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O art. 2º, § 1º, da Lei n. 8072/90 determinava que a pena imposta por
crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e terrorismo, teria que
ser cumprida exclusivamente em regime fechado. Ocorre que, em data de 23
de fevereiro de 2006, o STF, em polêmica decisão, considerou inconstitucional
referido dispositivo legal (§ 1º do art. 2º da lei 8.072/90) e passou a admitir
a progressão de regime para o cumprimento de pena aplicada aos crimes
hediondos. Em 28 de março de 2007, com a sanção e vigência da Lei n. 11.464,
a polêmica deixou de existir, pois a referida lei determina que a pena por crime
previsto na lei n. 8.072/90 será cumprida em regime inicialmente fechado,
admitindo a progressão após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o
apenado for primário e de 3/5 (três quintos) da pena, se reincidente (percentuais
hoje revogados pelo Lei 13.964, de 24/12/2019).
O art. 124 da LEP estabelece que a saída temporária será concedida por
prazo não superior a sete (07) dias, podendo ser renovada por mais quatro (04)
vezes durante o ano; QUE O JUIZ AO CONCEDER A SAÍDA TEMPORÁRIA,
IMPORÁ AO BENEFICIÁRIO AS SEGUINTES CONDIÇÕES, ENTRE OUTRAS
QUE ENTENDER COMPATÍVEIS COM AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO E A
SITUAÇÃO PESSOAL DO CONDENADO: I- FORNECIMENTO DE ENDEREÇO
ONDE RESIDE A FAMÍLIA A SER VISITADA OU ONDE PODERÁ SER
ENCONTRADO DURANTE O GOZO DO BENEFÍCIO; II- RECOLHIMENTO À
RESIDÊNCIA VISITADA, NO PERÍODO NOTURNO; III- PROIBIÇÃO DE
FREQUENTAR BARES, CASAS NOTURNAS E ESTABELECIMENTOS
CONGÊNERES. O § 2º do mesmo artigo ressalta que “quando se tratar de
frequência a curso profissionalizante, de ensino médio ou superior, o tempo da
saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes”. Tal
dispositivo é corrente porque dificilmente haveria um curso de apenas 7 (sete)
dias de duração, por quatro vezes ao ano. O § 3º DISPÕE QUE NOS DEMAIS
CASOS, AS AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA SOMENTE PODERÃO SER
CONCEDIDAS COM PRAZO MÍNIMO DE 45 (QUARENTA E CINCO) DIAS DE
INTERVALO ENTRE UMA E OUTRA.
7º) Após os primeiros 6 (seis) meses de RDD, o preso que não receber a
visita de que trata o inciso III do caput do art. 52 da LEP poderá, após prévio
agendamento ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da
família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática
de crime hediondo ou equiparado, se for primário;
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática
de crime hediondo ou equiparado;
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime
hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
(redação dada pela Lei 13.964, de 24/12/2019).
DIREITOS ASSEGURADOS PELA LEP (ART. 41): a) uso do próprio nome (não
ser identificado por número ou alcunha); b) alimentação, vestuário e alojamento;
c) receber cuidados médicos e sanitários; d) trabalho remunerado; e) De
comunicar-se com seu advogado, reservadamente; f) Previdência Social; g)
seguro contra acidente de trabalho; h) proteção contra qualquer forma de
sensacionalismo; i) igualdade de tratamento; j) audiência especial com o diretor
do estabelecimento; l) divisão proporcional de ocupação de tempo com trabalho,
descanso e recreação; m) visita dos familiares e dos amigos, em dias
previamente determinados; n) acesso às informações (leitura de jornais, livros,
etc).
24- PRISÃO ESPECIAL: Pelo teor do art. 295 do CPP, observa-se que o direito
à prisão especial é consagrado, somente, às autoridades e pessoas previamente
delineadas na Lei, valendo dizer que os benefícios só subsistirão até o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória. Estando o réu com prisão temporária
ou preventiva decretada, sem condenação definitiva, fará ele jus ao benefício da
prisão especial, significando que o acusado deverá ser recolhido em local diferente
do destinado aos presos comuns. Mas, não havendo estabelecimento prisional
específico, poderá haver o seu recolhimento no presídio comum, desde que em
cela distinta dos demais detentos. Se detido em prisão especial, está na Lei, o
preso gozará de alguns privilégios inerentes à sua condição, como a proibição de
ser transferido juntamente com outros presos comuns. Como a Lei exige a
existência de um presídio exclusivo para acolher presos especiais e eles
praticamente inexistem, é costume nacional beneficiá-los com prisão domiciliar,
numa verdadeira afronta às regras processuais e ao princípio da igualdade,
consagrado na CF.
É necessário que fique bem claro que, qualquer que seja a situação
prevista no art. 318 do CPP, a substituição traduz direito subjetivo do
encarcerado. Portanto, é um poder-dever conferido ao juiz. A prisão domiciliar
decretada durante a investigação criminal ou instrução processual penal, consiste
no recolhimento do (a) indiciado (a) ou acusado (a) em sua residência, só podendo
dela se ausentar com a devida autorização judicial.
REFERÊNCIAS
BÁSICAS
1- CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 1. São Paulo. Saraiva Jur,
27ª edição, 2023.
2- JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, Parte Geral. Vol. 1 – atualizador:
André Estefam. São Paulo: Saraiva Jur, 37ª Edição, 2021.
3- MASSON, Cleber. Direito Penal; parte geral; esquematizado. Vol. 1, São
Paulo, Método, 17ª edição, 2023.
4- MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Vol. 1. Gen/Atlas, 35ª
edição, 2021.
5- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Gen/Forense, 19ª.
Edição, Rio de Janeiro, 2023.
8- BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas (em italiano Dei Delitti e dele
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9- BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, Parte Geral- Vol. 1. São
Paulo, Saraiva Jur, 29ª. edição, 2023.
10- CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal – Parte Geral. Volume único.
Salvador. Bahia, Editora JusPodivm, 12ª edição, 2023.
11- CUNHA, Rogério Sanches. Código Penal para concursos. Salvador. Bahia,
Editora JusPodivm, 16ª edição, 2023.
12- ESTEFAM, André. Direito penal: Parte Geral – Vol. 1. São Paulo, Saraiva
Jur, 12ª edição, 2023.
13- GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Vol. 1. Rio de Janeiro. Editora Gen/Atlas,
25ª, Edição, 2023.
14- GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro. Editora Atlas,
16ª. edição, 2023.
15- MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. São Paulo, Editora Método,
11ª. edição, 2023.
17- PRADO, LUIZ REGIS. Curso de Direito Penal Brasileiro – 21ª. Edição ––
Editora Thoth, Londrina-PR, 2023.