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ELEMENTOS DO DIREITO PENAL

AULA 5

Prof Francisco Ubirajara Camargo Fadel


CONVERSA INICIAL

Após nos debruçarmos sobre os institutos mais importantes da teoria da norma penal e da teoria

do crime, chegou o momento de estudarmos a consequência jurídica do cometimento de uma

infração penal: a sanção desta decorrente. Estamos, naturalmente, nos referindo às penas e às

medidas de segurança adotadas posteriormente a uma infração penal.

Antes, porém, faremos breve incursão pela origem da pena de prisão, seu conceito, seus mais

importantes princípios reitores – vários, inclusive, de índole constitucional (Brasil, 1988) –, pelos
regimes penitenciários (fechado, semiaberto e aberto), passando, a seguir, a estudar cada uma das

modalidades sancionatórias previstas em nossa legislação: penas privativas de liberdade (reclusão,

detenção e prisão simples), penas restritivas de direitos (prestação pecuniária, perda de bens e

valores, limitação de fim de semana, prestação de serviços à comunidade ou a entidades

públicas, interdição temporária de direitos) e pena de multa.

TEMA 1 – TEORIA DA PENA: INTRODUÇÃO, CONCEITO DE PENA,


PRINCÍPIOS REITORES

Percebe-se, pela análise da história do direito penal, que a privação da liberdade como forma de

apenamento é recente nas legislações, haja vista que preponderavam penas de morte, de mutilação,

de tortura, de segregação, de banimento e, também, as chamadas penas infamantes. O cumprimento


de pena como vislumbramos, atualmente, na maioria dos países ocidentais teve forte influência do

direito canônico.

Explica-se. Durante grande parte da história da humanidade, considerando-se o desenvolvimento

cultural de cada país, as penas tinham caráter atroz, normalmente com feição corporal, sendo certo

que a manutenção do agente por longo tempo na prisão tinha o objetivo de garantir a aplicação da
punição. O direito canônico, gradativamente, mudou a noção e a forma de aplicação das penas. De
acordo com aquela forma de legislação, o clérigo que praticasse atos passíveis de punição deveria

expiar seus pecados confinado numa célula, a fim de cumprir sua penitência. De célula originou-se
cela e, de penitência, derivou o substantivo penitenciária, local coletivo destinado ao cumprimento de

pena. Assim, conclui-se que a segregação da liberdade, na época de vigência do direito canônico, era,

na verdade, simples forma de garantir a aplicação das penas então previstas, que em sua maioria

eram de caráter corporal.

1.1 CONCEITO DE PENA

Estefam e Gonçalves (2020, p. 709) definem a pena como

[...] a retribuição imposta pelo Estado em razão da prática de um ilícito penal e consiste na privação

ou restrição de bens jurídicos determinada pela lei, cuja finalidade é a readaptação do condenado
ao convívio social e a prevenção em relação à prática de novas infrações penais.

Masson (2020, p. 459-460), após sustentar que a pena é uma espécie de sanção penal (outra é a

medida de segurança), a define como a

[...] privação ou restrição de determinados bens jurídicos do condenado, aplicada pelo Estado em

decorrência do cometimento de uma infração penal, com as finalidades de castigar seu responsável,
readaptá-lo ao convívio em comunidade e, mediante a intimidação endereçada à sociedade, evitar a

prática de novos crimes ou contravenções penais.

1.2 PRINCÍPIOS REITORES

As penas são regidas pelos seguintes princípios:

a. Princípio da reserva legal ou da estrita legalidade: a pena deve estar prevista em lei vigente

(conforme Código Penal – CP, art. 1º; e Constituição Federal de 1988 – CF/1988, art. 5º, inciso

XXXIX) (Brasil, 1940, 1988). Trata-se de cláusula pétrea. Origina-se da expressão latina nulla

poena sine lege.

b. Princípio da anterioridade: a lei que contiver a reprimenda já deve estar em vigor à época em

que for praticada a infração penal (conforme CP, art. 1º, e CF/1988, art. 5º, inciso XXXIX) (Brasil,

1940, 1988). Origina-se da expressão latina nulla poena sine previa lege.

c. Princípio da personalidade, da intransmissibilidade, da intranscendência ou da

responsabilidade pessoal: a pena não pode passar da pessoa do condenado. A pena de multa,
que é considerada dívida de valor para fins de cobrança, não poderá ser exigida dos herdeiros
do condenado falecido. Mostra-se presente, nesse princípio, o caráter retributivo da pena.

