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Processo Penal I

- O Processo Penal tem como base o Direito Penal constituinte, perdendo somente para o Direito à
(Conduta e Sanção), restando afastado a Política vida.
Criminal e a Criminologia
Objetivo
O Processo Penal é mais cuidadoso, pois estamos O processo penal tem como principal objetivo,
falando da restrição do Direito à liberdade. exercer a ampla defesa e o contraditório.
→ Direito à liberdade, é considerado o segundo Verificando ao final, se haverá a reclusão.
bem jurídico mais importante tutelado pelo Ela não se utiliza da criminologia mas do Direito
Penal!

Sistemas
- Quando falamos deles, estamos falando de algo • processo penal ex officio – o processo é
pré-definido. Não haverá uma modificação iniciado pelo órgão julgador (processo
conforme o caso, a pessoa, o tipo ou a forma. judicial informe) – art. 26 do CPP;
• reunião das funções em um único órgão.
Exceção: foro por prerrogativa de funções
Foro privilegiado = expressão comumente utilizada Características da inquisição:
por jornalistas quando falado em programas • Apontar o dedo sem dar oportunidade de
televisivos. Entretanto, não existe dentro do direito defesa;
penal brasileiro. Nesse caso, temos como exemplo, o caso da juíza
- No Brasil, falamos “Foro por prerrogativa de que condenou uma pessoa pelo tom de pele.
funções” • Três poderes por uma única pessoa (acusar,
Isso porquê, quando falamos de privilegiado, defender e julgar);
estamos querendo dizer que a pessoa terá a chance • Processo “Ex officio”, que é quando o
de escolher quem irá lhe julgar. processo se inicia pelo próprio julgador;
No Brasil, independentemente de qual cargo ou Art. 26 do CPP – revogado de forma tácita, por
função se exerce, você não tem a oportunidade de conta do art. 129 ou 121.
decidir quem fará seu julgamento. Tudo já está • Réu tratado como objeto, e não como um
devidamente pré-definido. sujeito de direito;
• Falta de garantia de direitos fundamentais e

Sistema Inquisitorial Separação de Poderes.

→ Não existe a possibilidade do sistema inquisitivo


- Vinculado ao Direito Canônico (Inquisição). em um Estado Democrático de Direito.
Ele não possibilita o contraditório ou a ampla defesa.
Estado Democrático de Direito:
→ É possível diferenciar o sistema inquisitivo do E – território, povo, governo.
sistema acusatório, em algumas características: D – dentro desse território, a escolha de governo é
• é necessário apenas um órgão para julgar, pelo povo (direta ou indiretamente).
defender e acusar. (Inquisitório); D – regras pré estabelecidas.
Sendo nosso estado, um “Estado Democrático de Plena defesa: geralmente utilizado no tribunal do
Direito”, que tem como uma das principais júri. É quando o advogado se usa do argumento da
características a defesa dos Direitos Fundamentais, clemencia.
não poderíamos entender que no Brasil o sistema Julgar
penal poderia ser inquisitivo, pois esse viola direitos - art. 251, CPP.
fundamentais como a ampla defesa e o
contraditório. → Gestão de provas: o sistema acusatório é
quando a gestão de provas, juiz é totalmente
imparcial.
Sistema Acusatório • O juiz não pode ter iniciativa probatória;
• A partir do momento em que ele tenta
produzir, prejudica o andamento do
- neste tipo de sistema não se visa apenas a
processo e estaria ferindo o sistema
condenação do réu.
acusatório.
- é um processo formal – documentado.
Para essa doutrina, quando o juiz tem iniciativa
probatória a favor do réu, é permitido.
Haverá uma pessoa para acusar e outra para julgar.
→ divisões das funções:
- os artigos 155 e 156 do CPP autorizam ao juiz a
• acusar – MP, 129, I, CF
iniciativa probatória, nas exceções expressas.
• defender - ampla defesa e contraditório
• ele pede para dirimir as dúvidas dele (juiz) –
• julgar – 251, CPP
e pode julgar.
Aqui, temos a divisão dos três poderes:
Fase inquisitorial X Fase judicial
- Uma pessoa responsável por acusar, outra por
1º - informativo: aqui, é onde se colhe as
defender e uma última que julgará.
informações.
2º - ampla defesa e contraditório: aqui, é onde
• Sujeito de direitos: a pessoa estará
ocorrem as defesas, produções de prova.
exercendo todos os seus direitos
plenamente. Tudo deve ser documentado.
- o juiz não pode determinar a prisão de ofício – art.
311 do CPP.
• Atuação do juiz: imparcialidade no
• caberá nos requisitos expressos no artigo.
julgamento, buscando por meio de provas,
oitivas e todos os meios que se puder, fazer
um julgamento justo. Sistema Misto
(Híbrido)
Acusar
- art. 129, I, CF (funções institucionais do MP). Em determinado momento, ele vai ser inquisitivo ou
acusatório.
Defender
- Ampla defesa e contraditório (possibilidade da - o Sistema inquisitivo é no momento da investigação.
Plena Defesa)
Processo sigiloso, sem oitiva de sujeito e sem ampla
Diferença: defesa.
Ampla defesa: aqui, estamos falando do que - e o Acusatório será na Ação Penal.
acontece normalmente em um julgamento.
Diferentemente da plena defesa, aqui não pode-se → Não é adotado no Brasil, pois no Inquérito
usar a clemência, ou o perdão. Nesse caso, no caso
policial realmente não há ampla defesa, entretanto,
de um recebimento da denúncia, deverá haver a
procedência ou improcedência da ação. o órgão dessa fase não vai ser o mesmo que vai
julgar.
Fontes do Processo Penal
As fontes são o aglomerado de onde são retirados no Brasil), Código de Processo Penal Militar (Que
os parâmetros que vamos utilizar para aplicar o julga os crimes do CPM).
Direito Processual Penal.
Lei 9.099
Fontes Materiais Crime de menor potencial ofensivo não é instaurado
o inquérito, e sim o termo.... Tal lei trata sobre o
procedimento, por isso não fere. (Processo X
Poder Legislativo, pois é a União que tem
Procedimento).
competência privativa para legislar sobre matéria
de Direito Penal e Processo Penal.
“Hierarquia das Leis”
Procedimento Processual Penal é possível legislar,
Fontes Formais pois não está descrito na CF.
As normas da CF que tratam de Direito Processual
Normas e a Constituição Federal: Penal são conhecidas como mandado de
- mandado de otimização/mandado mínimo otimização.
(parâmetros mínimos que devem ser estabelecidos
na Constituição Federal), pactos (Pacto de San Jose Pacto de San José da Costa Rica
da Costa Rica), CADH (Convenção Americana de -Trouxe a audiência de Custódia
Direitos Humanos, o principal exemplo é a audiência -Resolução do CNJ
de custódia), Emenda Constitucional, o Código de -Não estava criando algo novo, já tinha na CADH,
Processo Penal (Principal fonte do processo penal essa fonte gera obrigatoriedade e não encontra
empecilho na CF (Audiência de Custódia).

