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LEP (Leis de execuções penais)

Estudo a LEP (Leis de Execuções Penais) – Lei 7210/84

Das Finalidades da LEP


Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e
proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

Como percebemos este artigo está em consonância com o que há de mais moderno na doutrina, temos
aqui uma dupla finalidade ou também conhecida como eclética ou mista. Como percebemos temos um duplo
objetivo, na primeira parte o legislador tem como objetivo propiciar meios para que a sentença seja
integralmente cumprida e na parte final o legislador tem como objetivo a reintegração do sentenciado ao
convívio social (ressocialização).
Como outroramente comentado há a concordância entre o que está previsto no artigo primeiro da LEP e
com a finalidade da pena, conforme prevê a doutrina moderna, vejamos, então, esta teoria:

A doutrina moderna admite a tríplice finalidade, porém diferencia os momentos:

Pena em Abstrato – Pena na sentença – Prevenção Pena na Execução


Prevenção Geral Especial
Atuação • Atua antes do • Atua depois do Crime –
Temporal crime O juiz já está sentenciado o
fato
Alcance • Visa à • Visa o delinqüente
sociedade
• Busca evitar a • Busca evitar a • Efetivar a prevenção
prática do delito reincidência especial + retribuição;
Finalidades • Retribuição – Retribuir • Ressocialização.
com o mal o mal causado.

1. (SEJUS-ES/09) O objetivo da execução penal é efetivar as disposições de decisão criminal condenatória,


ainda que não definitiva, de forma a proporcionar condições para a integração social do condenado, do
internado e do menor infrator.

Errado, pois não abrange o menor infrator.

Princípios Norteadores da Sentença

1) Legalidade – Art. 3º LEP.


“Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela
sentença ou pela lei.”
Obs.: Cuidado o princípio da legalidade da execução penal está na própria LEP e não àquele que você
provavelmente está pensando, previsto no artigo primeiro do Código Penal.

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LEP (Leis de execuções penais)
A LEP se aplica ao preso em definitivo, ao preso provisório no que couber e ao internado, sujeito a medida de
segurança de internação

2) Princípio da igualdade
“Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.”

OBS.: Este princípio está previsto no § único, do artigo 3º. Uma possível questão de prova pode envolver este
princípio da legalidade, perguntando, por exemplo, se pode existir algum tipo de desigualdade, o candidato
deve estar atento, pois pode haver uma desigualdade material, por exemplo, no que tange a idade (aos
maiores de 60 anos) e ao sexo (Mulheres cumprindo pena).

3) Princípio da Personalização da Pena


“Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para
orientar a individualização da execução penal.”

É amoldado a pena a cada condenado.


O candidato deve ter cuidado com os tempos da individualização, existem dois momentos na pena,
realizado pelo juiz da sentença e outro feito na execução penal, realizado pelo juiz da execução.

Percebemos ainda que os condenados serão classificados, mas a pergunta que paira é, quem classifica?

Esta classificação cabe a Comissão Técnica de Classificação (CTC), temos que ter cuidado, pois as suas
atribuições, foram diminuídas, vejamos como eram e como ficou agora:

Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa
individualizador e acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos,
devendo propor, à autoridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem como as
conversões.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa
individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003).
Lei 10792/03
Antes Depois
Acompanhava as Penas
a) Privativa de Liberdade
b) Restritiva de Direitos
Somente individualiza e acompanha pena
privativa de liberdade
Intervinha
a) Progressões/Regressões
b) Conversão da Pena

Comentários
Como percebemos o exame criminológico, ao contrário de algumas correntes, ainda é previsto na LEP,
apenas sofreu uma redução em seu rol com o advento da lei 10792/03, como vimos na tabela acima.
A corrente que defende a extinção do exame criminológico, só leve em consideração a destinação do
exame criminológico a tão somente à aferição do mérito que se exigia expressamente para a progressão do
regime prisional e outros benefícios. Porém, e com maior relevância esta classificação se mostra
imprescindível para a individualização executória, que por um acaso nada mudou.
Percebemos que somente será submetido ao exame criminológico obrigatoriamente o preso que cumpre a
pena em regime fechado, ficando, então, o preso em regime semiaberto a faculdade do juiz da execução
penal caso ache necessário, como prevê o art. 8º.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido
a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com
vistas à individualização da execução.

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Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento
da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
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2. O exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com
vistas à individualização da execução é obrigatório para:
a) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime fechado.
b) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime semi-aberto.
c) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime fechado e para os condenados às penas
privativas de liberdade em regime semi-aberto.
d) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime aberto ou à pena restritiva de direitos.
e) Os condenados somente à pena restritiva de direitos.
Resposta: Letra A, Como já comentado somente aqueles que cumprem pena privativa de liberdade em
regime fechado será submetido a exame criminológico, como prevê o artigo 8º acima.
3. (SEJUS-ES/09) O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade e restritiva de direitos deve
ser submetido a exame criminológico a fim de que sejam obtidos os elementos necessários à adequada
classificação e individualização da execução.

Errada, só será submetido a exame criminológico os presos cuja a pena seja privativa de liberdade.

4) Jurisdicionalidade

Os incidentes da LEP serão decididos pelo poder judiciário. A autoridade administrativa somente pode
definir pontos secundários da execução penal (ex: Dia de visitas, horário do banho de sol, imposição de
sanções disciplinares previamente previstos em lei, etc.). Mesmo nos pontos secundários pode haver
intervenção judicial.

Por Exemplo, o delegado ou o diretor do presídio, proíbe o dia de visitas, caso o condenado discorde pode
recorrer ao juiz.

5) Devido Processo Legal


Temos aqui um gênero com várias espécies, por exemplo, ampla defesa, contraditório, publicidade,
imparcialidade...

6) Reeducativo
Durante a execução penal deve-se buscar a ressocialização dos presos, coincidindo com as finalidades da
LEP. Nós temos para isso os instrumentos que buscam a ressocialização, que desdobraremos futuramente.

Art. 11. A assistência será:


I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
7) Humanização
Aqui se visa apenas o que já a própria Constituição federal já previa, proibindo penas cruéis, desumanas ou
degradantes.
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4. Henrique, condenado definitivamente pela prática de latrocínio, praticou, no curso do regime fechado, fato
definido como crime, isto é, matou seu companheiro de cela no interior do presídio. Nessa situação,
independentemente da sanção penal, Henrique poderá ser sujeitado, pelo diretor do estabelecimento
prisional, à sanção disciplinar de clausula em cela escura, até o limite de seis horas por dia.

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Errada, é proibida qualquer tipo de tratamento desumano ou degradante, conforme prevê o artigo 5º, inciso
III da CF, bem como garantido a integridade física e moral do preso.

Art. 5º

...
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
...
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
Direitos e deveres do Preso
Os direitos e deveres do preso estão previstos do artigo 38 ao artigo 43. Denominamos de estatuto jurídico
do preso.

Dos Deveres
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de
execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto
proporcional da remuneração do trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
Dos Direitos
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis
com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária
competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos
mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Observamos que os incisos V, X e XV são os únicos relativos, sendo necessário ato motivado, enquanto durarem os
motivos persistem as restrições acima.
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5. (SEAP-PR) Constituem deveres do condenado, exceto:
a) Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento.
b) Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina.
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c) Conservação dos objetos de uso pessoal.
d) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.
e) Constituição de pecúlio.

Resposta: Letra E, aqui o examinador busca confundir a cabeça do candidato misturando os direitos e
deveres, incluindo na letra E um direito e não um dever.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

...

IV - constituição de pecúlio;

6. (SEJUC-RN) Marque a afirmativa INCORRETA:


A) São recompensas que podem ser concedidas aos presos: elogio e concessão de regalias.
B) Não é garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a
tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependente, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
C) Constituem direito do preso a alimentação suficiente e vestuário.
D) Constitui direito do preso o contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e
de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
E) Constitui direito do preso a previdência social.

Resposta: Letra B, como prevê o artigo 43 é garantido como direito do internado a contratação de médico
pessoal.

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a


tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.

7. (SEJUC-RN) Constituem deveres do preso, EXCETO:


A) Obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se.
B) Submissão à sanção disciplinar imposta.
C) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens.
D) Indenização à vítima e aos seus sucessores.
E) Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação.

Resposta: Letra E, Como sempre o examinador procura misturar o rol de direitos e deveres a fim de confundir
o candidato, porém observe que a letra “E” está contida no rol dos direitos e não dos deveres do preso, como
prevê o inciso V do artigo 41.

8. Constituem direitos do preso

I. Alimentação suficiente e vestuário


II. Atribuição de trabalho e sua remuneração
III. Previdência social
IV. Constituição de pecúlio
V. Entrevista pessoal e reservada com o advogado

Marque a alternativa correta:

(a) As alternativas I, II e III estão corretas


(b) As alternativas I e IV estão corretas
(c) As alternativas I, II, III e V estão corretas
(d) Todas estão corretas

Resposta: Letra D, todas as alternativas representam direito do preso.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

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I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;


III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
Das sanções Disciplinares

Visando buscar a harmonização entre àqueles que cumprem penas, seja privativa de liberdade ou até
mesmo restritiva de direitos o legislador ordinário, criou para isso recompensas para quem haja com mérito e
sanções punidas com faltas para quem haja com demérito, aprofundaremos agora esse assunto.

Dos Méritos Dos Deméritos


Art. 56. São recompensas: Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
I - o elogio; I - advertência verbal;
II - a concessão de regalias. II - repreensão;
Parágrafo único. A legislação local e os III - suspensão ou restrição de direitos (artigo
regulamentos estabelecerão a natureza e a forma 41, parágrafo único);
de concessão de regalias. IV - isolamento na própria cela, ou em local
adequado, nos estabelecimentos que possuam
alojamento coletivo, observado o disposto no artigo
88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Das faltas
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e
médias, bem assim as respectivas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
Comentários
Casos de faltas Graves
Para o condenado à pena privativa de liberdade Para o condenado à pena restritiva de direitos
I - incitar ou participar de movimento para subverter a I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
ordem ou a disciplina;
II - fugir; II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da
obrigação imposta;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de
ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V,
artigo 39, desta Lei. do artigo 39, desta Lei.

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VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
Segundo a tabela acima vale comentar algumas hipóteses de faltas graves àquele que estiver cumprindo
pena privativa de liberdade, o inciso primeiro é óbvio uma questão de segurança tanto para quem cumpre e
para quem auxilia a manutenção dessa pena (carcereiros, por exemplo), vale ressaltar que o idealizador
também será submetido a essa sanção (através da incitação).
O inciso II, é bem simples, porém há parte da doutrina que entende que fuga é a exteriorização do
sentimento humano pela liberdade, logo, não seria caso nem de sanção. Pode até ser lindo, porém para a
sua prova é caso de falta grave.
Para o inciso III, vale ressaltar apenas que se incluem objetos impróprios como, por exemplo, uma escova
de dente que seu cabo é apontado a ponto de se “criar” uma lança de tal forma que se consiga ofender a
integridade física de outrem.
Para o IV, o legislador percebeu que por previsão da remição (a cada 3 dias de trabalho há a remição de 1),
e em caso de acidente de trabalho não provocado essa remição ainda persiste, logo, o objetivo foi claro, foi
evitar a fraude laboral (já vi também estilionato laboral), ou seja, não ceder a remição àquele preso que
provocou por dolo sua queda da escada fim de usufruir desse benefício.
O inciso V, busca evitar o descumprimento no regime aberto das condições impostas.
O VI como pode-se analisar na tabela é caso tanto de falta grave para quem cumpre pena privativa de
liberdade como para quem cumpre restritiva de direitos, que são os casos de desobediência com os
servidores e desrespeito com todos aqueles com quem deva se relacionar, além da não execução do
trabalho, tarefa e ordens recebidas também se insere nesse contexto.
Para concluir o VII tornou-se hipótese de falta grave com o advento da lei 11466 de 2007. A elevação a falta
grave e, portanto, a proibição de uso de celular, rádios... Que permita a comunicação seja com outro preso ou
com o mundo exterior, foi incluída no rol de faltas graves, devido aos reincidentes casos de rebeliões,
atentados, etc. Dentre outros cometimentos de atos e crimes controversos a manutenção da ordem pública.
Finalizando perceba no artigo 49, que a LEP só regula as faltas GRAVES ficando as leves e médias a cargo
da legislação local. Segundo o parágrafo único, a tentativa é punida como a forma consumada.
Lembrando que estas faltas ensejam a aplicação de sanções, as quais começaremos a dissertar agora.
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9. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves, todas elas previstas na LEP, sendo
vedada à legislação local a especificação ou criação de sanções.

Errada, pois a LEP apenas prevê a grave, ficando as leves e médias a cargo da legislação local.
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves
e médias, bem assim as respectivas sanções.
10. Comete falta grave o condenado a pena privativa de liberdade que não cumpre o dever de obediência ao
servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se.

Certa, sendo inclusive caso de falta grave tanto para quem cumpre pena privativa de liberdade como para
aquele que cumpre restritiva de direitos como prevê o artigo 50, VI da LEP.

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
...
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
11. A advertência verbal não constitui espécie de sanção disciplinar, mas mero procedimento interno de
manutenção da disciplina.

Errada, pois se encontra expressa no rol de sanções disciplinares.


Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
I - advertência verbal;
12. É vedado o isolamento do preso provisório ou condenado, na própria cela, como forma de sanção
disciplinar.
Errada, pois existe a previsão expressa de isolamento na própria cela no rol de sanções disciplinares.
Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
...
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

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13. Os condenados podem ser agraciados com recompensas, entre elas a concessão de regalias, tendo em
vista o bom comportamento, a colaboração com a disciplina e a dedicação ao trabalho.

Certa, é possível a concessão de regalias aos presos, desde que atendam ao requisito subjetivo de
disciplina e dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão
de regalias.
14. Como o procedimento para a apuração de falta disciplinar não é um feito judicial, não há necessidade de
se assegurar ao faltoso o direito de defesa.

Errada, questão busca do candidato apenas o conhecimento em relação ao direito a ampla defesa e
contraditório previsto no artigo 59.

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme
regulamento, assegurado o direito de defesa.

15. (SEAP-PR) Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
a) Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta.
b) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina.
c) Provocar acidente de trabalho.
d) Empreender fuga.
e) Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem.

Resposta: Letra A, O candidato aqui deve observar que o examinador procura as faltas graves cometidas por
aqueles que estão cumprindo pena restritiva de direitos e nas demais opções para confundir o candidato
acrescentou causas de faltas graves para aquele que cumpre pena privativa de liberdade.

Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
...
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
16. (SEAP-PR) São consideradas faltas graves cometidas pelo condenado a pena privativa de liberdade,
EXCETO:
A) Descumprir, injustificadamente, a restrição imposta.
B) Fugir.
C) Provocar acidente de trabalho.
D) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina.
E) Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem.

Resposta: Letra A, A letra “A” é a única que é causa de falta grave para quem cumpre pena restritiva de
direitos o examinador buscou aqui confundir o candidato com os casos que ensejam faltas graves nas penas
cumpridas em decorrência de pena privativa de liberdade.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
17. (SEAP-PR) As sanções constantes na Lei de Execuções Penais, em seu título II, cap. IV, seção III, são as
abaixo enumeradas, EXCETO:
A) Advertência escrita.
B) Advertência verbal.
C) Suspensão ou restrição de direitos.
D) Repreensão.
E) Isolamento na própria cela ou em outro local adequado.
Resposta: Letra A, pois a advertência é verbal, não há previsão de advertência por escrito.
18. (SEJUC-RN) NÃO comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
A) Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta.
B) Fugir.
C) Provocar acidente de trabalho.
D) Descumprir, no regime aberto, as restrições impostas.

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E) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina.

Resposta: Letra A, aqui novamente o examinador tentou confundir o candidato misturando os casos de faltas
graves daqueles que cumprem penas privativas de liberdade e daqueles que cumprem pena restritiva de
direitos.

19. (SEJUS-ES) Considere que Joaquim, em cumprimento a pena privativa de liberdade, estimulou os demais
presos de seu pavilhão à prática de greve de fome e de recusa ao trabalho,reivindicando melhores condições
de alojamento e oportunidades de recreação. O movimento durou cinco dias, gerando desordem e indisciplina
entre os presos. Nessa situação, independentemente da sanção aplicada aos demais presos, a conduta de
Joaquim o sujeitará a sanção disciplinar em razão do cometimento de falta grave.

Certa, Joaquim está incitando os demais a participação de movimento para subverter a ordem ou a
disciplina.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
20. (SEJUS-ES) No âmbito da execução penal, no que se refere a faltas disciplinares e respectivas sanções,
deve ser observado o princípio da reserva legal, segundo o qual somente pode ser considerada infração
aquela que estiver anteriormente prevista em lei ou regulamento, bem como somente pode ser aplicada a
sanção anteriormente cominada para o fato.

Certa, Deverá aqui ser observado o princípio da reserva legal.

21. (SEJUS-ES) O regime disciplinar diferenciado, regime de cumprimento de pena em acréscimo aos
regimes fechado, semi-aberto e aberto, caracteriza-se por maior grau de isolamento do preso e por restrições
ao contato com o mundo exterior.

Errada, RDD não é regime de cumprimento de pena.

22. (SEJUS-ES) Considera-se falta disciplinar grave a fuga praticada com violência ou danos patrimoniais.
Classificam-se como falta média a fuga e a tentativa de evasão em que, para deixar a prisão, o preso não
pratica violência nem causa danos ao patrimônio.

Errada, pois as faltas médias serão reguladas pela legislação local.

23. (SEJUS-ES/09) O poder disciplinar só pode ser exercido pelo juiz da execução penal.

Errada, pois poderá ser feita também pelo próprio diretor do estabelecimento, quando por exemplo impor a
sanção preventiva de inclusão na cela isolada, para averiguação.

24. (SEJUS-ES/09) A tentativa de fuga do estabelecimento prisional é classificada como falta disciplinar
grave, punida com a sanção correspondente à falta consumada.

Certa, a fuga é falta disciplinar grave, como prevê o artigo 50, II.

25. (SEJUS-ES/09) A concessão de regalias é modalidade de recompensa e visa reconhecer o bom


comportamento do condenado, sua colaboração com a disciplina e sua dedicação ao trabalho.

Certa, já comentado anteriormente.

