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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL – M

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CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


PACTO DE SAN JOSÉ
II Guerra Mundial
 Necessidade de sistemas jurídicos mundiais
a) Artigo 5 da CADH
 4 – Prisõ es separadas para processado e condenadas
 6 - Finalidade essencial da PPL. Reforma e readequaçã o dos presos.
b) Artigo 6 da CADH
 Proibiçã o de Trabalhos Forçados – Nã o constitui trabalho forçado
à queles decorrentes da sentença, bem como o serviço militar.
c) Artigo 7 da CADH - Direito a Liberdade das Pessoas
 2 – Ninguém pode ser privado da liberdade, salvo os casos
determinados em cada Constituiçã o.
 3 – Ninguém pode ser submetido à detençã o ou encarceramento
arbitrá rio.
 5 – Toda pessoa detida, deve ser conduzida, sem demora, a presença de
um juiz, a fim de avaliar a possibilidade de sua liberdade, que pode ser
condicionada a garantias que assegurem seu comparecimento em Juízo.
 6 – Toda pessoa privada de liberdade deve ter sua decisã o
fundamentada.
 7 – Ninguém deve ser detido por divida, exceto decorrente de divida
alimentar.
d) Artigo 8 da CADH – Garantias Jurídicas
 1 - Toda pessoas tem o direito de ser ouvida, em prazo razoá vel, por
um juiz ou tribunal.
 2 - Toda pessoas acusada de um delito, tem o direito de que se presuma
a inocência, e terá o direito em processo, à s garantias mínimas:
 Ser assistido por tradutor ou interprete.
 Comunicaçã o prévia da acusaçã o formulada.
 Concessã o de tempos e meios para preparaçã o de sua defesa.

BRASIL – Estado Constitucional Convencional Democrático De Direito


 O Brasil é um estado constitucional democrático, pois possui uma constituiçã o
democrá tica, feita por uma assembleia nacional constituinte em 1986, convocada pelo
entã o Presidente José Sarney, composta por deputados e senadores, sendo
promulgada em 05/10/1988.
 O Brasil é um estado convencional. A 2ª Guerra Mundial foi de 1939 a 1945, sendo
que apó s ela, o mundo se dividiu em naçõ es capitalistas e naçõ es socialistas. Apó s a 2ª
Guerra, foi criado em 1946 o Tribunal de Nuremberg, em que os vencedores julgaram
os vencidos. Essa situaçã o causou a necessidade sistemas jurídicos mundiais. Apó s
1950, mundo tornou-se globalizado, criando a necessidade de um sistema jurídico
globalizado.
 Em 1979, países se reuniram na Costa Rica, e criaram a Convençã o Americana de
Direitos Humanos, ou seja, uma legislaçã o internacional (interamericana). O Brasil nã o
foi signatá rio em sua criaçã o, sendo que ele só assinou o Pacto em 1992, por iniciativa
do entã o Presidente Fernando Collor de Mello. A partir desse momento, a CADH
passou a fazer parte do mundo jurídico brasileiro. É uma legislaçã o extravagante que
possui cará ter e eficácia infraconstitucional (está abaixo da CF, mas acima dos
Có digos), sendo que se aplica a todos os países da América.
 É democrá tica pelo fato da ??????.

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Artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos


