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Espécies de penas
Os regimes são impostos segundo as regras do artigo 33, §2º, do Código Penal, que
determina o regime inicial conforme o mérito do condenado, observando-se também a
quantidade de pena imposta e a reincidência.
Vejamos:
• Regime fechado (artigo 33, §1º, "a" - CP): consiste no cumprimento da pena em
estabelecimento de segurança máxima ou média;
• Regime semiaberto (artigo 33, §1º, "b" - CP): consiste no cumprimento da pena em
colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
• Regime aberto (artigo 33, §1º, "c" - CP): consiste no cumprimento da pena em casa de
albergado ou estabelecimento adequado.
• Regime especial (artigo 37 do CP): consiste no cumprimento da pena por mulheres em
estabelecimento próprio e adequado às suas necessidades, conforme distinção de
estabelecimento, neste caso quanto ao sexo, exigido na Constituição Federal em seu art.
5º, XLVIII.
Regressão
Oposto da progressão, a regressão de regime é uma regra prevista no artigo 118 da LEP,
que transfere o condenado de um regime para outro mais rigoroso.
Em contrapartida do que ocorre com a progressão, é a admitida a regressão per saltum, ou
seja, o condenado pode ser transferido do regime aberto para o fechado, independente de passar
anteriormente pelo regime semiaberto.
Direitos do preso
O artigo 38 do Código Penal estabelece:
"O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a
todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral".
Trabalho do preso
O Código Penal dispõe no artigo 39:
"O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da
Previdência Social".
O trabalho, segundo a Lei de Execução Penal (artigo 31), é obrigatório, mas não forçado.
Deve trabalhar o condenado que almejar conseguir
benefícios durante o cumprimento da pena, tendo em vista poder a sua recusa configurar falta
grave (artigo. 51, III, c/c art. 39, V, da Lei de Execução
Penal – Lei nº 7.210/84) e, consequentemente, o impedimento à progressão de regime e ao
livramento condicional.
Remição
A remição, prevista no artigo 126 e seguintes da Lei de Execução Penal, é instituto que
estabelece ao condenado a possibilidade de redução da pena pelo trabalho ou estudo.
Na remição pelo trabalho desconta-se 1 dia de pena a cada 3 dias trabalhados.
Na remição pelo estudo, à razão de 12 horas de frequência escolar (atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, incluindo-se requalificação
profissional), são divididas em, pelo menos, três dias. A conclusão de ensino fundamental,
médio ou superior, durante o
cumprimento da pena, permite o acréscimo de 1/3 no tempo a remir (artigo 126, § 5º, da LEP).
Normalmente, o direito à remição envolve os presos em regime fechado ou semiaberto.
O juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido, em caso em falta grave.
O tempo remido deve ser computado como pena cumprida para todos os efeitos (artigo 128 da
LEP).
Detração
A detração está prevista no artigo 42 do diploma penal:
"Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer
dos estabelecimentos referidos no artigo anterior".
Resume-se em abater da pena privativa de liberdade e na medida de segurança (artigo
96 do CP) o tempo de permanência em cárcere durante o processo, em razão de prisão
preventiva, em flagrante, administrativa ou qualquer outra forma de prisão provisória.
Se alguém foi condenado a 6 anos e 8 meses e permaneceu preso por 5 meses no decorrer
do processo, terá que cumprir uma pena de 6 anos e 3 meses.
A detração pode ser aplicada em qualquer regime.
Também é possível sua aplicação quando a pena for substituída por penas restritivas de
direito, já que o tempo de cumprimento desta pena permanece o mesmo ainda que seja para
substituir a pena privativa de liberdade.