Do Regime Disciplinar Diferenciado


Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e sujeita o preso, ou condenado, à sanção
disciplinar, sem prejuízo da sanção penal.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem
ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de
mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

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LEP (Leis de execuções penais)
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº
10.792, de 1º.12.2003)
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha
ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003).
1. Conceito do RDD

O RDD não é uma quarta espécie de regime de cumprimento de pena, mas sim a mais severa sanção disciplinar
imposta ao preso autor de falta grave.

2. Características

2.1) Temporal

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta
grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

* Até 360 dias, quando não há repetição da falta grave.

* Havendo repetição da falta grave  até 1/6 da pena aplicada.


Havendo repetição da falta grave novamente  até 1/6 da pena aplicada.

OBS.: Não há limite para nova repetição.

Então, por exemplo, um condenado que cumpre uma pena de 12 anos na primeira vez poderá ficar até 360
dias, se cometer novamente até dois anos (1/6 de 12 = 2 anos), se cometer novamente dois anos novamente
e assim sucessivamente sem limite de inclusão sucessivo.

Só para explanar esta é a corrente majoritária. Porém existe uma corrente minoritária que considera no caso
de reincidência o prazo máximo de 1/6 da pena, ou seja, as reincidências somadas não poderão ultrapassar
dois anos no caso acima.

Caso Prático  Considerando o mesmo prazo acima de 12 anos o preso que cometer uma hipótese de
cabimento para aplicação no RDD ficará no primeiro caso até 360 dias, no segundo até 1/6 da pena aplicada,
na próxima reincidência o que sobrar dos 1/6 e assim sucessivamente. Devendo o juiz da execução ponderar
de tal forma que nunca chegue ao prazo máximo de 1/6 da pena aplicada, sempre restando um período para
sua aplicação.

2.2) Recolhimento em cela Individual

II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Lembrando que na constituição federal existe um dispositivo transcrito ao lado “XLIX - é assegurado aos
presos o respeito à integridade física e moral”, que proíbe qualquer tratamento desumano ou degradante ao
preso, ratificado pelo inciso III que é mais geral “III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;”, porém ressalta o mesmo argumento. Portanto não poderá colocar um preso no
regime de RDD em cela insalubre, escura, suja, com animais peçonhentos e etc.

2.3) Visita Semanal

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

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LEP (Leis de execuções penais)

Não entrarei em nenhuma discussão doutrinária, até porque sua prova nunca entrará nessa seara, então
senhores leve em consideração que são visitas de duas pessoas semanalmente no máximo, e quantas
crianças forem sem limite.

2.4) Banho de sol

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº
10.792, de 1º.12.2003).

3. Hipóteses de Cabimento

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da
ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas,
quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Comentários:
Como podemos perceber acima existem três hipóteses de inclusão no RDD, vamos ver na tabela abaixo
como funciona esse cabimento em tal sanção:

Previsão Hipóteses de cabimento no


Observações Exemplo prático
Legal RDD
A prática de fato previsto Percebe-se que somente a prática
como crime doloso constitui de crime doloso não enseja Um preso que mata um
falta grave e, quando inclusão no RDD é necessário que colega de cela, pois este
ocasione subversão da somada a isso haja era seu desafeto e todos
Art. 52, ordem ou disciplina internas, concomitantemente a subversão os outros presos
“caput” sujeita o preso provisório, ou da ordem ou da disciplina interna. “chocados” com o crime
condenado, sem prejuízo da Lembrando que além da punição começam um tumulto
sanção penal, ao regime administrativa há também a inconformados com o
disciplinar diferenciado, com punição penal pelo cometimento homicídio.
as seguintes características do crime.
Apesar de estar expresso na lei
que é suficiente que o preso
O regime disciplinar
apresente alto risco é necessário Um preso que após sua
diferenciado também poderá
que haja um cometimento de um inclusão no sistema
abrigar presos provisórios ou
fato posterior ao qual gere essa apresente uma conduta
condenados, nacionais ou
insegurança na prática. (direito penal do fato e
Art. 52, § estrangeiros, que apresentem
Percebemos que o legislador aqui não do autor, como prevê
1º alto risco para a ordem e a
foi redundamente ao mencionar de equivocadamente a LEP),
segurança do
forma expressa a submissão do em desacordo com as
estabelecimento penal ou da
estrangeiro no RDD, pois segundo atitudes preventivas e
sociedade. (Incluído pela Lei
a própria constituição federal os ordeiras que a LEP prevê.
nº 10.792, de 1º.12.2003)
estrangeiros são iguais em
direitos.
Art. 52, § Estará igualmente sujeito ao A doutrina corrige este caso de Um promotor de justiça do
2º regime disciplinar cabimento, pois na prática é MP, solicita ao juiz da
diferenciado o preso necessário a prova material execução através de
provisório ou o condenado (interceptações telefônicas, provas materiais a
sob o qual recaiam fundadas testemunhas). inclusão de um preso que
Professor Ronaldo Bandeira Página 11
LEP (Leis de execuções penais)
suspeitas de envolvimento ou
participação, a qualquer título,
em organizações criminosas, está envolvido em uma
quadrilha ou bando. (Incluído quadrilha qualquer.
pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

4. Procedimento de Inclusão no RDD

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Redação dada
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do
Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)
Comentários
• O RDD está sob império da judicialização, ou seja, somente o juiz pode incluir um preso no RDD.

• O juiz não pode provocar de ofício a inclusão no RDD, é necessário ser provocado através de um
requerimento elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa (secretário
de segurança pública).

Lembrar que o MP pode requerer inclusão no RDD, artigo 68, II, a da LEP.

Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público,

...

II - requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;

• O parágrafo segundo obriga o respeito ao contraditório e a ampla defesa, ou seja, nada mais é que o
devido processo legal.

Circunstâncias preliminares para aplicação das sanções


Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares levar-se-á em conta a pessoa do faltoso, a natureza e as circunstâncias
do fato, bem como as suas conseqüências.

Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III e IV, do artigo 53, desta Lei.

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as
conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Exige do também
Exsurge juiz a individualização
aqui a proibição
dade
sanção
sanção
disciplinar.
coletiva, ela tem que ser individual (art. 45, § 3º da LEP)

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a 30 (trinta) dias.

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LEP (Leis de execuções penais)

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do
regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

Percebe-se aqui uma restrição temporal acerca do isolamento e da suspensão e a restrição de direitos não podendo
estas excederem a 30 dias, ressalvada a hipótese de inclusão no RDD que você já sabe.
O parágrafo único torna obrigatório a comunicação ao juiz da execução visando coibir práticas ilegais contra o preso.
Questões Relacionadas
26. Se todos os presos de determinada ala do presídio praticarem em conjunto falta grave, poderá haver
sanção coletiva.

Errada, pois é expressamente proibida qualquer tipo de sanção coletiva, como prevê o artigo 45 parágrafo
3º.

Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.

...

§ 3º São vedadas as sanções coletivas.

27. (SEJUS-ES) Suponha que, em determinado pavilhão de um presídio, tenha início uma rebelião, não se
determinando ao certo quem começou o movimento. Nessa situação, pode o diretor da unidade prisional,
após a autorização judiciária competente, impor sanção coletiva, de modo a punir todo o grupo de presos do
pavilhão.

Errada, não existe sanção de caráter coletivo, conforme prevê o artigo 45, parágrafo 3º.
RDD Preventivo
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez
dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será
computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

Vislumbram-se aqui duas hipóteses visando à garantia da ordem do faltoso para melhor averiguação do
fato. Você provavelmente percebeu lendo o caput do artigo 60, que este prevê duas formas cautelares para
garantia da ordem seja através do isolamento preventivo do faltoso, ou através de inclusão do preso no RDD,
e este dependerá de despacho do juiz competente (juiz da execução).

Procedimento cautelar Competência Prazo


Isolamento preventivo A autoridade administrativa De até 10 dias
A inclusão do preso no regime
Despacho do juiz competente De até 10 dias
disciplinar diferenciado

OBS.: Só a fim de tecer o último comentário se após essa fase de investigação preliminar for constatado uma das três
hipóteses possíveis de cabimento no RDD, o prazo que o faltoso ficou preventivamente contará, e logo será descontado
no prazo definido na sanção do RDD em definitivo.
Questões relacionadas
28. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem
ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime
disciplinar diferenciado.

Certa, questão muito fácil que apenas espera do candidato o conhecimento do “caput” do artigo 52.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da
ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao

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LEP (Leis de execuções penais)
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

29. O preso em regime disciplinar diferenciado terá direito a visitas semanais de duas pessoas, incluídas
nesse número as visitas de crianças, com duração máxima de três horas.

Errada, pois a visitação das crianças é liberada, a restrição é apenas para os outros que se limitará a duas
pessoas.

Art. 52...

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

30. Sujeitar-se-á ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório sob o qual recaiam fundadas suspeitas
de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.

Certa, questão fácil que só busca o conhecimento do parágrafo 2º, do artigo 52, que é a terceira hipótese
de cabimento no RDD.

Art. 52...

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o
qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações
criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

31. Referido regime disciplinar terá a duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por
nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada.

Certa, outra questão dada só espera o conhecimento do candidato da temporariedade do RDD que está
prevista no inciso I, do artigo 52.

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

32. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias,
independentemente de prévia decisão judicial.

Certa, questão boa que trata do isolamento preventivo para averiguação do fato.

Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez
dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

33. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato,
dependerá de despacho do juiz competente.

Certa, questão trata do RDD preventivo (também chamado por parte da doutrina de RDD averiguação).

Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez
dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003).

34. (SEAP-PR) Como foi amplamente noticiado nos últimos anos, rebeliões assolaram o sistema penitenciário
de vários estados brasileiros. Dentre as respostas dadas pelo poder público como forma de contê-las,
observamos a edição da Lei n° 10.792, de 1° de dezembro de 2003, que estabelece em um dos seus artigos:
“A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou
disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime
disciplinar:

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LEP (Leis de execuções penais)
A) diferenciado”.
B) especial”.
C) fechado”.
D) de exceção”.
E) extraordinário”.

Resposta: Letra A, óbvio que é o Regime disciplinar diferenciado

35. (SEJUS-ES) O regime disciplinar diferenciado aplicado aos presos que apresentam alto risco para a
ordem e a segurança do estabelecimento prisional ou da sociedade alcança aqueles já condenados por
sentença penal irrecorrível, não se estendendo aos presos provisórios.

Errada, pois se encontra expresso no “caput” do artigo 52 que o RDD se estende também aos presos
provisórios.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da
ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

36. (SEJUS-ES/09) A prática de ato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasiona
subversão da ordem, sujeita o condenado ao regime disciplinar diferenciado, com direito à saída da cela por
duas horas diárias para banho de sol.

Certa, é a primeira hipótese de cabimento no RDD mesclada com o direito a saída da cela por 2 horas para
o banho de sol, conforme preceitua o artigo 52, IV.

37. (SEJUS-ES/09) O preso provisório ou o condenado, nacional ou estrangeiro, sobre o qual recaia fundada
suspeita de envolvimento em quadrilha ou bando organizado para a prática de crime hediondo sujeita-se ao
regime disciplinar diferenciado por prazo indeterminado, a critério do juiz da execução.

Errada, Encontramos aqui o erro temporal já que existe um limite para a inclusão no RDD.

38. (SEJUS-ES/09) A autoridade administrativa pode decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
de até 10 dias, sendo esse tempo computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

Certo, O examinador incluiu aqui duas previsões distintas da LEP uma prevista no “caput” do artigo 60 e a
outra que prevê o computo do período no parágrafo único.

Das Assistências e do Egresso


CAPÍTULO II
Da Assistência
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à
convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Comentários
Percebemos que o legislador utilizou aqui de forma genérica o conceito preso, logo, nos cabe interpretar
que esse conceito se estende para todos aqueles recolhidos em estabelecimento prisional, cautelarmente ou
em razão de sentença penal condenatória com trânsito em julgado. Sendo incluindo aqui o preso provisório e
o definitivo.
Além do preso que cumpre lhe foi imposta a pena, o legislador inclui expressamente o internado, nas
palavras de Renato Marcão, internado é “aquele que se encontra submetido a medida de segurança
consistente em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, em razão de decisão judicial.”
E para finalizar no parágrafo único estendeu a assistência ao egresso, a qual seu conceito está definido no
artigo 26.

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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.

* Inimputável - É a pessoa que cometeu uma infração penal, porém, no momento do crime, era inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determina-se de acordo com esse entendimento. São
considerados inimputáveis os doentes mentais ou a pessoa que possua desenvolvimento mental incompleto
ou retardado, e os menores de dezoito anos. Os inimputáveis são isentos de pena, mas, se doente mental,
fica sujeito a medida de segurança e, se menor de 18 anos, fica sujeito às normas estabelecidas na
legislação especial. Ver art. 26 e 27 do Código Penal e art.228 da Constituição Federal.
Art. 11. A assistência será
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
SEÇÃO II
Da Assistência Material
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades
pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.
SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento
médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta
será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao
recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
SEÇÃO IV
Da Assistência Jurídica
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir
advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica nos estabelecimentos penais.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria
Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor
Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para
a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares,
sem recursos financeiros para constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
SEÇÃO V
Da Assistência Educacional
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do
internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que
instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas
as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
SEÇÃO VI
Da Assistência Social
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à
liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;

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LEP (Leis de execuções penais)
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o
seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no
trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.
SEÇÃO VII
Da Assistência Religiosa
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-
lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução
religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
Comentários
Assistência Objetividade Observações
Percebemos que além da assistência material fornecida pelo
Fornecimento de
próprio poder público, o estabelecimento prisional contará com uma
Material alimentação, vestuário e
instalação que disponibilizará objetos e produtos não fornecidos
instalações higiênicas.
pela administração.
É importante o candidato ter muito cuidado com a prestação da
assistência a saúde em outro estabelecimento, pois esta só se dará
Visa o tratamento físico
quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para
do executado, seja em
Saúde prover a assistência médica necessária.
caráter preventivo como
Vale ressaltar que é permitida a contratação de médico de
em caráter curativo.
confiança pessoal ao internado e ao submetido a tratamento
ambulatorial.
Vale ressaltar aqui a mudança trazida pela lei 12.313/10, que
É destinada ao preso e
incube exclusivamente a defensoria pública a assistência jurídica,
ao internado sem
tanto dentro como fora dos estabelecimentos penais. O que outrora
Jurídica recursos financeiros
era prestado por outros órgãos, como OAB com intermédio da
para garantir seus
Procuradoria Geral do Estado hoje é exclusivo da defensoria
direitos
pública.
Visa instruir o preso Deverás importante salientar a obrigatoriedade do 1° grau. Já o
buscando a ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de
Educaciona
ressocialização bem aperfeiçoamento técnico.
l
como a formação Lembre-se é obrigatório a presença de uma biblioteca, provida de
profissional do mesmo. livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Visa principalmente a Não há muito que se falar, tendo em vista já todas as declarações
ressocialização do preso feitas por esta apostila.
Social
e reinserção ao convívio Só queria ressaltar que esta assistência é a única que pensa na
social. vítima, o que foi inclusive questão de prova.
É válido lembrar que ninguém será obrigado a participar de
Objetiva a prática livre
atividade religiosa como preceitua o parágrafo segundo do artigo
da religião daquele que
Religiosa 24, bem como, deverá existir local apropriado para os cultos
se encontra no sistema
religiosos e que nenhum deles poderá sofrer proibição de sua
prisional.
prática, como prevê o artigo 5º, inciso VI da constituição federal.
Questões Relacionadas
39. Otávio, condenado definitivamente pela prática de roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo, no
curso do regime fechado, ficou gravemente doente, não estando o estabelecimento prisional suficientemente
aparelhado para prover a assistência médica necessária a ele. Nessa situação, Otávio poderá ser transferido
para unidade hospitalar apropriada.

Certa, é importante observar que a transferido no caso de inexistência de aparelhagem suficiente para
atendimento como prevê o artigo 14, parágrafo 2º.

Art. 14

...

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LEP (Leis de execuções penais)
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária,
esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.

40. (SEAP-PR) Em relação à assistência ao preso e ao internado “objetivando prevenir o crime e orientar o
retorno à convivência em sociedade”, enumere os itens da segunda relação com base nas informações da
primeira.
1. Assistência material
2. Assistência à saúde
3. Assistência jurídica
4. Assistência social
5. Assistência educacional

( ) Tem por fim amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
( ) É destinada aos presos e internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
( ) Compreenderá instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado.
( ) De caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
( ) Consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.

Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta, de cima para baixo.


A) 4, 3, 5, 2, 1
B) 4, 3, 2, 5, 1
C) 2, 5, 1, 4, 3
D) 5, 3, 2, 4, 1
E) 5, 4, 3, 1, 2

Resposta: Letra A, questão muito fácil. Basta o candidato ter apenas bom senso. Dispensa comentários.

41. (AGPEN-06) A assistência ao preso será:


A) formal; à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa.
B) material; à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa.
C) material; à saúde; jurídica; educacional; vocacional; religiosa.
D) à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa.

Resposta: Letra B, aqui a questão busca a alternativa mais completa, que se mostra na letra B.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III - jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
42. (SEJUS-ES/09) A assistência ao preso e ao egresso é dever do Estado, e visa prevenir o crime e orientar
o retorno do indivíduo à convivência em sociedade.

Certo, A assistência tem esse caráter ressocializador.


SEÇÃO VIII
Da Assistência ao Egresso
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2
(dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por
declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.
Comentários
O que vale comentar aqui é o conceito de egresso que já foi citado anteriormente previsto no artigo 26, bem
como a assistência direcionada ao egresso que consistirá:
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LEP (Leis de execuções penais)
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de
2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por
declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.

Do Trabalho
CAPÍTULO III
Do Trabalho
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e
produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos)
do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por
outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser
fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em
Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
SEÇÃO II
Do Trabalho Interno
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as
necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de
turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos
domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de
conservação e manutenção do estabelecimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e terá
por objetivo a formação profissional do condenado.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e
métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de
remuneração adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, para
implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos
Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não
for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou empresa
pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal.
SEÇÃO III
Do Trabalho Externo
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras
públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.

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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão,
disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como
crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.
Comentários
1. Finalidade do Trabalho
Possui dupla finalidade: produtiva e educativa. Nunca lucrativa como vocês verão em algumas questões.