 Artigo 5 da CADH
a) 5.4 - Prisões separadas para processado e condenadas: Processados sã o
aqueles que cumprem prisã o cautelarmente. Condenados sã o aqueles que
devem ter decisã o desfavorá vel transitada em julgado.
b) 5.6 - Finalidade essencial da PPL. Reforma e readaptação dos presos: Os
Direitos Humanos nã o aceita somente a puniçã o, sendo apropriada a reforma e
readaptaçã o. A puniçã o tornou-se uma finalidade subsidiá ria (acessó ria).
 Artigo 6 da CADH
a) Proibição de Trabalhos Forçados: Pelo CADH, o trabalho do detento é
sempre um direito, jamais uma obrigaçã o. Nã o constitui trabalho forçado
à queles decorrentes da sentença, bem como o serviço militar.
 Artigo 7 da CADH – Direito a Liberdade das Pessoas
a) 7.2 – Ninguém pode ser privado da liberdade, salvo os casos
determinados em cada Constituição: Determina que devem ser abordadas
nas constituiçõ es sobre prisã o. No Brasil, a CF tem aproximadamente 2/3 de
conteú do desnecessá rio, sendo prolixa.
Em matéria de prisã o, nã o versa sobre o assunto, sendo abordado no CPP, nos
art. 312 (e ss ???). De acordo com CADH deveria ser abordado na CF, mas é
abordado no CPP.
o 7.3 - Ninguém pode ser submetido à detenção ou encarceramento
arbitrário: Nã o é permitida a prisã o arbitrá ria (arbitro emite decisã o
irrecorrível – ex: juiz de futebol. Juiz emite decisã o recorrível). Decisã o
arbitrá ria é aquela sem fundamentaçã o, que gera prejuízo irrepará vel para a
defesa, pois assim o advogado nã o possui parâ metros para fazer a defesa,
ocasionando, consequentemente, cerceamento de defesa.
o 7.4 - Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da
detenção e notificada, sem demora, da acusação ou das acusações
formuladas contra ela: A pessoa tem o direito a informaçã o das razõ es de sua
detençã o (No direito brasileiro, se personifica na Nota de Culpa), inicial ou
imediatamente, com direito posterior, sobre a acusaçã o.
o 7.5 - Toda pessoa detida, deve ser conduzida, sem demora, a presença de
um juiz, a fim de avaliar a possibilidade de sua liberdade, que pode ser
condicionada a garantias que assegurem seu comparecimento em Juízo:
De acordo com principio da razoabilidade, tem que ser apresentado o mais
breve possível em juízo, sendo no direito brasileiro, as “audiências de custó dia”
ou como seria o correto “audiência de apresentaçã o”, pois custó dia significa
proteger ou cuidar. A finalidade audiência de custó dia é a apresentaçã o do
preso em juízo, sendo que a liberdade pode ser condicionada, de acordo com a
Lei 12403/2011, por medidas cautelares diversas da prisã o.
o 7.7 – Ninguém deve ser detido por divida, exceto decorrente de divida
alimentar:

Artigo 8º - Garantias Judiciais


O CADH está abaixo da CF, mas acima do CP e do CPP. É de cará ter supralegal.
1) Ser ouvido em prazo razoável (principio da razoabilidade)
O prazo razoá vel, deve ser considerado pelo principio da razoabilidade. O tempo é
relativo, pois para uma pessoa ele é rá pido, e pra outra ele passa devagar. A impressã o
do tempo é pessoal, pois é sentido em particular, pela pessoa. O tempo do processo
nã o pode ser nem tã o rá pido, nem tã o moroso; ele deve ter o tempo necessá rio para
que as fases do processo possam ocorrer com a devida “funcionalidade” normal.

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Se o processo demorar muito, causa sofrimento ao acusado, porque “julga outra


pessoa”.
- Por um juiz competente – Juiz Natural – Tribunal de Exceçã o
O réu deve ser julgado por um juiz natural, que já exista antes da ocorrência do FAD. É
um juiz pré fato, o chamado “juiz natural”. Nã o é possível ser julgado por um juízo
criado a posterior. Se isto ocorrer, cria-se um tribunal de exceçã o. Ex.: Tribunal Penal
de Nuremberg – tribunal de guerra.
- Juiz Imparcial: Terzieta / Desviculado das partes
O Juiz deve ser imparcial. Pré-julgamento ocasiona parcialidade. O Juiz deve ser
desvinculado do processo, e afastado das partes. Terzietá : Juiz Neutro, sendo um juiz
“interpars”??? e “suprapars”
2) Ser tratado como inocente
Ser tratado como inocente é dever de tratamento, sendo obrigató rio que o réu seja
tratado como inocente.
- Com tempo suficiente para a defesa
É necessá rio tempo suficiente para que seja preparada a defesa. O reu deve ser
citado/intimado, de acordo com a doutrina, com antecedência mínima de 10 dias
(prazo tem que ser suficiente).
- Deve ter a possibilidade de oferecer defesa pessoal (renunciá vel/disponível) e
técnica (irrenunciá vel/indisponível).
- Direito de inquirir testemunhas (postura ativa)
Direito de inquirir testemunhas, ou de acordo com a doutrina ________ (Postura pró -
ativa). É o direito de perguntar a todas as testemunhas.
- Nã o produzir provas contra si – Produçã o de prova é Direito ou Obrigaçã o
Direito de nã o produzir provas contra si, ou seja, o principio da nã o incriminaçã o
(nemo tenetur se detegere). Produzir prova é um direito, e nã o uma obrigaçã o.
Entretanto, a defesa é um direito.
3) Confissão ser válida
- Somente sem coaçã o. - coaçã o – espécies: 1) física 2) moral (riccato)
Confissã o para ser valida, somente se nã o houver coraçã o. Essa coaçã o pode ser física
(vis absoluta), e moral (vis relativa), que ocorrer através do riccato (chantagem).
4) Revisão criminal apenas pró-reu
Em caso de condenaçã o transitada em julgado, surgindo fato novo, cabe ao réu entrar
com uma açã o de revisã o criminal, para fazer reanalise. Nã o pode a revisã o ser
promovida pela Estado, em detrimento do “pro-societa”.
5) Processo Público – Exceções
O processo é pú blico, mas existem exceçõ es: 1) quando determinado pelo juízo (ex.:
havendo risco, a instruçã o do processo torna-se sigilosa). 2) Quando envolve menor de
14 anos. 3) Na votaçã o do Conselho de Sentença, no Juri.

ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA – LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013

Evolução do Direito Penal


Nasceu da evoluçã o do Direito

Planos
b) Bens Jurídicos tutelados
 Bens jurídicos individuais
 Bens jurídicos coletivos
O direito, no final da década de 80, passou a defender, além dos bens
jurídicos tutelados individuais (vida, etc), também os bens jurídicos

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tutelados coletivos (ofendidos por crimes como trá fico de drogas, formaçã o
de quadrilha, terrorismo, lavagem de dinheiro).
c) Perfil do acusado
 Delito por pessoa individualizada
 Delito de criminalização paralela ao poder do Estado.
 Direito Penal da Criminalidade Diferenciada  Defesa do Estado
de Direito
A evoluçã o do perfil do acusado, mudando de ????, delitos de pessoas
individualizadas, para delitos de criminalizaçã o paralelo do Estado. O
direito penal da criminalidade diferenciada ocorre, porque atenta contra o
Estado de Direito
Convenção de Palermo – 2000 – Brasil - 2000
 Cooperação multinacional contra a criminalidade internacional
O movimento de proteçã o do Estado de Direito iniciou-se em 1980, mas somente
em 2000 ocorreu a Convençã o de Palermo, sendo que o Brasil passou a ser
signatá rio somente em 2004. Sã o 147 países signatá rios da Convençã o de Palermo.
Ela visa combater o crime organizado, através da cooperaçã o multinacional contra
a criminalidade internacional.

Requisitos para a criminalidade organizada.


 Associação de 4 ou mais pessoa (societas sceleris)
Para a jurisprudência até 2.
Associaçã o (uniã o conjunta de pessoas), existindo 2 espécies: a eventual e a
permanente:
a) A eventual ser caracteriza pelo concurso de pessoas
b) A permanente gera a criminalidade organizada, também chamada de societas
sceleris. Pode durar 1 mês, 1 ano, etc. Necessita de no mínimo 4 pessoas,
entretanto a jurisprudência aceita a partir de 2. Para a prova é 4 !
 Animo associativa não eventual
Animo nã o imediato ou eventual. Sociedade por tempo indefinido.
 Estrutura ordenada que se caracterize pela divisão de tarefas
Existe ordem na estrutura do crime, com a divisã o de tarefas. Existe hierarquia.
 Fim de obtenção de vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
crime.
Tem por finalidade a obtençã o de vantagem, geralmente econô mica (podendo ser
vantagem politica, social, sexual, poder, etc). Nã o precisa ser econô mica.
 Crimes punidos com pena máxima superior a 4 anos, ou se internacional, em
qualquer pena.
Nã o cabe contravençã o. Termo correto seria delito. O jogo do bicho nã o entra nessa
situaçã o, por tratar-se de Contravençã o. Possivelmente ficou de fora, por “lobby).

