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Legislação Penal Especial 2

Lei de Execução Penal


Aulas 3, 4 e 5
Prof. Dr. José Eduardo L. dos Santos
10 – HUMANIZAÇÃO DA EXECUÇÃO PENAL: o princípio
da humanização é adotado no art. 5º, XLVII da C.F..
Também existe a previsão legal na Lei de Execução
Penal, em seu artigo 3º, no entanto, na prática o Estado
tem deixado de lado a necessária humanização.

11 – GARANTIAS PROCESSUAIS MÍNIMAS: o art. 2º da


LEP – contraditório, ampla defesa, duplo grau de
jurisdição, direito à prova, ao devido processo legal,
etc.
12 – APLICAÇÃO DA LEP AO PRESO PROVISÓRIO:
se recolhido em estabelecimento penitenciário,
ainda que separado dos demais, deve se
submeter às mesmas regras destes, desde que
compatíveis com sua prisão art. 2º, § único. Tem
inclusive direito de trabalhar e à progressão de
regime.
13 – FALTAS DO CONDENADO:

Conforme os artigos 49, 50 e 51 da LEP, as faltas disciplinares se dividem


em leves, médias (legislação local) e graves (fazer leitura).
- Apuração das faltas e sanções: citadas faltas devem obediência ao princípio
da legalidade, logo, nenhum detento poderá ser punido sem que esteja
previamente prevista na lei, sua conduta como uma falta. As normas
disciplinares do estabelecimento penitenciário, às quais o sentenciado ficará
sujeito, devem ser a ele comunicadas assim que se dê sua entrada no local.

O poder disciplinar cabe a autoridade administrativa, devendo o juiz da


execução da pena ser comunicado das faltas graves que ocorrerem, para
produzir reflexos na individualização executória da pena, podendo implicar em
regressão de regime, perda de dias remidos, impedimento de saída
temporária, etc (art. 48, § único da LEP).
Para apurar, registrar a falta e impor a devida sanção, é
preciso instaurar procedimento administrativo, assegurada
ampla defesa ao condenado, finalizando com decisão
motivada (art. 59 da LEP). Deve o condenado ter a
possibilidade de se manifestar, dando sua versão dos fatos e
indicando provas e fontes das mesmas, tratando-se de
procedimento administrativo, onde, segundo Nucci, se torna
desnecessária a presença constante de um defensor, além do
que o juiz da execução terá acesso ao mesmo, o qual poderá
rever a sanção, bem como todo o procedimento.
As sanções disciplinares se encontram nos artigos 53, 54
e 58 da LEP.
14 – ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL:

Estão indiciados no artigo 61 da LEP (arts.


64, 70, 72, 74, 75, 79, 81).
15 - COMPETÊNCA DO JUIZ DA EXECUÇÃO CRIMINAL:
As suas atribuições se encontram no artigo 66 da LEP, sendo algumas de
natureza administrativa e outras de natureza jurisdicional (ler).
Os incidentes da execução não constituem um numerus clausus. Sua
taxatividade, no ordenamento jurídico brasileiro é demonstrada pela existência
de institutos como a unificação de penas, a reabilitação, a comutação. E a
jurisprudência do STF tem considerado incidente da execução o destinado à
adaptação das sentenças condenatórias passadas em julgado a lei mais
benigna.
A aplicação da lei penal posterior que, de algum modo, beneficia o
sentenciado é uma decorrência de garantia constitucional. Transitada em
julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação
da lei mais benigna (Súmula 11 do STF). Portanto, o juiz da execução pode
alterar substancialmente o conteúdo da anterior sentença condenatória. Tal
aplicação também pode ocorrer em nível de segundo grau.
O Ministério Público: ele é parte no processo
executório – art. 67 da LEP. Trata-se de parte parcial,
pleiteando contra os interesses do condenado,
segundo Nucci. Em tal condição, deve sempre ter vistas
dos autos para que se manifeste, pleiteando o que
entender pertinente (regressão, por ex.). O rol de
atribuições do MP na execução penal é apenas
exemplificativo, e não taxativo.

Defensoria Pública: artigo 81 da LEP.