d. Princípio da individualização: a cominação e seu cumprimento deverão ser individualizados de


acordo com a culpabilidade e o mérito do sentenciado, conforme CF/1988, art. 5º, inciso XLVI

(Brasil, 1988).

e. Princípio da inderrogabilidade ou da inevitabilidade: a pena não pode deixar de ser aplicada

sob nenhum fundamento, salvo as exceções legais previstas. Ex.: art. 181 do CP (Brasil, 1940).

f. Princípio da proporcionalidade: a pena deve ser proporcional ao delito cometido (CF/1988,


art. 5º, incisos XLVI e XLVII) (Brasil, 1988), conforme preconiza o princípio da culpabilidade: nulla

poena sine culpa. Nesse princípio se mostra embutido seu caráter retributivo.

g. Princípio da humanidade ou da humanização das penas: o agente deve ser tratado de forma

urbana e civilizada durante toda a persecução penal (que abrange o inquérito policial e a ação

penal) e mesmo após sua condenação. Dessa forma, nossa legislação não admite penas

corporais, infamantes, cruéis, bem como de caráter perpétuo (CP, art. 75), salvo a pena de
morte, em caso de guerra declarada (CF/1988, art. 5º, inciso XLVII) (Brasil, 1940, 1988).

h. Princípio da intervenção mínima: a pena se mostra legítima somente nas situações realmente
ULTIMA RATIO
necessárias à tutela do bem jurídico ofendido.

TEMA 2 – A CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS E OS REGIMES


PENITENCIÁRIOS

De acordo com a legislação, temos as seguintes espécies de penas:

Penas privativas de liberdade: aquelas que tolhem o direito de locomoção do condenado. São

elas: reclusão, detenção e prisão simples (essa última prevista somente em relação às

contravenções penais, conforme Decreto-Lei n. 3.688/1941) (Brasil, 1941a). Nossa legislação não
admite pena de caráter perpétuo. Desse modo, o máximo de tempo de cumprimento de pena

em decorrência do cometimento de crimes será de 40 anos (art. 75 do CP) e, relativamente às

contravenções penais, de 5 anos (art. 10 do Decreto-Lei n. 3.688/1941) (Brasil, 1940, 1941a).

Penas restritivas de direitos: são aquelas que limitam a fruição ou gozo de um ou mais direitos

do agente. Normalmente, substituem as penas privativas de liberdade, encontrando-se previstas

no art. 43 do CP, bem como na legislação penal especial. No CP, encontramos as seguintes

penas restritivas de direitos: prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de


serviços à comunidade ou entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de
fim de semana (Brasil, 1940).

Pena de multa: prevista no preceito secundário de diversos tipos penais, essa modalidade
acaba por incidir sobre os bens do condenado. É importante diferenciar multa de confisco, pois

este último não é pena, mas, sim, efeito da condenação, conforme CP, art. 91, inciso II (Brasil,

1940).

A legislação veda a cominação de penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de


banimento, cruéis e de morte, sendo esta última admitida excepcionalmente em caso de guerra

declarada contra agressão estrangeira, conforme art. 5º, inciso XLVII, alínea a da CF/1988 e as

hipóteses previstas no Código Penal Militar – CPM (Brasil, 1969, 1988).

2.1 OS REGIMES PENITENCIÁRIOS

Ensina Galvão (2007, p. 477) que regimes penitenciários são “[...] categorias jurídicas que definem

o modelo de tratamento punitivo a ser dispensado ao condenado”. Ou, conforme Masson (2020, p.
477), “[...] o meio pelo qual se efetiva o cumprimento da pena privativa de liberdade”.

Cada regime possui regramento específico, tendo em vista disposição constitucional (art. 5º,

inciso XLVIII da CF/1988) determinar a individualização da pena, o que, em última análise, objetiva

preparar o apenado para o retorno à sociedade (Brasil, 1988). Os regimes penitenciários dispensam
tratamentos diferenciados aos apenados considerando a gravidade do delito praticado e a

consequente reprimenda imposta e de acordo com o merecimento do interno – este pode progredir

do regime penitenciário mais severo para o mais brando, ante a possibilidade de concessão de

benefícios.