Norma Processual Penal


No Espaço quando as leis especiais que os regulam não
dispuserem de modo diverso.
→ aplica-se o princípio da territorialidade;
→ Exceção:
Art. 1º (CPP) - Princípio da Territorialidade (Espaço) Há aplicação de Lei Processual Penal estrangeira
Exceções (Incisos do Art. 1o CPP): sobre brasileiro em território nacional, como consta
I - Os tratados, as convenções e regras de direito no p. 4º do Art. 5º da CF/88. (Ex: Tribunal Penal
internacional; Internacional - TPI. Responsabilização de Jair
II - As prerrogativas constitucionais do Presidente da Bolsonaro, quanto à atuação na pandemia, por
República, dos ministros de Estado, nos crimes exemplo)
conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de É possível um estrangeiro, que cometa um crime no
responsabilidade; Brasil, ser julgado por meio da Lei Processual Penal
III - Os processos da competência da Justiça Militar; do país dele?
IV - Os processos da competência do tribunal A princípio, não. Usa-se a lei brasileira, entretanto,
especial; (Não existe mais) há a imunidade diplomática (Convenção de Viena)
V - Os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo Único: Aplicar-se-á, entretanto, este É possível renunciar a imunidade buscando a pena
Código aos processos referidos nos incisos IV e V, mais branda, no caso hipotético, a brasileira?
Não, pois não pode utilizar a imunidade
seletivamente. → aplica-se a lei posterior, a lei que está em
- não existe renúncia da imunidade – imunidade vigência.
parcial. Tempus Regit Actus - Isolamento dos Atos
Processuais

No Tempo - Norma híbrida ou heterotópica - Norma que traz


redação penal e processual penal.
Art. 2º CPP - A lei processual penal aplicar-se-á Como indicado no Art. 1º do CP, a lei retroagirá
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos sempre em favor do réu, pois a lei é híbrida!
realizados soba vigência da lei anterior.

