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- O Processo Penal tem como base o Direito Penal constituinte, perdendo somente para o Direito à
(Conduta e Sanção), restando afastado a Política vida.
Criminal e a Criminologia
Objetivo
O Processo Penal é mais cuidadoso, pois estamos O processo penal tem como principal objetivo,
falando da restrição do Direito à liberdade. exercer a ampla defesa e o contraditório.
→ Direito à liberdade, é considerado o segundo Verificando ao final, se haverá a reclusão.
bem jurídico mais importante tutelado pelo Ela não se utiliza da criminologia mas do Direito
Penal!
Sistemas
- Quando falamos deles, estamos falando de algo • processo penal ex officio – o processo é
pré-definido. Não haverá uma modificação iniciado pelo órgão julgador (processo
conforme o caso, a pessoa, o tipo ou a forma. judicial informe) – art. 26 do CPP;
• reunião das funções em um único órgão.
Exceção: foro por prerrogativa de funções
Foro privilegiado = expressão comumente utilizada Características da inquisição:
por jornalistas quando falado em programas • Apontar o dedo sem dar oportunidade de
televisivos. Entretanto, não existe dentro do direito defesa;
penal brasileiro. Nesse caso, temos como exemplo, o caso da juíza
- No Brasil, falamos “Foro por prerrogativa de que condenou uma pessoa pelo tom de pele.
funções” • Três poderes por uma única pessoa (acusar,
Isso porquê, quando falamos de privilegiado, defender e julgar);
estamos querendo dizer que a pessoa terá a chance • Processo “Ex officio”, que é quando o
de escolher quem irá lhe julgar. processo se inicia pelo próprio julgador;
No Brasil, independentemente de qual cargo ou Art. 26 do CPP – revogado de forma tácita, por
função se exerce, você não tem a oportunidade de conta do art. 129 ou 121.
decidir quem fará seu julgamento. Tudo já está • Réu tratado como objeto, e não como um
devidamente pré-definido. sujeito de direito;
• Falta de garantia de direitos fundamentais e
Inquérito Policial
O Inquérito policial é uma espécie do gênero Procedimento Escrito
investigação policial
Todos os atos realizados no curso das investigações
policiais serão formalizados de forma escrita e
O inquérito policial é um procedimento, de caráter
rubricados pela autoridade (art. 9º do CPP).
administrativo, conduzido pela polícia judiciária,
presidido por Delegado de Polícia e voltado à
apuração da existência de uma infração penal e de Procedimento Inquisitivo
sua autoria. Não vigora, nesta fase, o princípio do contraditório
que, nos termos do art. 5º, LV, da Constituição
Cuidado: procedimento ≠ processo, pois embora Federal, só existe após o início efetivo da ação
todo processo seja um procedimento, nem todo penal, quando já formalizada uma acusação
procedimento é um processo. admitida pelo Juiz (por este motivo, como regra, não
se colhe prova no inquérito, mas sim elementos de
Para instauração de Inquérito Policial exige-se: informação). Este caráter inquisitivo torna
Existência do crime: indícios desnecessário à autoridade policial intimar o
Autoria: nada investigado das provas produzidas para que possa
debatê-las.
Para propositura de Ação Penal exige-se:
Existência do crime: certeza Procedimento Sigiloso
Autoria: indícios Ao contrário do que ocorre em relação ao processo
criminal, que se rege pelo princípio da publicidade
Características do Inquérito (salvo exceções legais), no inquérito policial é
possível resguardar sigilo durante a sua realização.
DOSIDET Observação: esse sigilo não se aplica ao juiz e ao
Ministério Público. Quanto ao advogado, depende:
Discricionário no que tange às diligências em andamento, se
Oficialidade aplica; nas já encerradas e documentadas, não se
Sigilosidade aplica (Súmula Vinculante 14).
Inquisitoriedade
Dispensabilidade
Escrita Procedimento dispensável
Temporário (prescindível)
Embora importante, o inquérito policial não é
necessário para que exista um processo penal. O
Procedimento Oficial titular da ação penal pode, inclusive, desprezar o
Trata-se de investigação que deve ser realizada por colhido no inquérito para iniciar a ação penal,
autoridades e agentes integrantes dos quadros desde que por outra forma tenha conseguido os
públicos, sendo vedada a delegação da atividade elementos necessários para tanto. Cuidado: o
investigatória a particulares, inclusive por força da inquérito deverá acompanhar a denúncia ou queixa,
própria Constituição Federal. A presidência do sempre que servir de base a uma ou outra (art. 12,
inquérito é exclusiva do Delegado de Polícia. CPP).
CPI
O principal meio investigatório é o Inquérito Policial, Notitia Criminis
também temos a CPI (Notícia Crime)
Ação Penal
Conceito a) for manifestamente inepta (desrespeitar o artigo
41 do CPP);
b) faltar pressuposto processual (artigo 267, IV,
Direito de ação penal é o direito público subjetivo
CPC) ou condição (possibilidade jurídica do pedido,
de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal
interesse de agir e legitimidade das partes) para o
objetivo a um caso concreto.
exercício da ação penal;
→ Cuidado: ação penal ≠ processo criminal, pois o
c) faltar justa causa (lastro probatório mínimo) para
direito de ação penal existe, ainda que não tenha
o exercício da ação penal.
ocorrido o processo criminal. Ação Penal é o direito
e o processo criminal é meio pelo qual se dará o
Inépcia da inicial
exercício desse direito.
Ocorre quando nela não contém a exposição do
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
Possuidor do direito de ação penal
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
O estado, na figura do Ministério Público (em ações
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime
penais públicas), e a vítima, sob a condição de
e, quando necessário, o rol das testemunhas (artigo
querelante (em ações penais privadas).