No art. 33, parágrafo 1º, do CP, estão estabelecidos os regimes de cumprimento de pena,

também chamados de regimes penitenciários (Brasil, 1940). São eles:

a. fechado: a execução se dá em unidade de segurança máxima ou média;

b. semiaberto: a pena é cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;

c. aberto: o condenado trabalha ou frequenta cursos em liberdade, durante o dia, e recolhe-se a

casa de albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga.


TEMA 3 – PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

As penas privativas de liberdade são uma espécie “[...] de sanção penal que retira do condenado
seu direito de locomoção, em razão da prisão por tempo determinado” (Masson, 2020, p. 477).

Há três modalidades de penas privativas de liberdade: reclusão, detenção (ambas destinadas a

punições por cometimento de crimes) e prisão simples (esta voltada a punições por contravenções
penais). O regime inicial de cumprimento de pena (fechado, semiaberto ou aberto) será estabelecido

pelo juiz tendo em vista, principalmente, os seguintes fatores: reincidência, quantidade de

apenamento imposta na sentença e circunstâncias judiciais (também chamadas de inominadas),

que são em número de oito e se encontram dispostas no art. 59 do CP (Brasil, 1940).

3.1 PENA DE RECLUSÃO

A pena de reclusão ode ser cumprida em qualquer dos regimes penitenciários, devendo ser

utilizada com os seguintes critérios:

Agente reincidente: começa o cumprimento de pena no regime fechado, independentemente

da quantidade de apenamento imposta. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), buscando

flexibilizar o regramento, editou a Súmula n. 269/2002, segundo a qual “É admissível a adoção

do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4

(quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais” (Brasil, 2002).

Agente primário, com pena superior a oito anos: começa o cumprimento de sua reprimenda
no regime fechado.

Agente primário, com pena superior a quatro anos mas que não exceda a oito anos:

poderá, desde o início, cumprir sua pena no regime semiaberto.

Agente primário, com pena inferior ou igual a quatro anos: iniciará o cumprimento de sua

pena no regime aberto, o mesmo ocorrendo caso seja reincidente, mas a condenação anterior

tenha sido à pena de multa.

É possível ser imposto ao condenado primário regime inicial mais grave que o atrelado

exclusivamente à quantidade do apenamento aplicado na sentença, sendo, porém, necessária, para

isso, a adequada fundamentação judicial. É o que informa a Súmula n. 719/2003 do Supremo

Tribunal Federal (STF): “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada

permitir exige motivação idônea” (Brasil, 2003b).


A gravidade abstrata da infração cometida não pode ser utilizada como parâmetro para a fixação

do regime inicial de cumprimento de pena. Esse é o entendimento do STF, conforme a Súmula n.

718/2003: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada” (Brasil,

2003a).

3.2 PENA DE DETENÇÃO

A pena de detenção deve ser cumprida inicialmente em regime semiaberto ou aberto, podendo
regredir, conforme as circunstâncias, para o fechado. Fato é que não poderá o agente condenado à

pena de detenção iniciar seu cumprimento em regime fechado. Detenção é uma forma
temporária de privação de
liberdade, frequentemente
Quanto à escolha do regime inicial de cumprimento de pena, tem-se: utilizada durante investigações
ou antes de julgamentos.

pena superior a quatro anos ou agente reincidente: regime semiaberto;

pena igual ou inferior a quatro anos: regime aberto ou semiaberto – nesta última hipótese, se
as circunstâncias judiciais forem desfavoráveis, até porque o STF já decidiu não existir um direito

subjetivo ao cumprimento da pena no regime aberto (Brasil, 2007).

3.3 PENA DE PRISÃO SIMPLES

A pena de prisão simples deve ser cumprida em estabelecimento especial ou seção especial de

prisão comum sem rigor penitenciário (conforme Lei de Contravenções Penais, art. 6º), em regime

semiaberto ou aberto (Brasil, 1941a). Se a sentença penal for omissa quanto ao regime inicial de

cumprimento de pena, opta-se pelo mais favorável ao réu, ou seja, o que lhe for mais brando.

Na prisão simples, o regime inicial de cumprimento de pena pode ser semiaberto ou aberto, mas

jamais fechado, não podendo sequer haver regressão para este regime (na pior das hipóteses, o

sentenciado passa do regime aberto para o semiaberto – eis a diferença entre detenção e prisão

simples).