Princípios do Direito Processual Penal


Princípio da Ampla Defesa Dois tópicos:
a) a autodefesa, também chamada de defesa
pessoal:
Art. 5º, LV, CF dispõe que: “aos litigantes, em
Se manifesta por meio de três aspectos:
processo judicial ou administrativo, e aos acusados
- direito a audiência;
em geral são acusados o contraditório e amplos
O réu tem direito de participar de todas as
recursos, com os meios e a ela inerentes”.
audiências.
- toda vez que há um litígio (quando alguma
É um direito que tem exceções, ele pode ser
demanda é colocada em juízo), deve se garantir a
relativizado.
ampla defesa.
Exceção: quando o réu não estiver presente, mas seu
- os princípios tem caráter impositivo.
advogado estiver.
- direito de presença;
- Plenitude de Defesa: é exercida no Tribunal do Júri,
- direito de presença pessoal.
onde poderão ser usados todos os meios
Pode o réu foragido ter o direito de participação da
de defesa possíveis para convencer os jurados,
audiência virtual?
inclusive argumentos não jurídicos, tais como:
!c: HC 640.770 STJ (não cabe e não fere a ampla
sociológicos, políticos, religiosos, morais etc.
defesa, por não estar descrito no art. 220 CPP).
Art. 220 CPP. As pessoas impossibilitadas, por
→ ampla defesa é regra, que não cabe exceção.
enfermidade ou por velhice, de comparecer para
Sem ampla defesa, o processo é nulo (nulidade
depor, serão inquiridas onde estiverem.
absoluta).
2c: HC 214.916 STF (sim, pois o réu estará
exercendo o seu direito a ampla defesa, e o direito
→ o contraditório é dar o direito ao réu a
de presença pessoal)
oportunidade de ser ouvido, e o que ele fala deve
ser dado atenção.
b) defesa técnica;
Não se trata de apenas um princípio constitucional,
- pode-se renunciar a autodefesa, porém a defesa
mas também um princípio convencional (Convenção
técnica não;
Americana de Direitos Humanos) - prevê em seu art.
- ela é exercer a defesa efetiva

Autodefesa é renunciável? Pode o réu renunciar seu direito ao silêncio e
Sim, porém pode-se renunciar apenas este aspecto responder as perguntas só da defesa ou outra parte
da ampla defesa. em específico?
- ampla defesa não pode ser renunciada por Sim
completa.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou Princípio do juiz natural:
foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando
Encontra-se previsto no art. 5º, LII, da CF: “ninguém
realizada por defensor público ou dativo, será
será processado nem sentenciado senão pela
sempre exercida através de manifestação
autoridade competente”. Há, ainda, outra previsão
fundamentada.
constitucional que se liga diretamente ao juiz natural,
no art. 5º, XXXVII: “não haverá julgamento ou
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á
tribunal de exceção”.
nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito
Previsão no Pacto de São José da Costa Rica, que
de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança,
prevê em seu art. 8º que ”toda pessoa terá o direito
ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre,
um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal
será obrigado a pagar os honorários do defensor
competente, independente e imparcial,
dativo, arbitrados pelo juiz.
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de
qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
Aspectos:
na determinação de seus direitos e obrigações de
- direito de propor meios de prova;
caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra
- direito de obter a motivação judicial pronunciada
natureza.”
a aceitação dos meio de prova sobre os julgados
não julgados;
Três garantias que decorrem do juiz natural:
- direito à prática da prova admitida;
a) deletar de proteção dos tribunais de exceção, ex
- direito à manifestação pelo julgador sobre a prova
post facto;
produzida.
b) garantia do juiz competente;
c) somente os órgãos pela Constituição Federal (não
(Colidência de defesa: não é possível quando os
é comumente mencionado).
réus estão se acusando, ou seja, quando há colisão
de teses defensivas)
Princípio do nemo tenetur se detegere
Princípio do Contraditório ou da defesa, ou (Princípio da não autoincriminação)

da falseabilidade Art. 5º, LXIII: ”o preso será informado de seus direitos


entre os quais o de permanecer calado (...)”.
Art. 5º, LV, CF dispõe que: “aos litigantes, em Pacto de São José da Costa Rica, que prevê, no art,
processo judicial ou administrativo, e aos acusados 8º, 2, g: “direito de não ser obrigada a depor contra
em geral são acusados o contraditório e amplos si mesma, nem a confessar-se culpada”.
recursos, com os meios e a ela inerentes”.
- oportunidade de o réu ser ouvido, e o que ele falar - aviso de miranda (caso em que o réu não foi
ser levado em consideração; advertido sobre o seu direito de permanecer em
silêncio, ou seja, direito da não autoincriminação).
- prova invasiva (ação do próprio réu, fornecimento - mentir (não há consequência, diferente dos EUA,
de algo por parte dele). Não pode ser usada como por exemplo. Criação de fatos - A testemunha não
prova, caso haja recusa para criação de prova. pode)
- alterar local do crime (não é possível alegação de
- interrogatório (não é obrigado a responder
nenhuma pergunta) não autoincriminação neste caso).

