Princípios do Direito Processual Penal

Princípio da Ampla Defesa - direito de presença pessoal.

Pode o réu foragido ter o direito de participação da
audiência virtual?
Art. 5º, LV, CF dispõe que: “aos litigantes, em
!c: HC 640.770 STJ (não cabe e não fere a ampla
processo judicial ou administrativo, e aos acusados
defesa, por não estar descrito no art. 220 CPP).
em geral são acusados o contraditório e amplos
Art. 220 CPP. As pessoas impossibilitadas, por
recursos, com os meios e a ela inerentes”.
enfermidade ou por velhice, de comparecer para
- toda vez que há um litígio (quando alguma
depor, serão inquiridas onde estiverem.
demanda é colocada em juízo), deve se garantir a
2c: HC 214.916 STF (sim, pois o réu estará
ampla defesa.
exercendo o seu direito a ampla defesa, e o direito
- os princípios tem caráter impositivo.
de presença pessoal)

- Plenitude de Defesa: é exercida no Tribunal do Júri,

b) defesa técnica;
onde poderão ser usados todos os meios
- pode-se renunciar a autodefesa, porém a defesa
de defesa possíveis para convencer os jurados,
técnica não;
inclusive argumentos não jurídicos, tais como:
- ela é exercer a defesa efetiva
sociológicos, políticos, religiosos, morais etc.

Autodefesa é renunciável?
→ ampla defesa é regra, que não cabe exceção.
Sim, porém pode-se renunciar apenas este aspecto
Sem ampla defesa, o processo é nulo (nulidade
da ampla defesa.
absoluta).
- ampla defesa não pode ser renunciada por
completa.
→ o contraditório é dar o direito ao réu a
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou
oportunidade de ser ouvido, e o que ele fala deve
foragido, será processado ou julgado sem defensor.
ser dado atenção.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando
Não se trata de apenas um princípio constitucional,
realizada por defensor público ou dativo, será
mas também um princípio convencional (Convenção
sempre exercida através de manifestação
Americana de Direitos Humanos) - prevê em seu art.
fundamentada.
8º

Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á

Dois tópicos:
nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito
a) a autodefesa, também chamada de defesa
de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança,
pessoal:
ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Se manifesta por meio de três aspectos:
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre,
- direito a audiência;
será obrigado a pagar os honorários do defensor
O réu tem direito de participar de todas as
dativo, arbitrados pelo juiz.
audiências.
É um direito que tem exceções, ele pode ser
Aspectos:
relativizado.
- direito de propor meios de prova;
Exceção: quando o réu não estiver presente, mas seu
advogado estiver.
- direito de presença;
- direito de obter a motivação judicial pronunciada
a aceitação dos meio de prova sobre os julgados
não julgados;
- direito à prática da prova admitida;
- direito à manifestação pelo julgador sobre a prova
produzida.
(Colidência de defesa: não é possível quando os
réus estão se acusando, ou seja, quando há colisão
de teses defensivas)
Princípio do Contraditório ou da defesa, ou
da falseabilidade
Art. 5º, LV, CF dispõe que: “aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são acusados o contraditório e amplos
recursos, com os meios e a ela inerentes”.
- oportunidade de o réu ser ouvido, e o que ele falar
ser levado em consideração;
Pode o réu renunciar seu direito ao silêncio e
responder as perguntas só da defesa ou outra parte
em específico?
Sim
Princípio do juiz natural:
Encontra-se previsto no art. 5º, LII, da CF: “ninguém
será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente”. Há, ainda, outra previsão
constitucional que se liga diretamente ao juiz natural,
no art. 5º, XXXVII: “não haverá julgamento ou
tribunal de exceção”.
Previsão no Pacto de São José da Costa Rica, que
prevê em seu art. 8º que ”toda pessoa terá o direito
de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de
um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal
competente, independente e imparcial,
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de
qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
na determinação de seus direitos e obrigações de
caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra
natureza.”
Três garantias que decorrem do juiz natural:
a) deletar de proteção dos tribunais de exceção, ex
post facto;
b) garantia do juiz competente;
c) somente os órgãos pela Constituição Federal (não
é comumente mencionado).
Princípio do nemo tenetur se detegere
(Princípio da não autoincriminação)
Art. 5º, LXIII: ”o preso será informado de seus direitos
entre os quais o de permanecer calado (...)”.
Pacto de São José da Costa Rica, que prevê, no art,
8º, 2, g: “direito de não ser obrigada a depor contra
si mesma, nem a confessar-se culpada”.
- aviso de miranda (caso em que o réu não foi
advertido sobre o seu direito de permanecer em
silêncio, ou seja, direito da não autoincriminação).
- prova invasiva (ação do próprio réu, fornecimento
de algo por parte dele). Não pode ser usada como
prova, caso haja recusa para criação de prova.
- interrogatório (não é obrigado a responder
nenhuma pergunta)
- mentir (não há consequência, diferente dos EUA,
por exemplo. Criação de fatos - A testemunha não
pode)
- alterar local do crime (não é possível alegação de
não autoincriminação neste caso).