3.4 PROGRESSÃO DO REGIME PRISIONAL

O benefício da progressão do regime de cumprimento de pena depende, basicamente, de dois

requisitos cumulativos, um de ordem objetiva, qual seja, o cumprimento de parte da reprimenda no


regime anterior; e outro de natureza subjetiva, materializado no mérito do condenado, representado
por sua “[...] boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento”, nos termos do art.

112, parágrafo 1º, da Lei de Execução Penal – LEP (Brasil, 1984).

O critério objetivo da progressão do regime prisional foi consideravelmente modificado com a

entrada em vigor da Lei n. 13.964/2019, o Pacote Anticrime (Brasil, 2019), havendo, atualmente, “[...]

várias escalas de valores, variando de 16% até 70% de cumprimento de pena no regime anterior, em

razão da natureza do crime, de eventual resultado morte e do perfil do condenado” (Masson, 2020, p.
486). Em síntese, os patamares de cumprimento de pena para progressão são os seguintes:

16% da pena, tratando-se de apenado primário e de o crime ter sido praticado sem violência

ou grave ameaça à pessoa;

20% da pena, se o condenado for reincidente em crime cometido sem violência ou grave

ameaça à pessoa – a reincidência não precisa ser específica, pois, diante de um cochilo do

legislador, tem-se que, se o agente tiver sido condenado definitivamente por crime cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa e, posteriormente, por infração praticada sem violência

ou grave ameaça à pessoa, o patamar de 20% será aplicado para a progressão do regime de

cumprimento de pena;

25% da pena, caso o condenado seja primário e o delito tenha sido praticado com violência ou

grave ameaça à pessoa;

30% da pena, se o reeducando for reincidente em crime cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa – a reincidência não precisa ser específica, bastando que as infrações tenham

sido cometidas com violência ou grave ameaça à pessoa; por outro lado, conforme

entendimento esposado por Masson (2020, p. 487), se

o agente cometeu um crime com violência à pessoa ou grave ameaça (exemplo: roubo), e é

reincidente em delito sem violência à pessoa ou grave ameaça (exemplo: furto), o montante exigido
para a progressão será de 25%. Como ele não é ‘reincidente em crime cometido com violência à

pessoa ou grave ameaça’, e diante da lacuna da lei, deve incidir o percentual mais favorável, previsto
no inciso III.

40% da pena, se o agente for condenado pelo cometimento de crime hediondo ou crime a este

equiparado, se for primário;

50% da pena, nas seguintes hipóteses:


a. apenado condenado pela prática de crime hediondo ou crime a este equiparado, com

resultado de morte, se for primário, sendo vedado o livramento condicional;

b. agente condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização


criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou crime a este equiparado;

c. agente condenado pelo cometimento de crime de constituição de milícia privada – nas


duas últimas hipóteses, o índice exigido para a progressão será o mesmo, seja o agente

primário, seja reincidente;

60% da pena, se o condenado for reincidente na prática de crime hediondo, índice que se
aplica em decorrência de duas condenações em face de qualquer crime hediondo ou crime a

este equiparado (p. ex.: homicídio qualificado e tráfico de drogas);

70% da pena, se o agente for reincidente em crime hediondo ou crime a este equiparado, com

resultado de morte, vedado o livramento condicional.

Note, conforme explana Masson (2020, p. 488), que,

Se a execução da pena foi iniciada no regime fechado, para a segunda progressão, do regime

semiaberto para aberto, deve ser cumprido o percentual cabível (16%, 20%, 25%, etc.) do restante
da pena, pois ‘pena cumprida é pena extinta’, ou seja, o percentual já pago ao Estado não pode

mais servir como parâmetro para o cálculo do período legalmente exigido.

Nos crimes praticados contra a Administração Pública, para que ocorra a progressão do

regime de cumprimento de pena, além do requisito legal objetivo genérico (cumprimento de

determinado período da pena) e do requisito legal subjetivo (bom comportamento carcerário), há

outro requisito, conforme art. 33, parágrafo 4º do CP: deve o condenado comprovar a reparação do

dano causado ou a devolução do produto do ilícito praticado, isso acompanhado dos devidos

acréscimos legais (Brasil, 1940).