Inquérito Policial
O Inquérito policial é uma espécie do gênero Procedimento Escrito
investigação policial
Todos os atos realizados no curso das investigações
policiais serão formalizados de forma escrita e
O inquérito policial é um procedimento, de caráter
rubricados pela autoridade (art. 9º do CPP).
administrativo, conduzido pela polícia judiciária,
presidido por Delegado de Polícia e voltado à
apuração da existência de uma infração penal e de Procedimento Inquisitivo
sua autoria. Não vigora, nesta fase, o princípio do contraditório
que, nos termos do art. 5º, LV, da Constituição
Cuidado: procedimento ≠ processo, pois embora Federal, só existe após o início efetivo da ação
todo processo seja um procedimento, nem todo penal, quando já formalizada uma acusação
procedimento é um processo. admitida pelo Juiz (por este motivo, como regra, não
se colhe prova no inquérito, mas sim elementos de
Para instauração de Inquérito Policial exige-se: informação). Este caráter inquisitivo torna
Existência do crime: indícios desnecessário à autoridade policial intimar o
Autoria: nada investigado das provas produzidas para que possa
debatê-las.
Para propositura de Ação Penal exige-se:
Existência do crime: certeza Procedimento Sigiloso
Autoria: indícios Ao contrário do que ocorre em relação ao processo
criminal, que se rege pelo princípio da publicidade
Características do Inquérito (salvo exceções legais), no inquérito policial é
possível resguardar sigilo durante a sua realização.
DOSIDET Observação: esse sigilo não se aplica ao juiz e ao
Ministério Público. Quanto ao advogado, depende:
Discricionário no que tange às diligências em andamento, se
Oficialidade aplica; nas já encerradas e documentadas, não se
Sigilosidade aplica (Súmula Vinculante 14).
Inquisitoriedade
Dispensabilidade
Escrita Procedimento dispensável
Temporário (prescindível)
Embora importante, o inquérito policial não é
necessário para que exista um processo penal. O
Procedimento Oficial titular da ação penal pode, inclusive, desprezar o
Trata-se de investigação que deve ser realizada por colhido no inquérito para iniciar a ação penal,
autoridades e agentes integrantes dos quadros desde que por outra forma tenha conseguido os
públicos, sendo vedada a delegação da atividade elementos necessários para tanto. Cuidado: o
investigatória a particulares, inclusive por força da inquérito deverá acompanhar a denúncia ou queixa,
própria Constituição Federal. A presidência do sempre que servir de base a uma ou outra (art. 12,
inquérito é exclusiva do Delegado de Polícia. CPP).
CPI
O principal meio investigatório é o Inquérito Policial, Notitia Criminis
também temos a CPI (Notícia Crime)

A CPI pode: É a ciência da autoridade policial da ocorrência de


- Quebrar o sigilo fiscal (IR) e de dados (dados um fato criminoso, podendo ser:
pessoais e bancários); a) direta, imediata: quando o próprio delegado,
- Ouvir testemunhas; investigando, por qualquer meio, descobre o
- Ouvir vítimas; acontecimento;
- Fazer interrogatório; b) indireta, mediata: por meio de requisição;
- Condução coercitiva; c) coercitiva: prisão em flagrante.
- Pode prisão em flagrante.
Delatio Criminis
A CPI não pode:
É a comunicação feita por qualquer pessoa do povo,
- Indisponibilidade dos bens;
incluindo a vítima, à autoridade policial (ou a
- Determinar a prisão preventiva;
membro do Ministério Público ou Juiz) acerca da
- Determinar a interceptação (grampear telefone).
ocorrência de infração penal em que caiba ação
penal pública incondicionada (art. 5º, § 3º, CPP).
PIC (Procedimento Investigatório Criminal)
Caso haja anonimato, será chamada de delatio
criminis inqualificada.
- PEC 37 - dizia que o MP não poderia investigar.
(não foi aprovada).
→ Atenção: denúncia anônima, por si só, não pode
- ADI 4318 - uniformizou um instrumento de
embasar a instauração de inquérito policial.
investigação próprio do MP, o chamado PIC.

→ O MP pode investigar por causa dos poderes Diligências Investigatórias


implícitos
A teoria dos poderes implícitos nasce em 1.819 no Dispõem os arts. 6º e 7º do CPP determinadas
precedente americano McCULLOCH Vs. providências que, sendo cabíveis e mostrando-se
MARYLAND. Segundo a teoria dos poderes adequadas à espécie investigada, deverão ser
implícitos, na hipótese da Constituição Federal adotadas com vistas à elucidação do crime. Esta
atribuir poderes a determinado órgão está, também, relação não é exaustiva, mas sim exemplificativa
ainda que implicitamente, conferindo os meios
necessários para a execução. Art. 7º: Para verificar a possibilidade de haver a
"Se você pode o mais, você pode o menos" infração sido praticada de determinado modo, a
- Se o MP é titular da ação penal, está implícito autoridade policial poderá proceder à reprodução
que ele pode investigar. simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública

Início do inquérito policial → O local do crime é decisivo para revelar em que


circunstâncias o delito foi praticado.

