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9)O princípio da culpa significa que não há pena sem culpa nem pena
superior à medida da culpa.Comente
verdadeira,nao pode haver pena sem culpa ha proibilçao do excesso deve
ser sempre maior a culpa que apena pode haver culpa sem pena mas
nunca pena sem culpa
O princípio da culpa significa que não há pena sem culpa nem pena
superior à medida da culpa. O princípio da culpa não tem consagração
expressa na CRP, mas ele assume-se como um princípio constitucional
por via da proteção constitucional da dignidade da pessoa humana (art.
1o, 13o e 25o/1 CRP)3.
PAGINA 56.
● 1a Hipótese:
Por regra, o condenado paga voluntariamente a pena de multa. O
pagamento voluntário pode dar-se de 2 modos:
• 1o Modo: pode haver o pagamento voluntário da quantia em que
o agente foi condenado, no prazo de 15 dias a contar da
notificação para pagamento. Neste caso prático, A paga a multa e
finda o processo de
execução (art. 489o CPP)
• 2o Modo: Há uma outra possibilidade - A pode requerer que a
multa seja paga em dias de trabalho (arts. 48o
CP e 490o CPP). Deste modo, no mesmo prazo de 15 dias, em vez de
pagar a multa em dinheiro , A pode
requerer o pagamento da multa através da prestação de dias de
trabalho. O pagamento da multa em dias de trabalho é ainda uma
forma de pagamento voluntário da pena de multa.
○ O art. 48o/2 CP remete-nos para os arts. 58o e 59o CP, que se
24: quais são então os fins das penas e das medidas de segurança no
nosso sistema
sancionatório?
A esta questão responde-nos o art. 40o CP, que foi inserido na revisão de
1995, e, de acordo com esta norma, as penas e as medidas de segurança
têm exclusivamente finalidades preventivas e nunca retributivas. Nos
termos do art. 40o CP, a finalidade primordial da pena é a de prevenção
geral positiva/integração, enquanto que a finalidade secundária é a de
socialização do delinquente (prevenção especial positiva). Esta norma
estabelece que as penas e medidas de segurança visam a protecção de
bens jurídicos, ou seja, finalidades de prevenção geral positiva.
Além disso, e também de acordo com o 40, a pena visa também a
reintegração do agente na sociedade, ou seja, tem também finalidades de
prevenção especial positiva. Deste modo, de acordo com o 40, a
finalidade primordial da pena é a de prevenção geral positiva ou de
integração, e a finalidade secundária é a de ressocialização do agente.
Este 40 CP não deixa margem para dúvidas.
vamos falar apenas do método que adoptamos, porque não temos tempo
de falar dos outros). Adoptamos o sistema da pena única. Dentro dele,
adoptamos o sistema da pena conjunta, e dentro desse, segundo o
método do cúmulo jurídico (2 -> 2.2 -> 2.2.3). Este sistema que
adoptamos (art. 77o CP), comporta 3 operações:
38: o primeiro problema que surge sempre quando o juiz analisa um caso,
para aplicar uma pena e o problema de escolha de pena, sendo assim, E
qual é o critério de escolha da pena?
O critério de escolha está no art. 70o CP, que estabelece que o tribunal
deve dar preferência à pena não privativa da liberdade sempre que esta
satisfizer, de modo adequado e suficiente, as finalidades da punição.
E quais são essas finalidades da punição? (fazer desde logo uma bela
remissão do art. 70o para o 40o CP). As finalidades são as exigências de
prevenção geral e de prevenção especial.
Este critério do art. 70o CP vale quer para a escolha da pena feita na 1a
operação (quando o tipo legal de crime previr estas duas penas
principais), quer quando a escolha da pena se der numa última operação
(quando o juiz determina uma pena de prisão não superior a 5 anos, e
surge, por isso, a possibilidade de substituição). Vemos, deste modo, que
o critério da escolha da pena é independente de considerações de culpa.
A culpa é critério de determinação da medida concreta da pena, mas não
é critério de escolha da pena. No momento de escolha da pena, intervêm
somente considerações relativas às exigências de prevenção.