16 - ESTABELECIMENTO PENAIS:

São os lugares apropriados para o cumprimento da pena nos


regimes fechado, semiaberto e aberto, bem como para as medidas
de segurança. Servem ainda, exigindo-se a devida separação, para
abrigar presos provisórios. Mulheres e maiores de sessenta anos
devem ficar em locais especiais – art. 82 da LEP. Demais requisitos se
encontram no artigo 82 da LEP.
Determina o artigo 84 que os presos provisórios fiquem
separados dos condenados definitivos e, dentre estes, deve haver
divisão entre os primários e os reincidentes. Deve ainda a lotação do
presídio ser compatível com sua estrutura e finalidade, sendo este
um ponto falho do sistema real – art. 85.
O artigo 86 prevê autorização para que o preso cumpra
sua pena em unidade federativa diversa daquela onde tem
origem a sua sentença.
Fazer a leitura dos artigos 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93 (36
do CP), 96, 99, 100, 102.
Com relação a Casa do Albergado, outra falha diante da
realidade, pois, segundo a lei, cada região deve contar com
uma dessas casas, as quais terão local reservado para
palestras e cursos.
Atualmente as cadeias públicas tem sido substituídas
por centros de detenção provisória, com maior número de
vagas e estrutura semelhante a de um presídio.
17 - INÍCIO DA EXECUÇÃO DA PENA E SEU DESENVOLVIMENTO:

Tratam em especial do assunto os artigos 105, 106, 107. É de


ressaltar que ninguém ser recolhido, para cumprimento de pena privativa
de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
Outro ponto que chama a atenção, causado por alteração
legislativa, lei 10.792/03 e posteriormente lei 13.96419, é de que o artigo
112 foi modificado, de forma que se banalizou o processo de
individualização executória da pena, uma vez que se exige o simples
atestado de boa conduta carcerária, para a passagem entre os regimes de
cumprimento de pena, permitindo um esvaziamento do cárcere, por não
mais se exige o exame criminológico e nem o parecer da Comissão
Técnica de Classificação.
Do regime fechado (artigo 34 do CPB)

Quando condenado ao regime fechado, o preso deve ser


submetido a exame criminológico de classificação para
individualização da pena, logo no início do cumprimento da
pena (trata-se de exame biopsicossocial para melhor
conhecimento da personalidade do preso, a fim de se
escolher a melhor pena a ser aplicada ou para orientar sua
execução). Exceto quando imposto por lei, deve o juiz
fundamentar a escolha de tal regime.
O condenado deve trabalhar durante o dia e ficar isolado
durante o repouso noturno. O trabalho deve ser realizado dentro do
estabelecimento prisional, conforme as aptidões do condenado.
Excepcionalmente se permite que o trabalho ocorra em serviços ou
obras públicas fora do presídio – art. 34, parágrafos 1º e 2º.
Segundo o artigo 28 da LEP, o trabalho do condenado relaciona-
se ao dever social e a dignidade humana, tendo finalidade educativa
e produtiva, tendo duração entre 6 e 8 horas, com descanso aos
sábados e domingos.
Quem não cumpre com o dever de trabalhar incorre em falta
grave - exceção ao preso político e ao provisório, que não são
obrigados a tanto.
O trabalho fica submetido às regras da previdência
social e tem que ser remunerado (nunca inferior a três
quartos do salário mínimo). Deve o produto dessa
remuneração ser aplicado para indenizar os danos causados
pelo crime, à assistência familiar e no ressarcimento ao
Estado pelas despesas realizadas com sua manutenção. Deve
o trabalho respeitar as aptidões ou ocupações anteriores do
condenado, desde que compatíveis com os objetivos da
pena.
O cumprimento da pena em regime fechado deve ocorrer em
penitenciária, alojado o condenado em cela individual, com sanitário e
lavatório, com área mínima de seis metros quadrados (art. 87 e 88 da
LEP), não devendo a pena ser cumprida em cadeia pública, destinada a
presos provisórios.

