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26 de out.

de 2023 | Aula de Prática Forense Penal

HABEAS CORPUS

1. Conceito e natureza jurídica (CFRB/88, art. 5º, LXVIII)

Instrumento por excelência da advocacia criminal. Possui suas


origens históricas mais remotas na Inglaterra por meio de um
instrumento chamado “habeas corpus subgiciendum”. O habeas
corpus é ter o corpo do preso na presença do juiz para ele decidir sua
legalidade.
Sua primeira presença foi na Constituição da República Velha, em
art. 1891. Foi suspensa no AI-5: crimes políticos, crimes contra a
segurança nacional, contra a economia popular e contra
O HC tutela a liberdade de ir e vir. É um direito fundamental
individual. Não é recurso, não possui características próprias de
recurso. Recurso pressupõe a falta de coisa julgada. O HC pode ser
impetrado após o trânsito em julgado.

O recurso, quando interposto, traz um mero desdobramento da


relação jurídica que já existe no processo de origem. O HC, quando
impetrado, cria uma nova relação jurídica, diferente do processo de
origem. O recurso pressupõe um processo judicial em andamento, o
HC não pressupõe um processo judicial em andamento. Cabe HC
contra decisões administrativas, contra atos de delegado de polícia,
por exemplo. Em fase de inquérito.

Art. 647, CPP. Não tem natureza jurídica de recurso. É uma ação
constitucional, de ação autônoma, que tutela locomoção de
indivíduo contra abuso de autoridade.

Cabe o HC como uma ação de conhecimento constitutiva.


2. Espécies:
a. Liberatório/repressivo (CPP, art. 648)
Ex. HC quem está preso ilegalmente. Quando o constrangimento
ilegal está consumado.
b. Preservativo (CPP, art. 660, §4º) - Quando está na iminência de
sofrer o constrangimento ilegal, mas ainda não sofreu. Nome: salvo
conduto.
3. Condições da ação:
a. Cabimento (art. 142 , §2º da CFRB/88)
b. Interesse de agir (s. 693 e 695, STF)
É preciso ter certeza que é a única via a atacar esse ato. O HC deve
trazer algum benefício prático para o autor da ação.
Não cabe HC contra pessoa que está condenada apenas à multa, pois
não há restrição à liberdade de locomoção.
Não vale, também, para a pessoa que já cumpriu sua pena e está
extinta a ação. Não está em risco a locomoção.

c. Legitimidade das partes

A pessoa que está sofrendo o constrangimento legal:


paciente/impetrante
O “réu” é a autoridade coatora.
O impetrante pode ser qualquer pessoa - é uma verdadeira ação
popular.
Pode ser incapaz, analfabetizada, PJ, brasileiro, estrangeiro. Não
precisa ter capacidade postulatória.
Não pode ser paciente uma PJ, porque a pessoa jurídica é uma ficção
jurídica criado pelo Direito.

4. Tendência limitadora (STF, HC 109.956)


5. HC Coletivo (STF, HC 143.641 e 165.704)
O HC tinha que ser a favor de uma pessoa individualizada. Primeiro HC
coletivo são mães de crianças deficientes. É uma criação judicial com base
em uma aplicação analogica, art. 12 da lei do mandado de injunção
(injunção coletiva)

6. Requisitos formais (CPP, art. 654, §1º)

Exige que o HC seja impetrado no idioma oficial da Língua Portuguesa. O


entendimento dos tribunais é que o Brasil só tem um idioma oficial. O HC
tem que ser impetrado escrito, idioma nacional e deve ter menção ao nome
do paciente. Deve ter a assinatura e a residência do impetrante. Não deve
ser conhecido o HC de forma anônima, porque a CFRB/88 veda o
anonimato. Se faltar um desses requisitos formais, o Poder Judiciário pode
negar de forma liminar.

7. Cabimento (CPP, art. 648).

Anotações

Ações necessárias

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