2. Da Remuneração

2.1 Da quantificação da Remuneração


Não poderá ser inferior a ¾ do salário mínimo.

2.2 Da destinação da remuneração


a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por
outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser
fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em
Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
2.3 Observações

Lembre-se que o preso não está regido pela CLT, porém terá direito a previdência social. As tarefas
executadas como prestação de serviço a comunidade não será remunerada.
Vale lembrar também que em caso de acidente de trabalho não provocado o preso terá direito a remição,
porém quando for provocado será motivo para ensejar falta grave.

3. Do Trabalho Interno
Torna-se indispensável comentar a obrigatoriedade do trabalho somente para o preso sujeito a pena
privativa de liberdade, sendo facultativo para o preso provisório, e se caso aconteça será executado no
interior do estabelecimento.

3.1 Da classificação
Será levado em consideração a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as
oportunidade oferecidas pelo mercado de trabalho.
Sendo óbvio que aqueles que necessitam de uma condição especial individualizada, como os maiores de
60 anos e os doentes ou deficientes físicos exercerão atividades compatíveis com o seu estado.

3.2 Da jornada
A jornada não será superior a 8 horas nem inferior a 6 horas, com descanso nos domingos e feriados.
Podendo ser atribuído horário especial para aquele que trabalha na conservação e manutenção do
estabelecimento penal. Como no caso de faxina, por exemplo, na administração, em enfermarias etc.

4. Do trabalho Externo
Para a admissão no trabalho externo faz-se necessário 2 fatores: um objetivo e outro subjetivo, o primeiro
se refere ao tempo (1/6 no mínimo do cumprimento da pena) e o segundo se refere a disciplina e
responsabilidade, que devem ser apuradas, como bem leciona Renato Marcão através de exames
criminológicos.

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LEP (Leis de execuções penais)

4.1 Limitação e Condição


A condição aqui se faz necessária para o trabalho externo sendo obrigatório que o serviço seja realizado por
órgão da administração direta ou indireta, ou entidades privadas e ainda tendo que possuir cautelas contra
fuga e a favor da disciplina.
A limitação de presos será de 10% do total de empregados na obra.

4.2 Condutas posteriores reprovadora para o trabalho externo


Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como
crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
artigo.
Tabela Resumida
O condenado
Pena Privativa de Preso
Conceitos por crime
liberdade provisório
político
Não é obrigado Não está
Da obrigatoriedade É obrigado a
- a trabalhar obrigado ao
do Trabalho trabalhar
(facultativo) trabalho
Terá direito
Terá direito caso Terá direito caso
No mínimo ¾ do possuindo uma
Remuneração opte em opte em
salário mínimo destinação
trabalhar. trabalhar.
explicitada acima.
Sim terá direito,
A cada 3 dias de mesmo que venha Faz jus do
Remição* trabalho terá direito sofrer acidente de direito a remição -
a 1 dia. trabalho, desde que (súmula 716).
não seja provocado.

Requisito para o trabalho


Conceito
externo
Objetivo Cumprir 1/6 da pena aplicada.
Depende da disciplina e da
Subjetivo
responsabilidade

* Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando
o novo período a partir da data da infração disciplinar.

Possibilidade de trabalho externo para o condenado por crime hediondo


É possível a autorização do trabalho externo para aquele que cumpre pena em razão da prática de crime
hediondo ou assemelhado, lembrando que com os mesmos 1/6 da pena cumprida esse condenado passará a
ter o direito de gozar do trabalho externo.
Essa questão foi analisada, no julgamento do HC 33.414-0-DF realizado em 18 de maio de 2004, de que foi
relator o Min. Hamilton Carvalhido, a 6º turma do Superior Tribunal de Justiça assim se pronunciou: “ A lei de
Execução penal, ela mesma, às expressas, admite o trabalho externo para os presos em regime fechado, à
falta, por óbvio, de qualquer incompatibilidade, por isso que acolhe o benefício, desde que tomadas às
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina”.
Questões relacionadas
• O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a três quartos do
salário mínimo nem se destinar ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a sua manutenção.

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LEP (Leis de execuções penais)
Errada, na parte que se refere à destinação ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
sua manutenção.

§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:


...
c) Ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a
ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
• O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se
com a remição.
Certa, porém questão mal elaborada, porque não se refere em momento algum se a causa do acidente foi
provocada ou não, pois se for provocada, além de não ter direito a remição também será motivo para ensejar
uma falta grave.
Art. 126.
...
§ 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a
remição.
43. (SEAP-PR) Segundo os princípios gerais que norteiam o trabalho exercido pelos presos e apenados,
como previsto no cap. III, seção I, art. 28 da LEP (Lei de Execução Penal), é correto afirmar:
A) É um dever social e condição de dignidade humana, tendo finalidade educativa e produtiva.
B) É um dever social, tendo por fim exclusivamente a produção que possa remunerar o preso.
C) É uma opção para que o preso possa se ocupar e assim não pensar em coisas que impeçam sua
ressocialização.
D) É uma opção dos diretores das unidades prisionais, tendo finalidade educativa e produtiva.
E) É um dever do sistema prisional, uma vez que, através dela, o preso e o apenado podem obter remição de
sua pena.

Resposta: Letra A, busca do candidato a finalidade do trabalho que é misto – produtivo e educativo.

44. (SEJUS-ES) Para os presos em regime fechado, o trabalho externo é admissível somente em serviços ou
obras públicas realizados por órgãos da administração pública, não podendo haver, todavia, vínculo
empregatício entre o condenado e a administração ou a empresa privada que realiza tais obras.

Certa, não pode haver esse vínculo empregatício, já que não é garantido como direito as regras da CLT.

45. (SEJUS-ES) Constitui dever do condenado, entre outros, a indenização ao Estado, quando possível, das
despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho.

Certa, Previsto no artigo 29, parágrafo primeiro, alínea d.

46. (SEJUS-ES) É assegurado ao preso, em regime fechado ou semi-aberto, o desconto do tempo da pena
privativa de liberdade pelo trabalho, na proporção de três dias trabalhados por um dia de pena, sendo tal
benefício chamado remição.

Certo, procura-se do candidato apenas o conhecimento do conceito de remição.

47. (SEJUS-ES) Um dos principais deveres do preso é a obrigação de trabalhar, não se cuidando, porém, de
trabalho forçado, o que é constitucionalmente vedado, mas de trabalho obrigatório, cuja recusa constitui falta
grave.

Certa, Define integralmente o conceito de trabalho e proíbe expressamente o trabalho forçado, que é
constitucionalmente vetado.

48. (AGPEN/06) Quanto ao trabalho do preso, assinale a opção FALSA.


A) O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos)
do salário mínimo.
B) O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: à indenização dos danos causados pelo crime,
desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; à assistência à família; a pequenas
despesas pessoais; ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado,
em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.

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LEP (Leis de execuções penais)
C) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
D) O trabalho do preso está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

Resposta: Letra D, O trabalho do preso não estará sujeito a CLT.


49. (SEJUS-ES/09) O condenado impossibilitado de prosseguir no trabalho por motivo de acidente não
continua a se beneficiar com a remição, mas faz jus ao benefício previdenciário de auxílio acidente
Errada, pois o condenado impossibilitado de trabalhar em razão de acidente de trabalho não provocado fará
jus a remição.
50. (SEJUS-ES/09) O condenado por crime político está desobrigado ao trabalho.

Certo, o preso político não está obrigado a trabalhar, conforme prevê o artigo 200.

Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.

51. (SEJUS-ES/09) Ao condenado à pena privativa de liberdade é facultativa a atividade laboral, respeitadas
suas aptidões, sua capacidade e sua necessidade.

Errada, pois quando a pena é privativa de liberdade torna-se obrigatório o trabalho.

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LEP (Leis de execuções penais)

Execução de pena privativa de liberdade


TÍTULO V
Da Execução das Penas em Espécie
CAPÍTULO I
Das Penas Privativas de Liberdade
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou
vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará
com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I - o nome do condenado;
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V - a data da terminação da pena;
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da
execução ou ao tempo de duração da pena.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á,
na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia
expedida pela autoridade judiciária.
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento para
juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do
recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das
remições e de outras retificações posteriores.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e
Tratamento Psiquiátrico.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se
por outro motivo não estiver preso.
Adotado o sistema Inglês ou também conhecido como progressivo, conforme prevê o artigo 112 da LEP.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva, com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto)
da pena no regime anterior e seu mérito indicar a progressão.
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Comissão Técnica de Classificação
e do exame criminológico, quando necessário.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da
pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003).
Comentários
Cabe ressaltar aqui uma discurssão doutrinária em relação a retirada do mérito como requisito necessário
para a progressão de regime, existe uma corrente que defende o fim do exame criminológico, pois agora com
o advento da lei 10.792, que omitiu o “mérito”, então agora não haveria motivo de existir este exame.
Porém terei de discordar com essa corrente minoritária, por dois motivos o primeiro é claro e nos submete a
existência clara taxada do exame criminológico no artigo 8° da própria LEP e o segundo não menos
importante é que este exame visa orientar a classificação dos condenados e a imprescindível individualização
executória, e por aqui nada mudou.
A discurssão que pode existir e até cabível é se o juiz poderá negar a progressão de regime de acordo com
o laudo do exame criminológico, após momentos de leituras e interpretações sistemáticos sobre esse assunto
tomei a seguinte posição: Caso o preso apresente atestado de bom comportamento (elemento subjetivo) e
tenha cumprido 1/6 da pena aplicada, não há porque o juiz negar sua progressão. Logo como você está

Professor Ronaldo Bandeira Página 24


LEP (Leis de execuções penais)
percebendo com o advento da lei 10792/03 houve essa modificação, requerendo apenas os dois requisitos
citados anteriormente.
Sabemos que existem três tipos de penas de acordo com o artigo 32 do Código Penal a saber:
Art. 32. As penas são :
I – Privativas de liberdade;
II- Restritivas de direitos;
III – De multa.
Nos ateremos nestes primeiros comentários a pena privativa de liberdade, que se dividem como já sabemos
em Regime fechado, Semi-Aberto e Aberto.

Progressão de Regime

Quem pode requerer a progressão de regime:


a) Requerimento do próprio Reeducando;
b) Requerimento do advogado;
c) Requerimento do Ministério Público.
d) O juiz de ofício também pode dar inicio ao incidente de progressão.

Requisitos para a Progressão de Regime

Fechado para o Semi-Aberto

1º) Condenação transitada em julgado: (Doutrina)

Obs.: No caso de condenado provisório preso admiti-se execução provisória (Súmula 716 STF).

2º) Temporal: Cumprimento em regra de 1/6 da pena

Lembre-se se for condenado por crime hediondo deverá cumprir 2/5 se primário ou 3/5 se reincidente.

Obs: Este requisito incide sobre a aplicação da pena que é ilimitada e não sobre a execução da pena que é
limitada a 30 anos. Então, por exemplo, o condenado que pega 300 anos só progredirá de pena quando
cumprir 50 anos de pena o que se torna impossível, pois a pena é limitada a 30 anos, então este cumprirá 30
anos em regime fechado (súmula 715 STF).

3º) Bom comportamento carcerário


Já ressaltado acima

4º) Oitiva do MP
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

5º) No caso de crime violento exigi-se o exame criminológico.

Lei 10792/03
Antes Depois
Pressuposto previsto no art. 112 LEP Deixou de ser mencionado no artigo 112 LEP.

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LEP (Leis de execuções penais)
Apesar de haver corrente (minoritária) em sentido contrário, prevalece no STF e STJ que a alteração trazida
pela lei 10792/03 não aboliu o exame criminológico., apenas deixando de ser obrigatório, ficando a critério do
juiz no caso concreto, fundamentar sua necessidade.

6º) Diante de um crime contra a administração pública só progredirá de regime condicionada a reparação do

dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (art. 33, §4º do

Código Penal).

Requisitos do Semi-aberto para o Aberto


1º) Os mesmos requisitos do fechado para o Semi-aberto + Art. 113, 114 e 115.
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições
impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;*
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados
indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo
das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério
Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
* Isso traz como consequência a impossibilidade do estrangeiro em situação irregular no país chegar ao
regime aberto.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena
privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).
Da Prisão Domiciliar
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular
quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
Comentários
A prisão domiciliar substitui o regime aberto do condenado definitivo, não existe prisão domiciliar substitutiva
de prisão preventiva. Percebe que a prisão domiciliar tem caráter excepcional. Vejamos agora seus incisos e
respectivos comentários:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
Dia anterior Dia do aniversário Dia posterior
Menor de... -------- --------
Não maior de... --------
Maior de... --------- ---------
II - condenado acometido de doença grave;
O laudo dirá se há impossibilidade de cumprir o regime aberto.
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
A jurisprudência abrange o condenado, desde que comprovada a ligação com o filho.
Ex.: Mãe Morreu, Mãe que cumpre a pena em regime fechado...
IV - condenada gestante.

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LEP (Leis de execuções penais)
* O rol do artigo 117 é taxativo.
• O STF vem admitindo outras hipóteses desde que comprovadas as excepcionalidades
• O STJ admite quando não há casa do albergado
Progressão em salto
Prevalece o entendimento que não é possível a progressão em salto, pois violaria a ressocialização e
também não há previsão legal.

Informações relevantes, acima do nível da prova!!!

Porém o STJ admite desde que haja culpa do Estado na transferência do regime mais para o menos rigoroso.
Admite-se também quando não houver vaga no semi-aberto.
Ou seja, na inércia do Estado se admite a progressão em salto.
Regressão de Regime
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne
incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.*
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
Comentários
• Percebemos que no inciso I, é previsto apenas a prática de fato previsto como crime doloso ou falta
grave, sem necessidade no primeiro momento para a regressão de regime a ampla defesa.
• No inciso II, haverá a unificação das penas, por exemplo, o condenado que é punido por novo crime
por mais 30 anos e está no aberto, devido a unificação de penas este volta para o regime fechado.
• No parágrafo primeiro há o comentário mais importante percebemos que foi sublinhado a última parte
desse parágrafo, é óbvio que houve dolo, pois segundo a lei 9268/96 não poderá ser objeto de
regressão, somente pode-se executar a multa como dívida ativa.
• No caso do inciso I e do parágrafo primeiro como há a previsão do parágrafo segundo deverá existir a
ampla defesa.

Sanção Disciplinar

Prática de Falta Grave

Perda dos dias Remidos

Regimes
Regime Fechado Regime Semi-Aberto Regime Aberto
Requisitos para a Progressão de Regime Requisitos para a progressão do Regime Semi-
Fechado para o Semi-Aberto aberto para o Aberto
1º) Condenação transitada em julgado
2º) Temporal: Cumprimento em regra de 1/6
da pena, caso seja condenação por crime Todos Previstos anteriormente
hediondo ou assemelhado será de 2/5 se +
primário e 3/5 de reincidente. Os Previstos nos artigos 113 + 114 + 115

3º) Bom comportamento carcerário

Professor Ronaldo Bandeira Página 27


LEP (Leis de execuções penais)
4º) Oitiva do MP
5º) No caso de crime violento exigi-se exame
criminológico.
6º) No caso de crime contra a ADM. Pública é
necessário a reparação do dano.
Regressão de Regime

A progressão em salto em regre não é permitida, salvo nos casos acima comentados, como previu o STJ.

Regime Fechado Regime Semi-Aberto Regime Aberto


A Regressão pode acontecer em salto, diferentemente da regra da progressão, conforme prevê o
artigo 118.
Casos de Regressão:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução,
torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.*

Enquanto a progressão em salto em regra é proibida, percebemos que em caso de regressão é perfeitamente possível a r

Diferenciação das penas privativas de liberdade


A. Disposições Gerais

Regime Fechado Regime Semi-Aberto Regime Aberto


Local de Cumprimento A pena é cumprida em A pena será cumprida em A pena será cumprida em
de pena penitenciária colônia agrícola,casa de albergado ou
industrial ou estabelecimento
estabelecimento congênere (Prisão
especial. domiciliar)
Necessidade de exame É obrigatório É facultativo Não será submetido a
criminológico exame criminológico.
A vigilância é constante A vigilância será de Não existirá vigilância,
por ser em cumprida em mínima segurança. pois se baseia na
Características penitenciária (Instituições autodisciplina e no senso
de média ou máxima de responsabilidade.
segurança).
É admitido, desde que O trabalho externo é É necessário a execução
seja cumprido os permitido e incentivado de algum trabalho para
Do Trabalho Externo requisitos previstos em como regra. gozar desse regime.
lei e em obras ou
serviços públicos.

Do Guia de Recolhimento
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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com
o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I - o nome do condenado;
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V - a data da terminação da pena;
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da
execução ou ao tempo de duração da pena.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á,
na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.

Da autorização de saída
SEÇÃO III
Das Autorizações de Saída
SUBSEÇÃO I
Da Permissão de Saída
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios
poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes
fatos:
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra
o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da
saída.
SUBSEÇÃO II
Da Saída Temporária
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para
saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na
Comarca do Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de
monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010)
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se
reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por
mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
Parágrafo único. Quando se tratar de freqüência a curso profissionalizante, de instrução de 2º grau ou
superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras
que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela
Lei nº 12.258, de 2010)
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante
o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010)

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LEP (Leis de execuções penais)
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou
superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo
de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como
crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo
grau de aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo
penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.
Da autorização de Saída (Gênero)
Permissão de Saída Saída Temporária
Previsão Legal Art. 120 e 121 LEP Art. 122 e 125 LEP
Preso definitivo, em regime Preso definitivo em regime semi-
fechado ou semi-aberto e preso aberto; Desde que apresente:
provisório. Comportamento adequado,
Beneficiários
cumprido 1/6 se primário ou ¼ se
reincidente* e compatibilidade do
benefício com os objetivos da pena.
Características Mediante escolta Sem vigilância direta**
1) Falecimento ou doença 1) Visita a família.
grave de cônjuge, 2) Frequência a cursos na comarca
companheira, ascendente, onde cumpre pena.
Hipóteses de Cabimento
descendente e irmão. 3) Atividade de ressocialização.
(Taxativa)
2) Necessidade de tratamento
médico do preso (abrange
tratamento odontológico).
Autoridade Competente Diretor do estabelecimento Juiz da execução
Pelo tempo necessário Em regra 5 saídas de no máximo 35
Período
dias.
*Considera-se para a progressão o tempo de cumprimento depena do regime fechado.
**É possível a revogação temporária, conforme prevê o artigo125, bem como a recuperação.
Seção VI
Da Monitoração Eletrônica
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído
pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - autorizar a saída temporária no regime semi-aberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento
eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e
cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de
monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério
do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

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LEP (Leis de execuções penais)
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma
das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer
falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010).

