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Livramento

Condicional
Conceito e natureza jurídica
Medida penal consistente na liberdade antecipada do condenado.
Está previsto no artigo 83 e é de competência do juízo da execução penal. Matéria está
detalhada no artigo 131 e 146 da LEP.
É direito subjetivo do apenado.

Requisitos
Objetivos
A pena imposta dever ser privativa de liberdade (não alcança PRD ou pecuniária).
A pena concreta a ser cumprida deve ser igual ou superior a 2 anos.
O apenado deve ter cumprido parcela da pena.
Para atingir o tempo mínimo de pena cumprida, computam-se a prisão provisória,
administrativa e internação em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico (art. 42) bem
como a pena remida pelo trabalho e/ou estudo (art. 128 LEP).
Exige-se a reparação do dano causado pela infração penal, salvo impossibilidade de fazê-lo
Não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses (introduzido pelo Pacote Anticrime). A
LEP estabelece no artigo 50 um rol taxativo.
OBS: A falta grave não interrompe o prazo para livramento (o prazo não volta a correr do
começo).

Subjetivos
Bom comportamento durante a execução da pena.
Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído.
Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto.
No caso de crime doloso praticado com violência ou grave ameaça, é imprescindível a
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir.

Condições (cumpridas no período de prova)


Obrigatórias (art. 85)
Obter ocupação lícita dentro de prazo razoável.
Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação.
Não mudar da comarca sem prévia autorização do juízo.

Facultativas (chamadas judiciais)


Além das obrigatórias, o juiz pode fixar outras, elencadas exemplificativamente no art. 132, §2º
da LEP: não mudar de residência sem autorização do juízo, recolher-se à habitação em hora
fixada, não frequentar determinados lugares, outras que julgar adequadas.

Concessão e execução
A concessão é de competência do juiz da execução, que poderá conceder após oitiva do MP.
Seu marco é a audiência admonitória, ato solene (art. 137), que segue formalidades.

Revogação
Obrigatória
Se o liberado vem a ser condenado por PPL em Se o liberado vem a ser condenado por PPL em
sentença irrecorrível, por crime cometido sentença irrecorrível, por crime cometido
durante a vigência do benefício anteriormente a vigência do benefício
✘ Não se concederá, em relação à mesma pena, ✓ É possível a concessão de novo livramento,
novo livramento desde que preenchidos novamente os requisitos
✘ A pena cominada ao crime não pode somar-se ✓ A pena cominada ao crime pode somar-se à
à nova nova
✘ O período de prova não é computado como ✓ O período de prova é computado como pena
pena cumprida cumprida
Facultativa
Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes na sentença ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não sela privativa de
liberdade* (art. 87).
O juiz poderá revogar o livramento, alterar suas condições, ou, simplesmente, advertir o
apenado (art. 140 LEP).
*Nota-se que a condenação a PPL (prisão simples) em razão da prática de contravenção penal
não é causa de obrigação obrigatória nem facultativa. A omissão do legislador não pode ser
suprida por analogia, que no caso será in malam partem.

Prorrogação
O juiz não poderá declarar extinta a pena enquanto não passar em julgado a sentença em
processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Súmula 617 STJ.

Extinção
Considera-se extinta a pena se até seu término não for revogado o livramento (art. 90).

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