;
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados armazenados em banco de dados,
independentemente do procedimento empregado;
XV - transferência internacional de dados: transferência de dados pessoais para país estrangeiro ou organismo
internacional do qual o país seja membro;
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, transferência internacional, interconexão de dados
pessoais ou tratamento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e entidades públicos no
cumprimento de suas competências legais, ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permitidas por esses entes públicos, ou entre entes
privados;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: documentação do controlador que contém a descrição
dos processos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades civis e aos direitos
fundamentais, bem como medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco;
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de
direito privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com sede e foro no País, que
inclua em sua missão institucional ou em seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de
2019) Vigência
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública responsável por zelar, implementar e fiscalizar o
cumprimento desta Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência

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Os dados pessoais sensíveis possuem especial proteção, e só poderão ser tratados nas seguintes
hipóteses:

Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes hipóteses:
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma específica e destacada, para finalidades
específicas;
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável para:
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração pública, de políticas públicas
previstas em leis ou regulamentos;
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados
pessoais sensíveis;
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo e arbitral, este último
nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou
autoridade sanitária; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação e autenticação de
cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta Lei e exceto no caso de
prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.

Sobre a anonimização de dados, é importante conhecer o artigo 12:

Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o
processo de anonimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusivamente meios próprios, ou
quando, com esforços razoáveis, puder ser revertido.
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em consideração fatores objetivos, tais como custo e tempo
necessários para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecnologias disponíveis, e a utilização
exclusiva de meios próprios.
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pessoais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para
formação do perfil comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técnicas utilizados em processos de anonimização e
realizar verificações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais.

Os dados pessoais de crianças e de adolescentes NÃO SÃO dados sensíveis!!! As bancas sempre tentam
confundir isso.
Mas esses dados possuem uma especial forma de tratamento:

Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser realizado em seu melhor
interesse, nos termos deste artigo e da legislação pertinente.
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento específico e em
destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, os controladores deverão manter pública a
informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos para o exercício dos
direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a que se refere o § 1º deste artigo
quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utilizados uma única vez e sem
armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o
consentimento de que trata o § 1º deste artigo.
157
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Ciclos Método

§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em
jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações pessoais além das
estritamente necessárias à atividade.
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar que o consentimento a que se refere
o § 1º deste artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecnologias disponíveis.
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão ser fornecidas de maneira
simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e
mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a informação
necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao entendimento da criança.

ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

A Economia é a ciência que se preocupa com o fenômeno da escassez, ou seja, que busca estudar a
forma pela qual os recursos limitados serão mais bem distribuídos entre as demandas ilimitadas. Perceba que
aqui não há sujeitos, mas competências, pois não se trata então de distributividade em termos de justiça, mas
de forma estatística.

A Análise Econômica do Direito consiste em um ramo do conhecimento que aplica as ferramentas da


teoria microeconômica ao exame de normas e instituições jurídicas, preocupando-se com a eficiência da norma
jurídica. Seus dois pilares são a escolha racional e a constatação de que os direitos possuem custos, de modo
que, em situações de escassez, toda decisão alocativa será também desalocativa.

CARACTERÍSTICAS DA ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO:15


❖ A AED atribui peso igual ao bem-estar de todas as pessoas e foca no valor esperado e agregado de
bem-estar;
❖ Uma regra jurídica é desejável se é eficiente, ou seja, se a soma de bem-estar gerado é maior que a
soma dos custos;
❖ O critério padrão da AED para bem-estar é a satisfação de preferencias individuais e o dinheiro é,
na maioria dos casos, o denominador comum da AED;
❖ O conteúdo das preferencias individuais é irrelevante, pois a AED busca o pluralismo;
❖ A análise custo/benefício é utilizada para resolver o problema de agregar preferencias individuais
de várias pessoas. A análise custo/benefício mede as preferencias das pessoas com base na disposição que
as pessoas têm de pagar por algum bem;
❖ A AED assume que seres humanos são maximizadores racionais de seus conjuntos estáveis de
preferencias individuais formadas pelo processamento de informações diversas.