Consequências do Descumprimento dos Deveres Impostos ao Condenado Submetido à Monitoração


Eletrônica
O art. 146-C prescreve os deveres do condenado submetido à vigilância indireta. Comina o parágrafo único
do dispositivo as sanções decorrentes do seu descumprimento. O substitutivo da Deputada Rita Camata
previa que eventual infração configuraria, necessariamente, falta grave, acarretadora de uma das sanções
arroladas nos incisos do preceito. Preferiu, porém, a Câmara, suprimir tal expressão e adotar a locução
poderá acarretar, proposta pelo Deputado Flávio Dino[12].

Notas

[1]
Da “justificação” apresentada pelo Parlamentar, transcreve-se:
A prisão deixou de ser o controle perfeito. É ultrapassado porque ainda é estabelecido em espaço rígido. O
limite territorial determinado pelo cárcere não é mais um aspecto positivo do controle penal, mas um
inconveniente, haja vista que é insustentável para o Estado manter aprisionado as inúmeras pessoas
condenadas (cf. estudos de Fabiana de Lima Leite, em O Controle Penal Eletrônico).
Alguns países, a exemplo dos Estados Unidos da América, França e Portugal, já utilizam o monitoramento de
condenado, exigindo-se o uso de pulseira ou tornozeleira eletrônica como forma de controle das pessoas
submetidas o regime aberto.
Muitos argumentos favoráveis à utilização desse tipo controle penal são trazidos à baila, tais como a melhoria
da inserção dos condenados, evitando-se a ruptura dos laços familiares e a perda do emprego, a luta contra a
superpopulação carcerária e, além do mais, economia de recursos, visto que a chamada "pulseira eletrônica"
teria um custo de 22 euros por dia, contra 63 euros por dia de detenção.
A pulseira, normalmente, é "dotada de uma bateria elétrica que emite automaticamente sinais freqüentes, a
cada 15 segundos, se a pessoa desloca-se mais de dois metros. Trata-se de uma conexão com setor elétrico
e linha telefônica que comporta uma memória informática de os horários assinalados. O receptor capta e
decodifica os sinais emitidos. O nível de recepção torna-se fraco ou mesmo inexistente de acordo com a
distância do local assinalado. O receptor envia, então, uma mensagem de alerta ao centro de vigilância."
(DAMÁSIO, Celuy Roberta H. Reinserção. In: Revista espaço Acadêmico n° 53, out. de 2005).
O controle eletrônico surge para superar as limitações das penitenciárias, podendo ser universalizado. O
custo seria alto num primeiro momento de criação do sistema, porém depois seria menor, pois poderia
alcançar um maior número de condenados.
É preciso que criemos sistemas que não tenham os inconvenientes do cárcere, tais como impossibilidade de
expansão rápida e custo muito elevado. Note-se que, "para abrir vaga no sistema prisional, o Estado
brasileiro gasta cerca de 14 mil reais, além de ser necessário em média mil reais mensais para a manutenção
da pessoa no cárcere." (DAMÁSIO, Celuy Roberta H. Reinserção. In: Revista espaço Acadêmico n° 53, out.
de 2005).
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LEP (Leis de execuções penais)
O controle monitorado de presos, já aceito socialmente em alguns países, pode substituir eficientemente a
prisão. A pulseira ou chip, dizem os seus defensores, não afetaria a integridade física do preso e permitiria o
seu convívio social. É considerado um avanço tecnológico de controle penal. Seria um controle estabelecido,
através de satélite, sem limites, presente no corpo do indivíduo onde quer que ele fosse.
Dessa forma, conclamamos os ilustres pares à aprovação deste projeto, que, se aprovado, permitirá a
redução de custos financeiros para com os estabelecimentos penitenciários, a diminuição da lotação das

prisões e a maior celeridade na ressociabilização do apenado.

[2]
Do voto da Deputada Rita Camata, reproduz-se:
De forma semelhante ao exposto pelos nobres autores, também percebemos que o sistema prisional está
sobrecarregado e que existe uma necessidade urgente em diversificar as soluções que promovam algum
alívio na densidade populacional carcerária. No entanto, devemos levar em consideração que o aumento da
população nas prisões se dá por diversos motivos, entre eles está o sistemático aumento das penas
privativas de liberdade de diversos crimes, estratégia que vem sendo adotada por esta Casa. Dessa forma,
não entendemos que o emprego da vigilância indireta seja a principal solução para o esvaziamento das
prisões, mas um instrumento que pode colaborar para a oferta de condições mais dignas e adequadas à
socialização dos condenados. Essa é a concepção geral que adotamos.
Além disso, nossa intenção é que se ofereçam bases legais para que a Administração Pública tenha condição
de diminuir os gastos com a manutenção dos presídios e com a vigilância direta dos condenados, o que,
consequentemente, coopera para oferecer melhores condições àqueles que permanecerem encarcerados.
Sobretudo, entendemos que o emprego da vigilância indireta é importante para que o Estado exerça o devido
controle sobre as medidas que são impostas nas decisões judiciais.
Não há o que obstar aos argumentos utilizados pelos nobres autores acerca da necessidade do
encarceramento em estabelecimentos prisionais somente daqueles delinqüentes de maior periculosidade. É
imperioso exercer outros tipos de controle sobre os demais condenados, que terão menor restrição à sua
liberdade de locomoção; o que, sem dúvida, pode colaborar para a diminuição da população carcerária, dos
custos e promover melhores condições para a ressocialização e a reinserção laboral desses apenados.
A adoção da monitoração eletrônica já é realizada em diversos países, tornando-se uma tendência mundial.
Esta solução foi adotada em países que possuem grandes contingentes de seus nacionais submetidos a
condenações penais, tais como a Inglaterra e os Estados Unidos. Estudos realizados nesses países informam
que o sistema não apresenta riscos para a saúde do usuário e consiste em um meio muito mais econômico e
racional do seu controle pelo Estado.No entanto, ressaltamos que a utilização desse tipo de tecnologia não é
milagrosa para solucionar o problema do crescimento da população carcerária. Além disso, os cenários de
curto e médio prazos não são muito promissores, se considerada a quantidade estimada de mandados de
prisão que aguardam cumprimento, cerca de 300 mil em todo o País.
Sob o ponto de vista técnico, a vigilância que se pretende fazer com esse tipo de equipamento eletrônico
consiste na utilização de um transmissor que é fixado ao corpo do apenado. Esse dispositivo permite que
posição do seu usuário seja registrada via satélite, telefonia celular (para o caso de grandes áreas de
circulação) ou via telefonia fixa (para circulação em pequenas áreas), dependendo do sistema que se adote.
Em qualquer caso, os equipamentos disponíveis no mercado possuem dimensões semelhantes a um relógio
de pulso, tamanho que, provavelmente, poderá ser diminuído ainda mais até que esta proposta se transforme
em lei. A possibilidade de discrição no uso dos dispositivos é uma das principais preocupações de entidades
ligadas aos direitos humanos, com as quais concordamos. Sobre esse tema, entendemos que a diminuta
dimensão do aparelho é fundamental para assegurar, simultaneamente, aspectos subjetivos ligados à

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LEP (Leis de execuções penais)
dignidade e à privacidade de quem o utiliza e a necessidade do Estado de fiscalizar o cumprimento das
sentenças judiciais. Desse modo, com a necessária discrição, permite-se que o apenado circule com relativa
liberdade, podendo exercer as mais diversas atividades, ao mesmo tempo em que se preserva o rígido
controle sobre a execução penal.
Sob o ponto de vista da segurança pública, o aspecto que mais nos interessa é oferecer ao Estado melhores
condições de fiscalização do apenado no seu retorno ao convívio social, mantendo um rígido controle sobre
os locais e horários de sua circulação.
Considerando essas premissas, todas as proposições analisadas são pertinentes, motivo pelo qual decidimos
apresentar substitutivo acolhendo as iniciativas de todos os autores. Procuramos adotar uma estratégia que

combina e centraliza diversas propostas para formalizar a utilização da vigilância indireta.

[3]
Sufragou o Ex-Juiz Federal o instituto com base nas seguintes razões:
Quanto à avaliação de conveniência e oportunidade das proposições, seus autores e relatores alegam, em
uníssono, a redução da sobrecarga a que o sistema prisional está submetido, além da reprodução da bem-
sucedida experiência estrangeira com sistemas de monitoramento eletrônico. Vislumbram um sensível
abatimento nos gastos públicos com execução penal, vez que o monitoramento eletrônico custa, anualmente,
cerca de metade do que o Estado despende com a permanência de um detento num presídio. Ressaltam a
maior viabilidade de reintegração do condenado à sociedade, vez que o equipamento permite ao monitorado
manter atividades como trabalho, estudo e contato com seus familiares.

Num momento em que nosso sistema prisional atravessa propalada crise[1], e que mesmo a eficácia da pena
privativa de liberdade é questionada por um segmento significativo da Criminologia[2], louvável é um Projeto
de Lei que tenciona prestigiar o regime aberto. Por essa razão, acatamos todos os argumentos apresentados.
É necessário assegurar a discrição dos aparelhos a serem utilizados, de forma que os condenados tenham
sua imagem preservada e não sejam estigmatizados, e a informação dos monitorados acerca do
funcionamento do programa. Nesses moldes, a medida satisfaz plenamente o princípio da dignidade humana,
fundamento da República Federativa do Brasil, inserto no art. 1°, inciso III, da Constituição Federal.
Estudos internacionais informam que o grau de contentamento dos próprios monitorados com a medida é
grande[3], e que a introdução da fiscalização eletrônica tem impactos imediatos na redução da população
prisional[4]. A liberdade vigiada cumpre as funções preventiva e ressocializadora da pena e supre uma série de
deficiências do nosso atual sistema de execução penal. O monitoramento eletrônico concorre, a um só tempo,
para o benefício do Estado, dos condenados e dos demais membros da sociedade.
Em razão dos grandes proveitos que o monitoramento eletrônico de condenados pode trazer à execução
penal, defendemos a sua ampla utilização. Pugnamos pela possibilidade de emprego do dispositivo nas
diversas hipóteses em que um condenado cumpra pena em liberdade, ou tenha que atender a restrições de
horários. Opomo-nos apenas à possibilidade de converter a prisão preventiva em liberdade vigiada. A prisão
cautelar tenciona, sobretudo, salvaguardar eventuais provas de um fato, e esta função não é sobejamente
cumprida mediante vigilância eletrônica. Ademais, há projeto específico sobre o tema da prisão preventiva em

tramitação na Casa, aguardando votação em plenário


De acordo com as estatísticas de 2006 do InfoPen - Sistema Integrado de Informações Penitenciárias do
Departamento Penitenciário Nacional - MJ, existe um déficit de 160 mil vagas no sistema penitenciário.
[2]
"A violência oficial pode ser exercida contra a lei ou à sombra da lei. (...) Violência à sombra da lei é a prisão
em si, um anacronismo em face do estágio atual das mais diversas Ciências Humanas. Violência contra a lei

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LEP (Leis de execuções penais)
é a prisão como a temos aqui, que corrompe o corpo e degrada o espírito dos que são por ela vitimados"
(HERKENHOFF, João Baptista. Direito e utopia. Porto Alegre : Livraria do Advogado, 1999, p.41-2)
[3]
Gibbs, A. e King, D. "The eletronic ball and chain? The operation and impact of home detention with
electronic monitoring in New Zealand". Australian and New Zealand Journal of Criminology. 2003. vol. 36, n° 1,
pp 1-17.
[4]
JARRED, W. "Eletronic monitoring: Corrective Services Bill 2000", apud SMITH, G. e BLACK, M. "Eletronic
Monitoring in the Criminal Justice Sistem". Disponível em:
http://www.aic.gov.au/publications/tandi2/tandi254.pdf. Acesso em 30 de setembro de 2007.

[4]
Segundo a parlamentar:

Ademais, incluímos no substitutivo um período de realização de programas piloto. Entendemos que a


experimentação controlada dos equipamentos e a realização de estudos brasileiros são fundamentais para
que programas de utilização dessa tecnologia possam ser oferecidos com consistência. Propomos que os
estudos sejam conduzidos no período de 365 dias, a partir da entrada em vigor da lei, e que os relatórios
sejam divulgados nos 90 dias seguintes após o término deste período de experiência.
Durante o período inicial de um ano, sugerimos a restrição da quantidade de usuários ao máximo de 10% da
população carcerária total do Estado, com o intuito de limitar os custos e proporcionar o teste em quantidade
compatível com estudos controlados. Entendemos que essa providência se faz necessária, pois permitirá que
sejam realizadas as devidas adequações das experiências internacionais, dos equipamentos e tecnologias às
realidades brasileiras. Além disso, adequamos a ementa ao escopo das alterações propostas pelo

substitutivo.

[5]
Do parecer apresentado à CCJ, transcreve-se:
Apesar dos exaustivos estudos de institutos estrangeiros a atestar a eficácia do sistema, bem como a
existência de empresas internacionais e nacionais aptas a atender a demanda de aparelhos, entendemos
necessária a adoção, por dois anos, de um programa piloto restrito à hipótese de saída temporária no regime

semi-aberto.

[6]
Destaca-se do voto do Deputado o seguinte excerto:
(…) o projeto de utilização de equipamento de rastreamento eletrônico pelo condenado estaria condicionado
a um período de testes de 2 anos em que só seria aplicado o sistema de monitoração eletrônica nas
hipóteses de saída temporária do regime semi-aberto.
Ocorre que essa restrição se afigura prejudicial para a implantação definitiva e eficaz do sistema, uma vez
que seria necessário fazer grandes investimentos para que seja otimizada a eficiência de um sistema tão
complexo. Portanto, se ao longo de dois anos o equipamento for usado tão poucas vezes pelos condenados,
o projeto não atrairá o investimento necessário para que o sistema tenha um bom funcionamento,
prejudicando, então, sua eficácia. Assim, a restrição se mostra como forte fator de desestímulo de
investimentos no setor, pois o retorno seria incerto.
Ademais, como o próprio Relator reconhece em seu parecer, várias são as "empresas internacionais e
nacionais aptas a atender a demanda de aparelhos" e os estudos estrangeiros que atestam a eficácia do
sistema em questão. Não haveria, portanto, necessidade alguma de testar o sistema ao longo de dois anos,

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LEP (Leis de execuções penais)
ainda mais se tal período de testes desestimula a indústria atuante no setor. Soma-se a isso o fato de que o
juiz terá a discricionariedade para escolher em quais casos o sistema pode ser aplicado, ficando, portanto, a
seu critério utilizar o equipamento quando achar que o sistema é confiável.

Por fim, é forçoso reconhecer que alguns estados brasileiros já realizaram testes nesse sentido e aguardam
somente a aprovação de lei competente para permitir a implantação do sistema, uma vez que a elaboração
de legislação referente ao tema é de competência da União.

[7]
Do parecer da Deputada Rita Camata, colhe-se:
Uma alteração no Código Penal se faz necessária no caso do art. 36. Este dispositivo se refere ao
cumprimento da pena no regime aberto "sem vigilância" e ao recolhimento do condenado ao estabelecimento
penal em determinados momentos. Para esse caso, adotamos a solução de suprimir a expressão "sem
vigilância" e desobrigar o recolhimento noturno e nos períodos de folga para a hipótese de utilização da
vigilância indireta.
A dispensa do recolhimento do submetido à monitoração eletrônica, reitere-se, estava prevista do parágrafo
único do artigo 146-B, vetado por entender a Presidência não dever o instituto alcançar o regime aberto.

[8]
Do parecer do autor da inovação, Deputado Flávio Dino, reproduz-se:
Também alteramos o artigo 124 da Lei de Execução Penal, acrescentando condições à saída temporária no
regime semi-aberto, de forma a evitar que os sentenciados favorecidos com o benefício fujam à vigilância
estatal e cometam novos delitos. Este instituto configura uma das hipóteses em que é autorizado o
monitoramento eletrônico, segundo nosso Substitutivo.

[9]
Do parecer da Deputada Rita Camata, que pioneiramente versou a seção dedicada à monitoração
eletrônica, transcreve-se:
Acerca então da aplicação da vigilância eletrônica às situações de livramento condicional, suspensão
condicional da pena, permissão de saída e saída temporária adotamos a estratégia de reunir todas essas
alterações em uma única seção na Lei de Execução Penal, o que apresenta vantagens para a sistematização
do emprego da medida e facilitará futuras alterações.
Preservou o Deputado Flávio Dino a distribuição da matéria, conquanto alterasse parte de sua substância:
Parece-nos suficiente e mais adequada a inserção de uma nova seção na Lei de Execução Penal, que regule
de forma geral todas as hipóteses de utilização do monitoramento eletrônico, em lugar de uma miríade de
alterações tópicas dos dispositivos correlatos. Por esta razão, aderimos ao formato do Substitutivo

apresentado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

[10]
Assim justificou a parlamentar a opção pelo modelo:
É oportuno destacar também, que alguns autores optaram por não tornar obrigatória a utilização do
dispositivo, deixando a critério da Justiça a decisão. Respeitosamente discordamos dessa escolha e
entendemos que a melhor estratégia para a implementação inicial da monitoração eletrônica é torná-la

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LEP (Leis de execuções penais)
obrigatória, pois é a única forma de garantir isonomia na aplicação da medida e evitar que, com o tempo,
surjam duas populações diferentes: aqueles que estarão sujeitos à vigilância indireta e aqueles condenados
que não a receberão. Nada impede que, após as primeiras experiências concretas de utilização da vigilância
indireta, se alterem as condições e se inicie uma segunda fase na qual se abra a possibilidade para que as
Unidades da Federação adotem programas para a utilização do dispositivo de forma voluntária por parte dos
apenados, apresentando a sua utilização como um benefício, não como um ônus adicional ao condenado.

Entendemos, portanto, que é prematuro oferecer um sistema demasiadamente flexível, principalmente se


consideradas as características atuais do sistema prisional, sua forma de organização e os problemas que

vem apresentando.

