Você está na página 1de 6

AC 2// DIREITO PENAL// DANIELE SANTOS RA:999000726

Penas permitidas no Brasil; Penas proibidas no Brasil e Princípios informadores de pena.

Pena é a medida imposta pelo Estado, ao infrator que comete ato ilícito e culpável,
mediante o devido processo legal. Que estão descritas no Art. 32- CP:
As penas são:
I - Privativas de liberdade;
II - Restritivas de direitos;
III - de multa.

Privativas de Liberdade

As privativas de liberdade é a modalidade de sanção penal que retira do autor o


direito de locomoção por tempo determinado. Que são a reclusão, detenção e prisão
simples.
Porém toda a pena precisa de um regime penitenciário de seu comprimento e o
meio de efetivação da pena que está descrito no Art. 33 CP:
A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A
de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime
fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou
média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.

Penas restritivas de direito.

A penas restritiva de direito é uma sanção penal imposta em substituição à pena


privativa de liberdade. É aplicada aos crimes de menor gravidade, com penas mais brandas.
As penas restritivas de direito estão descritas no ART. 43- CP:
As penas restritivas de direitos são:
I - Prestação pecuniária;
II - Perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas
V - Interdição temporária de direitos;
VI - Limitação de fim de semana.

Pena de Multa.

É uma modalidade sanção penal que consiste na obrigação imposta ao condenado e


pagar ao fundo penitenciário do Estado determinado em dinheiro.
Que está descrito no Art. 49 CP:
A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360
(trezentos e sessenta) dias-multa.

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco)
vezes esse salário.

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de


correção monetária.

Penas proibidas no Brasil

A Constituição Federal apresenta as penas proibidas no Brasil.


No inciso XLVII do artigo 5º, promulgado pela Constituição Federal de 1988,
define que:
não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis

Princípios informadores da pena

Para aplicar a pena de forma a realizar a justiça o Estado deve observar os limites
impostos pelos princípios que estão consagrados na Constituição Federal, explícitos ou
implícitos.
Os princípios informadores da pena são:

Princípio da legalidade (reserva legal e anterioridade): o princípio da legalidade ou


da reserva legal permite-nos dizer que, via de regra, ao legislador é vedada a criação de leis
penais que incidam sobre fatos anteriores à sua vigência, tipificando-os como crimes ou
aplicando pena aos agentes.

↪ anterioridade: a lei penal deve ser anterior a conduta praticada

↪ taxatividade: determinada que a lei deve ser clara/objetiva

↪ lei escrita: exige-se que a norma penal esteja positivada

Princípio da personalidade ou intransmissibilidade: conforme o art. 5º, inciso XLV,


da CF/88, dispões que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido”.

Ou seja, trata-se do conhecido princípio da transcendência da pena – que também


pode ser chamado de princípio da pessoalidade, personalidade ou intransmissibilidade da
pena, que garante que apenas a pessoa sentenciada poderá responder pelo crime que
praticou.

Princípio da individualização da pena: esse princípio significa que ainda que exista
mais de um autor do crime o Estado deverá calcular a pena para cada um dos autores de
forma individual.
Dispõem o art. 5º, XLVI, CF/88:

“Art. 5º  Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XLVI  - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as


seguintes:

a)  privação ou restrição da liberdade;

b)  perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e)  suspensão ou interdição de direitos; ”

Princípio da proporcionalidade: trata-se de um princípio implícito, desdobramento


logico do mandamento da individualização da pena. Afim de que a sanção penal cumpra a
sua função, deve se ajustar a relevância do bem jurídico tutelado, sem desconsiderar as
condições pessoais.

Vale ressaltar que, no entanto, esse princípio não pode compreender apenas a
proibição do excesso. Diante disso os direitos e garantias expressados na CF/88, tem o
legislador e também o juiz, a obrigação de proteger os bens jurídicos de forme suficiente.
Ou seja, é tão indesejado o excesso quanto a deficiência da resposta do Estado punitivo.

↪ proporcionalidade: significa que a pena deve ser proporcional a gravidade da


conduta praticada pelo agente/autor do crime.

Princípio da inderrogabilidade ou inevitabilidade da pena: este deve apresentar-


se na necessidade concreta da pena (art. 59 do CP), de forma que constatada a
desnecessidade da resposta estatal, o juiz tem o poder de não a aplicar, como ocorre no
perdão judicial (ex: art. 121 § 5º do CP).

Princípio da dignidade da pessoa humana: esta proíbe a criação de penas de


caráter degradante. Então significa dizer que a ninguém pode ser imposta pena ofensiva a
dignidade da pessoa humana. Impedindo então a reprimenda indigna, cruel, desumana ou
degradante. Essa ordem guia o Estado na criação, aplicação e execução das leis penais.

Princípio bis in idem: significa que ninguém pode ser punido mais de uma vez pelo
mesmo fato, ou ninguém poderá ter sua pena aumentada mais de uma vez pelo mesmo
argumento.

Esse princípio abre três vertentes, ao qual temos:


↪ processual: ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime;

↪ material: ninguém poderá ser condenado pela segunda vez em razão do mesmo
fato;

↪ execucional: ninguém pode ser executado duas vezes por condenações


relacionadas ao mesmo fato.

Medidas de segurança

As medidas de segurança são aplicadas aos chamados inimputáveis, ou seja,


pessoas que tenham doença ou desenvolvimento mental incompleto, e por essas
condições, não são punidos e sim tratados. Como Previsto no ART. 96 CP:

As medidas de segurança são:

I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro


estabelecimento adequado;

II - Sujeição a tratamento ambulatorial.

Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem


subsiste a que tenha sido imposta.

Efeitos da condenação

O principal efeito da condenação são as privativas de liberdade, restritivas de


direito e multa.

E os efeitos secundários que são os descritos no ART. 91 e 92 – CP:

Art. 91 – São efeitos da condenação:

I – Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;

II – A perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de


boa-fé:

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico,


alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

§ 1° Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou


proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no
exterior.

§ 2° Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação


processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado
para posterior decretação de perda.

São também efeitos da condenação:

I  - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:

a)  quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um
ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública;

b)  quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4
(quatro) anos nos demais casos.

REFERÊNCIA: https://jus.com.br/

Você também pode gostar