TEMA 4 – PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

As penas restritivas de direitos são espécies das chamadas penas alternativas e, como regra, têm

caráter substitutivo, pois na sentença penal condenatória o juiz deverá aplicar a pena privativa de

liberdade cabível e, presentes os requisitos legais, substituí-la pela(s) restritiva(s) de direitos

cabível(eis), segundo art. 54 do CP (Brasil, 1940). Por outro lado, as penas restritivas de direitos são

autônomas, porque, uma vez aplicadas em substituição à pena privativa de liberdade, jamais poderão
ser com ela cumuladas, salvo as hipóteses previstas em lei penal especial, p. ex., o Código de Trânsito
Brasileiro (Brasil, 1997).

Normalmente, uma pena restritiva de direito tem a mesma duração da pena privativa de

liberdade aplicada (conforme art. 55 do CP), exceto nos casos de sua substituição por prestação

pecuniária ou perda de bens e valores, em face do disposto no parágrafo 4º do art. 46 do CP, bem

como em relação àquelas previstas no Código de Trânsito Brasileiro (Brasil, 1940, 1997).

4.1 REQUISITOS PARA A APLICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Previstos no art. 44, incisos I, II e III do CP (Brasil, 1940), os requisitos para a aplicação das penas

restritivas de direitos são os seguintes:

a. que o crime seja culposo (qualquer que tenha sido a pena fixada) ou, em caso de ele ser

doloso, que não tenha sido praticado mediante violência ou grave ameaça e que a pena

privativa aplicada não seja superior a quatro anos: quanto à violência que impede a
substituição, deve-se considerar aquela praticada contra a pessoa. Assim, se para cometer o

crime o agente agiu com violência contra uma coisa, não há objeção quanto à substituição;

b. que o réu não seja reincidente em crime doloso: caso o agente seja reincidente em crime

culposo, não há qualquer objeção à substituição, porém o art. 44, parágrafo 3º do CP admite a

substituição a reincidente desde que o juiz verifique a ocorrência de dois fatores,


cumulativamente:

1. ser a medida recomendável, no caso concreto;

2. que a reincidência não seja específica;

c. que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade, além dos motivos

e as circunstâncias, recomendem a substituição.

4.2 REGRAS PARA A SUBSTITUIÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE


POR RESTRITIVAS DE DIREITOS

As regras para a substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de direitos são:

se a pena fixada for igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por

uma pena restritiva de direitos;


se a condenação for superior a um ano e não exceder a quatro anos, poderá ser substituída

por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas penas restritivas de direitos.

Obs.: nas penas não superiores a dois anos, poderá o juiz optar pela concessão de sursis, caso

entenda ser essa a medida mais adequada à hipótese. Poderá, ainda, apesar da primariedade do réu,
entender que a substituição por multa, por pena restritiva de direitos ou pelo sursis seja insuficiente e,

desse modo, não proceder a essas, mantendo a pena privativa de liberdade em seu regime inicial

aberto (para condenações não superiores a quatro anos).

4.3 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS EM ESPÉCIE

4.3.1 Prestação pecuniária (art. 45, parágrafos 1º e 2º do CP)

Prevista no art. 45, parágrafo 1º do CP, a prestação pecuniária consiste no pagamento em


dinheiro, à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de

importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário-mínimo nem superior a 360 salários-mínimos

(Brasil, 1940). O valor será fixado pelo juiz livremente, de acordo com o que for suficiente para a

reprovação do delito, considerando a capacidade econômica do réu e a extensão dos prejuízos

causados à vítima.

Concordando o réu, a prestação pecuniária poderá consistir em entrega de cestas básicas a

entidades públicas ou privadas. Efetuado o pagamento à vítima ou a seus dependentes, o quantum

será descontado de eventual condenação em ação de reparação de danos na esfera cível. A prestação

pecuniária não impede a propositura de ação de reparação de danos e, se o pagamento for realizado

a alguma entidade no lugar da vítima ou aos herdeiros desta, não poderá ser realizada a dedução

mencionada.

A aplicação da prestação pecuniária não reclama a existência de prejuízo material à vítima.

O art. 17 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) proíbe, nos crimes praticados mediante

violência doméstica ou familiar contra a mulher, a substituição da pena por prestação pecuniária ou

pela entrega de cestas básicas (Brasil, 2006).