Dependerá do tipo de ação penal prevista para o


crime que será investigado. A regra no processo
Atenção
penal é a seguinte: se a ação é pública a) O prazo de conclusão do inquérito, com
incondicionada, o tipo penal incriminador, previsto investigado solto, é prorrogável e a contagem deste
no Código Penal, nada mencionará a respeito. Do prazo possui natureza processual (artigo 798, CPP).
contrário, se a ação é pública condicionada, estará Para a prorrogação deste prazo, exige-se
escrito: “somente se procede mediante autorização judicial, segundo o artigo 10, § 3o, do
representação” ou “mediante requisição”. Caso seja CPP;
privada, estará escrito: “somente se procede b) O prazo de conclusão do inquérito, com
mediante queixa”. investigado preso, é improrrogável e a contagem
deste prazo possui natureza penal (artigo 10, CPB).
Em se tratando de crime hediondo ou equiparado e c) O Juiz é responsável por determinar o
estando o investigado preso a título de prisão arquivamento e o desarquivamento, porém jamais
temporária, o prazo para a conclusão de inquérito poderá fazer isso sem que haja promoção
será igual ao tempo possível de prisão (30 dias, (requerimento) do Ministério Público. Da Decisão de
prorrogáveis uma única vez). arquivamento NÃO cabe recurso.

Conclusão do inquérito policial Atenção: a partir do pacote anticrime, não sendo


mais o arquivamento do inquérito policial ou de
qualquer outro expediente de investigação da
Ao considerar encerradas as diligências, a mesma natureza sujeito à apreciação judicial, tal
autoridade policial deve elaborar um relatório deliberação não se submeterá aos efeitos da coisa
descrevendo as providências tomadas durante as julgada formal ou material, podendo, então, a
investigações. autoridade policial retomar as investigações diante
Esse relatório é a peça final do inquérito, que será, da notícia de novas provas, independentemente do
então remetido ao juízo. A ausência do relatório é motivo que fundamentou o arquivamento antes
irrelevante, não passando de mera regularidade. promovido.
Indiciamento: ato privativo do delegado de polícia
por meio do qual ele atribui a alguém a condição Continuação - Investigação e Juiz de Garantias
de autor ou partícipe de uma infração penal, Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
fundamentadamente, com base na análise técnico- devolução do inquérito à autoridade policial, senão
jurídica do fato, indicando os motivos de imputação para novas diligências, imprescindíveis ao
da autoria, materialidade do crime e suas oferecimento da denúncia.
circunstâncias. - Arquivar
→ Desindiciamento: ocorre quando o Poder - Denunciar ou
Judiciário, mediante apreciação de habeas corpus, - Requerer Diligências (Apenas quando for
determina a anulação do indiciamento, por motivos imprescindível)
de ausência dos requisitos legais.
→ Cuidado: o Ministério Público e o Poder Resolução 181 criou uma quarta opção! O
Judiciário não podem determinar um indiciamento; o Oferecimento do Acordo de Não Persecução
desindiciamento, contudo, pode ser determinado Penal
pelo Poder Judiciário, se provocado e de forma O delegado instaura o Inquérito Policial através de
excepcional. uma portaria
-O relatório no inquérito, em regra geral, é apenas
Destino do inquérito policial após a um relatório demonstrativo do que ocorreu, sem
indicar materialidade ou opiniões. É um relato!
conclusão Atribuição exclusiva do delegado: Ele é o único
capaz de indiciar (Lei 12.830/13 - Art. 2°)
Recebimento do inquérito por parte do Ministério -Termo Circunstanciado (Lei 9.099): Procedimento
Público de Menor Potencial Ofensivo (Contravenção Penal)
a) oferecimento de denúncia; -Nos crimes e contravenções da Lei 9.099, não será
b) requisição de diligências; instaurado o inquérito!
c) promoção de arquivamento. -Nesses crimes e contravenções, as vítimas e
testemunhas são ouvidas, instaurando-se um Termo
Arquivamento do inquérito policial (antes do Circunstanciado - Audiência de Conciliação
pacote anticrime) (Preliminar) no Juizado Especial. Juiz Conciliador é
a) Delegado não pode requerer arquivamento e diferente do Juiz Togado.
não pode desarquivar um inquérito já arquivado (o *Na Ação Penal Pública Condicionada (Nas
artigo 18 do CPP não se refere a desarquivamento); Contravenções, por exemplo), pode-se renunciar e
Cuidado: o artigo 18 do CPP não trata de arquivar o processo.
desarquivamento.
b) O Ministério Público, e somente ele, pode CPP - Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito
requerer o arquivamento e o desarquivamento, policial será iniciado:
contudo ele não pode o arquivar, nem desarquivar. I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade
do Ministério Público, ou a requerimento do policial somente poderá proceder a inquérito a
ofendido ou de quem tiver qualidade para requerimento de quem tenha qualidade para
representá-lo. intentá-la.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá
sempre que possível: → O indiciamento pode ocorrer no início do
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; inquérito, mas ainda há outras diligências, como a
b) a individualização do indiciado ou seus sinais atribuição do valor, no caso do furto, por exemplo:
característicos e as razões de convicção ou de -Depois de oferecida a denúncia, o indiciado passa
presunção de ser ele o autor da infração, ou os a ser réu;
motivos de impossibilidade de o fazer; -Inquérito --> Investigado --> Indiciado --> A partir do
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de recebimento da Denúncia --> Réu --> Setenciado ou
sua profissão e residência. Condenado --> Trânsito em Julgado --> Executado ou
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de Apenado (Lei 7.210 - Lei de Execução)
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe
de Polícia. → Quando houver uma autoridade com foro de
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver prorrogativa de função (“foro privilegiado”), o
conhecimento da existência de infração penal em delegado de polícia tem que requerer à autoridade
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por policial com competência para julgar a autoridade
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, com foro
verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela
ser iniciado.