[11]
Do parecer apresentado na CCJ, colhe-se:
Contudo, refutamos a obrigatoriedade da aplicação do dispositivo. Satisfaz o princípio constitucional da
igualdade material permitir que o juiz aprecie, no caso concreto e conforme juízo de proporcionalidade, em
que hipóteses deve ser deferida a liberdade vigiada. Não se deve tratar de forma análoga os desiguais. Para
atingir as finalidades a que se propõe, o equipamento de monitoramento deve funcionar como uma forma de
tutelar condenados que podem cumprir pena fora do estabelecimento prisional, mas demandam certo grau de

supervisão estatal. A diligência não deve representar um ônus a condenados que dela não necessitam.[1]

[1]
Ferrajoli assevera: "a sujeição do juiz à lei já não é de fato, como no velho paradigma
juspositivista, sujeição à letra da lei, qualquer que seja o seu significado, mas sim sujeição à lei somente
enquanto válida, ou seja coerente com a Constituição. E a validade já não é, no modelo constitucionalista-
garantista, um dogma ligado à existência formal da lei, mas uma sua qualidade contingente ligada à coerência
— mais ou menos opinável e sempre submetida à valoração do juiz — dos seus significados com a
Constituição. Daí deriva que a interpretação judicial da lei é também sempre um juízo sobre a própria lei,
relativamente à qual o juiz tem o dever e a responsabilidade de escolher somente os significados válidos, ou
seja, compatíveis com as normas constitucionais substanciais e com os direitos fundamentais por elas
estabelecidos" FERRAJOLI, Luigi. O Direito como sistema de garantias. In: OLIVEIRA JÚNIOR, José
Alcebíades (org.). O novo em Direito e Política. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997, p.90-1.

[12]
Assim justificou o Parlamentar a redação sugerida e adotada:

É também em prol da juridicidade que não acatamos a qualificação da violação de deveres do monitorado
como falta grave, sugerida no Substitutivo da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime
Organizado e nos PLs 641/2007 e 1.295/2007. Os arts. 37, 52, 118, 125, 127 e 181 da Lei de Execução Penal
prevêem conseqüências onerosas e inescapáveis a quem pratica ato configurado como falta grave. Tais
repreensões são incompatíveis com a gravidade da transgressão de algumas obrigações do apenado vigiado.
Mantemos a possibilidade de o juiz modular a punição aplicável em caso de violação dos deveres impostos
ao monitorado.

MONITORAÇÃO ELETRÔNICA

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LEP (Leis de execuções penais)
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA E FISCALIZAÇÃO INDIRETA DO CONDENADO – APONTAMENTOS
SOBRE A LEI 12.258/10.

Ricardo Antonio Andreucci


Procurador de Justiça.
Doutorando e Mestre em Direito.
Professor da Escola Superior do Ministério Público.
Professor universitário e de cursos de pós-graduação.
Autor de diversas obras pelas editoras Saraiva, Verbo Jurídico e Lumen Juris

A possibilidade de monitoração eletrônica durante a execução da pena foi instituída pela


recente Lei nº 12.258, de 15 de junho de 2010, permitindo a fiscalização indireta do condenado, em
determinados casos, mediante a utilização de equipamento que possibilite sua localização, com indicação de
horário e distância, além de outras informações úteis à fiscalização judicial.

Modificando vários dispositivos da Lei de Execução Penal e acrescentando-lhe os arts. 146-


A a 146-D, em seção intitulada “Da monitoração eletrônica”, a Lei nº 12.258/10 teve vários de seus
dispositivos vetados pelo Presidente da República, constando das razões do veto que “a adoção do
monitoramento eletrônico no regime aberto, nas penas restritivas de direito, no livramento condicional e na
suspensão condicional da pena contraria a sistemática de cumprimento de pena prevista no ordenamento
jurídico brasileiro e, com isso, a necessária individualização, proporcionalidade e suficiência da execução
penal. Ademais, o projeto aumenta os custos com a execução penal sem auxiliar no reajuste da população
dos presídios, uma vez que não retira do cárcere quem lá não deveria estar e não impede o ingresso de
quem não deva ser preso.”

Assim é que o veto a boa parte dos dispositivos da lei fez com que o sistema de
monitoramento eletrônico não fosse instituído em sua plenitude na execução penal, trazendo, portanto,
acanhada novidade, que, de certo modo, tem o mérito de inaugurar a possibilidade de utilização dessa
preciosa ferramenta de controle do condenado durante a execução da pena.

Sim, porque o foco da nova lei foi primordialmente fornecer aos operadores da execução
penal meio mais eficaz de controle sobre o condenado em liberdade, nos casos de saída temporária e prisão
domiciliar (art. 146-A, incisos II e IV), não recaindo a preocupação do legislador sobre a ressocialização do
preso, fulcro do sistema de execução instituído pela Lei nº 7.210/84, possibilitando-lhe o ingresso gradativo
no sistema de liberdade total.

A nova lei, em seu texto originário trazia várias hipóteses de utilização de fiscalização
indireta por monitoração eletrônica, a saber: no caso de aplicação de pena restritiva de liberdade a ser
cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou no caso de concessão de progressão para tais regimes; no
caso de autorização de saída temporária no regime semiaberto; no caso de aplicação de pena restritiva de
direitos que estabelecesse limitação de horários ou freqüência a determinados lugares; no caso de
determinação de prisão domiciliar; e no caso de concessão de livramento condicional ou suspensão
condicional da pena.

Em razão do veto parcial à lei, entretanto, restaram apenas duas hipóteses em que pode ser
utilizada a monitoração eletrônica: saída temporária em regime semiaberto e prisão domiciliar.

Nestes casos, concedido o benefício, o condenado será instruído acerca dos cuidados que
deverá adotar com o equipamento eletrônico (que será constituído certamente por pulseira ou tornozeleira –
já que a lei não estabelece o meio), ficando ainda ciente do dever de receber visitas do servidor responsável
pela monitoração eletrônica, respondendo aos seus contatos e cumprindo suas orientações, além de abster-
se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica
ou de permitir que outrem o faça.

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LEP (Leis de execuções penais)
A violação comprovada dos deveres acima especificados poderá acarretar, a critério do juiz da
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa, a regressão do regime; a revogação da autorização de
saída temporária; a revogação da prisão domiciliar; e advertência, por escrito, para todos os casos em que o
juiz da execução decida não aplicar alguma destas medidas.

Outrossim, tornando-se desnecessária ou inadequada, ou se o condenado violar os deveres a


que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave, a monitoração eletrônica será revogada.

Deve ser ressaltado, contudo, que a nova lei, em sua redação originária, antes do veto,
permitia a vigilância indireta por monitoração eletrônica aos presos provisórios, na medida em que o art. 146-
A (vetado) estabelecia a possibilidade de o juiz determiná-la “para a fiscalização das decisões judiciais”
referindo-se, ainda, no art. 146-D (não vetado), inciso II, ao “acusado ou condenado”.

Portanto, a fiscalização das liberdades processuais (liberdade provisória e suspensão


condicional do processo, por exemplo) não pode ser feita indiretamente por meio de monitoração eletrônica,
tendo o legislador pátrio perdido uma excelente oportunidade de inserir essa interessante ferramenta, de vez,
no sistema judiciário brasileiro.

Some-se a isso que a recente lei é bem mais acanhada que a polêmica Lei Estadual nº
12.906, de 14 de abril de 2008, que estabeleceu no estado de São Paulo normas suplementares de direito
penitenciário, regulando a utilização da vigilância eletrônica para a fiscalização do cumprimento de condições
fixadas em decisões judiciais, a qual, inclusive, previa a monitoração eletrônica de condenados por tortura,
tráfico de drogas, terrorismo, crimes decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou
organizações ou associações criminosas de qualquer tipo, além dos crimes de homicídio, latrocínio, extorsão
com resultado morte, extorsão mediante seqüestro, estupro, dentre outros.

Por fim, estabelece a nova lei, em seu art. 3º, a obrigatoriedade de regulamentação da
implementação da monitoração eletrônica pelo Poder Executivo, somente após o que estará o sistema apto a
ser utilizado como importante aliado do juízo da execução.

Da Remição
SEÇÃO IV
Da Remição
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo
trabalho, parte do tempo de execução da pena.
§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de
trabalho.
§ 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a
remição.
§ 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministério Público.
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o
novo período a partir da data da infração disciplinar.
Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e indulto.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao Juízo da execução cópia do registro
de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um deles.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao Juízo da execução, ao Ministério
Público e à Defensoria Pública cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias
de trabalho de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de
serviço para fim de instruir pedido de remição.
Comentários

Do Instituto
Primeiramente devemos ter cuidado para não confundir Remissão com da Remição
Remição, aquela é referente a perdão, enquanto

Objetivo Resgate de parte do tempo de execução

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Proporcionalidad Na proporção de a cada três trabalhados fará direito a remição de um
e dia de resgate da pena de execução
Beneficiários da Só é admitida a remição para trabalhadores em regime fechado ou
remição semi-aberto.
Trabalho como Pois dá ensejo a remição (resgata parte do tempo de execução de
direito pena).
Trabalho como Pois a desobediência dá causa a falta grave.
dever
Da Remição Ficta:
A remição ficta se baseia na remição sem o trabalho concreto, ou seja, o reeducando fará jus a remição
mesmo sem trabalhar concretamente, no caso de acidente de trabalho. Faz-se necessário aqui fazer dois
comentários o primeiro é que o acidente deverá se dá efetivamente no trabalho, então, por exemplo, caso
aconteça fora do trabalho, durante uma partida de futebol, o preso não terá direito a remição ficta. Só terá
direito a remição ficta quando efetivamente o acidente se der no trabalho (Exemplo operando com uma
máquina faz um corte nos dedos).
O segundo comentário a ser feito é em relação as conseqüências geradas quando o acidente for produzido.
Vejamos no infográfico abaixo:

Observação Plus:

Segundo a súmula 341 STJ a freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução d
Outro comentário importante é em relação ao artigo 129, que trata das informações mensais repassadas ao
juiz da execução, ao ministério público e a defensoria pública e ao para sua homologação pelo diretor do
estabelecimento em relação aos dias remidos.

Funciona assim:

Autoridade administrativa repassa Juiz homologa


mensalmente
Em janeiro trabalhou 18 dias – 6 dias remidos Juiz homologa 6 (seis) dias
Em Fevereiro trabalhou 18 dias – 6 dias remidos Juiz Homologa 6 (seis) dias
Em março trabalhou 24 dias – 8 dias remidos Juiz Homologa 8 dias
Em Abril trabalhou 9 dias – 3 dias remidos Ainda não foram homologados
Porém em abril o preso comete uma falta grave, Justificativa se encontra na súmula vinculante Nº 9
diante dessa situação perderá todos os dias do STF, a qual afirma que dias remidos são apenas
remidos (homologados ou não). expectativas de direito.

E por fim o artigo 130 trata da sanção penal no caso de declaração com o intuito de pedir os dias remidos, enquadrando

Do Livramento Condicional
SEÇÃO V
Do Livramento Condicional
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos
do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho
Penitenciário.

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Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar
e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não freqüentar determinados lugares.
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia
da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da
observação cautelar e de proteção.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às autoridades
referidas no artigo anterior.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução,
para as providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença
em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho
Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo
Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se
o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do Conselho
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na sentença
de livramento;
III - o liberando declarará se aceita as condições.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e
do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for
exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as condições
do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que
possam identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento das
condições referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato ou
Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do benefício;
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de
atividade laborativa.
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado apresentará
relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do
Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá
advertir o liberado ou agravar as condições.
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-
á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo
livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.

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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve
solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do
Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou mediante representação do
Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença,
devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no
inciso I, do artigo 137, desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante
representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas
na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários
indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1 o e 2o do
mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o
Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja
revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante
representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do
livramento sem revogação.
Comentários
1. Requisitos
R Qualidade da Pena Somente a penas privativa de liberdade
E Somente gozará deste direito aquele que for condenado por 2
Q Quantidade da Pena
ou mais anos.
U a) + de 1/3 para aquele que cumpre pena por crime doloso,
I sem reincidência e com bons antecedentes; (Livramento
S Condicional Simples)
I b) + de ½ para aqueles reincidentes em crimes dolosos
T (livramento Condicional qualificado)
O O c) + de 2/3 para aqueles condenados por crimes hediondos ou
S B Efetivo Cumprimento da equiparado.
J Pena
E * Percebe-se aqui que houve um cochilo do legislador relativo
T ao condenado por crime doloso, não reincidente com maus
I antecedentes. Nesse ponto a doutrina diverge, porém, adotarei
V a posição, majoritária,defendida por Luís Flávio Gomes, que
O nesse caso adotaremos “in dúbio pró-réu”, logo, a menos
S severa seria cumprir 1/3 da pena.
Exame Criminológico No caso de crime praticado com violência grave ameaça,
realizando uma interpretação extensiva sobre o artigo 83 em
seu parágrafo único, que alude à realização de perícia
médicas, diante das circunstâncias acima mencionadas, o
condenado para gozar do livramento condicional deverá ser
submetido a esse exame.
Reparação do Dano Salvo, quando impossibilitado de fazê-lo por insolveniência
justificada de acordo com o caso concreto.
S
U Comportamento Carcerário Adequado
B
J
E Aptidão para prover a própria subsistência por meios honestos
T
I
Bom Desempenho no trabalho
V

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LEP (Leis de execuções penais)
O
S

 Conceito
Como nos ensina o Mestre, Rogério Sanches, que conceitua brilhantemente livramento condicional, este “é
um incidente de execução penal, liberdade antecipada, mediante certas condições, conferida ao condenado
que cumpriu parte da pena privativa de liberdade que lhe foi imposta.”

Devemos ter cuidado para não confundir sursis com livramento condicional, vamos diferenciá-los:

“Sursis” O condenado não Período de prova Concedido na


chega a cumprir (varia de 2 a 4 anos). sentença
pena. (apelação) Direito Subjetivo
Livramento Pressupõe o Período de prova é o Concedido na do agente
Condicional cumprimento de restante da pena. execução (agravo
parcela da pena na execução)

Decorrência do sistema progressivo.

Requisitos do livramento condicional


Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons
antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que
lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Requisitos Objetivos

1) A pena imposta tem de ser privativa de liberdade.

2) A pena concreta a ser cumprida deve ser igual ou superior a 2 anos.

3) Cumprimento da parcela da pena (art. 83, CP)

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LEP (Leis de execuções penais)
• + de 1/3 se primário + Bons antecedentes;

• + de ½ se reincidente;

• + de 2/3 por crime hediondo, não específico.

4) Reparação do dano.

 Requisitos Subjetivos

1) Comportamento carcerário satisfatório;

2) Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;

3) Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho lícito;

Observação: Os requisitos objetivos e subjetivos são cumulativos.


Especificações das condições
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984).
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não freqüentar determinados lugares.
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010).

 Revogação do Livramento (art. 86, CP)


Revogação do livramento
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em
sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984).
 Condenação definida por crime cometido durante o benefício:
• O pedido de liberdade não será computado como pena cumprida;
• Não cabe novo livramento para o crime revogado (Mas é possível para o revogador);
• Não se permite soma das penas.
 Condenação definida por crime cometido, antes do benefício:
• O período de liberdade = pena cumprida
• Cabe novo livramento condicional para o crime revogado
• Cabe soma das penas (art. 84, CP)
Da revogação Facultativa
Revogação facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das
obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena
que não seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

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LEP (Leis de execuções penais)
I. Deixar de cumprir as obrigações constantes da sentença.
II. Condenação definitiva por crime ou contravenção, desde que a pena seja diversa da pena privativa de
liberdade.
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta
de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve
solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prorrogação do período de prova
Extinção
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo
a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Das Características e classificação dos Estabelecimentos Penais


TÍTULO IV
Dos Estabelecimentos Penais
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança,
ao preso provisório e ao egresso.
§ 1º - A mulher será recolhida a estabelecimento próprio e adequando à sua condição pessoal.
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e
adequado à sua condição pessoal. (Redação dada pela Lei nº 9.460, de 04/06/97)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde
que devidamente isolados.
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com
áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046,
de 18/05/95)
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam amamentar seus filhos. (Incluído pela Lei nº 9.046, de 18/05/95)
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.
(Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do
sexo feminino na segurança de suas dependências internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009).
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.(Incluído
pela Lei nº 12.245, de 2010)
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.
§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada para os reincidentes.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em
dependência separada.
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo
de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser
executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.
§ 1° A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para
recolher, mediante decisão judicial, os condenados à pena superior a 15 (quinze) anos, quando a medida se
justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado.
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para
recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio
condenado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

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LEP (Leis de execuções penais)
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se
dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o estabelecimento
prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
CAPÍTULO II
Da Penitenciária
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir
Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime
fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e
lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento
térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 89. Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a penitenciária de mulheres poderá ser dotada
de seção para gestante e parturiente e de creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja
responsável esteja presa.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete)
anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa. (Redação dada
pela Lei nº 11.942, de 2009)
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei
nº 11.942, de 2009)
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação
educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável. (Incluído
pela Lei nº 11.942, de 2009)
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que
não restrinja a visitação.
CAPÍTULO III
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semi-
aberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a,
do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.
CAPÍTULO IV
Da Casa do Albergado
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime
aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e
caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos
aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos
condenados.
CAPÍTULO V
Do Centro de Observação
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos resultados
serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento
penal.
Professor Ronaldo Bandeira Página 45
LEP (Leis de execuções penais)
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro
de Observação.
CAPÍTULO VI
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis
referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta
Lei.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios para
todos os internados.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será
realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica
adequada.
CAPÍTULO VII
Da Cadeia Pública
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da
Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro urbano,
observando-se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.

Pena Local de cumprimento Características


Tem como preceito principal uma maior vigilância por
Em regime
Penitenciária agrupar os presos que cumprem pena em regime
Fechado
fechado.
Em regime semi- Na colônia agrícola, Possui uma menor vigilância e visa aqui uma maior
aberto Industrial ou Similar. coletividade entre os presos.
Caracteriza-se por falta de obstáculos físicos, pois
Em regime
Casa do albergado baseia-se no senso de responsabilidade e na
Aberto
autodisciplina.
Realização de Visa à realização de exames gerais e o criminológico,
exames gerais e Centro de Observação cujo resultado será encaminhado à comissão técnica de
criminológicos classificação.
Semi-imputáveis
Hospital de custódia e
e aos Abrange o semi-imputáveis e inimputáveis.
tratamento psiquiátrico
inimputáveis
Presos
Cadeia Pública Observa-se a proximidade com o centro urbano.
provisórios

Questões de Concurso
52. Quando da utilização de dormitórios coletivos, admitida apenas em situações especiais, deverão os
dormitórios ser ocupados por presos cuidadosamente selecionados e reconhecidos como aptos a serem
alojados nessas condições.

