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LIVRAMENTO CONDICIONAL DA PENA

Em síntese o livramento condicional da pena poderá ser conceituado como, um direito


adquirido pelo detento que irá condicionar sua liberdade, este beneficia terá como fim
a readaptação do preso para o convívio em sociedade novamente.

Doutrinadores como André Estefam irá explicar que o inicio deste beneficium, ocorre
de forma progressiva, ou seja, será obtido pelo preso através de um processo onde a
fase da liberdade provisória irá ocorrer apenas no final. Já Damásio de Jesus terá
outro entendimento sobre o assunto, que será “O instituto, na reforma penal de 1984,
não constitui mais um direito subjetivo de liberdade do condenado nem incidente de
execução. É medida penal de natureza restritiva de liberdade, de cunho repressivo e
preventivo. Não é um benefício.”

Sendo assim, diante de divergências doutrinarias o STF se pronuncio dando ênfase ao


que diz respeito que este benefício será promovido de forma subjetiva para assim
respeitar a individualização da pena e princípios que regem o nosso ordenamento
jurídico em matéria penal e que este benefício será consentido na última fase do
cumprimento da pena restritiva de liberdade.

O beneficio só será concedido para o réu que tenham pena restritiva de liberdade caso
cumpria o requisitos que estão dispostos no art.83, Código Penal, onde irá dispor
elementos objetivos e elementos subjetivos sobre o assunto:

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa


de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (elemento objetivo)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime
doloso e tiver bons antecedentes; (elemento objetivo)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
( elemento objetivo)
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria
subsistência mediante trabalho honesto; (elemento subjetivo)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela
infração; (elemento objetivo)
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
(elemento objetivo)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinquir. (elemento subjetivo)

Podemos concluir que, um dos principais requisitos para a concessão do livramento


condicional será o cumprimento relativo da pena privativa de liberdade. Será realizada
uma cerimônia conforme denomina a lei para concessão da liberdade condicional,
disposto no art. 137 da Lei de Execuções Penais (LEP).
Logo, o réu terá que atender determinadas condições após o beneficio, conforme
disposto no art. 132, LEP :

“Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o
livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização
deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as
seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da
observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.

Contudo, o livramento condicional do réu pode passar por revogação caso ele não
cumpra as determinações legais previstas na LEP ou volte ha prática ilícita e como
forma de comprovação para a revogação deste último item terá que ter uma sentença
transitada em julgado. Sendo assim, a doutrina sustenta que o réu não poderá
novamente ter este benefício consentido.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Conforme denominado, será uma suspensão da pena privativa de liberdade, será


válida para condenações de até dois anos, sendo o período máximo deste benefício
quatro anos. O réu terá que atender os requisitos legal disposto no art. 81, código
penal:

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Revogação facultativa
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra
condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prorrogação do período de prova
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção,
considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o
período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Se durante o tempo do benefício o réu não se eximir de cumprir as determinações
legais do benefício sua pena será extinta. Está condição é tratada como uma medida
alternativa ao cumprimento da pena. Importante destacar que apenas após a decisão
condenatória que o juiz poderá adotar está medida para o réu.

Fonte:

JESUS, Damásio. Direito penal, parte geral. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

ESTEFAM, André. Direito penal. São Paulo: Saraiva, 2016. Volume 1.

ENCICLOPÉDIA JURÍDICA DA PUC-SP DIREITO PENAL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

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