Ação Penal
Conceito a) for manifestamente inepta (desrespeitar o artigo
41 do CPP);
b) faltar pressuposto processual (artigo 267, IV,
Direito de ação penal é o direito público subjetivo
CPC) ou condição (possibilidade jurídica do pedido,
de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal
interesse de agir e legitimidade das partes) para o
objetivo a um caso concreto.
exercício da ação penal;
→ Cuidado: ação penal ≠ processo criminal, pois o
c) faltar justa causa (lastro probatório mínimo) para
direito de ação penal existe, ainda que não tenha
o exercício da ação penal.
ocorrido o processo criminal. Ação Penal é o direito
e o processo criminal é meio pelo qual se dará o
Inépcia da inicial
exercício desse direito.
Ocorre quando nela não contém a exposição do
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
Possuidor do direito de ação penal
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
O estado, na figura do Ministério Público (em ações
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime
penais públicas), e a vítima, sob a condição de
e, quando necessário, o rol das testemunhas (artigo
querelante (em ações penais privadas).
41 do CPP).
Atenção: quando, em crime de ação penal pública,
Pressupostos Processuais
o MP oferece DENÚNCIA e quando, em crime de
Juiz, partes e demanda. Condições da ação: prática
ação penal privada, o QUERELANTE oferece
de fato aparentemente criminoso (possibilidade
QUEIXA-CRIME, o Juiz precisa verificar se é
jurídica do pedido), punibilidade concreta (interesse
possível ou não o recebimento daquela inicial
de agir), legitimidade de parte (capazes de figurar
nos pólos do processo) e justa causa (lastro
A inicial não será recebida quando (artigo 395,
probatório mínimo que embase a acusação).
CPP):
Atenção: para parte da doutrina, a possibilidade manifestação de vontade de qualquer pessoa e até
jurídica do pedido, à luz do NCPC, é questão de mesmo contra a vontade expressa ou tácita da
mérito e não condição da ação. vítima ou de seu representante legal.
O Ministério Público tem, como regra, prazo de 5
Principiologia da Ação Penal Pública dias (denunciado preso) ou 15 dias (denunciado
solto) para oferecimento da denúncia. Este prazo
tem início a partir da data em que o órgão do
Ela é obrigatória (presentes os motivos para tanto, o
Ministério Público receber os autos do inquérito
MP é obrigado a oferecer denúncia), indisponível
policial ou das peças de informação. Este prazo tem
(depois de oferecida a denúncia o MP não pode
natureza processual, logo contam-se na forma
desistir da ação), divisível (havendo mais de um
prevista no art. 798, § 1º, do CPP, excluindo-se o dia
suposto autor do crime, nada impede que venha o
do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
Ministério Público a ajuizar a ação penal apenas em
O prazo para oferecimento da denúncia é
relação a um ou alguns deles, relegando a
impróprio, o que significa que seu escoamento não
propositura quanto aos demais para momento
acarreta preclusão. Logo, ainda que esgotado o
posterior) e intranscendente (a ação penal será
prazo legal do Ministério Público, se a vítima ou
ajuizada, unicamente, contra o responsável pela
quem tenha qualidade para representá-la não
autoria ou participação)
ajuizar a ação penal privada subsidiária da pública
nos termos do art. 29 do CPP, poderá a denúncia
Principiologia da Ação Penal Privada ser apresentada pelo Promotor em qualquer tempo,
desde que antes da extinção da punibilidade pela
Ela é oportuna (ainda que presentes os motivos para prescrição ou outra causa.
tanto, a vítima não é obrigada a oferecer queixa
crime), disponível (depois de oferecida a queixa
crime a vítima pode desistir da ação), indivisível (ou Ação Penal Pública
processa todos ou processa ninguém) e
intranscendente (a ação penal será ajuizada, Condicionada à Representação
unicamente, contra o responsável pela autoria ou
participação). do Ofendido
(art. 24, 2. a Parte, do CPP e art. 100, § 1º, do CP).
→ Na ação penal pública incondicionada,
presentes os pressupostos e condições da ação, o Principais observações
MP não precisa de manifestação de vontade O Ministério Público é o dominus litis, contudo, para
alguma para oferecimento da denúncia. Na ação instaurar o processo criminal, depende da
penal pública condicionada à representação da manifestação de vontade da vítima ou de seu
vítima, ainda que presentes os pressupostos e representante legal.
condições da ação, o MP precisa de manifestação Esta manifestação de vontade da vítima é condição
de vontade da vítima ou do representante legal de procedibilidade para a ação e se materializa
desta (não havendo, sucessores) para oferecimento através da representação. Sem embargo do que
da denúncia. Na ação penal pública condicionada dispõe o art. 39, caput e parágrafos, do CPP, a
à requisição do ministro da justiça, ainda que representação não exige forma específica,
presentes os pressupostos e condições da ação, o bastando que contenha a narrativa, ainda que
MP precisa da requisição do MJ para oferecimento sucinta, do fato a ser apurado e que traduza a
da denúncia. inequívoca vontade da vítima ou de seu
representante em ver responsabilizado
Ação Penal Pública criminalmente o autor do fato.
A representação é indivisível, pois ela se refere ao
Incondicionada FATO. Lembre-se, contudo, que a ação penal
pública é divisível.
(art. 24, 1ª Parte, do CPP e art. 100, caput, do CP). O art. 38 do CPP estabelece o prazo para o
Principais observações oferecimento da representação, disciplinando que,
O Ministério Público é o dominus litis, podendo salvo disposição em contrário, será de seis meses,
instaurar o processo criminal independente da
contados do dia em que o ofendido vier a saber ação personalíssima, que será tratada mais adiante)
quem foi o autor do crime, sob pena de decadência. poderá ser exercido pelo cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão daquela, conforme reza o art.
A contagem desse prazo inclui o dia do início (é 31 do CPP. A ordem estabelecida nesse artigo deve
prazo material). Assim, por exemplo, conhecido o ser observada em relação à preferência para o
autor do fato no dia 20 de abril, esgota-se o prazo ajuizamento. Destarte, em primeiro lugar está o
em 19 de outubro do mesmo ano. Sua fluência cônjuge. Na omissão ou recusa deste em propor a
acarreta a extinção da punibilidade (art. 107, IV, do ação penal, poderá fazê-lo o legitimado seguinte e
CP). assim por diante.
A representação será irretratável após o
oferecimento da denúncia, nos termos do art. 25 do Pessoas Jurídicas
CPP. A contrario sensu, será retratável até este De acordo com o preceituado no art. 37 do CPP,
momento. poderão figurar como autores da ação penal
privada as fundações, associações ou sociedades