53. Aos menores de até 6 anos de idade, filhos de preso, será garantido o atendimento em creches e em pré-
escolas.

54. O preso que não se ocupar de tarefa ao ar livre deverá dispor de, pelo menos, uma hora ao dia para a
realização de exercícios físicos adequados ao banho de sol.

55. A penitenciária destina-se ao condenado a pena de reclusão, em regime fechado ou semi-aberto.

56. A colônia agrícola, industrial ou similar destina-se ao cumprimento da pena em regime aberto.

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LEP (Leis de execuções penais)

57. O condenado a quem sobrevier doença mental será imediatamente posto em liberdade.

58. Roberta foi presa provisoriamente pela prática de tráfico de entorpecentes. Designado o interrogatório
judicial, será ela escoltada ao fórum da comarca, onde será ouvida pelo juiz competente. Nessa situação, sua
escolta poderá ser integrada apenas por homens.

59. Analise as afirmações a seguir:

I. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se efetivará


em seção especial da Cadeia Pública.
II. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
III. Cumprida ou extinta a pena, a notícia ou referência à condenação deverão constar, para todos os fins, da
folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça.
IV. A Lei 7.210, de 11 de julho de 1984, aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:


a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

60. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos, exceto:
a) Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão.
b) Visita à família.
c) Participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
d) Freqüência a curso supletivo profissionalizante, na Comarca do Juízo da Execução.
e) Freqüência a curso de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução.

61. A execução da pena em regime aberto (estágio de regular cumprimento de pena) deverá se efetivar em:
a) casa de albergado.
b) cadeia pública.
c) colônia penal agrícola, industrial ou similar.
d) penitenciária.
e) presídio provisório.

62. João foi condenado, por sentença transitada em julgado, a cumprir pena de três anos de reclusão em
regime semi-aberto. Durante o cumprimento da pena, João poderá:
a) obter autorização para saída temporária concedida pelo Juiz das Execuções, ouvidos o Ministério Público e
a administração do presídio, desde que esteja participando de atividades que concorram para o seu retorno
ao convívio social.
b) visitar sua família nos finais de semana, desde que autorizado pela administração do presídio.
c) visitar sua família nos finais de semana desde que autorizado pelo Juiz das Execuções, ouvidos o
Ministério Público e a administração do presídio.
d) obter autorização para saída temporária concedida pelo Juiz das Execuções, desde que esteja
freqüentando exclusivamente curso superior na Comarca do Juízo das Execuções.
e) obter autorização da administração do presídio para freqüentar curso superior, exclusivamente.

63. - Assinale a alternativa correta.


a) As colônias agrícola, industrial ou similar destinam-se ao cumprimento da reclusão ou detenção em regime
semi-aberto.
b) A cadeia pública destina-se ao cumprimento da reclusão em regime fechado.
c) O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico é destinado àqueles contra os quais foi imposta medida de
segurança de qualquer natureza.
d) A penitenciária é destinada a qualquer preso.
e) A casa do albergado destina-se ao cumprimento da reclusão ou detenção em regime semi-aberto.

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LEP (Leis de execuções penais)

64. O condenado em gozo de regime semi-aberto pode ser recolhido em residência particular, EXCETO:
a) Condenado portador de deficiência física.
b) Condenado maior de 70 (setenta anos).
c) Condenado pai, com filho menor, deficiente físico ou condenado mental.
d) Condenada gestante.
e) Condenado acometido por doença grave.

65. NÃO se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular, quando se
tratar de:
A) Condenado maior de 70(setenta) anos.
B) Condenado acometido de doença grave.
C) Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental.
D) Condenada gestante.
E) Condenado, cujos pais encontram-se acometidos de doença grave.

66. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão
obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer algum dos fatos previstos na
Lei de Execução Penal (Lei n.º 7.210/84). Sobre este tema, marque a assertiva INCORRETA:
A) É possível a permissão para saída, no caso de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente ou descendente.
B) A permissão será concedida apenas pelo juiz da execução de onde se encontra o preso.
C) É possível a permissão para saída, no caso falecimento ou doença grave de irmão.
D) É possível a permissão de saída, no caso de necessidade de tratamento médico.
E) A permanência do preso fora do estabelecimento terá duração necessária à finalidade da saída.

67. Para o ingresso do condenado no regime aberto, bastam a comprovação de aptidão física para o trabalho
e a de oferta idônea de emprego ou a de condições para o trabalho autônomo.

68. Denomina-se colônia penal agrícola, industrial ou similar, o estabelecimento destinado ao cumprimento,
pelos presos, de pena em regime fechado, devendo a lotação do presídio ser compatível com a sua estrutura
e finalidade.

69. Considere as seguintes afirmativas referente à Lei 7.210/84 (Lei de Execução Fiscal).

I. O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à
individualização da execução.
II. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
instalações higiênicas.
III. O trabalho externo não será admissível para os presos em regime fechado, sendo permitido ao condenado
em regime semi-aberto somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta
ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
IV. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado, bem como a de
detenção em regime semi-aberto.
É(são) correta(s) apenas
A) I, II e III.
B) II, III, e IV.
C) I e II.
D) III e IV.

70. Quanto à Lei 7.210/84, assinale a alternativa FALSA.


A) Somente os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto e os presos provisórios poderão obter
permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; necessidade de
tratamento médico.
B) O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do
tempo de execução da pena. A contagem do tempo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de
trabalho.

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LEP (Leis de execuções penais)
C) Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: incitar ou participar de movimento para
subverter a ordem ou a disciplina; fugir; possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
física de outrem; provocar acidente de trabalho; descumprir, no regime aberto, as condições impostas.
D) O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras
públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que
tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

71. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto podem obter autorização para
saída temporária do estabelecimento prisional, nos casos de falecimento de cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão, sendo dispensada, conforme o caso, a vigilância direta.

72. Com relação à assistência conferida pelo Estado ao preso, a mesma inclui no que se refere ao egresso,
as seguintes áreas de atuação.
A) No que concerne à assistência educacional, o ensino médio é obrigatório para todos os presos.
B) A assistência social tem por finalidade amparar o egresso, quando posto em liberdade.
C) A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento
médico e farmacêutico, excluída a odontológica.
D) A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados, independentemente de recursos
financeiros, para constituir advogado.
E) A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do
internado.

73. Com relação ao trabalho do preso é correto afirmar:


A) O mesmo não é remunerado, de forma a indenizar a sociedade dos custos com a custódia.
B) Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
estabelecimento.
C) O condenado à pena privativa de liberdade não está obrigado ao trabalho.
D) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade serão remuneradas.
E) Os presos maiores de 55 (cinqüenta e cinco) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.

74. Com relação ao regime disciplinar do preso:


A) A aplicação de penalidade independe de norma regulamentadora prévia.
B) A penalidade constitui ato discricionário, por se constituir de conveniência e oportunidade no cumprimento
da pena.
C) Não é vedada a sanção coletiva.
D) É vedado o emprego de cela escura, se outra forma de punição puder ser aplicada.
E) O preso provisório sujeita-se ao regime disciplinar.

Das Penas Restritivas de Direitos


SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar,
quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento
das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às
condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa
comunitário ou estatal.
SEÇÃO II
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou
convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá
cumprir a pena;
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho.

Professor Ronaldo Bandeira Página 49


LEP (Leis de execuções penais)
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e
feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos
pelo Juiz.
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da
execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo,
comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
SEÇÃO III
Da Limitação de Fim de Semana
Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local,
dias e horário em que deverá cumprir a pena.
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras,
ou atribuídas atividades educativas.
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei nº
11.340, de 2006)
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem
assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado.
SEÇÃO IV
Da Interdição Temporária de Direitos
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada
a intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em
24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu
início.
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução determinará a
apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento da
pena.
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado.
CAPÍTULO III
Da Suspensão Condicional
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena
privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação
determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a
conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito o condenado, pelo
prazo fixado, começando este a correr da audiência prevista no artigo 160 desta Lei.
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado, devendo ser incluída
entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do
artigo 78, § 2º, do Código Penal.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
proposta do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o
condenado.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal
por normas supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou
instituição beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo
Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para comprovar a
observância das condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou
proventos de que vive.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das
condições.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora
do local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se imediatamente.

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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer
as condições do benefício.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições estabelecidas na sentença
recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da
execução a incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a
audiência admonitória.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência,
advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer
injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a
pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão
na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em livro especial do Juízo a
que couber a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisitadas por órgão
judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal.
CAPÍTULO IV
Da Pena de Multa
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título
executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo
de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância, proceder-
se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei processual
civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
prosseguimento.
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo
164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença mental
(artigo 52 do Código Penal).
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no vencimento
ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o de um
décimo;
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a
importância determinada.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao
Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do
condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista neste
Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa da liberdade,
enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do
condenado (artigo 168).
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver
resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for concedida a suspensão
condicional da pena.
TÍTULO VI
Da Execução das Medidas de Segurança
CAPÍTULO I
Disposições Gerais

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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a
expedição de guia para a execução.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a
tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade
judiciária.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará
em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da
execução e conterá:
I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identificação;
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança, bem como a
certidão do trânsito em julgado;
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial;
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ou internamento.
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a tratamento.
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos
8° e 9° desta Lei.
CAPÍTULO II
Da Cessação da Periculosidade
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da medida
de segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, observando-se o seguinte:
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida,
remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida;
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o
Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um;
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novas diligências,
ainda que expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança;
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua
decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de segurança,
poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado,
seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade,
procedendo-se nos termos do artigo anterior.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculosidade, observar-se-á, no que
lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á
o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.

Das Medidas de Segurança


Espécies Tipos de pena Quanto à pessoa
Internação em hospital de Passíveis a penas de Aplicada aos inimputáveis.
custódia e tratamento psiquiátrico reclusão
ou, à falta, em outro
estabelecimento adequado
Sujeição a tratamento Nas penas de detenção é Aos semi-imputáveis é
ambulatorial. facultada a submissão a facultado a aplicação da
tratamento ambulatorial. internação ou o tratamento
ambulatorial, bem como a
redução da pena.

Da cessação da periculosidade

Professor
É importante Ronaldo
aqui Bandeira
se observar Página
que não há um lapso 52 máximo para internação, mas há um prazo mínimo, que varia de 1 a 3
temporal
LEP (Leis de execuções penais)
* O RELATÓRIO SERÁ INSTRUÍDO COM O LAUDO PSIQUIÁTRICO.
Observação
Verifica-se através do artigo 176, como percebemos abaixo que é possível a qualquer tempo ser
solicitado exame para que se verifique a cessação de periculosidade.

Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de
segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público
ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação
da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior.
RESUMINDO E CONCLUINDO
Prazo mínimo para ser verificada a cessação da periculosidade:

3 dias para ouvir MP.

3 dias para ouvir o curador ou

3 dias para ouvir o defensor

O juiz profere a decisão no prazo de 5 (cinco) dias

Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública
ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança.
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar
incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.
TÍTULO VII
Dos Incidentes de Execução
CAPÍTULO I
Das Conversões
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva
de direitos, desde que:
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.
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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma
do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido
suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao
estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo
Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer,
injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º,
deste artigo.
Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na forma prevista pelo artigo 51 do Código
Penal. (Artigo revogado pela Lei nº 9.268, de 1.4.1996)
§ 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia de detenção, cujo tempo de duração não
poderá ser superior a 1 (um) ano.
§ 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo, for paga a multa.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da autoridade
administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública
ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança.
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar
incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.

Dos incidentes de Execução

Das conversões
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em
restritiva de direitos, desde que:
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e
na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por
edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha
sido suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não
comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a
atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do
parágrafo anterior.

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LEP (Leis de execuções penais)
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer,
injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do
§ 1º, deste artigo.
Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na forma prevista pelo artigo 51 do
Código Penal. (Artigo revogado pela Lei nº 9.268, de 1.4.1996)
§ 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia de detenção, cujo tempo de duração
não poderá ser superior a 1 (um) ano.
§ 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo, for paga a multa.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença
mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da
autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença
mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da
Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por
medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar
incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.
Comentários
Conversão da pena Privativa de Liberdade em Restritivas de Direitos
CP (após alteração da lei LEP (art. 180)
9714/98)
Qualidade
Penas privativas de liberdade Penas privativas de liberdade
da pena
Penas inferiores a 4 (quatro)
anos, desde que não tenha
Requisito cometido com violência ou grave
Penas inferiores a 2 (dois) anos.
temporal ameaça contra pessoas, ou
qualquer que seja o crime
Requisitos culposo.
objetivos Percebe-se aqui que após o advento da lei 9714/98 essa se mostrou
mais benéfica em relação à contida na LEP, portanto havendo a
Comentários
derrogação desse requisito na LEP, ou seja, então, atualmente é
aplicado o requisito temporal contido no CP.
O réu não pode ser reincidente em crime doloso para fazer jus à
Observações
conversão
Cumpriment Tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena
o de pena
Requisitos A culpabilidade, os antecedentes,
subjetivos a conduta social e a
Os antecedentes e a personalidade
personalidade do condenado,
Do mérito do condenado indiquem ser a
bem como os motivos e as
conversão recomendável.
circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente.

Conversão da pena restritivas de direitos será convertida em privativa de


liberdade

Conversão da pena de Conversão da pena de Conversão da pena de


prestação de serviços à limitação de fim de interdição temporária
comunidade semana de direitos

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LEP (Leis de execuções penais)
• Não comparecer, • Não comparecer • Exercer,
injustificadamente, àao estabelecimento injustificadamente,
entidade ou programa em designado para o o direito
Condições que deva prestar serviço; cumprimento da pena interditado.
específicas • Recusar-se, • Recusar-se a
injustificadamente, a prestar exercer a atividade
o serviço que lhe foi imposto;
determinada pelo Juiz
• Praticar falta grave • Praticar falta grave
• Não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a
Condições intimação por edital;
Gerais • Sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja
execução não tenha sido suspensa.

CAPÍTULO II
Do Excesso ou Desvio
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites
fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:
I - o Ministério Público;
II - o Conselho Penitenciário;
III - o sentenciado;
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
CAPÍTULO III
Da Anistia e do Indulto
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público,
por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério
Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao
Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá as
diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da
sentença condenatória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste depois da
prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias
omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a
petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes os autos do
processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou
ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do
interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade
administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior.
TÍTULO VIII
Do Procedimento Judicial
Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-
se perante o Juízo da execução.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do
interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do
Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério
Público, quando não figurem como requerentes da medida.
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano, em igual prazo.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após
a produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
TÍTULO IX

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LEP (Leis de execuções penais)
Das Disposições Finais e Transitórias
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de
ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à
inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa
se efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas
por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para
instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei.
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei, serão editadas as normas
complementares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em convênio com o Ministério da
Justiça, projetar a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos e serviços penais previstos
nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios
para instalação de casas de albergados.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de
construção de estabelecimentos.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as Unidades Federativas implicará
na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela União, para atender às despesas de
execução das penas e medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de reforma da Parte Geral do Código
Penal, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957.

Dos Órgãos
TÍTULO III
Dos Órgãos da Execução Penal
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 61. São órgãos da execução penal:
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II - o Juízo da Execução;
III - o Ministério Público;
IV - o Conselho Penitenciário;
V - os Departamentos Penitenciários;
VI - o Patronato;
VII - o Conselho da Comunidade.
VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
CAPÍTULO II
Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da República, é
subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito
Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e
dos Ministérios da área social.
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um
terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em
âmbito federal ou estadual, incumbe:
I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e
execução das penas e das medidas de segurança;
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades
da política criminal e penitenciária;

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LEP (Leis de execuções penais)
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do País;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor;
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de
albergados;
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do
Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal
nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias
ao seu aprimoramento;
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal;
X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
penal.
CAPÍTULO III
Do Juízo da Execução
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua
ausência, ao da sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias;
V - determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições
inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003)
CAPÍTULO IV
Do Ministério Público
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no
processo executivo e nos incidentes da execução.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento;
II - requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão
condicional da pena e do livramento condicional;

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LEP (Leis de execuções penais)
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais,
registrando a sua presença em livro próprio.
CAPÍTULO V
Do Conselho Penitenciário
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal
e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário
e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará
o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
I - emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comutação de pena;
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com
base no estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.
CAPÍTULO VI
Dos Departamentos Penitenciários
SEÇÃO I
Do Departamento Penitenciário Nacional
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo
da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional;
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras
estabelecidos nesta Lei;
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentos e
serviços penais;
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal
penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas
existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas
pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos
estabelecimentos penais e de internamento federais.
SEÇÃO II
Do Departamento Penitenciário Local
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições
que estabelecer.
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e
coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.
SEÇÃO III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos:
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou
Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II - possuir experiência administrativa na área;
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo
integral à sua função.

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LEP (Leis de execuções penais)
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais,
segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção,
chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá
a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato.
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão
de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino,
salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.
CAPÍTULO VII
Do Patronato
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos
(artigo 26).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de
semana;
III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional.
CAPÍTULO VIII
Do Conselho da Comunidade
Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da Comunidade, composto no mínimo, por 1 (um)
representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de
Assistentes Sociais.
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social
escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº
12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a
escolha dos integrantes do Conselho.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca;
II - entrevistar presos;
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário;
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou
internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.
CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de segurança,
oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados em todos os
graus e instâncias, de forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010).
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida
de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento
condicional, a comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

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LEP (Leis de execuções penais)
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010).
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010).
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei
nº 12.313, de 2010).
V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e
requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
penal. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais,
registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Comentários
1) CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA
- Previsão Legal: art. 64 da LEP

- Composição: 13 membros, a maioria deles advogados de grande saber jurídico.


