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CENTRO UNIVERSITÁRIO

TIRADENTES – UNIT/AL

DISCIPLINA: TEORIA DA PENA

Profª.: Mariana Falcão


PENA: É a sanção de caráter aflitivo como forma de retribuição e
prevenção de novos ilícitos, após o devido processo legal.

Art. 5º, XLVII da CF/88 - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,


XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
FUNDAMENTO DE VALIDADE DAS PENAS:
Art. 5º, XLVI da CF/88: A lei regulará a individualização da pena e
adotará, entre outras, as seguintes (Art. 32 do CP: privativas de
liberdade, restritivas de direitos e multa)
a) Privação ou restrição de liberdade
b) Perda de bens
c) Multa
d) Prestação social alternativa
e) Suspensão ou interdição de direitos

Art. 5º, LIV da CF/88 – Ninguém será privado de sua liberdade ou de


seus bens, sem o devido processo legal.
Alguns Princípios Norteadores da Pena
 
1 – Princípio da Legalidade (ou da reserva legal)
Nulla poena sine lege
Art. 5º, XXXIX , CF “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;”
 
2 – Princípio da Anterioridade.
A pena deve está prevista (cominada) antes da prática delitiva.
Última parte do inciso XXXIX, art. 5º da CF
 
3 – Princípio da Responsabilidade Pessoal / Intranscendência / Personalidade.
Art. 5º, XLV da CF – “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo
a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
do valor do patrimônio transferido;”
 
4 – Princípio da Inevitabilidade (ou Inderrogabilidade)
Tal aplicação poderá ser aliviada pelos os institutos: perdão judicial,
sursis etc.
 
 
5 – Princípio da Intervenção Mínima.
Estrita necessidade da aplicação da pena quando da violação do bem
jurídico protegido.
 
6 – Princípio da Humanidade / humanização da pena.
Ficam vedadas as penas que violem a integridade física ou moral do
ser humano.
Art. 5º, XLIX da CF – “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
moral;”
 
7 – Princípio da Proporcionalidade.
Nesse caso, deve haver proporcionalidade entre o fato praticado pelo
sujeito (crime) + grau da sanção imposta + aspectos subjetivos do condenado.
 
8 – Princípio da Individualização da Pena.
Art. 5º, XLVI – “a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:a) privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa; d)
prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;”
 
FINALIDADES DA PENA: castigar, readaptar e evitar.

1. TEORIAS ABSOLUTAS: retribuir. Pena busca valores


absolutos – fim em si mesma. Exemplos:
a) REALIZAÇÃO DA JUSTIÇA – Kant – Retribuição moral
fundada na culpabilidade e livre-arbítrio. Ao mal do crime, o mal
da pena. Resulta igualdade e Justiça.
b) REALIZAÇÃO DO IMPÉRIO DO DIREITO – Hegel.
Pena: finalidade de retribuição jurídica. Delito é um mal: negação
do direito. Pena: negação do delito. Negação da negação:
reafirmação do direito.
2. TEORIAS RELATIVAS: prevenir.

a) PREVENÇÃO GERAL NEGATIVA: Coação psicológica.


Exemplo para a sociedade para intimidar. Contra-estímulo.
b) PREVENÇÃO GERAL POSITIVA: Aplicação da pena
reforça o sentimento de confiança no sistema penal e no Estado.
Vigência da lei.
c) PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA: Dirige-se ao
infrator. Ressocialização no presídio ou medidas despenalizadoras:
sursis, livramento condicional, transação penal etc.
d) PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA: Inocuização ou
neutralização do infrator: evitar novos crimes do próprio infrator.
3. TEORIA MISTA OU UNIFICADORA/ECLÉTICA/
INTERMEDIÁRIA/CONCILIATÓRIA: adotada no CP Brasileiro –
Art. 59: “ (...) conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime.

Da Função social: a pena deve atender aos anseios da sociedade.


Espécies de pena e forma de cumprimento
Art. 32 do CP - As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.

Penas privativa de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples (LCP)


Penas restritivas de direito: prestação de serviço à comunidade, interdição
temporária de direitos, limitação de final de semana, prestação pecuniária e
perda de bens e valores (art. 43 do CP).
Pena pecuniária é a multa (art. 60 do CP).

*Cominação das penas: isoladamente, cumulativamente ou alternativamente


Art. 1º LICP - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de
multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
Obs.: Pena de prisão simples: Aplicada aos contraventores.

REGIMES PPL
1. regime fechado: a execução da pena em estabelecimento de
segurança máxima ou média.
2.regime semi-aberto: a execução da pena em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.
3. regime aberto: a execução da pena em casa de albergado ou
estabelecimento adequado.
Fonte: Portal R7
* Identificação do regime – Art. 33, §2º
a) o condenado à pena superior a 8 anos: regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não
exceda a 8: regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4
anos: regime aberto.

Súmula 269 do STJ: “É admissível a adoção do regime prisional


semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a
4 (quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. ”

Súmula 719 do STF: “A imposição do regime de cumprimento


mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação
idônea.”
Regime especial – Art. 37 : estabelecimento próprio para as
mulheres.

Direitos do preso – Art. 38 : O preso conserva todos os direitos não


atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades
o respeito à sua integridade física e moral. Lei 7.210/84.

Trabalho do preso – Art. 39: O trabalho do preso será sempre


remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência
Social.

Superveniência de doença mental - Art. 41 : O condenado a quem


sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.
STF garante prisão domiciliar a gestantes e mães de crianças que
estejam em provisória
Processo: HC 143.641

Art. 318. do CPP - Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela


domiciliar quando o agente for: (...)
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6
(seis) anos de idade ou com deficiência ; 
IV - gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de
até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos
requisitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016)
Art. 112 da Lei de Execução Penal

§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou


pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são,
cumulativamente:                
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;         
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;                
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;     
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor
do estabelecimento;          
V - não ter integrado organização criminosa. 
Detração – Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida
de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer
dos estabelecimentos prisionais.

Regressão
a) adaptação do regime: várias condenações.
b) por falta: prática de crime doloso ou falta grave e quando advém
nova condenação por crime anterior.

Remição: A remição consiste no resgate da reprimenda por meio do


trabalho/estudo desenvolvido pelo condenado.

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