Trabalho externo: somente é admitido em serviço ou obras públicas


realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, via de regra;
eventualmente, pode ser feito em entidades privadas, desde que sob
vigilância. Esse trabalho será remunerado e, quando for realizado em
entidades privadas, dependerá do consentimento expresso do preso. Para
ser autorizada essa modalidade de trabalho torna-se indispensável o
cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena (arts. 36 e 37 da LEP).
Prisão domiciliar: (artigo 117 da LEP)

Admitida nos seguintes casos: condenado


maior de 70 anos de idade; condenado com
doença grave; condenada com filho menor ou
deficiente físico ou mental; condenada gestante.
O juiz poderá determinar o monitoramento
eletrônico nesses casos. Alguns defendem que se
trata de rol meramente exemplificativo.
Regime disciplinar diferenciado - RDD: (lei 10.792/03, alterada
pelo pacote anticrime, artigo 52 da LEP) é caracterizado por:
- aplicação ao condenado que praticar falta grave, considerada crime
doloso (apesar de ser mais voltado aos membros de organizações
criminosas). Pode ser, ainda, aplicado a todos os presos que
apresentem risco à ordem e segurança do estabelecimento penal ou
da sociedade, ou sobre os quais recaiam fundadas suspeitas de
envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
independentemente da prática de falta grave;
- duração de dois anos, podendo ser renovado se praticar falta grave
da mesma espécie, ou continue a representar risco, pelo período de
1 ano, podendo ser renovado a cada ano;
- recolhimento em cela individual;
- direito a visitas quinzenais, sem contato direto, com
duração máxima de 2 horas, as quais serão monitoradas
(exceto no caso do advogado);
- saída para banho de sol por duas horas, podendo ser em
grupos de até 4 presos, desde que não sejam do mesmo
grupo criminoso;
- fiscalização da correspondência;
- audiências, preferencialmente por videoconferência;
Obs. caso a organização criminosa, associação ou milícia
privada atuem em mais de 1 Estado, deve ser cumprido em
presídio federal.
Do regime semiaberto (artigo 35 do CPB)

Deve ser cumprido em colônias agrícolas ou industrial,


ou estabelecimento similar. O condenado fica sujeito ao
trabalho durante o dia, podendo frequentar cursos
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
Admite-se trabalho externo, desde que haja merecimento do
condenado, sendo exceção.
Não há mais isolamento noturno.

O exame criminológico é facultativo.


O trabalho segue as mesmas regras do regime fechado.

As saídas, sem fiscalização direta, somente poderão ser


feitas para frequência em curso supletivo profissionalizante
ou de instrução de segundo grau ou superior, na comarca do
juízo de execução (bem como para visitas à família ou para
participação em atividades concorrentes para o retorno ao
convívio social).
Nos casos de presos que cumprem pena por crime
hediondo com resultado morte, tais saídas são proibidas (art.
122 da LEP).
Do regime aberto (artigo 36 do CPB)

Baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do


condenado. Depende da aceitação de seu programa e condições
impostas pelo juiz. Deve comprovar que está trabalhando ou
comprovar que o pode fazer de imediato, além de mostrar que irá se
ajustar a tal regime (antecedentes).
Deve o preso se recolher, durante o repouso noturno e nos dias
de folga, à Casa do Albergado, ou estabelecimento similar, sem
rigorismo de uma prisão, desenvolvendo atividades laborativas
externas durante o dia (cursos ou atividades autorizadas). A ausência
de Casa do Albergado, tem levado à utilização de prisão albergue
domiciliar.
Mulheres: artigo 37 do CPB.

Cumprem pena em estabelecimento próprio,


observando-se os deveres e direitos inerentes à
sua condição pessoal. A CF assegura à presidiária
permanecer com seu filho durante a
amamentação (art. 5º, L).
Direitos do preso (encontram-se previstos no artigo 5º,
XLIX da CF, art. 38 do CPB e art. 41 da LEP)

O sentenciado deve conservar todos os direitos não


englobados na sentença condenatória – art. 5º da C.F.
É preciso ultrapassar o entendimento desumano, que
tem estado mais ou menos implícito no sistema, de que a
perda da liberdade para o preso acarreta
necessariamente a supressão de seus direitos
fundamentais – Fragoso.
O artigo 41 da LEP dispõe quais são os direitos do
Observações sobre os Direitos do preso:

- direito à visita íntima: trata-se de polêmica, hoje prevista no artigo 41, X


da LEP;
- direito de cumprir pena no local de seu domicílio: não existe, devendo a
pena ser cumprida no lugar do cometimento do crime (embora a
proximidade da família facilite a recuperação);
- direito do preso a execução provisória da pena: pode o condenado a
pena privativa de liberdade executá-la provisoriamente, em especial
quando pretende a progressão de regime, pleiteando a passagem do
fechado para o semiaberto. Nucci entende que só é possível quando a
pena já tenha transitado em julgado para o Ministério Público, bem como
quando ele já está preso.
Não há possibilidade de se considerar absoluta qualquer direito
ou garantia individual, sob pena de outros direitos perecerem, como
o direito a segurança, também previsto na constituição. Diante disso,
a censura à correspondência do preso pode ser um meio de se
garantir a segurança do presídio e da sociedade.

No caso do preso provisório ou submetido a medida de


segurança, além do artigo 41 (artigo 42 da LEP), a qual ainda garante
a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado
ou submetido a tratamento ambulatorial, quando se cuidar de
medidas de segurança, por seus familiares ou dependentes, com o
objetivo de orientar e acompanhar o tratamento – art. 43 da LEP.
Direitos Políticos: durante o cumprimento da pena,
seja qual dor a sua natureza, não pode o sentenciado
votar e ser votado, ainda que não esteja em
estabelecimento fechado (em qualquer tipo de regime
ou de qualquer maneira. Já os presos provisórios
mantêm os direitos de votar e ser votado, mas, na
prática, não tem sido possível assegurar a eles o direito
ao sufrágio, em face da inviabilidade de instalação de
sessões eleitorais no interior dos presídios –
entendimento do TER de SP.
DEVERES DO PRESO: encontram-se estipulados no art, 39 da
LEP.
O principal dever é o de trabalhar, tendo função de
recuperação, disciplina e aprendizado para a vida em
liberdade. O trabalho forçado é constitucionalmente vedado,
mas não deixa o trabalho de ser obrigatório, sob pena de
falta grave (art. 50, VI da LEP).
O artigo 28 da LEP diz que o trabalho do preso não fica
sujeito a CLT.
Devem ainda ser analisados os artigos 29, 32, 33 e 36 da
LEP.
Superveniência de doença mental (artigo 41 do CPB)

Se ocorrer tal fato, deve o preso ser recolhido a hospital


de custódia e tratamento psiquiátrico ou, na falta, a outro
estabelecimento adequado. O tempo de internação
computa-se na prisão, ou seja, a pena é convertida em
medida de segurança até o tempo final da pena, quando
deve o preso ser colocado à disposição do juízo civil. Se a
doença for curável e passageira, não há necessidade de
conversão em medida de segurança, mas sim sua
transferência para tratamento no hospital adequado por
A detração penal:
Trata-se do abatimento na pena a ser cumprida, do tempo de
prisão já cumprida pelo condenado provisoriamente. O art. 42 do
CPB estabelece que se computam, na pena privativa de liberdade e
na medida de segurança, o tempo de prisão preventiva ou provisória,
no Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em hospital ou
manicômio. Provisória é aquela decorrente de prisão em flagrante,
ou a que é imposta por pronúncia, bem como a condenação de
primeiro grau, a prisão temporária e preventiva. Considera-se ainda
para tais fins a prisão domiciliar.
Preso provisoriamente enquanto aguardava o término de seu
processo, pelo período de um ano, por ex., condenado a 4 anos,
cumprirá apenas mais 3.
- No caso de prisão em processo diferente, por outro crime imputado à
mesma pessoa, de que tenha ela sido absolvida, se admite a detração
desde que se trate de outro crime anteriormente cometido (alguém é
processado por um crime e permanece em liberdade, mas vem a ser
processado por outro crime, sendo preso preventivamente e afinal
absolvido, computa-se na pena do processo pelo crime anterior à prisão
preventiva imposta no segundo). Trata-se de casos de absolvição, extinção
da punibilidade ou redução da pena em outro processo por crime
cometido anteriormente, mas com prisão decretada depois. Ex. o agente
cometeu um roubo, e meses depois praticou um furto, pelo qual ficou
preso preventivamente, caso seja absolvido do furto e condenado pelo
roubo, o tempo em que ficou preso pode ser abatido na condenação pelo
roubo. Se fosse o contrário, estaria se criando um crédito para o preso,
para ser utilizado no futuro.
- detração e multa: aplica-se por analogia, no desconto
da pena de multa o tempo de prisão provisória. Quem
foi preso preventivamente para, ao final, ser
condenado apenas à pena de multa, não terá nada a
cumprir.