É de nível nacional. Parte dos membros está ligada ao Ministério da Justiça. São nomeados pelo
Ministro da Justiça para um mandado de 2 anos.

- Atribuições: estabelecer políticas criminais; avaliar sempre o sistema penal, e recomendar as


modificações que se julgarem necessárias.

2) JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL


- Competência (e não "atribuições"):

a) Exercer a jurisdição (aplicar o Direito concretamente):

• Aplicar a lei mais benéfica ao réu, se for o caso;

• Substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (é tarefa do Juízo da


Condenação, mas nada impede que o Juízo da Execução também o faça);

• Conceder o SURSIS (suspensão condicional da pena) não concedido no Juízo da Condenação;


• Decidir sobre a progressão do regime;

• Decidir sobre a regressão do regime (quando o condenado pratica algum delito que o
desqualifique para a convivência em sociedade, que estava sob condição);

• Decidir sobre o direito do preso a saídas;

• Decidir sobre o internamento do condenado que, no curso do cumprimento da pena, venha a ser
acometido por doença mental grave;

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LEP (Leis de execuções penais)

• Decidir sobre a Extinção da punibilidade, que se dá por múltiplas causas ou circunstâncias.


Ex.: Morte
Ex.: Abolitio criminis: lei superviniente que extinga o crime;
Ex.: Anistia, graça, indulto.

• Detração penal: direito do preso de abater do total do tempo da condenação aquele período em
que esteve preso cautelarmente (durante o processo).

b) Atividades administrativas.
É o Juiz que administra a Vara de Execução Penal, exigindo o cumprimento de tarefas, por
exemplo.

3) MINISTÉRIO PÚBLICO
- Atribuições: podem ser Constitucionais, ou Institucionais (dadas pelo Juízo da Condenação).
O MP pode atuar como Parte no processo, ou como Fiscal da Lei.

- Como Órgão da Execução Penal (Fiscal da lei), as atribuições do MP são:

• Fazer opinativos (Pareceres, emitir opinião);


• Posicionamentos acerca dos pedidos do condenado, seja contra ou a favor.

- Como Parte

• Até o momento da sentença condenatória (nas ações penais Públicas), o MP estará agindo como
parte.

4) CONSELHO PENITENCIÁRIO
- Área de atuação: dentro do estado em que foi criado. Integra a secretaria de justiça.

- Composição: 7 membros - pessoas conhecedoras do Direito Penal, Processual Penal e ciências


afins; Médicos psiquiatras; pessoas de saber jurídico ilibado. Essas pessoas são nomeadas pelo
governo do estado, para mandatos de 4 anos.

Porém, atualmente o Conselho Penitenciário só analisa o comportamento dos presos, para


encaminhar uma lista com presos para concessão de indulto. O Ministro da Justiça encaminhará
essa lista ao Presidente da República.

5) PATRONATO
- Função: prestar assistência jurídica e social aos presos e egressos (pessoas que saíram ou estão
saindo da penitenciária; serã egressos até 1 ano após a saída). Dá uma orientação, às vezes até
financeira, durante esse período de 1 ano.
Em regra, o Patronato é público. É independente em relação à defensoria pública; integra a
Secretaria de Justiça.

Professor Ronaldo Bandeira Página 62


LEP (Leis de execuções penais)
Podem haver patronatos individuais para assistência de preso e egresso. Não há proibição legal.

6) CONSELHOS DA COMUNIDADE
- Funções: São principalmente para as comarcas do interior. Fazem fiscalização; acompanhamento
de condenados em condicional ou em cumprimento de penas alternativas; presos em sursis;
acompanhamento/fiscalização de menores (para que não delinquam, frequentem bares, etc).

Juízo da Execução Defensoria Pública


Art. 66. Compete ao Juiz da execução: Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de pela Lei nº 12.313, de 2010).
qualquer modo favorecer o condenado; I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de
II - declarar extinta a punibilidade; a) Todas as providências necessárias ao
III - decidir sobre: do processo executivo; (Incluído pela
a) soma ou unificação de penas; 2010).
b) progressão ou regressão nos regimes; Percebe-se aqui que após o advento 12.313/
c) detração e remição da pena; incluído a defensoria pública no rol dos órgãos d
d) suspensão condicional da pena; deu-se plenos poderes para ela requerer toda
e) livramento condicional; necessárias ao desenvolvimento do processo
f) incidentes da execução. assim como o Ministério Público que pos
IV - autorizar saídas temporárias; competência, a defensoria pública poderá requere
V - determinar: execução da pena qualquer providência,
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de prerrogativa extensiva da interferência do órgão.
direitos e fiscalizar sua execução; b) a aplicação aos casos julgados de le
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa qualquer modo favorecer o condenado; (In
em privativa de liberdade; 12.313, de 2010).
c) a conversão da pena privativa de liberdade em c) a declaração de extinção da punibilid
restritiva de direitos; Lei nº 12.313, de 2010).
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a d) a unificação de penas; (Incluído pela
substituição da pena por medida de segurança; 2010).
e) a revogação da medida de segurança; e) a detração e remição da pena; (Inc
f) a desinternação e o restabelecimento da situação 12.313, de 2010).
anterior; f) a instauração dos incidentes de exce
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010
outra comarca; g) a aplicação de medida de segurança
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § bem como a substituição da pena
1º, do artigo 86, desta Lei. segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 201
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) h) a conversão de penas, a progressã
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da suspensão condicional da pena, o livramen
medida de segurança; comutação de pena e o indulto; (Incluído pela
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos 2010).
penais, tomando providências para o adequado i) a autorização de saídas temporárias; (I
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a 12.313, de 2010).
apuração de responsabilidade; j) a internação, a desinternação e o re
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313,
penal que estiver funcionando em condições inadequadas k) o cumprimento de pena ou medida
ou com infringência aos dispositivos desta Lei; outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. l) a remoção do condenado na hipótese p
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, d
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003) II - requerer a emissão anual do ate
cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - interpor recursos de decisões proferid
judiciária ou administrativa durante a execução; (
12.313, de 2010).
IV - representar ao Juiz da execução
administrativa para instauração de sindicância
Professor Ronaldo Bandeira Página 63
LEP (Leis de execuções penais)
administrativo em caso de violação das no
execução penal; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2
V - visitar os estabelecimentos penais, tom
para o adequado funcionamento, e requerer, qu
apuração de responsabilidade; (Incluído pela
2010).
VI - requerer à autoridade competente a int
em parte, de estabelecimento penal. (Incluído pe
2010).
Parágrafo único. O órgão da Defensor
periodicamente os estabelecimentos penais,
presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 12
Comentários
Percebemos muito claramente que a defensoria pública e o juízo da execução possuem as mesmas atrib
mais claro ainda a sua diferenciação, ou seja, quanto aos momentos. Primeiro quanto falamos em juízo de e
remete àquele responsável pela execução, aplicação, determinação, inspeção e interdição, percebemos que
regulamenta fica sob competência direta e primária do juízo da execução, enquanto a defensoria pública va
tendo como objetivo primário a defesa e a garantia dos direitos do condenado, então, devido a is
requerimento, visando no caso de violação das normas a representação ao juiz da execução ou a autoridad
instauração de sindicância.
Quando tratamos da visitação aos estabelecimentos penais deve ficar claro que o juízo da execução por
pela regulação da execução no caso de inadequado funcionamento poderá promover a apuração da
enquanto a defensoria pública com o seu papel de defesa dos interesses dos condenados deverá no caso
uma ilegalidade requerer a instauração das responsabilidades apurando as responsabilidades.
Quanto a interdição percebemos que o juízo da execução poderá de ofício interditar no todo ou em parte o
a defensoria pública requer.
Ou seja, ficou mais do que claro que as responsabilidades e atribuições da Defensoria Pública são de
direito do preso e observação aos preceitos legais durante a fase da execução da pena, sempre requerend
parte das vezes e mais raramente a autoridade administrativa, então resumindo e concluindo o Juiz da
responsável pela aplicação da LEP, enquanto a Defensoria Pública atua na defesa jurídica do preso requere
o responsável, no caso de uma ilegalidade, excesso ou desvio.

Como competência exclusiva o juízo da execução emitirá anualmente o atestado de pena a cumprir que tr
foram cumpridos, quantos faltam, dias remidos... Inclusive é um direito elencado nesse rol garantido ao con
E já incitando os próximos comentários percebemos que o juiz da execução é o responsável por co
conselho da comunidade.

Conselho da Comunidade
Composto e instalado pelo juiz da execução.
Composição: Vale ressaltar que após o advento da lei 12313/10 a defensoria pública passou a figurar
de forma excessiva pela LEP, e não foi diferente na composição do conselho da comunidade como
podemos perceber abaixo, comparando o texto antigo e o novo do artigo 80
Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da Comunidade, composto no mínimo, por 1 (um)
representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem
dos Advogados do Brasil e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
Nacional de Assistentes Sociais.
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1
(um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da
Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1
(um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes
Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Finalizando percebemos que o conselho da comunidade nada mais é do que um auxiliar do juiz no
acompanhamento do preso visando a sua não reincidência em delinqüir (seja na fiscalização daquele

Professor Ronaldo Bandeira Página 64


LEP (Leis de execuções penais)
que está cumprindo período de prova no que tange a proibição de visitação a determinados locais,
bem como na entrevista visando melhores condições e a própria recuperação mental do condenado),
apresentando para isso relatórios mensais informando o juiz da execução e o conselho penitenciário.

Do Conselho Penitenciário
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito
Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual
Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação
federal e estadual regulará o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
I - emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comutação de pena;
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto
com base no estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal
e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.
Percebemos aqui um órgão consultivo, por isso a sua atribuição de emitir parecer, vale lembrar a
você meu querido aluno(a) que devido ao advento da lei 10792/03 o Conselho Penitenciário não emite
mais parecer sobre livramento condicional como você pode observar no inciso I, vetado acima, bem
como também não emitirá quando se tratar de “indulto saúde”.
Inspecionará os estabelecimentos penais como quase todos os outros órgãos fazem de maneira
direta ou indireta (através de uma simples visitação), com exceção do patronato que fiscalizará as
penas restritivas de direitos e apenas colaborará com a fiscalização das condições impostas no
livramento condicional e na suspensão condicional do processo.

Do Patronato

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos
egressos (artigo 26).

Art. 79. Incumbe também ao Patronato:

I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;


II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de
fim de semana;
III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento
condicional.

Em suma percebemos a prestar assistência aos albergados e aos egressos, incumbindo também a
orientação aos condenados as penas restritivas de direitos, fiscaliza primariamente a prestação de
serviço a comunidade e secundariamente as condições de livramento e suspensão.

Professor Ronaldo Bandeira Página 65


LEP (Leis de execuções penais)
Do Ministério Público
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando
no processo executivo e nos incidentes da execução.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento;
II - requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de
segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão
condicional da pena e do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos
penais, registrando a sua presença em livro próprio.
Como principal atribuição o MP possui a fiscalização da regularidade das guias de recolhimento e
de internamento.
Percebemos que assim como no artigo 81-B, alínea “a”, aqui temos no artigo 68, II, “a”, a mesma
prerrogativa, ou seja, dá ao MP o poder de requerer todas as providências necessárias ao
desenvolvimento do processo executivo, pena na execução.
Percebemos que assim como a Defensoria pública o MP também poderá requerer os incidentes
previstos na LEP na fase de execução, bem como também poderá requerer as interferências nas
penas, bem como nas medidas de segurança.
Vale finalizar ressaltando a visitação mensal aos estabelecimentos penais.

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LEP (Leis de execuções penais)
CAPÍTULO II
Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da
República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze)
membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da
área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por
representantes da comunidade e dos Ministérios da área social.
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado
1/3 (um terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas
atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:
I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça
Criminal e execução das penas e das medidas de segurança;
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e
prioridades da política criminal e penitenciária;
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades
do País;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor;
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de
albergados;
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante
relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do
desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às
autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento;
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de
sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução
penal;
X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de
estabelecimento penal.

CAPÍTULO VI

Dos Departamentos Penitenciários

SEÇÃO I

Do Departamento Penitenciário Nacional


Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão
executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional;
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras
estabelecidos nesta Lei;
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de
estabelecimentos e serviços penais;
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal
penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado.

Professor Ronaldo Bandeira Página 67


LEP (Leis de execuções penais)
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das
vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de
liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a
regime disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos
estabelecimentos penais e de internamento federais.
SEÇÃO II
Do Departamento Penitenciário Local
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as
atribuições que estabelecer.
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e
coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.
SEÇÃO III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes
requisitos:
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou
Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II - possuir experiência administrativa na área;
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará
tempo integral à sua função.
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais,
segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de
direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância
atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato.
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional
dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos
servidores em exercício.
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo
feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.
Ambos tanto o Departamento Penitenciário Nacional como o Conselho de Política Criminal e
Penitenciária são ligados ao Ministério da Justiça, por isso são integrantes do Poder Executivo. O
Ministério da Justiça tem como tarefa o planejamento, coordenação e administração da política
penitenciária nacional. De acordo com o Decreto 4720 de 2003, artigo 10, o Departamento
Penitenciário Nacional tem a incumbência, entre outras, de acompanhar a fiel aplicação das normas
de execução pena em todo o território nacional e de gerir os recursos do Fundo Penitenciário
Nacional. São incumbências positivas, de agir. Já com relação ao Conselho de Política Criminal e
Penitenciária, o decreto prevê em seu artigo 35, bem como na LEP do artigo 62 ao 64, algumas
competências do órgão, como, por exemplo, propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção
do delito, inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, representar à autoridade competente
para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. As incumbências dos dois órgãos
do Ministério da Justiça são diferentes e demonstram que o Conselho de Política Criminal e
Penitenciária não tem o poder de decisão como o Departamento Penitenciário possui. Apesar disso,
a responsabilidade do Executivo persiste, pois a política criminal é de responsabilidade do Ministério
da Justiça. A responsabilidade do Executivo se dá por omissão por não implementar uma política
criminal que atenda e fomente todas as atribuições e direitos relacionados à execução penal.
Percebemos que o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede no DF, é um
órgão ligado a política de governo, subordinado ao MJ, fixará as diretrizes fixadas pela política
governamental estabelecida.

Visitação aos estabelecimentos penais:

Finalidade de visitação aos Forma de interdição do estabelecimento


estabelecimentos penais
Conselho Nacional de Inspeciona e fiscaliza com fins de Através de uma representação à
Política Criminal e aprimoramento autoridade competente

Professor Ronaldo Bandeira Página 68


LEP (Leis de execuções penais)
Penitenciária;
Juízo da Execução Inspeciona, mensalmente, para fins De ofício no caso de uma irregularidade
do adequado funcionamento
Ministério Público Visita, mensalmente, sempre com Não traz de forma expressa na lei, mas de
fins de fiscalização do cumprimento forma tácita com fulcro no artigo 68, II,”a”,
ideal da pena, registrando em livro a qual atribuiu plenos poderes ao MP na
próprio a sua visita fase de execução, este também poderá
requerer essa interdição ao Juiz da
execução.
Conselho Inspecionar os estabelecimentos Apresenta no próximo trimestre ao
Penitenciário Conselho Nacional de política Criminal e
Penitenciária as inspeções realizadas
para submissão de medidas.
Departamentos Inspeção e fiscalização periódica Supervisionará as irregularidades e
Penitenciários dos estabelecimentos arrolará as mesmas para possíveis
tomadas de medidas
Patronato Não visita – age nas restritivas de
-
direitos
Conselho da Visitação para fins de Levará a possível irregularidade através
Comunidade acompanhamento, mensal, os de um ofício a o Juiz da Execução e ao
estabelecimentos Conselho Penitenciário
Defensoria Pública Visitar os estabelecimentos penais, Requerer à autoridade competente a
tomando providências para o interdição, no todo ou em parte, de
adequado funcionamento, e estabelecimento penal
requerer, quando for o caso, a
apuração de responsabilidade

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LEP (Leis de execuções penais)

EXERCÍCIOS DE REVISÃO
1. (CESPE_2008_SGA_ADV) O preso provisório, assim como o preso definitivo, não tem assegurados os
seus direitos políticos.
2. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Otávio, condenado definitivamente pela prática de roubo
qualificado pelo emprego de arma de fogo, no curso do regime fechado, ficou gravemente doente, não
estando o estabelecimento prisional suficientemente aparelhado para prover a assistência médica necessária
a ele. Nessa situação, Otávio poderá ser transferido para unidade hospitalar apropriada.

3. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considera-se egresso o preso provisório que foi absolvido por sentença
criminal transitada em julgado, tendo sido expedido, em conseqüência, alvará de soltura.

4. (CESPE_2008_SGA_ADV) O trabalho do condenado constitui dever social e condição de dignidade


humana, tendo finalidade precipuamente lucrativa, e sujeita-se ao regime da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).

5. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela,


não podendo ser inferior a três quartos do salário mínimo nem se destinar ao ressarcimento ao Estado das
despesas realizadas com a sua manutenção.

6. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Constitui dever do condenado, entre outros, a indenização ao Estado, quando


possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração
do trabalho.

7. (CESPE_2008_Juiz_SE) O trabalho do preso será sempre remunerado, exceto nas tarefas executadas
como prestação de serviço à comunidade.

8. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Um dos principais deveres do preso é a obrigação de trabalhar, não se


cuidando, porém, de trabalho forçado, o que é constitucionalmente vedado, mas de trabalho obrigatório, cuja
recusa constitui falta grave.

9. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Para os presos em regime fechado, o trabalho externo é admissível somente


em serviços ou obras públicas realizados por órgãos da administração pública, não podendo haver, todavia,
vínculo empregatício entre o condenado e a administração ou a empresa privada que realiza tais obras.

10. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) No regime especial assegurado ao preso provisório, deve ser
observada a possibilidade de sua opção por alimentar-se às suas expensas.

11. (CESPE_2008_SGA_ADV) O preso tem direito à previdência social e constituição de pecúlio.

12. (CESPE_2008_SGA_ADV) Em nenhuma situação poderá ser restringido o direito do preso a se


corresponder com o mundo externo.

13. (CESPE_2008_SGA_ADV) Ao internado é assegurada a liberdade de contratação de médico de sua


confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. No caso de divergência entre o médico
oficial e o particular, prevalecerá a posição do médico oficial.