Considerando os conceitos trazidos acima, podemos dizer que a Análise Econômica do Direito parte do
UTILITARISMO. Mas o que é utilitarismo? É uma doutrina ética que prescreve a ação (ou a inação) de forma a
otimizar o bem-estar do conjunto dos seres capazes de experienciar o sofrimento. O utilitarismo é, portanto,

15
Samuel Ebel Braga Ramos. ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO PENAL. 1ª Edição. Editora Brasil. 2021. p. 36-37

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Ciclos Método

uma forma de consequencialismo por avaliar uma ação (ou regra) unicamente em função de suas
consequências. 16

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO UTILITARISMO


O “bem” é definido como sendo o bem-estar. Diz-se que o objetivo pesquisado
PRINCÍPIO DO BEM-ESTAR
em toda ação moral se constitui pelo bem-estar que ela tem potencialidade
MÁXIMO
para promover;

As consequências de uma ação são a única base permanente para julgar sua
moralidade. O utilitarismo não se interessa desta forma pelos impulsos morais,
mas pelas ações efetivamente praticadas. Há uma dissociação entre a causa (o
CONSEQUENCIALISMO
agente) e as consequências do ato. Em outras palavras, é indiferente se o
agente é generoso, interessado ou sádico, pois são as consequências do ato
que são morais.

O que se leva em conta é o saldo líquido (quantidade global) de bem-estar de


todos os indivíduos afetados pela ação, independentemente da distribuição
deste saldo (ou seja, qualquer que seja a repartição desta quantidade). Sendo
PRINCÍPIO DA
assim, é considerado válido atingir o bem-estar de uma minoria, a fim de
AGREGAÇÃO
aumentar o bem-estar geral. Esta possibilidade de sacrifício se baseia na ideia
de compensação: a desgraça de uns é compensada pelo bem-estar da maioria.
Se o saldo de compensação for positivo, a ação é julgada moralmente boa.

PRINCÍPIO DE O utilitarismo exige a maximização do bem-estar geral, o que não se apresenta


OTIMIZAÇÃO como algo facultativo, mas sim como um dever.

Os prazeres e sofrimentos são considerados da mesma importância, quaisquer


IMPARCIALIDADE E que sejam os indivíduos afetados. O bem-estar de cada um tem o mesmo peso
UNIVERSALISMO dentro do cálculo do bem-estar geral. Este princípio é compatível com a
possibilidade de sacrifício.

O que chamamos hoje de pragmatismo jurídico consiste na revivescência de um movimento


preponderante na esfera jurídica norte-americana do início do século XX, o Realismo Jurídico (também
conhecido como Jurisprudência Sociológica).

Esta escola teórica teve entre seus principais idealizadores Roscoe Pound, Benjamin Cardozo e Oliver
Wendell Holmes – sendo os dois últimos juízes da Suprema Corte em atividade naquele momento. Essa corrente
introduz um conceito de direito puramente instrumental, baseado em três as características fundamentais:

Toda e qualquer proposição jurídica deve ser julgada a partir de sua


CONTEXTUALISMO conformidade com as necessidades e os aspectos fáticos da sociedade
para a qual ela terá aplicação

16
Formação humanística para concursos / coordenação Alvaro de Azevedo Gonzaga, Nathaly Campitelli Roque. – 5. ed. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. p. 399

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Toda e qualquer proposição deve ser testada hipoteticamente, com a


CONSEQUENCIALISMO
antecipação de suas consequências e resultados possíveis
Consiste na rejeição de quaisquer espécies de entidades metafísicas,
conceitos abstratos, categorias apriorísticas, princípios perpétuos,
ANTI-FUNDACIONALISMO
instâncias últimas, entes transcendentais e dogmas, entre outros tipos
de fundações possíveis ao pensamento.

EFICIÊNCIA PROCESSUAL – VALOR ESPERADO E DEMANDAS FRÍVOLAS


Os arranjos possíveis na dinâmica do andamento processual são reflexos de muitas variáveis, especialmente
que afetam as preferências das partes litigantes: iniciar ou não uma disputa judicial; realizar ou não um acordo
antes do julgamento; revelar ou não determinada informação; recorrer ou não da decisão proferida etc.17
No trilhar do posicionamento da Análise Econômica do Direito, a utilização do processo judicial deve primar
pela satisfação de metas de ordem econômica: diminuir os custos envolvidos na deflagração de um processo
e minimizar a quantidade de erros nas decisões judiciais.
Posner denomina os custos principais envolvidos no ajuizamento de uma ação como custos sociais do processo
judicial, os quais são subdivididos em custos diretos e custos de erros.
Os custos diretos, também denominados custos administrativos ou imediatos, referem-se ao montante
pecuniário a ser dispendido com o ajuizamento do processo judicial, o qual envolve, exemplificadamente, a
quantia referente à contratação do advogado, às custas judiciárias e despesas para a produção de provas. Em
suma, é dispêndio para a utilização do instrumental processual disponível.
Diante desse contexto, temos que as demandas frívolas são aquelas cuja motivação está vinculada a
fundamentos jurídicos de baixa probabilidade de aceitação como fator autorizador do resultado que se
pretende alcançar com o processo judicial.
Para evitar que se apresentem demandas de baixa probabilidade de êxito, o pagamento dos custos do processo
tende a ser um robusto óbice ao ajuizamento, assim como a interposição de recursos e outros instrumentos
intermediários protelatórios. Ainda, como desestímulo a práticas protelatórias, têm-se as sanções processuais,
como a multa por litigância de má-fé (art. 14, CPC).
As partes conflituosas, assim, devem analisar o seu contexto e, diante das variadas probabilidades de escolha
de solução da celeuma, devem decidir pela que atingirá o objetivo de minimizar os custos diretos e o custo das
decisões judiciais equivocadas. É o que se denomina de racionalidade individual, que indica que o indivíduo
somente escolherá determinada alternativa se verificar que será beneficiado do modo esperado ou, ainda, a
mais do que suas expectativas, se comparada à utilidade que perceberá se optar por outra escolha.
Aqui, então, surgem outros fatores vinculados aos custos sociais do processo e que são relevantes à Análise
Econômica do Processo: a perspectiva de benefício (que é a probabilidade de se alcançar o valor envolvido em
uma lide) e a chance de sucesso. Tais fatores oferecem o que se denomina valor esperado da demanda (VED),
calculado a partir do produto entre o valor envolvido (B) e a chance de êxito (V), reduzidos os custos sociais do
processo (CS).