- detração e regime inicial da pena: não deve a mesma


ser levada em conta para fixação do regime inicial,
valendo a condenação “oficial”.
A Remição penal (artigos 126 a 130 da LEP):

É o resgate da pena pelo trabalho e estudo, abatendo-se do


montante da condenação, periodicamente, desde que se constate
estar o preso em atividade laborativa e educacional.

a) pelo trabalho:
- abatimento de um dia da pena a cada 3 dias trabalhados;
- apresentar merecimento (inexistência de falta grave);
- cumprimento de 6 a 8 horas de trabalho, com descanso sábado e
domingo;
- apresentar atestado do presídio, sendo que o trabalho deve ser
reconhecido pelo estabelecimento;
b) pelo estudo:
- abatimento de um dia da pena a cada 12 horas de estudo
(presencial ou EAD), divididos no mínimo em 3 dias;
- impossibilitado por acidente, continua a se computar (também no
trabalho);
- pode cumular trabalho com estudo (devendo se compatibilizar os
períodos);
- se concluir estudo fundamental, médio ou superior, aumenta-se de
um terço o tempo remido.

c) Observações: se praticar falta grave, perderá o preso um terço do


tempo trabalhado ou de estudo; permitido em todos os regimes, seja
o preso definitivo ou provisório.
Lista de súmulas do STF:
Súmula vinculante 9 – O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de
Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o
limite temporal previsto no caput do artigo 58.
Súmula vinculante 26 – Para efeito de progressão de regime no cumprimento de
pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo
de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de
exame criminológico.
Súmula vinculante 56 – A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
Súmula 520 – Não exige a lei que, para requerer o exame a que se refere o art. 777
do Código de Processo Penal, tenha o sentenciado cumprido mais de metade do
prazo da medida de segurança imposta.
Súmula 611 – Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao
juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
Súmula 700 – É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra
decisão do juiz da execução penal.
Súmula 715 – A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada
para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou
regime mais favorável de execução.
Súmula 716 – Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do
trânsito em julgado da sentença condenatória.
Súmula 717 – Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada
em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão
especial.
Lista de súmulas do STJ:
Súmula 40 – Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo,
considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado. (TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 07/05/1992, DJ 12/05/1992)
Súmula 171 – Cominadas cumulativamente, em Lei especial, penas privativas de liberdade e
pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.
Súmula 192 – Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
25/06/1997, DJ 01/08/1997)
Súmula 341 – A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo
de execução de pena sob regime fechado ou semiaberto. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
27/06/2007, DJ 13/08/2007 p. 581)
Súmula 439 – Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em
decisão motivada. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010)
Súmula 441 – A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento
condicional. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010).
Súmula 471 – Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da
vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei
de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
23/02/2011, DJe 28/02/2011)
Súmula 491 – É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
(TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 13/08/2012)
Súmula 520 – O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato
jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento
prisional. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/03/2015, DJe 06/04/2015)
Súmula 526 – O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido
como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença
penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato. (TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 13/05/2015, DJe 18/05/2015)
Súmula 533 – Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução
penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do
estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado
constituído ou defensor público nomeado. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe
Súmula 534 – A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de
regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.
(TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)
Súmula 535 – A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de
pena ou indulto. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)
Súmula 562 – É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o
condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que
extramuros. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe 29/02/2016)
Súmula 617 – A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do
término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento
da pena. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/09/2018, DJe 01/10/2018)
Súmula 631 – O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória),
mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
24/04/2019, DJe 29/04/2019)
Súmula 639 – Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia
da defesa, determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento
penitenciário federal. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 27/11/2019, DJe 02/12/2019).
Observar os artigos:

- 9º e 50º;
- 52º;
- 122º, § 2º;
Legislação Penal Especial 2
Lei de Execução Penal
Prof. Dr. José Eduardo L. dos Santos

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