4.3.2 Perda de bens ou valores (art. 45, parágrafo 3º do CP)

O art. 45, parágrafo 3º do CP (Brasil, 1940) refere-se à perda de bens móveis ou imóveis ou

valores (títulos, ações) pertencentes ao condenado e que reverterão em favor do Fundo


Penitenciário Nacional, salvo disposição expressa em contrário, tendo essa pena como teto o
montante do prejuízo causado ou o proveito obtido pelo agente ou por terceiro em consequência do

delito (o que for maior). Tem por fundamento o art. 5º, inciso XLVI, alínea b da CF/1988 (Brasil, 1988).

A pena não pode recair sobre o patrimônio ilícito do condenado, sendo certo, também, que não
pode alcançar bens de terceiros, haja vista o princípio da personalidade da pena, segundo o art. 5º,

inciso XLV da CF/1988 (Brasil, 1988). Em suma, pode atingir somente os bens que integram o

patrimônio legal e regular do condenado.

4.3.3 Prestação de serviços à comunidade/entidades públicas (art. 46 do CP)

O art. 46 do CP estabelece a possibilidade de atribuição, a condenado, de pena de prestação de

tarefas gratuitas para entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou estabelecimentos


congêneres, em programas comunitários ou estatais, correspondendo, assim, a uma pena de

prestação social alternativa prevista no art. 5º, inciso XLVI, alínea a da CF/1988 (Brasil, 1940, 1988).

Somente é cabível quando o réu é condenado a pena privativa de liberdade superior a seis

meses.

As tarefas são realizadas à razão de 1 hora de tarefa por 1 dia de condenação; mas, se a pena

substituída for superior a 1 ano, é facultado ao condenado cumpri-la em período menor, nunca

inferior à metade da pena originalmente imposta, conforme art. 46, parágrafo 4º, e art. 55 do CP

(Brasil, 1940).

A lei não determina o número de horas semanais de trabalho do condenado, mas estabelece que

não deva haver prejuízo a sua jornada normal. Não há remuneração ao condenado e as tarefas são

atribuídas de acordo com suas aptidões.

Ressalte-se que a pena em tela será estabelecida pelo juiz sentenciante, cabendo ao magistrado

que responde pela vara de execução penal designar em qual entidade será prestado o serviço e,

ainda, determinar a intimação do condenado para cientificar-lhe de local, dia e horário em que deverá

cumprir pena, bem como alterar a forma de execução da pena, ajustando-a às eventuais modificações

ocorridas na jornada de trabalho do sentenciado. Por fim, deve a entidade em que o condenado

presta o serviço informar ao juízo da execução, mensalmente, por meio de relatório detalhado, as

atividades desenvolvidas pelo condenado, como também comunicar sua eventual ausência ou

cometimento de falta disciplinar.


4.3.4 Interdição temporária de direitos (art. 47 do CP)

Consideradas penas restritivas de direitos específicas ou que valem em sentido estrito, pois só

substituem as penas privativas de liberdade impostas pela prática de determinados crimes (salvo a

pena de proibição de frequentar determinados lugares, que é genérica), as interdições temporárias de


direitos estão previstas no art. 47 do CP, estando o seu inciso III revogado pelo Código de Trânsito

Brasileiro (Brasil, 1940, 1997).

É prevista, entre outras interdições, a “[...] proibição do exercício de cargo, função ou atividade

pública, bem como de mandato eletivo” (Brasil, 1940), uma pena, portanto, específica, pois só pode

ser aplicada ao crime cometido no exercício efetivo (não eventual) do cargo, profissão, atividade,

ofício, cargo ou função, com violação de deveres inerentes a esse exercício (conforme art. 56 do CP)

(Brasil, 1940). O mandato eletivo, que tem prazo determinado, é exercido pelos integrantes do Poder

Legislativo (vereadores, deputados estaduais e federais e senadores) ou do Executivo (prefeitos,

governadores e presidente da república).

4.3.5 Limitação de fim de semana (art. 48 do CP)

Originária da Alemanha, a limitação de fim de semana (art. 48 do CP) vem a ser a obrigação

imposta ao condenado de permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de

albergado ou outro estabelecimento adequado, em que possam ser ministradas, durante sua

permanência, palestras, cursos e atividades educativas (Brasil, 1940).

A casa de albergado consiste em prédio situado em centro urbano, separado dos demais

estabelecimentos do sistema penitenciário, caracterizado principalmente pela ausência de obstáculos

físicos contra fuga, além de instalações adequadas aos serviços de fiscalização e orientação dos

condenados, conforme art. 93-95 da LEP (Brasil, 1984).