-vamos supor que o juiz aplique uma pena de prisao de 10 meses, sendo
assim ele se depara novamente com o artigo 70 e tem um leque de penas
de subsituicao, Quando o juiz tem em alternativa diversas penas de
substituição, deve aplicar aquela que melhor satisfazer as exigências de
prevenção especial.
Parece contraditório, mas isto é aceitável porque o juízo que o juiz tem de
fazer na última operação é um juízo mais exigente do que o que está
pressuposto na 1a operação - nesta está em causa um critério de
conveniência e de maior ou menor adequação (o juiz vai averiguar se,
tendo em conta as finalidades de prevenção, é preferível aplicar a pena de
prisão ou a pena de multa); já na última operação está em causa um
critério de necessidade (se o juiz não aplicar a pena de substituição, ele
tem de justificar que a pena de prisão é necessária para que, naquele
caso concreto, se cumpram as exigências de prevenção/punição). Além
disso, é aceitável que, no primeiro momento, o juiz opte pela pena de
prisão.
os casos em que for flagrante que a pena de prisão não faz qualquer
sentido, é que o juiz deve optar logo pela pena de multa enquanto pena
principal - se o juiz optar na primeira operação pela aplicação da pena de
multa, a única pena que pode ser efetivamente ser aplicada será a pena
de multa, porque a admoestação é aplicada em casos raros. Já se, na 1a
operação, o juiz optar por aplicar pena de prisão, depois na última
operação o juiz terá uma multiplicidade de penas de substituição ao seu
dispor, e poderá escolher aquela que melhor satisfizer as exigências de
prevenção. Além disso, o juiz vai ter em consideração ainda que a pena de
multa principal e a pena de multa de substituição têm regimes diferentes
em caso de incumprimento, e isso pode influenciar também as escolhas
do juiz.
40: Decidindo que quer substituir os 10 meses de prisão por multa, como
é que o juiz vai determinar a pena de multa de substituição?
a substituição da multa por trabalho prevista no art. 48o CP, NÃO É uma
pena de substituição (a epígrafe do artigo é muito enganadora, a única
pena de substituição da pena de multa é a admoestação) - pois é o
condenado em pena de multa que vai requerer o seu pagamento em dias
de trabalho. O instituto previsto no art. 48o CP trata-se de uma forma de
pagamento da pena de multa. Porém, quanto a alguns pontos do regime, o
legislador remete para o regime da pena de substituição da prestação de
trabalho a favor da comunidade.
O art. 49o/3 CP prevê esta hipótese - neste caso, se A provar que o não
pagamento não lhe é imputável, o juiz converte a multa em prisão
subsidiária, e depois procede à suspensão da execução da prisão
subsidiária, acompanhando esta suspensão da imposição de deveres e
regras de conduta de caráter não económico ou financeiro.
O disposto no art. 49o/3 CP vale tanto para as situações em que o
condenado deixa de poder pagar a pena de multa por razões
supervenientes, como para as situações em que, no momento da
condenação, o condenado já vivia no limiar mínimo de subsistência ou até
abaixo dele. Na verdade, pode acontecer que, no momento em que o juiz
vai determinar o quantitativo diário, ele se depare com uma situação em
que o agente não pode pagar sequer o mínimo legal (5€/dia). Nestes
casos, o juiz deve fixar o quantitativo diário no mínimo legal, depois
procede à conversão da pena de multa em prisão subsidiária, e finalmente
suspender a execução da prisão subsidiária, impondo ao agente o
cumprimento de deveres ou regras de conduta que não tenham carácter
económico-financeiro.
Se o condenado cumprir esses deveres e regras de conduta, a pena de
multa é declarada extinta; se não cumprir os deveres e as regras de
conduta, terá de cumprir a prisão subsidiária.
O art. 61o/1 CP, que nos diz que a liberdade condicional depende sempre
do consentimento do condenado;
• E o art. 61o/5 CP, que diz que a duração da liberdade condicional não
pode ultrapassar o tempo de prisão que ainda
falte cumprir.