 Bem Juridico Tutelado:


É chamado bem jurídico mú ltiplo. Protege a Paz Pú blica (porque o crime é contra o
Estado Democrativo de Direito e a Coletividade, pois é crime promovido por um
estado paralelo ao “democrá tico”) e Administraçã o da Justiça (porque interfere na
Justiça. Ex.: armas, trafico, etc)
 Tipo Objetivo - Elementos
a) Promover (gerar, provocar, fazer propaganda), ou
b) Constituir (criar forma), ou
c) Financiar (prover ou aportar recursos, em $$$), ou
d) Integrar (participar como membro da organizaçã o criminosa, fazer parte).
 Tipo Subjetivo

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 Dolo. Vontade praticar a conduta criminosa. Jamais ocorre de forma culposa,


sendo sempre dolosa, bastando a pratica de uma das condutas (mú ltiplo
alternativo – vá rios elementos, mas basta o cometimento de 1 só )

DELAÇÃO PREMIADA - Seção 1, Artigos 4 a 7 da Lei 12850/2013

ESTRUTURA
Foi uma das primeiras oportunidades de acordo no Direito Brasileiro. Trata-se da
Colaboraçã o Premiada. No Brasil prevalece o processo penal contencioso. Em 1995,
iniciou-se no Brasil o Direito Negocial, com o advento da Lei 9.099/95

Direito Penal moderno:


 Criminalidade tradicional: inegocial
 Criminalidade moderna: Roxin
 Crimes menores
 Penal – Pú blico – Parcialmente provado

1) O Juiz poderá conceder (requisitos da Delação)


 Perdão Judicial
Previsto no artigo 120 do CP - ???? – princípio da inderrogabilidade da pena
(necessidade da pena) - O Estado-juiz nã o pode deixar de aplicar e executar a
pena ao culpado pela infraçã o penal
Existe 2 exceçõ es:
Perdã o Judicial no caso de sofrimento do réu (somente em crimes culposos,
quando a pena é desnecessá ria (caso da mãe que atropela o filho e mata.
Principio da bagatela ou insignificâ ncia (furto de um isqueiro). É o caso em
que o bem jurídico é tã o mínimo, que nã o vale a pena mover o Estado, pela
insignificâ ncia.
 Redução da pena em até 2/3
 Substitui pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito

2) Daquele que:
 Tenha colaborado efetiva e voluntariamente (vontade livre, sem qualquer
coaçã o) – Pode ser proposta/oferecida pela outra parte +
 Com a investigaçã o do processo (colabora com a investigaçã o – Inquérito
policial ou açã o penal) +
 Seja colaboraçã o efetiva e nã o inó cua (seja eficaz, trazendo alguma prova ou
indicio novo)

Natureza Jurídica
 Acordo – Direito Negocial
 Entre acusado e MP
 Em que o Juiz apenas homologa (participaçã o do juiz é de “garantidor do direito”).
O Juiz pode homologar, de ?????, o acordo de delaçã o premiada. O processo legal
gem por finalidade a pena ou condenaçã o? A finalidade do processo justo é a
decisã o justa para o réu (Gustavo Badaró ).
A finalidade do Processo Penal é um processo justo, e nã o uma condenaçã o. A
colaboraçã o é uma exceçã o ao principio da necessidade da pena. Pode ocorrer a
imunidade.

Imunidade na Delação Premiada – São cumulativos

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 Requisitos (para que o MP deixe de apresentar denuncia)


1. Nã o for o líder da organizaçã o (líder da organizaçã o nã o pode ter esse
beneficio).
2. For o primeiro a prestar efetiva colaboraçã o. Exceçã o ao principio da
legalidade  principio da oportunidade. A colaboraçã o precisa ser efetiva.

Renuncia ao Direito de Silêncio


 Colaborador renuncia ao principio do Nemo Tenetur (nã o auto incriminar-se –
defesa é um direito).
 Se mentir, ocorre o cometimento do crime de perjú rio – art. 19. O artigo 18 da Lei
cria o crime de perjú rio (vindo da common law, onde a defesa é uma obrigaçã o).
As provas apresentadas no processo tem que ser verdadeiras.

Em todos os atos da Delaçã o, a presença do advogado é indispensá vel, pois funciona como
um negociador do delator (além de advogado)
Sentença condenató ria fundada exclusivamente na delaçã o nã o existe. É necessá rio outros
elementos de prova.

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