A limitação de fim de semana corresponderá, em essência, ao cumprimento de apenas dois dias

de cada semana de condenação à pena privativa de liberdade substituída. O juiz da execução deverá
determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e horários para o cumprimento

da pena que lhe foi imposta. Trata-se de pena pouco aplicada, na prática, tendo em vista a quase

inexistência de casas de albergados.

TEMA 5 – PENA DE MULTA E MEDIDAS DE SEGURANÇA


A pena de multa vem a ser “[...] a espécie de sanção penal, de cunho patrimonial, consistente no
pagamento de determinado valor em dinheiro em favor do Fundo Penitenciário” (Masson, 2020, p.

643). Fixado o número de dias-multa (entre 10 e 360, tomando-se como parâmetro o critério
trifásico previsto no art. 68 do CP: circunstâncias judiciais, atenuantes e agravantes genéricas e

causas de diminuição e de aumento de pena), deverá o juiz estabelecer o valor de cada dia-multa,
nesse caso tendo como parâmetro as condições financeiras do agente. O referido valor não

poderá ser inferior a um trigésimo do salário-mínimo mensal vigente à época do fato, nem superar

cinco vezes esse patamar. Para fixar o valor de cada dia-multa, o juiz se orientará pela situação
econômica do réu, conforme art. 60 do CP (Brasil, 1940).

Para calcular a pena de multa, o juiz utilizará um critério bifásico. Fixado o valor do dia-multa

no teto máximo, este poderá, ante a riqueza do acusado, ser considerado ineficaz, e o juiz poderá até

triplicar seu valor.

Transitada em julgado a sentença impositiva de multa, atualizado o valor e ouvido o Ministério


Público (MP), cabe ao juiz homologar o quantum, determinando a intimação do condenado para ele,

em dez dias, efetuar o pagamento da multa. Esta pode ser parcelada, conforme as circunstâncias,

desde que haja solicitação para isso. Efetuado o pagamento, o juiz decretará a extinção da pena.

A pena privativa de liberdade não superior a um ano pode ser substituída por multa, segundo art.

44, parágrafo 2º do CP, desde que preenchidos os requisitos do art. 44 do CP (Brasil, 1940).

Caso o condenado não pague a pena de multa, esta se tornará dívida de valor e, de acordo com

a Lei n. 13.964/2019 (Brasil, 2019), o legislador “[...] deixou bem claro o juízo competente para

executar a multa: execução penal. Naturalmente, em ação promovida pelo Ministério Público” (Nucci,

2020, p. 9).

5.1 MEDIDAS DE SEGURANÇA

As medidas de segurança são providências de caráter preventivo, que têm por objeto os agentes

inimputáveis e os semi-imputáveis, sendo fundadas de acordo com a periculosidade do agente. São

aplicadas pelo juiz na sentença, por prazo indeterminado (até a cessação da periculosidade),

objetivando evitar que o agente que praticou um crime e se mostra perigoso venha a cometer novas

infrações.
As medidas de segurança têm como pressupostos:

a. reconhecimento da prática de fato previsto como crime;


b. periculosidade do agente, ou seja, sua potencialidade ou aptidão para converter-se em

causa de mais ações danosas.

Se o agente é considerado inimputável, sua periculosidade é presumida, bastando laudo pericial

confirmatório para se impor, contra ele, medida de segurança. Se o laudo pericial afirmar ser o agente

semi-imputável, verificará o magistrado a realidade do diagnóstico, decidindo pela imposição de pena


ou de medida de segurança.

Conforme art. 386, parágrafo único, inciso III do Código de Processo Penal (CPP), o juiz absolverá

o réu quando reconhecer circunstância que o isente de pena, p. ex., a inimputabilidade por doença

mental e a sentença que impõe medida de segurança tem natureza absolutória (Brasil, 1941b).

Como, nesse caso, existe aplicação de medida de segurança, o que, em sentido amplo, não deixa de
ser uma espécie de sanção, a doutrina qualifica essa modalidade de sentença como absolutória

imprópria.