-vamos supor que o juiz aplique uma pena de prisao de 10 meses, sendo
assim ele se depara novamente com o artigo 70 e tem um leque de penas
de subsituicao, Quando o juiz tem em alternativa diversas penas de
substituição, deve aplicar aquela que melhor satisfazer as exigências de
prevenção especial.
Dentre elas
A fixação dos dias de multa
2:
Admitindo que o pressuposto material está preenchido, estarão
preenchidos os pressupostos formais para que A possa ser condenado
pelo 2o crime como reincidente? Fazemos uma distinção entre
pressupostos formais relativos ao 1o crime e pressupostos formais
relativos ao 2o crime:
1a Operação:
Vamos determinar a pena concreta em que o agente seria condenado se
não fosse reincidente, atendendo aos critérios gerais do art. 71o CP. Só
fazendo esta operação é que ficaremos a saber se, pelo 2o crime, o
agente seria ou não punido com pena de prisão efetiva superior a 6
meses. Se o juiz determinasse para o 2o crime uma pena de, p. ex., 3 anos
de prisão, que depois viesse a substituir pela suspensão de execução da
pena, nesta caso não estaria preenchido o requisito de, pelo 2o crime, o
agente ser punido com prisão efetiva superior a 6 meses. Mas vamos
imaginar então que no nosso caso que, se o agente não fosse reincidente,
o juiz determinaria uma pena de prisão de 2 anos.
• 3a Operação:
Dentro da moldura da reincidência, vamos determinar a pena concreta, de
acordo com os critérios do art. 71o CP, mas tendo agora em conta que o
agente é reincidente. Agora vamos chegar a uma pena necessariamente
mais grave do que aquela a que chegámos na 1a operação, porque o
agente reincidente é mais culpado, e porque em relação a ele são maiores
as exigências de prevenção.
Imaginemos então que o juiz aplica uma pena de 2 anos E 6 MESES.
Podemos aqui questionar se não estaremos a violar o princípio da
proibição da dupla valoração. Ou seja, não estaremos com isto a valorar
duas vezes o pressuposto material da reincidência? Esta pergunta faz-se
porque o juiz na 2a operação agravou a moldura penal em nome da maior
culpa do agente, e depois na 3a operação o juiz vai encontrar uma pena
concreta mais grave também em nome da maior culpa do agente. A
resposta é negativa, porque o que foi valorado para a construção da
moldura da reincidência foi o facto de o agente ter desrespeitado a solene
advertência contida na condenação anterior. E,na 3a operação, quando
está a determinar a concreta pena da reincidência, aquilo que o juiz vai
valorar é o grau desse desrespeito. Ora, como vimos anteriormente, o
princípio da proibição da dupla valoração não impede que o juiz atenda à
intensidade da realização de um elemento do tipo, ou à intensidade da
violação de um dever determinante da aplicação da moldura legal.
• 4a Operação:
Esta não é verdadeiramente uma operação de determinação da pena - é
sim uma operação de limitação, que está referida no art. 76o/1/2a parte
CP. De acordo com esta norma, o juiz tem de averiguar se a agravação
respeita o limite estabelecido pela pena mais grave aplicada nas
condenações anteriores. Pretende-se evitar que uma condenação anterior
numa pena pequena possa, por efeito da reincidência, agravar
desproporcionadamente a medida da pena do 2o crime - a ideia que está
presente é uma ideia de proporcionalidade. Como é que se determina a
agravação?
A agravação determina-se subtraindo à pena da reincidência (isto é, à
pena que foi encontrada na 3a operação), aquela pena a que o agente
seria condenado se não fosse reincidente (ou seja, a pena que foi
encontrada na 1a operação). Deste modo ficamos a saber de quanto foi a
agravação.
Então, neste caso prático, 2,6-2 = 0,6a agravação foi de 6 MESES.
Cumprimos ou não o limite da agravação do art. 76o/ 1/2a parte CP? Sim.