DIREITO DA ANTIDISCRIMINAÇÃO

O Direito da Antidiscriminação pode ser concebido como a área do conhecimento e da prática jurídica
que tem por objetivo o estudo e a aplicação das “normas, institutos, conceitos e princípios relativos ao direito
de igualdade como mandamento proibitivo de discriminação”.

17
Grazielly Alessandra Baggenstoss. BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ANÁLISE ECONÔMICA DO PROCESSO JUDICIAL.
Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=363b688b0469919e

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Segundo a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação
Racial e Formas Correlatas de Intolerância, racismo consiste em qualquer
teoria, doutrina, ideologia ou conjunto de ideias que enunciam um vínculo
RACISMO
causal entre as características fenotípicas ou genotípicas de indivíduos ou
grupos e seus traços intelectuais, culturais e de personalidade, inclusive o
falso conceito de superioridade racial.
São conceituadas como “as políticas especiais e ações afirmativas necessárias
para assegurar o gozo ou exercício dos direitos e liberdades fundamentais das
pessoas ou grupos sujeitos ao racismo, à discriminação racial e formas
correlatas de intolerância, com o propósito de promover condições
equitativas para a igualdade de oportunidades, inclusão e progresso para
AÇÕES AFIRMATIVAS
essas pessoas ou grupos. Tais medidas ou políticas não serão consideradas
discriminatórias ou incompatíveis com o propósito ou objeto desta
Convenção, não resultarão na manutenção de direitos separados para grupos
distintos e não se estenderão além de um período razoável ou após terem
alcançado seu objetivo. ”
A intolerância religiosa pode ser compreendida como um preconceito que
decorre da ausência de habilidade ou de vontade em respeitar e reconhecer
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
a liberdade religiosa, ou seja, as crenças religiosas de terceiros. Dela resultam
a discriminação, a profanação, perseguição e agressões.
Entende-se por homofobia a ideologia discriminatória que decorre de um
“medo irracional diante da homossexualidade ou da pessoa homossexual,
colocando este em posição de inferioridade e utilizando-se, muitas vezes,
para isso, de violência física e/ou verbal”. De forma semelhante, a
LGBTQIA+FOBIA
LGBTQIA+fobia pode ser compreendida como o preconceito ou a intolerância
em desfavor de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexos,
assexuais e demais possibilidades de orientações sexuais ou identidades de
gênero, injustamente colocados em situação de inferioridade.
Assim como o racismo, o sexismo consiste em uma forma de opressão e,
também, em uma ideologia, que parte da premissa equivocada de que um
sexo seria superior ao outro. De acordo com o feminismo crítico, o sexismo
SEXISMO
decorre de práticas históricas que estão enredadas em conjuntos em
evolução de práticas sociais, políticas e econômicas que funcionam para
manter o poder em um determinado contexto e sociedade.

MODALIDADES DE DISCRIMINAÇÃO
Propõe certas normas ou ações tendentes a estigmatizar o diferente ou
simplesmente excluir o indivíduo de certos direitos. Refere-se às regras e
DISCRIMINAÇÃO DIRETA
códigos instituídos para salvaguardar espaços de poder, ou seja, a exclusão
explícita de um grupo social, em razão de seu sexo, raça, religião, idade...
Consiste na imposição de normas e regras que em primeira instância parecem
DISCRIMINAÇÃO INDIRETA inofensivas, mas que na prática não são, e ainda mais, trazem consequências
nefastas e negativas, afetando os direitos das pessoas.

161

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