A medida de segurança pode ser:

a. Detentiva: consiste na internação, em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, na falta

deste, em outro estabelecimento adequado (segundo art. 96, inciso I do CP), sendo essa medida

obrigatória quando a pena imposta for de reclusão. Ela perdurará por tempo indeterminado

uma vez averiguada, por meio de perícia médica, a periculosidade do agente, sendo que

referida perícia deverá ser realizada em prazo que variará de um a três anos ou,

excepcionalmente, conforme determinação do juiz da execução (conforme art. 176 da LEP),

antes de seu término. Estabelecida a medida detentiva, o agente será recolhido a unidade com

características hospitalares (de acordo com art. 99 do CP) e, não havendo vagas no sistema
público, podem ser utilizados hospitais particulares, mas a medida jamais será cumprida em

cadeia pública. Desinternado, o agente poderá ser novamente confinado caso pratique novo

fato indicativo de sua periculosidade (Brasil, 1940, 1984).

b. De tratamento ambulatorial: sendo o fato punido com detenção, pode o condenado ser

submetido a tratamento ambulatorial (art. 96, inciso II do CP). O tratamento será por tempo

indeterminado, até se constatar a cessação da periculosidade, o que se dará por intermédio de

perícia médica a ser realizada após o decurso do prazo estabelecido na sentença, que varia de
um a três anos. Excepcionalmente, conforme determinação do juiz da execução (conforme art.
176 da LEP), a perícia poderá ser realizada antes do término do prazo antes referido (Brasil,

1940, 1984).

É possível, quando o agente praticar crime apenado com detenção, a aplicação de medida de
segurança detentiva, desde que o juiz, após exame criterioso, conclua que a periculosidade do

agente justifica seu internamento. Desse modo, num primeiro momento, a natureza da pena prevista

para o delito praticado norteia o julgador quanto à modalidade da medida de segurança a ser
aplicada.

De acordo com o art. 98 do CP, ao semi-imputável o juiz poderá aplicar a medida de segurança

ou reduzir a pena de um terço a dois terços, vez que aquele possui capacidade de compreensão

reduzida. É o chamado sistema vicariante, que substituiu o antigo duplo binário, pelo qual se

aplicavam cumulativa e sucessivamente a pena e a medida de segurança.

Observe que toca ao diretor do estabelecimento penitenciário em que estiver o agente enviar ao

juízo da execução relatório minucioso a fim de auxiliar a decisão de revogação ou manutenção da

medida de segurança então imposta. Referido laudo não supre o exame psiquiátrico.

A medida de segurança não pode ser aplicada provisoriamente, ou seja, antes de sentença penal

transitada em julgado.

É de observar, por fim, que, caso o agente tenha revogada sua medida de segurança e, no

intervalo de um ano, venha a praticar algum fato que demonstre sua inclinação à periculosidade,

independentemente de aquele configurar crime, a medida de segurança poderá ser restabelecida.

NA PRÁTICA

Pode alguém ser condenado pela prática de homicídio consumado a pena inferior a seis anos –

pena mínima prevista – e cumpri-la em regime aberto? A resposta é afirmativa! Nos termos do

parágrafo 1º do art. 121 do CP, “Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor

social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da

vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço” (Brasil, 1940). Assim, se o Conselho de

Sentença (Tribunal do Júri) reconhecer a ocorrência de qualquer uma destas três hipóteses – relevante

valor social, relevante valor moral ou crime cometido sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima –, deverá o magistrado, quando do cálculo da pena, reduzir-

lhe entre um sexto a um terço, tendo como baliza a pena mínima para o homicídio simples: seis anos.

Assim, um terço de seis (pena mínima para homicídio simples) é igual a dois anos; seis anos menos
dois dá igual a uma pena de quatro anos e uma pena de reclusão de até quatro anos pode vir a ser

cumprida em regime aberto.

FINALIZANDO

Após breve estudo da teoria da pena, notamos que há três tipos de pena em nosso sistema:

penas privativas de liberdade (reclusão, detenção e prisão simples), penas restritivas de direitos

(conforme rol previsto no art. 43 do CP) e penas de multa; e três regimes para o início de seu

cumprimento: fechado, semiaberto e aberto (Brasil, 1940). Além disso, os mais importantes princípios

reguladores da matéria foram vislumbrados. Adiante, analisaremos detalhadamente cada espécie de

pena e suas características, bem como as medidas de segurança, seus requisitos, forma de aplicação e

manutenção.

REFERÊNCIAS

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