3:
PRINCIPIO DA ABSORÇÃO
EXASPERAÇÃO
CÚMULO JURÍDICO
vamos falar apenas do método que adoptamos, porque não temos tempo
de falar dos outros). Adoptamos o sistema da pena única. Dentro dele,
adoptamos o sistema da pena conjunta, e dentro desse, segundo o
método do cúmulo jurídico (2 -> 2.2 -> 2.2.3). Este sistema que
adoptamos (art. 77o CP), comporta 3 operações:
Ver depois o principio da absorção e da exasperação.
• Ex.: “quem furtar coisa de valor diminuto é punido com a multa de 300€”.
O juiz apenas teria de ver se a conduta era de furto de coisa de valor
diminuto e se se tratou de um crime de furto.
Nos termos do art. 47o/2 CP, o quantitativo diario é fixado entre 5 e 500€,
atendendo à situação económico-financeira do agente, bem como aos
seus encargos pessoais.
2:
B:
Operação:
Vamos determinar a pena concreta em que o agente seria condenado se
não fosse reincidente, atendendo aos critérios gerais do art. 71o CP. Só
fazendo esta operação é que ficaremos a saber se, pelo 2o crime, o
agente seria ou não punido com pena de prisão efetiva superior a 6
meses. Se o juiz determinasse para o 2o crime uma pena de, p. ex., 3 anos
de prisão, que depois viesse a substituir pela suspensão de execução da
pena, nesta caso não estaria preenchido o requisito de, pelo 2o crime, o
agente ser punido com prisão efetiva superior a 6 meses. Mas vamos
imaginar então que no nosso caso que, se o agente não fosse reincidente,
o juiz determinaria uma pena de prisão de 5 anos.
• 2a Operação:
Vamos construir a moldura penal da reincidência (art. 76o/1 CP). O limite
mínimo será elevado de 1/3, e o limite máximo permanecerá inalterado. É
nesta 2a operação que a reincidência atua como circunstância
modificativa agravante, pois vamos agravar a moldura legal. No nosso
caso, 3 anos + 1/3 = 3+1 = 4. A nova moldura, pelo facto de se tratar de
um agente reincidente, será de 4 a 12 anos.
• 3a Operação:
Dentro da moldura da reincidência, vamos determinar a pena concreta, de
acordo com os critérios do art. 71o CP, mas tendo agora em conta que o
agente é reincidente. Agora vamos chegar a uma pena necessariamente
mais grave do que aquela a que chegámos na 1a operação, porque o
agente reincidente é mais culpado, e porque em relação a ele são maiores
as exigências de prevenção.
Imaginemos então que o juiz aplica uma pena de 7 anos. Podemos aqui
questionar se não estaremos a violar o princípio da proibição da dupla
valoração. Ou seja, não estaremos com isto a valorar duas vezes o
pressuposto material da reincidência? Esta pergunta faz-se porque o juiz
na 2a operação agravou a moldura penal em nome da maior culpa do
agente, e depois na 3a operação o juiz vai encontrar uma pena concreta
mais grave também em nome da maior culpa do agente. A resposta é
negativa, porque o que foi valorado para a construção da moldura da
reincidência foi o facto de o agente ter desrespeitado a solene
advertência contida na condenação anterior. E, na 3a operação, quando
está a determinar a concreta pena da reincidência, aquilo que o juiz vai
valorar é o grau desse desrespeito. Ora, como vimos anteriormente, o
princípio da proibição da dupla valoração não impede que o juiz atenda à
intensidade da realização de um elemento do tipo, ou à intensidade da
violação de um dever determinante da aplicação da moldura legal.
• 4a Operação:
Esta não é verdadeiramente uma operação de determinação da pena - é
sim uma operação de limitação, que está referida no art. 76o/1/2a parte
CP. De acordo com esta norma, o juiz tem de averiguar se a agravação
respeita o limite estabelecido pela pena mais grave aplicada nas
condenações anteriores. Pretende-se evitar que uma condenação anterior
numa pena pequena possa, por efeito da reincidência, agravar
desproporcionadamente a medida da pena do 2o crime - a ideia que está
presente é uma ideia de proporcionalidade. Como é que se determina a
agravação?