Ação Penal Pública legalmente constituídas, hipótese na qual deverão


ser representadas por quem os respectivos

Condicionada à Requisição do contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio


destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
Como regra geral, o direito de queixa deverá ser
Ministro da Justiça exercido no prazo de seis meses, contados do dia
(art. 24, 2. a Parte, do CPP e art. 100, § 1º, do CP). em que o ofendido, seu representante legal ou cada
uma das pessoas do art. 31 do CPP (no caso de
Principais observações morte da vítima ou de sua ausência) vierem a saber
O Ministério Público é o dominus litis, contudo, para quem foi o autor do crime, conforme reza o art. 38
instaurar o processo criminal, depende da do CPP.
requisição por parte do Ministro da Justiça.
Ao contrário do que ocorre com a representação, Atenção: o pedido de instauração de inquérito
inexiste fixação de prazo decadencial para o policial ou mesmo a feitura de B.O na polícia não
exercício da requisição pelo Ministro da Justiça, tem o poder de interromper o curso do prazo
podendo ela ocorrer até a prescrição do crime decadencial.
praticado.
O Ministro da Justiça pode se retratar da Sendo o ofendido menor de 18 anos, o direito de
requisição, desde que antes de ajuizada a ação queixa poderá ser exercido apenas pelo seu
penal. representante legal, o qual deverá ater-se à
O MP, assim como não se vincula à representação, normatização do art. 38. Se, contudo, o
também não se vincula à requisição. representante legal não ajuizar a ação penal no
prazo de que dispõe, poderá fazê-lo o próprio
ofendido após completar a maioridade, pois, para
Ação Penal Privada Exclusiva ele, é apenas a partir desse momento que tem início
(art. 30 do CPP e art. 100, § 2.º, do CP). a fluência do prazo decadencial, e não do dia em
que tomou conhecimento da autoria do crime.
Principais observações
A titularidade da ação é, como regra, da vítima O Ministério Público pode aditar a Queixa em ação
maior e capaz (art. 30, 1ª parte, do CPP). penal privada exclusiva? Pode, mas há restrições:
Lembre-se que a queixa é indivisível. Pode para: incluir dados faltantes, como lugar, dia,
Sendo o ofendido menor de 18 anos ou portador hora e modus operandi Não pode para: inclusão de
de deficiência mental, o direito de queixa-crime coautores ou partícipes e inovar os fatos descritos
deverá ser exercido pelo seu representante legal na Queixa.
(pais, tutor, curador, guardião legal),
independentemente da vontade da vítima (art. 30, Renúncia ao direito de queixa e perdão do
2ª parte, do CPP). ofendido
Sendo morta a vítima ou judicialmente declarada a Tanto a renúncia (artigos 49 e 50 do CPP) ao
sua ausência, o direito de queixa (salvo no caso da exercício do direito de queixa como o perdão do
ofendido (artigos 51 e 59 do CPP) são institutos O titular da ação, contudo, é o ofendido. O MP só
relacionados ao princípio da indivisibilidade (são retoma a titularidade em caso de negligência do
extensíveis) e tem como efeito extinguir a ofendido (artigo 29, in fine, CPP)
punibilidade do querelado (artigo 107, V, CPB). Escoado o prazo para o Ministério Público oferecer
denúncia e havendo inércia deste, surgirá para o