41 do CPP).
Atenção: quando, em crime de ação penal pública,
Pressupostos Processuais
o MP oferece DENÚNCIA e quando, em crime de
Juiz, partes e demanda. Condições da ação: prática
ação penal privada, o QUERELANTE oferece
de fato aparentemente criminoso (possibilidade
QUEIXA-CRIME, o Juiz precisa verificar se é
jurídica do pedido), punibilidade concreta (interesse
possível ou não o recebimento daquela inicial
de agir), legitimidade de parte (capazes de figurar
nos pólos do processo) e justa causa (lastro
A inicial não será recebida quando (artigo 395,
probatório mínimo que embase a acusação).
CPP):
Atenção: para parte da doutrina, a possibilidade manifestação de vontade de qualquer pessoa e até
jurídica do pedido, à luz do NCPC, é questão de mesmo contra a vontade expressa ou tácita da
mérito e não condição da ação. vítima ou de seu representante legal.
O Ministério Público tem, como regra, prazo de 5
Principiologia da Ação Penal Pública dias (denunciado preso) ou 15 dias (denunciado
solto) para oferecimento da denúncia. Este prazo
tem início a partir da data em que o órgão do
Ela é obrigatória (presentes os motivos para tanto, o
Ministério Público receber os autos do inquérito
MP é obrigado a oferecer denúncia), indisponível
policial ou das peças de informação. Este prazo tem
(depois de oferecida a denúncia o MP não pode
natureza processual, logo contam-se na forma
desistir da ação), divisível (havendo mais de um
prevista no art. 798, § 1º, do CPP, excluindo-se o dia
suposto autor do crime, nada impede que venha o
do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
Ministério Público a ajuizar a ação penal apenas em
O prazo para oferecimento da denúncia é
relação a um ou alguns deles, relegando a
impróprio, o que significa que seu escoamento não
propositura quanto aos demais para momento
acarreta preclusão. Logo, ainda que esgotado o
posterior) e intranscendente (a ação penal será
prazo legal do Ministério Público, se a vítima ou
ajuizada, unicamente, contra o responsável pela
quem tenha qualidade para representá-la não
autoria ou participação)
ajuizar a ação penal privada subsidiária da pública
nos termos do art. 29 do CPP, poderá a denúncia
Principiologia da Ação Penal Privada ser apresentada pelo Promotor em qualquer tempo,
desde que antes da extinção da punibilidade pela
Ela é oportuna (ainda que presentes os motivos para prescrição ou outra causa.
tanto, a vítima não é obrigada a oferecer queixa
crime), disponível (depois de oferecida a queixa
crime a vítima pode desistir da ação), indivisível (ou Ação Penal Pública
processa todos ou processa ninguém) e
intranscendente (a ação penal será ajuizada, Condicionada à Representação
unicamente, contra o responsável pela autoria ou
participação). do Ofendido
(art. 24, 2. a Parte, do CPP e art. 100, § 1º, do CP).
→ Na ação penal pública incondicionada,
presentes os pressupostos e condições da ação, o Principais observações
MP não precisa de manifestação de vontade O Ministério Público é o dominus litis, contudo, para
alguma para oferecimento da denúncia. Na ação instaurar o processo criminal, depende da
penal pública condicionada à representação da manifestação de vontade da vítima ou de seu
vítima, ainda que presentes os pressupostos e representante legal.
condições da ação, o MP precisa de manifestação Esta manifestação de vontade da vítima é condição
de vontade da vítima ou do representante legal de procedibilidade para a ação e se materializa
desta (não havendo, sucessores) para oferecimento através da representação. Sem embargo do que
da denúncia. Na ação penal pública condicionada dispõe o art. 39, caput e parágrafos, do CPP, a
à requisição do ministro da justiça, ainda que representação não exige forma específica,
presentes os pressupostos e condições da ação, o bastando que contenha a narrativa, ainda que
MP precisa da requisição do MJ para oferecimento sucinta, do fato a ser apurado e que traduza a
da denúncia. inequívoca vontade da vítima ou de seu
representante em ver responsabilizado
Ação Penal Pública criminalmente o autor do fato.
A representação é indivisível, pois ela se refere ao
Incondicionada FATO. Lembre-se, contudo, que a ação penal
pública é divisível.
(art. 24, 1ª Parte, do CPP e art. 100, caput, do CP). O art. 38 do CPP estabelece o prazo para o
Principais observações oferecimento da representação, disciplinando que,
O Ministério Público é o dominus litis, podendo salvo disposição em contrário, será de seis meses,
instaurar o processo criminal independente da
contados do dia em que o ofendido vier a saber ação personalíssima, que será tratada mais adiante)
quem foi o autor do crime, sob pena de decadência. poderá ser exercido pelo cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão daquela, conforme reza o art.
A contagem desse prazo inclui o dia do início (é 31 do CPP. A ordem estabelecida nesse artigo deve
prazo material). Assim, por exemplo, conhecido o ser observada em relação à preferência para o
autor do fato no dia 20 de abril, esgota-se o prazo ajuizamento. Destarte, em primeiro lugar está o
em 19 de outubro do mesmo ano. Sua fluência cônjuge. Na omissão ou recusa deste em propor a
acarreta a extinção da punibilidade (art. 107, IV, do ação penal, poderá fazê-lo o legitimado seguinte e
CP). assim por diante.
A representação será irretratável após o
oferecimento da denúncia, nos termos do art. 25 do Pessoas Jurídicas
CPP. A contrario sensu, será retratável até este De acordo com o preceituado no art. 37 do CPP,
momento. poderão figurar como autores da ação penal
privada as fundações, associações ou sociedades