A agravação determina-se subtraindo à pena da reincidência (isto é, à
pena que foi encontrada na 3a operação), aquela pena a que o agente
seria condenado se não fosse reincidente (ou seja, a pena que foi
encontrada na 1a operação). Deste modo ficamos a saber de quanto foi a
agravação.
3:
Nesta operação o juiz vai selecionar a pena que vai ser efetivamente
cumprida pelo agente, e uma operação meramente eventual, nao tem que
ser cronologicamente posterior as operações de determinacao.
Exame 2010:
• O princípio da culpa significa que não há pena sem culpa nem pena
superior à medida da culpa. O princípio da culpa não tem consagração
expressa na CRP, mas ele assume-se como um princípio constitucional
por via da proteção constitucional da dignidade da pessoa humana (art.
1o, 13o e 25o/1 CRP)3.
2:
PRESSUPOSTOS FORMAIS:
1a Operação:
Vamos determinar a pena concreta em que o agente seria condenado se
não fosse reincidente, atendendo aos critérios gerais do art. 71o CP. Só
fazendo esta operação é que ficaremos a saber se, pelo 2o crime, o
agente seria ou não punido com pena de prisão efetiva superior a 6
meses. Se o juiz determinasse para o 2o crime uma pena de, p. ex., 3 anos
de prisão, que depois viesse a substituir pela suspensão de execução da
pena, nesta caso não estaria preenchido o requisito de, pelo 2o crime, o
agente ser punido com prisão efetiva superior a 6 meses. Mas vamos
imaginar então que no nosso caso que, se o agente não fosse reincidente,
o juiz determinaria uma pena de prisão de 12 anos.
• 2a Operação:
Vamos construir a moldura penal da reincidência (art. 76o/1 CP). O limite
mínimo será elevado de 1/3, e o limite máximo permanecerá inalterado. É
nesta 2a operação que a reincidência atua como circunstância
modificativa agravante, pois vamos agravar a moldura legal. No nosso
caso, 8 + 1/3 = 8+2 = 10. A nova moldura, pelo facto de se tratar de um
agente reincidente, será de 10 a 16 anos.
• 3a Operação:
Dentro da moldura da reincidência, vamos determinar a pena concreta, de
acordo com os critérios do art. 71o CP, mas tendo agora em conta que o
agente é reincidente. Agora vamos chegar a uma pena necessariamente
mais grave do que aquela a que chegámos na 1a operação, porque o
agente reincidente é mais culpado, e porque em relação a ele são maiores
as exigências de prevenção.
Imaginemos então que o juiz aplica uma pena de 15 anos. Podemos aqui
questionar se não estaremos a violar o princípio da proibição da dupla
valoração. Ou seja, não estaremos com isto a valorar duas vezes o
pressuposto material da reincidência? Esta pergunta faz-se porque o juiz
na 2a operação agravou a moldura penal em nome da maior culpa do
agente, e depois na 3a operação o juiz vai encontrar uma pena concreta
mais grave também em nome da maior culpa do agente. A resposta é
negativa, porque o que foi valorado para a construção da moldura da
reincidência foi o facto de o agente ter desrespeitado a solene
advertência contida na condenação anterior. E, na 3a operação, quando
está a determinar a concreta pena da reincidência, aquilo que o juiz vai
valorar é o grau desse desrespeito. Ora, como vimos anteriormente, o
princípio da proibição da dupla valoração não impede que o juiz atenda à
intensidade da realização de um elemento do tipo, ou à intensidade da
violação de um dever determinante da aplicação da moldura legal.
• 4a Operação:
Esta não é verdadeiramente uma operação de determinação da pena - é
sim uma operação de limitação, que está referida no art. 76o/1/2a parte
CP. De acordo com esta norma, o juiz tem de averiguar se a agravação
respeita o limite estabelecido pela pena mais grave aplicada nas
condenações anteriores. Pretende-se evitar que uma condenação anterior
numa pena pequena possa, por efeito da reincidência, agravar
desproporcionadamente a medida da pena do 2o crime - a ideia que está
presente é uma ideia de proporcionalidade. Como é que se determina a
agravação?