Perempção ofendido ou, na falta, para qualquer das pessoas do


art. 31 do CPP, a possibilidade de ingresso da ação
(artigo 107, IV, do CPB e artigo 60 do CPP): penal privada subsidiária da pública.
O prazo para oferecimento da queixa é de 6 meses,
Perda do direito de prosseguir na ação privada, ou contados da data em que se esgotar o prazo do
seja, a sanção jurídica cominada ao querelante em Ministério Público para oferecer a denúncia.
decorrência de sua inércia ou negligência. Durante estes 6 meses, temos uma legitimidade
Art. 60. Nos casos em que somente se procede concorrente entre o MP e o ofendido.
mediante queixa, considerar-se-á perempta a Após estes 6 meses, o ofendido perde o direito de
ação penal: ingressar com a queixa (decadência imprópria) e o
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de MP tem até a ocorrência de prescrição do crime
promover o andamento do processo durante 30 para ingressar com denúncia
dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo Papel do Ministério Público após o ofendido ter
sua incapacidade, não comparecer em juízo, para ingressado com queixa subsidiária (artigo 29 do
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 CPP):
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; ação pública, se esta não for intentada no prazo
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem legal, cabendo ao Ministério Público aditar a
motivo justificado, a qualquer ato do processo a que queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido intervir em todos os termos do processo, fornecer
de condenação nas alegações finais; elementos de prova, interpor recurso e, a todo
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta tempo, no caso de negligência do querelante,
se extinguir sem deixar sucessor. retomar a ação como parte principal.
→ Atenção: institutos próprios de ação penal
→ Atenção: caso a acusação seja por 2 crimes e privada (renúncia, perdão, perempção) e
somente, por ocasião das alegações finais, houver decadência (como causa extintiva de punibilidade)
pedido de condenação para 1 deles, ocorre não tem aplicação neste tipo de ação, pois o crime
perempção com relação ao crime para o qual não objeto dela é crime de ação penal pública.
houve o pedido.

Ação Penal Privada


Ação penal Privada
Personalíssima
Subsidiária da Pública
(artigos 5º, LIX, CF/88, 29 do CPP e 100, § 3.o, do Principais observações
CP): Espécie de ação penal privada onde a queixa pode
ser proposta única e exclusivamente pelo próprio
Principais observações ofendido, não sendo permitido a outras pessoas
Traduz-se na possibilidade de ser ajuizada ação (ascendentes, descendentes, cônjuge ou irmão)
penal privada em crime de ação pública quando intentá-la em seu lugar ou prosseguir na que já foi
esta não for intentada no prazo legal. ajuizada.
Esta modalidade de processo criminal, sem embargo Na atualidade, a única hipótese de crime de ação
de não ter sido ajuizada pelo Ministério Público, penal privada personalíssima refere-se ao crime de
rege-se pelos princípios da ação penal pública, induzimento a erro essencial e ocultação de
sendo-lhe inaplicáveis, portanto, institutos próprios impedimento, tipificado no art. 236 do Código
da ação penal privada, como o perdão do ofendido Penal.
e a perempção.
Observações finais

Súmula 714 do STF: é concorrente a legitimidade


do ofendido, mediante queixa, e do ministério
público, condicionada à representação do
ofendido, para a ação penal por crime contra a
honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções.

Atenção: quem determina qual é a espécie de ação


penal para cada crime é o Código Penal e a regra
é que independentemente da vítima e do contexto
a ação penal seja a que está definida no Código
Penal. As únicas exceções a esta regra são os crimes
de lesão corporal dolosa leve e lesão corporal
culposa.

Ação de Prevenção Penal


É aquela deflagrada com a finalidade de aplicar,
exclusivamente ao acusado inimputável na forma do
art. 26 do Código Penal, medida de segurança, em
sentença denominada como absolutória imprópria.

Ação penal sem demanda


É o antigo processo judicialiforme (ação penal de
ofício), não recepcionado pela CF/88, em que o
próprio juiz, de ofício, instaura processo penal
condenatório ou o delegado iniciava processo
penal na delegacia.

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