14. (CESPE_2008_SEJUS_ES) No âmbito da execução penal, no que se refere a faltas disciplinares e


respectivas sanções, deve ser observado o princípio da reserva legal, segundo o qual somente pode ser
considerada infração aquela que estiver anteriormente prevista em lei ou regulamento, bem como somente
pode ser aplicada a sanção anteriormente cominada para o fato.

15. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Henrique, condenado definitivamente pela prática de


latrocínio, praticou, no curso do regime fechado, fato definido como crime, isto é, matou seu companheiro de
cela no interior do presídio. Nessa situação, independentemente da sanção penal, Henrique poderá ser
sujeitado, pelo diretor do estabelecimento prisional, à sanção disciplinar de clausula em cela escura, até o
limite de seis horas por dia.

Professor Ronaldo Bandeira Página 70


LEP (Leis de execuções penais)
16. (CESPE_2008_SGA_ADV) Os castigos corporais, clausura em cela escura e sanções coletivas são
expressamente proibidos como formas de sanções disciplinares.

17. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Suponha que, em determinado pavilhão de um presídio, tenha início uma
rebelião, não se determinando ao certo quem começou o movimento. Nessa situação, pode o diretor da
unidade prisional, após a autorização judiciária competente, impor sanção coletiva, de modo a punir todo o
grupo de presos do pavilhão.

18. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Se todos os presos de determinada ala do presídio praticarem


em conjunto falta grave, poderá haver sanção coletiva.

19. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O poder disciplinar, na execução da pena privativa de


liberdade, somente poderá ser exercido pela autoridade judiciária, desde que haja manifestação do Ministério
Público.

20. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e


graves, todas elas previstas na LEP, sendo vedada à legislação local a especificação ou criação de sanções.

21. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considere a seguinte situação hipotética. Reginaldo, condenado pela prática
de crime de tráfico de entorpecentes a pena de 5 anos de reclusão, em regime fechado, por ser reincidente,
tentou fornecer para seu comparsa Geraldo, preso na mesma unidade, aparelho de rádio que permitiria a
comunicação entre ambos, e com o ambiente externo, mas não logrou êxito em sua empreitada, em face da
pronta ação dos agentes penitenciários. Nessa situação, Reginaldo praticou falta grave, mas, considerando
que houve apenas tentativa, será a mesma desclassificada para falta média.

22. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Considera-se falta disciplinar grave a fuga praticada com violência ou danos
patrimoniais. Classificam-se como falta média a fuga e a tentativa de evasão em que, para deixar a prisão, o
preso não pratica violência nem causa danos ao patrimônio.

23. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Considere que Joaquim, em cumprimento a pena privativa de liberdade,


estimulou os demais presos de seu pavilhão à prática de greve de fome e de recusa ao trabalho,
reivindicando melhores condições de alojamento e oportunidades de recreação. O movimento durou cinco
dias, gerando desordem e indisciplina entre os presos. Nessa situação, independentemente da sanção
aplicada aos demais presos, a conduta de Joaquim o sujeitará a sanção disciplinar em razão do cometimento
de falta grave.

24. (CESPE_2008_Analista Judiciário_TJDFT) Considere a seguinte situação hipotética. Haroldo, condenado


definitivamente à pena privativa de liberdade de 5 anos em regime inicialmente fechado, possuía,
indevidamente, uma faca, que mantinha escondida embaixo de seu colchão, no presídio em que cumpria a
pena. Nessa situação, Haroldo cometeu falta grave, podendo ser-lhe aplicada a sanção disciplinar de
isolamento na própria cela, por ato motivado do diretor do estabelecimento prisional.

25. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considere a seguinte situação hipotética. Reginaldo, condenado pela prática
de crime de tráfico de entorpecentes a pena de 5 anos de reclusão, em regime fechado, por ser reincidente,
tentou fornecer para seu comparsa Geraldo, preso na mesma unidade, aparelho de rádio que permitiria a
comunicação entre ambos, e com o ambiente externo, mas não logrou êxito em sua empreitada, em face da
pronta ação dos agentes penitenciários. Nessa situação, Reginaldo praticou falta grave, mas, considerando
que houve apenas tentativa, será a mesma desclassificada para falta média.

26. (CESPE_2008_SGA_ADV) Tendo o condenado praticado falta disciplinar grave, será instaurado o
respectivo procedimento para a sua apuração, não havendo necessidade, por se tratar de procedimento
administrativo, de se assegurar o direito de defesa do condenado.

27. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Comete falta grave o condenado a pena privativa de


liberdade que não cumpre o dever de obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se.

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LEP (Leis de execuções penais)
28. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta
grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado.

29. (CESPE_2008_SEJUS_ES) O regime disciplinar diferenciado aplicado aos presos que apresentam alto
risco para a ordem e a segurança do estabelecimento prisional ou da sociedade alcança aqueles já
condenados por sentença penal irrecorrível, não se estendendo aos presos provisórios.

30. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considere a seguinte situação hipotética. Técio, condenado pela prática de
crime de roubo a pena de 5 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado, por ser reincidente, praticou, no
presídio, fato previsto como crime doloso, que ocasionou subversão da disciplina interna. Nessa situação,
pode se sujeitar o condenado Técio, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com
duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie,
até o limite de um sexto da pena aplicada.

31. (CESPE_2008_SGA_ADV) A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso


pelo prazo de até dez dias, mas a inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da
disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente.

32. (CESPE_2008_SGA_ADV) O tempo de isolamento ou de inclusão preventiva no regime disciplinar


diferenciado não será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

33. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O preso em regime disciplinar diferenciado terá direito a


visitas semanais de duas pessoas, incluídas nesse número as visitas de crianças, com duração máxima de
três horas.

34. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Sujeitar-se-á ao regime disciplinar diferenciado o preso


provisório sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em
organizações criminosas, quadrilha ou bando.

35. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Referido regime disciplinar terá a duração máxima de 360
dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um sexto
da pena aplicada.

36. (CESPE_2008_SEJUS_ES) O regime disciplinar diferenciado, regime de cumprimento de pena em


acréscimo aos regimes fechado, semi-aberto e aberto, caracteriza-se por maior grau de isolamento do preso
e por restrições ao contato com o mundo exterior.

37. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A advertência verbal não constitui espécie de sanção


disciplinar, mas mero procedimento interno de manutenção da disciplina.

38. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) É vedado o isolamento do preso provisório ou condenado, na


própria cela, como forma de sanção disciplinar.

39. (CESPE_2008_Analista Judiciário_TJDFT) Considere a seguinte situação hipotética. Haroldo, condenado


definitivamente à pena privativa de liberdade de 5 anos em regime inicialmente fechado, possuía,
indevidamente, uma faca, que mantinha escondida embaixo de seu colchão, no presídio em que cumpria a
pena. Nessa situação, Haroldo cometeu falta grave, podendo ser-lhe aplicada a sanção disciplinar de
isolamento na própria cela, por ato motivado do diretor do estabelecimento prisional.

40. (CESPE_2008_Analista Judiciário_TJDFT) A inclusão de condenado no regime disciplinar diferenciado


depende de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento prisional e também de
prévio e fundamentado despacho do juiz competente; despacho esse que deve ser precedido de
manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatado no prazo máximo de 15 dias.

41. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Os condenados podem ser agraciados com recompensas,


entre elas a concessão de regalias, tendo em vista o bom comportamento, a colaboração com a disciplina e a
dedicação ao trabalho.

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LEP (Leis de execuções penais)
42. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Como o procedimento para a apuração de falta disciplinar
não é um feito judicial, não há necessidade de se assegurar ao faltoso o direito de defesa.

43. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento


preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias, independentemente de prévia decisão judicial.

44. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Não havendo vara de execuções penais específica na


comarca, a execução penal competirá ao juiz que prolatou a sentença penal condenatória.

45. (CESPE_2008_Delegado_TO) Considere que um indivíduo seja preso pela prática de determinado crime
e, já na fase da execução penal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situação, o
indivíduo cumprirá a pena imposta na legislação anterior, em face do princípio da irretroatividade da lei penal.

46. (CESPE_2008_Juiz_SE) Entre outros, ao juiz da execução compete declarar extinta a punibilidade,
converter pena de multa em privativa de liberdade e decidir sobre regressão de regime.

47. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Compete ao juiz da execução decidir sobre suspensão


condicional da pena.

48. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O juiz da execução deverá emitir anualmente atestado de


pena a cumprir de cada condenado.

49. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) As penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de


uma unidade federativa não podem ser executadas em outra.

50. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A penitenciária destina-se ao condenado a pena de reclusão,


em regime fechado ou semi-aberto.

51. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A colônia agrícola, industrial ou similar destina-se ao


cumprimento da pena em regime aberto.

52. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Denomina-se colônia penal agrícola, industrial ou similar, o estabelecimento


destinado ao cumprimento, pelos presos, de pena em regime fechado, devendo a lotação do presídio ser
compatível com a sua estrutura e finalidade.

53. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Quando da utilização de dormitórios coletivos, admitida


apenas em situações especiais, deverão os dormitórios ser ocupados por presos cuidadosamente
selecionados e reconhecidos como aptos a serem alojados nessas condições.

54. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo,
com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto.
Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em
estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve permanecer em liberdade, se por outro motivo não se
encontrar presa, até que surja vaga em estabelecimento adequado.

55. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo,
com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto.
Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em
estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve aguardar em regime fechado o surgimento de vaga em
estabelecimento adequado à execução do regime semi-aberto.

56. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo,
com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto.
Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em
estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve ser submetida a prisão domiciliar.

57. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo,
com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto.
Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em

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LEP (Leis de execuções penais)
estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve cumprir pena em colônia agrícola ou colônia penal
industrial ou em estabelecimento similar na comarca mais próxima, dentro do mesmo estado.

58. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Excepcionalmente, uma pessoa pode ser admitida em


estabelecimento prisional sem a respectiva ordem legal de prisão, que, nesse caso, deverá ser encaminhada
ao diretor do presídio em, no máximo, 48 horas.

59. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O condenado a quem sobrevier doença mental será


imediatamente posto em liberdade.

60. (CESPE_2008_SEJUS_ES) O regime inicial da execução da pena privativa de liberdade é estabelecido


na sentença de condenação, observadas a natureza e a quantidade da pena, bem como a reincidência e as
circunstâncias judiciais da fixação da pena-base.

61. (CESPE_2008_Juiz_SE) A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento previsto
no Código Penal é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional.

62. (CESPE_2008_Juiz_SE) Não se admite a progressão de regime de cumprimento de pena antes do


trânsito em julgado da sentença condenatória.

63. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Para o ingresso do condenado no regime aberto, bastam a comprovação de


aptidão física para o trabalho e a de oferta idônea de emprego ou a de condições para o trabalho autônomo.

64. (CESPE_2008_SGA_ADV) A condenada gestante, desde que beneficiária do regime aberto, poderá se
recolher em residência particular.

65. (CESPE_2008_SGA_ADV) Em caso de falecimento ou de doença grave de cônjuge do preso, deverá


ser permitida a visita do preso a seu cônjuge, sob custódia.

66. (CESPE_2008_Defensor Público_CE) Geraldo foi condenado, definitivamente, pela prática de crime de
roubo, a cinco anos e quatro meses de reclusão, em regime semi-aberto, e a 120 dias-multa. Após o
cumprimento de um sexto da pena, e devido ao comportamento adequado, Geraldo obteve autorização
judicial para freqüentar curso supletivo profissionalizante. No entanto, alguns dias depois, o promotor
denunciou-o por crime de estupro contra Laís, que teria sido praticado em uma de suas saídas. Até esse
momento, a única prova contra Geraldo era a palavra da vítima. Nessa situação, somente após decisão
condenatória definitiva pela prática de estupro, Geraldo perderia o benefício da saída temporária, devido ao
princípio da presunção de não-culpabilidade.

67. (CESPE_2008_SEJUS_ES) É assegurado ao preso, em regime fechado ou semi-aberto, o desconto do


tempo da pena privativa de liberdade pelo trabalho, na proporção de três dias trabalhados por um dia de
pena, sendo tal benefício chamado remição.

68. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por


acidente, continuará a beneficiar-se com a remição.

69. (CESPE_2008_Defensor Público_CE) Bernardo, condenado definitivamente pela prática de crimes de


furto simples em continuidade delitiva a uma pena de quatro anos e oito meses de reclusão em regime semi-
aberto, além da pena de multa, vinha desenvolvendo trabalho interno na penitenciária, o que possibilitaria a
remição de parte do tempo de execução da pena. No entanto, sofreu acidente de trabalho, ficando
impossibilitado de prosseguir exercendo a atividade laborativa. Nessa situação, Bernardo continuará a se
beneficiar com a remição.

Gabarito
Questão Gabarito /Comentários
1. (Errado) Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se

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LEP (Leis de execuções penais)
dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
2. (CERTO) ART. 14, § 2º, LEP.
3. (Errado) ART. 26, LEP
4. (Errado) ART. 28, § 2º, LEP.
5. (Errado) ART. 29, § 1º, LEP
6. (CERTO) ART. 29, § 1º, LEP.
7. (CERTO) ART. 30, LEP.
8. (CERTO) ART. 31, LEP.
9. (CERTO) ART. 36, LEP. Não há nenhum dispositivo na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
que regule o trabalho do presidiário, pois como reza o art. 28, § 2º, da LEP: “O trabalho do preso
não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho”, sendo assim de vínculo
administrativo. Tal dispositivo afasta o reconhecimento do vínculo empregatício mesmo se
presentes os elementos do contrato de trabalho como pessoalidade, não eventualidade,
subordinação e onerosidade, não tendo direito a férias, 13º salário e outros benefícios concedidos
ao trabalhador livre. No trabalho interno não há como ter vínculo empregatício, pois o trabalho
nesse caso é um dever, não havendo autonomia de vontade, impedindo a formação do contrato
de trabalho.
Contudo, a configuração de uma relação empregatícia pode, eventualmente, ocorrer, já que há
diversos trabalhos que não precisam ser realizados no estabelecimento do empregador, podendo
ser executados no domicílio do empregado, sem que isso seja empecilho à caracterização da
relação de emprego (art. 6º, da CLT). Também se o condenado tiver de cumprir pena em regime
semi-aberto ele pode manter seu emprego existente. Assim, existindo elementos da estrutura do
contrato de trabalho, estará caracterizada como de emprego a relação entre o trabalhador preso
e a entidade privada. Assim, somente a Justiça do Trabalho tem competência para definir se
existem ou não os elementos configuradores da relação de emprego.
10. (CERTO)
11. (Certo) ART. 41, III e IV, LEP.
12. (Errado) ART 41, parágrafo único, LEP.
13. (Errado) ART. 43, parágrafo único, LEP.
14. (CERTO) ART. 45, LEP.
15. (Errado) ART. 45, § 2º, LEP.
16. (Certo) ART. 45, §§ 2º e 3º, LEP.
17. (ERRADO). ART. 45, § 3º, LEP.
18. (Errado) ART. 45, § 3º, LEP.
19. (Errado). ART. 47, LEP.
20. (Errado). ART. 49, LEP.
21. (Errado) ART. 49, parágrafo único, LEP.
22. (ERRADO) ART. 50, II, LEP C/C ART. 49, LEP.
23. (CERTO) ART. 51, LEP.
24. (CERTO) ART. 51, III, LEP.
25. (Errado) ART. 49, parágrafo único, LEP.
26. (Errado)
27. (CERTO) ART. 50, LEP.
28. (CERTO) ART. 52, LEP.
29. (ERRADO) art. 52, § 1º, LEP.
30. (Certo) art. 52, LEP.
31. (Certo) ART. 60, LEP.
32. (Errado)
33. (Errado)

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LEP (Leis de execuções penais)
34. (CERTO)
35. (CERTO)
36. (ERRADO)
37. (Errado) ART. 53, I, LEP.
38. (Errado) ATR. 53, IV, LEP.
39. (CERTO) ART. 53, IV, LEP.
40. (CERTO) ART. 54, § 2º, LEP.
41. (CERTO) ART. 55, LEP.
42. (Errado) ART. 59, LEP.
43. (CERTO) ART. 60, LEP.
44. (CERTO) ART. 65, LEP.
45. (ERRADO) ART. 66, I, LEP. Súmula 611 do STF - TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA
CONDENATÓRIA, COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES A APLICAÇÃO DE LEI MAIS
BENIGNA.
46. (ERRADO) – Ver art. 182 (cancelado)
47. (CERTO) ART. 66. II, D, LEP.
48. (CERTO) ART. 66, X, LEP
49. (Errado) ART. 86, § 1º, LEP.
50. (Errado) ART. 87, LEP.
51. (Errado) ART. 91, LEP.
52. (ERRADO) ART. 91, LEP
53. (CERTO) ART. 92, LEP
54. (CERTO)
55. (ERRADO)
56. (ERRADO)
57. (ERRADO) HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. REGIME SEMI-ABERTO. RÉU MANTIDO
EM SITUAÇÃO MAIS GRAVOSA. PERMANÊNCIA EM CASA DE ALBERGADO. POSSIBILIDADE
ATÉ A OBTENÇÃO DE VAGA EM ESTABELECIMENTO ADEQUADO. ORDEM CONCEDIDA
RATIFICANDO LIMINAR
1- É possível a superação da Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal quando o despacho que
nega a liminar não contém qualquer fundamentação, além de ser evidente a lesão a direito
fundamental do
apenado.
2-Constitui constrangimento ilegal submeter o paciente a regime mais rigoroso do que o
estabelecido na condenação.
3- Se o sistema prisional mantido pelo Estado não possui meios para manter o detento em
estabelecimento apropriado, é de se autorizar, excepcionalmente, que a pena seja cumprida em
casa de albergado.
4-O cidadão, mesmo condenado e cumprindo pena, é titular de direitos e estes não podem ser
desrespeitados pelo próprio Estado que os conferiu.
5-Ordem concedida ratificando liminar.
58. (Errado) ART. 107, LEP
59. (Errado) ART. 108, LEP
60. (CERTO) ART. 110, LEP.
61. (ERRADO)
62. (ERRADO)
63. (ERRADO) ART. 114, I, LEP.
64. (Certo) ART. 117, LEP.
65. (Certo) ART. 120, I, LEP.
66. (ERRADO) ART. 125, LEP.
67. (CERTO) ART. 126, § 1º, LEP.
68. (CERTO) ART. 126, § 2º, LEP.
69. (CERTO) ART. 126, §

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