A agravação determina-se subtraindo à pena da reincidência (isto é, à
pena que foi encontrada na 3a operação), aquela pena a que o agente
seria condenado se não fosse reincidente (ou seja, a pena que foi
encontrada na 1a operação). Deste modo ficamos a saber de quanto foi a
agravação.
B:
A liberdade condicional está prevista nos arts. 61o e ss. CP e nos arts.
173o e ss. do Código de Execução das Penas e Medidas Privativas da
Liberdade. É um incidente da execução da pena de prisão, isto é, o
condenado que se encontre em liberdade condicional está ainda a cumprir
pena de prisão.
Desde 1995, há duas normas no CP que nos mostram claramente que a
liberdade condicional é um incidente de execução da pena de prisão:
• O art. 61o/1 CP, que nos diz que a liberdade condicional depende
sempre do consentimento do condenado;
• E o art. 61o/5 CP, que diz que a duração da liberdade condicional não
pode ultrapassar o tempo de prisão que ainda
falte cumprir.
Quais são os pressupostos da liberdade condicional?
• 1o pressuposto (formal) - O pressuposto base é sempre o
consentimento do condenado (arts. 61o/1 CP e 176o/ 1 Código de
Execução de Penas);
• 2o pressuposto (formal) - É necessário que o condenado tenha
cumprido metade da pena (art. 61o/2 CP);
• 3o pressuposto (formal) - É necessário que o condenado tenha
cumprido, no mínimo, 6 meses da pena de
prisão (art. 61o/2 CP);
• 4o pressuposto (material) - É necessário que seja feito um juízo de
prognose favorável, nos termos do qual a liberdade condicional só poderá
ser concedida se estiverem respeitadas as exigências de prevenção
especial (art. 61o/2/a) CP) e de prevenção geral (art. 61o/2/b) CP). Isto
está na referência à condução da vida de modo socialmente responsável e
sem cometer crimes, vai ao encontro das exigências de prevenção
especial de socialização.
Sendo assim, este agente ainda tem 5 anos para cumprir, ele ja cumpriu
12 anos, mais 1 em LC, faltam 5 anos de prisao para cumprir.
Sendo assim, ele cumprira a pena que lhe resta, e sucessivamente terá de
cumprir a pena pelo segundo crime pelo qual foi condenado, havendo
nova possibilidade de LC para o crime em que esta foi revogada, e outra
liberdade condicional para o segundo crime.
Esquema cronológico:
quais são então os fins das penas e das medidas de segurança no nosso
sistema
sancionatório?
A esta questão responde-nos o art. 40o CP, que foi inserido na revisão de
1995, e, de acordo com esta norma, as penas e as medidas de segurança
têm exclusivamente finalidades preventivas e nunca retributivas. Nos
termos do art. 40o CP, a finalidade primordial da pena é a de prevenção
geral positiva/integração, enquanto que a finalidade secundária é a de
socialização do delinquente (prevenção especial positiva). Esta norma
estabelece que as penas e medidas de segurança visam a protecção de
bens jurídicos, ou seja, finalidades de prevenção geral positiva.
Além disso, e também de acordo com o 40, a pena visa também a
reintegração do agente na sociedade, ou seja, tem também finalidades de
prevenção especial positiva. Deste modo, de acordo com o 40, a
finalidade primordial da pena é a de prevenção geral positiva ou de
integração, e a finalidade secundária é a de ressocialização do agente.
Este 40 CP não deixa margem para dúvidas.
II: A esta a ser julgado pela pratica de um crime de homicidio (artigo 131
do CP). EStando reunidos os pressuposyos de aplicação de uma pena
relativamente indeterminada (artigo 83 do CP), determine os limites de
duração dessa pena e diga quando poderá o condenado ser libertado.